Computadores
SEGUNDA-FEIRA 25 OUTUBRO
Banda ainda … para um futuro Os utilizadores
mais larga… de novos serviços e as E-compras
Novas tecnologias e serviços, O debate realizado nas
para débitos de 15 Mbps e conferências da Comtec’04,
24 Mbps no ‘downstream’ a sucessora da Inforpor,
➜ pág. 9 ➜ pág.3
NUMA COMTEC’04 À ESPERA DA RETOMA DAS TI
Windows Media Center
Edition foi estrela
A
S QUATRO FEIRAS portuguesas
relacionadas com as tecnologias
de informação e comunicação
— Inforpor, Expotelecom, Imaging
e Fotimag Digital — juntaram-se
neste ano num só evento,
a Comtec, que termi- ISABEL GORJÃO
nou no passado sábado.
Durante quatro dias, assistiu-se na Feira
Internacional de Lisboa (FIL) à apresenta-
ção de novidades que foram do “software”
empresarial à fotografia digital. No entanto,
o espaço ocupado (um pavilhão e meio) e o
número de expositores — 150 — deixaram na
organização a certeza de que “o mercado não
está muito receptivo” (ver caixa). A Comtec
ficou à espera da tão aguardada retoma.
Um dos maiores “stands” da feira foi o da
Microsoft, palco da demonstração do novo sis-
tema operativo Windows XP Media Center Edi-
tion 2005. Com tudo o que tem o Windows XP,
o Media Center Edition foi desenvolvido para
os computadores que se destinam a ser o cora-
ção do entretenimento doméstico. Logo, com o
Media Center é bastante fácil gravar um pro-
grama televisivo, fazer o “download” da música
que se gosta para ouvir de imediato na sala de
estar ou, por exemplo, aceder a um serviço de
“video on demand” e ver o filme pretendido no
momento que se desejar.
2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ
PUB
Acelerar os Seis jogos
‘downloads’ de estratégia
Estudo demonstra crescente A versão 7.1 do Fresh De ‘Rome: Total War’ e
fidelidade dos compradores Download, um programa de ‘Warhammer 40000’ a ‘Rise
aos sítios nacionais na Web ‘shareware’ bem útil of Nations’, e ‘Against Rome’
➜ pág. 4 ➜ pág. 13 ➜ pág.14/15
MIGUEL MADEIRA
Música, fotografia digital e televisão são
algumas das áreas que o novo sistema opera-
tivo da Microsoft pretendeu explorar. O Media
Center Edition virá instalado nos PC Media
Center, computadores que mais se asseme-
lham aos equipamentos de som ou de vídeo que
se tem na sala de estar. São já vários os fabri-
cantes que disponibilizam estes computadores,
como é o caso da Dell, da Gateway, da HP, da
Sony e da Toshiba.
Para além do “stand” da Microsoft, também
no espaço que a empresa portu-
SANTOS guesa J.P. Sá Couto ocupou na
Comtec se realizaram demons-
trações do Windows Media Center — nas
quais foi salientada a componente lúdica e de
entretenimento do novo sistema operativo.
Através de um controlo remoto criado a partir
de especificações definidas pela Microsoft, o uti-
lizador pode aceder a um menu composto pelas
funções Play DVD, Vídeo, Fotografia, My TV,
My Music e Radio. O novo sistema operativo
permite ainda um fácil acesso aos jogos ou ao
Messenger, aplicação a partir da qual se pode
enviar mensagens instantâneas, “mails” ou
conversar através da Internet com os membros
de uma lista de contactos pré-definida.
Gravar um programa de televisão como se
faria com um videogravador ou um gravador de
DVD é outra das funcionalidades deste sistema
operativo da Microsoft. No entanto, desta vez
é dada ao utilizador a possibilidade de, mesmo
não tendo decidido gravar o programa, recuar
alguns minutos e, desta forma, poder ver nova-
mente uma cena do filme que está a dar na tele-
visão ou a repetição do golo que a equipa
7c1bf3e5-024b-435b-bb28-84bbcd8a7552
 preferida acabou de marcar.
Aceder à Internet e ver as notícias da
agência Reuters ou fazer o “download” de
música ou de um filme enquanto se par-
tilha as fotografias das últimas férias são
também hipóteses proporcionadas pelo
Windows Media Center.
A presença da Microsoft na Comtec
centrou-se também na área empresarial. O
“stand” foi partilhado com diversos parcei-
ros — ArtSecrets, Cardinal2, Case Edinfor,
Conhecer Mais TI, Hiperbit, ParaRede, PT
Sistemas de Informação, Tecnidata e TLCI
— e foram demonstradas soluções de Enter-
prise Resource
Planning (ERP),
como a Micro-
soft Navision,
ou para a gestão
da relação com
os clientes,
como a Micro-
soft CRM.
Um novo
computador
portátil da
marca Tsunami
foi apresentado
pela J.P. Sá
Couto. Trata-se
do Walker EW2,
um modelo dotado dos
recursos que começam a
ser obrigatórios hoje em dia:
processador Pentium M725,
da Intel, a 1,6 GHz, com ecrã
de 15,4 polegadas, 256 MB de memória e
disco rígido de 40 GB. Uma placa de rede de
10/100 Mbps e Wi-Fi de 54 Mbps, bem como
cinco portas USB 2.0 e uma Firewire, foram
também integradas neste portátil.
Novos gravadores de CD e DVD ou ecrãs
de plasma foram apresentados no “stand”
da Pioneer. Uma das novidades é o DVJ-
X1, equipamento profissional que pode
ser usado em discotecas ou outros esta-
belecimentos dedicados ao lazer
e ao entretenimento. Trata-se
de um leitor e gravador de
CD e DVD que facilita o
trabalho dos DJ, pois
permite uma fácil
sincronização
e manipu-
lação de
música e
de vídeos.
Um novo
gravador de
DVD de múl-
tiplo formato com
uma velocidade de 16x
foi também apresentado pela
Pioneer. O DVD-A08XL permite
gravar em sete minutos 4,7 GB de
dados em discos DVD-R/+R ou acumular
8,5 GB em discos com Double Layer, isto
para além de vir acompanhado de aplica-
ções que permitem criar catálogos digitais
de música ou bancos de imagem. Um grava-
dor profissional de vídeo em suporte DVD, o
PRV-LX10, foi também exposto. Com duas
unidades de gravação de DVD-R/RW, este
equipamento permite criar e comprimir
vídeos em tempo real, bem como controlar e
gravar directamente, a partir de diferentes
fontes, em DVD ou no disco rígido interno
de 120 GB.
Já no mercado estão os novos ecrãs de
plasma da Pioneer
de 43 e 50 pole-
computadores .2
gadas, o PDP-43MXE1 e o PDP-50MX1,
respectivamente. Estes modelos, que inte-
gram a quarta geração de ecrãs de plasma
da Pioneer, têm agora melhoradas as suas
características ao nível da qualidade da
imagem, do consumo de energia e da dura-
bilidade do ecrã.
No caso da Philips Business Communi-
cations, as novidades apresentadas passam
pela solução Sopho IPK, uma plataforma
de comunicação destinada às pequenas e
médias empresas ou a sucursais. Depois
de ter lançado as soluções Sopho iS3000 e
Sopho 2000 IPS, para empresas de
média ou grande dimensão,
a Philips apresenta agora
uma proposta de
fácil instalação
e manuten-
ção para
as PME.
Trata-se de
um sistema
versátil,
que per-
mite esco-
lher entre a
comutação
de circuitos
tradicional,
a telefonia
sobre IP
(Internet
Protocol) ou
a combinação de
ambas num único sistema. Uma insta-
lação da plataforma Sopho IPK suporta até
120 extensões e 64 linhas telefónicas.
Ericsson e Cisco juntaram-se na Comtec
para apresentar soluções e serviços que o
recurso à Internet de banda larga torna
possíveis. Dirigidos a operadores de tele-
comunicações, as soluções apresentadas
incluem “video on demand” (serviço
de disponibilização de vídeos
a pedido do utilizador) e
outros serviços mul-
timédia, tais como
videote-
lefonia
o u
“messa-
ging”.
A par-
ticipação
conjunta
da Cisco e
da Ericsson na
Comtec resulta de
uma parceria esta-
belecida pelas duas
empresas para impulsio-
nar a criação de redes capa-
zes de disponibilizar um vasto
conjunto de serviços e alargar a
oferta desses serviços recorrendo
à banda larga. “A Ericsson e a Cisco
Systems partilham a visão de construir
redes multi-serviços baseadas em IP, mais
robustas e eficientes, que permitam gerar
novas receitas para os opera-
dores e que protejam os seus
investimentos já efectuados
na área das tecnologias de
informação e telecomunica-
ções”, lê-se num comunicado
conjunto.
A TI-Tecnologia Informá-
tica aproveitou a Comtec para
apresentar novos módulos do
ArtSoft, um pro-
duto para facilitar
a gestão comercial e
financeira das empre-
sas. Depois dos módulos
para gestão comercial,
contabilidade, recursos
humanos, imobilizado,
tesouraria, análise finan-
ceira e gestão de letras, o Art-
Soft integra agora os módulos
Remote Web-Negócios Globais,
que permite aceder às funcionali-
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4
dades do “software” a partir da Internet e
sem necessidade de recorrer a “software”
específico de colaboração, e o Remote PDA-
Negócios Móveis, para acesso a partir de
um computador de bolso.
No “stand” da Primavera Software,
foram apresentadas as soluções CCOP
6.10 e ePrimavera 1.50. A primeira é uma
proposta para o sector da construção civil
e obras públicas, solução que agora integra
um novo módulo para controlo de custos.
Quanto ao ePrimavera 1.50, é uma pla-
taforma para gestão de conteúdos à qual
foram acrescentadas novas ferramentas
para construir “sites” e melhorar a produ-
tividade e a colaboração entre os funcioná-
rios de uma empresa.
Ainda no que se refere a “software”
empresarial, a Wintouch, uma empresa de
Braga, apresentou quatro novos produtos,
nomeadamente o wContab, para gestão de
contabilidade, o wClínicas, para gestão de
clínicas e hospitais, o wPessoal, para gestão
de recursos humanos, e o wGES Pocket,
um sistema de pré-venda e autovenda que
se destina a ser utilizado em dispositivos
móveis e que permite fazer a facturação,
registar as encomendas ou consultar as
contas dos clientes e os “stocks”.
Depois de ter lançado a Nok Box
— uma caixa que é um servidor multifun-
ções, capaz de agregar os serviços de rede
da empresa e a ligação à Internet —, a Nok
lançou agora o Nok Office, um pacote para
pequenas empresas que engloba, para
além da Nok Box, uma impressora de rede
HP Laserjet 1300/n, quatro computadores
Fujitsu Scenic P300, quatro monitores de
17 polegadas, um computador portátil
Lifebook C110, da Fujitsu, 5 licenças do
Microsoft Office e antivírus Symantec
SMB 9.0, ou seja, tudo o que
uma pequena empresa
precisa para começar
a funcionar. Aos equi-
pamentos juntam-se
serviços de “helpdesk”
e de manuten-
ção para a
resolução de
problemas com
o sistema.
Novas máquinas fotográficas
digitais foram apresentadas pela Fujifilm,
que levou para a Comtec 15 modelos das
diferentes séries (S, F, A e E) da gama
FinePix. O topo de gama da série S é
a FinePix S3 Pro, um modelo de 12,34
milhões de pixels efectivos, seguindo-se
a S20 Pro (6,2 milhões de pixels e ‘zoom’
óptico de 6x), a S7000 (6,3 milhões de
pixels), a S5500 e a S3500 (4 milhões de
pixels). Já na série F, foram apresentadas
a F810 (6,3 milhões de pixels efectivos),
Uma feira que reflectiu
o mercado das tecnologias
de informação
A Comtec decorria havia três dias quando
Ana Paula Januário, directora da feira
e responsável da Certame (a entidade
organizadora do evento) fez um primeiro
balanço. “O mercado, neste momento, não
está muito receptivo” disse. “Resta saber
porquê”.
Após ter contactado muitas empresas
ligadas às tecnologias de informação
e da comunicação, a Certame concluiu
que estas consideravam necessária
a realização de uma grande feira em
Portugal. No entanto, organizada a feira,
o resultado acabou por não ser o que se
esperava: “Apenas cerca de 1 por cento
das empresas contactadas compareceu”.
“Desinteresse” foi a palavra escolhida
por Ana Paula Januário para justificar o
que aconteceu: “É preocupante, para nós,
estarmos a assistir a esta passividade”.
Apesar de a organização do evento ter
procurado ir ao encontro da vontade
demonstrada pelas empresas do sector,
o resultado gorou as expectativas:
“Algumas empresas ‘roeram a corda’ já
em cima da feira”, adiantou Paula Januário,
para quem a Comtec acabou por ser “um
reflexo do mercado”.
“O mercado não está bem e ainda
não conseguimos descobrir essa
retoma”, lamentou. Futuramente, a feira
poderá vir a assumir outros formatos.
Desta vez, o objectivo foi apostar na
vertente profissional e num público
mais qualificado — uma estratégia
que, de acordo com a responsável da
Certame, fora indicada pelas empresas
contactadas. Para além disso, foram
também organizadas conferências
temáticas para cada dia da feira, as
quais se centraram em assuntos como a
mobilidade, a usabilidade, a banda larga
ou o multimédia (ver artigos nas páginas
3 a 6).
Quanto a público, a organização registou
20 mil pré-credenciações. E no que se
refere a expositores, centena e meia,
não chegaram a ocupar dois pavilhões
da FIL. “Neste ano, foi muito mais difícil
comercializar a feira”, disse Paula Januário,
para quem o futuro da Comtec não está,
apesar de tudo, em causa. “Este não foi
o último ano, de todo. Temos que ser
persistentes, investir na convergência e
nas parcerias, pois tem que haver alguma
dinâmica que permita que este modelo
funcione”.
Certo é que empresas como a HP ou
a IBM acabaram por não participar
na feira e mesmo os operadores de
telecomunicações “não mostraram
interesse nenhum”. Da parte da
organização, fica “a desilusão por não
ter chegado a todas as empresas que se
pretendia”. A razão parece ser óbvia mas
de difícil resolução: “O mercado está mal
e as empresas estão mal”. ● I.G.S.
bem como a F450 e a F440 (5,2 e 4,1
milhões de pixels, respectivamente). Na
série E, as novidades são a E550, a E510
e a E500, a primeira com 6,3 milhões de
pixels efectivos e um “zoom” óptico de 4x
e a última com 4,1 milhões de pixels efec-
tivos e um “zoom” óptico de 3,2x. Por fim,
da série A fazem parte os modelos A340,
A330 e A120, entre os 3,1 e os 4 milhões de
pixels e todas com “zoom” digital de 3x.
Uma dos principais “brinquedos”
que a Fujifilm apresentou foi a MP-100,
uma pequena impressora portátil que
permite passar para o papel, através
da utilização de infravermelhos, todas
as fotografias que se tira, por exemplo,
com as câmaras dos telemóveis. Esta
impressora deverá chegar às prateleiras
das lojas ainda este Outono. ●
 O PRESENTE E O FUTURO DA BANDA LARGA DISCUTIDOS NA COMTEC’04
Protecção de dados

