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Literatura Fantástica
Literatura Fantástica
Capa
Folha de rosto
Título
Resumo
Palavras-chave
1
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E vai além, afirmando não apenas a crítica daquele momento, mas o
desenvolvimento da sociedade em direção a modelos semelhantes àqueles. São obras do
século XX, que nos ajudam a compreender mesmo a realidade atual.
Para Lukács (1998) a obra de arte, e, portanto a literatura, deve estar ligada de
maneira intima à vida. O realismo crítico, afirma o marxista húngaro, é a verdadeira arte
capaz de fazer aquele que se depara e deleita com ela abrir os olhos e dar um passo
rumo à emancipação dos seus sentidos e da compreensão da própria realidade.
Embora o fantástico, em um primeiro momento, possa não parecer realista2, é
preciso compreender que para Lukács (2011) o realismo “não é a superfície
imediatamente percebida do mundo exterior, não é a soma dos fenômenos eventuais,
casuais e momentâneos” (p.103). O autor põe o realismo no dentro da teoria da arte,
mas combate um naturalismo que tenda à mimese ou à reprodução fotográfica.
Portanto, nosso problema de estudo se concentra no realismo crítico com
referencial marxista, tendo como objeto a literatura fantástica lançada nos últimos 20
anos no Brasil. Assim, pretendemos compreender um pouco da totalidade histórica a
partir da literatura fantástica brasileira, bem como seu desenvolvimento e situação
sóciohistóricos.
Objetivos
2
No sentido Lukácsiano.
Justificativa
Para Cortina (2006) há uma indissociabilidade entre obra, autor e leitor quando
se pretende estudar literatura. O leitor justifica a existência da obra, afirma o professor.
Assim cremos ser importante estudar esse gênero literário que tem ganhado notoriedade
e espaço no mercado editorial em um país que lê muito pouco.
Esses três constituintes da crítica literária nos ajudam a compreender uma dada
realidade e perceber características culturais do país, que, em última instância nos
remete a questões ideológicas, políticas, econômicas e sociais.
Em um mundo globalizado, dominado pelo Príncipe Eletrônico (IANNI, 1999) e
pelo Príncipe Digital (BITTENCOURT, 2016), compreender esses constituintes se torna
um esforço que relaciona o país com o mundo, principalmente tendo em vista que
último boom do gênero no Brasil se deu em função de obras estrangeiras de relevância
mundial.
Segundo Baudrillard (2010) a sociedade contemporânea é a sociedade do
consumo. Perdidos e sozinhos no mar do capitalismo sem volta, os indivíduos tem no
consumo a realização de suas necessidades e vontades. A literatura, outro objeto de
consumo, torna-se cada vez mais distante da realidade como forma de escapismo.
Para Kellner (2011) a cultura da mídia de um modo geral, e a literatura de modo
específico, podem descortinar características da sociedade. Segundo sua metodologia de
crítica diagnóstica, multicultural e multiperspectívica a arte é constituída por material
histórico.
Ambos os autores, trazem importantes e diversas contribuições a critica da
cultura e da literatura. Porém, carecem estudos marxistas acerca desse gênero específico
no Brasil, principalmente no que tange à ficção científica e aos demais livros desse novo
e crescente mercado.
Os estudos sobre o realismo no Brasil tem se dedicado aos clássicos e cânones
da literatura moderna (Machado de Assis, Aluísio de Azevedo, etc.), quando precisamos
estudar todo e qualquer artifício literário que tenha fruição editorial e no público. E já
que nesse projeto ainda não é possível fazer crítica estética, temos como referência a
vendagem, que significa, também, que o público lê, gosta e se identifica com o gênero.
Jameson (1985) ao tratar de Lukács, afirma que para o autor húngaro “Mais
fundamental é a influencia da matéria-prima social não apenas no conteúdo, mas na
própria forma das obras” (p.131).
Portanto, esse gênero específico (forma) precisa ser também compreendido
dentro de sua dada matéria-prima social. Sendo assim, torna-se importante para o crítico
literário responder por que escrever esse tipo de literatura fantástica. Por ser um
fenômeno reconhecido, justificamos a importância dessa pesquisa.
Para Georg Lukács a crítica e o conhecimento sobre arte estão longe de ser algo
isolado. A estética, a ética e a ontologia são dimensões fundamentais para a
compreensão da totalidade e do ser humano. Tertulian (2008) afirma que:
A concepção estética de Lukács se apoia evidentemente em toda uma
filosofia da gênese e da constituição da subjetividade humana. O
conceito de mimeis não deve enganar: longe de atribuir à arte a missão
de evocar a realidade em sua neutralidade e sua indiferença, em sua
exterioridade, os acentos decisivos estão colocados na vocação da arte
para intensificar a subjetividade, para criar, segundo a fórmula
significativa de Lukács, uma ‘ênfase’ da subjetividade. A
particularidade mais tocante de sua estética é, como já observamos, a
lógica da articulação dos teoremas estéticos a partir de uma ontologia
da existência social e da epistemologia correspondente (p.252).
A arte nunca e neutra diante dos conflitos humanos que apresenta, mesmo que a
obra em questão seja fantástica aparentemente distante da realidade, sua posição precisa
ser compreendida para além da aparência.
Cronograma de execução
Referencias bibliográficas