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JUNDIAÍ
NOVEMBRO - 2009
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SABÃO E DETERGENTE
UNIANCHIETA
Jundiaí - 12/11/2009
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SUMÁRIO
Introdução .................................................................................................................................. 04
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INTRODUÇÃO
Após um dia de calor, nada como um bom banho, pois, além de relaxante e refrescante,
o banho nos dá uma agradável sensação de limpeza. É para satisfazer essa necessidade de
higiene e limpeza que as indústrias químicas - farmacêuticas fabricam e comercializam
anualmente toneladas de produtos para a higiene pessoal. Os principais produtos dessa
indústria são os sabões e os detergentes. Deles derivam os sabonetes, os xampus, os cremes
dentais, os sabões especiais para máquinas de lavar louça e roupas, os detergentes
desinfetantes, o sabão comum e outros. Sem dúvida alguma, é o sabão comum o mais antigo
destes produtos. A fabricação de sabão é, sem dúvida, uma das atividades industriais mais
antigas de nossa civilização. Sua origem remonta a um período anterior ao século XXV a.C..
Nesses mais de 4500 anos de existência, a indústria saboeira evoluiu acumulando enorme
experiência prática, além de estudos teóricos desenvolvidos por pesquisadores.
Tecnicamente, a indústria do sabão nasceu muito simples e os primeiros processos
exigiam muito mais paciência do que perícia. Tudo o que tinham a fazer, segundo a história,
era misturar dois ingredientes: cinza vegetal, rica em carbonato de potássio, e gordura animal.
Então, era esperar por um longo tempo até que eles reagissem entre si. O que ainda não se
sabia era que se tratava de uma reação química de saponificação.
O sabão, na verdade, nunca foi “descoberto”, mas surgiu gradualmente de misturas de
materiais alcalinos e matérias graxas (alto teor de gordura). Os primeiros aperfeiçoamentos no
processo de fabricação foram obtidos substituindo as cinzas de madeira pela lixívia rica em
hidróxido de potássio, obtida passando água através de uma mistura de cinzas e cal. Porém, foi
somente a partir do século XIII que o sabão passou a ser produzido em quantidades suficientes
para ser considerado uma indústria.
Até os princípios do século XIX, pensava-se que o sabão fosse uma mistura mecânica
de gordura e álcali. Foi quando Chevreul, um químico francês, mostrou que a formação do
sabão era na realidade uma reação química. Nessa época, Domier completou estas pesquisas,
recuperando a glicerina das misturas da saponificação.
Durante 2.000 anos, os processos básicos de fabricação de sabões permaneceram
praticamente imutáveis. As modificações maiores ocorreram no pré-tratamento das gorduras e
dos óleos, na obtenção de novas e melhores matérias-primas, no processo de fabricação e no
acabamento do sabão, por exemplo, na secagem por atomização para obtenção do sabão em
pó. No Brasil, a difusão e produção do sabão demorou mais tempo, mas em 1860 já existiam
fábricas de sabão em todas as cidades importantes.
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Mas a novidade não passou na época de uma curiosidade química. Durante a Primeira
Guerra Mundial, o bloqueio dos aliados cortou o suprimento de gorduras naturais, utilizadas
para produzir lubrificantes. As gorduras de sabão foram substituídas e o produto tornou-se um
artigo raro no país. Outros dois químicos alemães, H. Gunther e M. Hetzer, retomaram as
pesquisas de Krafft e lançaram em 1916 um detergente com fins comerciais, o Nekal, que,
acreditavam, seria usado apenas nos tempos de guerra. Mas as vantagens do detergente sintético
sobre o sabão foram aparecendo. O sabão reage com minerais e ácidos presentes na água,
formando moléculas insolúveis que se recusam a ser enxaguados novamente. O primeiro
detergente para lavar roupa foi o Tide, lançado nos Estados Unidos, em 1946.
O primeiro detergente (saponáceo) foi fabricado na Alemanha em 1907. Consistia numa
mistura de sabão tradicional com perborato e silicato sódicos. Ficou conhecido por PERSIL que
são as três primeiras letras dos produtos da mistura.
Atualmente consumimos uma enorme quantidade de produtos derivados de sabões e
detergentes em nosso cotidiano. Por esse motivo, saber como essas substâncias são produzidas,
como agem e como são degradadas pela natureza, torna-se fator importante para que nossa
interação com o meio seja mais madura e consciente.
