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E X P E D I E N T E
EDITORES Adriano Gama
Elienai B. Batista
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ELIENAI
07
A CRIAÇÃO E O MINISTÉRIO DA
BATISTA MISERICÓRDIA
JIM
17
A RESTAURAÇÃO DO
WITTEVEEN DIACONATO NA ÉPOCA DA
REFORMA
A Revista e Site Diakonia surgiu para aju- esse maravilhoso ofício para a glória de Deus
dar na capacitação dos oficiais das igrejas de e para o benefício da igreja e nossa sociedade.
Cristo. Essa edição é dedicada especialmente
ao trabalho dos diáconos. O artigo “A Criação e o Ministério da Mi-
sericórdia”, do pastor Elienai B. Batista, con-
Apesar dos diáconos serem oficiais de duz-nos às raízes do ofício diaconal que estão
Cristo, que servem a Ele servindo a Sua Igre- arraigadas no Antigo Testamento. O pastor
ja, percebemos uma grande falta de conheci- Elienai introduz o assunto dizendo:
mento sobre esse honroso ofício estabelecido
por Cristo para a igreja no Novo Testamento. Ao entrar neste assunto, eu sei que o pró-
Esta ignorância tem gerado um certo despre- prio título do artigo e a ideia de falar do traba-
zo prático ao ofício de diácono, tem criado dis- lho diaconal a partir do Antigo Testamento,
torções que o transformam num tipo de ofi- parecerá estranho para muitas pessoas. Infe-
cial subalterno a outros oficiais; ou, tem feito lizmente este tema não é muito desenvolvido.
o diaconato ser o degrau inicial da escada da E aqui no Brasil, muito menos. Não conheço
hierarquia eclesiástica – na pior das práticas nenhuma obra em português que trate especi-
todas essas situações podem acontecer jun- ficamente sobre o ofício diaconal a partir de
tas. Além disso, é muito triste perceber que uma perspectiva reformada. E mesmo em in-
até em igrejas historicamente reformadas, os glês, os livros sobre o trabalho diaconal, geral-
diáconos servem apenas como coletores de mente começam tratando do assunto a par-
ofertas, porteiros, zeladores e guardadores de tir de Cristo, ou de Atos 6. Isso se dá, porque
estacionamento do prédio da igreja. o ofício tal como o conhecemos, geralmente
tem sua origem vinculada a Atos 6. ... Assim
A capacitação de diáconos começa com a sendo, podemos dizer que as raízes do minis-
instrução bíblica sobre a origem, a natureza, a tério da misericórdia, tal como foi desenvol-
esfera e o exercício do ofício diaconal na igre- vido no Novo Testamento, se encontram no
ja. Para servir a essa capacitação, oferecemos Antigo Testamento.
quatro artigos fundamentados em rico ensino
bíblico e histórico sobre o ofício de diácono e Começando de Gênesis 1, o artigo ins-
o ministério diaconal. Além dessa fundamen- trui como o trabalho de Deus na criação se re-
tação, os artigos estão cheios de instruções laciona e aponta para o ministério de miseri-
práticas de como os diáconos podem exercer córdia confiado aos diáconos. Pois, conforme
CRIAÇÃO
E O MINISTÉRIO DA
MISERICÓRDIA
Elienai B. Batista
Portanto, podemos dizer não só que A obra da criação tem como propósito a glória
Deus nos criou porque nos amou primeiro, de Deus
mas também podemos dizer que, tudo que
Ele criou revela esse Seu amor por nós. Até a Na epístola aos Romanos, depois de ter
ordem da criação aponta para o amor e a bon- ensinado sobre a miséria espiritual dos peca-
dade de Deus para conosco, como nos ensina dores e a maravilhosa salvação soberanamente
Calvino nas Institutas: providenciada por Deus, Paulo adora a Deus (Rm
11.32-36). Ele adora a Deus por sua sabedoria e
“Mas é preciso considerar diligente- conhecimento, e pela incompreensibilidade do
mente na própria ordem das coisas criadas Seu Ser e das suas obras (criação, providência,
o amor paternal de Deus para com o gêne- redenção). E então confessa: “Porque dele, e por
ro humano, visto que não criou Adão antes meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois,
que enchesse o mundo de toda abundância a glória eternamente. Amém!”
