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DIRETRIZES
PAR A O ÊXITO
Salvador
4. ed. – 2016
Impresso no Brasil
Presita en Brazilo
E
m face dos muitos conflitos que tomam conta da criatu-
ra humana, que parece divorciada dos princípios ético-
-morais e das propostas libertadoras da ignorância e da
estultice, comprazendo-se na desordem e no exacerbado prazer
dos sentidos, não podemos ignorar a necessidade de recordar-
-lhe algumas diretrizes para o seu êxito real no desiderato da
reencarnação.
Confundindo gozo com felicidade, numa alucinada cor-
reria para o excesso de toda ordem, incluindo o desbordamento
das paixões, sucumbe, sem dar-se conta, ao peso das aflições
com que se sobrecarrega, anestesiando a consciência para não
pensar e anulando o sentimento na vã proeza de passar incólu-
me diante do sofrimento.
O desconcertante culto ao corpo e ao endeusamento pes-
soal tem arrastado multidões inexperientes aos transtornos psi-
cológicos de natureza grave, bem como a enfermidades perver-
sas resultantes do mau uso da organização somática.
Infecções cruentas alastram-se ameaçadoras e processos
degenerativos aumentam vertiginosamente, como resultado da
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A PEDAGOGIA DE JESUS
R
enovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos
pedagógicos, em razão da conquista do conheci-
mento nas suas diferentes áreas.
Nos últimos anos, a valiosa contribuição da Psicolo-
gia infantil abriu espaços para mais profundo e claro enten-
dimento em torno das possibilidades de aprendizagem da
criança, ensejando novas técnicas para a educação.
Merecem especial destaque o Relatório Jacques De-
lors, encomendado pela UNESCO, que trata dos quatro
pilares de uma educação para o século XXI e, posteriormen-
te, a proposta do eminente educador francês Edgar Morin,
através dos expressivos sete saberes necessários à educação do
futuro.
Estruturada a técnica dos quatro pilares no autoco-
nhecimento do aprendiz e nas lições que se lhe fazem mi-
nistradas, esses pilares são programas propostos da seguinte
forma: Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a
conviver, Aprender a ser.
Em uma análise cuidadosa, descobre-se que esses va-
lores encontram-se na pedagogia de Jesus, porquanto a Sua
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CAMPEÕES
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m todas as épocas da Humanidade, o desafio para
alcançar o máximo em qualquer área de atividade
constituiu motivação para o feliz desempenho do ser
na luta do cotidiano.
Aureolaram-se com gloriosas coroas de louros e de
ouro os heróis das guerras e os gladiadores após as matanças
hediondas.
Homens e mulheres celebrizaram-se pela beleza física
e pela harmonia dos traços, deslumbrando os seus contem-
porâneos que os homenagearam até uma quase adoração.
Artistas e estetas assinalaram períodos mediante as
obras que os imortalizaram, tornando-se ases que inspiraram
amor e inveja, destaque na comunidade e ciúmes doentios.
Nos jogos e desportos, desde os olímpicos iniciados
em 776 a.C., e que ainda comovem o mundo, os campeões,
os vencedores, têm sido exaltados e glorificados, usando o
pódio do triunfo, sensibilizando as criaturas de todos os ní-
veis culturais e sociais.
Todos eles, heróis, invulneráveis e vitoriosos, esti-
mularam os seus coevos, servindo-lhes de modelo e arran-
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SUBLIME AÇÃO
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essoas há, imensamente generosas, que são tocadas
de compaixão ante as necessidades do seu próximo e
distendem-lhe mãos amigas de socorro e de amizade.
Repartem o pão, mesmo quando escasso, distri-
buem calor fraterno aos enregelados no abandono, brin-
dam palavras gentis aos esfaimados de orientação.
Corteses e joviais, possuem verdadeiras fortunas de
generosidade, desempenhando o seu papel de cidadania em
alto clima de solidariedade.
Enquanto se encontram em posição de relevo, não se
ensoberbecem e procuram auxiliar todos aqueles que lhes bus-
cam apoio e necessitam do crescimento espiritual.
Esses homens e mulheres bem-intencionados contri-
buem em favor da sociedade que dignificam, mediante os
bons exemplos de honradez, fomentando o progresso do
grupo em que se encontram com os olhos postos no futuro
da Humanidade.
Não importa se abraçam ou não qualquer Religião.
Agem espontaneamente em decorrência dos sentimentos
bons que lhes exornam o caráter.
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NA CONTR AMÃO
DA HISTÓRIA
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cristão-espírita sincero, perfeitamente entrosado
nas lições do pensamento de Jesus, não deixa de
ser alguém portador de conduta esdrúxula, tendo-
-se em vista os padrões vigentes na sociedade.