O QUE É O SABÃO
O sabão é um produto tensoativo usado em conjunto com água para lavar e limpar. Sua
apresentação é variada, desde barras sólidas até líquidos viscosos.
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Do ponto de vista químico, o sabão é um sal de ácido graxo. Tradicionalmente, o sabão
é produzido por uma reação entre gordura e hidróxido de sódio e de potássio e carbonato de
sódio, todos álcalis (bases) historicamente lixiviados das cinzas de madeiras de lei. A reação
química que produz o sabão é conhecida como saponificação. A gordura e as bases são
hidrolisadas em água; os gliceróis livres ligam-se com grupos livres de hidroxila para formar
glicerina, e as moléculas livres de sódio ligam-se com ácidos graxos para formar o sabão.
Muitos produtos de limpeza atuais não são tecnicamente sabões, mas detergentes, de
produção mais barata e simples.
Atualmente, o sabão é obtido de gorduras (de boi, de porco, de carneiro, etc.) ou de
óleos (de algodão, de vários tipos de palmeiras, etc.). A hidrólise alcalina de glicerídeos é
denominada, genericamente, de reação de saponificação porque, numa reação desse tipo,
quando é utilizado um éster proveniente de um ácido graxo, o sal formado recebe o nome de
sabão. O mais comum de todos é o sabão de sódio. O que é praticamente neutro e que contém
glicerina, óleos, perfumes e corantes, é o sabonete.
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vegetais. O processo de obtenção industrial do sabão é muito simples. Primeiramente coloca-se
soda, gordura e água na caldeira com temperatura em torno de 150ºC, deixando-as reagir por
algum tempo (± 30 minutos). Após adiciona-se cloreto de sódio que auxilia na separação da
solução em duas fases. Na fase superior (fase apolar) encontra-se o sabão e na inferior (fase
aquosa e polar), glicerina, impurezas e possível excesso de soda.
Nesta etapa realiza-se uma eliminação da fase inferior e, a fim de garantir a
saponificação da gordura pela soda, adiciona-se água e hidróxido de sódio à fase superior,
repetindo esta operação quantas vezes seja necessário. Após terminado o processo pode-se
colocar aditivos que irão melhorar algumas propriedades do produto final. Observe a Figura 1
abaixo, que apresenta o esquema de funcionamento de uma indústria de sabão.
Matéria Graxa
Gordura Ou Óleo Glicerina (%)
(%)
Estearina do Sebo de Boi 92 8
Estearina de Sebo de Carneiro 91 9
Sebo de Toucinho 91,5 8,5
Estearina de Graxa de Toucinho 92 8
Oleína da Graxa de Toucinho 90 10
Tabela 1 – Percentual de glicerina obtida da saponificação de matérias graxas.
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ÓLEOS E GORDURAS NA FABRICAÇÃO DE SABÕES
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cadeia. Devido a isso, os óleos possuem menor ponto de fusão e ebulição que as gorduras sendo,
por isso, geralmente, líquidos na temperatura ambiente (± 20ºC). Já gorduras, nesta temperatura,
são, geralmente, sólidas. Existem diferenças entre óleos provenientes de origem animal e os de
origem vegetal. Óleos de origem animal, em geral, são mais densos que os óleos vegetais,
devido ao menor número de insaturações da cadeia carbônica.
O ponto de fusão de um glicerídeo depende não só do número de ligas duplas na cadeia
carbonada, mas também da extensão desta e das posições das ligas duplas. As Tabelas 2 e 3
apresentam os ácidos graxos saturados e insaturados mais comuns, suas massas molares e seus
pontos de fusão.
Observa-se que na Tabela 2, o aumento da massa molar do ácido graxo está
relacionado ao aumento do ponto de fusão. Como estes ácidos não possuem insaturações
(ligações duplas ou triplas entre carbono-carbono) a massa molar, que possui relação
diretamente proporcional com o comprimento da cadeia, é o principal fator que influencia as
alterações do ponto de fusão. Já na Tabela 3, que mostra os pontos de fusão de ácidos graxos
com cadeia insaturada, observa-se que, além da massa molar, a posição da insaturação, nesse
caso ligação dupla, vai ser um fator determinante na análise do ponto de fusão. Observe que o
ácido oléico e o vacênico, apesar de possuírem a mesma massa molar e mesmo número de
insaturações, têm pontos de fusão diferentes, este fato ocorre justamente devido à variação da
posição das ligas duplas. Outra observação que deve ser feita dentro dos dados da Tabela 3 diz
respeito ao número de ligas duplas, as quais, em relação às posições das ligações insaturadas,
terão grande importância na avaliação do ponto de fusão.