de coisas boas. Ora, se o houvesse colocado
em uma terra ainda então estéril e vazia, Todas as coisas criadas têm sua origem
se lhe houvesse dado vida antes da luz, te- em Deus. Deus criou do nada o céu e a terra
ria parecido interessar-se bem pouco por e tudo o que neles há. Tudo veio à existência
seu bem-estar. Ora, quando antes de criá- pela sua palavra poderosa. Uma implicação
-lo dispôs os movimentos do sol e dos astros disso é que tudo pertence a Ele (Sl 24.1).
para o uso humano, encheu de seres vivos
a terra, as águas, o ar, produziu fartura de Todas as coisas criadas são sustenta-
todos os frutos que fornecessem alimentos, das por Deus. Ele sustenta, governa e preser-
assumindo o cuidado de um chefe de famí- va a criação. A essa obra chamamos de Provi-
lia provido e zeloso, mostrou Deus sua mirí- dência. Uma implicação disso é que nada nos
fica bondade para conosco.” 12 acontece por acaso, mas tudo vem da mão pa-
ternal de Deus (q.v. Catecismo de Heidelberg,
Portanto, o sol, a lua, o mar, os animais, Dia do Senhor 10).
as flores, os frutos, os legumes, as hortaliças e
os cereais, enfim todas as coisas que Deus criou, Mas qual o propósito da criação? Para
são fruto de Seu amor imaginativo por nós. que fins foram criadas e são sustentadas todas
Quando estamos comendo uma fruta e experi- as coisas? A resposta é esta: para a glória de
mentamos de seu delicioso sabor, quando toma- Deus. Portanto, todas as coisas foram criadas
Isso quer dizer que devemos estender o Assim sendo, podemos dizer que to-
objetivo de glorificar a Deus a cada aspecto de das as dádivas da criação, são meios de Deus
nossa vida. Em cada coisa que desfrutamos, em expressar o seu amor e revelar a sua glória.
cada serviço que realizamos, em cada dádiva Como nos diz Joe Rigney:
que compartilhamos, devemos ser capazes de
dizer, como o salmista no Salmo 115.1: “A criação é a comunicação do Deus
trino. Deus amou tanto a plenitude trinitá-
“Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao ria que criou um mundo para comunicar
teu nome dá glória, por amor da tua miseri- essa plenitude ad extra, para além de si.” 14
córdia e da tua fidelidade.”
Como devemos responder a esta comuni-
O amor e a glória de Deus cação do amor e da glória de Deus? Amando e glori-
ficando a Deus. É assim que a pergunta e resposta
Ao falarmos que Deus nos amou e por de número um, do Breve Catecismo de Westmins-
isso nos criou, e que Deus nos criou para Sua ter, descreve o propósito de nossa vida:
própria glória, não estamos falando de coisas
diferentes, ou contradizentes. Mas falamos “Qual é o fim principal do homem? O
de um mesmo objetivo. Sobre isso, escreveu fim principal do homem é glorificar a Deus
Jonathan Edwards em sua obra “O fim para o e gozá-lo para sempre.” 15
qual Deus criou o mundo”:
Isso também se evidencia na resposta
“Ao buscar a sua glória, Deus busca o à pergunta de número 6 do Catecismo de Hei-
bem de suas criaturas, pois a emanação da delberg, já mencionada acima:
sua glória (a qual ele busca e na qual ele se
deleita, assim como se deleita na sua gló- “… Deus criou o homem bom e à Sua
ria eterna) implica excelência e felicidade imagem, isso é, em verdadeira justiça e san-
O resultado é este: Deus revela seu “Portanto, acolhei-vos uns aos outros,
amor e glória, Deus restaura a alegria do seu como também Cristo nos acolheu para a
povo, Deus é glorificado e ainda mais amado. glória de Deus.”
