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À G∴ do G∴ A∴ D∴ U∴

A∴ R∴ L∴ M∴ Bandeirantes, 103

Razões, propósitos e fim último da Maçonaria


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Irm∴ Octaviano du Pin Galvão Neto, M∴ M∴


Cad. No. 52.103

setembro.2016
Razões, propósitos e fim último da Maçonaria M∴ M∴ Octaviano Galvão Neto

S∴
S∴ S∴

Desde o primeiro momento após a nossa Iniciação, torna-se um grande desafio até
mesmo para os IIrm∴ mais dedicados e interessados dentre nós, uma compreensão
clara e abrangente dos reais propósitos de nossa Subl∴ Ord∴, em complemento ao
que nos é dado conhecer na bibliografia genérica e nos rituais de instruções dos GGr∴
SSimb∴; da mesma forma como também o é descobrirmos qual será, de fato, o
nosso real papel na sociedade profana na qualidade de Maçons.
O conceito de que somos CONSTRUTORES SOCIAIS nos é ‘vendido’ reiteradamente,
em nossas sessões ritualísticas, servindo-se das instruções, símbolos e alegorias,
porém, de uma forma velada, envolta em afirmações pouco concretas e afirmativas.

Assim, busquei um texto que desse significado mais palpável e concreto a tal
afirmação. Dentre todos os que encontrei, o que me pareceu mais abrangente e
elucidativo da razão e da prática maçônica foi o do Ir∴ Armando Ettore do Valle em
sua obra ‘Administração e Liderança nas Lojas Simbólicas’ (grifos meus):
“A Maçonaria é uma instituição essencialmente iniciática, filosófica, filantrópica, progressista e
evolucionista. Proclama a prevalência do espírito sobre a matéria.
Pugna pelo aperfeiçoamento moral, intelectual e social da Humanidade, por meio do
cumprimento inflexível do dever, da prática desinteressada da beneficência e da investigação
constante da Verdade.
Seus fins supremos são a Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade.
Condena a exploração do homem, os privilégios e as regalias, mas enaltece o mérito da
Inteligência e da virtude, e o valor demonstrado à Humanidade, à Pátria e à Ordem.
Afirma que o sectarismo político, religioso ou racial é incompatível com a universalidade do
Espírito Maçônico. Combate a ignorância, a superstição e a tirania.
Proclama que (todos) os homens são livres e iguais em direitos, e que a tolerância constitui
o princípio cardeal das relações humanas, para que sejam respeitadas as convicções e a
dignidade individuais.
Defende a plena liberdade de expressão do pensamento como direito fundamental do ser
humano, admitida à correlata responsabilidade.
Reconhece o trabalho como dever social e direito inalienável, julga-o dignificante e nobre
sobre quaisquer de suas formas.
Considera Irmãos todos os maçons, quaisquer que sejam suas raças, nacionalidades, convicções
ou crenças. Sustenta que os maçons têm os seguintes deveres essenciais: amor à família,
fidelidade e devotamento à Pátria, e obediência à Lei.
Determina que os maçons estendam e liberalizem os laços fraternais que os unem a todos os
homens esparsos pela superfície da Terra.
Recomenda a divulgação de sua doutrina pelo exemplo e pela palavra, e combate
terminantemente o recurso à força e à violência para a consecução de seus objetivos.
Adota sinais e emblemas de elevada significação simbólica, que são utilizados em suas oficinas
e que servem para que os maçons se reconheçam e auxiliem onde quer que se encontrem.”

2/8 setembro/2016
Razões, propósitos e fim último da Maçonaria M∴ M∴ Octaviano Galvão Neto

Em outro texto, entretanto, descobri uma última e valiosa complementação:


“A Maçonaria tem por objetivo a Harmonia, a Fortuna, o Progresso e o Bem-Estar da Família
Humana em geral e de cada homem, individualmente. Com tais princípios, é seu dever
trabalhar sem descanso e com firmeza até alcançar tal finalidade, única finalidade que é
digna dela”.