Predominando a ambição desmedida, o suborno e
a astúcia, tendo destaque o campeonato da insensatez e o
arbítrio da desonestidade, adquirindo cidadania o desleixo
moral seguido da vulgaridade dos sentimentos e a vilania do
sexo, ampliados pelo abuso das drogas químicas e da osten-
tação, sentem-se triunfadores aqueles que se destacam na
comunidade, pouco lhes importando quais os recursos uti-
lizados e o preço pago para alcançarem o pódio em que se
demoram por pouco tempo.
A ética moral cediça abre espaços à acomodação da
consciência aos ditames da perversidade e do crime, cuidan-
do, cada um, de preservar a própria existência física, sem o
mínimo de respeito e de compaixão pelo seu próximo, que
se aturde no vendaval do abandono ou vai consumido pela
miséria social em que esbraveja.
O comportamento convencional estabeleceu que aos
amigos, aos afetos se devem oferecer todos os bens, enquan-
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PACIFISMO
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ercúleo desafio é aquele que induz o ser humano à
conquista da paz.
Esse empenho e futuro logro resultam de uma de-
cisão consciente estruturada nos interesses superiores do Es-
pírito, que busca a integração com a Consciência Cósmica,
no afã de se autossuperar.
Defluente da vitória sobre as más inclinações, que são
substituídas pelos valores ético-morais, esse trabalho de re-
novação da conduta exige dedicação incessante, de modo
que uma nova natureza se lhe aposse, modelando-lhe as as-
pirações e o comportamento.
A realização da paz íntima dá-se mediante o exercício
de ações dinâmicas e lúcidas que trabalham as tendências
violentas, transformando-as na sua constituição e operando
novos condicionamentos, que o induzem a incessante labor
de renovação para melhor, sem cansaço nem desesperação.
A pessoa que se esforça para se tornar pacífica tem
pela frente muitas lutas e refregas, considerando-se o atual
estágio que a Humanidade atravessa, caracterizado pela vio-
lência, pela agressividade e pelas paixões dissolventes que
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MEDO E
AUTOCONFIANÇA
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odem-se relacionar seis tipos básicos de medo, que assal-
tam a criatura humana durante a finitude da sua exis-
tência corporal: o medo da morte, da velhice, da doen-
ça, da pobreza, da crítica e da perda de um afeto profundo.
Todos eles decorrem da insegurança pessoal remanes-
cente dos conflitos originados em comportamentos infelizes
que deram lugar a transtornos de significado especial.
Não compreendendo a vida como uma realidade
constituída por etapas delineadas com firmeza no corpo so-
mático e fora dele, o indivíduo vê na conjuntura material a
única realidade, sem a qual tudo é desconhecido ou impos-
sível de existir.
O seu empenho para manter-se em paz não é sufi-
ciente para estabelecê-la, antes deixando-se consumir por
incertezas que devia trabalhar mediante a reflexão, o estudo
e a oração, a fim de as converter em autoconfiança, em har-
monia pessoal.
Experienciando as sensações com imenso agrado, as
emoções que o visitam ainda são decorrentes dos prazeres a
que se entrega, qual fosse a existência um banquete sem fim.
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EMBRIOGÊNESE
ESPIRITUAL
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Terra – abençoada escola de provas e de expiações
– encontra-se ainda situada na categoria de mundo
inferior, porque os Espíritos que a habitam ainda
permanecem em faixas primitivas do processo evolutivo.
Neles predomina, por enquanto, a ignorância das Leis
de Deus, desenvolvendo no seu íntimo as paixões servis,
como a violência, a agressividade, o egoísmo, o ódio, o res-
sentimento, o ciúme, a luxúria, a prepotência, o orgulho e
todo um séquito de hediondos facínoras morais, que lhes go-
vernam a natureza, demonstrando o primarismo espiritual
em que ainda se encontram no trânsito pelo orbe terrestre.
Como decorrência dessa injunção lamentável, as for-
mas, embora venham adquirindo relativa harmonia, se as
compararmos ao primatas homini, encontram-se muito dis-
tantes do biótipo de beleza a que estão fadadas.
Possuindo o planeta os elementos essenciais para a
formação dos seres vivos, especialmente os humanos, nessas
moléculas foram modeladas as necessidades propiciatórias
para o progresso intelecto-moral que os aguarda.