Como vai ser a banda larga em colóquio

A Comissão Nacional de
Protecção de Dados vai
realizar, na próxima quinta-

MIGUEL MADEIRA
porque a que temos não nos satis- feira (dia 28 de Outubro), um
faz”, comentou mesmo. novo colóquio que pretende
Tudo isto que se passa nas discutir temas relacionados

O
FUTURO da banda redes fixas ocorre igualmente nas com a privacidade e segurança,
larga foi um dos dos operadores móveis. Por exem- as tecnologias e a vida
temas debatidos na plo, “o UMTS permite mais do que privada e os novos direitos
série de conferências as redes fixas mas os investimen- para uma nova consciência
realizadas à margem tos ainda não foram feitos”, sendo, na área de protecção de
da Comtec’04. Esse futuro passará assim, natural que “falte densidade dados. O colóquio realiza-se
por um conjunto de evoluções, à rede e potência” nos débitos. num auditório da Fundação
técnicas e sociais — mas o mais No lado das novas plataformas Calouste Gulbenkian e será
importante não é o que a banda sem fios, como as que usam a tec- de acesso livre, embora exija
larga será mas, sim, o que poderá nologia Wi-Fi, “devia haver muito um registo prévio. Entre os
proporcionar à sociedade e à econo- mais ‘hot spots’, prometeram-nos intervenientes dos vários
mia dos países. muito mais”. Quanto aos acessos painéis, contam-se vários
A ideia foi deixada por Luís por satélite ou pela rede eléctrica, representantes da Comissão,
Nazaré, professor do Instituto existe uma falta de conhecimento ou a que se juntam Leonor
Superior de Economia e Gestão até de possível habituação, sendo a Beleza, vice-presidente da
(ISEG) e ex-presidente da Auto- sua consequente utilização mínima Assembleia da República,
ridade Nacional de Comunicações ou ainda em testes. António Montalvão Machado,
(Anacom), na conferência sobre Quanto à inovação em linha, presidente da Comissão
banda larga realizada na semana Luís Nazaré salientou que este Parlamentar de Assuntos
passada pela revista “Compu- patamar proporciona uma “cria- Constitucionais, Direitos
terWorld” no âmbito da Comtec. tividade e inovação limitada, Liberdades e Garantias, Diogo
“O que é hoje largo será no porque se cria a partir do que já se Vasconcelos, gestor da UMIC,
futuro muito estreito”, referiu Luís conhece”. Neste sentido, as plata- João Salgueiro, presidente
Nazaré, lembrando que, há uns formas referidas vão ser mais aces- da Associação Portuguesa
anos, o RDIS, com um débito de síveis, vai haver mais “hot spots” e de Bancos, e Carlos Cabreiro,
128 kilobits por segundo (Kbps) era as diferentes redes vão comunicar director da Brigada de
considerado “banda larga”. A pró- entre si — “ou não iremos longe”. Criminalidade Informática da
pria União Internacional de Tele- Falando das redes “wireless”, Polícia Judiciária. ●
comunicações (UIT) considerava afirmou que “a interconectividade
então atrás que a banda larga era entre redes não acontece porque Rede de cabo com
tudo o que tivesse débitos acima ainda não foi desenvolvido um
dos 64 Kbps —recordou Paulo da modelo económico, que está por
16 mil novos assinantes
Fonseca Pinto, da Faculdade de encontrar” — mas, mesmo assim, Os operadores de televisão
Ciências e Tecnologia da Universi- acredita que vão surgir mais servi- por cabo ganharam 16 mil
dade Nova de Lisboa. ços usando as tecnologias já exis- novos assinantes entre Abril
Em termos de oferta presente e tentes. Desta forma, é de esperar e Junho, fazendo crescer
futura, este investigador considera que venhamos a ter televisão por o número total de clientes
que, exceptuando a fibra óptica — DSL (“podíamos ter, é algo que em Portugal, que atingiu os
por estar mais disseminada e ser já existe em Espanha”, lembrou) 1,37 milhões — anunciou
uma tecnologia mais estabilizada “mas vamos ter de esperar, porque Dos 2 Mbps em Portugal na passada sexta-feira a
—, todas as outras ainda encerram é preciso investimento dos opera- Autoridade Nacional de
alguns problemas. No caso do DSL, dores”. Já nos jogos, o professor do à oferta noutros países Comunicações (Anacom).
é a limitação na distância, apesar ISEG acredita que se vão desenvol- O potencial futuro tecnológico, económico e social das redes de banda Segundo os dados estatísticos
de alguns testes já conseguirem ver mais rapidamente porque “o larga passa pelos actuais investimentos realizados nestas tecnologias. Em da entidade, estes valores
permitir o envio satisfatório de mercado revela apetência”. Portugal, enquanto a entidade reguladora Anacom ainda está a tentar traduzem um crescimento do
dados a 5,5 quilómetros pela rede Finalmente, falando sobre a obrigar a Portugal Telecom (PT) a oferecer débitos de 2 Mbps — segundo universo de clientes de 1,2
de fio de cobre sem necessidade de perspectiva “mais interessante, deliberação recente (ver notícia na pág. 8) e de que a PT discorda por por cento face ao trimestre
dispositivos “repetidores”. aquela que nos faz mais pensar”, considerar não existir apetência do mercado pelo mesmo —, em França, anterior. Face ao mesmo
Nas transmissões pela rede de a da inovação radical, Nazaré os clientes do fornecedor de acesso à Internet que dá pelo nome de Free período do ano passado, os
TV por cabo, sem grandes limi- considerou à partida ser a mais tiveram, pela mesma altura, o anúncio de um serviço comercial de acesso números da Anacom revelam
tações de distância, é o problema difícil, até em termos de pensa- a 15 Mbps a 29,99 euros mensais (ver mais pormenores na pág. 9). Isto um aumento mais significativo,
da normalização mento: “Como vai ser a quando as tarifas em Portugal para os serviços disponíveis de 1 Mbps na ordem dos 6,3 por cento.
— tal como sucede PEDRO FONSECA banda larga em 2020”? atingem os 40 euros. Em termos gerais, o número
nas redes “wire- “As grandes inovações Na mesma altura, também a America Online (AOL), o maior fornecedor de de assinantes de televisão
less” —, que necessitam ainda foram imprevisíveis”, até porque, serviços de acesso à Internet nos EUA , tentou angariar novos clientes para por cabo em Portugal é
de um modelo de negócio viável. como “não rompemos com os a banda larga com a oferta do “download” de filmes inteiros a partir da equivalente a 13 por cento
Quanto às transmissões pela rede nossos próprios paradigmas, numa Movielink. Esta promoção permitirá o acesso a uma dezena de filmes no da população portuguesa,
eléctrica, e apesar das crescentes lógica disruptiva, é um exercício de primeiro mês de subscrição do serviço. com a região da Grande
capacidades de débito, mantêm-se futurologia”, de previsão — que A oferta integra-se na tentativa de a AOL garantir a transposição dos seus Lisboa a deter metade (50 por
ainda alguns problemas em termos arriscou fazer para a pequena pla- clientes do acesso telefónico convencional (o chamado “dial-up”) para a cento) dos utilizadores deste
de interferência com outros equipa- teia que o escutava. banda larga. No terceiro trimestre, esta empresa norte-americana perdeu serviço. Apesar da liderança
mentos. Em síntese, as redes serão quase 690 mil clientes daquele serviço, que custa 23,90 dólares mensais, da capital e pelo segundo
Mas se o problema das limita- ubíquas e com uma grande capa- enquanto, no segundo, viu desaparecer 846 mil clientes. O número de trimestre consecutivo, foi
ções tecnológicas é ultrapassável, cidade de débito, a banda larga clientes de banda larga da AOL atinge os 2,6 milhões, que pagam 14,95 a Região Autónoma da
como concordaram muitos dos par- será enorme comparada com o que dólares mensais. ● P.F. Madeira a liderar a taxa
ticipantes no debate, a banda larga conhecemos hoje, vamos deixar de de crescimento anual. Do
é algo que permite aos países con- nos preocupar com as plataformas total de lares cablados em
centrarem as suas atenções na ino- tecnológicas (como sucede com crises”. Uma tendência será a de adamente em Portugal). E “todas território nacional (que, em
vação. Neste sentido, Luís Nazaré as aparelhagens de som que hoje esse “chip”-supercomputador estar as transacções burocráticas com Junho, eram 3,6 milhões), 38
apresentou três abordagens: uma usamos) e teremos equipamentos inserido nuns óculos, “opacos e o Estado, tudo será feito por via por cento são assinantes das
centrada na inovação incremental, terminais mais diversos e mais transparentes”, lembrando estudos electrónica” pois, até porque como redes de televisão por cabo.
outra na inovação em linha e uma pequenos. Mas qual será o princi- nesse sentido da Fundação Sueca sucede actualmente, “é mais trans- Já os clientes do serviço de
outra radical. pal? Um telemóvel mais pequeno para a Investigação Estratégica parente e mais justo”. televisão por satélite, por
A primeira “não é má nem boa, e optimizado? A certeza é a de (www.stratresearch.se/eindex.html). Em termos de conteúdos meio da tecnologia Direct to
faz parte de um aperfeiçoamento” que teremos um supercomputador Quanto às redes, haverá mais e radicais, Luís Nazaré acredita Home (DTH), uma alternativa
e foi nesse âmbito que referiu que num microprocessador, que nos com uma maior interligação entre em duas áreas em desenvolvi- à infra-estrutura do cabo
o desempenho das redes de teleco- acompanhará para todo o lado. elas, com mais interconectividade mento onde apostaria um futuro para a distribuição do sinal
municações tem de (e vai) melhorar Apesar de o videofone ter poten- entre os ambientes doméstico, interessante: a imagem tridi- de televisão, atingiram a
em termos de fiabilidade, na quali- cialidades, não vai ser a “killer appli- familiar e empresarial. A Internet mensional e o reconhecimento fasquia dos 357 mil no mesmo
dade do serviço — que “melhorou cation” da banda larga, até porque deverá estar num patamar tecno- vocal, ambos a necessitarem período, mais 16 por cento
mas não está ainda realizada, há “a voz vai manter-se”, assegura, “é lógico superior, “com o protocolo de investimentos numa maior que no mesmo período do
mais a fazer” — e na rapidez de o meio mais amigo”, dando como v.17” (actualmente, usa-se a versão capacidade de processamento ano anterior. ●
acesso. “Sinto-me bastante infeliz exemplo a rádio, “que sobrevive às 4 e já se está a adoptar a v.6, nome- informático. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4 computadores .3
 tecpédia H E N R I Q U E C A R R E I R O ESTUDO UNICRE-VECTOR 21 REGISTA AUMENTO NAS COMPRAS ‘ON-LINE’

Consumidores mais fiéis

aos ‘sites’ nacionais

MIGUEL MADEIRA
Texas
Instruments
‘Hollywood’
E
m 2006, será possível surgirem no mercado
telemóveis que asseguram também as
funções de aparelhos de televisão digital
terrestre — isto se os planos do fabricante
norte-americano de circuitos integrados
Texas Instruments (TI) forem concretizados.
A TI está actualmente a desenvolver um “chip”, o “Hollywood”,
que suportará as normas para difusão de televisão digital
para dispositivos móveis, que vigorarão na Europa, no Japão
e nos EUA — desenvolvimento que abre possibilidades tre-
mendas de negócio para os fabricantes de telemóveis mas
também para os operadores. Optimizado para a utilização
em movimento, leva até a TI a pensar numa alteração dos
hábitos de consumo de TV e da definição de “prime-time”,
em especial nos países (como muitos dos europeus) em que
grandes números de pessoas utilizam transportes públicos
no seu regresso a casa depois do trabalho. Nestes, o tempo
de grande audiência poderá vir a anticipar-se, assim, de uma
a duas horas face ao que acontece hoje, com consequências Internet — valores que reduzem para Um manual do
em termos de alinhamento das grelhas de programação e da 17,2 por cento o número dos que nunca
distribuição de publicidade. se abalançaram a adquirir produtos via
‘design’ para a Web
A televisão em dispositivos móveis não é apenas mais um Web. Entre as conclusões do estudo des- Foi no início do último Verão que a

