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O Esporte no Brasil........................................................................

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Índice
Os Vetores da Política Esportiva no Brasil............................................ 11
O tripé de atuação do Estado no fomento do esporte .................. 13
Esporte como Ferramenta Educacional – Programa
Segundo Tempo......................................................................................... 13
Esporte como Atividade de Lazer do Povo Brasileiro........................ 14
Esporte de Alto Rendimento................................................................... 17
Grandes Eventos Esportivos – Copa do Mundo
FIFA 2014 e Olimpíada de 2016...................................................... 23
Fontes de Informações................................................................... 27

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Política de Esportes
abstract

A política de esporte no Brasil é dividida em um tripé básico de atuação 9


do Estado: o esporte como atividade de lazer da população brasileira,
o esporte como parte do processo educacional do povo e o esporte de

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alto rendimento, tido como uma importante vitrine do desenvolvimento
político-econômico de uma nação. O Brasil começou a tratar do esporte
como questão de governo em 1937, quando foi criada a Divisão de
Educação Física do Ministério da Educação e Cultura. Hoje, o tema
conta com uma pasta própria – o Ministério do Esporte – e diversas
políticas públicas. O assunto ganhou ainda mais relevância depois de o
Brasil ter sido escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014 e o Rio
de Janeiro, sede da Olimpíada de 2016. O País será o quarto na história
a hospedar os dois eventos consecutivamente.
O Esporte no Brasil
Paixão nacional, o esporte brasileiro avança a cada dia para o nível
dos países mais desenvolvidos do planeta. Alvo de investimentos maiores
ano após ano, o esporte é visto pelo Estado brasileiro como estratégico
para o desenvolvimento social do País e ferramenta de reconhecimento
internacional.
A candidatura e a consequente escolha do Brasil à sede da Copa
do Mundo FIFA de 2014 e dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos
de 2016 seguem uma diretriz de reconhecimento mundial. Aliado a
isso, o País apresenta um esforço de incremento do esporte de alto
rendimento, sobretudo aqueles incluídos no programa olímpico. Um 11
bom desempenho no quadro de medalhas também remete a uma nação
avançada, desenvolvida, forte.
No desenvolvimento sócio-econômico da sociedade brasileira,

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programas sociais utilizam o esporte nas estratégias de inclusão social
de jovens em situação de risco e de melhoria da qualidade de vida das
comunidades mais pobres e da educação das crianças do País.

Os Vetores da Política Esportiva no Brasil

O esforço em fazer o esporte evoluir no Brasil dividiu a política


esportiva do País em três vetores principais de investimentos do Estado:
o esporte como atividade de lazer da população brasileira, o esporte
como parte do processo educacional do povo e o esporte de alto
rendimento, tido como uma importante vitrine do desenvolvimento
político-econômico de uma nação.
Essa dinâmica levou o Ministério do Esporte a constituir três
secretarias nacionais: de Esporte Educacional, de Esporte de Alto
Rendimento e de Desenvolvimento de Esporte e de Lazer.

Da Divisão de Educação Física ao Ministério do Esporte


O Brasil começou a pensar o esporte em 1937, por meio da Lei
nº 378, de março daquele ano. Foi criada a Divisão de Educação
Física do Ministério da Educação e Cultura. Assim seguiu até
1970, quando a divisão se transformou no Departamento de
Educação Física e Desportos, ligada à mesma pasta.
Oito anos mais tarde, recebeu outro nome – Secretaria de
Educação Física e Desporto – embora ainda fosse ligada ao
Ministério da Educação. E assim permaneceu até o ano de 1989.
Naquele ano, o esporte deixou a esfera da Educação e se
transformou na Secretaria de Desportos da Presidência da
República. Iniciava-se um período no qual alguns ídolos tomaram
à frente da política esportiva brasileira. O primeiro a ocupar o
posto foi o ex-jogador de futebol Zico, seguido de Bernard
Rajzman, ex-jogador de vôlei, medalhista olímpico.
Em 1992, o esporte volta para o âmbito do Ministério da
Educação, ao receber o nome de Secretaria de Desportos. A
partir de 1995, entra em funcionamento o Ministério de Estado
12 Extraordinário do Esporte, comandado pelo maior ídolo do
futebol brasileiro: Pelé.
Em dezembro de 1998, o governo federal cria o Ministério do
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Esporte e Turismo, ligando pela primeira vez os dois setores.