Na singeleza das suas primeiras experiências, quando
se destacavam os instintos em detrimento da inteligência e
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VISITAR OS ENFERMOS
A
vida moderna exaustiva e, às vezes, extravagante,
por necessidades reais e imaginárias, toma as horas
físicas e mentais dos seres humanos, sobrecarregan-
do-os de preocupações que os estressam. Em consequência,
os distúrbios de comportamento aumentam a sua estatísti-
ca tormentosa, demonstrando que as grandes conquistas de
fora não conseguiram harmonizar a criatura interior.
A desenfreada ansiedade e a incessante busca pela
posse de artefatos e de coisas para preencher o vazio exis-
tencial, de forma alguma lograram plenificar aquele que se
afadiga pelo conseguir.
Aplicando todo o tempo disponível na realização des-
se objetivo que parece básico para uma existência feliz, em-
penha-se cada vez mais, não se dando conta de outros valo-
res que permanecem aguardando a sua atenção e interesse.
Dessa forma, após conseguirem aquela meta inicial,
perdem o encanto todos aqueles que assim procediam,
transferindo para as coisas o tormento íntimo, continuando
tão frustrados quanto antes, por constatar a falta de sentido
e de significação de que aparentemente se revestem.
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INTEGRIDADE
A
integridade moral do ser humano é um compromisso
que deve ser mantido em relação à vida, por meio do
qual se haurem valores que enriquecem, predispondo
para a plenitude.
A vulgarização dos sentimentos, que decorre da mas-
sificação devoradora dos ideais e da individualidade, res-
ponde pela paulatina perda dos requisitos que constituem a
integridade moral.
A artificial necessidade de conseguir-se o triunfo a
qualquer preço tem conduzido os seus aficionados à perda
do significado primordial da existência, que é a sua espiri-
tualização, ora colocada em plano secundário ou mesmo
nem sequer pensada, desde que os interesses imediatos, fi-
xados no prazer e no desfrutar, rejeitam os demais valores,
anteriormente cultivados com respeito e sacrifício.
Certamente, a revolução industrial e tecnológica alte-
rou o comportamento dos indivíduos em relação a concei-
tos castradores predominantes no passado, mais preocupa-
dos com a aparência do que com a realidade.
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CONQUISTA DA
SABEDORIA
A
sabedoria é bênção que não chega total e completa
para ninguém.
No transcurso das diversas existências, cada Espírito
desenvolve a escala de valores morais que lhe cumpre aten-
der, harmonizando o conhecimento com o sentimento, o
intelecto com a emoção, a razão com a bondade.
Trata-se de um empreendimento de longo e demora-
do curso, que se origina interiormente e se expande preen-
chendo os espaços mentais e emocionais do ser.
Ninguém é o que aparenta.
A sabedoria encontra-se em germe em todos os indi-
víduos, aguardando os fatores que lhe propiciem a exterio-
rização das possibilidades latentes, que se transformarão em
atitudes e comportamentos superiores.
Semelhante a uma semente, é invisível o seu fanal,
que o tempo desvela e permite agigantar-se, alcançando a
finalidade essencial.
Quem contemple uma semente, jamais poderá perce-
ber o milagre que oculta. Ninguém vê o vegetal em que se
transformará, as flores que espocarão perfumadas, os frutos
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HERÓIS ANÔNIMOS
O
s gestos audaciosos em defesa da vida, os testemunhos
eloquentes de exaltação do bem, as atividades
grandiosas em favor da sociedade, os incomparáveis
sentimentos de solidariedade, os sacrifícios incomuns
pelas causas do dever e da honra, as renúncias profundas
objetivando resultados felizes para os outros, os movimentos
socorristas que amparam os sofredores, as ações de doação
superlativa salvando acidentados, todos constituem valores
que santificam os heróis.
Pessoas forradas de sentimentos elevados esquecem-
-se de si mesmas e atraem a atenção da comunidade, de-
dicando-se à fraternidade, às realizações dignificadoras de
promoção moral e social de outras criaturas, tornando-se
heroínas que elevam os níveis espirituais da Humanidade.
O herói, após reconhecido e homenageado pelo aplau-
so e pelas honrarias oficiais, públicas ou particulares, deixa
sinais do seu exemplo que pode estimular outros mais tí-
midos a assumirem os valores que lhes exornam o Espírito,
a serviço dos ideais dignificantes que um dia constituirão
fenômeno natural no comportamento geral.
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OUVIR COM O
COR AÇÃO
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lém da faculdade de escutar-se com os ouvidos, pode-
-se fazê-lo também com a mente, com a emoção,
com interesse, com malícia, com descaso, com
ressentimento, com alegria, com o coração...
A arte de ouvir é muito complexa.
Normalmente se ouvem as informações pensando-se
em outras questões que predominam, desviando a atenção
e impedindo que se fixem as impressões daquilo que se in-
forma.