D
serviço em cima das redes de terceira geração (UMTS). Na UPLICOU o número dos uti-
realidade, embora hoje seja possível fornecer serviços deste lizadores portugueses da
tipo sobre a estrutura da rede móvel, sai demasiado caro fazê- Internet que fazem com-
lo — infelizmente, os operadores taxam um serviço destes pras exclusivamente em
ao mesmo preço da transmissão de dados — e a qualidade “sites” nacionais — aumen-
não é a esperada, em parte porque o custo obriga a que seja tando dos 26,7 por cento registados nos
transmitidas cerca de 15 imagens por segundo e não as 25 a primeiros três meses de 2003 para 50
que estamos habituados na televisão terrestre. por cento no período homólogo deste
A solução passa por um sistema de “broadcast”, baseado nas ano, conforme revela um estudo con-
futuras normas de televisão digital terrestre, e que terá pelo junto da Unicre e da Vector 21. Há três
menos duas grandes normas: a Digital Video Broadcasting- anos que as duas empresas têm vindo a
Handheld (DVB-H) na Europa e provavelmente nos EUA; e a acompanhar a evolução das tendências
Integrated Services Digital Broadcasting- Terrestrial (ISDB-T) de consumo na Internet, a utilização
no Japão. O processador da Texas será capaz, segundo o de meios de pagamento
fabricante, de acompanhar as duas normas. seguros nas transacções F Á T I M A C A ÇADOR
Uma terceira norma, a Digital Multimedia Broadcasting (DMB), “on-line”, bem como a / Casa dos Bits
usada apenas na Coreia e que se baseia em emissões de saté- evolução do recurso aos
lite, não está abrangida por este circuito. Contudo, a norma da sítios nacionais de comércio electrónico
Coreia, devido à dependência da qualidade de comunicação — e uma das conclusões agora foi uma
com o satélite, tem limitações de uso, nomeadamente no expressão clara do crescimento da
interior de edifícios e no metro, que a tornarão pouco apete- fidelização aos “sites” portugueses de
cível noutros países face ao DVB-H. O sinal de televisão será comércio electrónico para a realizações
emitido pela infra-estrutura da televisão digital e não neces- de compras “on-line”.
sariamente pela dos operadores móveis — o que colocará As razões para esta maior fidelidade
estes, habituados a ter controlo completo sobre a cadeia de a lojas electrónicas nacionais não são
conteúdos nos dispositivos móveis, em posição de ter que se explicadas no estudo mas este acaba
articularem com os seus congéneres televisivos. por evidenciar também uma subida do
O“Hollywood”agregará funções que actualmente estão sepa- peso médio das compras realizadas em
radas em vários outros circuitos como as de sintonizador, des- “sites” nacionais, que passa dos 44 por
modulador e descodificador de canais, permitindo assim uma cento para os 68 por cento. No entanto, e
diminuição importante de espaço e do consumo de energia, apesar deste crescimento, é também sig-
fundamentais nas aplicações móveis. nificativa a perda em termos de volume
Os investimentos maciços necessários para a implantação médio de compras. Se, nos primeiros três
das estruturas de televisão digital terrestre são o factor que meses do ano, os internautas gastaram
poderá limitar as ambições da TI; mas, desta vez, pode ser “on-line” uma média de 530 euros, no
que os terminais estejam preparados ao mesmo tempo que segundo trimestre esse valor caiu para
apareçam os serviços, resolvendo assim o problema de que os 405 euros, correspondendo a uma
padeceu o UMTS, em que o restrito número de terminais dis- média de 135 euros por cada mês.
poníveis é ainda um travão à adopção dos serviços. A descida é considerável, sobretudo
As expectativas da empresa são de começar o forneci- se comparada com os meses homólogos
mento dos circuitos aos fabricantes de telemóveis em de 2003, quando os gastos médios se
2006, prevendo para o ano seguinte a massificação dos situaram nos 683 euros. A percentagem
telefones com recursos de televisão. A verficar-se o mesmo dos inquiridos que, na altura, afirma-
que aconteceu com a popularização dos telemóveis com vam ter já feito compras “on-line” era
câmara fotográfica, esta é uma meta ambiciosa mas, ainda bastante mais reduzida (ver gráficos).
assim, aparentemente atingível. ● Segundo os dados apurados, neste
trimestre 43,8 por cento dos inquiridos
afirmou ter feito compras “on-line”,
Tecpédia é uma enciclopédia em construção sobre a era digital enquanto outros 39,1 por cento res-
pondeu já antes ter feito aquisições na
taca-se ainda o crescimento da adesão
do público feminino a este sistema de
compras, equilibrando pela primeira vez
o peso dos dois sexos no E-comércio em
Portugal. Ainda assim, as mulheres con-
tinuam a representar a maior percenta-
gem dos inquiridos que afirma nunca
ter feito compras “on-line”, com 63,6 por
cento face a 36,4 por cento de homens.
Entre os produtos mais comprados
“on-line”, os livros mantêm o lugar de
relevo, com 43 por cento das preferên-
cias, seguindo-se os “produtos informá-
ticos” (32%) e “reservas de
viagens” (21%). O relatório
do painel nota ainda um
aumento significativo nas
“Reservas em unidades de alojamento”,
que passou de 7 para 18 por cento
também por força da sazonalidade.
No geral, a apreciação dos “netcon-
sumidores” das suas experiências de
compra é positiva, com o índice médio
de satisfação pelo serviço a situar-se
nos 3,2. A melhor nota da classificação é
atribuída à disponibilização de informa-
ção clara sobre os meios de pagamento,
enquanto as piores impressões vão para
a informação sobre a política de protec-
ção dos dados e devoluções.
O painel da Unicre-Vector 21
revela ainda que os consumidores
portugueses preferem cada vez mais os
pagamentos através de cartões ao tra-
dicional pagamento à cobrança. Os sis-
temas de pagamento em “sites” seguros
são os que recolhem mais adeptos, com
a transferência bancária a recolher
ainda uma utilização significativa e
o “Pagamento na loja”, o “Cheque” e
o “SMS” a serem usados por muito
poucos internautas.
Note-se ainda o crescimento do
MBNet, que reúne já 18,8 por cento das
preferências dos utilizadores, aumen-
tando 4,2 por cento face ao trimestre
anterior. O MBNet é um sistema de
pagamento “on-line” desenvolvido pela
SIBS associado ao Multibanco e que
pressupõe a adesão do utilizador. ●
FCA-Editora de Informática lançou
uma segunda edição (actualizada e
aumentada, como rezam as crónicas do
costume) do seu título“Web Design –
Estrutura, concepção e produção de ‘sites
Web’”,da autoria de Bruno Figueiredo,
arquitecto de formação,“designer”para
a Web, consultor e formador nesta área,
docente na Faculdade de Arquitectura
da Universidade Técnica de Lisboa (UTL).
Porque destinada a“todos aqueles que
nutrem interesse em conceber, produzir
e promover ‘sites’ para a World Wide
Web,”a obra“Web Design”dedica todo
um primeiro capítulo a familiarizar o
leitor com o próprio computador e
com a Internet
— dando uma
perspectiva do que
eram os primeiros
computadores e as
primeiras redes, a
influência da“guerra
fria”na criação
daquilo que viria a
ser a Internet e, por
aí fora, até à Web
como hoje a conhecemos.
O segundo capítulo é dedicado a
salientar os elementos de comunicação
nas páginas da Web — funcionalidades
e conteúdos — e o seguinte à forma
de as usar: estrutura e navegação. Só
depois o autor“entra”no“design”e na
composição das páginas para a Web,
primeiro numa abordagem menos
técnica e depois“atacando”a linguagem
que tornou a Web possível: o (a) HTML
e o seu irmão mais novo, o XHTML. Um
capítulo dedicado às“Folhas de estilo”e
outro intitulado“Criação e composição
de imagens”abrem o caminho a
“Animação e multimédia”. Mais de 50
páginas repartidas por oito anexos
proporcionam ao leitor informação
técnica e de produtos disponíveis no
mercado que podem ser úteis a quem
pretenda estrear-se na concepção de
páginas e sítios na Web. ● R.J.C.

computadores .4 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4 computadores .5
 ESTUDO UNICRE-VECTOR 21 REGISTA AUMENTO NAS COMPRAS ‘ON-LINE’
Consumidores mais fiéis aos ‘sites’ nacionais
D
UPLICOU o número dos uti-
lizadores portugueses da
Internet que fazem compras
exclusivamente em “sites”
nacionais — aumentando
dos 26,7 por cento registados nos primei-
ros três meses de 2003 para 50 por cento
no período homólogo deste ano, conforme
revela um estudo conjunto da Unicre e
da Vector 21. Há três anos que as duas
empresas têm vindo a acompanhar a
evolução das tendências de consumo na
Internet, a utilização de meios de paga-
mento seguros nas transacções “on-line”,
bem como a evolução do recurso aos
sítios nacionais de comércio
electrónico — e uma das FÁTIMA
conclusões agora foi uma / Casa
expressão clara do cresci-
mento da fidelização aos “sites” portu-
gueses de comércio electrónico para a
realizações de compras “on-line”.
As razões para esta maior fidelidade
a lojas electrónicas nacionais não são
explicadas no estudo mas este acaba
por evidenciar também uma subida do
peso médio das compras realizadas em
“sites” nacionais, que passa dos 44 por
cento para os 68 por cento. No entanto, e
apesar deste crescimento, é também sig-
nificativa a perda em termos de volume
médio de compras. Se, nos primeiros três
virose
Falha comum a diversos produtos antivírus
Foi descoberta uma falha associada aos
ficheiros com extensão .zip em programas
antivírus de diferentes fabricantes — mais
concretamente, da McAfee, da Computer
Associates, da Kaspersky, da Sophos, da Eset
e da RAV. Segundo parece, os produtos das
empresas Symantec, Bitdefender, Trend Micro
e Panda Software não são afectados por ela.
A exploração dessa falha permite a um intruso
escapar à detecção por parte dos programas
antivírus em causa. O problema reside na
maneira como esses programas fazem o
“parsing” dos “headers” dos arquivos .zip.
Os ficheiros deste formato guardam a
informação sobre os ficheiros comprimidos
em dois sítios: os “headers” local e global.
O primeiro é incluído no ficheiro antes dos
dados dos ficheiros comprimidos, enquanto
o segundo surge no fim do ficheiro. É possível
modificar nos dois “headers” a informação
sobre o tamanho dos ficheiros antes de
serem comprimidos sem que isso afecte a
funcionalidade do ficheiro .zip. Assim, um
intruso pode comprimir um ficheiro com
código mal-intencionado e escapar à detecção
dos programas antivírus modificando a
informação sobre a sua dimensão antes de
comprimido pondo-a a zeros.
A falha foi confirmada com ficheiros criados
no WinZip e pastas comprimidas no
Explorer do Windows XP.
Códigos ‘proof-of-
concept’
Pouco depois de a
Microsoft ter publicado
os boletins de segurança que
referimos na Virose da última edição,
computadores .6
meses do ano, os internautas gastaram
“on-line” uma média de 530 euros, no
segundo trimestre esse valor caiu para
os 405 euros, correspondendo a uma
média de 135 euros por cada mês.
A descida é considerável, sobretudo
se comparada com os meses homólogos
de 2003, quando os gastos médios se
situaram nos 683 euros. A percentagem
dos inquiridos que, na altura, afirmavam
ter já feito compras “on-line” era bas-
tante mais reduzida (ver gráficos).
Segundo os dados apurados, neste
trimestre 43,8 por cento dos inquiridos
afirmou ter feito compras “on-line”,
enquanto outros 39,1 por cento res-
pondeu já antes ter feito aquisições na
Internet — valores que reduzem para
17,2 por cento o número dos que nunca
se abalançaram a adquirir produtos via
Web. Entre as conclusões
CAÇADOR do estudo destaca-se ainda
dos Bits o crescimento da adesão
do público feminino a este
sistema de compras, equilibrando pela
primeira vez o peso dos dois sexos no
E-comércio em Portugal. Ainda assim,
as mulheres continuam a representar a
maior percentagem dos inquiridos que
afirma nunca ter feito compras “on-line”,
com 63,6 por cento face a 36,4 por cento
de homens.
Entre os produtos mais comprados
“on-line”, os livros mantêm o lugar de
relevo, com 43 por cento das preferên-
cias, seguindo-se os “produtos infor-
máticos” (32%) e “reservas de viagens”
surgiram na Internet explorações do tipo
“Proof-of-concept” para algumas das
falhas aí apresentadas — e pelo menos
uma delas surgiu apenas algumas horas
após a publicação dos referidos boletins,
o que mostra como é importante aplicar
rapidamente os “patches” de segurança
disponibilizados pela Microsoft.
Trata-se de falhas que um intruso pode
explorar para assumir o controlo dos
computadores atacados, instalando
programas, vendo, alterando ou apagando
dados, ou criando contas de utilizador com
privilégios totais. Uma das falhas agora
explorada é a relativa ao Network News
Transfer Protocol (NNTP), tratando-se de
uma falha especialmente grave porque, se se
estiver a utilizar os serviços de notícias, pode-
se ser atacado por qualquer pessoa na rede.
Algumas das falhas colmatadas pela
actualização
cumulativa de
segurança
para o
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4
(21%). O relatório do painel nota ainda
um aumento significativo nas “Reservas
em unidades de alojamento”, que passou
de 7 para 18 por cento também por força
da sazonalidade.
No geral, a apreciação dos “netcon-
sumidores” das suas experiências de
compra é positiva, com o índice médio
de satisfação pelo serviço a situar-se
nos 3,2. A melhor nota da classificação é
atribuída à disponibilização de informa-
ção clara sobre os meios de pagamento,
enquanto as piores impressões vão para
a informação sobre a política de protec-
ção dos dados e devoluções.
O painel da Unicre-Vector 21 revela
ainda que os consumidores portugueses
OS VÍRUS DA SEMANA
Internet Explorer são também exploradas
por um desses códigos, que visa as versões
daquela aplicação, desde a do Windows 95 até
à do Windows XP Service Pack 2.
A exploração dessas falhas por este código
permite que, a partir do simples clicar sobre
uma imagem, seja desencadeada uma série
de acções que instalam um ficheiro no
sistema e o executam — podendo-se, assim,
instalar toda uma série de programas, desde
o tipo “spyware” ao “keyloggers”, passando por
“worms” e “cavalos de Tróia”. ● JOSÉ DOUTIL
preferem cada vez mais os pagamen-
tos através de cartões ao tradicional
pagamento à cobrança. Os sistemas de
pagamento em “sites” seguros são os que
recolhem mais adeptos, com a transfe-
rência bancária a recolher ainda uma
utilização significativa e o “Pagamento
na loja”, o “Cheque” e o “SMS” a serem
usados por muito poucos internautas.
Note-se ainda o crescimento do
MBNet, que reúne já 18,8 por cento das
preferências dos utilizadores, aumen-
tando 4,2 por cento face ao trimestre
anterior. O MBNet é um sistema de
pagamento “on-line” desenvolvido pela
SIBS associado ao Multibanco e que
pressupõe a adesão do utilizador. ●
Dia 25
W32/Winur.worm.b, W97M/Cobra.a1, W32/
Winur.worm.a, VBS/Alphae, VBS/Zync, Acid.A
(intended), W32/Urick@MM, X97M/Anis,
W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H, X97M/
Hongo.c, W97M/Multi.a, AOS.A, W97M/Jackal.
Dia 26
W95/CIH.1003, WM/TAMAGO.A, WM/
MDMA.C;D;H, W97M/Alamat, VBS/
Gaggle@MM, W97M/Cobra.a1, X97M/Reten.d
Dia 27
W97M/Cobra.a1, VBS/Gaggle@MM, W97M/
Trugbar.a, W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H,
WM/HELPER.F;G;H, W97M/Jackal.A
Dia 28
WM/Eraser.B;C:Tw, WM/MDMA.C;D;H, W97M/
Este, VBS/Baracu.A@mm, VBS/Gaggle@MM,
W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat, W97M/
Clave.a, W97M/Ekiam
Dia 29
W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1, W97M/
Beko.a@MM, VBS/Gaggle@MM, W97M/
Bablas.aj, VBS/Valentin@MM, VBS/San@M,
WM/MDMA.C;D;H
Dia 30
WM/MDMA.C;D;H, FHD.A, VBS/Loveletter.ar,
AOS.A, W97M/Jackal.A, XM/Laroux.IC, VBS/
Gaggle@MM, X97M/Anis, W32/Urick@MM,
Tribute.A;B, W97M/Cobra.a1, W97M/Alamat,
X97M/Clonar, VBS/Terrosist.ow, W97M/
Fifteen.a
Dia 31
W97M/WMVG.c, VBS/Alphae, W97M/
Cobra.a1, Tribute.A;B, W32/PetLil@MM,
VBS/Gaggle@MM, WM/CVCK1.A, W97M/
Caligula.a, W97M/Jany.a, W97M/Concon,
WM/PHARDERA.C ;D (INTENDED), FHD.A,
 PRIMEIRA GRANDE MARCA LANÇA PILHA PRISMÁTICA PARA A FOTOGRAFIA DIGITAL

