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E
RELACIONAMENTO
INTRODUÇÃO
O que é comunicação?
“É o intercâmbio constante, verbal ou não verbal, de pensamentos,
sentimentos, idéias, sonhos, preocupações, planos, alvos e realizações, visando um
entendimento e um convívio satisfatório entre as pessoas. ”1
Num relacionamento a dois, é fundamental que haja comunicação. E
um dos objetivos fundamentais da boa comunicação é o comum acordo. A Bíblia já
expressava essa idéia há muitos anos, por meio do profeta Amós: “Andarão dois
juntos, se não houver entre eles acordo?” (AM 3:3).
Recentemente foi realizada uma pesquisa nos EUA por um grupo de
pioneiros que estudou a velha questão de identificar o que torna as pessoas felizes.
Talvez a resposta não seja exatamente o que você imagina. Não foi o sucesso, a
riqueza, as conquistas, a beleza ou outra coisa invejável que o mundo
aparentemente quer muito que apareceu no topo da lista. O grande vencedor foi: –
“Relacionamentos Íntimos. ”2 É disso que as pessoas precisam desesperadamente.
Há muitas pessoas casadas que vivem só, debaixo do mesmo teto.
Na boa comunicação, alguns propósitos elementares estão
embutidos:
1. Dar e receber informações.
Informar ao cônjuge é importante numa relação. Coisas acontecem no dia a dia de
um casal e é necessário que ambos estejam informados, pelo menos das coisas
básicas e importantes que ocorreram.
1
Apostila do MINEC (Ministério Encontro de Casais)e da ACP (Associação Cristã de Profissionais) – Adaptada
por Claudio.
2
David. C. Meyers, The Pursuit of Happiness (New York: Avon Books, 1992).
3
Les e Leslie Parrott, Relacionamentos (São Paulo: Editora Vida, 1999), 11. Citação de John Bowlby.
1
Para que esta lista? Porque, muitas vezes, queremos mudanças, mas
nem sequer sabemos o que queremos. Quando somos específicos no formular nossa
lista, podemos esperar resultados claros e definidos. As vezes, há muita reclamação
de ambos os lados, mas quando se pede para que sejamos específicos, não
sabemos o que realmente queremos que nosso cônjuge faça ou como ele seja. Essa
lista tem também o objetivo de levar o casal a uma conversa franca, honesta e
amorosa sobre as coisas que podem e devem ser consertadas em um
relacionamento.
Não mostre a lista ao seu cônjuge até que, hoje à noite, amanhã, ou
em um dia específico da semana que vem, reservado exclusivamente para isso, o
casal tenha liberdade para conversar sobre suas expectativas (não protele muito).
4
Malachy Mc Court, citado por Alex Witchel no “The New York Times” – Revista Seleções de Readers Digest,
seção “Entre Aspas”, (Janeiro de 1999), 119.
“falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com
hinos e cânticos espirituais,” (EF 5:19).
Se isto é um mandamento para toda a Igreja, deve ser vivido também dentro do
lar, especialmente entre os cônjuges.
e. Desviar o assunto.
“Responder antes de ouvir é estultícia e vergonha” (PV 18:13).
“Desvia de ti a falsidade da boca e afasta de ti a perversidade dos lábios” (PV 4:24).
Enquanto estamos escutando, que estejamos realmente ouvindo, pois do contrário a
comunicação será interrompida.
Muitas palavras, expressões sem pensar, com o objetivo de desviar o assunto ou
protelar uma conversa mais profunda, podem matar uma relação a dois lentamente.
f. Falta de confiança.
“Como dente quebrado e pé sem firmeza, assim é a confiança no desleal, no tempo
da angústia” (PV 25:19).
Quando um dos cônjuges deixa de ser sincero, pode se estabelecer a falta de
confiança. E onde isso acontece, instala-se um clima muito triste e a comunicação
deixa de ser franca e aberta.
g. Ansiedade ou preocupação excessiva.
“Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante
de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças” (FP
4:6).
Em um relacionamento a dois, a ansiedade e preocupação excessiva de um dos
cônjuges, afasta o outro de um relacionamento mais íntimo. Não é agradável estar
com uma pessoa que vive com ansiedade e preocupações. Se alguém se encontra
assim, deve procurar ajuda para solucionar o problema, mas não é possível conviver
com uma pessoa que sempre vive desse jeito. Isso mata qualquer relacionamento.
h. Uso indevido da língua.
“Tens visto um homem precipitado nas suas palavras? Maior esperança há para o
insensato do que para ele” (PV 29:20).
