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Universidade Federal do Ceará

Curso Psicologia - Campus Sobral


Fabricio José da Silva - 391422
Professor Orientador: Iago Cavalcante

Relatório do Estagio Basico 2

Sobral- Ce
14 de junho de 2018
Introdução:

Nas expêriencias de estágio nos encontramos com os diversos lugares que os


profissionais de psicologia ocupam e suas diversas funções, alegrias, decepções e reali-
zações com a prática. Assim podemos como alunos ter uma dimensão do que esses pro-
fissionais fazem para a comunidade que estão inseridos. Podemos ver as defassagens
que eles enfrentam principalmente no setor social e de assistencia, ver o mundo maravi-
lhoso de uma psicologia organizacional que foi deixando seu criticismo de lado para vestir
a bandeira de uma empresa, ver profissionais de sáude frustrados por a maioria dos ou-
tros profissionais ainda não entenderem a prática do psicologo, ver demandas saturadas
para psicologos no setor de educação, onde o ideal seria ter esses profissionais o mais
proximo possivel dos estudantes, vemos e confrotamos muito o ideal que esperamos e
que todos esperam e a pratíca da construção de um novo mundo, um novo lugar.
A psicologia como ciencia recente, tem seu lugar conquistado na clinica, mas
ainda está na luta de consquistar os outros lugares que são inumeros, o psicologo aqui
aparece tanto como profissional inserido em um sistema; como um ativista de sua profis-
são. Não podemos nos deixar nos engessar com o sistema que estamos inseridos e nem
perder nossa criticidade, pois é ela que nos impulsiona em fazer nosso trabalho principal,
que é a manutenção da saúde das pessoas. Em contra partida vemos também o desejo
de se fazer um trabalho em que o maior numero de individuos sejam atendidos, a preocu-
pação de alguns profissionais com a dinamicidade de seus trabalhos e a explicação de
seus lugares. Ficamos encantados em perceber que é na cura das pessoas em muitos
sentidos que está o nosso sentido de realização, por que antes de tudo, somos potenciais,
estamos aqui para experenciar a nossa potencialidade e muito de nós entramos nesse
curso com esperança de fazer alguma diferença na vida de sujeitos que se encontram
perdidos em si mesmo, ou em estados de adoecimento. Neste relatório irei apresentar as
minhas perspectivas sobre as experiências em visitas que tive no estágio basico, assim
como o que foi discutido em palestras e tutorias. Depois irei abordar de forma critica a pa-
lestra sobre psicologia e educação e a visita que tivemos a empresa Greendene com a
psicologa organizacional.
Relatória de Visitas e palestra:

Irei relatar aqui de maneira introdutória alguns pontos e perspectivas que obse-
vei nas visitas do estágio basico 2, os lugares que foram visitados foram: o instituto trevo
de quatro folhas, o centro de reabilitação, a Greendene, o coas, e a uma celula do nasf.
A visita ao trevo aconteceu no dia 09/04/18. A iniciativa trevo tem como objetivo
reduzir a mortalidade materno- infantil. É uma estrategia de saúde de nivel secundário que
desenvolve um trabalho de apoio as gestantes e puerperas em riscos clinico e que estão
em situação de vunerabilidade social. O trevo ganhou ramos, que são os projetos de inter-
venção dividido em setores, como o projeto “flor de mandacaru” onde a psicologa relatou
que atua, na educação sexual dos jovens, através de palestras e intervenções, explicando
sobre o sexo e a gravidez na adolescencia; o projeto casa da mãe acolhedora do arco,
que cuida principalmente de mães usuarias de crack, do qual também fomos visitar se-
mestre passado; o projeto coala onde as mães de bebes incubados se aproxiam mais de
seus bebes, o projeto possibilita e da suporte ao recem nascido do contexto hospitalar
sair desse contexto e ir para a casa da familia, pondo eles em contato com a familia para
a melhora de sua saúde. O trevo sobrevive graças ao apoio do comitê de saúde de sobral
e a doações de madrinhas e padrinhos sociais e tem como principal resultado a grande di-
minuição da mortalidade infantil em Sobral, lugar que acabou virando referência no país
nesse setor.
Em seguida visitei em 24/04/18 o centro de reabilitação de Sobral, confesso
que quando me deparei com o nome achei que era um lugar de serviço mais especializa-
do em usuarios de drogas, mais depois pelo o relato do profissional percebemos que se
tratava de um centro de reabilitação voltado a recuperação de acidentes e que também
trabalhava com varios outros serviços que se alocavam no mesmo prédio. O centro tam-
bém tem o trabalho cognitivo com crianças com tdha, autismo e também trabalha o ludico
e a motrocidade de algumas outras crianças.
Tivemos no dia 03/05/18 uma palestra sobre a atuação do psicologo na rede de
ensino publico, o psicologo que nos recebeu se mostrou super solicito a responder nossas
perguntas e preparou todo material para explicar o serviço que o seu local de trabalho rea-
liza para então explicar seu contexto de psicologo neste local. O psicologo trabalha na
Crede 6, cordenadoria regional de educação, no começo da apresentação ele apresentou
um mapa bem explicativo sobre a abrangencia da crede, a ela é responsavel por grande
parte dos municipios da zona norte. O profissional relatou a dificudade de se estabelecer
um trabalho mais integrativo com as escolas pela a grande demanda de escolas em vari-
as cidades, seu trabalho acaba sendo mais administrativo do que intervencional em si,
mais na frente irei abordar sobre esta palestra.
Em seguida no dia 08/05/18 tivemos a visita a empresa Greendene e conhece-
mos um pouco sobre o trabalho da psicologia organizacional, trabalho esse super siste-
matizado que para mim ficou muitas reflexões acerca da nossa formação e do trabalho do
psicologo nas empresas, como ferramenta que veste a camisa e os valores de uma em-
presa. Nessa visita vemos a historia da empresa e sua historia na cidade de Sobral, onde
hoje é a maior empresa empregaticia da cidade, a apresentação foi bem focada na propa-
ganda da empresa atrevés de videos de funcionários satisfeitos em trabalhar, exposição
de valores e contribuições, do qual faltou um pouco de criticidade sobre os desafios e a
imagem que a empresa carrega, os psicologos atuam na area de recursos humanos, prin-
cipalmente com seleção, outra coisa que me desapontou por que também pensei que eles
atuassem com demandas de funcionarios da empresa. Eles são divididos para setores de
recursos humanos, focando principalmente na contratação de candidatos que se afinizam
com os valores da empresa, o atendimento de demandas psicologicas fica por conta de
vinculações que a empresaa faz com os serviços publicos de saúde, e por vezes os psico-
logos intervem em palestras sobre saude mental, mais ainda é um projeto em andamento
na empresa. Irei focar mais sobre essa visita em outro topico.
No dia 15/05/18 realizamos uma visita ao Coas. que trabalha como um serviço
de assistencia voltado para patologias sexualmente transmissiveis e hepatites b e c, o ser-
viço oferece apoio médico e farmacologico e o psicologo foi bem suncito e explicou como
funciona as patologias atendidas pelo o serviço, e como funciona o diagnostico e o seu
trabalho com os processos psicologicos dos pacientes diagnosticados. A maioria do seu
trabalho é voltado para as pessoas diagnosticadas com hiv e com o processo de descons-
trução desse diagnostico e suas implicações. O serviço também oferece testes tanto para
a população comum como para as gestantes, também oferece atendimento a demandas
individuais e atendimento em grupo com os usuarios e as patologias são vistas pelo o psi-
cologo com o seguinte publico: jovens de 20 a 30 anos, homossexuais e pessoas que tem
relação sexuais com vários parceiros sem preservativo.
No dia 13/06/18 houve a visita a celula do nasf, bom o nasf não tem uma enti-
dade fisica em Sobral, os grupos ficam espalhados pelos postos de saúde da cidade, e o
que a psicologa relata é que existe um estigma muito grande sobre a atuação das equipes
de saude da familia com as equipes da atenção primária e que seu trabalho é prejudicado
por a falta de entendimento dos profissionais do trabalho do psicologo no setor social, e
os profissionais no setor social ainda sofrem com a grande rotatividade dos funcionarios
nas comunidades, atitude que prejudica os vinculos com a comunidade e com as equipes,
nessa visita em especial foi impressionante perceber o quanto o setor social precisa de
uma maior atenção e transformação do profissional de psicologia e de todos os outros
profissionais e suas relações com o serviço.
Bom esses foram os relatos das visitas e palestras que participei no estágio bá-
sico II, agora vou relatar um pouco dos meus pontos de vistas sobre a palestra de psicolo-
gia educacional e sobre a visita da Grendene.