Massa Ponto de
Ácidos Molar Fusão Fontes
(g/Mol) (ºC)
Manteiga, Gordura
Ácido Butírico 88 -4,7
do Leite
Ácido Capróico 116 -1,5 Manteiga, Óleo de Coco
Óleo de Coco e
Ácido Laurico 200 49,6
de Babaçu
Ácido Mirístico 228 54,4 Gorduras Animais e Vegetais
Ácido Palmítico 256 62,9 Gorduras Animais e Vegetais
Ácido Esteárico 284 69,9 Gorduras Animais e Vegetais
Ácido Aráquico 312 75,2 Óleo de Amendoim
Tabela 2 - Pontos de fusão de ácidos graxos de cadeia saturada.
Massa Ponto de
Nº de Carbono da
Ácidos Molar Fusão
Carbono Insaturação
(g/Mol) (ºC)
Ácido Palmitoléico 254 16 9 - 0,5
Ácido Oléico 282 18 9 16,0
9
Ácido Vacênico 282 18 11 39,0
Ácido Godoléico 310 20 9 25,0
Ácido Linolênico 278 18 9, 12 e 15 - 14,4
Ácido Eleosteárico 278 18 9, 11 e 15 49,0
Ácido Araquidônico 312 20 5, 8, 11 e 14 - 49,5
Tabela 3 - Pontos de fusão de ácidos graxos de cadeia insaturada.
Os ácidos graxos, formadores dos óleos e gorduras, constituem grande parte das
reservas energéticas dos seres vivos. Um ácido carboxílico encontrado na gordura humana
(ácido araquidônico).
Os seres vivos produzem, geralmente, óleos e gorduras a partir de ácidos
monocarboxílico de cadeias lineares com números pares de átomos de carbono, ou seja,
encontramos em seres vivos, ácidos graxos com 4, 6, 8, 10, 12, ...átomos de carbono, dispostos
em cadeias não ramificadas6. Essas características estruturais virão a favorecer a degradação
dos mesmos, quando houver tal necessidade.
Tanto nas gorduras quanto nos óleos, os ácidos graxos encontram-se esterificados,
existindo, entre estes, um pequeno percentual de ácidos graxos não esterificados.
Reações de esterificação poderão formar monoésteres, diésteres, triésteres como
produtos finais. Este fato ocorre porque a glicerina possui três pontos que podem ser
esterificados.
As gorduras e os óleos, quando expostos ao meio ambiente externo sofrem a ação do
oxigênio do ar ou de bactérias, rancificando-se. Isto pode ocorrer de três formas: hidrolítica,
cetônica ou auto-oxidativa. A primeira é catalisada por enzimas chamadas lipases. Estas liberam
os ácidos graxos do éster, aumentando a acidez do meio. Tal processo ocorre comumente na
manteiga, que é rica em ácidos graxos de baixa massa molecular e portanto mais voláteis, como
o ácido butírico, responsável pelo cheiro desagradável liberado pela manteiga rancificada.
A rancificação cetônica também é um processo oxidativo e enzimático. Esse processo
origina metilcetonas que conferem o odor desagradável ao produto rancificado.
A rancificação auto-oxidativa ocorre devido à presença de grande número de moléculas
de ácidos graxos livres na gordura. Estes promovem sua própria oxidação, que se processa com
maior rapidez em óleos poli-insaturados, como no óleo de linhaça, e no óleo de semente de
girassol.
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Nº de
Ácidos Fórmula
Carbono
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Nesse processo, ocorrem as reações que aparecem na Figura 2.
Observe que não é o sódio que sofre redução e sim o hidrogênio que resulta da auto-
ionização da água (Figura 2). Esta preferência ocorre por que o hidrogênio é reduzido com
maior facilidade que o sódio, ou seja, há menor gasto de energia para reduzir o hidrogênio. Na
Figura 3 estão as semi-reações de redução e o potencial padrão de redução (Eo), em volts.
