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Toda e qualquer disciplina que tem como foco a família não é, de antemão,
uma disciplina fácil, afinal quem já não tem ideias e concepções sobre assuntos como
maternidade, paternidade, filiação, casamento, amor, paixão, divórcio, relação entre
irmãos e família em geral? Não é à toa que Léon Tolstói escreveu que “todas famílias
felizes se parecem; as famílias infelizes são infelizes cada um a sua maneira”. Todas
famílias felizes se parecem porque o ideal de família feliz é compartilhado. Acontece
que a família ideal não existe, ou somente existe no ideal de cada um de nós. Existem
família mais felizes ou menos felizes, mais infelizes ou menos infelizes, mais
estruturadas umas do que outras, mais organizadas ou menos organizadas. Apenas
não há a feliz plenamente harmônica e sem conflitos, estilo “família margarina”, a não
ser nos poucos segundos de uma peça publicitária, ou no imaginário idealizado de
todos nós.
Assim sendo é inteligível quando alguém afirma que a família é a base de uma
sociedade e do bem-estar do indivíduo. Nesta relação intrínseca entre família e
sociedade observa-se uma bilateralidade, ou seja, tanto a sociedade é um reflexo da
família quanto esta é um reflexo da sociedade. Quando a família de um modo geral
não está bem a sociedade também não está bem, e vice-versa.
Família não é apenas um conjunto de pessoas, mas sim uma estrutura. Tal
estrutura é representada pela forma como se organiza o grupo e como interagem entre
si seus membros. E é neste conjunto invisível de exigências e funções que tanto se
organiza as relações socioafetivas de seus membros quanto se forma a personalidade
e se influencia a personalidade de cada um. A família, psicologicamente falando, é o
pilaste de sustentação do sujeito humano.
A família, pois, tem como função primordial contribuir para a saúde física e
mental dos indivíduos nela habitantes, principalmente às crianças que junto ao seio
familiar estão se desenvolvendo. De um modo geral a família é o primeiro grupo social
da criança, razão pela qual ela (família) assume a socialização primária do infante,
bem como seu fundamental papel que é o da afetividade. Um bebê, por exemplo, não
necessita apenas de proteção e nutrientes, mas também de afetos e cultura. E, como
veremos ao longo das aulas, a família desempenha esta essencial função psicossocial
que é o de intermediar a criança e a sociedade.