A psicologia educacional proposta pela a Crede:


Art.37. Às Coordenadorias Regionais de Desenvolvimento da Educação compete:

I. coordenar a implementação e execução das políticas e diretrizes educacionais na sua jurisdição,


voltadas para expansão e melhoria da educação da rede pública de ensino;
II. fortalecer as ações compartilhadas entre Estado e municípios e a gestão efetiva das estratégi-
cas para funcionamento da rede pública;
III. promover a articulação e mobilização da sociedade civil na busca do desenvolvimento e alcan-
ce das metas e estratégias do governo;
IV. desenvolver mecanismos de acompanhamento e monitoramento da gestão escolar que asse-
gurem a modernização e melhoria dos serviços educacionais com foco no ensino-aprendizagem;
V. garantir a oferta e qualidade dos serviços públicos, no âmbito da gestão de recursos humanos,
financeiros, patrimoniais, em observância com a legislação vigente.

A crede é um orgão que organiza e cuidam dos serviços voltados a educação.


Na nossa palestra, o psicologo da 6 crede de sobral responsavél pela a micro região nor-
te, apresentou as competencias acimas citadas, o organograma e o mapa da região aten-
dida. Sobral era para ter sua propria crede responsavel pelo seu território devido a quanti-
dade da demanda populacional, mas isso não acontece na pratica, o que percebemos é
essa dificuldade em implementar esses serviços de maneira mais eficaz e isso acaba ten-
do como consequencia as varias demandas que a crede 6 apresenta em seu atendimen-
to. As 35 escolas regulares espalhadas em toda a região e que são divididas em regula-
res, mt’is e profissionalizantes, onde as regulares se caracterizam pelo o ensino em um
turno, as mt’is apresentam-se como transição entre o ensino regular e o ensino profissio-
nalizante, e as profissionalizantes se destacam com o ensino em dois turnos, aumentando
a carga horaria com um curso tecnico profissionalizante. O serviço também atende o
ceja(centro de educação aos jovens e adultos) e a apae e cefas(eles realizam o acompa-
nhamento burocrático). Aqui em Sobral as escolas Mt’is foram escolhidas para integralizar
o ensino profissionalizante devido ao alto indice de criminalidade em seus locais, as esco-
las são: Cirão(Cere), Carmosina, e a escola do sinha saboia. Existem também salas multi-
funcionais onde se presta serviços de educação inclusiva para portadores de deficiência.
Devido aos indices de criminalidade, desigualdade o setor publico na educação ainda en-
frenta grande dificuldade em atendimento, como (Guzzo et al., 2010) destaca:

“A realidade da escola pública brasileira é muito diferente da reali-


dade da escola privada e, é na escola pública que estudam a quase
totalidade das crianças brasileiras. Com isso, reproduz-se, em to-
dos os níveis de escolarização, o despreparo e as dificuldades para
que a Psicologia possa ser ferramenta de promoção do desenvolvi-
mento de crianças e adolescentes - sem políticas públicas para o
ingresso dos profissionais de Psicologia na rede pública de ensino,
cada vez mais, esse cenário se distancia da formação profissional e
de seu campo de produção intelectual.“

