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DDA 01

TÍTULO: INTRODUÇÃO FAMÍLIA


DATA: Quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
AUTOR: Joaquim Cesário de Mello

Estamos mais uma vez reeditando este espaço semanal, denominado de


DIÁRIO DE AULA, com fins de subsidiar as aulas do professor Joaquim Cesário que
são ministradas na disciplina FAMÍLIA E REALIDADE SOCIAL. Evidente que tal
coluna não tem a pretensão de exaurir as questões, nem muito menos substituir as
leituras de livros, pesquisas, estudos e ensaios pertinentes. Pelo contrário, além de
funcionar como um suporte às aulas aplicadas, trará também sugestões de
bibliografia. O DIÁRIO DE AULA é, pois, uma ferramenta pedagógica e acadêmica
que, conjugadamente a outras, visa aprimorar o pensamento crítico do aluno ao
abordar as temáticas que hoje fazem parte de sua grade escolar, mas que amanhã
farão parte de sua vida profissional e, por que não também, até pessoal.

Toda e qualquer disciplina que tem como foco a família não é, de antemão,
uma disciplina fácil, afinal quem já não tem ideias e concepções sobre assuntos como
maternidade, paternidade, filiação, casamento, amor, paixão, divórcio, relação entre
irmãos e família em geral? Não é à toa que Léon Tolstói escreveu que “todas famílias
felizes se parecem; as famílias infelizes são infelizes cada um a sua maneira”. Todas
famílias felizes se parecem porque o ideal de família feliz é compartilhado. Acontece
que a família ideal não existe, ou somente existe no ideal de cada um de nós. Existem
família mais felizes ou menos felizes, mais infelizes ou menos infelizes, mais
estruturadas umas do que outras, mais organizadas ou menos organizadas. Apenas
não há a feliz plenamente harmônica e sem conflitos, estilo “família margarina”, a não
ser nos poucos segundos de uma peça publicitária, ou no imaginário idealizado de
todos nós.

Discutir temas familiares, estudar sobre os mesmos, tematizá-los e higienizá-


los de certas visões romanceadas e até de certas ideias preconcebidas não é tarefa
fácil, todavia reside aqui nosso desafio e nossa meta. E é por este caminho de
construções e desconstruções que irá versar e seguir o DIÁRIO DE AULA. Passo a
passo, aula a aula, assunto por assunto, sempre às quartas-feiras e desde logo
sabendo ser inesgotável o manancial temático, pois não há algo mais humano,
demasiadamente humano, do que família e tudo o que ela representa.

A família é por muitos considerada a unidade básica da sociedade. Como


grupo social primário que é a família influencia sobremaneira a formação de seus
membros, ao tempo em que é igualmente influenciada por outras pessoas, instituições
e momentos históricos. Como unidade social a família enfrenta uma série de tarefas
desenvolvimentais e é nela que, geralmente, nasce e cresce o indivíduo. Podemos
dizer que a família é o terreno onde se edifica a pessoa humana.

Assim sendo é inteligível quando alguém afirma que a família é a base de uma
sociedade e do bem-estar do indivíduo. Nesta relação intrínseca entre família e
sociedade observa-se uma bilateralidade, ou seja, tanto a sociedade é um reflexo da
família quanto esta é um reflexo da sociedade. Quando a família de um modo geral
não está bem a sociedade também não está bem, e vice-versa.

Família não é apenas um conjunto de pessoas, mas sim uma estrutura. Tal
estrutura é representada pela forma como se organiza o grupo e como interagem entre
si seus membros. E é neste conjunto invisível de exigências e funções que tanto se
organiza as relações socioafetivas de seus membros quanto se forma a personalidade
e se influencia a personalidade de cada um. A família, psicologicamente falando, é o
pilaste de sustentação do sujeito humano.

A família, pois, tem como função primordial contribuir para a saúde física e
mental dos indivíduos nela habitantes, principalmente às crianças que junto ao seio
familiar estão se desenvolvendo. De um modo geral a família é o primeiro grupo social
da criança, razão pela qual ela (família) assume a socialização primária do infante,
bem como seu fundamental papel que é o da afetividade. Um bebê, por exemplo, não
necessita apenas de proteção e nutrientes, mas também de afetos e cultura. E, como
veremos ao longo das aulas, a família desempenha esta essencial função psicossocial
que é o de intermediar a criança e a sociedade.

Torna-se, portanto, imprescindível, no campo da Psicologia, estudar e melhor


compreender as dinâmicas familiares, objetivo tanto da disciplina universitária quanto
desta coluna semanal. Este é, a partir de agora, um espaço que visa acompanhar pari
passu os alunos matriculados na disciplina de Família e Realidade Social da FAFIRE,
mas é também um espaço a todos interessados pelo tema, sejam eles profissionais
e/ou estudantes das áreas de ciências humanas e da saúde, ou a quem interessar
possa. Fica aberto este lugar para, inclusive, debates, reflexões e contribuições de
todos que por aqui navegue, periódica ou eventualmente. E já na próxima quarta
iniciaremos com o conceito de família que iremos trabalhar ao longo de todo o
semestre.

Contudo, para fins de estudos iniciais, sugerimos a leitura do seguinte texto:


CONTEXTO DA FAMÍLIA contido no link abaixo:
http://books.scielo.org/id/965tk/pdf/oliveira-9788579830365-02.pdf

Bem vindos. E aguardamos colaborações de todos. Bons estudos.

Link para o presente texto:


http://literalmente-literalmente.blogspot.com.br/2018/02/diario-de-aula-introducao.html

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