Uma Duracell descartável

mas não recarregável
A
DURACELL, empresa do grupo Gillette conhe- A Duracell refere ainda estudos recentes que apon- de forma a garantir um relacionamento duradouro e
cida pelas suas pilhas de todos os tamanhos tam para que o mercado das máquinas fotográficas digi- benéfico para ambos”. Uma das consequências interes-
e feitios para aparelhos da electrónica de tais é um dos que, nos últimos anos, tem apresentado santes para os utilizadores destas “relações contínuas”
consumo, acaba de anunciar a sua primeira um crescimento mais acentuado — com o número de será a adopção, pelos fabricantes das máquinas foto-
pilha prismática de lítio concebida a pensar unidades vendidas a ter suplantado já em 2003 o de gráficas digitais, deste formato de bateria como norma
nas máquinas fotográficas digitais compactas, dirigidas máquinas fotográficas analógicas, depois de, em 2001, para os seus futuros modelos — e, se isso acontecer, tal
à generalidade dos utilizadores. Segundo a empresa, estas também já terem sido ultrapassadas por aquelas poderá ainda dinamizar a concorrência entre os diver-
esta pilha — que dá pela designação de CP1 e é descar- em termos de montante das vendas. sos fabricantes de baterias recarregáveis, levando-os a
tável (ou seja, infelizmente não é recarregável) — será a Segundo os seus responsáveis, a Duracell “aposta contemplar, nas suas linhas de produtos, este e outros
primeira de uma nova linha de pilhas prismáticas (não numa estratégia de diferenciação e constante inovação, formatos, com o efeito de uma substancial redução nos
cilíndricas) desenhada para responder à nova procura estabelecendo relações contínuas com os seus parceiros, preços praticados. ● R.J.C.
criada pela emergência dos novos aparelhos digitais, de
que as máquinas fotográficas digitais serão o exemplo
mais gritante.
A nova pilha CP1 constitui, assim, uma alternativa
sempre disponível para quando se esgota a bateria de
origem da máquina fotográfica digital e o utilizador
não dispõe de nenhuma sobressalente. O preço é mesmo
dissuasor do seu uso sistemá-
tico — 17 euros, quando uma
bateria de reserva custará,
para a maioria das
máquinas fotográficas
digitais entre duas
a três vezes este
montante
— mas
propor-
ciona uma
solução de
emergência,
até porque, segundo
a Duracell, “oferece uma
solução a nível de energia portátil”, “sendo
a primeira pilha des- cartável que oferece às
máquinas fotográficas digitais” toda a potência de
uma bateria recarregável.
Com um novo “design”, pequena e estreita — 52 mm x
34 mm, com uma espessura de 5 mm e pesando apenas 28
gramas — a nova CP1, da Duracell, pretende ir ao encon-
tro “da tendência crescente do sector para disponibilizar
máquinas cada vez mais pequenas, mais manuseáveis”
e de menores dimensões. Segundo a Duracell, a CP1 é
compatível com um número crescente de máquinas foto-
gráficas digitais, como a HP Photosmart R707, a Nikon
Coolpix 3700, a Nikon Coolpix 4200, a Nikon Coolpix
5200, a Samsung UCA3 e a Samsung UCA401.