A atuação do profissional de psicologia se dá com o acompanhamento de esco-


las de maneira mais direita, com intervenções de palestras de educação aos jovens rela-
cionados a varias tematicas voltadas a saude mental e psicologica, o profissional em psi-
cologia realiza um levantamento de informações sobre essas escolas e localiza demandas
especificas da região, sendo amaprado também pelos serviços do sus como caps por
exemplo, eles também fazem acompanhamento dos profissionais de educação e dos pro-
gramas desenvolvidos por estes. (Guzzo et al., 2010) destaca:
As expectativas de intervenção do psicólogo na rede pública vêm
demonstrando que a sociedade ainda espera do profissional a fun-
ção de ajustar os estudantes ao sistema e, ao responder a esse ti-
po de demanda, o psicólogo se compromete com a reprodução das
relações instituídas e funciona como legitimador da desumanização
do homem, quando seu trabalho reproduz ou mantém a exclusão
(apud Branco, 1998).

Apesar de tudo isso existem os desafios apresentados para a atuação do pro-


fissional de psicologia, como a enorme demandas de escolas, a falta de vinculação des-
ses profissionais por conta da demanda excessiva, a escolha de casos mais urgentes. Por
isso decidi abordar de maneira critica a psicologia que aqui se apresenta de maneira ain-
da que sendo construida aos poucos. Em Sobral atuam dois profissionais em psicologia,
cada um atuando em 8 escolas mais diretamente e realizando visitas periodicas as outras
escolas, eles atuam com a carga horaria de 20h semanais e realizam todo esse trabalho
que já foi citado, também contam com a ajuda de estagiários. O que foi percebido pro mim
nessa situação é que muitas escolas principalmente no momento atual apresentam quei-
xas em saude mental, como por exemplo aumento em indices de suicidio, o profissional
em psicologia da educação nas redes publicas pode atuar com palestras e intervenções
periodicas em situações de crise, mas o ideal seria ter um profissional responsavel pelas
queixas de cada escola, os alunos sofrem as mais variadas pressões(principalmente pro-
ximo ao periodo de vestibulares), além das contigencias socioeconomicas e culturais que
atravessam esses sujeitos: a violência, a criminalidade, as drogas, a gravidez em adoles-
centes; ou seja são inumeras as demandas em apenas uma escola com 1000 sujeitos por
exemplo, o ideal seria é oferecer escuta a essas pessoas em situação de sofrimento.
O que a crede faz são essas intervenções que são de grande ajuda, mas quan-
do o assunto é escuta individual isso fica bem defasado, obrigando ao aluno a ser atendi-
do nos serviços burocraticos e super lotados do sus, além do que 2 psicologos para mais
de 35 escolas é uma demanda de sujeitos muito grande, o que fica o questionamento: até
onde o profissional em psicologia consegue atuar criticamente conquistando seu espaço
nessa psicologia no setor publico da educação?
Outro ponto é a educação engessada que muitas escolas se encontram, a falta
de comunicação dos gestores e as más condições de ensino em algumas escolas. A edu-
cação no setor publico precisa ser mais dinamizada e o psicologo pode atuar nessa dina-
mização do ensino se fosse permitido mais espaço nesse setor, trazendo ensino de psico-
logia e auto conhecimento para esses sujeitos, com tecnicas e dinamicas terapeuticas que
permitem a maior adesão desses sujeitos ao ambiente escolar e assim evitando a grande
evasão por inumeras contigencias que a escola no setor publico enfrenta a cada dia.