Dentro da pasta, em 2000, foi criada a Secretaria Nacional de
Esporte, que foi chefiada, entre outros, pelo iatista Lars Grael,
medalhista olímpico.
Em janeiro de 2003, o governo federal desmembrou as duas
pastas, ao criar o Ministério do Esporte, formulador das políticas
públicas para o esporte brasileiro.
O tripé de atuação
do Estado no
fomento do esporte
Esporte como Ferramenta Educacional – Programa Segundo
Tempo

A Secretaria Nacional de Esporte Educacional tem o Segundo


Tempo como base de todo o seu trabalho. O programa prevê a inclusão
social por meio do esporte praticado no contra turno escolar. As crianças 13
praticam atividades físicas três vezes na semana, duas horas por dia.
É um incentivo à formação de crianças, adolescentes e jovens, servindo

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como integração da cidadania e da qualidade de vida. O Segundo Tempo
é voltado para escolas públicas e comunidades localizadas em áreas de
risco social. Os meninos e as meninas praticantes recebem merenda,
uniforme e material esportivo.
No biênio 2008/09, o Segundo Tempo atendeu um milhão de crianças
em todo o Brasil. São 4.187 núcleos esportivos em 1.366 municípios
brasileiros de todos os estados. Em 2009, o programa deu início ao
projeto Recreio nas Férias, que contemplou 104 mil crianças, em 520
núcleos pelo Brasil. No período das férias escolares, a meninada pôde
participar de oficinas de teatro, cinema, circo, pintura, entre outros. A
atuação do programa também se estendeu para os alunos universitários,
por meio do projeto piloto Segundo Tempo Universitário. 
O Segundo Tempo funciona por meio de parcerias firmadas entre
Ministério do Esporte e governos estaduais e municipais, organizações
não-governamentais e entidades nacionais, internacionais, públicas ou
privadas, sem fins lucrativos.

Segundo Tempo em Números:


33 Núcleos: 4.187
33 Coordenadores: 4.258
33 Monitores: 10.964
33 Orçamento em 2010: R$ 267,8 milhões
33 Municípios em atendimento: 1.366
Esporte como Atividade de Lazer do Povo Brasileiro

A Constituição Federal de 1988 cristalizou o acesso ao esporte e ao


lazer como direito dos cidadãos brasileiros. Em mais de uma passagem,
a prática esportiva é apresentada como de provimento obrigatório do
Estado brasileiro. E a responsabilidade cabe à Secretaria Nacional de
Desenvolvimento de Esporte e Lazer. A base de todo esse esforço de
respeito à Constituição está no Programa Esporte e Lazer na Cidade
(PELC).
A secretaria, por meio do PELC, tem duas funções principais. A
primeira é a de manter os núcleos esportivos nas comunidades e
fomentá-los. A segunda é consolidar os Centros de Desenvolvimento
de Estudos do Esporte Recreativo e do Lazer, a chamada Rede Cedes,
14 formada por 50 universidades brasileiras. Essa comunidade acadêmica
produz e difunde conhecimentos científico-tecnológicos no sentido de
qualificar as políticas públicas de esporte e lazer. São pesquisas voltadas
para a inclusão social.
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As pesquisas se transformam em material didático e em ações


efetivas. Os resultados dos estudos são difundidos por meio digital e de
acesso aberto – pelo site do Ministério do Esporte e do repositório da
Rede Cedes – e publicações impressas.
Um exemplo bem sucedido tem sido colocado em prática no estado
de Goiás, onde havia uma forte demanda das comunidades quilombolas.
Uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) criou cinco
focos de intervenção sustentável nas comunidades quilombolas. O
estudo procura identificar a realidade vivida por aquelas comunidades
e como o esporte atuava e poderia atuar no dia-a-dia daquelas pessoas,
como forma de melhoria da qualidade de vida. O material balizou a
atuação do Ministério do Esporte e dos órgãos estaduais e municipais
naquela região.
Ribeirão das Neves, cidade do estado de Minas Gerais onde os
índices de criminalidade são elevados, também foi alvo de pesquisas da
Rede Cedes. A Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-
MG) identificou as demandas de esporte e lazer de uma comunidade
com alta vulnerabilidade. Uma proposta de ação resultou em um bem
sucedido processo de integração da comunidade por meio do esporte. A
experiência será usada como base para iniciativas em Recife, capital do
estado de Pernambuco, e em outras regiões.
Rede Cedes em Números:
33 Fomento 2009/2010: 46 pesquisas científicas em
desenvolvimento por instituições de ensino superior
33 Entes federativos: 18 estados e o Distrito Federal
33 Núcleos em funcionamento: 17
33 Núcleos previstos: 19 (com esse acréscimo, a rede passará a
contemplar todas as regiões brasileiras, 22 estados e o DF)
33 Publicações impressas: 6.263 exemplares

»» Programa Esporte e Lazer da Cidade (PELC)


No âmbito da Secretaria Nacional de Desenvolvimento de Esporte
e de Lazer do Ministério do Esporte, o Programa Esporte e Lazer da 15
Cidade (PELC) procura ampliar, democratizar e universalizar o acesso à
prática e ao conhecimento do esporte recreativo e de lazer. É integrado a

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outras políticas públicas de desenvolvimento humano e inclusão social.
Firmado em parceria com estados e municípios, além de organizações
do terceiro setor, sempre por meio de convênios.
Recebe recursos também do Programa Nacional de Segurança
Pública com Cidadania (Pronasci), com o qual firmou parcerias para
instalar núcleos do PELC nas áreas atendidas pelo Pronasci. Essa
parceria cria um subprograma: o PELC Pronasci.
Além desse subprograma, ainda há outras duas ramificações: o PELC
Vida Saudável, voltado exclusivamente aos idosos e aos adultos acima
de 40 anos (para prepará-los para a terceira idade) e o PELC Indígena,
voltado às diferentes etnias existentes no Brasil. Esse subprograma é
responsável pela organização dos Jogos dos Povos Indígenas.

PELC em Números:
33 Total de recursos em 2009: R$ 52 milhões
33 Número de projetos: 169 projetos de núcleos de esporte
recreativo e de lazer estão em processo de conveniamento em
2009, para execução em 2010
33 Convênios em execução em 2009: 130
33 Número de beneficiados: 2 milhões de pessoas
33 Agentes sociais de esporte recreativo e de lazer participantes:
3 mil
Os Jogos dos Povos Indígenas
Os Jogos dos Povos Indígenas foram criados em 1996, por
meio de iniciativa do Comitê Intertribal – Memória e Ciência
Indígena (ITC), com apoio do Ministério do Esporte. A primeira
edição da competição aconteceu em Goiânia, capital do estado
de Goiás, tendo o ITC como responsável pela organização
desportiva, cultural, espiritual e tradicional, além da articulação
junto aos povos indígenas. Já houve dez edições do evento (o
último foi realizado em Paragominas, cidade do estado do Pará,
em 2009). Os Jogos dos Povos Indígenas são bienais e mais de
150 etnias já participaram desta celebração das tradições nativas.
Delegações estrangeiras do Canadá, da Guiana Francesa e de
países escandinavos já vieram ao País para o evento.
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São dez modalidades oficiais em disputa: Arco e Flecha, Corrida
de Fundo, Arremesso de Lança, Corrida de Tora, Cabo de Força,
Canoagem, Futebol Masculino, Futebol Feminino, Corrida de
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100 metros e Natação/Travessia. Além dos oficiais, toda edição


apresenta também disputas de esportes tradicionais de cada uma
das etnias, uma forma a mais de manter e prestigiar a tradição de
cada povo.
Quadro: As dez edições dos Jogos:
• X Edição – Paragominas, Pará/09
• IX Edição – Recife e Olinda, Pernambuco/07
• VIII Edição – Fortaleza, Ceará/05
• VII Edição – Porto Seguro, Bahia/04
• VI Edição – Palmas, Tocantins/03
• V Edição – Marapanim, Pará/02
• IV Edição – Campo Grande, Mato Grosso do Sul/01
• III Edição – Marabá, Pará/00
• II Edição – Guaíra, Paraná/99
• I Edição – Goiânia, Goiás/96

Pintando a liberdade e pintando a cidadania


Programas de confecção e doação de artigos esportivos,
o Pintando a Liberdade e o Pintando a Cidadania foram
responsáveis pela fabricação de 1,6 milhão de itens em 2009, com
investimentos de R$ 5,5 milhões. As duas ações estão sob a tutela
da Secretaria Executiva do Ministério do Esporte. A doação de
material esportivo atingiu 8,2 milhões de estudantes de escolas
públicas do País, além de alunos dos programas Segundo Tempo
e Esporte e Lazer da Cidade (PELC) e crianças e jovens atendidos
por entidades de promoção social por meio da prática esportiva.
Programa de ressocialização e de profissionalização de detentos,
o Pintando a Liberdade tem 73 unidades de produção instaladas
no sistema carcerário nacional. A ação busca a ressocialização e
a profissionalização de detentos e garantiu emprego direto para
13 mil internos que fabricaram aproximadamente 512 mil itens
esportivos em 2009.
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Já o Pintado a Cidadania finalizou o exercício de 2009 com 27
unidades de produção. A atividade gerou emprego e renda para
2.433 pessoas que residem em comunidades reconhecidamente

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carentes. Foram confeccionados pouco mais de um milhão de
itens esportivos entre bolas com guizo para cegos, jogos de xadrez
e de dama, além de pistas de atletismo com material reciclado a
base de pneus.

Praça da Juventude
O projeto Praças da Juventude é coordenado pela Secretaria
Executiva do Ministério do Esporte e tem como base o
conceito de uso das práticas esportivas como ferramenta de
inclusão social e democratização do acesso qualificado a esporte
e lazer. Complexos esportivos são instalados em regiões de
vulnerabilidade social. Em 2009, foram investidos R$ 75 milhões
no programa.
Cada unidade prevê a construção de ginásio poliesportivo
coberto, pistas de atletismo e de skate, teatro de arena, centro de
convivência da terceira idade, e setor de administração. O custo
médio estimado por projeto é de R$ 1,6 milhão.

Esporte de Alto Rendimento

A Secretaria Nacional de Esporte de Alto Rendimento tem duas


atribuições básicas. A primeira, como o próprio nome sugere, é a de
fomentar o treinamento e a formação de atletas de ponta. A segunda é a
de organizar megaeventos esportivos no Brasil
Hoje, a estrutura do esporte de alto rendimento brasileiro tem, no
topo, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Comitê Paraolímpico
Brasileiro (CPB), seguido das confederações dos diferentes esportes,
das federações estaduais e, na base, dos clubes. Estrutura semelhante
acompanha a realidade dos esportes paraolímpicos. Hoje, o país tem
13.862 clubes sociais, onde são praticados todos os tipos de esporte.
Nesses locais são formados os grandes atletas brasileiros, onde as
famílias brasileiras se divertem aos finais de semana, onde as crianças
dão os primeiros passos dentro da prática esportiva.
O principal programa brasileiro para os esportes de alto rendimento
é o Bolsa-Atleta, que beneficia desde atletas de nível estudantil, passando
18 por esportistas de competições nacionais até chegar aos internacionais,
olímpicos e paraolímpicos.
Além do Bolsa-Atleta, o Ministério do Esporte financia diretamente
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várias modalidades, ao fornecer recursos orçamentários para a


contratação de técnicos, equipes médicas, equipamentos e outras itens
importantes aos atletas de ponta.
O financiamento não se encerra no orçamento do Ministério do
Esporte. Duas legislações tratam de encontrar mais financiamentos ao
esporte: a Lei Piva, de 2001, que transfere recursos das loterias federais
para o COB e o CPB, e a Lei de Incentivo ao Esporte, cuja finalidade
é dar isenções tributárias à empresa que financiar diretamente projetos
esportivos.

Centros de Excelência
A pesquisa em ciência e tecnologia para melhorar a performance
dos esportes de ponta é promovida pela Rede Cenesp, Centros
de Excelência Esportiva, formada por 14 Instituições de Ensino
Superior (IES).
As instituições são: Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Estadual de
Londrina (UEL), Universidade de São Paulo (USP), Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal de São
Paulo (Unifesp), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG),
Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Universidade
de Brasília (UnB), Universidade Católica de Brasília (UCB),
Universidade de Pernambuco (UPE) e Diretoria de Pesquisa e
Estudos de Pessoal do Exército (DPEP-RJ).
Todo esse trabalho, hoje, faz parte de uma política esportiva com
objetivo de tornar o País uma potência olímpica. Os olhos são
voltados para 2016, ano em que o Rio de Janeiro será sede da
Olimpíada e da Paraolimpíada.
Parte desse esforço passa pela união das secretarias de Alto
Rendimento, de Esporte e Lazer e de Esporte Educacional para
integrar seus programas e iniciativas com o objetivo de selecionar
– dentro de oficinas e turmas do programa Segundo Tempo ou do
PELC – talentos para serem capacitados em núcleos esportivos
regionais. 19

»» Bolsa-Atleta 

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Um dos maiores programas de patrocínio de atletas do mundo, o
Bolsa-Atleta tem como principal objetivo oferecer subvenção para
garantir manutenção pessoal mínima a atletas de alta performance que
não possuem patrocínio. O programa tem como público alvo atletas e
para-atletas de alto rendimento que tiveram bons resultados nacionais e
internacionais em competições de sua modalidade.
O programa garante condições para que se dediquem, com
exclusividade, ao treinamento esportivo para desenvolver o rendimento
e participar de campeonatos estudantis, nacionais, internacionais,
olímpicos e paraolímpicos. Em 2010, oferecerá quase 3 mil bolsas. O
orçamento, em 2009, foi de R$ 40 milhões.
Tânia Spindler, atleta da marcha atlética de 20km, recebeu o Bolsa-
Atleta nas categorias nacional (tornou-se a primeira do ranking brasileiro)
e internacional (foi bronze no Sula-Americano de 2008) e alcançou a
participação nos Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim. Ficou em 37º
lugar.
O ginasta Petrix Stevan Barbora recebe o Bolsa-Atleta desde 2005,
quando ainda era estudante e alcançou a medalha de ouro no Jogos
da Juventude daquele ano. Nacionalmente, foi bicampeão brasileiro em
2006 e 2007, atingindo então o nível internacional. Em 2008, foi prata
no Pan-Americano de Aparelhos, na Argentina, e ouro no Sulamericano
de 2009.
»» Lei de Incentivo ao Esporte
A Lei de Incentivo ao Esporte permite que pessoas físicas e jurídicas
possam fazer doações ou patrocínios para realização de projetos
desportivos e paradesportivos com desconto no Imposto de Renda.
Em 2007, primeiro ano de vigência da lei, o Ministério do Esporte
aprovou 161 projetos, com valor de captação de R$ 225 milhões. No
ano seguinte, foram aprovados 187 projetos no valor de R$ 264 milhões.
Em 2009, foram aprovados 221 projetos, com valor autorizado para
captação de R$ 255,5 milhões.
»» Patrocínio de Empresas Estatais
No início, era uma decisão de marketing isolada. Hoje, o patrocínio
20 das grandes estatais brasileiras passa também por uma decisão de Estado.
Empresas gigantes como Banco do Brasil, Infraero e Petrobras estão
entre os maiores patrocinadores de esportes olímpicos e paraolímpicos
do País.
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Na Olimpíada de Pequim, em 2008, diversas modalidades foram


apoiadas por estatais. Alguns exemplos:
33 Correios – natação, nado sincronizado, saltos ornamentais e
tênis
33 Caixa Econômica Federal – atletismo, ginástica artística,
ginástica rítmica e luta olímpica
33 Banco do Brasil – voleibol de quadra e voleibol de praia
33 Eletrobras – basquete
33 Petrobras – handebol
33 Infraero – judô
Um dos bons exemplos dentro do âmbito do marketing esportivo
feito por estatais é o da Caixa Econômica Federal. O maior projeto do
banco atualmente é o patrocínio à Confederação Brasileira de Atletismo
(CBAt). A parceria existe desde 2001 e os valores anuais de apoio
chegaram a R$ 13,5 milhões em 2010, acrescidos de R$ 12 milhões em
patrocínio às corridas de rua, com o total atingindo R$ 25,5 milhões.
Além da ajuda aos atletas e à contratação de treinadores, os
recursos servem para a infraestrutura do esporte, para a construção e
a manutenção de centros nacionais de treinamento de atletismo. Há
também programas de incentivo aos jovens talentos, treinamento de
árbitros, entre outras iniciativas.
O segundo maior patrocínio da Caixa é voltado para o esporte
paraolímpico brasileiro. Desde 2004, o banco dá incentivos a diversas
modalidades paraolímpicas e é o patrocinador oficial da Comitê
Paraolímpico Brasileiro (CPB), como o foi dos Jogos Parapan-
Americanos do Rio de Janeiro, em 2007. Em 2010, a ajuda financeira à
CPB é de R$ 9,5 milhões.
A ginástica artística, a ginástica rítmica e o trampolim também
recebem o apoio da Caixa. O patrocínio à Confederação Brasileira
de Ginástica em 2010 é de R$ 4 milhões. O banco também apóia 23
Centros de Excelência Caixa Jovem Promessa de Ginástica, espalhados
por quase todos os estados brasileiros. Cada núcleo tem cerca de 150
crianças, entre cinco e nove anos. A instituição fornece uniformes,
lanches, monitores e equipamentos para esses centros.
21
Voleibol
Outro importante exemplo de sucesso do patrocínio de estatais ao
esporte é a longa relação entre o voleibol brasileiro e o Banco do Brasil.

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Desde 1991 a instituição financeira apóia a Confederação Brasileira de
Voleibol (CBV) e ajuda as modalidades de quadra e praia. E não só
os adultos, mas também as categorias juvenil e infanto-juvenil. O atual
contrato segue até 2012.
Os resultados tem sido importantes: na quadra, as seleções adultas
disputaram 109 torneios entre 1991 e 2008. Foram 81 pódios, dos
quais 49 em primeiro lugar. Alguns destaques no masculino: títulos
olímpicos em 1992 e 2004, as conquistas mundiais de 2002 e 2006, o
heptacampeonato da Liga Mundial. No feminino: o título olímpico em
2008 e o heptacampeonato do Grand Prix.

Futebol
O futebol recebe um tratamento diferenciado dos demais esportes.
Mais estruturado, com maiores fontes de financiamento e com
uma base enorme de praticantes, o esporte precisa de menos
parceria com o Estado. Se nos esportes olímpicos e paraolímpicos
o governo investe diretamente em mão-de-obra, infraestrutura e
pesquisa, no futebol o trabalho é mais de incentivo, indução e
fomento de melhorias. Dentro do Ministério do Esporte, essa
função cabe à Assessoria Especial do Futebol.
O trabalho começou em 1998, com a Lei Pelé, que estabeleceu o
passe livre de jogadores de futebol profissional, dando aos atletas
maior autonomia na negociação com os clubes. A legislação veio
em substituição à Lei Zico, que também defendia a negociação
direta de contrato de trabalho entre o jogador e o clube.
O torcedor que vai aos estádios virou alvo das políticas públicas
com a aprovação do Estatuto de Defesa do Torcedor, em 2003.
Com uma série de regras que vão desde o conforto nos estádios
até a divulgação de renda dos jogos, a regulamentação ajudou a
profissionalizar o tratamento aos cidadãos brasileiros que assistem
aos jogos in loco. Em consonância com o que ocorre na Europa,
a legislação também ajudou a reduzir o índice de violência nos
estádios.
Em 2010, tanto o estatuto quanto a Lei Pelé passam por revisões
no Congresso Nacional. Deputados e senadores pretendem
22 modernizar as duas legislações.
Como financiamento ao futebol, a única participação do poder
público ocorre por meio da Timemania, uma loteria federal
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organizada pela Caixa Econômica Federal. O jogo foi criado


para ajudar os clubes brasileiros a quitar débitos tributários com
o governo federal. Os clubes recebem 22% do arrecadado pela
Timemania.
Grandes eventos
esportivos – Copa
do Mundo FIFA 2014 e
Olimpíada de 2016
A estratégia de ampliar a reputação brasileira no exterior passa,
também, por abrigar grandes eventos esportivos. Além do bom
posicionamento em termos esportivos no quadro de medalhas, um bom
trabalho como sede de uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada reforça 23
ainda mais a idéia de que o País experimenta importante desenvolvimento
econômico e social.
Diante dessa realidade, o Brasil procurou se candidatar a sede de

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eventos esportivos como uma decisão de Estado. O processo começou
em 2002, com o acolhimento dos Jogos Sul-Americanos, nas cidades de
São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Belém. Foi a primeira competição
multiesportiva realizada no Brasil desde os Jogos Pan-Americanos de
São Paulo, em 1963.
Na sequência, o Brasil sediou os jogos Pan-Americanos e Parapan-
Americanos de 2007, no Rio. A capital carioca também foi escolhida
para acolher os Jogos Mundiais Militares em 2011 e os Jogos Olímpicos
e Paraolímpicos de 2016. Por fim, o Brasil foi definido como sede da
Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de futebol, em
2014, ambas organizadas pela Fédération Internationale de Football
Association (FIFA).
O Brasil será o quarto País na história a ter a oportunidade de sediar
uma Olimpíada e uma Copa do Mundo consecutivamente. Antes do
Brasil, apenas México (Copa em 1970, Olimpíada em 1968), Alemanha
(Copa em 1974, Olimpíada em 1972) e Estados Unidos (Copa em 1994,
Olimpíada em 1996) receberam as duas competições casadas.
Estudo feito por encomenda do Ministério do Esporte apresentou
os impactos econômicos da realização da Copa do Mundo FIFA 2014
no Brasil. Entre os anos de 2010 e 2019, o impacto direto total na
economia será de R$ 48 bilhões. Com a recirculação desses recursos, o
impacto chegará a R$ 183 bilhões à economia brasileira. Eis alguns dos
investimentos:
Impacto direto na economia brasileira/Copa 2014
Estádios R$ 5,6 bilhões (US$ 3 bilhões)
Mobilidade urbana R$ 11,6 bilhões (US$ 6,3 bilhões)
Portos e aeroportos R$ 6 bilhões (US$ 3,2 bilhões)
Telecomunicações e energia R$ 3,8 bilhões (US$ 2 bilhões)
Segurança pública R$ 3,6 bilhões (US$ 1,96 bilhões)
Saúde R$ 1 bilhão (RS 546 milhões)
Hotelaria R$ 1,9 bilhão (US$ 6,2 bilhão)
Gastos de turistas R$ 9,5 bilhões (US$ 5,1 bilhões)
Consumo privado R$ 5 bilhões (US$ 2,7 bilhões)
Total R$ 48 bilhões (US$ 26,2 bilhões)
24
O mundial, o segundo realizado pelo Brasil (o primeiro foi em
1950), terá doze cidades-sede. São elas: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá,
Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro,
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Salvador e São Paulo. Os preparativos para o evento futebolístico são


coordenados e monitorados pelo Comitê Gestor da Copa do Mundo
FIFA 2014, presidido pelo Ministério do Esporte e composto por 20
órgãos governamentais. O colegiado tem a função de definir, aprovar
e supervisionar as ações do Plano Estratégico das Ações do Governo
Brasileiro para a realização do torneio.
Um segundo estudo encomendado pelo Ministério do Esporte fez
cálculo semelhante para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.
Os resultados mostram que a produtividade dos investimentos com o
torneio é ampliada no longo prazo. À medida que o projeto amadurece,
os ganhos de produtividade tornam-se maiores, uma vez que se registra
a complementaridade entre os investimentos nos Jogos e a atração de
investimentos privados para os negócios associados à cadeia produtiva.
Assim, serão injetados R$ 102,2 milhões na economia brasileira entre
2009 e 2027.
Para cada dólar investido no evento pelo poder público, serão
investidos US$ 3,26 pela iniciativa privada. Foram identificados 55 setores
da economia que se beneficiarão com a realização do megaevento. Os
principais beneficiados: construção civil (10,5%), serviços imobiliários
e aluguel (6,3%), serviços prestados a empresas (5,7%), petróleo e gás
(5,1%), serviços de informação (5%) e transporte, armazenagem e
correio (4,8%).
A criação de empregos com os Jogos Olímpicos chegará aos 120 mil
anuais durante a fase de preparativos e a 130 mil no ano posterior ao
evento. A estimativa de impacto no PIB do Brasil é de R$ 22 bilhões no
período de 2009 a 2016, enquanto no período de 2017 a 2027 será de
R$ 27 bilhões.
Como forma de divulgação e promoção do Brasil no exterior,
o governo brasileiro organizou dois grandes projetos nos dois mais
recentes eventos esportivos globais. Em Pequim, nos Jogos Olímpicos
de 2008, e em Joanesburgo, na Copa do Mundo FIFA de 2010, foi
montada a Casa Brasil.
A iniciativa tem como objetivo construir e reforçar conceitos de um
Brasil forte, moderno, tecnológico, alvo seguro de investimentos, capaz
de organizar megaeventos.
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Grandes eventos esportivos no Brasil
Ano Evento

Por Dentro do Brasil | Esportes


2002 Jogos Sul-Americanos
2007 Jogos Pan-Americanos
2007 Jogos Parapan-Americanos
2011 Jogos Mundiais Militares
2013 Copa das Confederações da FIFA
2014 Copa do Mundo da FIFA
2016 Jogos Olímpicos
2016 Jogos Paraolímpicos
Setor público

Fontes de Informações
Ministério do Esporte
www.esporte.gov.br
Informações sobre o organograma do ministério, políticas públicas e
programas de governo. Contatos com as secretarias nacionais de Alto
Rendimento, de Esporte Educacional e de Esporte e Lazer, além da
Assessoria Especial de Futebol.
Assessoria de imprensa: +55 (61) 3217-1875
Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016
www.rio2016.org.br
Informações sobre os preparativos para os dois eventos.
Assessoria de imprensa: +55 (21) 3433-5777
Banco do Brasil 27
www.bb.com.br
Informações sobre patrocínios esportivos.

Por Dentro do Brasil | Esportes


Assessoria de imprensa: +55 (61) 3310-3557
Eletrobras
www.eletrobras.gov.br
Informações sobre patrocínios esportivos.
Assessoria de imprensa: +55 (21) 2514-5900
Petrobras
www.petrobras.com.br
Informações sobre patrocínios esportivos.
Assessoria de imprensa: +55 (21) 3224-2312
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
www.correios.com.br
Informações sobre patrocínios esportivos.
Assessoria de imprensa: +55 (61) 3426-2014

Caixa Econômica Federal


www.caixa.gov.br
Informações sobre patrocínios esportivos.
Assessoria de imprensa: +55 (61) 3206-9645
Infraero
www.infraero.gov.br
Informações sobre patrocínios esportivos.
Assessoria de imprensa: +55 (61) 3312-3917
Fontes de Informações Setor privado
Comitê Olímpico Brasileiro
www.cob.org.br

Comitê Paraolímpico Brasileiro


www.cpb.org.br

Confederação Brasileira de Atletismo


www.cbat.org.br

Confederação Brasileira de Basketball


www.cbb.com.br

Confederação Brasileira de Boxe


28 www.cbboxe.com.br

Confederação Brasileira de Canoagem


www.canoagem.org.br
Por Dentro do Brasil | Esportes

Confederação Brasileira de Ciclismo


www.cbc.esp.br

Confederação Brasileira de Badminton


www.badminton.org.br

Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos


www.cbda.org.br

Confederação Brasileira de Desportos na Neve


www.cbdn.org.br

Confederação Brasileira de Desportos no Gelo


www.cbdg.org.br

Confederação Brasileira de Esgrima


www.brasilesgrima.com.br

Confederação Brasileira de Futebol


www.cbf.com.br

Confederação Brasileira de Ginástica


www.cbginastica.com.br

Confederação Brasileira de Handebol


www.brasilhandebol.com.br
Confederação Brasileira de Hipismo

Fontes de Informações
www.cbh.org.br

Confederação Brasileira de Hóquei sobre Grama e Indoor


www.hoquei.com.br

Confederação Brasileira de Judô


www.cbj.com.br

Confederação Brasileira de Levantamento de Peso


www.cblp.com.br

Confederação Brasileira de Lutas Associadas


www.cbla.com.br

Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno 29


www.pentatlo.org.br

Confederação Brasileira de Remo

Por Dentro do Brasil | Esportes


www.cbr-remo.com.br

Confederação Brasileira de Taekwondo


www.cbtkd.com.br

Confederação Brasileira de Tênis


www.cbtenis.com.br

Confederação Brasileira de Tênis de Mesa


www.cbtm.org.br

Confederação Brasileira de Tiro


www.cbtarco.org.br

Confederação Brasileira de Tiro Esportivo


www.cbte.org.br

Confederação Brasileira de Triathlon


www.cbtri.org.br

Confederação Brasileira de Vela e Motor


www.cbvm.org.br

Confederação Brasileira de Voleibol


www.volei.org.br
Fontes de Informações Comitê Intertribal, Memória e Ciência Indígena
www.intertribal.org.br
Informações sobre os Jogos dos Povos Indígenas

Academia

Universidades integrantes da Rede Cenesp:


Universidade de Pernambuco
www.upe.br

Universidade do Estado de Santa Catarina


www.udesc.br

30 Universidade Federal de Santa Catarina


www.ufsc.br

Universidade Estadual de Londrina


Por Dentro do Brasil | Esportes

www.uel.br

Universidade Federal de Minas Gerais


www.ufmg.br

Universidade Federal do Rio Grande do Sul


www.ufrgs.br

Universidade Federal de Santa Maria


www.ufsm.br

Universidade de Brasília
www.unb.br

Universidade Federal de São Paulo


www.unifesp.br

Universidade de São Paulo


www.usp.br

Universidade Estadual de Campinas


www.unicamp.br

Universidade Federal de Uberlândia


www.ufu.br
Universidade Católica de Brasília

Fontes de Informações
www.ucb.br

Diretoria de Pesquisa e Estudos de Pessoal do Exército (DPEP-RJ)


www.dpep.ensino.eb.br

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