É muito importante cuidar com as palavras na comunicação, pois palavras, uma vez
ditas, não podem ser tomadas de volta. O estrago está feito, pois há uma grande
força nas palavras.
i. Mentira.
“Suave é ao homem o pão ganho por fraude, mas, depois, a sua boca se encherá de
pedrinhas de areia” (PV 20:17).
Em outras palavras, o texto está dizendo que todas as coisas que se consegue com
a mentira traz desgosto ao fim de tudo.
j. Ações, reações e atitudes erradas.
Entre estas devemos destacar a inveja, o orgulho, a ira, o ciúme e a malícia. Isso
deve ficar fora do relacionamento de um casal.
5
Artur da Távora, domínio público, Internet.
f. Procurar entender o que está sendo dito.
Ouvir não significa necessariamente estar interessado. Alguns homens, sabendo que
ouvir é importante, fazem um grande esforço e escutam suas mulheres falando.
Mas isso não quer dizer que realmente estejam entendendo o que está sendo dito. É
preciso de um esforço nesse sentido: ouvir com entendimento.
g. Pensar bem antes de responder.
“O homem se alegra em dar resposta adequada, e a palavra, a seu tempo, quão
boa é! ” (PV 15:23).
“O coração do justo medita o que há de responder, mas a boca dos perversos
transborda maldades” (PV 15:28).
h. Domínio próprio e mansidão.
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade,
bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (GL
5:22-23).
Isso significa que devemos sempre estar preparados para qualquer tipo de reação
de quem nos ouve.
i. Espírito perdoador.
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns
aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (EF 4:32).
j. Consideração e respeito.
“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada
um os outros superiores a si mesmo” (FP 2:3).
Essa consideração da importância de cada parte, se fosse observada, salvaria
muitos casamentos que estão à beira da ruína.
k. Guardar segredos.
“O mexeriqueiro descobre o segredo, mas o fiel de espírito o encobre” (PV 11:13).
Como é importante os cônjuges serem cúmplices um do outro! É maravilhoso ter
alguém como amigo e como companheiro a quem possamos contar todas as coisas,
sem temor, sem medo de ser traído.
l. Objetividade, clareza e precisão nas palavras.
“No muito falar não falta transgressão, mas o que modera os lábios é prudente. (PV
10:19).
“Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o
corpo. (PV 16:24).
“Porventura, não te escrevi excelentes coisas acerca de conselhos e conhecimentos,
para mostrar-te a certeza das palavras da verdade, a fim de que possas responder
claramente aos que te enviarem? (PV 22:20-21).
“Como beijo nos lábios, é a resposta com palavras retas” (PV 24:26).
m. Atitude correta.
Mais uma vez entra a questão da mansidão que devemos ter e a atitude de
reconhecimento. Se erramos, devemos estar prontos a pedir perdão. Se o cônjuge
está a ponto de contar uma coisa séria e profunda, é importante estar com o
coração preparado e a atitude correta para ouvir sem se escandalizar.
3. NÍVEIS DE COMUNICAÇÃO
É sempre importante lembrar que a comunicação pode ser Verbal e Não–Verbal.
Num relacionamento a dois, muitas vezes deixamos de compreender esse aspecto
em sua inteireza. Palavras, gestos, atitudes, sorrisos, cara fechada, tudo isso faz
parte de um relacionamento no dia–a–dia.
No processo de comunicação, geralmente há quatro níveis, sendo que o ultimo deles
é o ideal. No entanto, só se chega a este nível de comunicação praticamente
“perfeito” mediante uma decisão consciente e firme. As vezes, basta que um dos
cônjuges comece para que o outro seja positivamente contaminado.
Vejamos quais são os quatro níveis de comunicação.
a. Conversa superficial.
Embora deixe muito a desejar, as vezes é importante para que o casal comece a
entrar num processo de crescimento na área da comunicação. Quem nunca se
sentou para conversar, geralmente tem que começar por trivialidades.
b. Relatar detalhes sobre a experiência de outras pessoas.
Em outras palavras, isto é gastar tempo falando dos acontecimentos cotidianos, das
notícias dos jornais, do trabalho, dos colegas, das experiências de Fulano e de
Beltrano. É claro que a comunicação não pode parar nesse nível, mas eu me
arriscaria a dizer que é melhor esse tipo de conversa do que nenhuma. Só deve-se
tomar um cuidado para que esse tipo de comunicação não descambe para o nível da
fofoca.
c. Compartilhamento de idéias e opiniões pessoais.
