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DIVALDO FR ANCO
pelo Espírito
JOANNA DE âNGELIS

DIRETRIZES
PAR A O ÊXITO

Salvador
4. ed. – 2016

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©(2004) Centro Espírita Caminho da Redenção – Salvador, BA.
4. ed. – 2016
3.000 exemplares – (milheiros: do 24º ao 26º)

Revisão: Prof. Luciano de Castilho Urpia


Adriano Mota Ferreira
Editoração eletrônica: Lívia Maria Costa Sousa
Capa: Cláudio Urpia
Coordenação editorial: Prof. Luciano de Castilho Urpia
Produção gráfica:
LIVRARIA ESPÍRITA ALVORADA EDITORA
Telefone: (71) 3409-8312/13 – Salvador, BA
Homepage: www.mansaodocaminho.com.br
E-mail: <leal@mansaodocaminho.com.br>

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Catalogação na fonte)
Biblioteca Joanna de Ângelis

FRANCO, Divaldo Pereira.


F825 Diretrizes para o êxito. 4. ed. / Pelo Espírito Joanna de
Ângelis [psicografado por ] Divaldo Pereira Franco.
Salvador: LEAL, 2016.
216 p.
ISBN: 978-85-8266-13-4
1. Espiritismo 2. Psicografia 3. Reflexões morais
I. Franco, Divaldo II.Título
CDD: 133.93
DIREITOS RESERVADOS: todos os direitos de reprodução, cópia,
comunicação ao público e exploração econômica desta obra estão re-
servados, única e exclusivamente, para o Centro Espírita Caminho da
Redenção. Proibida a sua reprodução parcial ou total, por qualquer
meio, sem expressa autorização, nos termos da Lei 9.610/98.

Impresso no Brasil
Presita en Brazilo

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SUMÁRIO

Diretrizes para o êxito 7


1 A pedagogia de Jesus 13
2 Campeões 19
3 Sublime ação 23
4 Na contramão da História 27
5 Pacifismo 33
6 Medo e autoconfiança 39
7 Embriogênese espiritual 45
8 Visitar os enfermos 49
9 Integridade 55
10 Conquista da sabedoria 61
11 Heróis anônimos 67
12 Ouvir com o coração 73
13 Tédio 79
14 Suicídio moral 85
15 Infortúnios 89
16 Tormentos evitáveis 95

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17 As más inclinações 101
18 Consciência alerta 107
19 Preces pela Internet 113
20 Tenacidade 117
21 Adversários perigosos 123
22 A resistência do idealismo 129
23 Impregnação 135
24 Relacionamentos conflituosos 141
25 Esperança 147
26 Afetividade 153
27 Ante o rugir da tormenta 157
28 Pentecostes 163
29 O deserto 169
30 Comportamento assertivo 175
31 Resistência aos maus 181
32 Apego e libertação 187
33 As parábolas de Jesus 193
34 Terapia da perseverança 199
35 Ante julgamentos 205
36 Atualidade do Natal 211

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DIRETRIZES PAR A
O ÊXITO

E
m face dos muitos conflitos que tomam conta da criatu-
ra humana, que parece divorciada dos princípios ético-
-morais e das propostas libertadoras da ignorância e da
estultice, comprazendo-se na desordem e no exacerbado prazer
dos sentidos, não podemos ignorar a necessidade de recordar-
-lhe algumas diretrizes para o seu êxito real no desiderato da
reencarnação.
Confundindo gozo com felicidade, numa alucinada cor-
reria para o excesso de toda ordem, incluindo o desbordamento
das paixões, sucumbe, sem dar-se conta, ao peso das aflições
com que se sobrecarrega, anestesiando a consciência para não
pensar e anulando o sentimento na vã proeza de passar incólu-
me diante do sofrimento.
O desconcertante culto ao corpo e ao endeusamento pes-
soal tem arrastado multidões inexperientes aos transtornos psi-
cológicos de natureza grave, bem como a enfermidades perver-
sas resultantes do mau uso da organização somática.
Infecções cruentas alastram-se ameaçadoras e processos
degenerativos aumentam vertiginosamente, como resultado da

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insânia comportamental a que se entrega expressiva parte da


comunidade terrestre.
Hoje, mais do que ontem, os seres humanos apresentam-
-se desnorteados, consumidos pela volúpia do prazer que, para
ser conseguido, exige tributos muito altos, como a conquista
de recursos amoedados mediante quaisquer expedientes, o ab-
surdo exibicionismo do ego, a disputa desenfreada pelo pódio
onde permanecem por pouco tempo, a violência, a drogadição,
o sexo em desvario...
Seis mil e quinhentos anos aproximadamente de valores
éticos, de cultura e de civilização, parecem desmoronar ante os
descalabros de toda ordem que tomam conta da sua conduta.
Naturalmente, em um retrospectivo histórico, o fenôme-
no tem-se repetido, conforme a época, quando uma civilização
depois da glória atinge a decadência, assim ensejando o surgi-
mento de uma nova etapa evolutiva.
Assim sucedeu no passado com as grandes nações que do-
minaram o mundo ou parte dele, quando tombaram no de-
caimento, em razão dos desvios morais que os seus cidadãos
se permitiram, bem como do abuso do poder a que alguns se
entregaram.
Seria de supor-se que, após Jesus, os rumos a serem se-
guidos fossem outros, caracterizados por condutas mais dignas,
propiciadoras de paz.
Infelizmente, porém, a Sua mensagem rica de pulcritude
e amor foi desconsiderada, adaptada aos interesses de gover-
nos arbitrários e de religiões dominadoras, que olvidaram o ser
humano para quem Ele veio, então substituído pelos interesses
imediatos da glória, da fama, do orgulho e da ilusão...
O resultado foi lamentável!
f

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Diretrizes para o êxito

Vive-se hoje, como consequência, o Cristianismo sem a


presença do Cristo, aquele que foi elaborado pelos homens e
mulheres ambiciosos.
Substituiu-se o amai-vos uns aos outros pelo armai-vos
uns contra os outros.
Vem proliferando, nas fileiras da fé religiosa, a indife-
rença pelos que sofrem, os denominados excluídos, os desfa-
vorecidos de recursos financeiros, de beleza física, de posição
social, ao tempo em que a jactância dos dominadores toma
corpo e a sua arrogância dissemina guerras injustas, persegui-
ção generalizada a todos aqueles que não lhes pertencem aos
quadros de interesse, alguns acreditando-se instrumentos de
Deus para esse fim ignóbil.
Irmãos digladiam-se, uns contra os outros, em acusações
absurdas e cruéis, disputando a bajulação dos seus cômpares,
em campanhas difamatórias, com o exclusivo interesse de mal-
sinar e perseguir aqueles que lhes parecem mais dignos e mais
elevados moralmente. Como não os podem alcançar, tentam
rebaixá-los ao seu nível.
Por consequência, há uma incontrolada sede de amor,
gerando seres atormentados e solitários que descambam nos
abismos da solidão e da loucura.
Igualmente, a fome de alimentos ceifa dezenas de mi-
lhões de pessoas esquecidas, cada ano, não se contabilizando
aquelas que sobrevivem, mas que por desnutrição e carência
orgânica tornam-se espectros vivos, sem ideal nem esperança...
O mundo religioso, de quase todas as denominações,
acompanha o suceder desses trágicos acontecimentos, ignorando
o que se dá em toda parte, cada grupo mais interessado na
preservação do seu status, do seu crescimento, da aquisição de
poder e de grandeza terrena.

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Certamente que existem exceções enobrecedoras, não, po-


rém, suficientes para reverter o doloroso quadro.
Fala-se mais do que se age.
Predica-se com expressões formosas, sem o alicerce da
prática das lições apresentadas.
Discute-se com ardor e atua-se com indiferença ou rancor.
São dias muito sombrios espiritualmente e de comporta-
mentos infelizes estes.
Não constituem, porém, novidade para o cristão decidi-
do e coerente, porquanto Jesus anunciou a ocorrência que hoje
é vivida no planeta.
De tal forma o Mestre Incomparável preocupou-se com
essa dolorosa situação que viria, que prometeu enviar o Conso-
lador, nesse momento injurioso, a fim de que repetisse as Suas
lições, dissesse coisas novas e ficasse para sempre orientando
os rumos que deveriam ser percorridos.
Há um século e meio quase, materializou-se a Sua pro-
messa no Espiritismo, que se propõe a regenerar o ser humano
individualmente e a sociedade como um todo.
Apesar disso, a colheita de frutos tem sido quase inex-
pressiva até este momento, o que é realmente doloroso ao ser
constatado.
Os Espíritos procedentes da Grande Luz, no entanto,
estão vigilantes e cuidam de manter a sementeira da esperan-
ça, do amor, da compaixão, do perdão e da caridade na Terra
desolada.
Homens e mulheres conscientes do dever e sinceramente
devotados ao amanho do solo dos corações e à libertação das
mentes, estão empenhados no labor de contribuir da melhor
forma possível em favor do novo amanhecer.

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Diretrizes para o êxito

Pensando nesses heróis da fraternidade e em muitos ou-


tros candidatos ao ministério de renovação pessoal, assim como
do planeta terrestre, reunimos neste volume algumas páginas
que escrevemos ao longo dos meses, portadoras de diretrizes
para o êxito da jornada que pretendem realizar.
São mensagens simples, de conteúdo já conhecido, em
formas novas de apresentação, repetindo o pensamento de Jesus
e as informações catalogadas por Allan Kardec, a fim de que
aqueles que nos honrarem com a sua atenção, encontrem estí-
mulo e roteiros sempre novos para seguirem adiante, corajosa e
amorosamente.
Outrossim, com este modesto trabalho psicografado, ho-
menageamos o preclaro codificador do Espiritismo, neste ano
do seu bicentenário de nascimento, quando veio ao mundo em
Lyon, na França, no dia 3 de outubro de 1804.

Salvador, 3 de março de 2004.


Joanna de Ângelis

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1

A PEDAGOGIA DE JESUS

R
enovam-se, periodicamente, no mundo, os métodos
pedagógicos, em razão da conquista do conheci-
mento nas suas diferentes áreas.
Nos últimos anos, a valiosa contribuição da Psicolo-
gia infantil abriu espaços para mais profundo e claro enten-
dimento em torno das possibilidades de aprendizagem da
criança, ensejando novas técnicas para a educação.
Merecem especial destaque o Relatório Jacques De-
lors, encomendado pela UNESCO, que trata dos quatro
pilares de uma educação para o século XXI e, posteriormen-
te, a proposta do eminente educador francês Edgar Morin,
através dos expressivos sete saberes necessários à educação do
futuro.
Estruturada a técnica dos quatro pilares no autoco-
nhecimento do aprendiz e nas lições que se lhe fazem mi-
nistradas, esses pilares são programas propostos da seguinte
forma: Aprender a conhecer, Aprender a fazer, Aprender a
conviver, Aprender a ser.
Em uma análise cuidadosa, descobre-se que esses va-
lores encontram-se na pedagogia de Jesus, porquanto a Sua

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preocupação constante era a da autoiluminação daqueles


que O buscavam.
A Sua é uma mensagem incessantemente fundamen-
tada no conhecimento que liberta e conduz, retirando o ser
da ignorância e descortinando-lhe os horizontes infinitos do
progresso espiritual que lhe está destinado.
Jamais atendeu a quem quer que fosse, que lhe não
oferecesse a diretriz para o conhecimento de si mesmo, para
que depois pudesse entender o seu próximo, passando a
amar a Deus.
Por outro lado, nunca tomou o fardo das aflições dos
outros, ensinando cada qual a carregar a sua cruz, conforme
Ele o faria mais tarde, até colocá-la no Gólgota.
Apontava diretrizes e induzia a criatura a segui-las fa-
zendo a sua parte, porquanto, cada qual é responsável por
tudo aquilo que se lhe torna necessário.
Estimulando ao progresso, dignificou o trabalho, in-
formando que o Pai até hoje trabalha e que Ele mesmo tam-
bém estava trabalhando.
Os Seus eram sempre relacionamentos edificantes,
nos quais o Bem mantinha predominância, impossibilitan-
do a distensão dos prejuízos da maledicência, do ódio, dos
rancores, dos ciúmes, das disputas insensatas.
Com Ele a convivência é aprendida, mediante o resul-
tado do exercício da tolerância que leva à fraternidade, do
auxílio recíproco dignificador da espécie humana.
Jamais abriu espaço para a ociosidade, sugerindo que
o Reino dos Céus fosse conquistado a esforço, iniciando-se
o seu labor na busca interna, superando os impedimentos
apresentados pelas paixões dissolventes.

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Diretrizes para o êxito

Nunca deixou de valorizar a realidade espiritual de Si


mesmo, induzindo os Seus discípulos e todos os aprendizes
a descobrirem a realidade de que eram constituídos.
Afirmou, taxativo: Eu sou a luz do mundo, Eu sou a
porta das ovelhas, Eu sou o pão da Vida, Eu sou o Caminho da
Verdade e da Vida, Eu sou a luz do mundo... Vós sois de baixo,
eu sou de cima; vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo.
Vós sois o sal da Terra...
Incessantemente convidava os Seus ouvintes ao autoco-
nhecimento, para que se tornassem cartas vivas do Evangelho.

As multidões, ávidas de amor, de paz, de pão, de saú-


de, sempre buscavam o Mestre na expectativa de terem as
suas aflições resolvidas. No tumulto, ao qual se entregavam,
as suas eram aspirações imediatistas, necessidades conside-
radas básicas, porque referentes aos problemas que as afli-
giam naquele momento.
Portador de incomum sabedoria, Ele entendia que
não se pode falar de paz a pessoas atormentadas pelo estô-
mago vazio de pão, nem discorrer sobre felicidade enquanto
elas estorcegavam em dores rudes... Desse modo, sempre
atendia a solicitação mais inquietadora, abrindo espaço
emocional para ampliar a consciência e ensejar a realização
do bem-estar.
Socorria a problemática e elucidava quanto ao imposi-
tivo de mudança de comportamento para melhor, de forma
que depois não acontecesse nada mais grave.
Essa recomendação, que sempre coroava os atos de
recuperação da saúde e do refazimento moral que tomam
conta das paisagens humanas, objetivava demonstrar que os

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sofrimentos são resultado da ignorância das Divinas Leis,


da sua má interpretação ou da sua aplicação indevida e per-
versa, portanto, do uso prejudicial que delas é feito.
A única maneira, portanto, de recuperar-se o faltoso é
por meio do refazimento da experiência, da retificação dos
erros, da saudável conduta mental e moral que se permita.
Assim sendo, tornou-se o Pedagogo por excelência,
não apenas ensinando a conhecer, a fazer, a conviver e a ser,
mas, sobretudo, demonstrando que Ele o realizava.
Vivenciou tudo quanto ensinou, comportando-se como
modelo imprescindível à lição ministrada.
Jamais desmentiu pelos atos o que lecionou por pala-
vras. O Seu é o ministério do exemplo, da ternura, do amor
e da compaixão.
Comovendo-se com as criancinhas que O buscavam,
usou de severidade com os fariseus, os doutores e os legistas,
sem, no entanto, os ferir ou malsinar. Era necessário usar de
energia, a fim de que se libertassem da hipocrisia que se lhes
tornara habitual e constatassem ser Ele o Messias esperado,
embora não aceito.
O ser humano está destinado às estrelas, apesar de
ainda fixar-se ao solo do planeta em que se encontra evo-
luindo, mergulhado mais em sombras do que banhado pela
alvinitente luz da sabedoria.
Contempla os horizontes fulgentes, fascina-se, e não
tem coragem de romper com os impedimentos que o detêm
na retaguarda dos entardeceres melancólicos.
Ouve e lê os ensinamentos de Jesus, no entanto, afer-
ra-se ao imediatismo da organização material, optando pela
ilusão da carne, sem a coragem para desvencilhar-se dos
seus elos retentores.

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Diretrizes para o êxito

Lentamente, porém, a pedagogia de Jesus desperta-o


para novo entendimento da Vida e dos objetivos existen-
ciais, auxiliando-o a descobrir a felicidade que não se com-
padece com as sensações angustiantes do primarismo.
Como sábio mestre, Ele espera que os Seus aprendizes
se resolvam por segui-lO, tomando da charrua e não mais
olhando para trás, já que o campo íntimo a joeirar é muito
grande e a sementeira faz-se desafiadora.
Conforme prometeu, enviou posteriormente os Seus
mensageiros, a fim de que despertem as consciências e repi-
tam Suas lições, porque toda aprendizagem exige exercício,
repetência, de forma que se fixem por definitivo nos painéis
da memória, transformando-se em conduta salutar.

Se já sentiste a mensagem de Jesus, ouvindo-a, lendo-


-a, auscultando-a no coração, não te detenhas.
Aproveita este momento importante e deixa-te pe-
netrar por ela, a fim de que a tua seja uma aprendizagem
valiosa, que te facultará a alegria de viver, liberando-te das
causas das aflições e emulando-te ao crescimento interior
incessante.
Melhor pedagogia do que a d’Ele não existe, pois que
vem atravessando os dois milênios já transatos com superior
qualidade de orientação.
Este é o teu momento de realmente aprenderes a viver.

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CAMPEÕES

E
m todas as épocas da Humanidade, o desafio para
alcançar o máximo em qualquer área de atividade
constituiu motivação para o feliz desempenho do ser
na luta do cotidiano.
Aureolaram-se com gloriosas coroas de louros e de
ouro os heróis das guerras e os gladiadores após as matanças
hediondas.
Homens e mulheres celebrizaram-se pela beleza física
e pela harmonia dos traços, deslumbrando os seus contem-
porâneos que os homenagearam até uma quase adoração.
Artistas e estetas assinalaram períodos mediante as
obras que os imortalizaram, tornando-se ases que inspiraram
amor e inveja, destaque na comunidade e ciúmes doentios.
Nos jogos e desportos, desde os olímpicos iniciados
em 776 a.C., e que ainda comovem o mundo, os campeões,
os vencedores, têm sido exaltados e glorificados, usando o
pódio do triunfo, sensibilizando as criaturas de todos os ní-
veis culturais e sociais.
Todos eles, heróis, invulneráveis e vitoriosos, esti-
mularam os seus coevos, servindo-lhes de modelo e arran-

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cando-os da sombra e do desconhecimento para fruírem a


popularidade e sorverem o licor embriagante da glória.
À medida, porém, que o tempo transcorria e as gera-
ções se sucediam, novos ases surgiam no cenário do mundo,
enquanto os anteriores, desequipados de resistências morais
para compreender o fenômeno natural, tombaram na amar-
gura ao serem esquecidos pelos seus admiradores, ou se tor-
naram vítimas da inevitabilidade dos desgastes orgânicos,
das doenças, da velhice, quando não sucumbiram antes,
desolados e vencidos pela morte...
f

Ressalvadas algumas exceções, aqueles que experi-


mentaram o triunfo não souberam prolongá-lo com a eleva-
ção emocional e moral imprescindível, evitando-se o tombo
no desespero e no sofrimento.
Fascinados pelo gáudio e pelo triunfo, supuseram que
desfrutariam do aplauso e da bajulação das massas para
sempre, sem que se dessem conta da transitoriedade do
mundo físico.
Alguns deles, possivelmente a maioria, deixando-se
embriagar pelo êxito momentâneo, foram devorados por
aqueles mesmos que os aclamaram um dia, passando a apu-
pá-los depois.
Muitos outros, relegados ao ocaso, deixaram-se su-
cumbir pelos vícios em que se iniciaram nos dias de glória,
afogando-se posteriormente, empurrados pela amargura e
pela revolta que lhes substituíram o riso e a soberba...
A Terra é sempre a abençoada escola de elevação mo-
ral para o Espírito. As suas são lições imorredouras, que

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Diretrizes para o êxito

devem ser meditadas, a fim de introjetadas no âmago, para


serem vivenciadas depois.
Aprender esses ensinamentos, insculpindo-os na con-
duta, constitui para todas as criaturas o impositivo inadiá-
vel em favor da própria plenitude.
f

São necessários os campeões da cultura humana, de-


monstrando que todos podem alcançar patamares elevados
e metas estabelecidas por mais desafiadoras.
O empenho e o sacrifício de uns em favor do objeti-
vo abraçado coroam-se de alegrias e bênçãos, que motivam
outros a equivalente esforço para que também alcancem o
triunfo.
Um campeonato, porém, existe, igualmente desafia-
dor, que é aquele da incessante luta do ser contra as paixões
dissolventes e perversas, que teimam em permanecer em a
sua natureza humana.
Esse desafio, proposto pela sabedoria universal e vi-
venciado pelos mártires, pelos santos e pelos promotores do
conhecimento e da arte, teve, em Jesus, o exemplo máximo
de que se tem notícia.
Superando todos os obstáculos e vencendo todas as
arbitrárias ciladas que Lhe apresentaram os adversários
cruéis, é campeão do amor e da misericórdia, convidando-
-nos a segui-lO.
f

Exulta com as vitórias externas, aplaude os campeões


dos diversos jogos e disputas do mundo, mas não te esque-

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ças do combate íntimo para a conquista da paz e do amor


que te estão destinados.
Para o logro dos campeonatos terrestres são indispen-
sáveis inúmeras disciplinas e sacrifícios, esforços contínuos
e sem trégua, devendo-se permanecer no mesmo afã, para
prosseguir-se no rumo do desiderato. Apesar disso, a ine-
vitabilidade do desgaste das forças físicas e mentais, a de-
cadência da matéria, apresentam-se inevitáveis. Entretanto,
no que diz respeito à conquista dos valores internos, de-
frontam-se os mesmos sacrifícios e lutas intérminas, com
a diferença que, à medida que os anos se acumulam, mais
ditoso sente-se aquele que está empenhado na própria trans-
formação moral para melhor, na conquista dos títulos de
enobrecimento pessoal e de paz.
Qualquer conquista exige o contributo do esforço,
quando não do sacrifício, da abnegação e da constância,
sem o que o desejo não vai além de uma quimera que se
dilui ante a realidade dos acontecimentos.
Todos aqueles que alcançaram as cumeadas do pro-
gresso guardam os sinais dos combates travados, que hoje
podem ser considerados como as legítimas condecorações e
os significativos troféus que ostentam, compensando-lhes o
devotamento e as incessantes contribuições da abnegação e
da confiança.
Esforça-te, pois, a fim de lograres a posição de cam-
peão do amor e da fraternidade sob todos os aspectos ima-
gináveis.

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SUBLIME AÇÃO

P
essoas há, imensamente generosas, que são tocadas
de compaixão ante as necessidades do seu próximo e
distendem-lhe mãos amigas de socorro e de amizade.
Repartem o pão, mesmo quando escasso, distri-
buem calor fraterno aos enregelados no abandono, brin-
dam palavras gentis aos esfaimados de orientação.
Corteses e joviais, possuem verdadeiras fortunas de
generosidade, desempenhando o seu papel de cidadania em
alto clima de solidariedade.
Enquanto se encontram em posição de relevo, não se
ensoberbecem e procuram auxiliar todos aqueles que lhes bus-
cam apoio e necessitam do crescimento espiritual.
Esses homens e mulheres bem-intencionados contri-
buem em favor da sociedade que dignificam, mediante os
bons exemplos de honradez, fomentando o progresso do
grupo em que se encontram com os olhos postos no futuro
da Humanidade.
Não importa se abraçam ou não qualquer Religião.
Agem espontaneamente em decorrência dos sentimentos
bons que lhes exornam o caráter.

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Modelos sociais que se fizeram, conseguem movimen-


tar-se em círculos de amizades prósperas, homenageados e
em destaque onde se apresentam.
Tornam-se estímulos para outros, que ainda não con-
seguiram superar as barreiras do egoísmo nem os estigmas
da indiferença ante a dor que ceifa esperanças a sua volta.
Representam biótipos que um dia se multiplicarão na
Terra, tornando-se comuns, enquanto hoje rareiam.
Descobriram a arte de servir por meio da qual avan-
çam intimoratos no rumo da própria felicidade.
Aprendendo a abrir o coração, ampliam os gestos de
amor mediante as mãos solidárias ao sofrimento das demais
criaturas.
Não cobram recompensa pelo que fazem, não exigem
retribuição afetiva. O que praticam, realizam-no, porque
lhes faz bem.
f

A verdadeira caridade, porém, conforme a entendia


Jesus, é mais profunda, sendo benevolência para com todos,
indulgência para as faltas alheias e perdão das ofensas.1
A verdadeira caridade expressa-se mediante ações mo-
rais, relevantes e graves.
Sem dúvida, a doação de alimentos, de roupas e de
medicamentos, de moedas que resgatam dívidas, é valioso
contributo para aquele que o recebe, evitando-lhe inominá-
veis padecimentos, situações desesperadoras e mesmo aluci-
nações que terminam em desaires e crimes variados.
1
Questão de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, de nº 886 (nota da
autora espiritual).

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Diretrizes para o êxito

Toda e qualquer oferta, portanto, distendida a quem


sofre, é portadora de contributo significativo em nome do
Bem.
Não constituindo sacrifício para o doador, é bênção
para o atendido, auxiliando o coração generoso a habituar-
se no exercício da solidariedade e no cumprimento dos de-
veres fraternos que a vida impõe.
A ação sublime, no entanto, é mais escassa em razão
dos sacrifícios de que se reveste.
A benevolência para com todos representa um senti-
mento de profundo amor pelo seu próximo, de compreen-
são pelos seus atos, por cuja manifestação identifica as suas
necessidades evolutivas e não lhe cria embaraços na marcha.
A indulgência para as faltas alheias define-lhe o estágio
moral avançado, após vencidas as etapas de desequilíbrio e
sombra, que lhe ensinaram a entender quão difícil é a liber-
tação dos atavismos primários que se retêm na retaguarda.
O perdão das ofensas, por sua vez, é o auge das con-
quistas íntimas que desidentificam o ser das próprias imper-
feições, porque se dá conta do quanto necessita ser perdoa-
do, naquilo que se refere às próprias fraquezas e delitos que
tem cometido.
Essa ação sublime é, sim, a verdadeira caridade como
a entendia Jesus.
As dádivas de natureza material enfocam a caridade
nas suas primeiras manifestações, avançando para as expres-
sões morais, quais a benevolência para com todos os corações
perversos e carentes, a tolerância ante as suas debilidades
morais, olvido do mal e apoio àquele que o praticou.
Não bastará tolerar e até mesmo perdoar o mal que
lhe é dirigido, mas sobretudo auxiliar aquele que derrapou

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na insensatez e gerou a situação infeliz. Ideal seria que esses


sentimentos fossem acompanhados do olvido do erro, mas
como isso independe do sentimento, estando mais afeto à
memória, o treinamento de auxílio ao infrator contribui
para o esquecimento da sua ação nefanda.
f

Treina a ação sublime no teu dia a dia, colocando,


nas tuas práticas de bondade, as valiosas contribuições mo-
rais que te desvelem espiritualmente bem em relação ao teu
próximo. Não esqueças, todavia, de prosseguir no auxílio
mediante as ofertas materiais de algum significado para os
que necessitam desse imediato socorro.
Toma Jesus como teu modelo, sê benevolente, usando
de indulgência e perdoando com total fraternidade até o
momento em que consigas esquecer todo e qualquer mal
para pensar somente no bem libertador.

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4

NA CONTR AMÃO
DA HISTÓRIA

O
cristão-espírita sincero, perfeitamente entrosado
nas lições do pensamento de Jesus, não deixa de
ser alguém portador de conduta esdrúxula, tendo-
-se em vista os padrões vigentes na sociedade.
Predominando a ambição desmedida, o suborno e
a astúcia, tendo destaque o campeonato da insensatez e o
arbítrio da desonestidade, adquirindo cidadania o desleixo
moral seguido da vulgaridade dos sentimentos e a vilania do
sexo, ampliados pelo abuso das drogas químicas e da osten-
tação, sentem-se triunfadores aqueles que se destacam na
comunidade, pouco lhes importando quais os recursos uti-
lizados e o preço pago para alcançarem o pódio em que se
demoram por pouco tempo.
A ética moral cediça abre espaços à acomodação da
consciência aos ditames da perversidade e do crime, cuidan-
do, cada um, de preservar a própria existência física, sem o
mínimo de respeito e de compaixão pelo seu próximo, que
se aturde no vendaval do abandono ou vai consumido pela
miséria social em que esbraveja.
O comportamento convencional estabeleceu que aos
amigos, aos afetos se devem oferecer todos os bens, enquan-

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to que aos inimigos, aos competidores, àqueles que se afas-


tam do caminho, nada se lhes deve conceder; antes, pelo
contrário, persegui-los e vencê-los de qualquer forma, se isso
for possível.
Os relacionamentos sociais facultam que os poderosos
reúnam-se em banquetes, a fim de discutirem a miséria dos
oprimidos, estabelecendo excelentes programas de benefi-
cência, que jamais cumprem, ao tempo em que consomem
altas somas nessas reuniões, que poderiam ser encaminha-
das para minorar a fome e as doenças que grassam avassala-
doras em toda parte.
Os mimos e joias de alto preço são permutados entre
aqueles que não os necessitam, em exibicionismo cruel, em
face da carência de toda natureza que espia os afortunados
de um dia, e transformariam a futilidade em subsistência
física, a fim de não sucumbir diante do fausto inútil dos
frívolos.
Aplausos pelos triunfos momentâneos chamam a
atenção das multidões, que contemplam os vitoriosos com
amarga ironia, considerando-se a distância que medeia en-
tre esses e aquelas desnorteadas.
Promessas impossíveis de realizadas iludem os incau-
tos, pela falácia de políticos desonestos e bem-orientados, go-
vernantes defraudadores dos deveres assumidos e profissio-
nais bem-remunerados mas não cumpridores dos deveres...
E enxameiam em toda parte os aproveitadores, os uti-
litaristas, os que abusam da existência física, inconscientes
e inconsequentes.
f

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Diretrizes para o êxito

O cristão-espírita, no entanto, caminha na contra-


mão da história contemporânea.
Respeita a conduta de todos, bem como os seus com-
promissos, mesmo aqueles que se apresentam desestrutura-
dores da sociedade. No entanto, não conive com eles. Na
impossibilidade de impedi-los, vive conforme os padrões
dos ensinamentos de Jesus e da consciência ilibada que hau-
re nos fundamentos do Espiritismo, encarregado de atuali-
zar a proposta do Mestre de Nazaré e demonstrar a excelên-
cia dos seus conteúdos, mesmo diante dos conflitos que esse
procedimento desencadeia.
É severo para consigo mesmo e tolerante para com o
seu próximo.
Amando os seus amigos, não detesta aqueles que se
lhe transformaram em inimigos, por considerá-los enfer-
mos da alma, necessitados mais de compaixão e terapia do
que de perseguição e aniquilamento, já que ninguém morre.
Age sempre guiado pelo sentimento do amor e do de-
ver, jamais se desviando da conduta honesta para com a
própria consciência e para com o grupo social no qual se
movimenta.
Trabalha, mantendo os nobres objetivos de ser livre e
viver com dignidade, promovendo o progresso, mediante,
porém, os métodos nobres, ao invés do enriquecimento ilí-
cito, que grassa dominador.
É fiel à verdade, mesmo que a preço elevado de in-
compreensão e sofrimento.
É gentil com os estranhos, simultaneamente é cordial
com os familiares, que sempre envolve em sentimentos de
elevação.

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Não destaca uns amigos, que o brindam com quin-


quilharias em detrimento daqueles que lhe não podem ofe-
recer gentilezas materiais.
Faz, sem prometer, evitando-se compromissos menti-
rosos que reconhece não poderá atender.
É sincero, sem rudeza, prestimoso sem bajulação, de-
votado sem interesse de recompensa.
Sabe sofrer com resignação e confiança em Deus, não
se permitindo mecanismos de fugas pelo uso de entorpe-
centes e drogas outras que somente aumentam a carga de
desequilíbrios para o futuro.
Não anatematiza o mal, antes busca evitá-lo; não
blasfema contra as ocorrências infelizes, mas procura delas
retirar o melhor proveito; não se envolve na sordidez em
triunfo, perseverando nos bons costumes.
É espezinhado, às vezes, no entanto, não se preocupa
em conquistar pessoas e perder a dignidade que o caracteriza.
É simples e desataviado, jovial e pacífico, discreto e
honrado, quando o comum são os exageros e as comple-
xidades na conduta, os semblantes carregados de ira e de
cólera, ou vulgares, com a máscara da simpatia falsa, com
os exibicionismos e a falta de escrúpulos.
Certamente chama a atenção, e esse comportamento
pode parecer esdrúxulo ante os conceitos atormentados que
comandam diversos segmentos sociais.
f

Essa viagem moral na contramão haure-a o cristão-


-espírita em Jesus, que jamais tergiversou entre o correto e
o equivocado, o dever e o sociável, a dignidade e o crime, a

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Diretrizes para o êxito

responsabilidade e a truanice, a verdade de duração eterna


e o conveniente do momento.
Nunca se escusando de ser coerente com a imortalida-
de, Jesus não desdenhou o poder temporal, nem a fortuna
dos ricos de moedas, nem a dos que dispunham de situação
social invejável. Tratou-os com bonomia e honradez, po-
rém, não os preferiu em detrimento dos injustiçados, dos
esquecidos, dos proletários e miseráveis...
Pela Sua altivez foi traído, julgado quatro vezes por
esbirros do poder temporal que O temiam, e após condena-
do à morte por um infame e covarde que também morreu,
avançou na contramão dos medos humanos e da subser-
viência que predominavam no Seu tempo, permanecendo
modelar até hoje, a fim de que, seguindo-Lhe os exemplos
logremos também a nossa plenitude.

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5

PACIFISMO

H
ercúleo desafio é aquele que induz o ser humano à
conquista da paz.
Esse empenho e futuro logro resultam de uma de-
cisão consciente estruturada nos interesses superiores do Es-
pírito, que busca a integração com a Consciência Cósmica,
no afã de se autossuperar.
Defluente da vitória sobre as más inclinações, que são
substituídas pelos valores ético-morais, esse trabalho de re-
novação da conduta exige dedicação incessante, de modo
que uma nova natureza se lhe aposse, modelando-lhe as as-
pirações e o comportamento.
A realização da paz íntima dá-se mediante o exercício
de ações dinâmicas e lúcidas que trabalham as tendências
violentas, transformando-as na sua constituição e operando
novos condicionamentos, que o induzem a incessante labor
de renovação para melhor, sem cansaço nem desesperação.
A pessoa que se esforça para se tornar pacífica tem
pela frente muitas lutas e refregas, considerando-se o atual
estágio que a Humanidade atravessa, caracterizado pela vio-
lência, pela agressividade e pelas paixões dissolventes que

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ganham campo no comportamento geral aceito sem muita


discussão.
Em todo lugar apresentam-se os atentados à paz, à
ordem, ao dever, gerando conturbação e desequilíbrio, de
tal forma que o volume das aberrações e monstruosidades
transforma-se em um peso emocional muito grande na con-
duta coletiva, estressando e deprimindo os temperamentos
mais vulneráveis, enquanto outros se atiram no sorvedouro
do desespero.
A violência se arma de ódio e incendeia guerras de
destruição, enquanto a paz desarma o indivíduo, fortale-
cendo-o para não temer em situação alguma e confiar sem-
pre no triunfo que conseguirá mediante a incessante busca
do bem.
Nessa disposição, não se submete a imposições per-
versas, e embora a sua seja uma atitude de resignação, não
cede, abandonando o ideal abraçado, mesmo quando sob
ameaças e dores excruciantes.
A coragem da fé concede-lhe resistência para não re-
cuar nem aceitar as exigências descabidas da arbitrariedade.
Somente os caracteres bem-forjados conseguem erguer
barreiras impeditivas ao crime, ao desamor e à loucura do
ódio de maneira pacífica, não entrando nos mesmos comba-
tes, mas preservando os seus valores éticos responsáveis pela
manifestação da paz no coração.
Supunha-se, por muito tempo, que a não resistência
ao mal seria anuência à sua mórbida presença. Nada obs-
tante, não resistir ao mal significa, neste caso, não usar dos
mesmos métodos nem de iguais instrumentos com os quais
a perversidade e a ignorância investem contra todos e tudo.

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Diretrizes para o êxito

Torna-se indispensável uma alta carga de emoção e de


compaixão direcionada ao malfeitor, a fim de vê-lo como
um infeliz que é, em vez de identificá-lo na condição de per-
seguidor que se compraz na morbidez a que se entrega. Essa
aparente alegria que o toma, expressa o desconforto que o
invade e alucina, demonstrando-lhe a insanidade.
Havendo perdido a direção de si mesmo e desnaturado
pela alucinação que o perverte, é mais digno de misericór-
dia do que de revide, inspirando compreensão, embora os
prejuízos que promove, no final de tudo, contra ele mesmo.
f

O pacifismo é um movimento que se origina no imo


do ser humano e se exterioriza em forma de justiça social,
harmonia espiritual, equilíbrio moral.
Conquista valiosa do homem e da mulher de bem,
a sua bandeira se levanta para indicar rumos de felicidade
para o organismo social.
Harmonizando indivíduos que vibram na mesma fai-
xa de ideal, jamais se utiliza de recursos ignóbeis para al-
cançar o seu objetivo, perseverando na paciência e no amor,
cujo calor dissolve as mais grosseiras cadeias do ódio e dissipa
as mais densas nuvens do ressentimento.
O pacifista sabe que o seu apostolado é de longo cur-
so, e por isso não investe com pressa, gerando perturbação
e impondo-se, porque trabalha nas heranças do primarismo
humano de forma que os instintos agressivos sejam trans-
formados em emoções de solidariedade que geram a lídima
fraternidade entre todos.
Não se envolve nas lutas corporais, tampouco inspira
conflitos para estabelecer-se por decretos ou por meio de ou-

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tros mecanismos violentos, promovendo, a pouco e pouco, a


nova ordem de valores que devem viger na sociedade.
Sofre, às vezes, as consequências da sua opção, jamais
revidando conforme agredido, o que não implica aceitar ou
submeter-se às perversas proposições que se originam na
força e se ampliam mediante a prepotência.
A sua resistência pacífica é silenciosa e resoluta, facul-
tando o estabelecimento da operosa força do poder do amor
que aquece as vidas, dá-lhes sentido e apresenta-lhes rumo
feliz que deve ser percorrido.
A pessoa de paz não é tímida, embora comedida, por-
que sempre se encontra onde sua presença se faz necessária,
emulando à perseverança no empreendimento libertador.
O pacifismo, portanto, não pode ser confundido com
a pasmaceira a que se entregam algumas criaturas receosas
e inconscientes de que a luta não pode ser encarada somente
sob o ponto de vista da destruição, mas sim pelo empenho
persistente para a transformação da sociedade por meio do
indivíduo que a constitui.
A paz, portanto, deve e tem de ser conquistada, passo
a passo, até se transformar em razão de ser da vida, de for-
ma a ganhar as ruas do mundo, agrupando outros lidadores
cujas existências expressem tudo quanto creem, por sua vez,
sendo justos, nobres e pacíficos em si mesmos e junto àque-
les que ao seu lado convivem.
f

O ideal da paz é inerente a todos os seres humanos,


que o devem ampliar por meio da oração de recolhimento
interior, da meditação que renova e revitaliza as energias, de
rígido jejum à violência, essa cruel opositora do bem.

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Diretrizes para o êxito

Viver em paz de espírito, não obstante a agitação, os


enfrentamentos, a diversidade dos acontecimentos agressi-
vos, é a meta. Não permitir que os transtornos de fora per-
turbem o equilíbrio interno.
À semelhança de uma lâmpada acesa na escuridão,
que atrai os viandantes perdidos e os orienta, a pessoa de
paz é referência para aqueles que estão aturdidos e se lhe
acercam, banhando-se com as suas energias enriquecedoras.
O pacifismo vem de Deus e lentamente dominará
toda a Terra, se os pacíficos prosseguirem intimoratos e con-
fiantes até o fim.
Disse Jesus: Deixo-vos a minha paz, a minha paz vos
dou, não como o mundo a dá... conforme anotou o evange-
lista João, no capítulo 14, versículo 27.

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MEDO E
AUTOCONFIANÇA

P
odem-se relacionar seis tipos básicos de medo, que assal-
tam a criatura humana durante a finitude da sua exis-
tência corporal: o medo da morte, da velhice, da doen-
ça, da pobreza, da crítica e da perda de um afeto profundo.
Todos eles decorrem da insegurança pessoal remanes-
cente dos conflitos originados em comportamentos infelizes
que deram lugar a transtornos de significado especial.
Não compreendendo a vida como uma realidade
constituída por etapas delineadas com firmeza no corpo so-
mático e fora dele, o indivíduo vê na conjuntura material a
única realidade, sem a qual tudo é desconhecido ou impos-
sível de existir.
O seu empenho para manter-se em paz não é sufi-
ciente para estabelecê-la, antes deixando-se consumir por
incertezas que devia trabalhar mediante a reflexão, o estudo
e a oração, a fim de as converter em autoconfiança, em har-
monia pessoal.
Experienciando as sensações com imenso agrado, as
emoções que o visitam ainda são decorrentes dos prazeres a
que se entrega, qual fosse a existência um banquete sem fim.

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A própria constituição orgânica é possuidora de re-


sistência incomum e ao mesmo tempo mantém-se frágil,
porque se dilui de um para outro momento, suas peças e
engrenagens complexas se desarticulam arbitrariamente,
demonstrando a sua transitoriedade.
Graças a essa contextura, aquele indivíduo que não se
firma em conceituação imortalista, aquela que demonstra
a perenidade, a infinitude da vida, faculta-se a instalação
do medo nos sentimentos, essencialmente o da morte, da
interrupção do gozo carnal.
Não obstante, quem da jornada física somente viven-
ciou amarguras e ansiedades, aprendendo a superar as in-
junções do medo, não raro, vê, na morte, a libertação do
dolorido fadário que carrega.
Detivesse-se o ser humano a meditar em torno do
processo existencial e sua colocação no universo, e com-
preenderia que, pelo fato de existir, a sua não pode ter sido a
origem no acaso e a sua não é a finalidade de extinção.
Enriquecido pela inteligência, que o destaca sobera-
namente em todo o reino animal, por uma memória que
o atende quando requisitada, nos seus refolhos profundos
jazem lembranças que procedem de experiências rigorosas
que lhe preexistem à atual concepção e, por consequência,
sobreviverão à diluição das moléculas materiais.
Nesse contexto, o sentimento de amor é-lhe imanente
e, desdobrado, transforma-se em vigorosa capacidade para
cultivar a esperança e superar-se, bem como a fé para o con-
seguir.
A autoconfiança é-lhe o passo imediato, abrindo-lhe
perspectivas formosas para a conquista da anelada plenitude.
f

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Diretrizes para o êxito

A intercorrência dos medos básicos no indivíduo cen-


traliza-se na incerteza mantida em torno do fenômeno da
morte, do que ocorre depois da disjunção molecular, da so-
brevivência ou não...
Porque considera que se trata de aniquilamento da
consciência e da razão, teme a consumpção total que jamais
ocorre.
A fatalidade do ser é atingir a harmonia completa na
imortalidade de que se encontra investido.
A dúvida a esse respeito, a negação dessa realidade
facultam-lhe o elenco proporcionador de outras expressões
fóbicas, como o receio da velhice inevitável, caso não ocorra
antes a desencarnação...
A crença atávica de que à velhice sucede a morte, o
que é incontestável, retira a compreensão lógica de que ela
se manifesta em qualquer idade, apresentando-se em todas
as faixas etárias, não sendo privilégio apenas da senectude.
Todos nascem condenados à morte biológica, da mesma for-
ma como foram estruturados organicamente.
Referia-se Marco Túlio Cícero, o filósofo, escritor e
orador latino, às vantagens da velhice, que não pode nem
deve ser considerada como uma desventura, mas sim como
uma bênção, pelo quanto permitiu ao ser superar paixões e
conflitos existentes durante o percurso evolutivo. Ao mes-
mo tempo, ofereceu muitos benefícios que decorrem da ex-
periência dos anos e da conquista da sabedoria.
Por outro lado, o medo das doenças encontra-se tam-
bém enraizado na mesma reflexão de que elas conduzem à
morte, assim produzindo o terrível conflito.
O número de jovens saudáveis que morrem a cada
momento é muito grande, especialmente nas metrópoles e

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megalópoles, vitimados pela imprevidência e precipitação,


pela imaturidade e desequilíbrio comportamental.
As estatísticas demonstram que os homicídios, os sui-
cídios e acidentes fatais somados constituem o mais elevado
índice de óbitos no mundo, quase sempre arrebanhando a
juventude e a maturidade portadora de saúde.
Ainda na mesma área de incorreta reflexão, surge o
medo da pobreza, respaldando-se no conceito de que o di-
nheiro compra a saúde e quase confere a imortalidade, pen-
sando-se que a falta de recursos econômicos abrevia a exis-
tência física, em razão de não se dispor dos meios hábeis para
atender os fenômenos desgastantes e fatais das enfermidades.
O número, porém, de pessoas destituídas de dinheiro,
que atingem idades provectas, é muito maior do que o da-
queles que acumulam fortunas e se estressam pelo armaze-
ná-las, se desequilibram pelo administrá-las e desfrutá-las,
sucumbindo no fulgor da idade adulta, antes de alcançar a
velhice.
Desconfiado dos valores íntimos, e instável nos obje-
tivos que persegue, teme a crítica, sempre ácida e perniciosa,
destrutiva e perturbadora.
O anseio por conseguir o respeito da família e da co-
munidade onde se movimenta, e as dificuldades para per-
manecer irretocável ensejam espaços emocionais para recear
a agressão inevitável da crítica pertinaz.
Por fim, o medo de perder um afeto legítimo consti-
tui fator de desarmonia ainda resultante da desestruturação
emocional.
Somente se perde o que realmente não se tem. Não
existem afetos que se percam ou desapareçam, mas fenô-
menos de afetividade gerada por diversos motivos que se al-

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Diretrizes para o êxito

teram, se afastam, desaparecem, não merecendo, portanto,


maior aflição.
(...) E os medos multiplicam-se, especialmente na
atualidade, em razão da insegurança que campeia em to-
dos os setores do comportamento, propiciando o receio de
perder-se o emprego, o pavor da agressividade e da violência
urbana, a angústia da destruição provocada pelas guerras,
pelas calamidades sísmicas, pelos acidentes de vária ordem,
a incerteza quanto às amizades reais e incompreensão gene-
ralizada mediante essas múltiplas ameaças...
O medo transforma-se em algoz das almas e calami-
dade social.
f

Com Jesus, no entanto, adquire-se a segurança para


vencer-se quaisquer tipos de enfrentamentos, em particular,
os diversos medos, já que a comunhão com Ele proporciona
autoconfiança.
Em face dos Seus ensinamentos, o medo da morte e
de todos os seus sequazes desaparece, tendo em vista a Sua
conclamação, ao asseverar que todo aquele que n’Ele crê,
mesmo morrendo viverá em clima de felicidade, embora os
outros também, os que não creiam, viverão em outro clima
emocional.
Senhor da imortalidade, demonstrou o triunfo da vida
à conjuntura finita do trânsito terreno, volvendo à comu-
nhão com todos aqueles que ficaram na retaguarda carnal.
Medita n’Ele, nas Suas palavras e ações, descobrindo
que o medo é transtorno, distúrbio momentâneo que cederá
passo à autoconfiança e à paz que defluem da irrestrita en-
trega ao bem e ao amor.

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EMBRIOGÊNESE
ESPIRITUAL

A
Terra – abençoada escola de provas e de expiações
– encontra-se ainda situada na categoria de mundo
inferior, porque os Espíritos que a habitam ainda
permanecem em faixas primitivas do processo evolutivo.
Neles predomina, por enquanto, a ignorância das Leis
de Deus, desenvolvendo no seu íntimo as paixões servis,
como a violência, a agressividade, o egoísmo, o ódio, o res-
sentimento, o ciúme, a luxúria, a prepotência, o orgulho e
todo um séquito de hediondos facínoras morais, que lhes go-
vernam a natureza, demonstrando o primarismo espiritual
em que ainda se encontram no trânsito pelo orbe terrestre.
Como decorrência dessa injunção lamentável, as for-
mas, embora venham adquirindo relativa harmonia, se as
compararmos ao primatas homini, encontram-se muito dis-
tantes do biótipo de beleza a que estão fadadas.
Possuindo o planeta os elementos essenciais para a
formação dos seres vivos, especialmente os humanos, nessas
moléculas foram modeladas as necessidades propiciatórias
para o progresso intelecto-moral que os aguarda.
Na singeleza das suas primeiras experiências, quando
se destacavam os instintos em detrimento da inteligência e

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da razão, o Espírito modelava o claustro onde desenvolveria


as aptidões inatas, com os recursos orgânicos vigentes e as
estruturas que lhe pudessem resistir aos impulsos interiores
de vibração destrutiva.
Lentamente, adquirindo o entendimento da sua razão
de ser, passou a organizar melhor os equipamentos indis-
pensáveis para posterior utilização, construindo-os em mais
bem elaboradas formas que lhe pudessem traduzir os objeti-
vos na busca de elevação.
Mediante o seu perispírito pôde definir genes e cro-
mossomos de melhor constituição, portadores de cargas vi-
bratórias especiais para a elaboração do cérebro, do sistema
nervoso central, do sistema endócrino e do imunológico,
com recursos que pudessem bem expressar a inteligência, o
sentimento e a razão.
Nada obstante, porque atado aos hábitos ancestrais
infelizes, não logrou ainda o Espírito vestir-se de uma in-
dumentária menos densa, que lhe facultasse a movimen-
tação e o deslocamento, embora mergulhado no processo
reencarnatório.
A sua fatalidade está desenhada mediante uma em-
briogênese psíquica, que lhe facultará modificações estru-
turais na organização fisiológica, a fim de ser mais útil à
finalidade da evolução.
À medida que supere o caos interno e faculte ordem
à vida íntima, estabelecendo metas que lhe cumpre alcan-
çar, os pensamentos edificantes, sem cargas degenerativas,
irão sutilizando os tecidos vibratórios do perispírito, que se
encarregará de delinear outros tipos materiais, refletindo
a limpidez dos sentimentos e a sublimação das aspirações
mentais.

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Diretrizes para o êxito

De igual modo, a estrutura física da Terra modifican-


do-se, a pouco e pouco, proporcionará os recursos nutrien-
tes e preservadores da vida orgânica, sem intoxicações nem
degenerescências, como hoje sucede com frequência assus-
tadora, em razão da agressão ao meio ambiente, à camada
de ozônio, à Natureza em si mesma...
A mente direcionada aos valores elevados e lúcida,
o sentimento altruístico e amoroso promoverão a estrutu-
ração de genes psíquicos, que se condensarão por meio das
moléculas orgânicas, produzindo corpos e seres formosos,
felizes, nos quais não mais se hospedarão a inarmonia, a
enfermidade, o sofrimento, os transtornos emocionais e psí-
quicos...
Na estrutura molecular dos genes encontra-se o cam-
po mental do Espírito que a utilizará no futuro para a ela-
boração da roupagem celular.
Por isso, ensinou Jesus com firmeza: Sede perfeitos,
como vosso Pai Celestial é perfeito, a fim de que do âmago
do Espírito se exteriorizem as energias que conformarão a
sua aparência física, compatível com as ondas mentais ela-
boradas.
Somente, portanto, partindo da transformação moral
do espírita, sempre para melhor no rumo da sabedoria e da
plenitude, é que as futuras gerações que povoarão o plane-
ta e o promoverão a mundo de regeneração, se apresentarão
realmente belas, rumando ditosas para a Grande Luz.

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VISITAR OS ENFERMOS

A
vida moderna exaustiva e, às vezes, extravagante,
por necessidades reais e imaginárias, toma as horas
físicas e mentais dos seres humanos, sobrecarregan-
do-os de preocupações que os estressam. Em consequência,
os distúrbios de comportamento aumentam a sua estatísti-
ca tormentosa, demonstrando que as grandes conquistas de
fora não conseguiram harmonizar a criatura interior.
A desenfreada ansiedade e a incessante busca pela
posse de artefatos e de coisas para preencher o vazio exis-
tencial, de forma alguma lograram plenificar aquele que se
afadiga pelo conseguir.
Aplicando todo o tempo disponível na realização des-
se objetivo que parece básico para uma existência feliz, em-
penha-se cada vez mais, não se dando conta de outros valo-
res que permanecem aguardando a sua atenção e interesse.
Dessa forma, após conseguirem aquela meta inicial,
perdem o encanto todos aqueles que assim procediam,
transferindo para as coisas o tormento íntimo, continuando
tão frustrados quanto antes, por constatar a falta de sentido
e de significação de que aparentemente se revestem.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Somente possui valor aquilo que pode ser envolvido


pelo amor, preenchido pelo amor, irradiando amor.
Não é, pois, na quantidade, que está a solução dos
problemas emocionais, mas na qualidade da conquista, no
seu objetivo relevante.
Em face dessa circunstância, a que representa ambi-
ção desmedida, as amizades são apressadas, os conhecimen-
tos humanos são superficiais, as afeições são interesseiras,
não harmonizando de forma significativa a emoção pessoal.
Diz-se que esse é um mecanismo de autodefesa, de
que se utilizam as criaturas humanas, a fim de evitar sofrer
dilacerações interiores, prejuízos psicológicos, tendo em vis-
ta os insucessos iniciais experimentados...
Não têm razão, porém, esses que assim pensam.
O importante não é a resposta que advém da oferta
que se faz, mas é ela em si mesma que tem significação, me-
diante o enriquecedor ato praticado.
Se, por acaso, produz consequências inamistosas ou
gravames perturbadores, a raiz desse efeito encontra-se na-
quele que responde mal ao bem que recebe, merecendo ser
realmente assistido, porque é portador de desequilíbrio e de
tormentos, de que talvez não se dê conta.
O escrúpulo, que nasce do pessimismo, é tão negativo
quanto o entusiasmo que resulta da irreflexão.
Dessa forma, amigos surgem, passam e desaparecem,
substituídos por outros igualmente transitórios, rápidos...
Vale, porém, a pena, investir mais no ser humano,
oferecer-lhe mais luz de entendimento e de confiança, de
respeito e de estima.
f

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Diretrizes para o êxito

Altera, portanto, a tua maneira de relacionar-te.


Cuida mais e melhor dos teus conhecidos e evita re-
vidar com animosidade as ondas mentais molestas que te
enviam os inimigos.
Reserva-te alguns minutos diários para a fraternida-
de, embora a agitação dos teus compromissos, e constatarás
quanto este comportamento te fará bem.
Nem todos que se te acercam são frívolos ou insensa-
tos, como pensas. Examina com mais cuidado as pessoas a
quem te afeiçoas e descobrirás tesouros de amizade que te
surpreenderão.
Há muitos amigos que te estimam, e quando desapa-
recem da tua presença, talvez não seja por ingratidão ou in-
diferença, mas porque foram compelidos a distância, porque
passam por dificuldades que desconheces, por compromis-
sos novos, ou vitimados por enfermidades.
Procura informar-te sobre eles, quando lhes notes a
falta.
Se enfermos, visita-os, levando-lhes a tua solidarieda-
de, a tua palavra de amizade, a chama da tua fé espiritual.
Essa atitude constitui generosa fonte de caridade que
é pouco praticada.
Se, de todo, as circunstâncias não te permitirem, em-
bora sempre possas fazê-lo se te empenhares honestamente,
escreve-lhes algo, endereça-lhes vibrações de saúde, telefo-
na-lhes, diz-lhes que os estimas e que lhes sentes a ausência.
Faze-te presente junto aos enfermos, quanto te seja
possível. A saúde, na Terra, é dom precioso, que sofre pe-
riódicas alterações, convidando a pausas de reflexão e de
esforço interior.
Usa-a para espalhar o bem-estar e não apenas para
amealhar valores passageiros.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Aplica-a também em favor do teu próximo, o irmão


que padece enfermidades e experimenta sofrimentos, mui-
tas vezes disfarçados em sorrisos pálidos e rostos esquálidos.
Assim agindo, distribuindo bênçãos, recolherás pre-
ciosas gemas de paz e de bem-estar.
Somente é possível valorizar-se algo, quando se tem
carência ou necessidade inadiável.
Na doença, todos se renovam com um sorriso gentil,
uma palavra de ânimo, uma visita fraternal, demonstrando-
-lhes que não estão a sós no testemunho evolutivo.
Doa, portanto, hoje e estarás acumulando haveres que
não enferrujam, as traças não roem, os ladrões não roubam.
f

Quando visitares enfermos, não lhes imponhas a des-


crição do seu quadro orgânico ou emocional, exigindo que
te narre o problema de saúde que vem sofrendo.
Se te aborda o tema, ouve-o com atenção e evita au-
mentar-lhe a preocupação, falando sobre outros dramas e
tragédias do teu conhecimento.
Sê otimista sem exagero, realista sem crueza.
Conversa, edificando, se a ocasião o permitir.
Não prolongues a tua visita, tornando-a cansativa.
Atua de forma que o paciente anele pelo teu retorno
à sua cabeceira.
Conforta-o com uma leitura edificante, com notícias
auspiciosas, com uma oração refazente.
Se ele solicitar-te a aplicação de passes, faze-o sem jac-
tância, não deixando falsa impressão de cura milagrosa ou
pronto restabelecimento.
A caridade é gentil e discreta, bondosa e calmante.

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Diretrizes para o êxito

Diante de alguém enfermo, recorda-te de Jesus e en-


trega-o à Sua proteção, procurando ser o instrumento de
que Ele se possa utilizar para encorajá-lo e apaziguá-lo.
Sempre, pois, que possível, visita os irmãos que se en-
contram enfermos.

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INTEGRIDADE

A
integridade moral do ser humano é um compromisso
que deve ser mantido em relação à vida, por meio do
qual se haurem valores que enriquecem, predispondo
para a plenitude.
A vulgarização dos sentimentos, que decorre da mas-
sificação devoradora dos ideais e da individualidade, res-
ponde pela paulatina perda dos requisitos que constituem a
integridade moral.
A artificial necessidade de conseguir-se o triunfo a
qualquer preço tem conduzido os seus aficionados à perda
do significado primordial da existência, que é a sua espiri-
tualização, ora colocada em plano secundário ou mesmo
nem sequer pensada, desde que os interesses imediatos, fi-
xados no prazer e no desfrutar, rejeitam os demais valores,
anteriormente cultivados com respeito e sacrifício.
Certamente, a revolução industrial e tecnológica alte-
rou o comportamento dos indivíduos em relação a concei-
tos castradores predominantes no passado, mais preocupa-
dos com a aparência do que com a realidade.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Estribados em propostas perversas e impeditivas do


autodescobrimento, tornaram-se responsáveis pelo atual
repúdio, quase automático, a tudo quanto signifique me-
canismo de iluminação, mediante a renúncia e o sacrifício
pessoal.
Tais propostas parecem afrontar a razão contemporâ-
nea, desencaminhando-a dos seus objetivos práticos e ime-
diatos, conseguidos a duras penas culturais e emocionais.
Sucede, no entanto, que, sem abdicar-se do raciocí-
nio, antes adotando-o, torna-se indispensável considerar a
fugacidade do corpo e do seu notável mecanismo, prepa-
rando-se o ser para o prosseguimento da evolução em outra
condição no campo da energia.
Essa transitoriedade orgânica tem gerado o hedonis-
mo, a ambição desenfreada para o desfrutar intensamente
das concessões que são oferecidas, enquanto é tempo, por-
que de um para outro momento chega a morte, anulando
tudo e a tudo consumindo, conforme se pensa nessa filoso-
fia imediatista.
A conclusão, eminentemente materialista, é falha,
porque o gozo que se deriva do abuso é perturbador, quan-
do não mortal. Ademais, o prazer, em si mesmo, satura após
fruído, deixando sensação de incompletude, de frustração.
Em face desse resultado, foge-se na direção de novas buscas
utópicas, procurando-se justificativas para os comporta-
mentos extravagantes e inconsequentes.
Arrastadas pelos impulsos primários, as multidões,
esfaimadas ou desorientadas, alternam as festas orgíacas,
nas quais milhões de criaturas se esfalfam na agitação e no
sexo, no álcool e nas drogas com os desfiles de protestos
violentos sob justificativas reais ou interesseiras, promovidas

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Diretrizes para o êxito

por partidos adversários – que sempre os há em qualquer


forma de governo. O descontentamento faz parte da condu-
ta humana e, por isso mesmo, surgem sempre facções novas
apresentando projetos mirabolantes, absurdos, nos quais se
comprazem, gerando anarquia e malquerença.

Torna-se inadiável a redescoberta da integridade mo-


ral do indivíduo.
Integridade de pensamento, de palavra e de ação.
Mediante a integridade, o suborno e a corrupção ce-
dem lugar à ordem e à vivência dos significados profundos
da vida.
Não apenas propiciam o crescimento dos grupos so-
ciais, seu desenvolvimento econômico, cultural e de rela-
cionamento interpessoal, como também de evolução indi-
vidual.
A conquista da integridade é lenta e contínua, a fim
de que cada um descubra a própria autenticidade, adqui-
rindo e preservando os seus valores morais, e não apenas
vivendo conforme padrões utilitaristas, estabelecidos pelo
mercado das ofertas e a propaganda exagerada em torno dos
encantos fugazes: beleza física, sempre vencida pelo tempo;
triunfo pessoal sobre os escombros de outras vidas; conquis-
tas horizontais de fácil deterioração; rápidas viagens pelos
destaques periodísticos...
A integridade, à medida que se vai instalando no sen-
timento moral, auxilia no descobrimento dos objetivos reais
que todos estabelecem, mas se encontram em outros cami-
nhos levados por imposições estranhas, de pessoas ou insti-
tuições que os dirigem para o que lhes é mais conveniente,

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

sem auscultar-lhes o íntimo, as suas reais necessidades, os


seus legítimos interesses.
O verbo ganhar adquiriu primazia no contexto socio-
lógico da atualidade. Ganhar mais dinheiro, ganhar mais
posição social, ganhar mais poder, ganhar mais aplauso, e
quando se atinge o topo descobre-se o vazio interior, en-
contra-se o tédio, detém-se na amargura ou tomba-se na
depressão.
Poder-se-ia também estabelecer que se faz necessário
conquistar, ao invés de ganhar, a paz, o controle sobre as
paixões, o direcionamento adequado para a felicidade que,
normalmente, independe do que se possui, revelando-se no
que se é.
Com integridade interior acalmam-se o tumulto das
aspirações desmedidas, a revolta diante das perdas naturais
do processo evolutivo, a ansiedade pelo projetar-se cada vez
mais, a inquietação que nunca se satisfaz com o conseguido,
o mau humor que instala o pessimismo.
A programação da integridade estabelece como fun-
damentais: a autoanálise, a fim de identificar-se o que é útil,
eliminando o excessivo e pernicioso; as metas existenciais,
que podem harmonizar o coração e iluminar a mente; a
conduta a vivenciar em todos os momentos, produzindo
bem-estar e saúde global.
É certo que os homens e as mulheres apresentam aspi-
rações muito diferenciadas em razão dos diversos níveis de
consciência em que transitam. Nada obstante, todos pos-
suem interesses em comum, que são colocados em diferente
ordem, dando primazia a um em detrimento do outro, em-
bora estejam listados na pauta da eleição geral.

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Diretrizes para o êxito

A sabedoria para eleger aqueles que são mais signifi-


cativos do ponto de vista moral e espiritual, torna a inte-
gridade pessoal legítima em relação à aparência da conduta
elitista ou utilitária que passou a expressar-se na generalida-
de humana.
f

Jesus desconsiderou os valores atribuídos ao poder


terreno, às coisas que enchem os olhos e intumescem de
orgulho o ser, mas que logo perdem o sentido, quando a
enfermidade, a velhice e a morte se apresentam.
Exemplo máximo de integridade, transitou entre as
criaturas como lídimo representante da felicidade real, mes-
mo quando levado ao sarcasmo, ao abandono e à traição, à
morte infamante...
Os Seus valores, aqueles a que dava sentido, não fica-
ram sem significado, embora a vulgaridade dos poderosos
de um dia, que foram consumidos pelo tempo, ou serviram
de estímulo para a exaltação dos perversos e insensatos que
também ficaram no olvido.
Permanecem íntegros, iluminando milhões de vidas
que lhes apreendem os conteúdos.
Redescobrir a integridade, neste momento de confli-
tos e danos de todo porte, é alternativa única, por certo,
para tornar o indivíduo autêntico perante si mesmo, o seu
próximo e Deus.

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CONQUISTA DA
SABEDORIA

A
sabedoria é bênção que não chega total e completa
para ninguém.
No transcurso das diversas existências, cada Espírito
desenvolve a escala de valores morais que lhe cumpre aten-
der, harmonizando o conhecimento com o sentimento, o
intelecto com a emoção, a razão com a bondade.
Trata-se de um empreendimento de longo e demora-
do curso, que se origina interiormente e se expande preen-
chendo os espaços mentais e emocionais do ser.
Ninguém é o que aparenta.
A sabedoria encontra-se em germe em todos os indi-
víduos, aguardando os fatores que lhe propiciem a exterio-
rização das possibilidades latentes, que se transformarão em
atitudes e comportamentos superiores.
Semelhante a uma semente, é invisível o seu fanal,
que o tempo desvela e permite agigantar-se, alcançando a
finalidade essencial.
Quem contemple uma semente, jamais poderá perce-
ber o milagre que oculta. Ninguém vê o vegetal em que se
transformará, as flores que espocarão perfumadas, os frutos

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saborosos ou não que se apresentarão multiplicados, as fu-


turas sementes...
Imprescindível esperar que os fatores mesológicos e
a intimidade do solo façam brotar a plântula que oculta,
a fim de tornar-se a realidade que se encontra adormecida.
Na juventude, quando irrompem as energias domi-
nadoras, a arrogância predomina em a natureza humana,
tornando o indivíduo, não raro, exigente, intolerante, agres-
sivo. À medida que as experiências exornam o caráter com
paciência, a sabedoria se apresenta nas suas primeiras ma-
nifestações, que podem ser identificadas como humildade,
gentileza, compreensão, tolerância...
Essa operação ocorre no ser interior, que se torna
compassivo e generoso, por compreender que as criaturas
são diferentes e transitam em níveis de desenvolvimento in-
telecto-moral muito diversificados.
Muitas vezes, é doloroso, porque exige humildade e
coragem para reconhecer-se quando se está errado e se de-
vem pedir desculpas.
Todos erram, aprendendo por meio das experiências
perturbadoras, como não reincidir no desequilíbrio.
A imaturidade psicológica, porém, tem dificuldade
em reconhecer os próprios equívocos e teimosamente busca
defendê-los mediante recursos pouco lisonjeiros.
Quando se vai despojando das injunções da ignorân-
cia e da presunção, descobre a felicidade de ser autêntico, de
poder identificar os enganos e repará-los, não se afligindo
com a aparência, que é sempre secundária no seu processo
de crescimento interior.

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Diretrizes para o êxito

A sabedoria aumenta na razão direta em que a cons-


ciência humanista se desenvolve e percebe a finalidade da
sua existência no mundo.
f

O verdadeiro sábio ignora-se, enquanto o ignorante


exorbita na exibição do pretenso conhecimento, que não
passa de superficialidade.
Mediante a conquista da sabedoria, o indivíduo faz-se
mais simples e acessível, gentil e compassivo.
Conhecendo os desafios que teve de enfrentar e os
que ainda surgirão pelo seu caminho evolutivo, não exige
transformações morais nos outros, nem se esquiva de cres-
cer sempre.
A existência humana é rica de surpresas, de aconteci-
mentos não previstos, que exigem sabedoria a fim de os en-
frentar e administrar, quando negativos ou perturbadores.
Ninguém nasce sábio, mas apenas portador da sua
semente.
Fixando experiências, umas depois de outras, reúne
o cabedal de conhecimentos e de vivências que o tornam
mais lúcido.
Valorizando o tempo e suas lições preciosas, o homem
e a mulher que ambicionam o desenvolvimento da semente
que conduzem no íntimo, utilizam-se bem de cada instante
que lhes é concedido para aprender, para ensinar, para me-
lhorar a própria condição, bem como a qualidade de vida a
que se entregam.
Narra-se que, ao retornarem do santuário de Delfos,
após consultarem o deus Apolo, a respeito de quem seria

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

o homem mais sábio da Grécia, alguns filósofos atenienses


buscaram Sócrates e perguntaram-lhe com certa ironia:
– Tu foste indicado por Apolo como o homem mais sábio
da Grécia. Tens algo a dizer?
Ao que ele teria respondido:
– Talvez isso seja verdade, porque sou, possivelmente, em
Atenas, o único homem que sabe que nada sabe.
Não havia qualquer presunção nem espírito de exibi-
cionismo na resposta, senão um gesto de nobre humildade
diante da grandeza da vida e de todos os dons que a per-
meiam.
A sabedoria sorri, enquanto a vacuidade e o conheci-
mento estulto se exibem, porque superficiais, logo se esva-
necendo diante das questões profundas da existência huma-
na e da realidade do ser.
Felizmente, mesmo ignorando esse processo de cres-
cimento, que é natural e automático, as criaturas humanas
dão-se conta da necessidade de buscarem o aperfeiçoamen-
to moral e espiritual, a fim de se tornarem plenas.
A plenitude é meta que se deve alcançar e que se en-
contra ínsita em todos os seres pensantes.
Quando se tem coragem de receber as injunções difí-
ceis sem reclamações nem conflitos, abrindo-se às experiên-
cias da evolução, estão em desenvolvimento os pródromos
da sabedoria que terminará por predominar no comporta-
mento mental, moral e emocional do ser.
A sabedoria busca sempre horizontes mais amplos até
perder-se na infinitude, sem afastar-se da realidade em que
se deve fixar.
f

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Diretrizes para o êxito

O amor desempenha um papel fundamental para a


conquista da sabedoria. Por meio dele os sentimentos se am-
pliam, abraçando os demais seres sencientes que encontra
pela frente e não deixando pegadas de amargura ou de res-
sentimento pelos caminhos percorridos.
Logo depois, o conhecimento que decorre do estudo,
da observação, dos diálogos, da reflexão e do aprofunda-
mento no contexto das informações, encarrega-se de ilus-
trar o indivíduo que, amoroso, empreende a marcha do sa-
ber para ser livre, encontrando a verdade.
Sabedoria é uma experiência feliz em favor do tornar-
-se, permitindo que o Deus interno domine todas as paisa-
gens do ser externo.

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HERÓIS ANÔNIMOS

O
s gestos audaciosos em defesa da vida, os testemunhos
eloquentes de exaltação do bem, as atividades
grandiosas em favor da sociedade, os incomparáveis
sentimentos de solidariedade, os sacrifícios incomuns
pelas causas do dever e da honra, as renúncias profundas
objetivando resultados felizes para os outros, os movimentos
socorristas que amparam os sofredores, as ações de doação
superlativa salvando acidentados, todos constituem valores
que santificam os heróis.
Pessoas forradas de sentimentos elevados esquecem-
-se de si mesmas e atraem a atenção da comunidade, de-
dicando-se à fraternidade, às realizações dignificadoras de
promoção moral e social de outras criaturas, tornando-se
heroínas que elevam os níveis espirituais da Humanidade.
O herói, após reconhecido e homenageado pelo aplau-
so e pelas honrarias oficiais, públicas ou particulares, deixa
sinais do seu exemplo que pode estimular outros mais tí-
midos a assumirem os valores que lhes exornam o Espírito,
a serviço dos ideais dignificantes que um dia constituirão
fenômeno natural no comportamento geral.

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Por enquanto, ainda se faz necessária a presença do


herói, do mártir, do santo, do apóstolo, de alguém que te-
nha a coragem de enfrentar os preconceitos e as comodida-
des, a fim de lecionar amor e compaixão, entregando-se ao
mister do auxílio a todos indiscriminadamente.
Experimentando incompreensões a soldo da inveja e
da malquerença, os desafios e a sordidez dos descrentes nos
valores morais do ser humano, eles avançam intimoratos e
intemeratos, dedicando-se ao ministério de elevação, sem
preocupar-se com o cepticismo de uns nem a zombaria de
outros.
Destacando-se entre os adormecidos em relação à
promoção da sociedade, são perseguidos e cobrados pelo
atrevimento de demonstrarem a excelência das virtudes,
consideradas de pouca monta nestes dias utilitaristas.
Fascinados, porém, pelos ideais de realização espiri-
tual, distendem braços e sentimentos generosos ao próximo,
sem perderem o contato com a razão nem com o conheci-
mento, que também os estimulam ao prosseguimento da
empresa de renovação social da Terra.
Alguns desconhecem a força que possuem e não se
dão conta da grandeza de que se reveste o seu abnegado
esforço.
Muitos sabem que podem realizar os propósitos a que
se entregam e não desfalecem na luta.
Raros porfiam sem desânimo e atingem os objetivos
que traçaram desde os primeiros tentames.
Não pretendem ser heróis ou conquistadores. Tor-
nam-se pela função a que se entregam, construindo a nova
ordem de valores que os fascinam.

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Diretrizes para o êxito

Diversos se consagram ante a opinião pública e são


laureados pelo que fizeram, pelo que estão realizando...
f

Há, no entanto, muitos heróis anônimos que não se


permitem reconhecer como tais.
Nunca se queixam, jamais se exibem, em tempo al-
gum se dão conta do alto significado das suas vidas.
O que realizam, fazem-no com naturalidade, sem que
se considerem seres especiais ou missionários.
Compreendem que ajudar é um dever a que todos nos
encontramos submetidos, e que é muito mais confortador
quando se socorre do que mesmo quando se é socorrido,
não obstante a incomparável alegria que deve tomar conta
de quem é beneficiado.
Esses heróis desconhecidos encontram-se nos mais
variados segmentos sociais e humanos, graças aos quais a
vida se torna cada vez mais digna de ser vivida e com eles a
Humanidade galga mais elevados degraus de ascensão.
Enfermeiros gentis e incansáveis sustentam a fé cam-
baleante de pacientes em desespero, ajudam aqueles que se
encontram amargurados, animam aqueloutros que se en-
tregam ao deperecimento, encorajam os que se permitem a
depressão...
Servidores humildes de todos os matizes trabalham
com abnegação, entregando-se ao mister com alegria e au-
xiliando os seus patrões que nem sempre os consideram ou
dão-lhes qualquer valor.
Mestres pacientes e compassivos abrem espaços de
luz nas mentes sombreadas pela ignorância ou pela perver-
sidade, tornando-se modelos de vidas exemplares, que plas-

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

marão esperança, dignidade e valor naquelas que lhes são


confiadas.
Mães e pais silenciosos que se afadigam nos sacrifícios
inomináveis, a fim de proporcionarem aos filhos tudo quan-
to não tiveram, sem apresentarem exigências de gratidão ou
de afeto.
Filhos enriquecidos de ternura cuidam de genitores
enfermos ou desalmados sem cansaço nem queixa, por
compreenderem que o seu é o dever de amar e servir.
Amigos solidários sempre dispostos a ajudar sem im-
porem a necessidade do reconhecimento e da compensação.
Pessoas simples que repartem o minguado pão com
outros mais necessitados, não alegando o que fazem nem
esperando compreensão dos beneficiados.
Religiosos abnegados que fogem das luzes glamorosas
da ostentação e da vaidade, atendendo os fiéis com humil-
dade e perseverança.
Sofredores que amparam outros do mesmo gênero en-
tre sorrisos e sem afetação social.
Companheiros de lutas que oferecem ombro gentil
àqueles que desfalecem sob as garras das necessidades e das
doenças devoradoras.
Irmãos da caridade que descem da condição social de
destaque para erguer a outros patamares aqueles que derra-
param e ficaram no fosso moral do alcoolismo, da toxico-
dependência.
Todos, heróis anônimos, que estão construindo o
mundo de paz e de ternura, de fraternidade e de amor sem
jactância nem exibicionismo.
f

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Diretrizes para o êxito

Também, cientistas e pesquisadores de nomeada que


ofereceram suas existências para identificar os males que
afligiam a sociedade e a esfacelavam com periodicidade,
apresentaram as terapêuticas e as soluções para que fossem
erradicados, merecendo ser recordados como heróis de to-
dos os tempos.
Não foram poucos, porém, aqueles Espíritos que ade-
riram ao Cristianismo nascente, tornando-se heróis da fé,
anônimos uns, célebres outros, que igualmente doaram
tudo quanto possuíam, inclusive a vida física, a fim de que
o Cristo, que neles habitava interiormente, se expandisse em
direção da Humanidade.
Suas existências, ricas de renúncia e de amor, de sacri-
fício e de abnegação, constituem as páginas mais nobres da
história dos tempos que se iniciaram com o nascimento do
Mestre Nazareno.
Faze-te herói anônimo do amor e respira felicidade
íntima durante a jornada terrestre.

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12

OUVIR COM O
COR AÇÃO

A
lém da faculdade de escutar-se com os ouvidos, pode-
-se fazê-lo também com a mente, com a emoção,
com interesse, com malícia, com descaso, com
ressentimento, com alegria, com o coração...
A arte de ouvir é muito complexa.
Normalmente se ouvem as informações pensando-se
em outras questões que predominam, desviando a atenção
e impedindo que se fixem as impressões daquilo que se in-
forma.
Algumas vezes, ouvem-se as narrativas que são apre-
sentadas com estados de espírito crítico e perdem-se os me-
lhores conteúdos, porque não estão de acordo com o pensa-
mento e a conduta de quem escuta.
Em diversas oportunidades, ouvem-se as pessoas com
indiferença, pensando-se nos próprios problemas e inquie-
tações, distantes do sofrimento alheio, por considerar-se
muito grande o próprio.
É comum ouvir-se por obrigação social ou circuns-
tancial, estando-se noutro lugar e situação mental, embora
fisicamente ao lado.
As criaturas humanas convivem umas com as outras,
mantendo-se sempre estranhas, não conseguindo sair do

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

próprio cárcere em que restringem os passos, embora pre-


servando a aparência de livres.
Por consequência, a solidão e a depressão aumentam
na razão direta em que se avolumam os grupos sociais, sem-
pre ávidos de novidades e posses transitórias, quase coisas
nenhumas.
A saturação que decorre do mesmismo, das atividades
repetitivas, embora de alta gravidade, que terminam por se
transformar em corriqueiras para quem as escuta, responde
pelo aturdimento e desinteresse daqueles que se colocam na
condição de ouvintes.
Especialmente as pessoas que escutam as narrações
dos sofrimentos humanos, de tal forma se acostumam com
os dramas e tragédias que, por mecanismo defensivo, dis-
tanciam-se dos fatos e oferecem palavras destituídas de
emoção e de significado, que momentaneamente atendem
aos aflitos, sem os confortar com segurança.
É compreensível essa atitude, porque também são in-
divíduos que sofrem pressões, angústias, ansiedades e orga-
nizam programas de felicidade que não se completam con-
forme gostariam.
Tornam-se, desse modo, ouvintes insensíveis.
Despertando para a circunstância aflitiva, de que eles
também necessitariam de ser ouvidos e orientados, na so-
lidão em que se encontram, nas necessidades a que estão
expostos, são induzidos a fazer uma avaliação de conduta,
mudando de atitude em relação àqueles que os buscam.
Passam então a ouvi-los com o coração.
Isto é, participam da narrativa do outro com espírito
solidário, saindo da própria solidão.
f

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Diretrizes para o êxito

Ouvir com o coração!


Quem narra um drama é gente que, como tal, deve
ser considerada.
Não é um caso a mais, um cliente, um necessitado,
um pesadelo do qual se deve descartar.
Está sobrecarregada e não sabe como prosseguir. Ne-
cessita de ajuda. Requer atenção.
Pode ser molesto para quem ouve. No entanto, uma
palavra dita com o coração consegue o milagre de modifi-
car-lhe a visão em torno do que lhe ocorre, encorajando-a
para prosseguir no cometimento.
Um sorriso de compreensão dá-lhe um sinal de que
está sendo entendida e encontrou alguém que com ela sim-
patiza e dispõe-se a ser-lhe amigo.
Escasseiam os amigos, os afetos verdadeiros.
Multiplicam-se aqueles que fazem parte dos mor-
tos-vivos da sociedade consumista, quando ela necessita de
seres que pensam e que sentem, vibrando em espírito de
solidariedade.
Cada pessoa é um país a conquistar-se e a ser con-
quistado.
Particularmente, quando está fragilizada, isolada na
ilha da sua aflição, perdida na fixação do sofrimento, anseia
por outrem que lhe possa arrancar a âncora infeliz que lhe
retém a embarcação existencial nesse penhasco sombrio.
Somente quando se pode ouvir com o coração, é que
a mensagem encontra ressonância e pode repercutir na alma
que chora.
Não poucas vezes, o cansaço que a todos acomete, a
irritação que se deriva dos problemas quotidianos, o mal-es-
tar decorrente dos problemas existenciais armam o indiví-

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duo de indiferença pelo seu próximo, tapando-lhe os ouvi-


dos do coração.
Jesus o disse com muita propriedade: (...) Eles têm ou-
vidos, mas não ouvem.
Os seus são ouvidos bloqueados para o mundo exte-
rior, em razão dos conflitos internos e dos estrídulos sons
morais que os estremecem e agoniam.
Há, no entanto, uma forma para a mudança de con-
duta, beneficiando-se e auxiliando aos demais.
Procurar ouvir em cada ser uma história, como se fos-
se um escritor, um jornalista, alguém interessado na outra
vida.
Descobrir o novo, o inusitado no seu próximo, com
olhos mais percucientes, penetrando no âmago da ocorrência.
Deixar-se inspirar pelo outro, pela sua necessidade,
pela sua aflição, pela sua alegria e mensagem, quando isso
ocorrer.
Além de ouvir, oferecer algo em troca: uma palavra
alentadora, um gesto fraternal em forma de abraço, um sor-
riso compassivo, qualquer coisa que responda ao suplicante
de maneira encorajadora.
Ampliar o coração no rumo de quem fala ou de quem
apenas, em silêncio, demonstra a sua terrível aflição.
Ouvir com o coração é também uma forma feliz de
falar com o coração, mediante ou não o uso de palavras.
É vibração de amor que se expande e que retorna em
música de solidariedade.
f

Os médicos, invariavelmente, utilizando-se do este-


toscópio, auscultam o coração dos seus pacientes, mas ra-

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Diretrizes para o êxito

ramente escutam a mensagem discreta que ele transmite,


pedindo socorro fraternal, ajuda emocional, bondade esti-
muladora...
Aprende, tu, a ouvir com o coração, tudo quanto ou-
tros corações estejam procurando dizer-te.
Descobrirás um mundo totalmente novo, enriquece-
dor, no qual te encontras e ainda não havias percebido, ale-
grando-te com a honra imensa de estar nele e ajudá-lo a ser
cada vez mais feliz.

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TÉDIO

Q uando os objetivos humanos que devem ser buscados


com afã se encerram na conquista daquilo que se
pretende, não poucas vezes, o sentido e o significado
da existência desaparecem.
Alcançada a meta, a razão de viver, de empenhar-se,
de produzir cede lugar ao tédio, à angústia, empurrando
aquele que assim procede para os abismos da depressão ou
dos vícios, mediante os quais foge da realidade diária.
O excessivo apego aos filhos, quando estes crescem e
devem enfrentar as próprias lutas, dar curso aos programas
da própria existência, produz nos genitores amarga aflição,
caso não se hajam preparado para essa inevitável ocorrência.
A ansiedade por alcançar um patamar elevado na car-
reira elegida, logo que atingido, produz desinteresse pelo
prosseguimento das lutas, em razão da falta de estímulos.
O contato diário com qualquer tipo de sofrimento,
quando repetitivo, gera certa indiferença naquele que ouve
e convive, alienando ou levando à melancolia, à perda de
motivação para ser feliz, ante tanto desconforto moral, físi-
co, espiritual.

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O esforço para amealhar recursos financeiros e eco-


nômicos que impulsionam as multidões ávidas e inquietas,
logo faculta comodidade e abre espaço para o tédio.
A busca da fama e do destaque na sociedade sempre
devedora dos seus próprios mitos, logo que atingida, deixa
ressaibos de amargura, que são acompanhados pelas fugas
espetaculares no álcool, nas drogas ou nos abusos do sexo
em desalinho.
A inquietação que decorre da luta para conseguir-se
chegar ao poder de qualquer natureza, logo se vê diminuída
pelo que foi atingido, transforma-se em acomodação e in-
diferença pelas infinitas possibilidades de servir ao alcance,
por falta de encorajamento para socorrer e amparar as mul-
tidões que vivem sob sua dependência.
São muitas as facetas da busca do imediato na con-
dição terrena, que logradas, deixam o seu aficionado em
terrível frustração, quando não em desespero surdo.
Entregando-se a uma existência de trabalho com exi-
gência de horários e de devotamento, o ser humano quando
se aposenta, se não transferiu a carga das horas para outro
cometimento que o dignifique, descobre-se inútil, entregan-
do-se a condutas mesquinhas e depressivas, que se transfor-
mam em tormentos para a família, quando a tem, ou para
si mesmo, quando a sós.
Certamente existem valiosas exceções que devem ser
consideradas, mas que não eliminam a generalidade daqueles
que se permitem a conduta de apegos excessivos, de metas
próximas e de conquistas relâmpagos.
O tédio é terrível flagelo que consome existências hu-
manas, que poderiam ser utilizadas de maneira superior na
construção da sociedade.

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Diretrizes para o êxito

Sinuoso, penetra suavemente no comportamento e


instala-se na mente e no sentimento, depauperando o indi-
víduo, dominando-o irremediavelmente.
f

Quando te percebas a um passo do tédio, por uma


ou outra razão qualquer, assume nova postura e busca uma
atividade que te preencha o tempo físico e o mental com
estímulos para o prosseguimento da tua existência útil.
Nunca te consideres impossibilitado de trabalhar, de
agir no bem, de produzir.
Por mais complexos que sejam os impedimentos que se
te apresentem, se insistires na ação, descobrirás recursos va-
liosos para o prosseguimento jubiloso da existência corporal.
Considera o esforço dos artistas sem braços, sem per-
nas, que se revelam excelentes pintores, escultores, dese-
nhistas, ricos de inspiração e de alegria de viver.
Passa pela reflexão as vidas de outros tipos de defi-
cientes que se transformaram em mensageiros da alegria, da
renovação interior e se tornaram membros indispensáveis
da economia moral e social terrestre.
O esforço que se exigiram não lhes concedeu tempo
para qualquer forma de tédio ou de desinteresse, entregan-
do-se à lamentação ou ao desencanto, somente porque se
encontram portadores de alguma limitação.
De tua parte, caso te encontres avançando para a mor-
te dos ideais, estabelece um programa de ação, anotando,
mesmo que resumidamente, as tuas experiências diárias, no
escritório, no lar, na rua, onde quer que te encontres.
Escreve em torno do que te causou aborrecimento ou
te produziu estímulo, que lição retiraste de determinado

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fato ou contato, quantas vezes te inspiraste ou te emocio-


naste no relacionamento, e verificarás, posteriormente, que
a vida renasce diante de ti, invitando-te à renovação.
Desarmado de sentimentos mórbidos e do desinte-
resse pelas conquistas que antes impulsionavam ao avanço,
aparecem outras motivações que decorrem do trato com as
pessoas e os serviços que devem ser realizados.
Simultaneamente, o pensamento em torno da imor-
talidade, na qual todos nos encontramos mergulhados, ati-
vará o centro de interesses psicológicos para que não se pare
em situação alguma, porquanto o prosseguimento da vida,
mesmo depois da morte física, servirá de vitalidade para
nunca desfalecer-se.
Substituindo, embora sem cancelar, as aspirações em
torno das conquistas materiais por aqueloutras de ordem
moral e espiritual, o sentido existencial permanece e o ser
humano avança sem detença na construção da plenitude,
autoiluminando-se, auxiliando o seu próximo e autorreali-
zando-se.
A mente que não se deixa entorpecer por falta de
pensamentos elevados, que se entrega à oração, buscando
as Fontes Inspiradoras, alcança campos vibratórios enrique-
cedores de harmonia e de bem-estar. Todos os seus espaços
permanecem preenchidos de ideias e os sentimentos são to-
mados pelos projetos de enobrecimento que dignificam a
espécie humana.
Conforme assevera com propriedade um velho refrão,
que o trabalho ainda é a melhor maneira de fazer o tempo
passar; labora sem descanso e acompanharás o suceder das
horas em clima de alegria.

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Diretrizes para o êxito

Não cesses de edificar, nem te permitas contemplar a


retaguarda do já feito, antes examina a perspectiva do quan-
to ainda necessitas realizar, para sentires o hálito da vida
sustentando-te na marcha.
f

Aspira à conquista do Infinito e nunca te sentirás en-


tediado com os logros conseguidos.
Quem se basta com as aquisições apenas materiais
ainda não alcançou a real maturidade psicológica e, por
isso, não descobriu as prioritárias metas existenciais, per-
manecendo em faixa emocional imediatista, que logo há de
frustrá-lo.
Aquele, porém, que anela pela alegria de viver, não
apenas pelo que consiga deter nas mãos, mas pelas espe-
ranças de novas realizações enobrecedoras, nas quais o em-
penho pelo conseguir e o desejo de mais servir se fazem
presentes, nunca se cansará, não desanimará, jamais será
vítima do morbo do tédio, porque estará sempre em ação,
sentindo-se útil e pleno.

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14

SUICÍDIO MOR AL

V
ários são os mecanismos que desencadeiam o
autocídio.
Multiplicam-se desde aqueles de natureza moral
aos terríveis sofrimentos que defluem de enfermidades dege-
nerativas e dolorosas, passando pelos dramas existenciais e
torpezas do comportamento, aflições econômicas e sociais...
Entre outros, os transtornos psicológicos em forma de de-
pressão respondem por altas cifras de desencarnações pelo
suicídio.
Há, no entanto, uma forma insidiosa e traiçoeira de
autodestruição do corpo somático, que não passa de instru-
mento indireto para atingir o mesmo fim.
Esse cruel adversário da vida é o cultivo de ideias mór-
bidas e perturbadoras, que se instalam como pessimismo
ou culpa, desestruturando o ser nos seus objetivos elevados.
Inicialmente surgem como pensamentos infelizes, que
prosseguem fixando-se e alienando o indivíduo que foge ao
convívio saudável com outras pessoas, transformando-se
em conflitos destrutivos que terminam de maneira penosa,
injustificável.

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A vida física é oportunidade sublime para o cresci-


mento íntimo e a autoiluminação, que não pode ser exposta
a esses fatores de desagregação e perda.
Da mesma forma, o hábito doentio de entregar-se aos
vícios, sejam quais forem, desde aqueles que criam depen-
dência química ou os que se fazem compromissos morais
devastadores, culminando no esfacelamento das forças com
o consequente fenômeno da desencarnação.
O corpo é instrumento da vida com finalidades espe-
cíficas, que deve ser preservado a qualquer preço. A partir
dos hábitos saudáveis de higiene até os do trabalho digni-
ficante em favor da sua manutenção, a fim de mantê-lo em
equilíbrio conforme os costumes da sociedade, apresenta-se
a necessidade de oferecer-lhe auxílio para os equipamentos
que o compõem, por meio dos contributos morais que me-
lhormente o preservam.
Sem as disciplinas hábeis que conservam as funções de
que se constitui, facilmente degenera e sucumbe.
Sob o condicionamento e sujeição de drogas desgas-
tantes ou vapores mentais tóxicos, a sua maquinaria desa-
justa-se e interrompe a marcha.
Certamente, aquele que assim procede, por negligên-
cia ou indiferença, está colaborando para a própria desen-
carnação, sub-repticiamente desejando-a.
É menos responsável aquele que, mediante gesto in-
tempestivo e alucinado, atira-se no abismo do suicídio
covarde, do que o indivíduo que dispõe de tempo para a
reflexão e a mudança de comportamento, não obstante
prosseguindo no programa de desrespeito à vida conforme
se entrega.

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Diretrizes para o êxito

Nada justifica o ato insano do autocídio.


A noite tempestuosa de hoje sempre cede lugar ao dia
claro e risonho de amanhã.
Dor é instrumento de reflexão e análise de como se
está vivendo, enquanto que os acidentes e incidentes sociais
e morais são chamadas de atenção para o autoaprimora-
mento.
Tem paciência, pois, em qualquer situação em que te
encontres, e aguarda a Divina Providência.
Coisa alguma acontece fora das Leis Cósmicas e das
necessidades de evolução.
Não poucas vezes, quando algo negativo ou pertur-
bador, em forma de desar ou enfermidade chegar-te, afli-
gindo-te, é a vida chamando-te a atenção para aquilo que
necessita ser corrigido e deves averiguá-lo a fim de atender.
Preserva o teu corpo, preparando-o para servir-te de
domicílio pelo período mais largo, a fim de que, ao desen-
carnares, não te dês conta que te encontras entre aqueles
que chegaram à Pátria espiritual antes da hora, pelo nefan-
do instrumento do suicídio indireto.

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INFORTÚNIOS

O
ser humano, enquanto reencarnado na Terra, da
vida somente possui um conhecimento limitado, o
que o impede de compreender em profundidade os
múltiplos acontecimentos que dizem respeito à sua existência.
Por isso, louva as alegrias e aguarda-as freneticamen-
te, sempre ambicionando mais, em detrimento da tristeza,
dos desafios, que prefere postergar, sem dar-se conta do sig-
nificado das primeiras e das responsabilidades que dizem
respeito aos outros.
Considera como bênção a ausência de problemas e de
preocupações, transitando por caminhos repletos de flores
perfumadas, sem maiores responsabilidades nem compro-
missos com a própria edificação. Logo lhe sucede algo dife-
rente, que o predispõe a reflexões mais profundas, e consi-
dera que se encontra no pórtico das aflições, que preferiria
não vivenciar.
Quando se depara com dificuldades na execução de
qualquer plano ou realização de algum programa existen-
cial ou iluminativo, tem a impressão de que os bons fados o
abandonaram, deixando-o à própria sorte.

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Não poucas vezes, nessa situação, desespera-se e blas-


fema, entregando-se à revolta ou ao desânimo como se to-
das as suas aspirações desaparecessem ante a falsa ameaça de
que se sente vítima.
Enquanto amealha valores amoedados, coleta situa-
ções vantajosas, reúne títulos de diferentes espécies, expe-
rimenta prazeres variados, considera que a deusa Fortuna
lhe sorri e lhe abençoa, prodigalizando-lhe benesses que em
realidade ainda não fez por merecer.
O bem é sempre uma concessão do Amor Inefável, en-
sejando recursos para o crescimento interior e estímulos para
serem alcançados novos patamares de elevação espiritual.
Toda ascensão exige esforço e, muitas vezes, verdadei-
ros sacrifícios, mediante os quais o indivíduo se autoapri-
mora, adquirindo experiências valiosas para futuros tenta-
mes de crescimento.
Ninguém jornadeia no mundo somente fruindo fa-
cilidades, porque o desenvolvimento de todas as engrena-
gens que constituem a vida orgânica, emocional, psíquica
e moral faz-se por meio de adaptações, de renovações, de
injunções diferentes. É natural que produzam dores e ansie-
dades, incertezas e limitações, contribuindo para que sejam
alcançados estágios sempre mais elevados.
Quem receia as lutas, temendo enfrentá-las, já se en-
contra com menores possibilidades de triunfo.
A coragem e a altivez diante das dificuldades que são
naturais em todo comportamento, constituem recurso im-
prescindível para a conquista da láurea da vitória.
Quanto mais lúcida a mente e fortalecido o Espírito,
melhores possibilidades existem para os enfrentamentos e
para as conquistas almejadas.

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Diretrizes para o êxito

Os infortúnios, normalmente detestados, são ensejos


reeducativos a serviço da vida, abençoando os aprendizes
negligentes e perturbados.
As mortes prematuras de seres amados, por exemplo,
não têm caráter punitivo, como invariavelmente se pen-
sa, antes significam prêmio aos que desencarnam e que se
desincumbiram dos compromissos, merecendo o direito à
liberdade do cárcere carnal. Naturalmente que a ausência
física junto aos afetos da retaguarda produz dor e saudade
nesses. No entanto, a compreensão de que ora eles estão
felizes e próximos, dependendo somente de cada qual sin-
tonizá-los mentalmente, diminui essas emoções aflitivas e
amplia o afeto que prossegue ao lado da certeza do próximo
reencontro duradouro e ditoso.
As denominadas desgraças econômicas, mediante
as quais as criaturas se veem a braços com carências de di-
versas ordens, representam convite a outro tipo de experiên-
cia, após a abastança, pela qual se aprende a valorizar tudo
quanto está ao alcance das mãos e do coração. Não apenas
na abundância, no excesso pernicioso, é possível transitar
com facilidade. Necessário é, não poucas vezes, o exercício
da escassez, para melhor poder-se administrar a abastança.
Muitos ricos desperdiçam em luxo e excesso, profusão e in-
diferença, o que poderia ser encaminhado para salvar outras
vidas que estertoram na carência quase absoluta.
As conhecidas aflições decorrentes de enfermidades e
de solidão, de traições e de desprezos, se bem consideradas
convertem-se em bênçãos de irrecusável poder no processo
de desprendimento e de espiritualização do ser humano.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Infortúnios, desgraças, aflições reais são aquelas que


se propiciam ao próximo quando, dominados pelos interes-
ses mesquinhos e egoicos, as criaturas constroem a sua feli-
cidade sobre os escombros daquela que pertencia aos outros,
agora em desvalimento e dor.
Toda vez que alguém prejudica a outrem, consciente
ou inconscientemente, está sendo instrumento de infortú-
nio para si mesmo, porquanto, se aquele que lhe sofre a in-
junção penosa souber retirar da situação o melhor proveito,
crescerá interiormente, enquanto o seu causador se sobre-
carregará com a culpa e o remorso futuro da ação inditosa
praticada, buscando ensejo de refazimento, a fim de conse-
guir a paz.
O infortunado é sempre aquele que infelicita, que se
desforça, que fere, que se compraz com o alheio sofrimento.
Por isso, o número de infortúnios ocultos é sempre
muito grande, já que não podendo ser exteriorizados, tor-
nam-se expurgadouros necessários à eliminação do mal que
permanece naqueles que o experimentam.
Eis por que o bem e sua ação constituem o melhor e
mais valioso recurso para uma existência feliz.
Adquire-se consciência de paz, quando se podem en-
frentar os desafios com equilíbrio e confiança no futuro,
transformando dissabores e amarguras em serenidade e paz
interior, porquanto o discernimento das responsabilidades
elucida que é sempre muito mais feliz quem resgata do que
aquele que se compromete.
f

Sem que te tornes masoquista ou piegas, optando pela


situação de sofredor ou de infeliz, o que denota desequilí-

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Diretrizes para o êxito

brio, senão transtorno de comportamento psicológico, ben-


dize os convites que te chegam em forma de infortúnios
convencionais, nunca, porém, tornando-te causa de desdita
para quem quer que seja.
O caminho da elevação é feito de sinuosas ascenden-
tes e descendentes, facultando a grande inclinada que leva
ao topo através da linha que alcance cumes e baixadas, que
caracterizam as experiências vitoriosas e as de treinamento.
Mantém-te saudável espiritualmente em todas as si-
tuações do trânsito carnal, cultivando a alegria sem receio
das reflexões educativas que os denominados infortúnios
proporcionam a todos os seres humanos.

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TORMENTOS
EVITÁVEIS

É
comum dizer-se que, na Terra, tudo são tormentos,
que a sociedade encontra-se perdida e que os valores
éticos desapareceram.
Informa-se mais, que o progresso científico-tecnológi-
co somente trouxe aflições, não havendo diminuído as do-
res nem as necessidades dos sentimentos humanos.
Exagera-se, esclarecendo-se que tudo está pior e a paz
se encontra com possibilidades remotas, senão impossíveis
de um dia reinar entre as criaturas terrenas.
Certamente, são reflexões fundamentadas no pessi-
mismo, na revolta ou no desencanto daqueles que da vida
somente aspiram ao prazer e às sensações imediatas em que
se comprazem, não tendo, a respeito da realidade, ideia exa-
ta formulada, o que lhes dificulta o entendimento dos me-
canismos existenciais.
Sem qualquer dúvida, a Terra ainda não é o paraíso,
nem poderia sê-lo, porque os seres humanos que a habitam
ainda são atrasados na sua quase totalidade, transitando do
instinto para a razão, diante de poucos que se encontram
em estágio menos penoso, já avançando da razão para a
intuição.

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É natural, portanto, que haja tormentos no mundo,


em face das imperiosas necessidades que se expressam em
maior volume, consumindo os seus enganados portadores.
Os tormentos, que se multiplicam, são derivados das
ambições exorbitantes que não se convertem em realidade,
das aspirações absurdas que não são consumadas, dos senti-
mentos nefastos que dominam a maioria, dos pensamentos
vis que vão sendo acumulados e vitalizados em todo mo-
mento, das ações inditosas que se praticam...
Esse caldo de cultura materialista, muitas vezes dis-
farçada de religiosismo ou de ânsia de espiritualidade egoís-
ta, representa o que se cultiva, o que se divulga, o que se
tornou prioritário na convivência social.
O inconformismo, decorrente das paixões primevas
ainda não superadas, induz à revolta, quando deveria esti-
mular a realização de ações enobrecedoras.
A autoinsatisfação, em face das reflexões falsas sobre
triunfo pessoal e conquista de felicidade, empurra para os
tormentos que poderiam e deveriam ser evitados, mas que
comprazem a quem os vitaliza, aceitando a postura de in-
felicidade.
Os desvios de comportamento, a que muitos se entre-
gam, porque preferem as aberrações às atitudes equilibra-
das, geram transtornos íntimos que nada de fora satisfaz,
porque a sua é uma sede insaciável, desde que transferiram
para as sensações grosseiras aquilo que somente as emoções
libertadoras podem propiciar.
O caminho da retidão é de todos conhecido, não po-
rém trilhado conforme deveria, em razão das preferências
pessoais e dos enganos em que a maioria se permite, dificul-
tando a própria harmonia.

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Diretrizes para o êxito

Ante essa visão pessimista, somente o sol do enten-


dimento a respeito do que é certo e correto, pode propor-
cionar observação real do que está acontecendo no mundo.
De acordo com as lentes dos óculos da emoção de
cada qual, a mesma luz se apresenta com tonalidades di-
versas, não porque se altere, mas sim como decorrência das
tintas que foram usadas na sua elaboração.
f

O mundo está muito melhor, tanto do ponto de vista


das calamidades coletivas, dos fenômenos sísmicos que vêm
diminuindo, quanto das catástrofes que assolam periodica-
mente a Humanidade...
As informações rápidas facultam o acúmulo de co-
nhecimentos em torno dos sucessos, sempre preferidos por
alguns órgãos de divulgação aqueles que são chocantes e
perversos, sem que se possa decodificá-los e selecioná-los
para posterior análise.
Eles são recebidos e absorvidos com o sensacionalis-
mo de que se revestem, chocando, afligindo, atemorizando.
Nunca, porém, houve tanta preocupação com o bem,
o amor, a verdade, como nos dias atuais.
Embora a superpopulação do planeta, em relação ao
passado, cada vez com maior densidade demográfica, são
incontáveis os exemplos de abnegação, de sacrifício, de de-
dicação ao próximo, de iluminação de consciências.
O progresso científico-tecnológico, realmente não se
fez acompanhar pelo desenvolvimento de natureza ética-
-moral. No entanto, são inimagináveis as suas contribuições
em favor da diminuição do sofrimento, das deficiências, das

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

enfermidades, dos desconfortos, das aflições que caracteri-


zaram algumas gerações passadas.
Os seres humanos encontram-se muito próximos, sen-
do de cada um a opção pela convivência virtual, em razão
dos seus conflitos, em detrimento da comunhão fraternal.
O uso indevido e ignóbil que muitos indivíduos en-
fermos da alma e da mente vêm fazendo dos abençoados
veículos da comunicação eletrônica de massa, como de ou-
tras formas, não anula as vantagens que eles oferecem nem
tisna a limpidez da proposta de facilitar a existência humana,
auxiliando os tímidos a fazerem amigos e gerarem afeições,
proporcionando conhecimentos enriquecedores a milhões
outros que não disporiam de meios para consegui-los de ou-
tra forma.
A maldade, a cobiça exagerada, o ódio, os interesses
mesquinhos, as guerras que ainda explodem com certa pe-
riodicidade na Terra são reflexos poderosos das condutas in-
ditosas do passado, mediante as quais os seus fomentadores
de retorno estão mantendo, quando deveriam utilizar-se do
ensejo para eliminá-los.
São grupos de Espíritos desditosos ainda comprome-
tidos com o mal que predomina neles mesmos, ameaçando
a estrutura dos que se estão esforçando para ser melhores e
não lograram êxito, mas que, nas convulsões do momento,
triunfarão sobre os destroços dessas vitórias de Pirro que
os outros conseguem, logo devorados pela morte que lhes
tomará o corpo e as mentirosas conquistas...
Ninguém é capaz de deter a marcha do progresso in-
definidamente.
Tudo se renova com a vida, e a felicidade é possível
para aquele que a anela e a busca, esforçando-se por con-
quistá-la.

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Diretrizes para o êxito

Enquanto te encontres e te sintas assim, do mesmo


modo verás os demais e considerarás o mundo.
Acreditando que não podes mudar as paisagens ter-
renas nem modificar as estruturas da Humanidade, evita,
porém, deter-te na censura, nas acusações injustificáveis,
deixando-te afligir por tormentos evitáveis.
Faze a tua parte, tornando-te mais nobre, lapidando
as tuas imperfeições e crescendo interiormente em conquis-
ta de valores morais e espirituais.
À medida que te sintas mais feliz e mais tranquilo,
perceberás que também o mundo e as pessoas assim estão.
Transformando-te para melhor, modificarás toda a
Humanidade, porque, pelo menos um, que és tu, já se en-
contra em patamar de tranquilidade e de sabedoria, dimi-
nuindo-lhe a pesada carga.

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AS MÁS INCLINAÇÕES

E
ssa tendência perturbadora para fazer-se o que se
não deve em detrimento daquilo que é correto e
ideal, remanesce na criatura humana como efeito das
experiências primevas do processo da evolução.
As reações intempestivas que irrompem com violência
no ser, quando contrariado, gerando desequilíbrio e deixan-
do rastros de desespero, têm origem no instinto de conser-
vação que ainda predomina em a natureza humana.
A propensão para o mal que não se deseja praticar e,
muitas vezes, sobrepuja no comportamento, sendo respon-
sável por lamentáveis consequências que poderiam ser evi-
tadas, procede dos impulsos automáticos que permanecem,
não sendo racionalizados pelo Espírito.
Essa natureza animal, que prevalece durante o minis-
tério da reencarnação, é característica das necessidades do
desenvolvimento das potencialidades espirituais que se ex-
perienciam, ao longo da evolução, trabalhando os mecanis-
mos que as libertam, assim facultando-lhes o desabrochar.
Desse modo, o crescimento moral se realiza mediante
etapas sucessivas que proporcionam a superação dos diver-

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sos fenômenos existenciais necessários, que se demoram por


alguns períodos, logo depois ultrapassados.
As sequelas, deles decorrentes, prosseguem por largo
tempo na condição de atavismos que se repetem automati-
camente, produzindo mal-estar ou conduzindo a aflições.
Avançando, da inconsciência em que permanece por
indeterminado e longo período de tempo, para a consciên-
cia que lhe abre as portas da percepção para o divino que
nele existe, o Espírito se agrilhoa demoradamente, sendo-
-lhe necessário investir um grande esforço, a fim de romper
as algemas vigorosas.
O embrião vegetal rompe o perisperma que o guarda
em germe, vencendo as pesadas camadas do solo em que
se encontra sepultada a semente, atraído pelo tropismo da
luz. Ascende no rumo da fonte de energia e engrandece-se,
porém necessita do apoio da terra em que se fixa a planta,
desenvolvendo todas as potencialidades que lhe permane-
cem adormecidas.
Não seja de estranhar, que ainda permaneçam no Es-
pírito em crescimento para Deus, as fixações ancestrais de-
correntes das experiências por que passou, retendo-o ou di-
ficultando-lhe a ascese. Mediante esforço bem-direcionado
e constante, são vencidos os impedimentos, e os atributos de
sublimação rompem o cárcere em que se demoram retidos,
facultando o alcance da plenitude.
Em todos aqueles que aspiram à autorrealização, ul-
trapassando os limites nos quais se aprisionam, a força da
retaguarda compete com a atração da Grande Luz.
Por essa razão, afirmava o apóstolo das Gentes, con-
forme escreveu em Romanos: 7:15: Porque o que faço não o

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Diretrizes para o êxito

aprovo; pois o que quero, isso não faço, mas o que aborreço, isso
eu faço.
f

A origem do mal encontra-se no uso irregular do li-


vre-arbítrio que, nos primórdios da evolução, ainda sem o
direcionamento da consciência, elege experiências perturba-
doras, aprendendo, desse modo, a selecionar aquelas que pro-
porcionam paz e alegria de viver, em vez daqueloutras que
facultam as sensações agradáveis, mas de efeito perturbador.
À medida que o Espírito se liberta dos impulsos ini-
ciais dos instintos e desenvolve a inteligência, consegue en-
tender quais os valores que o enriquecem, selecionando-os e
elegendo-os, de forma que o mal nele existente se vai trans-
formando em bem real que o induzirá sempre a maior cres-
cimento no rumo da plenitude a que aspira.
Desse modo, o mal é relativo e faz parte dos meca-
nismos existenciais, sendo, portanto, uma experiência ilu-
minativa, a princípio grotesca e agressiva, transformando-se
em reminiscência que sempre adverte no momento da deci-
são de qual o caminho a percorrer.
Em razão disso, costuma-se dizer que, muitas vezes,
um mal transforma-se em um grande bem, caso o indivíduo
possa dele retirar a melhor parte, aquela que lhe proporcio-
ne satisfação e sabedoria.
A questão fundamental, na ocorrência do mal, diz
respeito à maneira como seja enfrentado, procurando-se
evitar-lhe a fixação no comportamento que se transforma
em hábito infeliz.
O conceito do bem, por sua vez, deve ser examinado
fora do âmbito do egoísmo de cada pessoa, porquanto aqui-

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lo que, muitas vezes, é considerado como bom e próprio,


porque favorece o interesse pessoal, em realidade decorre
do mal que proporciona a outrem, transformando-se, mais
cedo ou tarde, em dano, aflição, realmente um grande pre-
juízo.
Assim, as más inclinações são inerentes aos seres que
ainda transitam da animalidade para a sua humanidade,
prelúdio da sua ascese à espiritualização que os aguarda.
Na esteira do progresso, a sabedoria induz à transfor-
mação das tendências prejudiciais em aquisições benfazejas,
em favor das quais devem ser investidos todos os recursos
da inteligência e da razão, desde que a ascensão é inevitável,
atraente e convidativa, comprazendo e felicitando.
Não lamentes, portanto, a presença das más inclina-
ções, que lentamente te impulsionam no rumo da aquisição
dos sentimentos formosos.
Quem pretende o acume da montanha não pode des-
denhar as dificuldades da base em que ela repousa.
Quem se compraz na escuridão, somente valoriza a
claridade quando por ela beneficiado.
Caminhando em pleno nevoeiro, o Sol prossegue
brilhando, embora o viandante, mesmo beneficiado pelos
seus raios invisíveis, não o veja. À medida que a neblina
se dissipa, mais favoráveis se apresentam os recursos que o
indivíduo alcança, olvidando-se, logo depois, da bruma que
o confundia na região ora vencida.
O mesmo fenômeno acontece com as más inclinações.
Não te detenhas, pois, porque ainda lhes assinalas a
presença no teu mundo interior e no teu comportamento
externo.

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Diretrizes para o êxito

Insiste na sua eliminação, ampliando o campo das


tuas conquistas. Cada vitória, por menor que seja, sobre os
impulsos primários e prejudiciais, constitui-te conquista va-
liosa no rumo da Espiritualidade.
f

Da mesma forma como não te deves afligir por viven-


ciar esses impulsos ancestrais, não te permitas acomodar
ante as suas manifestações.
Medita e considera a excelente oportunidade de que
dispões para o crescimento íntimo por meio do bem, la-
borando afanosamente pela tua transformação moral para
melhor, sempre e incessantemente.
A escada ascensional não possui último degrau, sem-
pre havendo patamares mais altos que aguardam pelos ar-
gonautas espirituais.
Jesus desceu até o ser humano na pequenez deste, a
fim de que a Sua grandeza servisse-lhe de estímulo para
crescer até Ele.
Não te detenhas!

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CONSCIÊNCIA ALERTA

E
nquanto envolto pela neblina carnal, o espírita transita,
no mundo, cambaleante e inseguro.
Quando iluminado interiormente pela fé religiosa,
consegue diluir a névoa que lhe tolda o raciocínio e dá-se
conta, lúcido, das responsabilidades morais que lhe dizem
respeito, resolvendo-se por vencer os impedimentos à supe-
ração das paixões perturbadoras com afinco e integração no
programa que lhe diz respeito.
Nesse afã, ressumam-lhe do passado os atavismos ne-
gativos e as vinculações infelizes que o retêm na retaguarda,
desencadeando-lhe conflitos inumeráveis, que devem ser
trabalhados com segurança.
Os impulsos e as manifestações primevas agridem-no,
levando-o a reações de beligerância e mal-estar que o esgotam.
As suas disposições para o equilíbrio e as realizações
de benemerência sofrem os camartelos dos hábitos ances-
trais e, sem resistências morais bem-equipadas de amor e de
perseverança, recalcitra e tomba nos velhos hábitos que se
repetem, ameaçando-lhe a integridade de propósitos.
Ao empreender atividades promissoras, porque nem
sempre encontra receptividade para os seus planos e proje-

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tos, desarmoniza-se, rebelando-se contra as dificuldades se-


veras que, afinal, fazem parte de qualquer empreendimento.
Sucede que o processo de libertação de condutas
doentias incrustadas no âmago do ser exige continuidade
de esforços, tentativas novas, incessantes recomeços até que
se transformem os recentes comportamentos em automa-
tismos que substituirão aqueles que estão sendo superados.
Renovação significa mudança.
Muitas vezes, será sobre os escombros dos velhos cos-
tumes que se erigirão os alicerces das belas edificações.
A natureza propicia exemplos que não podem ser des-
considerados, dentre os quais:
A terra calcinada e árida reverdece ante a presença da
água generosa que a penetra, libertando do seio a vida ador-
mecida.
A luz atrai a planta que se beneficia com a sua energia
em um fototropismo vigoroso.
O vento trabalha a pedra, e com a ajuda do rio cava
silenciosamente vales profundos, ao tempo que modela for-
mas variadas.
A gota d’água na caverna elabora obras de arte em
estalagmites e estalactites fascinantes...
Isto porque insistem e perseveram sem cessar.
f

A tua humana trajetória deve conduzir-te para a ple-


nitude espiritual.
Todo o empenho que apliques na conquista dos valo-
res morais compensar-te-á com a consciência em paz.
O que percas no jogo das ilusões, nunca te fará falta,
assim como aquilo que fruas em forma de prazer e de sen-

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Diretrizes para o êxito

sação, logo passe o momento, não te constituirá razão de


alegria nem de preenchimento interior.
A viagem carnal é uma experiência iluminativa com fi-
nalidades definidas em benefício do ser real que é o Espírito.
Os engodos da matéria, às vezes, levam a equívocos
lamentáveis e a buscas prejudiciais que geram dependência
e desespero.
Mesmo quando essa existência se alonga no curso dos
anos, os equipamentos orgânicos desgastam-se, as energias
deperecem e chega o momento em que se torna inevitável
deixar a carcaça exterior.
É indispensável viver cada momento enriquecido pela
esperança e pela alegria, a fim de que as horas passem enri-
quecedoras.
Assim sendo, quando o corpo físico transformar-se
em lama e pó, o Espírito deverá encontrar-se liberto das fi-
xações mentais inferiores e dos desejos orgânicos insaciáveis.
Algumas doutrinas religiosas do passado e do presen-
te afirmam que, nesse momento ou mais tarde, virá o jul-
gamento do recém-chegado ao mundo de origem, que é o
causal.
Uma severa corte de nobres togados examinará a fo-
lha de ações do liberado e estabelecerá o prêmio ou a puni-
ção compatíveis com as realizações de cada qual.
Essa colocação não corresponde à realidade.
Tal ocorrência somente tem procedência nas regiões
infelizes da Erraticidade inferior, quando os Gênios do Mal,
que se atribuem privilégios e poderes por ignorância, anta-
gonizam-se, perseguem-se e transformam-se em julgadores
dos desvios de conduta e irregularidades cometidas pelas

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criaturas terrenas que com eles mantinham intercâmbio


psíquico.
O julgamento ocorrerá por meio da consciência que
despertará e fará uma oportuna e justa análise das possibili-
dades, dos investimentos realizados, das ações prejudiciais e
úteis que foram vivenciadas.
Todos trazem a Lei de Deus na consciência, e será essa
que avaliará o comportamento individual do ser.
Lúcida, sem os envoltórios da mente ardilosa, respon-
sável pelo ego, passará pelo crivo da justiça os pensamentos,
as palavras e os atos, sem margem a equívoco, propondo o
resultado final.
Todos os indivíduos em mínima condição de norma-
lidade têm consciência dos próprios erros, assim como dos
acertos ocorridos durante a caminhada evolutiva na Terra.
Às vezes, a consciência sofre imposições da referida
mente arbitrária ou insana, não obstante permaneça em se-
renidade, dissipando os enganos até impor-se.
Quando envolta pelos neurônios e submetida às rea-
ções eletroquímicas das intercomunicações, muitas vezes
permanece impossibilitada de expressar-se conforme lhe cabe
em torno das ações humanas. No entanto, logo que se dese-
novela da pressão e se libera dos miasmas que a impediam
de manifestar-se, assume o seu papel importante.
A consciência pode também ser considerada como
Deus na criatura humana.
Esse encontro entre a mente e a consciência do dever
é inevitável, dando surgimento à realidade sem sombra que
todos enfrentam após a morte física.
Juiz, acusador, defensor de cada Espírito, sua cons-
ciência age conforme os arquivos com que se estrutura,

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Diretrizes para o êxito

aprisionando em remorsos lastimáveis ou libertando com


alegrias inefáveis cada Espírito...

Cuida-te, interiormente, arquivando o melhor ao teu


alcance na consciência.
Da mesma forma como é inevitável a morte biológica,
ninguém se exime após o trespasse do despertar da cons-
ciência.
Ama-te, respeitando-te, e agindo de maneira que não
te envergonhes de ti mesmo quando submetido ao crivo da
consciência.
Age, conforme as diretrizes enobrecedoras do Evan-
gelho de Jesus, e estarás cuidando da tua consciência vigi-
lante, que te impulsionará para a felicidade ou te reterá nos
grilhões fortes do recomeço pelo sofrimento.

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PRECES PELA INTERNET

Q uando Jesus recomendou a oração pelo próximo,


não o eximiu de orar por si mesmo.
A proposta do Mestre tem um sentido profundo,
que pode ser considerado sob vários aspectos. A princípio,
porque a vibração daquele que ora, encontrando ressonân-
cia vibratória no outro, ajuda-o a ter as forças renovadas.
Logo depois, porque esse ato desenvolve e ajuda a manter a
fraternidade.
Foi por isso, em favor da verdadeira união fraternal,
que mais tarde propôs: Quando dois ou três se reunirem em
meu nome, eu estarei entre eles, o que não significa estar au-
sente quando alguém esteja a sós e O busque...
Em face do utilitarismo e das más interpretações no
passado, a acomodação mental e moral de muitos religiosos
instituiu o lamentável esquema de rezadores em seu favor,
enquanto permaneciam distantes da comunhão com Deus.
Esse método foi utilizado largamente, dando surgi-
mento ao profissionalismo da oração.
Pessoas desocupadas tornaram-se intérpretes dos de-
sejos de pagantes, intercedendo verbalmente a Deus sem
qualquer emoção a benefício daqueles que as remuneravam.

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Como efeito, a simonia substituiu o sentimento da


prece intercessória, quando alguém, tomado de amor e de
compaixão, intermedia outrem.
Na atualidade, graças à Informática, surge lentamen-
te, mas com vigor, um novo grupo de preguiçosos mentais
que pretendem transferir para outros os deveres que lhes são
pertinentes, entre os quais, o da oração.
Justificam que não dispõem de mérito para ser ouvi-
dos por Deus e não se esforçam por consegui-lo.
Apoiam-se na desculpa sem sentido, na suposição de
que ludibriam as Leis Soberanas da Vida, exculpando-se do
dever não cumprido, por se considerarem pecadores ou in-
felizes, quando deveria ocorrer exatamente o contrário...
Aplicam largos períodos de tempo solicitando orações
para a saúde, para a conquista de trabalho, de amor; rogam
pelos familiares encarnados e desencarnados em atentado
injustificável de utilização negativa da recomendação do
Mestre.
Esquecem-se de que aquele que ora, sintonizando-se
com as Fontes Geradoras de Bênçãos, enriquece-se de ener-
gias saudáveis e de paz interior.
Outros escrevem cartas longuíssimas, verdadeiros re-
latórios dos seus sofrimentos, reais e imaginários, repassa-
dos de queixas e de lamúrias para inspirar compaixão, des-
carregando nos obreiros do bem suas aflições, verdadeiras
ou supostas, desviando-os dos compromissos que abraçam,
a fim de ficarem orando em seu benefício, enquanto eles
mesmos se divertem na ociosidade ou se comprazem no
transtorno depressivo que se permitem, sem a utilização de
terapias próprias e libertadoras.

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Diretrizes para o êxito

É justo que se ore pelo próximo necessitado, mas é


indispensável que se oriente o irmão a orar por si mesmo.
Se ele justifica que não sabe como fazer, deves ensi-
ná-lo a comungar com Deus, a fim de que avance com o
dinamismo do esforço pessoal, sem depender de ninguém.
A estrada da evolução será sempre palmilhada por
cada um que se candidata ao processo de crescimento.
Ora, a sós ou em grupo, em favor dos enfermos que
necessitam de vibrações salutares e de ondas de ternura du-
rante as provações que experienciam. Simultaneamente,
desperta-os para que façam a parte que lhes compete, a fim
de poderem sintonizar com as ondas mentais que lhes ofe-
reces, introjetando-as e beneficiando-se.
Não te desvies, porém, dos deveres que abraças para
os recitativos demorados e as imprecações a Deus a bene-
fício de outros que elegem a comodidade física e mental,
distanciando-se dos labores espirituais de autoiluminação.
Todos devem ajudar-se mutuamente, orando uns pe-
los outros, não, porém, sobrecarregando o seu próximo, a
pretexto de que ele é mais e melhor ouvido pelo Pai.
O mérito advém do esforço que cada qual consegue
aplicar em forma de devotamento ao trabalho sério e ele-
vado, construindo uma sociedade melhor, mais ordeira e
equilibrada.
Para esse mister, todos estão convidados, cada um
oferecendo o que possui de melhor, mesmo que seja aparen-
temente de pequena monta.
Se não pode contribuir com uma seara rica de pão,
tem possibilidades de oferecer alguns grãos para a ensemen-
tação valiosa.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Jesus dignificou uma dracma, modestas redes de


pescar, grãos de mostarda, lírios do campo e pássaros dos
céus, com eles enriquecendo as Suas inesquecíveis parábo-
las, demonstrando que tudo é útil e de alta significação,
quando se refere à construção do Reino de Deus nos cora-
ções humanos.
Desse modo, oferece a tua dádiva.

Deus é Amor que se irradia em favor dos bons e dos


maus de maneira equânime.
Presente em todo o Universo, é a Vida que dá vida.
Não atenderá à súplica de um justo liberando o mau
das consequências dos seus atos infelizes, porque, desse
modo, violaria Suas próprias leis de justiça.
Antes, induz todos os filhos à busca da Sua Realidade,
mediante o esforço de autodepuração, ascendendo na escala
moral por meio do trabalho e da incessante renovação no
bem.
Ora, portanto, penetrando-te do Pensamento Divino,
a fim de que te possas beneficiar do sublime auxílio.
(...) E preces pela Internet, convenha-se, não é o me-
lhor e mais eficaz caminho a seguir-se...

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20

TENACIDADE

S
e pretendes realizar algo meritório, que te promova in-
teriormente, ao mesmo tempo auxiliando-te no cresci-
mento social e humano, jamais esqueças da tenacidade
com que deves lutar, a fim de que não abandones a tarefa a
meio caminho.
Todo investimento de luz enfrenta a densidade da
sombra e da ignorância em predomínio.
Anelando por um mundo melhor e mais feliz, no qual
o sofrimento bata em retirada e os valores ético-morais do
Espírito predominem, serás surpreendido por empecilhos e
desafios que te não podem atemorizar.
Iniciada a trajetória, a perseverança deve acompanhar
os teus esforços, ensejando-te renovação de entusiasmo e
alegria contínua, mesmo quando os céus se te apresentem
plúmbeos em face das nuvens borrascosas.
É natural que assim ocorra, porquanto o inusual cha-
ma a atenção e experimenta reproche, especialmente quan-
do em se tratando de realização enobrecedora.
O solo não trabalhado, quando em preparo para a se-
menteira, é sempre mais áspero do que aquele que foi arado.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

O charco ao abandono, a fim de ser transformado,


necessita experimentar a agressão dos instrumentos que lhe
revolvem a lama, que lhe abrem valas, ferindo-lhe com se-
gurança o leito para que se processe a renovação e se trans-
forme em seara rica de pão.
A sociedade contemporânea, vinculada aos interesses
imediatistas, neles compraz-se, desprezando novos contri-
butos que exijam esforço para mudanças radicais, embo-
ra os resultados venham a ser benéficos. Acomodada nas
conveniências hedonistas, cria barreiras para as alterações
significativas.
O triunfo, em qualquer empreendimento, somente
chega na etapa final após as renhidas batalhas.
Não se estando investido de tenacidade para levar
adiante o ideal, mesmo que sofrendo, o desânimo cerceia o
passo do empreendedor e ei-lo que tomba na desolação, na
desistência.
Estabelecido o programa da atividade, cada impedi-
mento deve ser examinado e contornado, procurando-se
outras alternativas, caso não seja possível desenvolver o pro-
cedimento desenhado.
O que é fácil de ser executado, qualquer pessoa conse-
gue fazer. Aquilo, porém, que se apresenta complexo e com
características de impossibilidade, no entanto, exige indiví-
duo portador de qualidades mais valiosas, a fim de nunca
abandonar o empreendimento.
Por essa razão, poucos são aqueles que se destacam
nas áreas do bem e do dever retamente cumpridos, porque
a grande maioria prefere o convencional, o habitual, o re-
petitivo, o vício, o amolentamento do caráter, o desvio es-
piritual...

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Diretrizes para o êxito

Quando te disponhas a executar um labor que te ele-


ve moral e espiritualmente, não te detenhas a examinar as
impossibilidades atemorizantes, deixando-te ameaçar. Estu-
da-as, sim, com o objetivo saudável de encontrar os meios
mediante os quais conseguirás ultrapassá-las.
Quem se mantém irresoluto contemplando o pânta-
no, empesteia-se com os miasmas que dele exalam.
Qualquer empreendimento exige abnegação, esforço
e tenacidade.
O triunfo do conquistador sustenta-se na contumácia
com que foi trabalhado.
Ninguém ascende às alturas sem o enfrentamento das
baixadas mais sinuosas e traiçoeiras.
Do alto a visão é compensadora e abrangente, não se
distinguindo os perigos nem as armadilhas da subida.
Assim também ocorre por ocasião das edificações
morais e espirituais. Nos tentames iniciais, tudo parece
conspirar contra os resultados que se têm em mente.
Se o lutador não se encontra disposto a insistir, repe-
tir, não ceder, o empreendimento deixa de ser realizado. Por
isso o número daqueles que abandonam os propósitos supe-
riores é muito grande. Mas nem por essa razão o progresso
deixou de apresentar-se no mundo.
É natural, portanto, que se paguem os altos estipên-
dios emocionais para o desiderato do bem.
A crítica mordaz dos céticos, a desconfiança dos pes-
simistas, a arrogância dos prepotentes, a falácia dos cíni-
cos compõem a patética da negação e transformam-se em
montanha de problemas tentando dificultar o avanço.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Não te preocupes com eles. Vence-os, um a um, man-


tendo-te devotado, trabalhando sem cessar e demonstrando
que a marcha longa se inicia no primeiro passo e continua
na sucessão deles.
Estás destinado às cumeadas do progresso que te
aguarda.
Enquanto não te resolveres por avançar, permanece-
rás detido nas curvas do caminho ou sombreado pelos re-
ceios injustificáveis.
Todo operário conduz mãos calosas, que são as con-
decorações dos trabalhos executados.
Assim também, os obreiros de Jesus, quando na exe-
cução dos compromissos a que se vinculam, apresentam os
sinais do esforço, porém se revelam muito felizes por have-
rem sido convidados para a Seara.
Não ficaram somente no deleite da invitação, mas
avançaram na direção do campo, tomaram da charrua e
puseram-se a lavrar o solo, aguardando o momento da ense-
mentação que lhes cumpre realizar.
Sentem-se escolhidos para o intransferível labor e em-
penham-se por produzi-lo com eficiência.
Pouco lhes importa se a estação é primaveril ou outo-
nal, se a canícula é áspera ou o inverno rigoroso. É-lhes es-
sencial agir e trabalhar com afinco, não perdendo a ocasião
que se lhes apresenta para ser utilizada.

Jesus convidou-nos oportunamente: Vem hoje traba-


lhar na minha vinha.
Não estabeleceu condições nem determinou priorida-
des. Foi taxativo ao enunciar: Vem hoje.

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Diretrizes para o êxito

Hoje, e não mais tarde, porque o veículo do tempo,


na sua incessante movimentação, altera as condições e cir-
cunstâncias, priorizando aqueles que aceitaram o convite e
passaram a agir.
Com tenacidade, portanto, prossegue no desempe-
nho dos teus compromissos para com a vida e não temas
nunca.

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21

ADVERSÁRIOS
PERIGOSOS

E
xistem, sim, em número expressivo, interessados em
perturbar a marcha das criaturas humanas.
Nenhuma dúvida sobre esta questão.
Pululam, ao lado dos homens e das mulheres, como
nuvem que os acompanha, conforme observou o apóstolo
Paulo.
Atraídos pelas imperfeições humanas, imantam-se
àqueles com os quais sintonizam, realizando um terrível co-
mércio espiritual.
Tenazes e perigosos, espreitam, na situação em que
se encontram, as suas futuras vítimas, e logo dispõem de
possibilidade cercam-nas, envolvendo-as em pensamentos
perturbadores com tal insistência que as desarmonizam.
Outras vezes, sitiam-lhes as emoções, descarregando
energias deletérias que terminam por descontrolar os cen-
tros do equilíbrio, levando-as a transtornos depressivos, do
pânico, obsessivos-compulsivos.
Invadem o campo da vontade daqueles que se per-
mitem sofrer-lhes o assédio, empurrando-os para situações
calamitosas, nas quais se comprazem.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Em incontáveis ocasiões atiram pessoas impreviden-


tes, umas contra as outras, gerando situações embaraçosas,
causando graves distúrbios no comportamento, nos relacio-
namentos sociais.
São hábeis na produção da cizânia, nutrindo-se da
maledicência em que os frívolos se demoram, aplicando o
tempo que poderia ser útil em sistemática difamação do seu
próximo.
Perversos, não respeitam os valores éticos nem mo-
rais, preferindo, naturalmente, as pessoas que se encontram
no claro-escuro da distonia psicológica, que mais lhes faci-
lita a identificação.
Produzem enfermidades simuladas que desorientam
aqueles que as padecem.
Utilizando-se do conhecimento das Leis dos Fluidos,
conseguem produzir desconforto e insatisfação em todas as
pessoas de quem se acercam, intoxicando-as psíquica e fisi-
camente.
Alguns existem que se especializam no mecanismo da
perseguição, encarregando-se de orientar outros menos há-
beis, que são convocados para as suas fileiras.
Isoladamente, por inveja, malquerença, desocupação
ou desdita pessoal, tornam-se verdadeiros flagelos para a
Humanidade e, com a sua insistência calamitosa, desviam
do rumo aqueles contra quem investem com fúria conti-
nuada.
Em grupo, tornam-se mais perigosos, porque logram
assenhorear-se de comunidades inteiras, que submetem a
obsessões coletivas em forma epidêmica.

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Diretrizes para o êxito

Estamo-nos referindo aos Espíritos desencarnados


que perderam o endereço de Deus e se entregaram à volúpia
da própria alucinação.
É indispensável ter-se muito cuidado com eles.
f

Esses Espíritos, em razão da inferioridade em que se


encontram, imiscuem-se em todos os cometimentos huma-
nos, dominados pela perversidade ou simplesmente pela fal-
ta do que fazer, mediante loucas tentativas de desforço con-
tra a sociedade, para a qual transferem a responsabilidade
pelo fracasso das suas infelizes existências terrenas.
Inescrupulosos, gostariam de manter um estado de
terror ou de infelicidade entre as demais criaturas que ten-
tam avançar no rumo do progresso, na busca da felicidade.
Orgulhosos e odientos, atribuem-se força e poder que
realmente não possuem, sendo os seus logros mais devidos
à leviandade daqueles com os quais convivem mentalmente
do que propriamente à sua capacidade de agir.
Odeiam, com especial ressentimento, todos quantos
trabalham pelo bem, pelo progresso da sociedade, insurgin-
do-se contra as suas lides e dificultando-lhes a marcha do
dever abraçado retamente.
Especialmente, em relação aos espiritistas, que os
conhecem, que os desmascaram, por estarem lúcidos em
torno do mundo espiritual e dos seus habitantes, mantêm
acentuado rancor, perseguindo-os com inclemência, em
tentativas de eliminar-lhes as realizações, de confundi-los,
a fim de demonstrar que tudo se encontra no caos...

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Conseguem, dessa forma, gerar a desconfiança, pro-


duzir o medo, disseminar o desalento, empurrando para o
pessimismo.
Não lhes dês tréguas nem lhes permitas identificação
de propósitos, quando no serviço dos ideais que esposas.
Quando sentires desalento, experimentando descon-
fiança em relação ao teu próximo, insegurança na realização
a que te afeiçoas, mal-estar no serviço do bem, tem cuidado,
porquanto esses são sinais de alarme que prenunciam situa-
ção porvindoura grave.
Reveste-te de paciência e renova-te na prece, por cujo
intermédio haurirás nas Fontes Generosas da Vida as forças
indispensáveis para prosseguir com entusiasmo.
O bem que fazes, somente poderá proporcionar-te
alegria e entusiasmo. Caso ocorra o contrário, algo de equi-
vocado está a desenvolver-se.
Medita, e descobrirás de onde vêm as ondas de abor-
recimento ou as insinuantes ideias de abandono do trabalho.
Dedicas-te à realização enobrecedora, porque ela te
enriquece de vida e te produz empatia especial. Portanto,
nenhuma razão existe para que ocorram sensações con-
trárias, senão quando irrompam interferências espirituais
maléficas.
Unge-te sempre de amor e de compaixão, de caridade
e de perseverança, graças a cujas vibrações as energias do
mal não poderão romper-te as defesas, gerando dificuldades
ou interrompendo o teu idealismo.
Não são poucos os que desistem, quando defrontados
pela má-fé de amigos, pela contínua descarga de pessimis-
mo e de acusações ingratas dos companheiros, pela inces-
sante competição desonesta de quantos deveriam avançar

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Diretrizes para o êxito

ao lado, preferindo o enfrentamento e utilizando-se, para


tanto, da mentira, da calúnia, de acusações injustificáveis.
Trata-se de um bem-elaborado programa das forças
do mal, personificadas em Entidades que as constituem.
Algumas fazem parte do teu passado espiritual, são o
resultado das tuas ações também nefastas, inimizades que
geraste e deves recuperar, tornando-as afeições nem sempre
exitosas imediatamente.
A maioria, porém, é constituída por adversários do
bem.
f

Insensatos, grosseiros e presunçosos, tentaram enfren-


tar Jesus mais de uma vez.
Numa sinagoga, num sábado, um deles tomou de um
obsesso e gritou: Jesus de Nazaré, eu sei quem és.
Foi imediatamente rechaçado pelo Mestre que o co-
nhecia, quando lhe impôs: Cala-te, pois que ainda não é che-
gado o meu momento.
Utilizaram-se de fariseus, saduceus, sacerdotes relap-
sos que com eles sintonizavam, a fim de tentar gerar dificul-
dades para o Senhor.
Certa feita, audaciosamente, atreveram-se mesmo a
tentá-lO, sendo sempre vencidos.
Por fim, no dia do julgamento arbitrário e da crucifi-
cação, porque encontraram campo mental favorável, amplia-
ram a tragédia do Gólgota, antes aturdindo Judas, que traiu
Jesus; Pedro, que O negou, tornando-se, sem dar-se conta,
motivo de maior glória para o Ressuscitado, sem cuja morte
não haveria a demonstração da sublime imortalidade.

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A RESISTÊNCIA
DO IDEALISMO

Q uando se contempla qualquer edificação monu-


mental, nem sequer ocorre lembrar-se das dificul-
dades e dos desafios que foram enfrentados, a fim
de torná-la grandiosa e utilizável.
Perante as obras de arte que fascinam, os livros ilumi-
nativos que dignificam, as tecnologias que facilitam a exis-
tência humana, as máquinas que transformaram o planeta
terrestre, as realizações da mente e do empenho da inteli-
gência dominando o meio ambiente, quando hostil, alte-
rando a face do orbe sempre para melhor, assim como as
incontáveis produções do saber e do engenho, de maneira
alguma se pensa nos sacrifícios e nas lutas intérminas dos
seus idealistas, dos seus realizadores.
Para ser terminada qualquer realização edificante que
enriquece o mundo, tornando-o mais belo e mais digno de
ser vivido, foram vencidos impedimentos inumeráveis, que
agora perderam o significado, em face da vitória alcançada.
Durante, porém, a execução do trabalho, não poucos
lutadores desertam, assinalados pelo fracasso, vencidos pelo
pessimismo.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

O enfrentamento de qualquer espécie é sempre cons-


trangedor, no entanto, necessário, sem o qual o indivíduo
permanece incapaz de desenvolver os admiráveis recursos
que lhe jazem adormecidos no mundo íntimo.
São as situações penosas que ampliam a capacidade
de realização, impondo regras e condutas pouco habituais,
ao mesmo tempo dando campo à utilização e ao desenvol-
vimento das forças mentais e morais convocadas para a con-
cretização do ideal.
As ideias novas e positivas rompem as sombras da ig-
norância e do comodismo que predominam nos horizontes
planetários, incomodando as pessoas que se sentem plenifi-
cadas, despertando a hostilidade dos fracos e dos perversos,
que se eriçam pela ira, gerando-lhes embaraços constantes.
Os ideais legítimos possuem resistência especial que
lhes permite estabelecer os programas de que dispõem em
favor de períodos mais felizes...
Não tendo outro, senão o objetivo de fomentar o bem,
a beleza, a harmonia, o progresso, o amor, são constituídos
do especial vigor que propicia energia indispensável à vitória
que buscam todos aqueles que se lhes entregam com abne-
gação e confiança.
A Humanidade jamais esteve destituída de homens
e de mulheres que se inspiraram nos ideais de engrande-
cimento, entregando-se totalmente à sua concretização.
Imortalizaram-se em todos os ramos do conhecimento, dei-
xando as marcas da grandeza de que se revestiam, dessa for-
ma produzindo incontestável progresso em todas as esferas
do pensamento e da ação.
Nada obstante, as criaturas estão ainda muito distan-
tes da perfeição, o que exige incessantes produções nascidas

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Diretrizes para o êxito

nos ideais assinalados pelo anseio de libertação das cons-


ciências, encaminhando-as no rumo da harmonia.

Não te surpreendas, portanto, com as incompreen-


sões que surjam à tua frente, quando estejas operando nos
ideais superiores.
Sempre haverá pessoas que se sentirão molestadas pela
tua altivez no desempenho das tarefas enobrecedoras que
abraças. Acostumadas a manter a indiferença diante do de-
sequilíbrio e a comprazer-se na própria pequenez, experi-
mentam mal-estar quando outrem demonstra que o mundo
não é cruel nem odiento, antes é abençoada oportunidade
de serviço, convidando os construtores da realidade à exe-
cução do seu programa.
Não te irrites com elas, pois é exatamente isso que
desejam, porquanto, assim terão elementos para discutir e
agredir, qual combustível que lhes oferecerás para que o co-
loquem no incêndio que provocam, mas que se extinguirá,
se não contribuíres para a sua preservação.
Por outro lado, não te justifiques, não te defendas,
não critiques aqueles que se te opõem.
Se estiveres na ação irretorquível não serás atingido
pelas farpas da inveja, pelos calhaus da maledicência, pelas
agressões gratuitas dos inimigos de ocasião.
Porfia, pagando o preço do inestimável investimento
que pretendes oferecer à sociedade.
Quem se detém a examinar os impedimentos que lhe
são postos por inimigos, perde excelentes ensejos de cresci-
mento interior e de produção no projeto encetado.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Certamente, momentos surgem em que se torna ne-


cessária a análise de algumas ocorrências, a fim de melhor
agir-se e com maior propriedade superar-se os problemas.
A excelência de um ideal, porém, é mensurada pela
maneira como se conduz e age aquele que o apresenta. Para
que seja realmente portador de significado especial e nobre,
beneficia inicialmente aquele que lhe é o instrumento.
Em face do benefício que lhe proporciona, sensibiliza
e atrai outros indivíduos que também aspiram ao bem e ao
engrandecimento geral, muitas vezes necessitados de estí-
mulos e de encorajamento.
A tua forma de agir no trabalho e de reagir ante a crí-
tica mordaz que te fazem, expressa a qualidade daquilo que
cultivas intimamente.
Não será pelo muito falar ou discutir, pretender impor
ou defender, que o teu idealismo encontrará receptividade
nos outros, mas sim, como decorrência do seu sentido dig-
nificador que atrairá adeptos, simpatizantes e cooperadores
dispostos a envolver-se no empreendimento.
Os ideais perversos encontram ainda maior ressonân-
cia nas mentes e nos corações, em razão do estágio mais
primário em que se encontram aqueles que os sintonizam
e aceitam.
Diante, porém, de propostas elevadas que irão mu-
dar o rumo de muitos destinos, oferecendo-lhes dignidade
e vida, surgem muitas reações compatíveis com o momento
atual e a qualidade da maioria dos indivíduos.
Valem, no entanto, a pena, o investimento de amor,
a luta pela evolução, o trabalho de engrandecimento moral.

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Diretrizes para o êxito

O processo de evolução do mundo avança por meio


dos idealistas que investem a própria existência em favor do
que cultivam.

A fim de modificar a estrutura moral e espiritual do


planeta, Jesus veio pessoalmente apresentar a Boa-nova, in-
vestindo amor e trabalho, de forma que as criaturas pudes-
sem avaliar a qualidade sublime da Sua proposta.
Não encontrou compreensão nem amizade.
Em toda parte enfrentou a impiedade e a malqueren-
ça, embora seja o amor e a luz.
Distendeu a compaixão e a misericórdia, socorrendo
sem cessar, sempre otimista e gentil, no entanto, foi repu-
diado e perseguido, sem que se permitisse enfraquecer na
luta ou ceder o mínimo no objetivo abraçado.
Assassinado, mas não vencido, abriu espaço para o
mundo melhor e para a felicidade que, desde então, passa-
ram a ser possíveis, não obstante as sombras teimosas que
ainda permanecem aparentemente dominadoras.
Segue-Lhe o exemplo e persevera no teu idealismo de
amor.

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IMPREGNAÇÃO

D
e tal maneira predominam o pessimismo e a ma-
ledicência, a ira malcontida e o ódio contra as pes-
soas, os ideais e as instituições que, não raro, uma
psicosfera pestífera envolve os indivíduos particularmente e
os grupos em geral, impregnando-os de desconfiança e re-
volta.
Os milênios, que têm varrido a Terra oferecendo ad-
miráveis realizações humanas, não conseguiram alterar a
conduta atávica de centenas de milhões de Espíritos, man-
tendo-os resistentes ao engrandecimento moral e ao cresci-
mento íntimo, de forma que contribuam em favor da fra-
ternidade real.
Predomina em a natureza do indivíduo a habilidade
para a intriga, para a competição infeliz, para a censura per-
tinaz, para o reproche contínuo...
Enquanto alguns poucos se afadigam nas atividades
relevantes, um número maior se detém a apontar erros e a
descobrir falhas morais, de forma que diminuam ou anu-
lem os efeitos saudáveis decorrentes do bem.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Conseguem interpretar os melhores conceitos de ma-


neira destrutiva, utilizar as palavras ouvidas como armas
contra aqueles que as emitem, confundir as informações
apresentadas, gerar cizânia com argumentação falsa revesti-
da de autoridade...
Estão sempre vigilantes para combater o próximo, ja-
mais para o auxiliar, permitindo-se corroer pelo ciúme e
pela inveja, que os atiram uns contra os outros, numa guer-
ra surda ou declarada que divide os grupos em minorias
incapazes de resistir aos naturais embates do processo da
evolução.
Fingem-se possuidores de conhecimentos que, em
verdade, não possuem, de capacidade de realização que não
resiste ao menor tentame, escusando-se invariavelmente
toda vez quando convocados a demonstrar as habilidades
de que se fazem divulgadores.
A sua é uma atitude tão perversa e constante que,
muitas vezes, conseguem impregnar aqueles que os cercam,
contaminando-os com o seu morbo e neles matando os nas-
centes ideais do bem ainda não fortalecidos.
Ferem, com certo prazer mórbido, dando a impressão
de que a sua censura fundamenta-se em fatos que devem ser
revelados, a fim de desmascarar aqueles a quem chamam de
mistificadores, sendo eles os ideais e verdadeiros...
Estão sempre prontos a reclamar, embora não estejam
envolvidos com a realização que a outrem pertence, fiscais
psicóticos da conduta alheia em que se transformam.
Encontram-se por todo lado, pois que esse comporta-
mento enfermiço faz parte da alma humana em seu proces-
so de desenvolvimento.
Para eles é mais fácil atirar pedras do que juntá-las.

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Diretrizes para o êxito

Reclamar contra os obstáculos, ao invés de retirá-los


do caminho.
Condenar a sombra do que acender uma lamparina.
Maldizer o pântano, ao revés de abrir uma vala para
conveniente drenagem.
São, porém, irmãos da retaguarda, ainda debatendo-
-se no primarismo em que se comprazem, impedindo-se o
próprio crescimento espiritual.
Não te molestes com eles nem te deixes impregnar
pela sua maldade.
Apieda-te deles, mas segue adiante.

Encontrá-los-ás, também, nas fileiras do Movimento


Espírita, que reúne almas de todos os níveis, a fim de facili-
tar-lhes o progresso intelecto-moral.
Quase todos aqueles que aportam nas fileiras do ideal
espírita libertador são possuidores de mazelas que os im-
pulsionam para a Grande Luz, mas antes de atingi-la, o
que certamente demorará muito, expressam-se como são,
vivenciando aquilo que os caracteriza, avançando conforme
a estrutura que possuem.
Diversos que se intelectualizam, raramente utilizam
da conquista do conhecimento para servir, mas servem-se
do tesouro mental para a presunção, mantendo-se distantes
da ação diária que revela a qualidade interna de cada um,
para mais facilmente dispor de tempo para a insana guerra
contra todos quantos elegem como adversários...
Inspirados pelos Espíritos inferiores afins, com os
quais sintonizam por identidade de propósitos e conduta,
ufanam-se da falha cultura que possuem, gerando emba-

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

raços para os menos dotados, mas que se estafam na luta


pela transformação moral para melhor, na prática dos pos-
tulados doutrinários, não se permitindo trégua ao trabalho
nem repouso injustificado, porque sabem que as obras são o
reflexo do valor íntimo de cada um.
Estes últimos, no entanto, pelo esforço que envidam,
por fidelidade ao dever a que se entregam, em face do espí-
rito de serviço que demonstram, são inspirados pelos guias
da Humanidade, que deles se utilizam para tornar o mundo
melhor e mais feliz, ampliando a área de esperança que deve
viger de forma constante.
Permanecem impregnados pelas forças da dignidade
e do altruísmo, não se deixando atingir pelos petardos que
lhes são atirados nem pelas campanhas sórdidas que são en-
gendradas contra os seus propósitos.
O hálito superior da Espiritualidade sustenta-os, im-
pulsionando-os sempre para a frente, mesmo quando so-
frendo ou perseguidos pela hostilidade dos famigerados ad-
versários do bem, porque sabem que se encontram na Terra
para reparar equívocos cometidos anteriormente, para con-
quistar o patrimônio de luz que lhes está reservado.
Narra-se que certo indivíduo pediu a Deus em prece
que o ajudasse a ser menos presunçoso, porquanto aspirava a
alcançar a perfeita identificação com a Verdade.
Passaram-se alguns dias e, oportunamente, enquan-
to orava, deu-se conta de que já não se sentia tão jactan-
cioso como antes, e que o Senhor da Vida auxiliara-o no
propósito acalentado.
Tomado de grande emoção, expressando reconheci-
mento, murmurou: – Muito obrigado, meu Pai, agora, sim,
sei que já sou perfeito!...

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Diretrizes para o êxito

A presunção não tem medida, não se examina, sempre


dispõe de mecanismos para a exaltação de si mesma.
Fascina o indivíduo e condu-lo a situações ridículas,
quando não infelizes.
Resguarda-te desse inimigo sutil que destrói muitas
intenções edificantes, inumeráveis realizações positivas.
Segue, simples de coração e compassivo, fazendo o
que te esteja ao alcance.
Busca a iluminação pelo estudo, pela reflexão, pela
prece e entrega-te à ação, cujo mecanismo de serviço de ti
fará um verdadeiro servidor do Cristo.
f

Nem Jesus transitou na Terra sem a vigilante perse-


guição dos pérfidos e invejosos, que não titubeavam em
criar-Lhe embaraços, tentando-O a cada passo.
Sobranceiro e amoroso, entretanto, o Mestre compre-
endia-os, mas não se permitia atingir pelas suas peçonhas
nem pelos seus arremedos puritanos.
Utilizavam-se dos códigos falsos que elaboravam
para gerar perturbação em volta do Senhor, até o momento
quando Ele exprobrou-os com severidade, dizendo: Ai de
vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque sois semelhantes aos
sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos,
mas por dentro estão cheios de ossos e de toda imundícia. Assim
também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por
dentro estais cheios de hipocrisia e iniquidade. (Mateus, 23:
27 e 28.)
E prosseguiu integérrimo até o fim do ministério...

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24

RELACIONAMENTOS
CONFLITUOSOS

E
ntre os grandes desafios sociais destaca-se o dos
relacionamentos entre os indivíduos.
Essencial para uma existência harmônica, a maneira
de conviver com o próximo define os rumos saudáveis para
a execução das atividades que devem ser desenvolvidas du-
rante a jornada terrestre.
A forma gentil de comunicar-se propicia um agradá-
vel clima de alegria e de bem-estar, tornando-se cada vez
mais aprazível, a fim de que o êxito se instale nos empreen-
dimentos encetados.
Uma pessoa de temperamento irascível, instável e
agressivo, sempre defrontará dificuldades para conseguir
amizades duradouras, portadoras de enriquecimento emo-
cional e espiritual, porquanto as mudanças de conduta ge-
rarão reações inamistosas naqueles com os quais convive.
Não poucas vezes, o indivíduo conquista outrem,
utilizando-se da afabilidade e da gentileza, sem estrutura
emocional para preservar a simpatia ou a afetividade desen-
cadeada.
Assumindo posturas hostis, irrita-se pela menor ocor-
rência, ou dominado por constante mau humor, engendra

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situações cavilosas para descarregar os fluidos morbosos de


que é portador.
Quase nunca se faz amado, tornando-se invariavel-
mente temido e detestado.
Se possuidor de fortuna, recebe a bajulação dos seus
caudatários que o exploram habilmente, cercando-o de gen-
tilezas e elogios, a fim de beneficiar-se das migalhas que lhes
atira de maneira despótica. No entanto, odeiam-no e sem-
pre aguardam ocasião para descarregar-lhe de forma osten-
siva a aversão e sentimentos de despeito, de vingança e de
malquerença que preservam no íntimo.
Humilhados que foram, silenciam as ofensas por con-
veniência e acumulam-nas até o momento que lhes parece
próprio para a libertação do jugo opressor e odiento.
Quando pobre, destituído de recursos amoedados, de
bens outros de qualquer natureza, experimenta o reproche
sistemático de todos, permanecendo isolado e rebelde sob o
acúmulo de conflitos perturbadores.
Essa pessoa difícil de convivência é sempre orgulhosa,
acreditando possuir os meios próprios para impor a sua von-
tade até o momento em que defronta outros do mesmo ou
pior quilate com os quais entra em luta infeliz, num cam-
peonato injustificável de insensatez.
Embora essa aparência ríspida e agressiva, oculta de-
masiadas aflições internas que teme sejam descobertas, o
que a humilharia, levando-a a situação deplorável.
Não se amando, atormentada pela timidez e pela inse-
gurança, fruto de uma educação deficiente e sem amor, sem
respeito nem consideração, perdeu a autoestima e a alegria
real, vivendo numa quase permanente inquietação que pro-
cura disfarçar.

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Diretrizes para o êxito

Esse comportamento faz-se mais tormentoso quando


a afetividade se lhe instala.
Não acreditando que mereça amor, agarra-se à paixão
que a consome, vivendo em contínua variação de compor-
tamento emocional.
Explode com frequência para manter-se escondida no
abismo da insegurança, e despoticamente se torna indiferen-
te à aflição que desencadeia nos outros. De alguma forma,
isso lhe provoca prazer, porque dispõe de campo emocional
mais amplo para descarregar as constantes tempestades in-
ternas que a sacodem com violência.
Da mesma forma como se torna irritadiça volta à nor-
malidade como se nada houvesse acontecido, tornando-se
gentil, por cujo meio procura reparar o dissabor provocado.
Conviver com alguém portador deste distúrbio da
personalidade é um verdadeiro calvário, especialmente se
existe um vínculo de sentimento conjugal ou de parceria
afetiva.
Na sua morbidez, acredita estar sempre com a razão,
sentindo-se incompreendida sempre e nunca se esforçando
para conseguir a mudança de atitude.
Não possuindo resistências morais para enfrentamen-
tos do mesmo tipo, quando se dá conta de como se encon-
tra a sós, sob chuvas ácidas de reproche e de malquerença,
refugia-se no ódio surdo com desejos insanos de vingança
contra tudo e todos, acreditando-se vítima da tirania social
que se levanta para destruí-la.
A sua enfermidade espiritual é mais grave do que pen-
sa, tornando-se cada vez mais inquietadora.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Pode culminar essa conduta doentia em algum crime,


seja contra o próximo ou contra si mesmo, mediante suicí-
dio hediondo, quando se dando conta da situação em que
se debate.
Sem duvida, necessita de ajuda psicológica e de tra-
tamento espiritual em razão dos hábitos malsãos que se lhe
instalaram em reencarnações transatas.
Incapaz de gerenciar os conflitos, quase sempre se
nega a receber o socorro especializado, que lhe facultaria
uma existência menos problemática.
Concomitantemente, em razão do nível emocional de
baixo teor vibratório e em face das fixações mentais a que
se aferra, atrai Espíritos perturbados do mesmo teor moral
e estabelecem-se vínculos obsessivos que agravam o quadro.
É muito grande o número de indivíduos agressivos e
atrabiliários que se encontram sob terríveis induções espiri-
tuais perturbadoras.
Esses adversários, que os sitiam e terminam por domi-
nar-lhes a casa mental, exploram-lhes as energias em lamen-
táveis processos de vampirização que os exaurem, destruin-
do as defesas imunológicas, dando margem à instalação de
outras enfermidades orgânicas e mentais.
São muito infelizes esses relacionamentos conflituo-
sos, por produzirem desgaste incessante naqueles que se
encontram na faixa da normalidade e enredam-se no com-
panheirismo sem uma compensação emocional que os rea-
basteçam de energias.
São mais credores de compaixão e de misericórdia es-
ses enfermos da alma, que preferem ignorar a própria doen-
ça, do que de recriminação e animosidade.

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Diretrizes para o êxito

Quando te sintas envolto por pessoas portadoras des-


ses conflitos, que buscam relacionar-se contigo, evita qual-
quer tipo de apego, mantendo-te fraterno e amigo, sem que
te deixes dominar pelos seus caprichos.
Se te deparas envolvido emocionalmente com alguém
que apresenta esse distúrbio de comportamento, insiste para
que receba tratamento conveniente quanto antes.
À medida que o tempo transcorre e a comunhão se
torna mais íntima, o indivíduo, havendo perdido o respeito
por si mesmo, passa a desconsiderar a pessoa ao seu lado,
agredindo-a, malsinando-lhe a existência, atormentando-a
seguidamente.
Ama sempre, mas não te permitas relacionamentos
conflituosos sob a justificativa de que tens a missão de salvar
o outro, porque ninguém é capaz de tornar feliz aquele que
a si mesmo se recusa a alegria de ser pleno.

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ESPER ANÇA

Q uando o indivíduo se encontra na encruzilhada de


decisões importantes, é a esperança que o emula
à seleção do caminho a seguir; quando os céus se
apresentam borrascosos e ameaçadores, é a esperança que
anuncia a claridade vitoriosa que logo mais chegará; quando
as dificuldades aturdem e as perspectivas de êxito fazem-se
mais remotas ou impossíveis, é a esperança que propõe novos
tentames, a fim de que tudo se modifique; quando a morte
domina, arrebatando os seres queridos da convivência física
e deixando uma lacuna quase impreenchível, é a esperança
do reencontro que alenta no prosseguimento da marcha...
A esperança é a mensageira poderosa da vida, auxilian-
do o caminhante cansado no rumo que parece não ter fim.
Todo aquele que a cultiva e nela confia, vence os em-
pecilhos e avança, não se detendo na retaguarda, por mais
difíceis se apresentem as estradas a percorrer.
Enquanto vige no sentimento e brilha na mente, é
possível superar os obstáculos e vivenciar alegrias.
Ninguém consegue atingir as alturas da montanha,
enquanto se encontra no sopé, se não for guiado pela espe-
rança que o emula a seguir sempre. Não lhe importam os

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passos grandiosos, que, muitas vezes, cessam ante os im-


pedimentos volumosos e a falta de espaço para serem rea-
lizados. Todavia, a caminhada lenta e segura, retirando os
percalços da via e prosseguindo sem receio, permite atingir
o cume que fascina adiante, muito acima.
A esperança é fundamental em qualquer cometimento,
porque fortalece o entusiasmo e mantém-se-lhe ao lado, mes-
mo quando as impressões negativas começam a instalar-se.
É a mensageira da alegria e a companheira da cora-
gem, que se tornam indispensáveis para as realizações de
enobrecimento humano.
Aquele que sabe esperar consegue realizar o programa
a que se afeiçoa, desde que não cesse de tentar nem de con-
fiar no seu triunfo.
Quando alguém inicia uma atividade com desânimo
ou sem a esperança de conseguir o sucesso que acalenta,
certamente encontra-se em larga desvantagem, porquanto
lhe faltam os recursos da confiança naquilo que empreende.
É uma das virtudes teologais, elegida pela excelência
do seu significado, na condição de companheira da fé e da
caridade, sem cujo vigor aquelas perderiam a vitalidade de
que se devem revestir.
Representada simbolicamente por uma âncora, cons-
titui estímulo para que seja fincada no solo firme dos valores
espirituais, sustentando todos quantos a seguram interior-
mente com vigor.
A esperança é a significativa presença do amor susten-
tando os lidadores do bem e da verdade e levantando os des-
falecidos na luta, que devem prosseguir até a vitória total.

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Diretrizes para o êxito

Quando Jesus anunciou o testemunho que deveria


dar ao mundo, mediante o holocausto para o qual viera,
os discípulos desolados rogaram-Lhe que os não deixasse
órfãos, porquanto não saberiam como seguir, nem qual o
rumo que teriam de percorrer.
Tomado de infinita compaixão e de misericórdia, Ele
acenou com a esperança da Sua volta futura, não mais visí-
vel como naquele momento, mas por meio dos Espíritos su-
blimes do Mundo espiritual, na condição de o Consolador,
que ficaria a seu lado até a consumação dos evos. Seria um
Advogado, um Mentor que voltaria a repetir as Suas lições
esquecidas, dizendo coisas novas, que (então) não podiam
suportar, por falta de amadurecimento e de recursos do co-
nhecimento científico, filosófico e moral para vivenciar.
Essa esperança esteve presente nos seguintes períodos
da História até o momento quando chegou o Espiritismo,
propondo a releitura do Evangelho e apresentando as expli-
cações próprias para o seu entendimento ante as fulgurantes
luzes da Ciência e da Razão.
A esperança converteu-se em realidade e continua
conduzindo aqueles que O amam, tanto quanto aquelou-
tros que perderam o Seu endereço ou confundiram-se no
emaranhado dos conflitos e paixões que acumularam.
Explicando que a vida real é aquela que assinala a ori-
gem do ser e não a transitória por onde peregrina, esse Con-
solador alenta com a esperança de felicidade próxima como
remota, que está destinada a todos que estejam dispostos a
consegui-la.
A esperança pode ser comparada a uma luz vigoro-
sa no fim do túnel, brilhando, a distância, e oferecendo

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segurança de que além das sombras existe uma claridade


aguardando.
Ao oferecer-nos o Consolador, confortou-nos com a
esperança de que nunca ficaríamos a sós, auxiliando-nos na
ascensão por mais difícil se apresente.
Quando um cientista empreende a tarefa superlativa
de encontrar respostas que favoreçam a vida, é fortalecido
pela esperança que o leva a prosseguir, embora os insucessos
iniciais que poderiam significar fracasso. E porque persiste
confiante, vence todos os desafios até o momento em que
culmina com as suas aspirações.
O artista possui no imo a beleza que desejaria exterio-
rizar, e, utilizando-se dos mais variados instrumentos, labo-
ra confiante que logrará os resultados que espera, superan-
do as limitações pessoais, ambientais, circunstanciais, até
o instante triunfal que oferece ao mundo a glória do ideal.
Fitando um bloco de mármore informe, Leonardo da
Vinci via a estátua reluzente que nele se encontrava, e com
a esperança de arrancá-la do claustro mineral onde dormia,
revelou ao mundo grandiosas obras de incomparável har-
monia e estética.
O mesmo fizeram Fídias, Praxíteles e inumeráveis ou-
tros mensageiros da arte, na pintura, na música, da arquite-
tura, da poesia, da literatura, em todos os campos, porque sa-
biam estar viva, embora invisível, a harmonia que desvelaram.
Em todos os setores isso ocorre, porque a esperança
não abandona os seus realizadores nem diminui de intensidade
no sentimento de quem aspira à plenitude.

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Diretrizes para o êxito

Nunca cesses de confiar, tomado da certeza de que


tudo aquilo que não consigas agora, perseverando e amando
conseguirás depois.
Não é importante que se realizem as aspirações no
momento imediato, mas no instante adequado, quando se
conjugarem os fatores que lhe propiciam a concretização.
(...) E quando tudo aparentemente conspirar contra os
teus ideais e planos de uma existência mais feliz, confia em
Deus e mantém a esperança na certeza de que Ele jamais te
abandona.

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26

AFETIVIDADE

D
efluente da Lei Natural da vida, a afetividade
é sentimento inato ao ser humano em todos os
estádios do seu processo evolutivo.
Esse conjunto de fenômenos psicológicos expressa-se
de maneira variada como alegria ou dor, bem-estar ou afli-
ção, expectativa ou paz, ternura ou compaixão, gratidão ou
sofrimento...
Embora no bruto se manifeste com a predominância
da posse do instinto, aprimora-se, à medida que a criatura
alcança os patamares mais elevados da razão, do discerni-
mento e do amor.
Mesmo entre os animais denominados inferiores, vige
a afetividade em formas primárias que se ampliarão através
do tempo, traduzindo-se em apego, fidelidade, entendimen-
to, como automatismos que se fixaram por meio da educa-
ção e da disciplina.
Não obstante os limites impostos pelos equipamen-
tos cerebrais, em alguns é tão aguçada a percepção, que o
instinto revela pródromos de inteligência, que são também
expressões de afeto.

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No ser hominal, em face dos valores da mente, o sen-


timento desata a emoção, e a afetividade exterioriza-se com
mais facilidade.
Imprescindível à existência feliz, por intermédio do
tropismo do amor, desenvolve-se e enternece-se, responden-
do pelas glórias da sociedade, pelo progresso das massas,
pelo crescimento da consciência e pela amplitude do conhe-
cimento.
Na raiz de todo empreendimento libertador ou de
todo empenho solidário, encontra-se a afetividade ao ideal,
à pessoa, à Humanidade, estimulando, e, quando os de-
safios fazem-se mais graves, ei-la amparando o sentimento
nobre que não pode fenecer e a coragem que se não deve
enfraquecer.
No começo, é perturbadora, por falta de discernimen-
to do indivíduo a respeito do seu significado especial. No
entanto, quando se vai fixando nos refolhos da alma, torna-se
abençoado refrigério para os momentos difíceis e estímulo
para a continuação da luta.
Sem ela a vida perderia o seu significado, tão eloquen-
te se apresenta na formação da personalidade e da estrutura
psicológica do homem e da mulher.
A afetividade proporciona forças que se transformam
em alavancas para o progresso, alterando as faces desafiado-
ras da existência e tornando a jornada menos áspera, porque
se faz dulcificada e esperançosa.
Ninguém consegue fugir-lhe à presença, porque, ín-
sita no Espírito, emerge do interior ampliando-se na área
externa e necessitando de campo para propagar-se.

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Diretrizes para o êxito

A afetividade é o laço de união que liga os indivíduos


por meio do sentimento elevado e os impulsiona na direção
do Divino Amor.

Quando se pode entender e se tem olhos de ver, é pos-


sível distinguir a afetividade nos mais variados sentimentos
humanos, a saber:
O egoísmo é a afetividade a si mesmo.
O ressentimento é a afetividade egoísta que não foi
comprazida.
A bondade é a afetividade que se expande.
O ciúme é a afetividade insegura e possessiva.
O trabalho é a afetividade ao dever;
O ódio é a afetividade que enlouqueceu.
O auxílio fraterno é a afetividade em ação.
A vingança é a afetividade que enfermou.
A preguiça é a afetividade adormecida.
O amor é a afetividade que se sublima.
A caridade é o momento máximo da afetividade...

Em qualquer circunstância libera a tua afetividade


desencarcerando-a, a fim de que se expanda e beneficie os
demais.
A afetividade é portadora de especial conteúdo: quan-
to mais se doa, mais possui para oferecer.
É rica, infinitamente possuidora de recursos para ex-
pender.

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Jamais te arrependas por haveres sido afetuoso.


Não te facultes, porém, uma afetividade exigente, que
cobra resposta, que se impõe, que aguarda retribuição.
Atinge o elevado patamar emocional da afetividade
que se esquece de si mesma para favorecer a outrem, confor-
me Jesus a viveu, sem apego nem decepção, por não haver
recebido compensação.
A afetividade se completa no próprio ato de expandir-se.

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ANTE O RUGIR
DA TORMENTA

A
nunciada antecipadamente, chega o momento em
que estruge a tempestade com violência não esperada,
desabando calamitosa sobre a sociedade hodierna,
desferindo golpes de consequências imprevisíveis.
Em todos os segmentos sociais a tormenta moral esfa-
cela, separando organismos que se deveriam mais aglutinar,
tornando-os vulneráveis à dissolução total.
Atroando os indivíduos, semeia ódios e explode em
violência cruel, ceifando vidas inermes, perturbando a or-
dem estabelecida, gerando medos incontroláveis.
Desregrando pessoas que se mantinham em equilí-
brio, desorganiza-lhes os equipamentos morais, atirando-as
aos calabouços do sexo em desvario, das drogas aditivas em
alto consumo, dos conflitos internos e externos.
Desestruturando as organizações emocionais mais
frágeis, empurra para depressões profundas, para os distúr-
bios do pânico, para os estados fóbicos múltiplos, conspi-
rando contra a harmonia psicológica e psiquiátrica dos in-
divíduos e das coletividades.
Agressões de todo porte explodem em espetáculos
hediondos, estruturadas em calúnias bem-elaboradas, em

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invejas sórdidas, em sentimentos perversos, de maneira a


instaurar na Terra mais lutas antifraternas e alucinantes
com revides prolongados.
A incompreensão de todo porte campeia, gerando di-
ficuldades nos relacionamentos e problemas na afetividade.
A incompatibilidade de gênios desfaz vínculos pro-
fundos, porque as paixões galvanizam os sentimentos, ator-
mentando-os.
É raro o silêncio que propõe serenidade e a compai-
xão que desculpa as ofensas, auxiliando com discrição.
As enfermidades degenerativas substituem as antigas
epidemias que assolaram a Terra no passado, algumas das
quais a Ciência Médica venceu, enquanto outros tipos de
viroses e processos cancerígenos, distúrbios cardiovascula-
res, ceifam centenas de milhões de vidas que antes esterto-
ram nas suas constrições...
A confiança cede lugar à suspeita sistemática, e o dolo
assume postura de cidadania.
A corrupção, nas mais diversas malhas em que se
apresenta, tenta matar a ética e os princípios morais que
devem existir nas coletividades.
Todos esses e outros fatores de perturbação demons-
tram a presença da tempestade que ora ruge violenta sobre
a sociedade.

É natural, portanto, que as atividades centradas em


Jesus, no Seu pensamento e nas Suas obras, também experi-
mentem as descargas provocadas pelas forças tempestuosas
da anarquia e dos desmandos, que procedem do primarismo
em que se demoram algumas consciências humanas, facil-

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Diretrizes para o êxito

mente açuladas por Espíritos equivalentes que permanecem


na Erraticidade inferior.
Com frequência levantam-se defensores do ideal cris-
tão com arrogância inimaginável, quais antigos cavaleiros
medievais avançando na defesa do túmulo vazio de Jesus,
em Jerusalém, na condição de cruzados, mais ávidos pelas
conquistas terrestres do que pela preservação da memória
do Ressuscitado.
O mesmo sucede em parte do Movimento Espírita,
que deveria vivenciar os postulados do amor e da instrução,
introjetando a mensagem libertadora, em vez de a utilizarem
para esgrimir vaidades e conflitos pessoais, que são trans-
formados em instrumentos de combate contra o próximo.
Este idealista agride o outro, porque pensa diferente,
não se ajustando às conclusões a que ele chegou; esse sofre-lhe
os acúleos, em razão da sua maneira de ser que se caracteriza
por qualidades próprias; estoutro paga alto preço em face da
sua independência, não se submetendo a quem se considera
a sumidade irretocável...
(...) E grassam acusações, de lado a lado, alguns utili-
zando-se da Mídia, igualmente alucinada, para mais exal-
tar-se, mediante as incriminações contra o seu cômpar, isto
para escamotear a inferioridade de que se sentem objeto,
disfarçando-se com a superioridade falsa em que se apre-
sentam.
A grande maioria desses acusadores conta com a im-
punidade legal, na Terra, porque sabe que as suas vítimas
não recorrerão aos poderes da justiça humana, deixando-os
avançar na direção da própria loucura.
São ociosos que dispõem de todo o tempo, em face
de não se vincularem a nenhum trabalho iluminativo, de

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não ajudarem a ninguém, de não contribuírem em favor do


crescimento da proposta espírita entre os homens e mulhe-
res, assim dedicando-se a fiscalizar, denegrir, acusar, perse-
guir incessantemente aqueles de quem receiam sombrear-
-lhes a vacuidade...
Olvidam-se, esses irmãos irrefletidos, que estão cons-
truindo os presídios sem grades em que se encarcerarão
mais tarde.
A vida anota tudo quanto lhe diz respeito.
Cada consciência insculpe nos refolhos do Espírito
pensamentos, palavras e ações, permanecendo na sua con-
dição de depositária da Lei de Deus.
Por outro lado, conclui-se que todos esses tempestuo-
sos instrumentos do sofrimento alheio, se estão na Seara
Espírita, não acreditam realmente na imortalidade nem na
Lei de Causa e Efeito, pois que se tivessem convicção da sua
existência agiriam de forma diametralmente oposta.
O orgulho, a presunção, os sentimentos vis cegam-nos,
retendo-os no bloqueio do discernimento e da razão.
Buscam o estrelato, a fama, a projeção do nome e da
imagem, tudo fazendo, conforme ocorre nos espetáculos
mundanos, para ser comentados, referidos, discutidos, por-
que, de outra maneira, ficariam no esquecimento ou nem
sequer teriam os seus nomes e as suas vidas conhecidos.
Na atualidade, é possível prever-se tormentas, fenô-
menos sísmicos calamitosos, como erupções vulcânicas,
maremotos, terremotos, tornados e outros, mas ainda não
se dispõe de recursos para impedi-los.
O mesmo ocorre nas tempestades morais, que podem
ser detectadas antes, sem que seja possível impedir-lhes os
arrastamentos infelizes.

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Diretrizes para o êxito

Estejam vigilantes os servidores de Jesus, acautelan-


do-se da sintonia com a perversidade, resguardando-se dos
calhaus e pedras atirados, precatando-se da assimilação do
bafio pestífero que intoxica o ar e pode envenená-los.
A atitude terapêutica para o mal e os maus é a da
compaixão.
Existem métodos de urbanização, de arquitetura e de
engenharia de emergência para defender as criaturas dos
efeitos maléficos das tempestades, resguardando-as e ofere-
cendo-lhes recursos para as reconstruções posteriores.
Da mesma forma, o Divino Arquiteto, Jesus, apre-
sentou, desde há muito, os Seus projetos e planos para os
enfrentamentos inevitáveis, traçando os roteiros do amor,
da caridade, da oração, da misericórdia, do perdão median-
te os quais, os Seus discípulos poderão resguardar-se, deles
também utilizando-se, depois, na recuperação dos valores,
sobre os destroços que ficaram...
As árvores fanadas pelos vendavais e fenômenos de-
vastadores, logo passa a calamidade apresentam vergônteas
que as renovam, recompondo-se.
Ante, portanto, o rugir da tempestade, entrega-te a
Jesus e n’Ele confia, servindo-O com tranquilidade e paz,
porquanto somente te acontecerá aquilo que é melhor para
o teu progresso espiritual.

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28

PENTECOSTES

A
s narrações evangélicas referem-se às labaredas de
fogo que desceram sobre os discípulos saudosos de
Jesus cinquenta dias após a Páscoa.
A comunicação por eles operada com as pessoas de
diferentes províncias, que se expressavam em idiomas e dia-
letos diversos, tornou-se clara e rica de surpresas, demons-
trando a irrupção espontânea da faculdade mediúnica de
xenoglossia nos Espíritos que se candidatavam ao apostola-
do do amor.
Aqueles que se sentiam estrangeiros, porque impos-
sibilitados de manter contato verbal com os demais, rece-
beram a notícia da sobrevivência no empolgante momento
das informações mediúnicas, abrindo campo emocional e
intelectual para as tarefas do futuro.
O serviço do Mestre fazia-se urgente e era necessário
não se permitir que o silêncio amortalhasse em esquecimen-
to a música sublime dos Seus ensinamentos.
À dor e ao sentimento de abandono que os amigos do
Crucificado experimentavam sobrepôs-se a Sua presença e

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a dos Seus mensageiros, estimulando-os ao prosseguimento


do ministério.
Ele houvera prometido que nunca os deixaria a sós,
por mais rudes se apresentassem as situações e mais afligen-
tes fossem os testemunhos. Em tais circunstâncias, que se
lembrassem d’Ele que havia vencido o mundo.
Naquela hora, já não se fazia indispensável a Sua pre-
sença física, a fim de que as atividades tivessem prossegui-
mento, conforme até então ocorrera.
Ele os houvera preparado para os ásperos labores, ilu-
minando-os com o conhecimento, vivificando-os com os
exemplos de amor que lhes dera... Agora equipava-os de
recursos específicos, de modo que as dificuldades fossem
ultrapassadas como e onde se apresentassem, caso eles per-
manecessem fiéis.
Aquele memorável dia marcá-los-ia para sempre, re-
conduzindo-os à autoconfiança e à alegria da ação que devia
ser continuada.
A Ressurreição confirmara-lhes a imortalidade, e so-
mente ocorrera porque Ele se entregara em holocausto. Por
meio dela, puderam rever o Amigo Excelso, ouvi-lO nova-
mente, senti-lO vibrante e amoroso.
Herdeiros naturais que eram da Boa-nova, instrumen-
tavam-se com o desabrochar das faculdades mediúnicas, a
fim de que não mais titubeassem nem se permitissem recuos
injustificáveis, quando no fragor das lutas que deveriam tra-
var com abnegação e sacrifício. O ministério que deveriam
vivenciar era assinalado pelas demonstrações de renúncia,
dedicação e amor incessante, sem margem para alteração de
conduta, exceto para torná-la melhor.

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Diretrizes para o êxito

Amparados pelas Forças espirituais do bem, dali sai-


riam para a divulgação e a vivência da Palavra, colocando
os alicerces do Reino nos corações humanos ultrajados e
sofridos.

Ainda hoje ocorrem essas benfazejas interferências es-


pirituais, auxiliando no apostolado do amor e da ilumina-
ção de consciências.
Aquelas comunicações ocorridas no quinquagésimo
dia após a Páscoa, constituem ímpar demonstração da pre-
sença de Jesus ao lado dos Seus servidores, que o tempo não
consegue diluir.
A linguagem que impedia o intercâmbio entre as pes-
soas, constituindo-se forte barreira para o entendimento
fraternal, desfez-se por definitivo.
– (...) E quando fordes falar, o Espírito Santo falará por
vós – Ele houvera anunciado.
O idioma não constitui impedimento à divulgação da
Mensagem de Jesus.
Há, porém, uma linguagem que se torna indispensá-
vel para a sua comunicação e que não vem sendo considera-
da por muitos daqueles que se candidatam ao ministério. É
a do amor fraternal.
A palavra, porque nem sempre elucidativa, tem sido
mais motivo de desinteligência, de irritação, de conflito, do
que mesmo de comunicação saudável.
A mesma expressão usada com tonalidade variada de
voz produz alegria e contrariedade, esperança e desencanto,
confiança e suspeita... Isto porque, os indivíduos, armados

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uns contra os outros, mesmo quando se estimando, perde-


ram o equilíbrio da sadia verbalização.
Interrompem a frase, suspeitosos; interpretam os pe-
ríodos conforme pensam e não consoante convém, e as co-
municações tornam-se perturbadoras, combativas.
Há uma língua que não permite distorção de conceito
nem de significado – a do amor.
Desarmando-se para amar, o indivíduo capta a onda
mental, tornando-se quase dispensável o verbo.
Se estás cansado e te sentes desamado, encontras-te
armado.
Desenovela-te da suspeita e abre os ouvidos do coração
ao idioma do bem e experimentarás inefáveis alegrias.
Treina a comunhão deste outro tipo de pentecostes,
aprendendo a comunicar-te com todas as formas da vida:
minerais, vegetais, animais, a fim de conseguires o saudá-
vel diálogo com os seres humanos, muito mais complexos
e desafiadores. Eles expressam-se em diferentes idiomas, no
entanto, se os amares, mesmo que não lhes fales as línguas,
sentirão a emissão da tua simpatia e do teu afeto, embora
nada enuncies ou o que digas não lhes seja inteligível.
Refugiando-te um pouco no silêncio emocional, a fim
de ficares receptivo às Forças do bem, viverás em constante
pentecostes com todas as formas de vida que encontres pelo
caminho.

Reserva alguns minutos das tuas horas atribuladas e


comunica-te com um mineral – contemplando-o, penetran-
do-o com a mente –, com um vegetal – alcançando-lhe a
intimidade sem ruído, mas com atividade febril de desen-

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volvimento –, passando depois aos animais – cativando-os


e deixando-te cativar...
Lentamente, assim prosseguindo, estarás em condi-
ções de dialogar com o teu próximo, sem reproche, sem
medo, sem altercação, em paz de espírito.
Sintoniza com as energias sublimes do Pentecostes e
esparze o Reino de Deus, para o qual estás convidado em
toda parte, buscando vivenciá-lo desde já.

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O DESERTO

E
m face da balbúrdia que estruge voluptuosa em toda
parte, o ser humano movimenta-se aturdido, sem
rumo.
A sensibilidade emocional aguçada, em decorrência
da ansiedade como da frustração, torna-o insatisfeito, ator-
mentado, paranoide com tendência esquizoide que o vergas-
ta, infelicitando-o.
Os apelos incessantes para as extravagâncias e os ape-
tites sexuais desorganizam-no interiormente, fazendo-o sen-
tir-se incompleto, mesmo quando tudo, aparentemente, en-
contra-se com aspecto compensador.
Ocorre que o Espírito é o ser fundamental e não o
corpo, ao qual se imanta pela necessidade de evolução, per-
manecendo escravo, quando jovem, pelo que gostaria de
fruir e, quando idoso, lamentando o que não desfrutou.
Essa dificuldade de entender o objetivo real da vida
proporciona-lhe um comportamento paradoxal, pois que,
podendo conquistar a liberdade, demora-se na escravidão
espontânea, vivenciar a felicidade, fixa-se nos tormentos,
conseguir o bem-estar pleno, detém-se na insegurança do
que já dispõe.

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Cada um vive exteriormente as paisagens íntimas que


cultiva.
Apegando-se aos valores relativos do mundo, alegra-
-se e aflige-se, conquista e perde, demorando-se em vicissi-
tudes desnorteantes.
A cada momento faz-se-lhe mais urgente a introspec-
ção, a análise cuidadosa das aspirações, bem como dos pro-
jetos de vida.
No passado, e ainda em alguns lugares no presente,
homens e mulheres necessitados de paz têm buscado o si-
lêncio em monastérios de reclusão, em eremitérios especiais,
nos montes isolados, nos desertos...
A fim de refundir o ânimo e a capacidade do povo ju-
deu, longamente escravizado pelos egípcios, nele despertan-
do sentimentos novos, Moisés levou-o ao deserto por qua-
renta anos, a fim de que tivesse tempo de avaliar a própria
situação. Embora os rudes embates experimentados, criou
uma cultura rígida e fiel aos postulados abraçados, que vem
atravessando os milênios, sem perda do objetivo anelado.
O príncipe Sidartha Gautama, anelando pela paz,
após haver experimentado o poder, a dissolução e o ócio,
procurou técnicas de recolhimento sem o conseguir, até
que, no deserto, adquiriu a iluminação.
Jesus, ensinando esquecimento de si mesmo, ante a
imperiosa necessidade de prosseguir Uno com Deus, buscou
o deserto onde jejuou por quarenta dias e quarenta noites.
Saulo de Tarso, após o encontro revolucionário com
Jesus, foi para o deserto a fim de meditar, amadurecendo os
conceitos novos que lhe chegaram, de modo que não lhe di-
minuísse o ânimo nem o devotamento, quando se resolveu
por dedicar-se ao ministério de iluminação.

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Diretrizes para o êxito

O deserto, facultando a solidão, o silêncio, induz o


Espírito à reflexão, especialmente se buscado para essa fi-
nalidade.

Hodiernamente, o deserto pode ser considerado como


a viagem de interiorização, na busca da realidade que se é.
A mente, autoanalisando-se, percebe quais as necessi-
dades verdadeiras e aquelas secundárias que são distrações,
mediante a busca do poder e do prazer, facultando-se eleger
as melhores diretrizes para conseguir a superação do sofri-
mento, o encontro com Deus, que no mundo agitado faz-se
quase impossível de o conseguir.
Nessa região inexplorada e desértica da alma, o Es-
pírito refrigera-se na esperança, renovando a coragem para
enfrentar as refregas do cotidiano, sem os atropelos injusti-
ficáveis nem os recuos proporcionados pelo desânimo.
O grande silêncio, ao qual não está acostumado, in-
vade-o, dando-lhe uma sensação de segurança e de paz, en-
quanto a mente desperta para o exame de si mesma, diluin-
do os vapores tóxicos do imediatismo, pensando no futuro
irisado de bênçãos.
Ali não há lugar para conflitos, logo passam os pri-
meiros períodos de recolhimento, quando então as ambi-
ções acalmam-se, e no seu lugar permanecem o equilíbrio
e a alegria.
Em face da transitoriedade de tudo quanto é terreno,
diante do permanente onde a vida se desenvolve, as questões
fundamentais assomam e passam a direcionar a razão e a
emoção, propiciando bem-estar, fortalecimento e harmonia.

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Mesmo no convívio com as demais pessoas que se en-


contram em turbulência, as conquistas hauridas no deser-
to mais se fortalecem, estimulando ao prosseguimento das
afirmações internas que agora brotam em exuberância.
A paz irradia-se do coração, e a mente encontra-se
aberta às propostas do amor e da caridade, como até antes
ainda não havia ocorrido.
Sem a aprendizagem na quietação da alma, nessa noi-
te escura que o silêncio clareia de luzes formosas, o amor
como a caridade são apressados, assinalados pelos interesses
do ego, facilmente alteráveis, conforme o humor de cada
momento. A saturação, o vazio existencial, o cansaço, as-
somam com frequência porque a ação é feita de entusiasmo
sem reflexão e de audácia sem sabedoria.
Conta-se que São Bernardo, certo dia, sentindo-se
agitado, diante dos muitos afazeres, enquanto transitava de
um para outro lado, deteve-se e refletiu: Bernardo, para onde
estás correndo, se somente um destino é o correto – Jesus?! De
imediato, asserenou-se, passando a resolver todas as ques-
tões em clima de alegria e de bom humor, sem pressa nem
tormento.
Quando se está afadigado na busca de diferentes obje-
tivos, superficiais uns e desnecessários outros, a vida trans-
corre agitada, o tempo sem tempo faz-se um tormento, reti-
rando os benefícios da luta.
Por isso, torna-se necessária a ida ao deserto, a fim de
conseguir-se os tesouros que proporcionam soluções ade-
quadas e respostas próprias a todas as questões afligentes da
existência.
É natural que o ser humano procure viver de maneira
compatível com a época e as circunstâncias sociais em que

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Diretrizes para o êxito

se encontra. Todavia, é-lhe um desafio a eleição de conduta


em torno da sua realidade espiritual, que não deve ser igno-
rada ou, quando identificada, não ser postergada.

O deserto faz parte da existência humana.


Não são poucos os indivíduos que nele se precipitam,
infelizmente, nas regiões inóspitas do sentimento, vazias de
realidade, abandonadas pelas aspirações superiores da vida.
É o abismo da alma, ao qual se atiram aqueles que perdem
os objetivos imediatistas, que desfalecem nos combates por
falta de confiança em novas batalhas, que se entregam ao
medo, à frustração ou se deixam consumir pela revolta, pelo
ódio, pelo ressentimento...
Nessa área de difícil saída, estorcegam aqueles que se
descuidaram de si mesmos e rumaram pelos caminhos sem
saída apresentados pela ilusão.
Quando buscado conscientemente, para meditar,
orar, descobrir-se, o deserto refloresce em uma primavera in-
términa sob os cuidados de Jesus.

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COMPORTAMENTO
ASSERTIVO

D
e forma incontestável, o comportamento desvela
a pessoa interior, suas aspirações e projetos, seus
valores e conquistas.
A maneira como se conduz em família, no grupo so-
cial, nas atividades profissionais, expressa o nível de cultura
e de educação em que se encontra, revelando significativos
traços da sua personalidade.
Quando da adoção de uma fé religiosa, mais signi-
ficativo se apresenta, ensejando aos demais entenderem o
grau de aprofundamento da convicção haurida e a influên-
cia produzida no seu íntimo.
Afere-se, pois, a convicção de alguém pela adequação
dos objetivos essenciais ao seu modo de viver, pois que, do
contrário, os atos desmentem as teses explanadas.
Nesse sentido, o comportamento assertivo desempe-
nha um papel relevante, tendo-se em vista o compromisso
do indivíduo com as próprias convicções e a exteriorização
desses conteúdos.
Em face da sua magnitude, o Cristianismo é uma ex-
celente doutrina, cuja divulgação faz-se com mais eloquên-

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cia pelos atos dos seus adeptos, do que pelo verbalismo de


que se tornam portadores.
Lamentavelmente, nos tempos atuais, há um grande
abismo entre as lições exaradas nos Evangelhos e a maneira
de comportar-se daqueles que se lhes vinculam intelectual e
emocionalmente.
O apego aos prazeres insensatos e a luta devoradora
pela conquista de posições relevantes, vêm mascarando os
sentimentos dos indivíduos que se associam às fileiras do
pensamento de Jesus, em lamentável demonstração de que
entre a teoria e a conduta há um terrível pego.
As tradições medievais, com as suas castrações psicoló-
gicas, criaram conceitos falsos sobre a humildade, tornando
os seus simpatizantes submissos, misantropos e subservientes,
por falta de dignidade de vivenciar o comportamento asserti-
vo. Escamoteando os conflitos internos, a timidez e os medos
perturbadores, esses adeptos aceitam tudo que lhes é propos-
to, mesmo quando lhes violenta os interesses dignos ou fe-
re-os nos valores ético-morais, sem oferecer-lhes estímulos
para que se ergam e enfrentem os desafios com dignidade.
Essa atitude passiva, acentuada pelo disfarce da voz
mansa, do maneirismo sedutor, tem sido responsável pelo
grande número de dissimuladores da verdade em constantes
campeonatos de fingimento.
A humildade jamais é conivente com a injustiça, com
a violência, com o desrespeito.
Nunca se soube que Jesus anuiu com as situações de-
gradantes e as imposições descabidas geradas pelos seus an-
tagonistas.
Foi por não se deixar submeter ao absurdo da hipocri-
sia dominante, que se tornou considerado inimigo de Israel,

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pelos religiosos pusilânimes e do Império Romano, pelos


verdugos dominadores.

O comportamento assertivo estabelece-se num con-


junto de valores que se deve ter em conta, a saber: ter opi-
nião e defendê-la, enfrentar críticas quando justas e opor-
tunas ou não, manter-se com naturalidade quando formule
pedidos ou os recuse, estabelecer conversação sem imposi-
ções descabidas, estar receptivo sempre para mudanças mais
enriquecedoras.
O indivíduo passivo tudo faz para não ser convidado a
opinar, porque teme ferir ou desagradar, mantendo-se equi-
distante em quaisquer discussões em face do receio de ser mal
interpretado, não entendendo que cada criatura é portadora
de sua própria forma de ser e de crer, e que a concordância
absoluta nem sempre é possível.
Por outro lado, não tem a coragem de enfrentar qual-
quer crítica, mesmo quando justa ou leal, deixando-se afetar
pela forma como lhe é feita pelo antagonista. Isto porque,
não discerne entre um conceito ideológico e o seu complexo
de inferioridade, que sempre se atribui como pessoa desa-
mada, perseguida.
O portador de comportamento assertivo, no entanto,
sabe enfrentar a crítica, quando se trate ou não de uma aná-
lise objetivando corrigir e aprimorar-lhe o pensamento ou
a conduta, podendo distinguir quando o interesse é ajudar
ou destruir. Assim, recebe-a com naturalidade e mesmo ale-
gria, sendo-lhe positiva, porque sabe que a existência é uma
incessante oportunidade de aprendizagem.

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Considera-se credor de ajuda, quando necessite soli-


citar algo e reconhece-se com o direito de negar qualquer
petição que não lhe corresponda aos sentimentos, seja por
qual razão for.
Essa serenidade que lhe define o caráter espelha os
seus sentimentos internos, especialmente aqueles que são
frutos da sua convicção espiritual.
Acreditando na imortalidade da alma, não se pode
permitir dubiedade em relação à crença e ao comportamen-
to antagônicos entre si. É coerente e sincero, agradável e
gentil, mas não conivente ou adepto do escapismo, de modo
que se preserve de envolvimentos que se lhe tornem menos
vantajosos.
Não poucos, no entanto, assumem uma postura
agressiva, procurando manter-se em atitude hostil a todos
quantos dele discordam ou pensam de maneira diferente,
impondo suas ideias ou desejando forçar a sua aceitação,
sempre dando a ideia de que é possuidor do conhecimento,
que não admite controvérsia.
Tornando-se arrogantes e insensatos, as suas ideias
inspiram antipatia e desagrado, porque são destituídas de
argumentos sólidos, resistentes aos debates esclarecedores.
Quase sempre esses indivíduos agressivos exteriori-
zam os seus conflitos que disfarçam na convicção que de-
fendem, dessa maneira fugindo da dificuldade de aceitar-se
e de amar-se, por consequência, de serem aceitos e amados.
Facilmente coléricos ou taciturnos, inspiram animosi-
dade e encontram-se sempre a sós com as suas ideias, às vezes,
esdrúxulas, autossatisfazendo-se e aos outros desprezando.
Formam a expressiva legião de atormentados que se
comprazem em atormentar, porque, sem paz, tumultuam a
todos e a tudo.

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Diretrizes para o êxito

A luz mirífica do pensamento cristão, no entanto,


transborda dos sentimentos de quem a possui e esparze cla-
ridade à sua volta, atraindo e envolvendo todos quantos se
lhe acercam, nunca gerando sombra ou conflito.

O comportamento assertivo é bem a medida do equi-


líbrio da fé que o indivíduo mantém na justiça de Deus, nos
deveres que lhe cumpre atender, no esforço a desprender em
favor da própria e incessante renovação moral, no contínuo
crescimento espiritual na busca do Infinito.
Nem sempre, talvez, será entendido esse que assim se
comporta, mas isso não é importante, porque o seu não é
o objetivo de conquistar um círculo de pessoas que lhe são
admiradoras ou simpáticas, mas de conduzir-se conforme
a crença que vivencia, demonstrando-lhes a excelência da
qualidade pelo bem que a si mesmo se propicia.
Essa habilidade saudável do comportamento assertivo
é adquirida com Jesus, que nunca evitava o enfrentamento
nem se escusava de amar e de socorrer, mantendo-se íntegro
diante de qualquer circunstância.

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RESISTÊNCIA
AOS MAUS

A
fim de serem aplicados no quotidiano existencial,
alguns conceitos enunciados e vividos pelo Mestre
Nazareno impõem compreensão de sentido e
atualidade de significado, em face da sua magnitude sob
todos os aspectos considerados.
No Estatuto desenhado e por Ele exposto com inco-
mum beleza no Sermão da montanha, existem graves pro-
postas que constituem verdadeiro desafio para serem viven-
ciadas em toda a sua pujança, especialmente aquelas que se
referem à Lei Antiga, em torno dos inimigos, dos maus e dos
antagonistas, examinada sob a óptica dos novos compro-
missos para com a vida.
Verdadeira revolução, esses conceitos renovadores a
priori infundem receio ante a aparente impossibilidade de
serem atendidos, de forma que se transformem em base de
segurança para os avanços que se pretende conseguir no
processo de crescimento moral.
Diante das dificuldades geradas pelos maus e seus
aguerridos aficionados, como não resistir-lhes, se eles insu-
flam o ódio, fomentam a revolta, e a sua agressividade fere

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os sentimentos mais profundos do ser humano? Como não


resistir aos homens maus que se multiplicam, dominando a
Terra?
É certo que a Carta Magna estabelece a normativa
do perdão, mas não propõe à vítima a perda da dignidade,
antes a enriquece; a covardia moral, ao inverso, propugna
pela coragem da fé; a vilania, pelo contrário, induz ao es-
toicismo...
A não resistência ao mal, de forma nenhuma significa
a sua aceitação tácita, como estímulo ao seu prosseguimento
e predominância.
Trata-se de uma conduta trabalhada na decisão moral
de compreender a ocorrência ou o indivíduo, sem enfrenta-
mentos lamentáveis, de modo que não se derrape no mesmo
equívoco daquele que se asfixia nos seus vapores pestíferos.
Para manter-se uma conduta compatível com a men-
sagem de paz, são necessárias a coragem da fé e a certeza da
vitória do bem, na incessante batalha do processo iluminativo.
Quando se é dúbio de conduta e frágil de caráter, fa-
cilmente se resiste ao mal e ao homem mau, enfrentando-os
com os mesmos equipamentos de violência, tornando-se-
-lhes semelhante ou mesmo pior do que eles. Trata-se de
um erro lamentável, essa conduta, porquanto a luta, às ve-
zes desigual, em face do estágio de evolução de cada um dos
litigantes, somente gera desastres e vitalização da desordem,
do crime, da perversidade.
Somente o amor é possuidor da força que transforma o
desatino em equilíbrio, reorganizando os mecanismos do sen-
timento humano atribulado. Qualquer tentativa para com-
petir em brutalidade redunda em desastre mais calamitoso.

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Diretrizes para o êxito

Dessa forma, para que sejam implantados o bem-es-


tar, a harmonia, o dever e a lídima fraternidade entre as
criaturas humanas, os enfrentamentos tornam-se naturais e
mesmo necessários, em razão dos fatores degenerativos que
nelas predominam temporariamente.
A atitude daquele que os arrosta é que deve ser de
compreensão e de paz.

Toda e qualquer mudança de comportamento exige


denodo, esforço e continuidade de ação.
Alterar as paisagens morais do planeta, modificando-
-lhe a psicosfera ora vigente, é o programa que deve ser exe-
cutado, mediante o investimento de sacrifícios contínuos.
Isto porque, o inimigo nem sempre é o outro, aquele
que pode ser apontado como responsável pelo fracasso de
quem luta. Considerando-se que ele é as imperfeições inter-
nas, altera-se o conceito, e o esforço torna-se mais ingente.
Não resistais ao homem mau – propôs Jesus com mise-
ricórdia, conforme as anotações de Mateus, no capítulo 5,
versículo 39, do seu Evangelho.
Essa diretriz não induz a uma atitude servil ou co-
varde ante o antagonista, aquele que se compraz em gerar
dificuldades, afligindo os demais. Pelo contrário, constitui-
se uma significativa decisão para não malbaratar os valores
morais em lutas perniciosas, fratricidas, cruéis.
Resistir seria enfrentar o mau, aceitando-lhe a ofensa,
a agressividade, descendo-lhe ao nível de perturbação.
Sempre que alguém resiste, arma-se, revida, gerando
uma situação mais penosa, da qual resultam maiores danos.

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Na lição do Mestre, surge a mensagem da não violên-


cia por primeira vez, como solução eficaz, não se revidando
mal por mal.
O homem mau é infeliz, é alguém que perdeu o auto-
direcionamento e não sabe para onde seguir, atirando-se ao
abismo da loucura.
Resistir-lhe com os mesmos instrumentos será pio-
rar-lhe o desatino, empurrando-o na direção de sucessivas
desditas.
Havendo perdido a batalha da paz interna, ele já não
possui critério de julgamento, objetivo de honradez, moti-
vos para manter-se.
Não lhe resistir à agressão, representa permanecer
acima dela, distanciado da sua peçonha, fora da sua onda
mefítica.
O silêncio, a compreensão e a compaixão tornam-se
recursos poderosos para anular a violência, sem extinguir o
violento, para diluir o mal, sem aniquilar o homem mau.
Certamente, é mais fácil revidar, demonstrando força
bruta, que não passa de intemperança e agressividade, que é
somente irreflexão, aumentando o volume da onda tempes-
tuosa dos crimes que é sempre crescente.
Resistir à tentação e à fraqueza de reagir da mesma
forma, de conflitar e de disputar a primazia da violência,
é poder não lhe responder a provocação com os mesmos
nefastos recursos.
A violência é enfermidade virulenta que se expande
com facilidade, em razão da fácil assimilação dos seus flui-
dos deletérios por parte das vítimas potenciais, que se en-
contram com disposição para o contágio.
A não violência é o medicamento eficaz, sutil e pode-
roso que a anula, diluindo-lhe os efeitos perversos.

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Diretrizes para o êxito

Em razão disso, aqueles que conseguem não resis-


tir ao homem mau, tornam-se bem-aventurados.

Jesus não resistiu à traição de um discípulo, à negação


de outro companheiro, à deserção dos amigos, à prisão in-
famante, ao julgamento arbitrário, ao flagício impiedoso e
covarde, à cruz e à morte...
Porque assim agiu, não resistindo aos homens maus,
conforme eles gostariam, ressuscitou do túmulo de sombras
em triunfo incomparável, permanecendo o maior exemplo
de coragem e de amor da Humanidade em todos os tempos.

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32

APEGO E LIBERTAÇÃO

A
cautela-te a respeito de qualquer tipo de apego. Aprende
a despojar-te de tudo quanto pese negativamente na
tua economia espiritual.
Existem valores que têm o significado que lhes atri-
buis, não passando de carga demasiado pesada para ser con-
duzida.
Da mesma forma, sentimentos perturbadores e pai-
xões dissolventes que te preenchem os espaços emocionais,
aturdindo-te e impossibilitando-te o crescimento interior vi-
gem, enquanto são sustentados pela mente em desalinho. Se
forem considerados como peso injustificável, logo se diluem
cedendo campo a ideias felizes e a aspirações libertadoras.
Nestes dias de exagerada cultura física, em que ho-
mens e mulheres entregam-se ao desenvolvimento das for-
mas em disputas tormentosas nos campeonatos de beleza,
conforme os vigentes padrões estabelecidos, muitos tormen-
tos emocionais são acrescentados ao comportamento pes-
soal, desviando-lhes o pensamento e o interesse pela aquisi-
ção de significados existenciais profundos.
A forma exterior sempre está sujeita às alterações do
processo transformador imposto pelas células no transcurso
do tempo.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Cirurgias corretoras e implantes, ginástica modelado-


ra e anabolizantes, dietas rigorosas e técnicas de rejuvenes-
cimento, embora postergando por breve tempo o fenômeno
do desgaste orgânico e da aparência, não conseguem impe-
di-lo, às vezes criando situações mais aflitivas em razão da
ansiedade e do estresse que produzem.
O corpo físico é máquina sublime que a Divindade
empresta ao Espírito, que a organiza conforme as necessida-
des de evolução, a fim de desenvolver os preciosos recursos
morais que lhe dormem no imo. Beleza ou feiura, saúde ou
enfermidade, inteligência ou idiotia são decorrências natu-
rais das conquistas e prejuízos conseguidos nas experiências
anteriores, ensejando reparação ou aprimoramento interior,
a fim de que a vida estue em plenitude.
Sendo o planeta terrestre uma escola de bênçãos, tudo
quanto oferece é transitório nas suas expressões materiais,
de modo que se possam transformar em tesouros imperecí-
veis que acompanharão o seu possuidor para sempre.
A ânsia, porém, que domina as criaturas humanas, em
favor da posse, do destaque político ou social, religioso ou
artístico, científico ou cultural, estético ou afetivo, respon-
de por verdadeiros desastres interiores, que se apresentam
como depressões, agressividade, violência, lutas contínuas,
homicídios e suicídios lamentáveis.
Fossem consideradas essas ambições de maneira tran-
quila, como recursos utilizáveis quando oportuno, direcio-
nando-as para metas verdadeiras, valeria o esforço envidado.
Nada obstante, em face da impermanência de que se
constituem, envolvem o ser humano em uma sofreguidão
que o alucina, empurrando-o, de maneira devastadora, a
querer mais, a permanecer inviolado, perene conquistador...

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Diretrizes para o êxito

Apesar disso, a sucessão inevitável dos acontecimentos apre-


senta sempre os que os substituirão, aqueles que alcançarão
o pódio, deixando-os no esquecimento, na sombra...

Inicia a tua experiência de despojamento abrindo mão


de disputas inúteis, muitas vezes mesquinhas, que arrastam
multidões a incessantes disparates. Com essa atitude emo-
cional superarás questiúnculas e desafios infantis, caprichos
e sentimentos de mágoas, de inferioridade ou de superio-
ridade, aos quais te aprisionas por orgulho ou presunção,
descobrindo a felicidade de viver com equilíbrio.
Logo depois, revisa armários e depósitos, onde acu-
mulas tudo quanto não te serve no momento, de modo que
retires os excessos que aguardam ocasião para ser utilizáveis,
passando-os a outros que têm necessidades imediatas. Rou-
pas, calçados e objetos acumulados, além de tomarem pre-
cioso espaço, amontoam poeira e perdem-se no turbilhão
do esquecimento.
Há muita coisa que parece importante somente em
decorrência do apego a que se lhe aferram os indivíduos,
transformando-se-lhes em escravos espontâneos. Iludem-se,
esperando que, em algum dia, poderá ser aproveitada até
dar-se conta da sua ilusão.
Oferece imediatamente os medicamentos que irão
perder a validade, mas que permanecem nos móveis, espe-
rando a chegada da enfermidade para serem usados, quan-
do existem pessoas doentes que os não podem adquirir, às
quais serão de imediata utilidade. Quase sempre, quando as
doenças se te apresentam e buscas o atendimento médico,

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

recebes orientação terapêutica diferente, sem que te possas


aproveitar dos remédios guardados ou nem sequer lembra-
dos no momento da aflição.
Assim agindo, com segurança irás aprendendo a doar
os pertences, que são sempre transitórios, para poder doar-te
em favor do próximo.
A existência somente tem sentido profundo quando
o indivíduo descobre a arte de auxiliar, tornando-se célula
pulsante e valiosa do conjunto social.
A dor do próximo que te espia e a sua miséria que te
observa, são oportunidades preciosas para o teu aprendiza-
do moral e fraternal, por meio do qual encontrarás a inevi-
tável presença do serviço.
Desse modo, perceberás melhor que os teus são pro-
blemas de pequena monta diante dos inabordáveis desafios
que se apresentam para outras pessoas, algumas das quais
lutam sem descanso, confiando e mantendo alto padrão
de harmonia interior. Outras, no entanto, que não têm a
mesma resistência moral, sob tais conjunturas, derrapam no
crime e na loucura.
Constatarás, então, que a violência em muitos indiví-
duos, sempre resultado da ignorância e do abandono a que
se encontram atirados, seja de natureza física, econômica
ou moral, pode ser minimizada, quando não resolvida, se
as pessoas generosas procurarem ajudar aqueles que a pade-
cem, desnorteados ou perseguidos.
Se não podes apagar um incêndio devorador, dimi-
nui-lhe a voracidade com pequena porção de água, enquan-
to não chegam os bombeiros. Fazendo a tua parte, estarás
tornando a vida mais digna de ser vivida e o mundo melhor
no seu aspecto físico e moral.

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Diretrizes para o êxito

Nunca te escuses de contribuir em favor de outrem,


considerando sempre que dispões de mais do que podes ne-
cessitar.

Despojando-te de opiniões caprichosas, de conduta


vaidosa e infeliz, de objetos e pertences que podes dispensar,
descobrirás que o teu corpo transitório será também aban-
donado quando a desencarnação retirar-te dele.
Com visão fraternal desenvolvida, constatarás que
alguns dos órgãos que hoje constituem apoio para o teu
crescimento espiritual, após utilizados e em perfeito esta-
do, quando não mais necessitando deles, poderás doá-los
desde já a outros companheiros de jornada que os carecem,
a fim de ensejarem continuidade ao processo iluminativo
da reencarnação, que te bendirão mesmo ignorando o teu
gesto. Não poderão desconhecer que continuam a marcha
evolutiva, porque alguém deles se recordou, oferecendo-lhes
os recursos indispensáveis para a sobrevivência orgânica.
Despojando-te de tudo e oferecendo quanto te seja
possível, doa também o teu coração a Jesus, a fim de que Ele
o insufle de amor e paz para todo o sempre.

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33

AS PAR ÁBOLAS
DE JESUS

N
a condição de métodos pedagógicos excelentes, a
história, a lenda, a parábola sempre desempenharam
papel de grande relevância para o esclarecimento e
o aprendizado da criatura humana.
Utilizados desde épocas recuadas, quando a oralidade
desempenhava papel fundamental na formação do conheci-
mento, em face da dificuldade para a posse de informações
gráficas, por intermédio de pergaminhos, tabuinhas, tijolos
e outros recursos, celebrizaram-se os narradores de história,
os oradores, os profetas verbais, que transmitiam as men-
sagens e lições de maneira atraente, facilitando a aprendi-
zagem por meio dos símbolos que ocultavam. Ainda hoje,
este método é portador de resultados eficientes. A sua vi-
gência permite que se transfiram as informações de uma
para outra geração, através das épocas, sem que percam a
sua atualidade, podendo ser sempre interpretadas conforme
as circunstâncias e características culturais de cada época.
Recordando as parábolas enunciadas por Jesus, cons-
tatamos quão momentosas se nos apresentam na atualida-
de, podendo ser utilizadas a qualquer instante, sempre com
a mesma beleza e o mesmo valioso conteúdo.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Nada obstante, além da forma como eram narradas,


o magnetismo do Mestre impregnava os ouvintes, que se
permitiam tocar pelos profundos ensinamentos de que se
constituíam, alterando para melhor o comportamento que
antes vivenciavam.
Era comum entre os israelitas, gregos, romanos e ou-
tros povos a vigência das parábolas, dos mitos e das lendas.
Provavelmente, o Senhor utilizou-se de muitas daquelas que
já eram conhecidas em Israel, dando-lhes um revestimento
especial, adequado à proposta da Boa-nova, de maneira que
os ouvintes sempre lhes pudessem recorrer ao significado,
sem grande esforço de memória e com oportunidade.
Nelas havia o sentimento de amor que sempre se des-
tacava, bem como da compaixão e da misericórdia, ensejan-
do entendimento das Leis de Deus, que devem ser respeita-
das e cumpridas, sem qualquer mecanismo escapista.
O que poderia apresentar-se complexo para a mente
dos Seus ouvintes, em se considerando a gravidade do tema,
Ele simplificava em narrações suaves e claras, como a que se
refere ao semeador que saiu a semear, de tanta oportunidade
em todos os tempos; a do bom samaritano, que ainda enter-
nece, a fim de que o astuto doutor da lei constatasse quem
era o seu próximo; a do pastor que abandona noventa e nove
ovelhas, a fim de buscar aquela que se encontra perdida...
Concomitantemente, formulam admoestações seve-
ras, como as que se encerram na referente às virgens loucas e
às prudentes; na das dez minas, na da dracma perdida...
Numa delas, propondo grandeza de alma e abnegação
ante o reto cumprimento do dever, elegeu a dádiva da viúva
pobre, que ofereceu a única e insignificante moeda que pos-
suía, em eloquente atestado de irrestrita confiança em Deus.

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Diretrizes para o êxito

Expressando solidariedade e perdão, exaltou o amor


paternal e a compreensão da pequenez humana, em se refe-
rindo ao filho pródigo de retorno ao lar, após haver malbara-
tado os haveres que o genitor lhe oferecera, em decorrência
da sua instância insensata.
f

A magnitude da Sua mensagem não poderia ser en-


tendida em linguagem convencional, rebuscada ou repassa-
da em formas filosóficas, desde que Ele viera para libertar as
criaturas da ignorância, havendo elegido as massas esfaima-
das e os sofredores em rude luta contra as aflições, embora
também atendesse aos intelectuais e fátuos que buscavam
confundi-lO.
O amor com que enunciava os Seus conceitos sur-
preendia mesmo aqueles mais insensíveis que, não podendo
negar-lhes a grandiosidade, afastavam-se dominados pelas
reflexões inevitáveis.
Recorrendo à lógica irretorquível, sabia responder aos
adversários gratuitos que pretendiam surpreendê-lO em al-
guma frase incorreta ou dúbio ensinamento, que pudessem
transformá-lo em motivo de punição.
Ante a soez indagação, se era justo pagar-se o tributo
a César, pediu uma moeda e interrogou, sereno, a respeito
do que se via nela. À resposta de que era a efígie de César,
concluiu, magnificamente, que então se dê a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus.
Desse modo, apoiou a imposição romana a respeito
dos impostos, que os israelitas odiavam, e a exigência do
Sinédrio quanto aos deveres para com Deus.

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Diante da mulher ultrajada pelo adultério que se per-


mitira, concitado a opinar se era lícito apedrejá-la como
recomendava Moisés ou perdoá-la como Ele propunha,
redarguiu com incomum sabedoria que aquele que entre
os acusadores se encontrasse isento de pecados, que atirasse a
primeira pedra, fazendo que todos, pecadores que eram, se
retirassem cabisbaixos. No entanto, a fim de que a sofredora
não supusesse que era correto o seu ato criminoso, foi pe-
remptório, esclarecendo-a que não voltasse a pecar, a fim de
que não lhe acontecesse algo pior.
Em relação a um jovem que O queria seguir, mas es-
tava preocupado em inumar o pai que houvera morrido,
interessado, por certo, na herança, foi enérgico, impondo
que deixasse aos mortos o trabalho de enterrar os seus mortos. A
outro moço, este rico, que anelava por acompanhá-lO, por
ambicionar o Reino dos Céus, mas não podia fazê-lo naquele
momento, informou-o com segurança que deveria dedicar-
-se a consegui-lo naquela hora, porque depois seria tarde de-
mais, conforme sucedeu.
Em todas as situações dispunha o Mestre de incom-
parável sabedoria, orientando mentes, iluminando cons-
ciências, consolando sentimentos, advertindo e enfrentan-
do a hipocrisia como a crueldade, mas, ao mesmo tempo,
deixando sinais de amor e de compaixão em todos que O
buscavam.
Jamais se negou a atender fosse a quem fosse que d’Ele
necessitasse.
f

Na Parábola dos Trabalhadores da Última Hora valo-


rizou aquele que foi convocado na etapa final e que se hou-

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Diretrizes para o êxito

ve bem na desincumbência dos deveres, oferecendo-lhe o


mesmo salário com o qual contratara outros operários, que
cumpriram horário mais extenso, embora as suas reclama-
ções por lhes parecer injusta a atitude do contratante.
Nos tormentosos dias da atualidade, as parábolas de
Jesus oferecem subsídios extraordinários para o comporta-
mento saudável de quem deseja realmente diretriz e segu-
rança na ação do bem, de forma a libertar-se das injunções
penosas em que se encarcera.
Será o caso de examinares com sinceridade e despren-
dimento do orgulho e do egoísmo, se já ouviste o convite do
Senhor para trabalhares na Sua vinha, embora reconheças
que esta é a última hora, decidindo-te por atendê-lO sem
relutância e com dedicação.
O Reino dos Céus encontra-se ao alcance de quem
queira conquistá-lo, bastando, para tanto, somente desejar.

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34

TER APIA DA
PERSEVER ANÇA

T
odos os transtornos psicológicos e enfermidades
que afetam o indivíduo na área da saúde, durante o
trânsito carnal, estão vinculados à conduta anterior
que o Espírito se vem permitindo no curso das reencarnações.
As doenças, portanto, de qualquer procedência, são
decorrência do mal uso das possibilidades que a vida enseja
a todos, a fim de que alcancem os patamares da saúde inte-
gral, da espiritualização profunda de si mesmos.
A simples mudança de atitude mental e, consequente-
mente, moral, faculta a presença do bem-estar, abrindo es-
paços para a recuperação, quando se trata de enfermidades
provacionais que têm curso transitório. Aquelas, que são
congênitas, apresentando-se desde os primeiros instantes do
renascimento com características limitadoras da comunica-
ção, em formas degeneradas, como a demência, a paralisia,
a cegueira, as anomalias orgânicas, são abençoados recursos
de que dispõe a Lei Soberana, a fim de proporcionar a in-
dispensável expiação ao renitente calceta...
Impossibilitado, às vezes, de pensar para agir ou sem
recursos para a reparação dos gravames perpetrados, são-lhe

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impostas medidas restritivas de movimentos, impedindo-o


de mais graves delitos. O tempo e o sofrimento encarregam-
-se de despertá-lo para futuros cometimentos iluminativos,
mediante os quais recupera o equilíbrio e liberta-se das al-
gemas que o vinculam ao vício e à rebeldia.
Nas outras expressões, porém, nas quais as enfermi-
dades permitem ao indivíduo o raciocínio e a ação, os pro-
cedimentos terapêuticos contribuem para a recuperação,
ensejando campo de renovação interior e conquista de paz.
As enfermidades, desse modo, são sinal de advertência
de que algo não se encontra bem no indivíduo, convidan-
do-o a uma acurada análise de conduta e, naturalmente, à
mudança necessária para o restabelecimento do patrimônio
da saúde.
Certamente, em face da transitoriedade do corpo
somático e da fragilidade dos seus implementos, sempre
surgirão novos transtornos emocionais e distúrbios orgâni-
cos, que fazem parte da própria constituição da vida física.
Todavia, com o conhecimento das imensas possibilidades
internas de que todos dispõem, o equilíbrio da mente e
da emoção logo faculta os elementos reparadores para que
ocorra o refazimento.
A inexorável Lei de Causa e Efeito é lição viva de ad-
vertência, ensinando que sempre se podem modificar estru-
turas comportamentais e orgânicas, mediante nova semen-
teira de ações enobrecedoras que se encarregarão de corrigir
o que se encontra em desalinho ou necessita de renovação.
A mente é dínamo poderoso de que se utiliza o Es-
pírito para o seu processo de crescimento espiritual. Her-
deira dos vícios e fixações negativas do passado, prossegue,
não poucas vezes, emitindo ondas perturbadoras, quando,

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Diretrizes para o êxito

se fosse esclarecida, exteriorizaria aquelas que movimentam


energias libertadoras.
Reeducá-la, mediante o hábito de pensamentos saluta-
res, responsáveis por conduta correta, é impositivo que não
pode ser postergado sem graves prejuízos para o Espírito.
Perseverar nos bons propósitos e impô-los a si mesmo
pela ação da vontade de ser feliz, constitui o grande desafio
para todas as criaturas durante o seu trânsito na roupagem
fisiológica.
f

No capítulo 15, do Evangelho de Mateus, a partir do


versículo 22 até o 28, é narrada a experiência da mulher
cananeia, cuja filha, portadora de grave enfermidade espi-
ritual, procurou o sublime recurso da sua cura através da
interferência de Jesus.
Estrangeira e malvista pelos judeus, rompeu o pre-
conceito existente e, afervorada, saiu em busca do Mestre.
Ao encontrá-lO, não se deteve, pondo-se a rogar-Lhe aten-
dimento.
Conhecendo as paixões nacionais vigentes, ante o ape-
lo dos discípulos para que a socorresse, Ele replicou: Não fui
enviado senão às ovelhas da casa de Israel.
A mulher insistente, no entanto, volveu a suplicar-Lhe
o amparo, ouvindo-o dizer: Não é bom tomar o pão dos filhos
e lançá-lo aos cachorrinhos.
Esta era uma forma convencional pela qual eram con-
siderados os não israelitas. Nada obstante, a angústia que
se lhe apossara era tanta, que ela não recuou, insistindo de
maneira comovedora: Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos
comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos.

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Demonstrou coragem ímpar, lucidez rica de sabedoria


e confiança irrestrita no Terapeuta Divino.
Ante essa atitude, o Amigo Incomparável atendeu-
-a, exclamando: Mulher, grande é a tua fé! Seja feito con-
forme tu queres. E desde aquela hora sua filha ficou sã.
A mente contrita e emissora de energia saudável não
apenas atende ao corpo de que se serve, como também di-
reciona suas vibrações em favor de outrem, conseguindo
resultados equivalentes...
No episódio em tela, o devotamento e a perseverança
da genitora transformaram-se em veículo de recuperação da
filha enferma, graças à interferência de Jesus que expulsou o
Espírito perturbador que a excruciava.
Em outras oportunidades, ocorreu o mesmo com pa-
cientes portadores de mazelas diferentes, igualmente graves,
que O buscaram e receberam o recurso terapêutico liberta-
dor, ao mesmo tempo a recomendação para que mudassem
de comportamento, não voltando a delinquir, a fim de que
não ocorresse problema pior.
Quando se é possuidor dessa fé que remove monta-
nhas de dificuldades erguidas pelo pensamento viciado, tor-
na-se possível revitalizar o organismo e alterar-lhe o quadro
deficiente, facultando que se lhe instale a saúde.
É óbvio que não se devem esquecer as conquistas mé-
dicas da atualidade e os inumeráveis recursos terapêuticos
valiosos e de benefícios indiscutíveis.
Imprescindível, porém, ter-se em mente que, sendo o
autor de tudo quanto lhe ocorre, o indivíduo deve permane-
cer vigilante em torno da saúde, renovando-se, sem cessar,
de forma que a conquiste conforme as necessidades para a
própria evolução.

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Diretrizes para o êxito

O procedimento equilibrado é base para o bem-estar


que se busca.
A enfermidade, em muitas circunstâncias, facultan-
do entendimento dos objetivos elevados da existência, não
deve eliminar a alegria e a jovialidade, continuando a viven-
ciá-la de maneira segura. Noutras ocasiões, e não são pou-
cas, muitas pessoas que não se encontram enfermas perma-
necem inquietas, mal-humoradas, cultivando sentimentos
perturbadores que se irão transformar posteriormente em
distúrbios orgânicos por somatização ou que abrirão cam-
po vibratório no aparelho imunológico para a instalação de
doenças.
f

A perseverança em torno de qualquer objetivo é re-


curso valioso para que seja atingida a meta que se busca.
Nesse esforço consciente, não te esqueças de adicionar
a oração e a confiança na Divindade que te criou, para que
lobrigues a felicidade plena mediante a saúde integral, des-
pojando-te de todas as mazelas decorrentes do largo trânsito
de iluminação que deves percorrer.
Insiste, rogando a ajuda de Deus, mas trabalha em
favor de ti mesmo, entregando-te aos pensamentos saluta-
res que te enriquecerão de vibrações de equilíbrio e de paz
desde hoje, permanecendo contigo até o momento da glória
estelar.

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ANTE JULGAMENTOS

O
problema do julgamento correto e justo consiste,
essencialmente, na ausência de dados e recursos que
propiciem o conhecimento da ocorrência conforme
sucedeu. Em decorrência disso, cada pessoa analisa um fato
conforme sua óptica, sua emoção, seus próprios conflitos.
É comum narrar-se um acontecimento de maneira
muito diferente da real, sempre por meio do estado interior
com que se haja observado.
Não poucas vezes, duas testemunhas que afirmam ha-
ver acompanhado algo, apresentam versões bem diferentes,
sem que estejam mentindo propositadamente.
O estado de ânimo diante do fato, invariavelmente
gera reações diversificadas naquele que o observa, levando-o
a conclusões incorretas.
Nos julgamentos promovidos por autoridades legais,
os jurados se atêm à habilidade dos advogados, sejam os
de acusação ou de defesa, oferecendo ao juiz a conclusão a
que chegaram, nem sempre a mais feliz ou legítima. O ma-
gistrado, em consequência, aplicará a pena de acordo com
o resultado que lhe seja apresentado por aqueles membros
do júri.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Da mesma maneira, nos julgamentos pessoais em re-


lação a atitudes e condutas de outrem, a precipitação e os
sentimentos são convocados a traduzir o acontecido, mais
de acordo com o estado íntimo daqueles que se permitem
fazê-los do que propriamente com o sucedido.
Diante de alguma ocorrência desagradável o pessi-
mista projeta o seu estado de ânimo e assegura a gravidade
do acontecimento, quando, invariavelmente, não tem mais
grave significado. O otimista, porém, convencido de que
tudo sucede sempre para o bem, vê de maneira positiva o
fato e lhe confere maior importância do que realmente pos-
sui. Uns indivíduos agravam-no mediante comentários ma-
ledicentes, autojustificações, tendências masoquistas, am-
pliando-lhe a rede perturbadora, enquanto outros silenciam
e aguardam o tempo, deixando que o futuro elucide o que
o momento não pode esclarecer.
Quando algo de desagradável sucede, presenciado por
indivíduos neuróticos, a sua irritação arquiteta imagens ne-
gativas e a mente em desalinho precipita-se em conclusões
que não correspondem à realidade.
Se o acontecimento atinge alguém a quem se ama, é
comum assumir-se uma postura de defesa, mesmo desco-
nhecendo os detalhes de que o fato se constitui. Em se tra-
tando de pessoa não estimada, a posição é muito diferente,
aumentando-o e complicando-o mediante acréscimos pro-
postos pela ira e pela inconsciente necessidade de desforço.
Os fatos, em realidade, não se consumam conforme
se dão, na opinião das pessoas, mas conforme elas preferem
que tenham ocorrido.
É necessário, pois, muito cuidado, quando se é con-
vidado íntima ou exteriormente a externar qualquer tipo de
julgamento.

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Diretrizes para o êxito

Certamente, uma atitude passiva, indiferente, não é


a correta, como se nada houvesse acontecido. Faz-se indis-
pensável que se proceda a uma análise sem emoção, como se
apenas estivesse contemplando algo sem precipitar opinião.

Convidado Jesus a opinar na partilha de bens, que lhe


foi proposta por um homem na multidão, redarguiu: Quem
me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós?, conforme
anotou Lucas, no capítulo 12 do seu Evangelho, versículos
12 e 13.
A questão da herança de bens materiais é sempre mui-
to complicada, por envolver paixões, interesses subalternos,
lutas intestinas. Não era essa a tarefa sublime do Mestre. Ele
viera para espargir a luz do conhecimento, facultando o dis-
cernimento e a capacidade para compreender-se os objetivos
essenciais da existência, em vez de propiciar divisionismos
e querelas entre pessoas descomprometidas com a Verdade.
Noutra ocasião, identificando as imperfeições que
se encontram no ser humano, asseverou com propriedade:
Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis
condenados; perdoai, e sereis perdoados. (Lucas: 6:37)
Essa questão reveste-se de alta magnitude, tendo-se
em vista que, em face da incapacidade pessoal de proceder-
-se a um julgamento correto, com a severidade com que se
defina culpa e se exija punição contra outrem, quem assim
proceda experimentará mais tarde, graças à consciência des-
perta, o padecimento que infligiu indevidamente.
Em qualquer situação, portanto, torna-se imprescin-
dível a conduta do perdão.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

É óbvio que o crime não pode ficar impune, nem o


erro passar como se nada houvesse sucedido. No entanto,
essa tarefa compete àqueles que são responsáveis pela manu-
tenção da ordem e do bem-estar da sociedade. Mesmo esses,
que são investidos de autoridade para os julgamentos legais,
nunca devem olvidar que o seu é um compromisso com a
verdade e a justiça, não se permitindo corromper pelos inte-
resses imediatistas, nos jogos políticos, financeiros, sexuais e
tantos outros que infelicitam o Espírito, comprometendo-o
gravemente.
Portadores de conhecimento das leis que regem o
destino dos povos, cabe-lhes a devida aplicação do corre-
tivo, identificando, naqueles que derrapam no crime e na
perversidade, a presença de enfermidades de vária ordem,
bem como da ignorância que provém do primarismo em
que transitam. Em decorrência, a sua justiça não pode ser
maior ou igual à dos fariseus, que se aferravam à Lei de Ta-
lião, impondo-a com crueldade, ao tempo em que procura-
vam isentar-se de qualquer responsabilidade, colocando-se
acima dela.
Essa justiça arbitrária, que libera o rico e poderoso,
punindo o fraco e excluído, é perversidade e aplicação indé-
bita dos códigos legais.
O ser humano encontra-se na Terra em processo de
lapidação das imperfeições mediante erros e acertos, apren-
dendo e reaprendendo comportamentos dignos perante a
própria e a Consciência Cósmica.
Quando delínque ou de alguma forma comprome-
te-se negativamente, nele próprio insculpe o impositivo da
reparação, que lhe chega em ocasião própria mediante as
soberanas Leis da Vida.

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Diretrizes para o êxito

Nada obstante, a sociedade tem o dever de reeducar o


infrator, criando condições próprias para a sua reabilitação,
a fim de que retorne ao convívio da família e do grupo com
novas possibilidades de crescimento moral.
f

Por hábito insano, julga-se com muita facilidade,


sempre de maneira negativa e cruel.
Desculpa, tu, porém, quando defrontado por acusa-
ções ou suspeitas, por perseguições ou infâmias.
Tem em mente que somente te acontece aquilo que
irá contribuir para o teu progresso espiritual, se souberes
utilizar-te com sabedoria da ocorrência negativa, sem piorar
a situação daquele que a desencadeia.
És o que realmente vives no mundo interior e na co-
munidade em que te movimentas.
Assim, não te preocupes com os julgamentos insanos
dos companheiros de jornada, que facilmente projetam nou-
trem os conflitos que lhes são habituais, comprazendo-se em
julgar, em condenar e afligir, mesmo que sem conhecimento
das causas.
Jesus foi julgado, condenado e crucificado. Nada obs-
tante, não tinha qualquer culpa. Toma-O como modelo e
segue adiante em paz.

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ATUALIDADE
DO NATAL

A
ndando sem rumo, sob o flagício de mil aflições, o
homem moderno deixa-se dominar pelo desânimo
ou pela ansiedade, malbaratando o valioso contributo
da inteligência e do sentimento com que a vida o enriqueceu,
exaurindo-se, ora no consumismo insensato, ora na revolta
desastrada por falta de recursos econômicos ou emocionais
para realizar-se.
A insatisfação é a tônica do comportamento indivi-
dual e social que vige na Terra.
Aqueles indivíduos que experimentam carência de
qualquer natureza, lamentam-se e rebolcam-se na rebeldia
que degenera em violência, enquanto aqueloutros que se en-
contram afortunados, deixam-se dominar pelas extravagân-
cias ou pelo tédio, derrapando, uns e outros, nas viciações
perturbadoras ou na dependência de substâncias químicas
de funestas consequências.
As admiráveis conquistas da Ciência e da Tecnologia
não os tornaram mais felizes nem menos tensos, pelo con-
trário, empurraram-nos na direção trágica da neurastenia
ou da depressão nas quais estorcegam.

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Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

Indubitavelmente, trouxeram incomparável ajuda para


a solução de diversos sofrimentos e situações penosas, de pro-
gresso material e social, porém não conseguiram penetrar o
cerne dos seres humanos, modificando-lhes as disposições
íntimas em relação à existência terrena e aos seus objetivos
essenciais.
Considerando a vida apenas do ponto de vista mate-
rial, sem as consequentes avaliações em torno do Espírito
imortal, o comportamento materialista domina as mentes
e os corações que acreditam na felicidade em forma de va-
lores amoedados, satisfações dos sentidos, destaque social e
harmonia física...
Vive-se o apogeu da glória tecnológica diante dos des-
calabros comportamentais que jugulam os seres humanos
aos estados primevos da evolução.
Há conquistas do Infinito sem realização pessoal,
sorrisos de triunfo sem sustentação de felicidade, que logo
se transformam em esgares, situações invejáveis mas alicer-
çadas na miséria, na doença e no desconforto das pessoas
excluídas...
Faltando-lhes, porém, a vivência dos compromissos
ético-morais, logo se lhes apresentam os desapontamentos
íntimos e os conflitos se lhes instalam devoradores.
Uma tormenta inigualável paira nos céus da socieda-
de moderna, ameaçando-a com tragédias inomináveis.
f

Em período idêntico, no passado, salvadas as distân-


cias compreensíveis, veio Jesus à Terra.
O mundo encontrava-se conturbado pelo poder men-
tiroso, pela falácia dos dominadores, pelas ambições des-

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Diretrizes para o êxito

medidas, pelas conquistas arbitrárias, pelas ilusões tresva-


riadas...
Predominavam o luxo e a ostentação em alguns seg-
mentos da Humanidade, enquanto nos porões do abando-
no em que desfaleciam, incontáveis criaturas espiavam an-
gustiadas o passar do tufão devorador...
Apareceu Jesus, e uma aragem abençoada varreu o
mundo, modificando-lhe a psicosfera.
Sua voz levantou-se para profligar contra o crime e a
insensatez, contra a indiferença dos fortes em relação aos
seus irmãos mais fracos, contra a hipocrisia e o egoísmo en-
tão vigentes e dominantes como hoje ocorrem...
Misturando-se aos mutilados do corpo e da alma, er-
gueu-os do pó em que se asfixiavam, conduzindo-os na di-
reção da glória estelar, demonstrando-lhes que a vida física
é experiência transitória, e que os valores reais são os que
pertencem ao Espírito imortal.
Utilizou-se da cátedra da Natureza e ensinou a felici-
dade mediante o desapego e o despojamento das alucinan-
tes prisões às coisas e às paixões materiais.
Cantou a esperança aos ouvidos da angústia e pro-
porcionou a saúde temporária a quantos se Lhe acercaram,
alentando-os com a certeza da plenitude após vencidas as
etapas de regeneração e de resgate que todos os seres se im-
põem no processo da evolução.
Atendeu a dor de todos os matizes, defendeu os pobres
e oprimidos, os esfaimados e sedentos de justiça, aos quais
ofereceu os preciosos recursos de paz. No entanto, quan-
do acusado, abandonado, marchando para o testemunho,
elegeu o silêncio, a submissão à vontade de Deus, a fim de
ensinar pelo exemplo resignação e misericórdia para com os

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maus e perversos, confirmando a indiferença pelos valores


do mundo físico destituídos de utilidade.
(...) E permanece até hoje como o Triunfador não
conquistado, que prossegue alentando os padecentes, con-
vocando-os à transformação moral para melhor e à conquis-
ta dos imperecíveis tesouros internos do amor, do perdão,
da caridade, da paz...
f

Recorda-te de Jesus neste Natal, e reaproxima-te


d’Ele, analisando como te encontras e de que forma deve-
rias estar moralmente, conscientizando-te do que já fizeste e
de quanto ainda podes e deves investir em favor de ti mes-
mo e do teu próximo mais próximo, no lar, no trabalho, na
rua, na Humanidade...
O Natal é presença constante do amor e do bem na
atualidade de todos os tempos.
Não te esqueças que a evocação do nascimento do Ex-
celente Filho de Deus entre as criaturas humanas, é um con-
vite para que O permitas renascer no teu íntimo, se estiver
desaparecido da tua emoção, ou prosseguir vivo e atuante
nos teus sentimentos convidados à construção da solidarie-
dade, do dever e da lídima fraternidade que deve viger entre
todos os seres sencientes que vagueiam no planeta.
(...) E deixa que Jesus te fale novamente à acústica do
coração e aos escaninhos da mente, repetindo-te o poema
imortal das Bem-aventuranças.

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