S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4 computadores .7
computadores .8 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4
 ADSL 2+ E NOVA TECNOLOGIA DA CISCO E DA ERICSSON ABREM NOVOS HORIZONTES
Banda larga a caminho
dos 15 Mbps e dos 24 Mbps
O
F REE, UM fornecedor fran-
cês de serviços de acesso
à Internet (ISP), lançou
na passada semana, pela
primeira vez na Europa,
serviços de banda larga com a nova tec-
nologia ADSL 2+, que proporciona velo-
cidades de transferência de 15 megabits
por segundo (Mbps) no “download”, ao
passo que o débito no “upload” (envio
de dados do utilizador para a Net) é de
1 Mbps.
A tecnologia ADSL 2+, que permite
uma maior rapidez de transmissão de
dados através da Internet face às con-
vencionais tecnologias de DSL (Digital
Subscriber Line) — em que se baseia o
ADSL disponível em Portugal —, estará
inicialmente disponível na região de
Paris e numa dezena de outras grandes
cidades francesas. Em comunicado, a
Free anuncia que, nas próximas sema-
nas, o serviço ADSL 2+ será alargado
a mais de mil municípios, em que vive
mais de metade da população francesa.
As tecnologias DSL permitem acesso
à Internet por banda larga sobre um fio
telefónico de cobre, da rede fixa normal,
nele reservando uma porção da banda
disponível — como se de um “túnel” se
tratasse — para o trânsito de dados,
continuando a restante banda a ser
usada para o sinal analógico de voz.
A tecnologia ADSL 2+ permite
alargar o acesso à Internet por banda
larga a mais zonas rurais, uma vez que
permite obter velocidades de mais de
5 Mbps para clientes situados a uma
distância de cinco quilómetros da cen-
tral telefónica — enquanto a tecnologia
ADSL convencional só permite garantir
uma efectiva banda larga em distâncias
até três quilómetros (embora, se as
linhas de cobre estiverem e boas con-
dições, o elevado débito seja passível
de ser mantido com intervalos de cerca
de cinco quilómetros entre os “repetido-
res”).
Na cerimónia de lançamento do
novo serviço — onde esteve presente o
ministro francês da Indústria —, a Free
anunciou que mantém a anterior tarifa
de 29,99 euros para os clientes que
optem pelo ADSL 2+, os quais neces-
sitarão, contudo, de dispor de um novo
equipamento de ligação.
Entretanto, e ainda segundo a agên-
cia Lusa, a Ericsson e a Cisco Systems
apresentaram, na passada quinta-
feira uma solução que permite aos
operadores de telecomunicações fixas
fornecerem serviços de banda larga
para acesso à Internet a clientes par-
ticulares e empresas com débitos de 24
megabits por segundo (Mbps). Hoje, a
maior parte dos clientes da banda larga
tem velocidades de acesso por ADSL
que não vão além de 1 Mbps.
Esta novíssima tecnologia permite o
uso simultâneo de serviços como o vídeo
a pedido — como o aluguer de filmes
ou programas, exibidos na televisão do
cliente praticamente de imediato —, a
videochamada (comunicação telefónica
em que é possível aos interlocutores
verem-se mutuamente) ou chamadas
através da Internet — a chamada “voz
sobre IP” (VoIP). Nas empresas, o uso
deste protocolo da Internet permite não
só substituir as centrais telefónicas
analógicas por outras digitais e intro-
duzir uma gestão informatizada das
chamadas como poupar drasticamente
nas ligações inter-regionais e interna-
cionais.
Os responsáveis da Ericsson e da
Cisco Systems acreditam que, nos
próximos meses, novos operadores de
telecomunicações fixas venham a aderir
aos chamados serviços de “triple play”
— voz, vídeo e dados.
A solução agora apresentada pelas
duas empresas exige a instalação de
módulos nas centrais telefónicas das
operadoras, a que serão ligadas linhas
telefónicas de clientes (10 a 12 por cada
módulo) e uma caixa instalada na casa
ou empresa do cliente, que permitirá
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4
receber dados a velocidades de 24 Mbps
e enviá-los (“upload”) a 3 Mbps.
Por cá, os débitos andam longe,
muito longe destes valores apesar dos
esforços da Anacom (ver notícia em
DaNet, na página ao lado) mas o Execu-
tivo não desiste de criar redes de banda
larga nos concelhos mais desfavorecidos
— conforme foi anunciado na passada
semana no anúncio de um seminário
da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Económico (OCDE),
que decorre no Porto a partir de hoje.
Diogo Vasconcelos, gestor da Uni-
dade Missão Inovação e Conhecimento
(UMIC), estrutura do Governo para a
Sociedade da Informação, explicou que
a iniciativa Redes Comunitárias está
em fase de negociação com a Comissão
Europeia. O objectivo desta iniciativa,
prevista nas Grandes Opções do Plano
(GOP) do Governo, é estimular a cria-
ção de infra-estruturas de banda larga
em concelhos desfavorecidos, através
de investimento público directo, da
partilha de infra-estruturas de domínio
público ou de parcerias público-priva-
das com agentes do mercado. “Já há um
projecto-piloto em Castelo de Paiva”,
disse Diogo Vasconcelos, acrescentando
que assim serão criadas condições para
dinamizar o mercado nestas zonas e
captar investimento.
A questão da Internet por banda
larga nas zonas rurais será objecto de
debate na referida reunião de especia-
listas da OCDE, na qual participarão
os principais responsáveis tecnológicos
de empresas, entidades e governos dos
países da OCDE (ver notícia no caderno
principal desta edição do PÚBLICO). “A
banda larga é, hoje em dia, um requi-
sito fundamental para o desenvolvi-
mento social, económico e cultural dos
países, resolvendo ao mesmo tempo [o
problema] das distâncias”, considerou
Diogo Vasconcelos.
O papel do Governo e do sector
privado na dinamização deste tipo de
acesso à Internet, as plataformas emer-
gentes para o acesso rural e remoto e
as tendências a nível tecnológico são
alguns temas que estarão em discussão.
“A banda larga não é só uma questão
tecnológica; trata-se de construir auto-
estradas digitais, que vão possibilitar a
construção de uma economia baseada
no conhecimento como está traçado
na Estratégia de Lisboa”, frisou Diogo
Vasconcelos, lembrando ainda a Inicia-
tiva Nacional para a Banda Larga, que
estabelece e calendariza os objectivos
do Executivo para esta área e as medi-
das em curso.
Em 2003, apenas 28 por cento da
população portuguesa possuía ligação
à Internet no seu agregado familiar, e
apenas 10 por cento o fazia por banda
larga. Ainda assim, o gestor da UMIC
reiterou o compromisso de atingir os
50 por cento de agregados familiares
ligados à Internet por banda larga
— que, em Portugal, assenta não só
no ADSL mas também no cabo televi-
sivo — até final do próximo ano, como
está previsto na referida Iniciativa
Nacional. “O papel do sector público
é estimular, avançar, para que o pri-
vado responda aos novos hábitos e
competências.”
Para ilustrar o empenho do Governo
nesta área, Diogo Vasconcelos lembrou
outras iniciativas, como a criação de
postos públicos de acesso, a Biblioteca
On-Line (com 3500 publicações electró-
nicas já disponíveis para estudantes e
professores) e os Campus Virtuais, um
programa de implantação de redes sem
fios para acesso à Internet nas univer-
sidades.
Além disso, até 2005, as cerca de 9
mil escolas do ensino básico e secundá-
rio vão ter acesso à Internet por banda
larga e, em Dezembro deste ano, estará
concluída e em testes a rede académica
de fibra óptica que vai ligar as univer-
sidades de Lisboa, Coimbra, Aveiro,
Porto e Braga. ●
computadores .9
computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4
 .com
Lucros da Microsoft crescem 11 por
cento
A Microsoft lucrou 2900 milhões de dólares (2300 milhões de euros)
no primeiro trimestre deste ano fiscal, mais 11 por cento que no
mesmo período do ano passado — resultado devido, sobretudo,
ao aumento das vendas de “software” destinado a servidores
empresariais. Segundo os números avançados pela empresa norte-
americana, as vendas cresceram cerca de 12 por cento, para 9190
milhões de dólares (7280 milhões de euros). O ritmo de crescimento
das vendas do Windows Server é, hoje, duas vezes superior ao
dos sistemas operativos Windows destinados aos computadores
pessoais. De acordo com as previsões da Microsoft, as receitas do
segundo trimestre fiscal deverão situar-se entre os 10.300 milhões
de dólares (8160 milhões de euros) e os 10.500 milhões de dólares
(8320 milhões de euros). O abrandamento do ritmo de crescimento
de vendas, que chegou a ser admitido pela Microsoft, tem afectado
a cotação da empresa nos principais índices bolsistas, como o do
Nasdaq. ●
Unisys lucra 25,2 milhões de dólares
A Unisys registou no terceiro trimestre de 2004 um lucro líquido
de 25,2 milhões de dólares, o que significa uma diminuição do
lucro líquido face aos 56,2 milhões registados no mesmo período
do ano passado. As vendas do último trimestre mantiveram-se
ao mesmo nível, nos 1450 milhões de dólares. Excluindo o efeito
dos provimentos do fundo de pensões nos resultados do terceiro
trimestre deste ano e do período homólogo do ano anterior, o
lucro líquido foi de 41,1 milhões e de 50,5 milhões de dólares,
respectivamente. Lawrence Weinbach, presidente e CEO da Unisys,
considerou que “é particularmente encorajador o crescimento de
dois dígitos verificado nas encomendas em resultado de uma série
