Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Sobral- Ce
14 de junho de 2018
Introdução:
Irei relatar aqui de maneira introdutória alguns pontos e perspectivas que obse-
vei nas visitas do estágio basico 2, os lugares que foram visitados foram: o instituto trevo
de quatro folhas, o centro de reabilitação, a Greendene, o coas, e a uma celula do nasf.
A visita ao trevo aconteceu no dia 09/04/18. A iniciativa trevo tem como objetivo
reduzir a mortalidade materno- infantil. É uma estrategia de saúde de nivel secundário que
desenvolve um trabalho de apoio as gestantes e puerperas em riscos clinico e que estão
em situação de vunerabilidade social. O trevo ganhou ramos, que são os projetos de inter-
venção dividido em setores, como o projeto “flor de mandacaru” onde a psicologa relatou
que atua, na educação sexual dos jovens, através de palestras e intervenções, explicando
sobre o sexo e a gravidez na adolescencia; o projeto casa da mãe acolhedora do arco,
que cuida principalmente de mães usuarias de crack, do qual também fomos visitar se-
mestre passado; o projeto coala onde as mães de bebes incubados se aproxiam mais de
seus bebes, o projeto possibilita e da suporte ao recem nascido do contexto hospitalar
sair desse contexto e ir para a casa da familia, pondo eles em contato com a familia para
a melhora de sua saúde. O trevo sobrevive graças ao apoio do comitê de saúde de sobral
e a doações de madrinhas e padrinhos sociais e tem como principal resultado a grande di-
minuição da mortalidade infantil em Sobral, lugar que acabou virando referência no país
nesse setor.
Em seguida visitei em 24/04/18 o centro de reabilitação de Sobral, confesso
que quando me deparei com o nome achei que era um lugar de serviço mais especializa-
do em usuarios de drogas, mais depois pelo o relato do profissional percebemos que se
tratava de um centro de reabilitação voltado a recuperação de acidentes e que também
trabalhava com varios outros serviços que se alocavam no mesmo prédio. O centro tam-
bém tem o trabalho cognitivo com crianças com tdha, autismo e também trabalha o ludico
e a motrocidade de algumas outras crianças.
Tivemos no dia 03/05/18 uma palestra sobre a atuação do psicologo na rede de
ensino publico, o psicologo que nos recebeu se mostrou super solicito a responder nossas
perguntas e preparou todo material para explicar o serviço que o seu local de trabalho rea-
liza para então explicar seu contexto de psicologo neste local. O psicologo trabalha na
Crede 6, cordenadoria regional de educação, no começo da apresentação ele apresentou
um mapa bem explicativo sobre a abrangencia da crede, a ela é responsavel por grande
parte dos municipios da zona norte. O profissional relatou a dificudade de se estabelecer
um trabalho mais integrativo com as escolas pela a grande demanda de escolas em vari-
as cidades, seu trabalho acaba sendo mais administrativo do que intervencional em si,
mais na frente irei abordar sobre esta palestra.
Em seguida no dia 08/05/18 tivemos a visita a empresa Greendene e conhece-
mos um pouco sobre o trabalho da psicologia organizacional, trabalho esse super siste-
matizado que para mim ficou muitas reflexões acerca da nossa formação e do trabalho do
psicologo nas empresas, como ferramenta que veste a camisa e os valores de uma em-
presa. Nessa visita vemos a historia da empresa e sua historia na cidade de Sobral, onde
hoje é a maior empresa empregaticia da cidade, a apresentação foi bem focada na propa-
ganda da empresa atrevés de videos de funcionários satisfeitos em trabalhar, exposição
de valores e contribuições, do qual faltou um pouco de criticidade sobre os desafios e a
imagem que a empresa carrega, os psicologos atuam na area de recursos humanos, prin-
cipalmente com seleção, outra coisa que me desapontou por que também pensei que eles
atuassem com demandas de funcionarios da empresa. Eles são divididos para setores de
recursos humanos, focando principalmente na contratação de candidatos que se afinizam
com os valores da empresa, o atendimento de demandas psicologicas fica por conta de
vinculações que a empresaa faz com os serviços publicos de saúde, e por vezes os psico-
logos intervem em palestras sobre saude mental, mais ainda é um projeto em andamento
na empresa. Irei focar mais sobre essa visita em outro topico.
No dia 15/05/18 realizamos uma visita ao Coas. que trabalha como um serviço
de assistencia voltado para patologias sexualmente transmissiveis e hepatites b e c, o ser-
viço oferece apoio médico e farmacologico e o psicologo foi bem suncito e explicou como
funciona as patologias atendidas pelo o serviço, e como funciona o diagnostico e o seu
trabalho com os processos psicologicos dos pacientes diagnosticados. A maioria do seu
trabalho é voltado para as pessoas diagnosticadas com hiv e com o processo de descons-
trução desse diagnostico e suas implicações. O serviço também oferece testes tanto para
a população comum como para as gestantes, também oferece atendimento a demandas
individuais e atendimento em grupo com os usuarios e as patologias são vistas pelo o psi-
cologo com o seguinte publico: jovens de 20 a 30 anos, homossexuais e pessoas que tem
relação sexuais com vários parceiros sem preservativo.