Algumas vezes, ouvem-se as narrativas que são apre-
sentadas com estados de espírito crítico e perdem-se os me-
lhores conteúdos, porque não estão de acordo com o pensa-
mento e a conduta de quem escuta.
Em diversas oportunidades, ouvem-se as pessoas com
indiferença, pensando-se nos próprios problemas e inquie-
tações, distantes do sofrimento alheio, por considerar-se
muito grande o próprio.
É comum ouvir-se por obrigação social ou circuns-
tancial, estando-se noutro lugar e situação mental, embora
fisicamente ao lado.
As criaturas humanas convivem umas com as outras,
mantendo-se sempre estranhas, não conseguindo sair do
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TÉDIO
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SUICÍDIO MOR AL
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ários são os mecanismos que desencadeiam o
autocídio.
Multiplicam-se desde aqueles de natureza moral
aos terríveis sofrimentos que defluem de enfermidades dege-
nerativas e dolorosas, passando pelos dramas existenciais e
torpezas do comportamento, aflições econômicas e sociais...
Entre outros, os transtornos psicológicos em forma de de-
pressão respondem por altas cifras de desencarnações pelo
suicídio.
Há, no entanto, uma forma insidiosa e traiçoeira de
autodestruição do corpo somático, que não passa de instru-
mento indireto para atingir o mesmo fim.
Esse cruel adversário da vida é o cultivo de ideias mór-
bidas e perturbadoras, que se instalam como pessimismo
ou culpa, desestruturando o ser nos seus objetivos elevados.
Inicialmente surgem como pensamentos infelizes, que
prosseguem fixando-se e alienando o indivíduo que foge ao
convívio saudável com outras pessoas, transformando-se
em conflitos destrutivos que terminam de maneira penosa,
injustificável.
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INFORTÚNIOS
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ser humano, enquanto reencarnado na Terra, da
vida somente possui um conhecimento limitado, o
que o impede de compreender em profundidade os
múltiplos acontecimentos que dizem respeito à sua existência.
Por isso, louva as alegrias e aguarda-as freneticamen-
te, sempre ambicionando mais, em detrimento da tristeza,
dos desafios, que prefere postergar, sem dar-se conta do sig-
nificado das primeiras e das responsabilidades que dizem
respeito aos outros.
Considera como bênção a ausência de problemas e de
preocupações, transitando por caminhos repletos de flores
perfumadas, sem maiores responsabilidades nem compro-
missos com a própria edificação. Logo lhe sucede algo dife-
rente, que o predispõe a reflexões mais profundas, e consi-
dera que se encontra no pórtico das aflições, que preferiria
não vivenciar.
Quando se depara com dificuldades na execução de
qualquer plano ou realização de algum programa existen-
cial ou iluminativo, tem a impressão de que os bons fados o
abandonaram, deixando-o à própria sorte.
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TORMENTOS
EVITÁVEIS
É
comum dizer-se que, na Terra, tudo são tormentos,
que a sociedade encontra-se perdida e que os valores
éticos desapareceram.
Informa-se mais, que o progresso científico-tecnológi-
co somente trouxe aflições, não havendo diminuído as do-
res nem as necessidades dos sentimentos humanos.
Exagera-se, esclarecendo-se que tudo está pior e a paz
se encontra com possibilidades remotas, senão impossíveis
de um dia reinar entre as criaturas terrenas.
Certamente, são reflexões fundamentadas no pessi-
mismo, na revolta ou no desencanto daqueles que da vida
somente aspiram ao prazer e às sensações imediatas em que
se comprazem, não tendo, a respeito da realidade, ideia exa-
ta formulada, o que lhes dificulta o entendimento dos me-
canismos existenciais.
Sem qualquer dúvida, a Terra ainda não é o paraíso,
nem poderia sê-lo, porque os seres humanos que a habitam
ainda são atrasados na sua quase totalidade, transitando do
instinto para a razão, diante de poucos que se encontram
em estágio menos penoso, já avançando da razão para a
intuição.
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AS MÁS INCLINAÇÕES
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ssa tendência perturbadora para fazer-se o que se
não deve em detrimento daquilo que é correto e
ideal, remanesce na criatura humana como efeito das
experiências primevas do processo da evolução.
As reações intempestivas que irrompem com violência
no ser, quando contrariado, gerando desequilíbrio e deixan-
do rastros de desespero, têm origem no instinto de conser-
vação que ainda predomina em a natureza humana.
A propensão para o mal que não se deseja praticar e,
muitas vezes, sobrepuja no comportamento, sendo respon-
sável por lamentáveis consequências que poderiam ser evi-
tadas, procede dos impulsos automáticos que permanecem,
não sendo racionalizados pelo Espírito.