de contratos assinados para a área de ‘outsourcing’ de serviços e de
infra-estruturas”.Weinbach salientou ainda o crescimento verificado
na área da consultoria e de integração de sistemas, e referiu que
o trimestre passado foi aquele que registou um maior volume de
vendas dos servidores ES7000. ●
agenda
CSICS – 2004 IEEE Compound Semiconductor
IC Symposium
Data: 24-10-2004 a 27-10-2004
Local: Monterey, Califórnia, EUA
URL: www.csics.org
ITC – International Test Conference
“Evaluating the Capabilities & Implementation Options
of On-Demand Computing”
Data: ITC Test Week 24-10-2004 a 29-10-2004; Conference and
Exhibition 26-10-2004 a 28-10-2004
Local: Charlotte, North Carolina, EUA
Contacto: Pam Wagner
E-mail: pwagner@courtesyassoc.com
URL: www.itctestweek.org
5ª Conferência da Associação Portuguesa
de Sistemas de Informação (APSI)
Data: 3-11-2004 a 5-11-2004
Local: Pavilhão de Congressos do Instituto Superior Técnico
(IST-UTL), Lisboa
E-mail: capsi@dei.ist.utl.pt
URL: capsi.dei.ist.utl.pt
IDC Enterprise Forum
“Evaluating the Capabilities & Implementation Options
of On-Demand Computing”
Data: 4-11-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
URL: www.idc.com/getdoc.jsp?containerId=IDC_P7993
ESWC - The 4th Annual European Shareware Conference
“Opening doors across Cyberspace”
Data: 6-11-2004 a 7-11-2004
Local: Estrasburgo, França
URL: www.euroconference.org
ICCAD 2004 – International Conference
on Computer Aided Design
The Premier Conference for Electronic Design Technology and
Automation
Data: ITC Test Week 7-11-2004 a 11-11-2004
Local: San Jose, Califórnia, EUA
Contacto: Nannette Jordan
E-mail: nannette@mpassociates.com
URL: www.iccad.com
BIBLIOTECAS DIGITAIS: UMA REVISÃO DE TECNOLOGIA
2º Ciclo de Seminários em Estudos de Informação e Bibliotecas
Receitas da SAP cresceram 13 por cento
A SAP anunciou, na semana passada, os resultados financeiros
preliminares relativos ao terceiro trimestre deste ano fiscal, que
terminou a 30 de Setembro, e aos primeiros nove meses do ano.
Assim, a empresa registou um aumento de 8 por cento nas receitas
totais do trimestre (1800 milhões de euros), os lucros aumentaram
12 por cento e os resultados líquidos subiram também 15 por cento.
As receitas relativas a “software” foram de 491 milhões de euros, o
que significa um aumento de 13 por cento quando comparado
com o mesmo período de 2003. Na região que engloba a Europa, a
África e o Médio Oriente o aumento foi de 24 por cento, enquanto
nos EUA foi de 6 por cento. No que se refere aos primeiros nove
meses do ano fiscal, a empresa registou um crescimento de 12 por
cento nas receitas referentes a “software”,tendo facturado 1400
milhões de euros. O total de receitas foi de 5100 milhões de dólares,
o que significa um aumento de 6 por cento quando comparado
com o mesmo período de 2003. Os resultados operacionais foram
de 1200 milhões de euros (13 por cento de crescimento) e os
resultados líquidos foram de 769 milhões de euros (17 por cento de
crescimento).●
Lucros da Plantronics subiram 37 por
cento
A Plantronics anunciou os resultados relativos ao segundo trimestre
do ano fiscal de 2005, tendo registado lucros na ordem dos 130,2
milhões de dólares, o que representa um aumento de 37 por
cento face ao período homólogo do ano anterior. Os resultados
operacionais aumentaram de 17,5 para 33,4 milhões de dólares e
nos resultados líquidos a empresa registou um aumento de 12,4
para 24,7 milhões de dólares.“Os resultados dos produtos Office e
centros de contacto foram de 86,2 milhões de dólares, 34 por cento
acima do primeiro trimestre, tendo aumentado aproximadamente
4 por cento, ou 3,4 milhões de dólares, sequencialmente. Este foi
um recorde para resultados trimestrais nesta gama de produtos”,
adiantou Ken Kannappan, presidente da Plantronics. No terceiro
trimestre do ano fiscal de 2005 a Plantronics espera obter lucros
entre os 147 e os 152 milhões de dólares, o que representará um
crescimento de 37 a 41 por cento. ●
Digitais e Gestão de Sistemas de Informação
Local: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa
(ISCTE), Lisboa
“Bibliotecas digitais: uma revisão da tecnologia”
Data: 8-11-2004
“What Canadian are Acessing on Public Library Internet
Terminals: A Transaction Log Analysis”
Data: 25-03-2005
URL: www.dct.iscte.pt/mestrados/comum/seminarios/
seminarios.2004.htm
NORCHIP 2004
Data: 8-11-2004 a 9-11-2004
Local: Oslo, Noruega
Contacto: Ivan Ring Nielsen
E-mail: irn@technodata.dk
URL: www.norchip.org
SLALP – Simpósio Latino-Americano em Aplicações
de Lógica Programável e Processadores Digitais de Sinais
em Processamento de Vídeo, Visão Computacional e
Robótica
Data: 8-11-2004 a 10-11-2004
Local: São Paulo, Brasil
E-mail: slalp@sel.eesc.sc.usp.br
URL: www.sel.eesc.usp.br/slalp/
HLDVT 2004 - IEEE International High Level Design
Validation and Test Workshop
Data: 10-11-2004 a 12-11-2004
Local: Sodoma Valley, Califórnia, EUA
Contacto: Alan J. Hu
E-mail: generalchair@hldvt.com
URL: www.hldvt.com/04/
CSI 2004 - 5ª Conferência de Sistemas de Informação
Tema: Código Seguro
Data: 25-11-2004
Local: Escola Superior de Tecnologia e Gestão – Instituto
Politécnico de Leiria
URL: www.dei.estg.ipleiria.pt/events/csi2004
IMAGINA – The 23rd International Digital Entertainment &
Interactive Content Trade Show
Data: 2-02-2005 a 5-02-2005
Local: Monte Carlo, Mónaco
Contacto: Head Office
E-mail: info@imagina.mc
URL: www.imagina.mc
S E G U N D A - F E I R A . 2 5 . O U T U B R O . 2 0 0 4
da.net
Anacom volta a insistir
no ADSL a 2 Mbps
Depois de ter comunicado, no final de Agosto, numa
decisão preliminar, que a PT Comunicações deveria
introduzir a classe de velocidade de 2 Mbps nos seus
serviços de acesso à Internet de banda larga por
ADSL, a Anacom vem agora confirmar a deliberação
e exigir à operadora incumbente que introduza na
sua oferta grossista este serviço para os operadores
seus concorrentes. A PT Comunicações viria a assumir,
face à decisão da Anacom, a posição de que o
mercado ainda não estava preparado para esta classe
velocidade, propondo uma oferta grossista que não
ia além de 1 Mbps. A Anacom contesta, porém, esta
análise com o facto de a TV Cabo ter avançado com
um serviço de 2 Mbps (que se encontra suspenso) e
com o surgimento, no mercado, de outros serviços
de velocidade equivalente ou superior. A deliberação,
publicada na passada sexta-feira passada (dia 22),
introduz também algumas alterações ao modelo
de relação entre a PT Comunicações e os restantes
fornecedores de acesso à Internet (os chamados
ISP) que usam a sua rede fixa para serviços de ADSL,
nomeadamente em termos de agregação de tráfego e
de condições e preços de acesso. ●
Nokia anuncia cooperação com
Hotsip para serviços de Internet
A Nokia , a empresa finlandesa que é o maior
fabricante mundial de telemóveis e um dos maiores
fornecedores de equipamentos de infra-estruturas
para telecomunicações móveis, anunciou na passada
quinta-feira a um acordo de cooperação com a Hotsip
(que desenvolve aplicações para infra-estruturas e
comunicações multimédia) no sentido de colaborarem
na área dos serviços multimédia pela Internet. Em
comunicado, a Nokia adiantou que passará a fornecer
aplicações da Hotsip na sua oferta de redes para
operadores de telecomunicações. A Nokia explicou
ainda que as aplicações da Hotsip possibilitam
novos serviços multimédia entre computadores
pessoais ligados à Internet por rede fixa e telefones
móveis, permitindo a convergência entre diferentes
equipamentos e tecnologias de acesso. A Hotsip,
fundada em 1999 e com sede em Estocolmo, na
Suécia, fornece ainda soluções tecnológicas para
operadores de rede fixa, de telefonia móvel e
fornecedores de acesso à Internet por banda larga. ●
Câmara da Horta instala acesso
gratuito à Internet sem fios
A Câmara Municipal da Horta, nos Açores, está a
instalar uma rede na cidade da ilha do Faial para
permitir aos munícipes o acesso gratuito à Internet
sem fios — anunciou no passado dia 20 o presidente
da autarquia. O projecto, pioneiro em Portugal,
visa facilitar o acesso de todos os cidadãos à Net a
custo zero e “sem necessidade da tradicional ligação
fixa”, disse João Fernando Castro, em declarações à
agência Lusa. “É chamada a rede de ‘Wi-Fi’, através da
qual as pessoas podem aceder à Internet com o seu
equipamento informático a partir do carro, de casa e
do trabalho, de uma forma que a Câmara pretende que
seja gratuita.”. Para isso, a autarquia vai instalar vários
na cidade pontos de acesso sem fios à Internet. O
primeiro ponto de acesso gratuito já está a funcionar, a
título experimental, no interior dos Paços do Concelho,
permitindo apenas o acesso interno. Segundo João
Castro, esta iniciativa propõe-se estimular o uso da Web
pelo maior número de munícipes, sobretudo entre os
jovens com a cobertura das infra-estruturas escolares.
As antenas que disponibilizam o acesso sem fios
proporcionarão também o acesso sem custos adicionais
a grande percentagem de habitantes da ilha, que vive
ou trabalha na cidade — bastando-lhes equipar os seus
computadores com uma pequena antena receptora do
sinal Wi-Fi. ●
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FRESH DOWNLOAD 7.1