No dia 13/06/18 houve a visita a celula do nasf, bom o nasf não tem uma enti-
dade fisica em Sobral, os grupos ficam espalhados pelos postos de saúde da cidade, e o
que a psicologa relata é que existe um estigma muito grande sobre a atuação das equipes
de saude da familia com as equipes da atenção primária e que seu trabalho é prejudicado
por a falta de entendimento dos profissionais do trabalho do psicologo no setor social, e
os profissionais no setor social ainda sofrem com a grande rotatividade dos funcionarios
nas comunidades, atitude que prejudica os vinculos com a comunidade e com as equipes,
nessa visita em especial foi impressionante perceber o quanto o setor social precisa de
uma maior atenção e transformação do profissional de psicologia e de todos os outros
profissionais e suas relações com o serviço.
Bom esses foram os relatos das visitas e palestras que participei no estágio bá-
sico II, agora vou relatar um pouco dos meus pontos de vistas sobre a palestra de psicolo-
gia educacional e sobre a visita da Grendene.
Confesso que quando me deparei com esses valores pensei comigo mesmo
sobre a nossa formação critica em psicologia que de certa forma critica tais valores, como
por exemplo em uma das nossas primeiras disciplinas do curriculo no primeiro semestre
“introdução a sociologia” vimos a disparidade do lucro dessas empresas, além desta com-
petitividade que não está preocupado com o trabalhador e sua saúde fisica e dessa agili-
dade que adoece.
Precisamos encarar as disparidades que a empresa apresenta com a reclama-
ção de funcionários que adoecem devido a grande jornada de trabalhos e a movimentos
braçais repetitivos. No decorrer da palestra, questionada sobre a função da psicologia e
sobre a saúde mental da empresa a psicologa soltou a seguinte afirmação “Não é trabalho
da empresa prestar atendimento individual”; o que me preocupou bastante por conta de
existir 7 psicologos dentro de uma empresa e não haver nenhuma escuta pessoal, é claro
que as demandas são grandes, mas os 7 psicologos poderiam estar trabalhando em inte-
grar um serviço especializado em psicologia na empresa a contrapartida existe diversos
outros serviços de saúde que a empresa oferece, os psicologos poderiam estar engajados
na necessidade de se fazer clinicia na empresa. Também fiquei pensando nessa formação
que temos de escuta, que querendo ou não nos forma para sermos essa escuta em dife-
rentes areas e tentar entender as demandas e contigencias dessa area, ou seja o psicolo-
go na area organizacional se torna mais uma peça desse quebra cabeça e aqui ele dificil-
mente assume uma posição ativista da profissão.
E é aí que se encontra o perigo, é nesse confronto entre a nossa formação criti-
ca e o engessamento do nosso lugar de trabalho, somos formados para fazer inquieta-
ções, causar angustias, trazer questionamentos e nessa area o nosso papel é bem reduzi-
do. Apesar disso os psicologos ainda realizam algumas intervenções em grupos de dis-
cussão de drogadição e saude mental devido a demanda dos funcionarios(não podendo
esquecer que muitos funcionarios enfrentam situações precarias socieconomicas).
(Clot, 2006) destaca:
Eu creio que a questão do coletivo merece ser aprofundada como uma ten-
dência do lado do real do trabalho. Isso quer dizer que o coletivo não é qual-
quer coisa que deve ser defendido, mas algo que deve ser reencontrado;
ele é algo que é solicitado e, ao mesmo tempo, interditado. Eu creio que no
mundo do trabalho atual, na indústria e nos serviços, sobretudo na área de
serviços, o coletivo é a fonte do real. O coletivo é solicitado e, ao mesmo
tempo, interditado e eu penso que é a causa profunda do sofrimento no ní-
vel profissional.
Considerações finais
O que se pode tirar como reflexão de todas essas experiências vividas no está-
gio é de quanto os serviços principalmente os publicos precisam de reformas e melhorias.
Uma das visitas que queria mencionar mais é a do nucleo do nasf que enfrenta por defa-
sagens e falta de organização de politica publicas, ainda é visto a grande defasagem que
o setor da psicologia social enfrenta, mas entre esses emaranhamentos se faz a persis-
tência do profissional em estabelecer um trabalho que transforma e auxilia os sujeitos a
sua propria conscientização de existência e implicações em seus mais variados lugares
de atuação. O que mais me chamou atenção nessa experiência foi o trabalho de alguns
psicologos que resistem nesses lugares e ainda sim se preocupam com a formação e a
conscientização desses sujeitos implicados em seu serviço, a cura, a alta, o bem estar é
almejado e conquistado com grande alegria por eles, isso faz parte do compromisso social
que eles estabeleceram. Fazer um trabalho em que você se sente conectado no auxilio de
outras pessoas e se sente feliz em faze-lo já tem sua gratificação, mas é claro que não
podemos deixar de ser ativistas e de continuar conquistando e melhorando nossos espa-
ços, as faltas deles e os novos lugares que podemos ocupar e almejar com nossa profis-
são.
Referências
Guzzo, Raquel S. L. ; Mezzalira, Adinete S. C. ; Moreira, Ana Paula Gomes ;Tizzei, Raquel
Pondian ; Neto, Walter Mariano de Faria Silva . Psicologia e Educação no Brasil: uma
visão da história e possibilidades nessa relação. Psic.: Teor e Pesq. Brasília.
vol.26 no.spe, 2010.