Greendene e o lugar da psicologia organizacional em Sobral


Bom quando chegamos a Greendene, tivemos antes de tudo que entrar segun-
do as normas da empresa com vestimetas adequadas e crachás, esperamos uns 20 minu-
tos a chegada da psicologa que nos atendeu em uma sala onde os funcionários entravam
de vez em quando e ficava proxima a fabrica. Durante a palestra a psicologa abordou
mais sobre a empresa, ela meio que fez uma grande propaganda dos beneficios de se tra-
balhar na empresa com videos que relatam profissionais satisfeitos falando sobre seu tra-
balho, entercalando abordou a historia, missão e valores da empresa e sobre todo o su-
cesso e a expansão do negócio empresarial e também conta a vida da empresa que foi
trazida e beneficiada por incetivos fiscais pela a cidade de Sobral.
O que podemos perceber na palestra é sempre um investimento em algo ideal
na empresa, logo pelas gravuras no slide, os videos editados exaltado a felicidade de se
trabalhar na empresa e toda a idealização disso, parece me um pouco que as dificuldades
são encaradas como desafios a serem enfrentados e que por isso aparentemente não
existam dificuldes. A empresa conta com 14 mil funcionários e oferece 2000 vagas por
ano, é a maior empresa empregaticia da cidade de Sobral e está a 25 anos na cidade.
A atuação do psicologo na empresa se resume a seleção de candidatos, ao tra-
balho no setor de recursos humanos e ao desenvolvimento humano dos funcionários, os 7
psicologos são divididos em setores que selecionam e capacitam os candidatos que estão
de acordo com os valores e culturas da empresa que estão voltadas para o capitalismo é
claro, entre os valores da estão a agilidade, o lucro e a competitividade. (Dittrich, 1999)
Destaca:
A atual demanda pela implementação de uma nova "cultura organizacional"
cria um campo de atuação privilegiado para os psicólogos. Nota-se a exis-
tência de profundos equívocos práticos e conceituais nesta área. Pergunta
Aktouf (1993, p. 46): "(...) valores e identidade teleguiados, talvez pré-fabri-
cados, impostos por desejo dos dirigentes, podem ser portadores e criado-
res de cultura convergente?" Em outras palavras: cabe chamar de "cultura"
um conjunto de regras e valores que vai da superestrutura à infraestrutura?
Tal problemática diz respeito ao modo de surgimento e transmissão das cul-
turas: antes de serem internalizadas, elas devem ser vividas. Portanto, a
cultura não pode nascer apenas através de regras e valores pré-definidos,
mas de práticas que criem tais regras e valores. Materialidade criando sub-
jetividade: "Para que os empregados de uma empresa possam viver unidos,
formando uma família, uma única e mesma comunidade, em que todos sin-
tam-se 'abertos', iguais e animados pelo mesmo credo, é preciso simples-
mente que as condições concretas de existência na organização tenham um
substrato afetivo e material real. (...) é preciso primeiro que tudo isso seja
experimentado e vivido materialmente" (apud Aktouf, 1993, p. 75).

Confesso que quando me deparei com esses valores pensei comigo mesmo
sobre a nossa formação critica em psicologia que de certa forma critica tais valores, como
por exemplo em uma das nossas primeiras disciplinas do curriculo no primeiro semestre
“introdução a sociologia” vimos a disparidade do lucro dessas empresas, além desta com-
petitividade que não está preocupado com o trabalhador e sua saúde fisica e dessa agili-
dade que adoece.
Precisamos encarar as disparidades que a empresa apresenta com a reclama-
ção de funcionários que adoecem devido a grande jornada de trabalhos e a movimentos
braçais repetitivos. No decorrer da palestra, questionada sobre a função da psicologia e
sobre a saúde mental da empresa a psicologa soltou a seguinte afirmação “Não é trabalho
da empresa prestar atendimento individual”; o que me preocupou bastante por conta de
existir 7 psicologos dentro de uma empresa e não haver nenhuma escuta pessoal, é claro
que as demandas são grandes, mas os 7 psicologos poderiam estar trabalhando em inte-
grar um serviço especializado em psicologia na empresa a contrapartida existe diversos
outros serviços de saúde que a empresa oferece, os psicologos poderiam estar engajados
na necessidade de se fazer clinicia na empresa. Também fiquei pensando nessa formação
que temos de escuta, que querendo ou não nos forma para sermos essa escuta em dife-
rentes areas e tentar entender as demandas e contigencias dessa area, ou seja o psicolo-
go na area organizacional se torna mais uma peça desse quebra cabeça e aqui ele dificil-
mente assume uma posição ativista da profissão.
E é aí que se encontra o perigo, é nesse confronto entre a nossa formação criti-
ca e o engessamento do nosso lugar de trabalho, somos formados para fazer inquieta-
ções, causar angustias, trazer questionamentos e nessa area o nosso papel é bem reduzi-
do. Apesar disso os psicologos ainda realizam algumas intervenções em grupos de dis-
cussão de drogadição e saude mental devido a demanda dos funcionarios(não podendo
esquecer que muitos funcionarios enfrentam situações precarias socieconomicas).
(Clot, 2006) destaca:
Eu creio que a questão do coletivo merece ser aprofundada como uma ten-
dência do lado do real do trabalho. Isso quer dizer que o coletivo não é qual-
quer coisa que deve ser defendido, mas algo que deve ser reencontrado;
ele é algo que é solicitado e, ao mesmo tempo, interditado. Eu creio que no
mundo do trabalho atual, na indústria e nos serviços, sobretudo na área de
serviços, o coletivo é a fonte do real. O coletivo é solicitado e, ao mesmo
tempo, interditado e eu penso que é a causa profunda do sofrimento no ní-
vel profissional.