4
RYKEN, Philip Graham. São Paulo: 14
RIGNEY, Joe. As coisas da terra: esti-
Cultura Cristã, 2015, p. 30. mar a Deus ao desfrutar de suas obras. . Bra-
sília, DF: Editora Monergismo, 2017, p. 85.
5
SPROUL, R. C. Somos todos teólogos:
uma introdução à teologia sistemática. São 15
Para acessar ao conteúdo do Breve
José dos Campos, SP: Fiel, 2017, p. 133-134. Catecismo de Westminster, visite: http://ipb.
org.br/uploads/breve-catecismo.pdf
6
PLANTINGA, Cornelius Jr. O crente
no mundo de Deus: uma visão cristã da fé, da 16
Ibid. nota 11.
educação e da vida. São Paulo: Cultura Cristã,
2007, p. 36. 17
Ibid. nota 2
7
REEVES, Michael. Deleitando-se na O Pr. ELIENAI B. BATISTA é ministro da
trindade: uma introdução à fé cristã. Brasília, Palavra servindo como missionário da Igreja
DF: Editora Monergismo, 2014, p. 39. Reformada em Imbiribeira (Recife – PE) na
plantação de uma igreja em Paulista (PE), e
8
PLANTINGA, Cornelius Jr. Op. cit. p. 38. em um trabalho de cooperação com o CLIRE
(Centro de Literatura Reformada). Ele tam-
9
SIBBES, Richard. Works of Richard bém é um dos editores do site e da revista
Sibbes, vol. 6. Apud REEVES, Michael. De- Diakonia.
leitando-se na trindade: uma introdução à
fé cristã. Brasília, DF: Editora Monergismo,
2014, p. 57.
DIACONATO
NA ÉPOCA DA
REFORMA
Jim Witteveen
1. Uma visão geral da função dos diáconos prego, rupturas familiares, tristeza e solidão.
Logo, não é de se admirar que o trabalho dos
A. A nova Forma de Ordenação de Diáconos diáconos tenha recebido tanta atenção e tenha
sido enfatizado nos documentos da Igreja.
Não é com frequência que a Forma de
Ordenação de Diáconos é lida durante um cul- A necessidade de uma explanação bí-
to público. Uma ou talvez duas vezes por ano blica mais esclarecedora sobre a origem do
a congregação a ouve. Portanto, uma breve ofício e uma descrição mais detalhada da fun-
análise da Forma no início desta conferência ção do diácono constituíram as razões para a
pode beneficiar-nos de muitas maneiras. Ana- nova Forma. E ela foi bem-sucedida em am-
lisá-la pode nos fazer lembrar da vocação e do bos os propósitos.
voto do diácono, pode nos ajudar a obter uma
perspectiva do tema, e, uma vez que recente- B. A nova Forma - um Estudo2
mente foi revisada, pode trazer à nossa mente
o fundamento bíblico para este ofício1. Podemos detectar imediatamente as
diferenças entre a antiga e a nova Forma ao
A nova Forma, adotada pelo Sínodo Ge- olharmos os textos bíblicos de referência.
ral das igrejas-irmãs no Canadá em 1983, é se- Por exemplo, ao invés de ir diretamente para
melhante à que foi adotada por nossas igrejas o Novo Testamento como na antiga Forma –
irmãs da Holanda em 1975. A antiga Forma, como também na nova versão holandesa –,
datada de 1586, foi fortemente influenciada esta nova Forma remonta ao Antigo Testa-
pelos pensamentos de João de Lasco, superin- mento, às raízes do papel do diácono. O Anti-
tendente dos protestantes em Londres. Estes go Testamento transborda com a preocupação
protestantes estrangeiros eram refugiados e, divina pelos pobres, os oprimidos, as viúvas,
como tal, sofriam de falta de moradia, desem- os órfãos e os estrangeiros. Por meio de Moi-
Além disso, os diáconos pedem muitos Aqueles que estão em perigo ou estão
detalhes daqueles que deverão receber ajuda. aflitos muitas vezes se sentem vulneráveis.