Ainda e sempre as cópias

de ficheiros da Net
A
CÓPIA RÁPIDA e eficaz
de ficheiros tem sido,
nos últimos anos, uma
aspiração dos milhões
de utilizadores da
Internet. Por isso, várias empresas
apresentaram já diversas soluções
para resolver o problema. Desde o
restabelecimento de processos de
cópia interrompidos pela queda
da conexão até à repartição de
ficheiros de grande extensão em
vários minificheiros, tudo tem
sido tentado para reduzir custos e
trabalho ao utilizador final — pois
isso também provoca um aumento
exagerado da conta de telefone ou
de custos de acesso à Internet.
O grande problema é que,
muitas vezes, os ficheiros
demoram muito tempo a copiar,
a ligação está sempre a cair e
conseguir um simples programa
com alguns megabytes pode
significar algumas horas perdidas
e não poucos euros a mais em
custos de comunicações. Daí que
a empresa Fresh Devices tenha
vindo a promover o seu Fresh
Download, um programa que
permite melhorar a velocidade
e o processamento da cópia de
ficheiros da Internet.
Qualquer que seja a conexão
do utilizador à Internet — desde
a simples ligação telefónica (o
chamado “dial up”) à banda larga
com ADSL ou cabo
—, o Fresh Download NUNO BERNARDO
certifica-se de que
será usada toda a largura de
banda. Os “downloads” difíceis e
lentos, que normalmente demoram
muito tempo, são processados
com facilidade, reduzindo drasti-
camente o tempo necessário à
operação. E como o programa
pode ser configurado para ocupar
uma largura de banda específica,
poder-se-á navegar na Web en-
quanto, em segundo plano, se co-
pia os ficheiros seleccionados.
O conceito deste utilitário é
bastante simples: o programa
reparte o ficheiro a obter em
vários “peças” e copia-os simulta-
neamente, aproveitando toda a
largura de banda da ligação à
Internet. No limite, o programa
pode desdobrar em 10 partes um
único ficheiro de 20 MB — uma
demonstração de um jogo ou
uma aplicação de “shareware”
disponível para cópia —, cada uma
delas contendo apenas 2 MB. Desta
forma, o computador poderá copiar,
simultaneamente as diferentes
partes do “ficheiro”, aproveitando
toda a largura de banda disponível
e reduzindo assim o tempo neces-
sário ao processo.
Se a ligação for interrompida ou
estiver demasiado lenta, algumas
partes do ficheiro poderão ser
copiadas posteriormente, quando
as condições forem
mais favoráveis ou a
ligação estiver mais
rápida. O Fresh Download é
compatível com os PC equipados
com os Windows 95/98/ME, o
Windows NT 4.0, os Windows
2000 e XP, oferecendo uma inte-
gração directa com o sistema
operativo e uma interface simples
(do tipo Explorador do Windows)
para que o utilizador possa iden-
tificar e organizar os ficheiros a
copiar, arquivando-os por temas
e assuntos.
Adicionar um ficheiro ou um
programa para copiar é também
um processo muito simples. A
partir do “browser” da Web, o uti-
lizador só terá de dar um clique
com o botão do lado direito do rato
e adicionar este ficheiro à lista de
documentos a copiar. O programa
oferece suporte para a grande
maioria dos “browsers” disponíveis
no mercado para os sistemas
operativos Windows: Internet Ex-
plorer, Mozilla Firefox, Netscape
Communicator e Opera. Outra das
funcionalidades mais interessantes
do Fresh Download é o modo de
pré-visualização de arquivos .zip,
que permite ao utilizador ver o
conteúdo do ficheiro antes de o
copiar para o seu computador.
Um arquivo de contas permite
ao programa aceder a sítios e
servidores da rede protegidos
por “password”, de forma a que
este entre de forma automática
nestes serviços e possa copiar
os ficheiros pretendidos. Por
outro lado, o Fresh Download
garante a compatibilidade com
redes empresariais, suportando
acessos à Internet através de
servidores de “proxy”, não exigindo
ligações directas à Internet. Isto
significará, que caso o servidor
“proxy” seja usado por muitos
utilizadores, alguns dos programas
mais populares possam ser co-
piados ainda mais rapidamente.
O Fresh Download oferece ainda
um programador temporal, que
permite definir os horários mais
favoráveis — mais económicos —
para realizar a cópia dos ficheiros.
Por exemplo, durante o dia, o
utilizador identifica uma dezena ou
mais de programas ou de ficheiros
que pretende obter da Internet,
introduz os endereços dos
servidores onde os progra-
mas se encontram e o Fresh
Download encarrega-se de
copiá-los para o seu PC
durante a noite, em horário
mais económico. Para
garantir ainda melhores
resultados, o programa
oferece um dispositivo de
pesquisa de ficheiros que
lhe permite identificar qual
o servidor com melhores
ligações — logo garantindo
melhores “performances”,
de onde poderá obter o
ficheiro pretendido.
O Fresh Download (http:
//www.freshdevices.com/)
é um produto maduro e
que conquistou já milhares
de utilizadores em todo o
mundo. Este é um dos pro-
gramas mais populares na
sua categoria, recebendo
as melhores críticas tanto
de utilizadores como da
imprensa especializada. O con-
ceito é bastante interessante
e, na prática, melhora signifi-
cativamente o processo de cópia
de ficheiros da Internet. A versão
registada do programa poderá
ser adquirida por cerca de 30
euros, um dos preços mais altos
da concorrência. Mas ele poderá
tornar-se numa opção rentável
caso a ligação à Internet seja
taxada pelo tempo de conexão
e habitualmente se faça muitas
cópias de ficheiros da Net. ●
Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
Luis Carlos Amaro/
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IVA à taxa legal em vigor.