Nesse tipo de abordagem o sujeito é deixado um pouco de lado e passa a ser


visto na psicologia como o funcionário, o que precisa bater metas e dá resultado a empre-
sas, existe várias criticas a essa forma de lidar com o trabalho, cada vez mais em alguns
modelos o trabalho é fruto do proprio esforço e empenho do individuo pondo alguns confli-
tos nesse desempenho e tirando o poder da coletividade dos funcionarios o que impossibi-
lita e enfraquece a criação de sindicatos coletivos para a melhoria das condições de traba-
lho.

Considerações finais
O que se pode tirar como reflexão de todas essas experiências vividas no está-
gio é de quanto os serviços principalmente os publicos precisam de reformas e melhorias.
Uma das visitas que queria mencionar mais é a do nucleo do nasf que enfrenta por defa-
sagens e falta de organização de politica publicas, ainda é visto a grande defasagem que
o setor da psicologia social enfrenta, mas entre esses emaranhamentos se faz a persis-
tência do profissional em estabelecer um trabalho que transforma e auxilia os sujeitos a
sua propria conscientização de existência e implicações em seus mais variados lugares
de atuação. O que mais me chamou atenção nessa experiência foi o trabalho de alguns
psicologos que resistem nesses lugares e ainda sim se preocupam com a formação e a
conscientização desses sujeitos implicados em seu serviço, a cura, a alta, o bem estar é
almejado e conquistado com grande alegria por eles, isso faz parte do compromisso social
que eles estabeleceram. Fazer um trabalho em que você se sente conectado no auxilio de
outras pessoas e se sente feliz em faze-lo já tem sua gratificação, mas é claro que não
podemos deixar de ser ativistas e de continuar conquistando e melhorando nossos espa-
ços, as faltas deles e os novos lugares que podemos ocupar e almejar com nossa profis-
são.
Referências

Guzzo, Raquel S. L. ; Mezzalira, Adinete S. C. ; Moreira, Ana Paula Gomes ;Tizzei, Raquel
Pondian ; Neto, Walter Mariano de Faria Silva . Psicologia e Educação no Brasil: uma
visão da história e possibilidades nessa relação. Psic.: Teor e Pesq. Brasília.
vol.26 no.spe, 2010.

Soares, Dulce Helena Penna; Coutinho,Maria Chalfin; Nardi, Henrique Caetano


e Sato,Leny. Entrevista: Yves Clot. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, 2006,
vol. 9, n. 2, pp. 99-107.

Dittrich, Alexandre. Psicologia organizacional e globalização: os desafios da reestru-


turação produtiva.Psicol. cienc. prof. vol.19 no.1 Brasília, 1999.

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