Essa natureza animal, que prevalece durante o minis-
tério da reencarnação, é característica das necessidades do
desenvolvimento das potencialidades espirituais que se ex-
perienciam, ao longo da evolução, trabalhando os mecanis-
mos que as libertam, assim facultando-lhes o desabrochar.
Desse modo, o crescimento moral se realiza mediante
etapas sucessivas que proporcionam a superação dos diver-
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aprovo; pois o que quero, isso não faço, mas o que aborreço, isso
eu faço.
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CONSCIÊNCIA ALERTA
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nquanto envolto pela neblina carnal, o espírita transita,
no mundo, cambaleante e inseguro.
Quando iluminado interiormente pela fé religiosa,
consegue diluir a névoa que lhe tolda o raciocínio e dá-se
conta, lúcido, das responsabilidades morais que lhe dizem
respeito, resolvendo-se por vencer os impedimentos à supe-
ração das paixões perturbadoras com afinco e integração no
programa que lhe diz respeito.
Nesse afã, ressumam-lhe do passado os atavismos ne-
gativos e as vinculações infelizes que o retêm na retaguarda,
desencadeando-lhe conflitos inumeráveis, que devem ser
trabalhados com segurança.
Os impulsos e as manifestações primevas agridem-no,
levando-o a reações de beligerância e mal-estar que o esgotam.
As suas disposições para o equilíbrio e as realizações
de benemerência sofrem os camartelos dos hábitos ances-
trais e, sem resistências morais bem-equipadas de amor e de
perseverança, recalcitra e tomba nos velhos hábitos que se
repetem, ameaçando-lhe a integridade de propósitos.
Ao empreender atividades promissoras, porque nem
sempre encontra receptividade para os seus planos e proje-
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TENACIDADE
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e pretendes realizar algo meritório, que te promova in-
teriormente, ao mesmo tempo auxiliando-te no cresci-
mento social e humano, jamais esqueças da tenacidade
com que deves lutar, a fim de que não abandones a tarefa a
meio caminho.
Todo investimento de luz enfrenta a densidade da
sombra e da ignorância em predomínio.
Anelando por um mundo melhor e mais feliz, no qual
o sofrimento bata em retirada e os valores ético-morais do
Espírito predominem, serás surpreendido por empecilhos e
desafios que te não podem atemorizar.
Iniciada a trajetória, a perseverança deve acompanhar
os teus esforços, ensejando-te renovação de entusiasmo e
alegria contínua, mesmo quando os céus se te apresentem
plúmbeos em face das nuvens borrascosas.
É natural que assim ocorra, porquanto o inusual cha-
ma a atenção e experimenta reproche, especialmente quan-
do em se tratando de realização enobrecedora.
O solo não trabalhado, quando em preparo para a se-
menteira, é sempre mais áspero do que aquele que foi arado.
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ADVERSÁRIOS
PERIGOSOS
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xistem, sim, em número expressivo, interessados em
perturbar a marcha das criaturas humanas.
Nenhuma dúvida sobre esta questão.
Pululam, ao lado dos homens e das mulheres, como
nuvem que os acompanha, conforme observou o apóstolo
Paulo.
Atraídos pelas imperfeições humanas, imantam-se
àqueles com os quais sintonizam, realizando um terrível co-
mércio espiritual.
Tenazes e perigosos, espreitam, na situação em que
se encontram, as suas futuras vítimas, e logo dispõem de
possibilidade cercam-nas, envolvendo-as em pensamentos
perturbadores com tal insistência que as desarmonizam.
Outras vezes, sitiam-lhes as emoções, descarregando
energias deletérias que terminam por descontrolar os cen-
tros do equilíbrio, levando-as a transtornos depressivos, do
pânico, obsessivos-compulsivos.
Invadem o campo da vontade daqueles que se per-
mitem sofrer-lhes o assédio, empurrando-os para situações
calamitosas, nas quais se comprazem.
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A RESISTÊNCIA
DO IDEALISMO
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IMPREGNAÇÃO
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e tal maneira predominam o pessimismo e a ma-
ledicência, a ira malcontida e o ódio contra as pes-
soas, os ideais e as instituições que, não raro, uma
psicosfera pestífera envolve os indivíduos particularmente e
os grupos em geral, impregnando-os de desconfiança e re-
volta.
Os milênios, que têm varrido a Terra oferecendo ad-
miráveis realizações humanas, não conseguiram alterar a
conduta atávica de centenas de milhões de Espíritos, man-
tendo-os resistentes ao engrandecimento moral e ao cresci-
mento íntimo, de forma que contribuam em favor da fra-
ternidade real.
Predomina em a natureza do indivíduo a habilidade
para a intriga, para a competição infeliz, para a censura per-
tinaz, para o reproche contínuo...
Enquanto alguns poucos se afadigam nas atividades
relevantes, um número maior se detém a apontar erros e a
descobrir falhas morais, de forma que diminuam ou anu-
lem os efeitos saudáveis decorrentes do bem.
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RELACIONAMENTOS
CONFLITUOSOS
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ntre os grandes desafios sociais destaca-se o dos
relacionamentos entre os indivíduos.
Essencial para uma existência harmônica, a maneira
de conviver com o próximo define os rumos saudáveis para
a execução das atividades que devem ser desenvolvidas du-
rante a jornada terrestre.
A forma gentil de comunicar-se propicia um agradá-
vel clima de alegria e de bem-estar, tornando-se cada vez
mais aprazível, a fim de que o êxito se instale nos empreen-
dimentos encetados.
Uma pessoa de temperamento irascível, instável e
agressivo, sempre defrontará dificuldades para conseguir
amizades duradouras, portadoras de enriquecimento emo-
cional e espiritual, porquanto as mudanças de conduta ge-
rarão reações inamistosas naqueles com os quais convive.
Não poucas vezes, o indivíduo conquista outrem,
utilizando-se da afabilidade e da gentileza, sem estrutura
emocional para preservar a simpatia ou a afetividade desen-
cadeada.
Assumindo posturas hostis, irrita-se pela menor ocor-
rência, ou dominado por constante mau humor, engendra
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ESPER ANÇA
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AFETIVIDADE
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efluente da Lei Natural da vida, a afetividade
é sentimento inato ao ser humano em todos os
estádios do seu processo evolutivo.
Esse conjunto de fenômenos psicológicos expressa-se
de maneira variada como alegria ou dor, bem-estar ou afli-
ção, expectativa ou paz, ternura ou compaixão, gratidão ou
sofrimento...
Embora no bruto se manifeste com a predominância
da posse do instinto, aprimora-se, à medida que a criatura
alcança os patamares mais elevados da razão, do discerni-
mento e do amor.
Mesmo entre os animais denominados inferiores, vige
a afetividade em formas primárias que se ampliarão através
do tempo, traduzindo-se em apego, fidelidade, entendimen-
to, como automatismos que se fixaram por meio da educa-
ção e da disciplina.
Não obstante os limites impostos pelos equipamen-
tos cerebrais, em alguns é tão aguçada a percepção, que o
instinto revela pródromos de inteligência, que são também
expressões de afeto.
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ANTE O RUGIR
DA TORMENTA
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nunciada antecipadamente, chega o momento em
que estruge a tempestade com violência não esperada,
desabando calamitosa sobre a sociedade hodierna,
desferindo golpes de consequências imprevisíveis.
Em todos os segmentos sociais a tormenta moral esfa-
cela, separando organismos que se deveriam mais aglutinar,
tornando-os vulneráveis à dissolução total.
Atroando os indivíduos, semeia ódios e explode em
violência cruel, ceifando vidas inermes, perturbando a or-
dem estabelecida, gerando medos incontroláveis.
Desregrando pessoas que se mantinham em equilí-
brio, desorganiza-lhes os equipamentos morais, atirando-as
aos calabouços do sexo em desvario, das drogas aditivas em
alto consumo, dos conflitos internos e externos.
Desestruturando as organizações emocionais mais
frágeis, empurra para depressões profundas, para os distúr-
bios do pânico, para os estados fóbicos múltiplos, conspi-
rando contra a harmonia psicológica e psiquiátrica dos in-
divíduos e das coletividades.
Agressões de todo porte explodem em espetáculos
hediondos, estruturadas em calúnias bem-elaboradas, em
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PENTECOSTES
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s narrações evangélicas referem-se às labaredas de
fogo que desceram sobre os discípulos saudosos de
Jesus cinquenta dias após a Páscoa.
A comunicação por eles operada com as pessoas de
diferentes províncias, que se expressavam em idiomas e dia-
letos diversos, tornou-se clara e rica de surpresas, demons-
trando a irrupção espontânea da faculdade mediúnica de
xenoglossia nos Espíritos que se candidatavam ao apostola-
do do amor.
Aqueles que se sentiam estrangeiros, porque impos-
sibilitados de manter contato verbal com os demais, rece-
beram a notícia da sobrevivência no empolgante momento
das informações mediúnicas, abrindo campo emocional e
intelectual para as tarefas do futuro.
O serviço do Mestre fazia-se urgente e era necessário
não se permitir que o silêncio amortalhasse em esquecimen-
to a música sublime dos Seus ensinamentos.
À dor e ao sentimento de abandono que os amigos do
Crucificado experimentavam sobrepôs-se a Sua presença e
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O DESERTO
E
m face da balbúrdia que estruge voluptuosa em toda
parte, o ser humano movimenta-se aturdido, sem
rumo.
A sensibilidade emocional aguçada, em decorrência
da ansiedade como da frustração, torna-o insatisfeito, ator-
mentado, paranoide com tendência esquizoide que o vergas-
ta, infelicitando-o.
Os apelos incessantes para as extravagâncias e os ape-
tites sexuais desorganizam-no interiormente, fazendo-o sen-
tir-se incompleto, mesmo quando tudo, aparentemente, en-
contra-se com aspecto compensador.
Ocorre que o Espírito é o ser fundamental e não o
corpo, ao qual se imanta pela necessidade de evolução, per-
manecendo escravo, quando jovem, pelo que gostaria de
fruir e, quando idoso, lamentando o que não desfrutou.
Essa dificuldade de entender o objetivo real da vida
proporciona-lhe um comportamento paradoxal, pois que,
podendo conquistar a liberdade, demora-se na escravidão
espontânea, vivenciar a felicidade, fixa-se nos tormentos,
conseguir o bem-estar pleno, detém-se na insegurança do
que já dispõe.
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COMPORTAMENTO
ASSERTIVO
D
e forma incontestável, o comportamento desvela
a pessoa interior, suas aspirações e projetos, seus
valores e conquistas.
A maneira como se conduz em família, no grupo so-
cial, nas atividades profissionais, expressa o nível de cultura
e de educação em que se encontra, revelando significativos
traços da sua personalidade.
Quando da adoção de uma fé religiosa, mais signi-
ficativo se apresenta, ensejando aos demais entenderem o
grau de aprofundamento da convicção haurida e a influên-
cia produzida no seu íntimo.
Afere-se, pois, a convicção de alguém pela adequação
dos objetivos essenciais ao seu modo de viver, pois que, do
contrário, os atos desmentem as teses explanadas.
Nesse sentido, o comportamento assertivo desempe-
nha um papel relevante, tendo-se em vista o compromisso
do indivíduo com as próprias convicções e a exteriorização
desses conteúdos.
Em face da sua magnitude, o Cristianismo é uma ex-
celente doutrina, cuja divulgação faz-se com mais eloquên-
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RESISTÊNCIA
AOS MAUS
A
fim de serem aplicados no quotidiano existencial,
alguns conceitos enunciados e vividos pelo Mestre
Nazareno impõem compreensão de sentido e
atualidade de significado, em face da sua magnitude sob
todos os aspectos considerados.
No Estatuto desenhado e por Ele exposto com inco-
mum beleza no Sermão da montanha, existem graves pro-
postas que constituem verdadeiro desafio para serem viven-
ciadas em toda a sua pujança, especialmente aquelas que se
referem à Lei Antiga, em torno dos inimigos, dos maus e dos
antagonistas, examinada sob a óptica dos novos compro-
missos para com a vida.
Verdadeira revolução, esses conceitos renovadores a
priori infundem receio ante a aparente impossibilidade de
serem atendidos, de forma que se transformem em base de
segurança para os avanços que se pretende conseguir no
processo de crescimento moral.
Diante das dificuldades geradas pelos maus e seus
aguerridos aficionados, como não resistir-lhes, se eles insu-
flam o ódio, fomentam a revolta, e a sua agressividade fere
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APEGO E LIBERTAÇÃO
A
cautela-te a respeito de qualquer tipo de apego. Aprende
a despojar-te de tudo quanto pese negativamente na
tua economia espiritual.
Existem valores que têm o significado que lhes atri-
buis, não passando de carga demasiado pesada para ser con-
duzida.
Da mesma forma, sentimentos perturbadores e pai-
xões dissolventes que te preenchem os espaços emocionais,
aturdindo-te e impossibilitando-te o crescimento interior vi-
gem, enquanto são sustentados pela mente em desalinho. Se
forem considerados como peso injustificável, logo se diluem
cedendo campo a ideias felizes e a aspirações libertadoras.
Nestes dias de exagerada cultura física, em que ho-
mens e mulheres entregam-se ao desenvolvimento das for-
mas em disputas tormentosas nos campeonatos de beleza,
conforme os vigentes padrões estabelecidos, muitos tormen-
tos emocionais são acrescentados ao comportamento pes-
soal, desviando-lhes o pensamento e o interesse pela aquisi-
ção de significados existenciais profundos.
A forma exterior sempre está sujeita às alterações do
processo transformador imposto pelas células no transcurso
do tempo.
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AS PAR ÁBOLAS
DE JESUS
N
a condição de métodos pedagógicos excelentes, a
história, a lenda, a parábola sempre desempenharam
papel de grande relevância para o esclarecimento e
o aprendizado da criatura humana.
Utilizados desde épocas recuadas, quando a oralidade
desempenhava papel fundamental na formação do conheci-
mento, em face da dificuldade para a posse de informações
gráficas, por intermédio de pergaminhos, tabuinhas, tijolos
e outros recursos, celebrizaram-se os narradores de história,
os oradores, os profetas verbais, que transmitiam as men-
sagens e lições de maneira atraente, facilitando a aprendi-
zagem por meio dos símbolos que ocultavam. Ainda hoje,
este método é portador de resultados eficientes. A sua vi-
gência permite que se transfiram as informações de uma
para outra geração, através das épocas, sem que percam a
sua atualidade, podendo ser sempre interpretadas conforme
as circunstâncias e características culturais de cada época.
Recordando as parábolas enunciadas por Jesus, cons-
tatamos quão momentosas se nos apresentam na atualida-
de, podendo ser utilizadas a qualquer instante, sempre com
a mesma beleza e o mesmo valioso conteúdo.
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TER APIA DA
PERSEVER ANÇA
T
odos os transtornos psicológicos e enfermidades
que afetam o indivíduo na área da saúde, durante o
trânsito carnal, estão vinculados à conduta anterior
que o Espírito se vem permitindo no curso das reencarnações.
As doenças, portanto, de qualquer procedência, são
decorrência do mal uso das possibilidades que a vida enseja
a todos, a fim de que alcancem os patamares da saúde inte-
gral, da espiritualização profunda de si mesmos.
A simples mudança de atitude mental e, consequente-
mente, moral, faculta a presença do bem-estar, abrindo es-
paços para a recuperação, quando se trata de enfermidades
provacionais que têm curso transitório. Aquelas, que são
congênitas, apresentando-se desde os primeiros instantes do
renascimento com características limitadoras da comunica-
ção, em formas degeneradas, como a demência, a paralisia,
a cegueira, as anomalias orgânicas, são abençoados recursos
de que dispõe a Lei Soberana, a fim de proporcionar a in-
dispensável expiação ao renitente calceta...
Impossibilitado, às vezes, de pensar para agir ou sem
recursos para a reparação dos gravames perpetrados, são-lhe
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ANTE JULGAMENTOS
O
problema do julgamento correto e justo consiste,
essencialmente, na ausência de dados e recursos que
propiciem o conhecimento da ocorrência conforme
sucedeu. Em decorrência disso, cada pessoa analisa um fato
conforme sua óptica, sua emoção, seus próprios conflitos.
É comum narrar-se um acontecimento de maneira
muito diferente da real, sempre por meio do estado interior
com que se haja observado.
Não poucas vezes, duas testemunhas que afirmam ha-
ver acompanhado algo, apresentam versões bem diferentes,
sem que estejam mentindo propositadamente.
O estado de ânimo diante do fato, invariavelmente
gera reações diversificadas naquele que o observa, levando-o
a conclusões incorretas.
Nos julgamentos promovidos por autoridades legais,
os jurados se atêm à habilidade dos advogados, sejam os
de acusação ou de defesa, oferecendo ao juiz a conclusão a
que chegaram, nem sempre a mais feliz ou legítima. O ma-
gistrado, em consequência, aplicará a pena de acordo com
o resultado que lhe seja apresentado por aqueles membros
do júri.
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ATUALIDADE
DO NATAL
A
ndando sem rumo, sob o flagício de mil aflições, o
homem moderno deixa-se dominar pelo desânimo
ou pela ansiedade, malbaratando o valioso contributo
da inteligência e do sentimento com que a vida o enriqueceu,
exaurindo-se, ora no consumismo insensato, ora na revolta
desastrada por falta de recursos econômicos ou emocionais
para realizar-se.
A insatisfação é a tônica do comportamento indivi-
dual e social que vige na Terra.
Aqueles indivíduos que experimentam carência de
qualquer natureza, lamentam-se e rebolcam-se na rebeldia
que degenera em violência, enquanto aqueloutros que se en-
contram afortunados, deixam-se dominar pelas extravagân-
cias ou pelo tédio, derrapando, uns e outros, nas viciações
perturbadoras ou na dependência de substâncias químicas
de funestas consequências.
As admiráveis conquistas da Ciência e da Tecnologia
não os tornaram mais felizes nem menos tensos, pelo con-
trário, empurraram-nos na direção trágica da neurastenia
ou da depressão nas quais estorcegam.
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