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 JOGOS
‘ROME: TOTAL WAR’, ‘WARHAMMER 40000, ‘CHAOS LEAGUE’, ‘RISE OF NATIONS’, ‘AGAINST ROME’ E ‘BATTLE FOR TROY’
Novas estratégias clássicas
A
PRIMEIRA METADE DESTE
ANOnão mostrou grande
chama no que toca a
jogos de estratégia, numa
espécie de ressaca do bom
ano de 2003. Mas, com o aproximar
do Natal, os amantes de mais acção
mental que física voltam a ter
motivos para sorrir.
O muito aguardado MIGUEL
“Rome: Total War”
confirma a expectativa e merece o
título de indispensável, bem como a
expansão de “Rise of Nations”. Mas a
originalidade de “Chaos League” e a
criatividade de “Warhammer 40000:
Dawn of War” não deixam ninguém
indiferente.
“Rome: Total War” é daqueles
casos felizes em que se pode dizer
que saiu melhor que a encomenda. E
quando a encomenda já era grande e
ambiciosa, mais motivos temos para
sorrir. O terceiro jogo da série “Total
War” pode mesmo ser considerado
o melhor. Abarcando um período
histórico de 300 anos do Império
Romano, este jogo de estratégia em
tempo real — “real time strategy”
(RTS) — é impressionante em todos
os aspectos. Graficamente poderoso e
com banda sonora a condizer, deixa
qualquer um de queixo caído a ver
as movimentações de exércitos com
dezenas de milhares de unidades.
Por outro lado, a evolução ao longo
do tempo, não como personagem
único mas como membro de uma casa
nobre que vai passando pelos séculos,
oferece uma perspectiva histórica
riquíssima.
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O mesmo acontece com a
componente política, sempre difícil de
simular e muito poucas vezes presente
nos jogos, que aqui é fundamental
para a vertente de gestão — também
ela longe de minimalismos de outras
propostas. Apesar de complexo, não
é difícil começar a jogar “Rome:
Total War” mas, quanto
CRESPO a triunfar, já o desafio
é bastante maior. Jogo
completo, variado e aliciante, é um
épico em todos os sentidos do termo.
Uma excelente surpresa é o que
nos oferece o novo jogo da série
“Warhammer 40000”, importada dos
tabuleiros para o PC. Desta vez, com
“Dawn of War”, temos um RTS com
tudo o que é preciso para triunfar. Para
começar, pode dizer-se que nunca o
universo mitológico de “Warhammer”
foi tão bem representado. As quatro
raças são de uma impressionante
riqueza de pormenor, só sendo pena
que a campanha seja baseada apenas
nos Space Marines, ficando os outros
povos para os modos alternativos.
Graficamente, o jogo mostra um 3D
muito detalhado e impressionante, o
que contribui para o ambiente.
Em termos de jogabilidade, o
nível de pormenor é elevado, com as
unidades a terem dados diferenciados
para combate à distância ou corpo a
corpo, com a gestão a ser feita a nível
de dois recursos (um construtível e o
outro conquistável), da constituição
das forças — sendo o equilíbrio difícil,
pois há vantagens e desvantagens
para cada tipo de unidade — e,
claro, das estratégias de ataque e
 JOGOS

Título “Rome: Total War”

defesa. Neste ponto de destacar o
surgir do conceito de cobertura, o que
possibilita que unidades “cobertas”
aumentem o seu poder defensivo. O
único ponto negativo acaba por ser o
tempo de jogo, pois a campanha toda
dura poucas horas.
Já não é novidade mas ainda vale
a pena falar da expansão para “Rise of
Nations”, o grande épico de estratégia
em tempo real da Microsoft. “Thrones
and Patriots” acrescenta seis nações
às 18 iniciais, mantendo a mecânica
de RTS misturada com turnos, a
interface impressionante e inúmeras
opções de jogo. Nas novas campanhas,
o jogador vê passar a História diante
dos seus olhos, mantendo uma
variedade que nenhum outro jogo
até hoje foi capaz de oferecer, das
conquistas de Alexandre ou Napoleão
à descoberta da América e à “guerra
fria”. Ou seja, esta expansão não é
apenas mais do mesmo — mas muito
mais do mesmo. O que era difícil, mas
foi ultrapassado.
“Chaos League” é, no mínimo
original, ao misturar o contraditório,
ou seja, o RTS com o desporto (sim, é
verdade) e ainda lhe dar os pozinhos
a RPG da moda. É raro a mistura
de vários géneros dar resultados
tão interessantes e muito mais que
resulte de forma tão curiosa como
inesperada. O ambiente é de magia
e mitologia, o cenário de râguebi ou
futebol americano, com o objectivo de
chegar à linha adversária e marcar
ponto. Definir estratégias, perceber
as diferentes raças e unidades, pensar
e agir depressa fazem de “Chaos
Estilo Estratégia 9
/10
dica
Plataforma PC
Produtor Activision Criar várias pastas
Distribuidor Ecofilmes
Edição Outubro 2004 simultaneamente
Título “Warhammer Já há muito tempo que é bastante fácil criar
40000 Dawn 8
/10 pastas dentro do Windows, tanto no Explorador
of War” do Windows como no Ambiente de Trabalho.
Estilo Estratégia Em qualquer dos casos, basta usar um menu de
Plataforma PC contexto — ou seja, dando um clique com o botão
Produtor THQ direito do rato sobre a área onde se pretende
Distribuidor Ecofilmes criar a pasta — e depois escolhendo o comando
Edição Outubro 2004 Novo/Pasta. Surge, então, uma pasta com o
nome seleccionado (que, por omissão, se chama
Título “Rise of Nations simplesmente “Nova pasta”) de modo a poder
Thrones 9
/10 alterá-lo logo de seguida sem ser preciso mais
and Patriots” nenhum passo. Dentro do Explorador do Windows,
Estilo Estratégia ainda se pode escolher o mesmo comando Novo/
Plataforma PC Pasta no menu Ficheiro.
Produtor Microsoft Este método é bastante simples mas, se se
Distribuidor Microsoft
pretender criar várias pastas de uma só vez
Edição Julho 2004
dentro de outra pasta, o processo pode-se tornar
especialmente demorado. Mas há uma alternativa,
Título “Chaos League”
Estilo Estratégia 8
/10
utilizando a Linha de Comandos e o comando
Mkdir. Este comando, que também se pode
-Desporto
Plataforma PC escrever simplesmente como “md”, permite fazê-lo.
Produtor Digital Jesters O processo é bastante simples: primeiro, abre-se
Distribuidor PlayGames a Linha de Comandos clicando no botão Iniciar,
Edição Setembro 2004 escolhendo a seguir Todos os Programas, depois
Acessórios e, dentro deste submenu, clicando em
Título “Against Rome” Linha de Comandos.
Estilo Estratégia 6
/10 Aberta a Linha de Comandos, “navegamos”
Plataforma PC para a pasta onde se quer criar as outras pastas
Produtor JoWood — usando o comando Change Directory (“cd”).
Distribuidor PlayGames Por omissão, o Windows abre aquela na pasta
Edição Setembro 2004 do utilizador dentro da pasta Documents and
Settings. Para mudar de pasta dentro da Linha
Título “Battle For Troy” de Comandos, basta escrever “cd [nome da
Estilo Estratégia 5
/10 pasta]” se ela estiver dentro da pasta em que
Plataforma PC aquela abriu, ou então “cd[caminho da pasta]”
Produtor THQ e carregar em Enter. “Caminho da pasta” é a
Distribuidor Ecofilmes sequência das pastas desde a raiz do disco até à
Edição Julho 2004 pasta pretendida com os nomes simplesmente
separados por uma barra do tipo “”.
Se a pasta estiver num disco diferente, primeiro
muda-se de disco e depois de pasta. Para
League” um experiência original e mudar de disco, escreve-se a respectiva letra
muito interessante, com a vantagem
identificadora com dois pontos à frente e carrega-
de haver uma apurada inteligência
artificial (IA) a aumentar o desafio. se em Enter. Por exemplo, “e:” para mudar para o
“Against Rome” tenta fugir dos disco E. A seguir, o processo é igual ao anterior
temas mais comuns mas vai até às como se pode ver na imagem.
invasões do Império Romano pelos Estando dentro da pasta escolhida, se se pretender
bárbaros e põe o jogador do lado dos criar doze pastas — tantas quantos os meses do
bardos. Desta forma, podemos ser
um celta, um huno ou um teutão e
enfrentar “colegas” ou o todo poderoso
império. A campanha propõe 25
missões — mas há ainda batalhas
históricas para recriar ou o jogo livre,
além da alternativa multijogador.
O uso do arcaico 2D não ajuda a
cativar e inovação é coisa que este
jogo de mecânica clássica quase não
tem. Apesar de não haver falhas,
está demasiado “demodé” e tem
dificuldades em agarrar o jogador.
“Battle For Troy”, aproveitando
a boleia do filme homónimo, é um
jogo, no mínimo, atípico. Sendo um
RTS clássico, propõe oito missões no
ambiente da Tróia mitológica e tem
uma dezena de tipos de unidades,
desde soldados a esqueletos ou
ciclopes. A parte de gestão quase não
existe e, portanto, tudo se centra no ano —, dentro de uma pasta chamada “2005”, por
combate. Ora se até aqui tudo soa exemplo, escreve-se o seguinte comando: “md
a “déjà vu”, quando a jogabilidade janeiro fevereiro março abril maio junho julho
é afectada por dificuldades em agosto setembro outubro novembro dezembro”;
“apanhar” as unidades, criar depois, carrega-se em Enter.
formações ou até mesmo conseguir Para verificar se as pastas foram todas criadas,
pôr a acção dentro do ecrã, o jogo
pode-se escrever a seguir o comando “dir”, que faz
perde ainda mais interesse. Como
o grafismo não se destaca da a listagem do conteúdo da pasta “2005”, como se
média e nem sequer há opções de pode ver na imagem. ● JOSÉ DOUTIL
multijogador, este é um jogo só para
fãs incondicionais da história. ●

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