Como vimos anteriormente, o sabão é uma substância obtida pela reação de gorduras ou
óleos com hidróxido de sódio ou de potássio. O produto desta reação é um sal (reação de um
ácido com uma base). Sabe-se que os sais são substâncias que possuem, pelo menos, uma
ligação com caráter tipicamente iônico. As ligações iônicas são caracterizadas quando os
elementos ligantes apresentam acentuada diferença de eletronegatividade, o que da origem a
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uma forte polarização, já que se forma um dipolo elétrico. Desta forma dizemos que os sabões,
por serem sais, apresentam pelo menos um ponto de forte polarização em sua molécula. A
Figura 4 e 5 apresentam a molécula de um sabão e a reação de saponificação de uma gordura.
Observe o produto resultante: e a polaridade (zona marcada) características das moléculas de
sabão.
O sal formado pela reação de saponificação possui característica básica, pois deriva de
uma reação entre uma base forte e um ácido fraco (ácido graxo).
Por esse motivo o sabão não atua muito bem em meios ácidos, nos quais ocorrerão
reações que impedirão uma boa limpeza.
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sabões podem adicionar espessantes ao produto final. Essas substâncias reduzem mais ainda a
tensão superficial produzida pelo sabão, aumentando, com isso, a produção de espuma. O
contrário também é verificado, certos sabões recebem uma carga de aditivos que reduzem seu
poder espumante (sabões em pó para máquinas de lavar roupa, por exemplo).
Como já foi visto, a molécula que constitui o sabão pertence à função química sal, logo,
possui pelo menos uma ligação com característica tipicamente iônica, e, portanto, polar. Essa
polaridade, bem como o tamanho da cadeia carbonada apolar, possibilita que o sabão se dissolva
em substâncias polares e apolares e até mesmo em ambas simultaneamente. É essa propriedade
que atribui ao sabão seu poder de limpeza. Observe os desenhos á seguir, que demonstram como
atua o sabão nas sujidades.
Colocando apenas água na superfície, não ocorre interação significativa entre as moléculas de
água (polares) e as que constituem a sujeira (geralmente apolares).
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Acrescenta-se sabão à mistura e observa-se a dissolução da sujeira. Esta ocorre devido à
formação de ligas intermoleculares entre a sujeira e a parte apolar da molécula do sabão
(parte hidrofóbica).
Observa-se que a parte polar da molécula de sabão ( parte hidrofílica) também começa a
interagir com as moléculas de água (os processos mostrados nessas duas ultimas Figuras
ocorrem simultaneamente).
O Sabão começa a retirar a sujeira da superfície. Observe que a sujeira também está presa à
superfície por forças de Van Der Walls.
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Ocorre a formação de micelas solúveis em água e dessa forma pode-se eliminar a sujeira da
superfície. Observe que, quando realizamos a limpeza de uma superfície, auxiliamos a atuação
do sabão ao esfregarmos a superfície.
BIODEGRADABILIDADE DO SABÃO
O sabão é um produto biodegradável, o que significa dizer que é uma substância que
pode ser degradada pela natureza. Essa possibilidade de degradação das moléculas formadoras
do sabão muitas vezes é confundida com o fato do produto ser poluente ou não. Ser
biodegradável não indica que um produto não causa danos ao ecossistema, mas sim, que o
mesmo é decomposto por microorganismos (geralmente bactérias aeróbicas), aos quais serve de
alimento, com facilidade e num curto espaço de tempo.
Dependendo do meio, a degradabilidade das moléculas de sabão ocorrem em curto
espaço de tempo (± 24 horas). A não existência de ramificações nas estruturas das cadeias
carbonadas facilitam amplamente a degradação realizada pelos microorganismos.
O sabão pode tornar-se um poluidor, basta observar que após a utilização o eliminamos
na água, junto com a sujeira. Essa mistura vai para o esgoto e, como é muito comum, este, acaba
desaguando diretamente nos rios, lagos ou oceanos, sem prévio tratamento. É nesse meio que a
mistura sabão - sujidades pode se tornar poluidora. Este fato gera a eutrofização das águas, isto
é, torna-as férteis ao aumento de culturas bacterianas. Vários microorganismos, patológicos ou
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não, alimentam-se da mistura de sabão e matéria orgânica. Se ocorrer abundância destes
compostos, eles se proliferarão com maior facilidade. Como grande parte desses organismos
necessitam de oxigênio para sobreviver, acabam reduzindo a quantidade do mesmo que está
dissolvida em água, e que, conseqüentemente, leva os microorganismos aeróbicos à morte. A
partir deste momento, a degradação é realizada, com maior intensidade, por bactérias
anaeróbicas que, ao invés de produzirem CO2 (dióxido de carbono) e H 2O (água) como
produtos finais, formarão CH4 (metano), H2S (ácido sulfídrico) e NH3 (amônia), que são mais
tóxicos e prejudiciais ao meio ambiente.
Outra forma pela qual o sabão contribui para o aumento da poluição ocorre quando há
formação exagerada de espumas nas superfícies dos rios e lagos. A camada de espuma encobre
a superfície, impedindo a penetração dos raios solares e a interação da atmosfera com a água.
Esta obstrução é mais evidente em rios cuja vazão é pequena e as águas, agitadas. Nesses casos,
leva plantas aquáticas e peixes à morte. Este fato, além de prejudicial à natureza, torna mais
difícil e dispendioso o tratamento da água para consumo humano. Por sorte o sabão é
suficientemente biodegradável para que este fato não ocorra somente por sua utilização.
Atualmente os maiores causadores deste tipo de poluição são os detergentes não-
biodegradáveis. Neste caso, o sabão é um mero auxiliar. A legislação brasileira atual proíbe
tanto a produção como a comercialização de detergentes não-biodegradáveis, evitando, assim,
este tipo de poluição.
Se desejarmos limpar uma superfície suja com o auxílio de sabão e de um tipo de água
que possua sais de cálcio ou magnésio verificamos que a limpeza será dificultada pela perda de
poder tensoativo do sabão. Tais águas, conhecidas por águas-duras, são assim chamadas por
possuírem, principalmente, sais de cálcio e magnésio14 (Ca2+ e Mg2+) dissolvidos. Nessas
águas ocorre uma interação entre a molécula do sabão e os sais de cálcio ou magnésio. O
produto desta reação precipita como um sal insolúvel . É este o fato que o impossibilita de
exercer a função de limpeza.
A adição de sabão à água dura favorece uma reação de substituição de íons de sódio ou
potássio, existentes na molécula de sabão, pelos íons de cálcio ou magnésio, existentes na
solução aquosa. Como os sais formados são insolúveis, verifica-se, como efeito, a formação de
um precipitado.
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O QUE É O DETERGENTE
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Diagrama – A Química dos Detergentes
A PRODUÇÃO DE DETERGENTES
Entre outros métodos os detergentes podem ser produzidos por reações de sulfonação de
alcanos de cadeia longa. As Figuras 8 e 9 apresentam estas reações.
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Figura 9 - Reação de neutralização. Obtenção de detergente.
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Fabricação de Detergente em Pó
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na Figura 14, a estrutura de um tipo de detergente largamente utilizado nos Estados Unidos no
período anterior a 1965.
Compostos com o alquil benzeno sulfonato de sódio, apresentado na Figura 14, foram
proibidos em todos os países industrializados a partir de 1965. Observe a existência de metilas
(-CH3 ) que partem da cadeia principal e formam as ramificações. É justamente a existência
destas que dificulta a degradação da molécula. Devido a esse fato, esse tipo de detergente foi,
com o passar do tempo, sendo substituído por outros que possuíam maior degradabilidade. No
Brasil, produtos como o representado na Figura 14 continuaram à venda por tempo maior que
nos países industrializados. A legislação brasileira envolvendo controle de poluição causada por
detergentes nos cursos de água só foi promulgada no dia 15 de Janeiro de 1976, onze anos após
a proibição da utilização destes produtos na Europa e nos Estados Unidos. A legislação contida
na portaria número 13 da Secretaria Especial do Meio Ambiente proibia a existência de espumas
sintéticas em águas de todas as classes. Conforme essa portaria:
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Colgate-Palmolive, chegaram a pedir ao governo mais quatro anos para se adequarem ao novo
sistema produtivo.
No final do ano de 1980, dos detergentes produzidos e consumidos no Brasil, 80%
ainda eram não biodegradáveis. A Figura 15 mostra um tipo de detergente biodegradável.
Nesta unidade serão feitas três tipos de avaliação com relação às semelhanças existentes
entre sabões e detergentes. Primeiramente, trabalharemos as semelhanças da utilização e da
degradação dos dois compostos. Em segundo lugar, verificaremos suas semelhanças químicas e
estruturais e, por último, as similaridades na forma de atuação nas sujidades.
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Semelhanças de ordem estrutural da molécula
Forma de atuação
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Figura 16 - Reação que ocorre entre o sabão quando em águas ácidas
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A grande vantagem na utilização do sabão está no fato deste ser sempre biodegradável e
de ser produzido a partir de matéria-prima renovável - os óleos e as gorduras.