Comparando a Maçonaria concebida no passado com a que praticamos hoje, é bem


provável que fiquemos frustrados; pois, reconheçamos, estamos longe de tais ideais,
muito embora ainda os relacionemos e os exaltemos como nossos princípios básicos.
Na teoria ela pode não ter mudado, mas na prática, tanto a instituição, quanto seus
adeptos, certamente que sim, e com o desafio de uma pretendida evolução; o que
nos obriga a uma revisão de propósitos para um amanhã mais promissor.
Notemos, porém, que já no momento que antecede a nossa iniciação maçônica
– quando ainda na Câmara de Reflexões - a Veneranda Ordem nos coloca diante de
nossa mortalidade e consequentemente de elevação espiritual, para que atinjamos o
que deverá ser o nosso maior objetivo e desafio, confrontando-nos com a acrônimo
V.I.T.R.I.O.L, cujo significado, naquele instante, ainda não conhecíamos.
V.I.T.R.I.O.L., do latim "Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum
Lapidem", que se traduz por: “Visita o Centro da Terra, Retificando-te, encontrarás a
Pedra Oculta (ou Filosofal)”, filosoficamente significa: “Visita o Teu Interior,
Purificando-te, Encontrarás o Teu Eu Oculto, ou, a Essência da tua Alma Humana". É
o símbolo universal da constante busca do homem para melhorar a si mesmo e a
sociedade em geral, para, através da Equidade e da Liberdade, alcançar a Igualdade e a
Fraternidade, tendo por única finalidade alcançar a Justiça Social, aquilo ao que nos
referimos como “fazer feliz a humanidade”.
Portanto, desde o início de nossa jornada formal, não nos deixemos enganar:
A Justiça Social é, sim, o fim último da Maçonaria, pois ela e somente ela dá,
por direito, o que a Caridade e a Filantropa dão por Compaixão.
Para os místicos, V.I.T.R.I.O.L. é o termo mais misterioso e secreto que se conhece, a
verdadeira palavra-passe ou o ‘abre-te Sésamo’ para o ‘Mundo Oculto dos Deuses’,
dos ‘Homens Semideuses’, é a Pedra Filosofal da Maçonaria.
Pedra Oculta ou Filosofal é uma expressão que vem da Idade Média e era usada
pelos alquimistas. Eles acreditavam que ela era uma matéria com o poder de
transformar todos os metais em ouro ou prata, a panaceia universal, remédio para
curar todas as doenças, o elixir de longa vida que garantiria a longevidade do
homem. Histórias sobre a Pedra Filosofal são encontradas desde ano 300 d. C.
O V.I.T.R.I.O.L. e a Justiça Social são, na verdade, o nosso Alfa e o nosso Ômega,
a nossa razão de ser e de existir como Maçons.
Como os IIrm∴ perceberão, ao longo de suas futuras iniciações, no polir de suas
pedras brutas, chegará um momento que compreenderemos que tudo o que no cabe
almejar não são bens materiais, auxílio, favorecimentos pessoais, ou mero sentimento
de fraternidade maçônica.

3/8 setembro/2016
Razões, propósitos e fim último da Maçonaria M∴ M∴ Octaviano Galvão Neto

Não, nada disso. A Maçonaria espera que seus membros desejem se dedicar
ardentemente pelo direito comum à EQUIDADE e ao LIVRE ARBÍTRIO, à JUSTIÇA
enfim, pois declara e reconhece que eles são fundamentais para que a humanidade
possa alcançar o bem estar social necessário que a levará à verdadeira fraternidade !
Mas a que tipo exatamente de Justiça é que me refiro?
Uma que nos permita sermos aceitos como somos, com nossas crenças, qualidades e
defeitos, virtudes e asperezas. A de sermos tratados com equidade, latu senso, para
termos a liberdade e a possibilidade de vivermos em paz e em harmonia, e de
evoluirmos como e quanto desejarmos.
Infelizmente, os que têm e exercem o poder, em todas as suas formas e facetas, ao
longo dos séculos, não nos reconhecem a todos como seus semelhantes e nos
negam esses direitos fundamentais. E, assim, nos obrigam lutar por eles, muitas vezes
com o risco de nossas próprias vidas.
Homens como o pensador italiano Giordano Bruno (1548 1600), o cientista
Galileo Galilei (1564 1642) ou o filósofo racionalista holandês Baruch Spinoza,
(1632 1677) para dar alguns poucos exemplos, foram condenados, alguns
queimados vivos, ou forçados a abjurar às suas crenças, vítimas da intolerância, da
tirania e da ignorância de suas épocas, quando buscar o ‘Conhecimento’ fora das
‘razões’ da Santa Madre Igreja era considerado crime pela Inquisição.
São páginas trágicas da história da humanidade, é verdade; entretanto, nos servem
para uma reflexão sobre uma face da tirania, da intolerância e do preconceito e de
suas consequências para a humanidade, pois continuam tão presentes em nossos
dias como nos negros dias medievais, pois são os nossos inimigos interiores.
Note-se que, dentre os vícios humanos, é a Intolerância - em toda e qualquer de suas
formas - o que mais dificulta a nossa convivência, tornando-se o grande obstáculo a
ser vencido na busca de nossa evolução. E, para evoluir, necessitamos do concurso
de nossos semelhantes em todo o curso de nossas vidas. Sem o direito de acesso ao
conhecimento, para sabermos a conviver com os nossos semelhantes, não há
qualquer chance de evolução; permaneceremos escravos de nossa ignorância.
A intolerância, entretanto, é um sentimento que nasce da falta de respeito ao outro,
às suas ideias e necessidades; ela advém dos preconceitos, da inflexibilidade, da
dureza de juízo e do desejo de impor as ‘nossas verdades’ aos outros.
Somos muitos os que temos dificuldade de conviver e de aceitarmos as ideias que
não coincidem com as nossas, isto porque – desde tenra idade - somos educados
numa rigidez comportamental que nos impede compreender que há outras formas
de pensar, de sentir e de viver a vida; sem compreendermos que os que divergem de
nossas ideias não são nossos opositores, inimigos ou homens de menor valia.
Entenda-se que a tolerância não nos obriga a suportarmos o insuportável. Ela apenas
nos permite respeitar e sermos respeitados, colocando-nos no lugar ‘do outro’,
abrindo espaços para um ambiente de convivência pacífica - baseada no respeito
mútuo - que, por fim, nos conduzirá à convergência e nos trará a luz.

4/8 setembro/2016
Razões, propósitos e fim último da Maçonaria M∴ M∴ Octaviano Galvão Neto

A intolerância, por outro lado, nos leva ao preconceito e ao erro, por não admitir
oposição e a não reconhecer ‘o outro’ apenas porque divergimos dele, no ser, no
pensar e no agir, o que, por fim, é antiético.

Respeito, acima de tudo, é a pedra angular na relação humana;


sem ele nenhuma relação é possível, nem caminha para se viabilizar.

O intolerante não apenas desrespeita, mas vê no diferente um inimigo, sem


aperceber-se que as diferenças podem ser construtivas, pois que nos incitam a
pensar, a colaborar, a refletir sobre nossos pontos de vista e, muitas vezes, a
descobrir os nossos erros.

Os que impõem, os impostores, estão aí, como naqueles negros dias medievais; nos
governos, nas empresas e nas mais diversas instituições. E em nossas próprias mentes,
onde pensamentos cristalizados e retrógrados nos encarceram, presos a uma rigidez
que nos afasta de nós mesmos e de nossos semelhantes, impedindo-nos de evoluir.
E claro, encontram-se, também, em nossa Veneranda Ordem.
Compreendermos e reconhecermos humildemente esta realidade em nós próprios e
trabalharmos com afinco para mitigarmos este tipo de comportamento abre caminho
para nos livrarmos deste comportamento que equivale ao obscurantismo medieval.
Reeducarmo-nos, nós maçons, para que eduquemos os mais jovens para um mundo
sem preconceitos e para que cultivem a flexibilidade psicológica - pois creio que ideias
apenas por serem antagônicas não ferem os princípios básicos de uma convivência
humana harmônica - nos possibilitará incutir nos educandos a tolerância que lhes
permitirá respeitar seus semelhantes; para assim também serem respeitados.

A tolerância tem sua aplicabilidade dentro de limites bem definidos. Sua ausência
implica na falta de sentimentos, de solidariedade e de compreensão. Seu excesso,
ingenuidade e conivência. Ela não significa fraqueza, nem passividade. Tolerar é
compreender, é ponderar e acatar opiniões divergentes, mas antes de tudo, é
respeitar, pois cada um de nós é fruto de um juízo e de uma história muito pessoais.
A intolerância é própria do despotismo, da ditadura pela força ou pela ideologia e
também do totalitarismo, estes sim intoleráveis, principalmente por nós, MMaç∴.

Nenhuma verdade se impõe; pois elas se mostram como um resultado para quem
delas se aproxima pela cultura em que se desenvolve, pelo momento em que se
apresentam, pelo esforço, estudo, e observação individuais; tornando-se algo que se
mostra mais como uma grande esperança aninhada no coração, do que uma certeza.
Cada pequeno conhecimento é um fragmento de verdade que, unido a outros, vai
dando o sentido da realidade. A tolerância se apresenta, pois, como conhecimento,
virtude, pensamento, escudo protetor, chave mágica para a inteligência, e deve ser
conquistada através do esforço diário para compreender e aceitar opiniões
divergentes, dentro do espírito de que sempre há como se conciliar posições.

5/8 setembro/2016
Razões, propósitos e fim último da Maçonaria M∴ M∴ Octaviano Galvão Neto

O que fazer, então, diante da crise de falta de respeito e de intolerância generalizados


como a que a humanidade ora enfrenta e que já se transforma em crise sistêmica,
atingindo todos os segmentos sociais através de seus traços mais destrutivos?
É notório que o intolerante modelo social montado desde os primórdios da
modernidade, assentado na exacerbação do ‘eu’ e na conquista do mundo, em face
da acumulação privada de riqueza, não pode mais ser levado avante.

Apenas os deslumbrados com a teoria do crescimento pelo crescimento, sustentado


pelo lucro privado e pela evolução tecnológica como meta maior acreditam que ele
signifique a racionalização de algo que representa o irracional.
Percebe-se hoje, claramente, que não podemos crescer indefinidamente porque o
planeta simplesmente não mais suporta e já nem mesmo há demanda suficiente.
Este modelo não deu certo, pelas perversidades sociais e ambientais que produziu.
Por isso, é intolerável que esta nos seja imposta como a única forma de produzir,
como ainda querem alguns membros do G20, ou seja, sempre mais e mais em alta
escala, desrespeitando tudo e a todos.

A situação emerge ainda mais grave ainda quando este sistema vem apontado como
o principal causador da crise ambiental generalizada, culminando com o aquecimento
global. A perpetuação de tal paradigma de produção e de consumo pode, no limite,
comprometer o futuro da biosfera e a existência da espécie humana sobre o planeta.
Como mudar de rumo? Certamente esta é uma tarefa muito complexa; mas é
necessário começarmos a partir de algum ponto. Antes de tudo, percebendo a
necessidade de mudança de nossa forma de olhar a realidade, olhar este subjacente
à atual sociedade de mercado, para enxergarmos a enorme perversidade do modelo
neoliberal exacerbado do capitalismo como está posto em nossos tempos.
A perversidade capitalista foi inicialmente bem expressa pelo pai fundador da
economia política moderna Adam Smith (1723 1790), economista, filósofo,
professor de ética em Glasgow. Observando a sociedade, dizia que ela é um
conjunto de indivíduos egoístas, cada qual procurando para si o melhor. De forma
pessimista, ele acreditava que esse dado é tão arraigado que não pode ser mudado
e, portanto, hoje só nos resta tentar moderá-lo criando um mercado no qual todos
competem com seus produtos e serviços, equilibrando assim os impulsos egoístas.

O outro dado a ser considerado é o que advém do darwinismo social raso. Somos
doutrinados para assumir como natural, sem maiores questionamentos, a tese de
Darwin, de que no processo da evolução das espécies sobrevive apenas o mais forte
e o mais apto a adaptar-se.
Por exemplo, na economia de mercado, diz-se que os fracos serão sempre engolidos
pelos mais fortes, e que é bom que assim seja; caso contrário a fluidez das trocas
ficaria prejudicada. A meu ver, um raciocínio e uma ideia absurdamente amorais !!!

6/8 setembro/2016
Razões, propósitos e fim último da Maçonaria M∴ M∴ Octaviano Galvão Neto

Há que se entender corretamente a teoria de Smith, pois ele não a tirou do éter, viu-a
na prática selvagem do capitalismo inglês nascente à sua época, que ele traduziu em
teoria em sua famosa obra: "Uma investigação sobre a natureza e as causas da
riqueza das nações" (1776), justificando-a. À época, havia um processo perverso de
acumulação individual e de exploração desumana da mão de obra.
Atualmente não é diferente. Transcrevo alguns dados já conhecidos de alguns, mas
não de todos: as três pessoas mais ricas do mundo possuem ativos superiores a
toda a riqueza dos 48 países mais pobres onde vivem 600 milhões de pessoas; 257
pessoas somente acumulam mais riqueza do que 2,8 bilhões de pessoas, o que
equivale a 45% da humanidade; o 1% mais rico do planeta reúne mais riquezas que
os 99% restantes. O resultado é que mais de um bilhão de seres humanos passa
fome e 2,5 bilhões vivem abaixo da linha da pobreza.

No Brasil, apenas cinco mil famílias possuem 46% da riqueza nacional e os 3% mais
ricos detém mais riqueza que os 97% restante.
O nos que dizem tais dados, senão expressar um egoísmo aterrador?
Adam Smith, preocupado com esta barbárie e na qualidade de professor de ética,
acreditava que o mercado, qual mão invisível, poderia controlar os egoísmos e
garantir o bem estar de todos. Pura ilusão, sempre desmentida pelos fatos durante
mais de dois séculos.

Ele falhou em sua teoria porque foi reducionista: manteve seu olhar somente no
egoísmo, que existe, é claro, mas que pode ser limitado, exatamente pelo que ele
omitiu: pela cooperação, pela solidariedade e por consequência, pela fraternidade,
elementos essenciais à sobrevivência do ser humano, frutos do respeito e da
tolerância e que aparecem como nó-de-relações sociais.

Somente sobrevivem dentro de relações de reciprocidade os que limitam o egoísmo.


É verdade que egoísmo e altruísmo convivem dentro de nós, mas quando o altruísmo
não prevalece, surgem inúmeras perversões como se nota nas sociedades modernas
assentadas na inflação do ‘eu’ e no enfraquecimento da cooperação.
Tal egoísmo coletivo faz com que terminemos sendo, mesmo inadvertidamente,
inimigos uns dos outros.

Mudar de rumo? Sim, é a única alternativa. Mas na direção do ‘nós’, da cooperação


de todos com todos e na solidariedade universal e não do ‘eu’, que exclui.
Através do altruísmo e da compaixão não deixemos que os fracos sejam vítimas da
seleção natural. É do nosso dever interferir, cuidando para que todos possam ter
condições dignas para viver, para que continuem entre nós como iguais; pois, cada
ser humano é muito mais do que um mero produtor ou consumidor de bens
materiais e de recursos naturais.

Até prova em contrário, somos seres únicos no Universo, portadores de uma


mensagem a ser espalhada e a ser ouvida, a de que somos todos membros da
grande família humana, frutos da mesma energia primeva, da Mônada.

7/8 setembro/2016
Razões, propósitos e fim último da Maçonaria M∴ M∴ Octaviano Galvão Neto

Esta não é uma questão apenas de política ou social, mas de ética humanitária, feita
da solidariedade e da compaixão que devem resultar na Justiça Social.

Lembro o grande brasileiro Paulo Freire que dizia: “Quem, melhor que os oprimidos, se
encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora?
Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir
compreendendo a necessidade da libertação? Libertação a que não chegarão pelo
acaso, mas pela práxis de sua busca; pelo conhecimento e reconhecimento da
necessidade de lutar por ela. Luta que, pela finalidade que lhe derem os oprimidos,
será um ato de amor, com o qual se oporão ao desamor contido na violência dos
opressores, até mesmo quando esta se revista da falsa generosidade referida.”
Eu respondo: “Nós, Maçons, a quem cabe reconhecer tais verdades, não somente em
nossa convivência maçônica, dentro de nossos templos, mas especialmente fora deles,
em todos os aspectos e decisões de nossa vida profana, pautando o nosso
relacionamento e nossas opções dentro dos limites e dos objetivos estritamente
preconizados por nossa Ordem. Através de sua experiência e sabedoria centenárias, ela
bem sabe e nos ensina que sem respeito não há tolerância; sem tolerância não há
inclusão nem boa vontade, e sem boa vontade jamais haverá real fraternidade, nem
Justiça Social, comprometendo a plenitude e a perenidade da vida.”
São esses, também, os ensinamentos que nos são transmitidos pelos mestres avatares,
resumidos numa mensagem final:
“Procurai a Verdade, praticai a Justiça e amai ao próximo como a vós mesmos, tal
é o caminho do Dever, a única estrada da Salvação”.
E possa o G∴ A∴ D∴ U∴ dar-nos a Força e a Sabedoria para que nos mantenhamos
unidos, mentes e corações, olhando na mesma direção e no mesmo sentido, fiéis aos
nossos juramentos e deveres, firmes em nossos princípios e altos propósitos de
Liberdade e de Justiça Social.

“Nós da mesma corda; elos da mesma corrente.


O pesadelo dos que querem roubar os nossos sonhos e os da Humanidade.”
“Há homens que lutam por um dia e são bons.
Há os que lutam por um ano e são melhores.
E há os que lutam por muitos anos e são muito bons.
Mas há homens que lutam por toda a vida.
Esses são imprescindíveis.”
Bertold Brecht.

Pesquisa e Suporte Bibliográfico:


- https://pt.wikipedia.org/wiki/Vitriol
- Armando Ettore do Valle, “Administração e Liderança nas Lojas Simbólicas’ – Editora Madras, 2006
- Albert Pike, “Moral e Dogma, Tomo IV e V, Graus Filosóficos” - Editora Yod, Brasil, 2012
- Nagib Anderáos Neto, “Tolerância” - Editora Logosófica, Brasil, 2007
- Leonardo Boff, “Ethos Mundial, Um consenso mínimo entre os humanos” – Editora Record, 2009
- Paulo Freire - Biblioteca Digital - http://www.paulofreire.ufpb.br
- Sup∴ Cons∴ do Gr∴ 33 R∴ E∴ A∴ A∴ - GGr∴ Administrativos, Rituais dos GGr∴ 31 e 32 , 2013
- ´We are all One’ - http://www.youtube.com/watch?v=qCnWZncHH2Y&feature=related

8/8 setembro/2016

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