Estas informações pessoais e privadas devem As tensões, os medos, as tristezas e as ansie-
ser mantidas em sigilo. Eu sugiro que nin- dades deixam esses cristãos expostos a má-
guém (nem mesmo a esposa do diácono), ex- goas. O só pensar em uma visita diaconal já é
ceto um outro diácono deveria compartilhar suficiente para deixar uma pessoa apreensiva
desta informação. A quebra de confiança que e nervosa. O diácono deve ter isso em men-
uma pessoa tem em um diácono pode provo- te quando faz visita. Uma maneira de supe-
car um sofrimento incalculável. Tenho cer- rar isso é se comportar com naturalidade e
teza de que todos nós já ouvimos pesarosas ser humilde. Enxergue os necessitados como
histórias de e sobre pessoas que não querem companheiros pecadores redimidos pela gra-
nem saber de diáconos por terem experimen- ça. Deixe claro para eles que todos nós poderí-
tado essa quebra de confiança. Os membros amos nos encontrar em situação semelhante
da igreja devem ser capazes de contar aos diá- e que fomos chamados a “carregar as cargas
conos todos os seus problemas sem sentirem uns dos outros”.
medo de serem expostos.
Em alguns casos, os diáconos precisam
Os diáconos, no entanto, não devem ser corrigir falhas, repreender hábitos pecamino-
chantageados a manter silêncio sobre pecados sos, insistir em padrões de vida piedosos e in-
não confessados e não resolvidos. Pecados de- culcar novas práticas. Isto significa conversão,
vem ser tratados, e a ajuda do ministro e dos o lançar fora a velha natureza e o revestir-se
presbíteros deve ser buscada. É preciso enten- da nova natureza em Cristo. Como pecadores,
der que, em tais casos, qualquer voto de sigilo nós não aceitamos tais advertências, mas as
está condicionado a este ponto importante. resistimos. Isto poderá ser um problema para
os diáconos. Para ajudar um membro neste
A confidencialidade também deve ser caso, os diáconos precisam de compreensão,
observada quando os diáconos se reportam compaixão e firmeza.
I. Oração A. Objetivo
Até agora pouco foi dito sobre os pró- Da mesma forma que diferenciamos as
prios diáconos. Onde eles encontrarão todos os visitas domiciliares regulares das visitas es-
recursos necessários? Não oferecemos treina- peciais feitas pelos presbíteros, podemos dis-
mento formal para os diáconos, embora a Bíblia tinguir as visitas diaconais gerais das visitas
diga que os diáconos devem ser avaliados antes especiais. No entanto, as visitas gerais, pelo
de serem indicados (1 Tm 3.10). Então, se apro- fato de não serem comuns entre nós, necessi-
vados, eles podem ser nomeados. Paulo está tam de maior esclarecimento.
aparentemente prevendo alguma forma de trei-
namento, um tipo de estágio que combine ins- Começaremos citando a Forma para
trução bíblica com experiência prática. Nossos Ordenação: “É responsabilidade dos diáconos
diáconos recebem esta instrução apenas quan- zelar pelo bom progresso do serviço de caridade
do já se tornaram oficiais! Como igrejas Refor- na Igreja. Eles devem conhecer pessoalmente as
madas, devemos considerar se cumprimos as necessidades e dificuldades que existem, exor-
Escrituras a este respeito. Deveria haver uma tar os membros do corpo de Cristo a mostrarem
reforma contínua no treinamento preparatório caridade aos irmãos.”
que oferecemos aos diáconos e exigimos deles.3
Isto, em poucas palavras, afirma o pro-
Como, então, os diáconos encontram pósito das visitas gerais (domiciliares) dos
os recursos necessários para suas tarefas? Nas diáconos.