Aqui já percebemos um grande avanço. Quando um dos cônjuges começa a falar
sobre suas idéias, seus sonhos, já existe um compartilhar a nível mais profundo e
mais amplo. É muito bom que ambos se conheçam e gostem de ouvir o que o outro
pensa. Quando a comunicação chega a este nível, o casal já está às portas de um
relacionamento maduro e durável, onde a bênção de Deus pode fluir.
d. Comunicação completa – Sentimentos e emoções entram na roda.
Este é o nível de comunicação desejado e esperado por todos. Não se fala apenas
sobre fatos, mas fala-se também sobre as impressões que temos diante de certas
coisas que acontecem ou são ditas. É a liberdade total de ser exatamente quem nós
somos, sem medo e sem receios,. É a oportunidade sempre existente de sermos
abertos, francos, transparentes e honestos um com o outro. É o respeito pelos
sentimentos um do outro, é o carinho por cada detalhe da vida do cônjuge. É a
preocupação amorosa em querer fazer sempre o bem para a pessoa amada, e não
apenas correr atrás dos interesses próprios.
4. COMO COMUNICAR
A maneira como falamos e o conteúdo de nossa fala devem ser observados com
cuidado. As vezes há liberdade para se falar tudo, mas a maneira como falamos
pode magoar, machucar e destruir. Jesus Cristo ensinou um princípio importante:
“Jesus, porém, disse: Também vós não entendeis ainda? Não compreendeis que
tudo o que entra pela boca desce para o ventre e, depois, é lançado em lugar
escuso? Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem”
(MT 15:16-18). Com isso aprendemos que palavras contaminam. Essa
contaminação pode ser positiva ou negativa. Com minhas palavras posso destruir,
mas, graças a Deus, posso também construir.
O conteúdo da comunicação deve ser sempre bem observado, pois liberdade na
comunicação não significa que temos o direito de usar nosso cônjuge como
descarga de toda espécie de palavras e vociferações.
CONCLUSÃO
6
Russell Norman Champlin, O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vl. 4, 1 e 2Co., Gl e Ef.
(São Paulo: Milenium Distribuidora Cultural Ltda., 1980), 612.
Gostaria de salientar quatro pontos básicos ao terminar este estudo
sobre a comunicação:
1. Uma boa comunicação exige que cada parte esteja submissa a Cristo Jesus.
“antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre
preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há
em vós,” (1PE 3:15).
Muitas pessoas querem resolver seus problemas sem a ajuda de Deus. Não
funciona! Não dá certo! Porque, se esperamos que a relação perfeita do casal vai
preencher nosso vazio, vamos lutar a vida toda e jamais conseguiremos nem uma
nem outra coisa: não conseguiremos a relação perfeita e não conseguiremos
preencher o nosso vazio. Somente Jesus Cristo pode encher nossa vida, e enquanto
não aprendermos a buscar nele a água para matar nossa sede, jamais seremos
dessedentados. “No último dia, o grande dia da festa, levantou-se Jesus e
exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba” (JO 7:37).
2. É preciso tomar a decisão de andar em comum acordo.
“Andarão dois juntos, se não houver entre eles acordo?” (AM 3:3).
Se não houver uma decisão clara de ambas as partes, tudo não passará de uma
teoria. No entanto, quando duas pessoas descobrem a verdade e decidem aplicar os
padrões aprendidos, a solução está a caminho. O relacionamento pode vir a ser
maravilhoso, estável, seguro e que transmite paz e alegria de viver a ambos.
3. É preciso haver humildade, arrependimento e perdão.
“Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de
misericórdia, de bondade, de humildade, de mansidão, de longanimidade. Suportai-
vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa
contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou, assim também perdoai vós;” (CL
3:12-13).
Procure ver onde você tem falhado, arrependa-se, confesse ao seu cônjuge e
comece de novo. Graças a Deus por sua infinita graça e misericórdia que perdoa os
pecados e que sempre dá uma nova chance. Assim, cada cônjuge deve também dar
uma nova chance ao outro.
4. Quanto mais perto de Deus, mais próximos um do outro.
D
E
Marido Esposa
Se apenas um dos dois busca a comunhão com Deus, a distância entre eles vai
permanecer a mesma, indefinidamente. Daí a importância de ambos buscarem a
Deus para uma vida plena e ajustada no casamento.
Para terminar, depois dessas explanações, reflita mais uma vez e preencha a ficha
abaixo: