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Gustavo Aguiar
Larissa Ornelas
Mônica Nicolau Nassif
JAÚ
2018
Livro: FUNDAMENTOS DE HISTÓRIA DO DIREITO (Organizador: Antonio
Carlos Wolkmer)
E por fim temos o Período do Baixo Império (de 285 d.C até 585 d.C). A
passagem ao Império foi progressiva. Nesse período se destacam alguns dos
maiores jurisconsultos e criadores de conceitos tópicos da “ciência jurídica
romana”. O Baixo Império é o último período da civilização romana, decadência
política e cultural e a cristianização do Império. A fonte do Direito passa a ser a
Constituição Imperial.
O próximo passo é o fixar a importância da Lei das XII Tábuas, do Corpus Juris
Civile, e de alguns institutos jurídicos romanos maios importantes, como a
propriedade, a personalidade e o direito obrigacional. A plebe pleiteou leis
escritas, já que os magistrados patrícios julgavam pelas tradições e havia muita
incerteza quanto a essa aplicação (Código escrito das leis romanas,
distribuídos em tábuas).
A lei das XII Tábuas foi elaborada pro uma comissão de três magistrados
encarregados de pesquisar, na Magna Grécia, as leis de Sólon, propiciando a
criação de um código de pesquisar de leis romanas.
A Lei das XII tábuas já protegia a propriedade, punindo quem atentasse contra
ela. Havia o ritual de compra e venda bem como o reconhecimento do
usucapião sob determinadas condições. Surgem aí conceitos de co-
propriedade (condominium) e teorias subjetivas de posse, como poder de fato
(apreensão física), intenção de possuir e depois de coisa corpórea. Conceito de
pessoa física ou natural, e pessoa jurídica. Para ter capacidade jurídica plena,
o sujeito deveria ser cidadão romano, livre e gozar de situação independente
no seio da família. Vínculo entre credor e devedor era material, pois o devedor
responde com o próprio corpo, depois passou a ser jurídico (imaterial).
Imperador Justiniano escolhe três compiladores do Direito, e depois foram
acrescentadas outras modificações mediante Constituições Imperiais. Ao
conjunto dá-se o nome de “Corpus Iuris Civilis”, designação criada por juristas
ocidentais, na Idade Moderna.
A lei das XII tábuas já protegia a propriedade, quem atentasse contra ela.
Como o primeiro povo a conceber a autonomia da Ciência Jurídica, 13 séculos
de experiência nos deixou o que é hoje denominado Direito Romano.
Seus numerosos institutos estão vivos, alguns exatamente como foram, ou com
alterações tão pequenas que se reconhecem claramente suas origens. Há
artigos no Código Civil brasileiro que são apenas traduções dos textos juristas
romanos.
O artigo 186 do C.C, por exemplo, que trata dos danos causados ilicitamente,
gerando prejuízo a outrem, é uma evolução da chamada Lex Aquilia, de 286
a.C. É o que é chamado até hoje de responsabilidade aquiliana.
Não somente o direito privado moderno foi influenciado pelo direito romano,
mas também uma grande parte dos nossos direitos fundamentais já existia no
chamado ius commune, tais princípios ganharam fôlego e reconhecimento na
Revolução Francesa. Muito dos valores e idéias centrais de nossas modernas
Cartas Magnas, já estavam presentes no direito romano, inclusive os conceitos
atuais de “direito” e “justiça”.