igrejas reformadas isso vem do treinamento ge-
ral nas Escrituras em casa, nos seminários, na B. Formato e duração
catequese, nos grupos de estudo bíblico e por
meio de atividades relacionadas à igreja. Tudo A visita pode ser conduzida por um ou
isso é indispensável, mas é suficiente? Como a dois diáconos. Se feita por um diácono, a vi-
g) Quanto tempo deve durar as visitas ge- 2 A forma litúrgica para a ordenação de di-
rais? Duas ou três visitas por noite não é muita áconos usada pelas Igrejas Reformadas do Brasil
pode ser encontrada em: http://www.igrejasrefor-
ambição?
madasdobrasil.org/culto/forma-para-ordenacao-de-
-presbiteros-e-diaconos
A primeira visita feita a uma famí-
lia levará mais tempo do que uma visita de 3 É aconselhável, principalmente na plan-
acompanhamento. Ademais, se problemas tação de uma igreja, oferecer alguma instrução aos
surgirem, a visita será mais longa e/ou será homens da igreja sobre o trabalho diaconal, antes
necessário outra visita. Uma visita bem or- da eleição e ordenação.
ganizada não precisa demorar muito. Al-
4 Os editores acreditam que no Brasil é reco-
gum trabalho de preparação deve ser fei-
mendável que seja feita uma visita diaconal por ano.
to com os membros, pois eles precisam se
acostumar com essas visitas. Os diáconos Tradução: Ester Santos.
terão de explicar estas visitas à congrega- Revisão: Arielle de Eça.
ção, talvez em uma reunião congregacional.
Algumas informações no boletim da igreja
também ajudarão. Assim sendo, as visitas O Pr. WIETSE HUIZINGA é ministro
não durarão mais do que uma hora, se os da Palavra das Igrejas Reformadas Livres na
diáconos liderarem a discussão e não per- Austrália (Emeritus).
mitirem que a visita se torne infrutífera por
causa de pequenas conversas.
VISITAS
DIACONAIS
ANUAIS
Julius VanSpronsen
A. O diácono como bombeiro e/ou treinador lidade dos diáconos vai além do trabalho de
reagir às emergências, pois, também devem
Todos os diáconos reformados con- “exortar os membros do corpo de Cristo a mos-
fessam que a igreja verdadeira precisa de di- trarem caridade aos irmãos”, e “promover, por
áconos “para que os pobres e todos os aflitos palavras e atos, a união e comunhão no Espírito
sejam socorridos e consolados segundo as suas Santo, que a congregação desfruta na Mesa do
necessidades” (Artigo 30, Confissão Belga).1 Senhor” (Forma para Ordenação de Diáconos).
Para cumprir esta responsabilidade, os diáco- O Regimento das Igrejas Reformadas do Brasil
nos visitam quando há uma emergência, um explica de forma ainda mais explícita. Confor-
pedido de um membro necessitado ou uma me este artigo, entre os deveres dos diáconos,
recomendação de um presbítero. Em muitos está o de “conhecer pessoalmente, através de vi-
casos, os diáconos são como bombeiros, que sitas, as necessidades e dificuldades que existem
adotam uma estratégia de reação segundo ne- na congregação e exortar os membros do corpo
cessidade. A diferença é que bombeiros não de Cristo a demonstrarem misericórdia”.
fazem uma escala de visitação anual, até por-
que não faz sentido jogar água numa casa que O dever de responder às necessida-
não está em chamas. des, pedidos e emergências é uma parte do
que significa fazer visitas regulares a todos
Mas, será que os diáconos “bombeiros” os membros na congregação. O diácono re-
são fiéis ao seu mandato e aos seus votos de formado é mais do que “um bombeiro finan-
ordenação? A resposta para diáconos que são ceiro” que joga dinheiro às emergências e,
membros das Igrejas Reformadas encontra-se por esta razão, muitas Igrejas Reformadas
tanto na Forma para Ordenação de Diáconos adotaram a prática de visitas diaconais anu-
quanto no seu Regimento (Artigo 17). Estes ais. O objetivo destas visitas é semelhante ao
dois documentos explicam que a responsabi- trabalho de um treinador de esportes, que