A maioria dos produtos de limpeza possui aditivos que melhoram sua eficácia ou
reduzem seu custo. Agentes quelantes, como os fosfatos, aparecem praticamente em todas as
fórmulas de produtos de limpeza. Estes compostos retiram íons de metais que estão presentes na
água e que podem reduzir a ação do sabão ou detergente como os íons cálcio e magnésio,
componentes que tornam a água dura e prejudicam a ação dos tensoativos aniônicos (sabões e
detergentes). Existem outras substâncias que auxiliam na eliminação da dureza das águas.
Poderíamos classificar estes eliminadores em dois grupos: quelantes e precipitantes.
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Figura 20 - Formação do oxigênio ativo ([O]) a partir do perborato de sódio
Componentes Quantidades
Sabão 2 – 4%
Tensoativo Aniônico 5 – 8%
Tensoativo Não-Iônico 2 – 4%
Trifosfato 20 – 40%
Silicato 2 – 8%
Perborato 18 – 28%
Corante 0 – 0,3%
Enzimas 0 – 1%
Perfume 0,1 – 0,2%
Estabilizante 0,2%
Água 5%
Tabela 6 - Composição média de um sabão em pó para máquinas de lavar roupas.
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TENSOATIVOS: UMA NOVA CLASSIFICAÇÃO
Tensoativos Aniônicos
Tensoativos Catiônicos
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Figura 22 - Tensoativo catiônico
Tensoativos Não-Iônicos
Os tensoativos não iônicos não apresentam radicais com cargas elétricas, interagindo
com as moléculas de água por meio de pontes de hidrogênio. São obtidos a partir de alguns
álcoois de cadeia longa ou fenóis alquilados em reações com epóxidos (Figura 23). São, junto
com os tensoativos aniônicos, os mais adequados para a remoção de sujeira por lavagem, pois,
na água, tanto a superfície das fibras do tecido como as partículas de sujeira são, em geral,
carregadas negativamente. Os tensoativos não-iônicos , por não reagirem com as sujidades,
ficam mais “livres “para interagir com os grupos de hidrofóbicos formadores da sujeira. Isto é
uma vantagem em relação aos tensoativos catiônicos, os quais são facilmente removidos do
meio aquoso por reagirem com grupamentos hidrófilos das sujidades que apresentam cargas
negativas. Assim, interagem pouco com os grupos hidrofóbicos das moléculas formadoras das
sujeiras. Podem ainda ocorrer interações do tensoativo catiônico com as cargas negativas das
fibras dos tecidos, ficando ele aderido e dando a impressão de que o tecido continua sujo.
Estes tensoativos são mais utilizados em produtos cosméticos devido ao seu elevado
custo de produção.
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Tensoativo Anfótero
Embora não pareça, os sabões e detergentes possuem um grau de toxicidade que, apesar
de baixo, pode tornar-se grave, dependendo do grau de intoxicação e do tipo de produto que a
causa.
Os sabões, se forem excessivamente alcalinos, irritam a pele. Se o uso for contínuo,
pode, inclusive, causar dermatites. O contato prolongado do sabão com a mucosa ocular pode
determinar lesões relativamente graves, e a sua ingestão pode causar distúrbios como vômitos,
cólicas abdominais e diarréia.
Os tensoativos aniônicos como o lauril benzeno sulfonato linear são mais tóxicos que os
sabões, a DL50 deste composto, em experiências utilizando ratos, por ingestão via oral, é de
800-300 mg de detergente por quilograma de cobaia. Os detergentes aniônicos, assim como os
sabões, podem causar dermatites e irritam a mucosa ocular com maior facilidade. Os sintomas
de ingestão são determinados por surgimento de náuseas seguidas por vômitos, cólicas
abdominais e diarréia. A ingestão, para seres humanos, entre 0,1 e 1 grama por quilograma de
massa não causa efeitos tóxicos.
Dentre os surfactantes catiônicos existem alguns com grau de toxicidade relativamente
grande para estes tipos de produto. O Cloreto de Dimetildiestearilamônio possui DL50, em
testes realizados com ratos por via oral, atinge o nível de 700 miligramas por quilograma de
cobaia. Estas substâncias podem causar distúrbios digestivos, hipotensão, confusão mental,
fraqueza muscular, dificuldade respiratória, podendo levar o indivíduo à morte por asfixia,
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às vezes precedida por convulsões. Quando em contato com a pele, deve ser feita imediatamente
a lavagem com água e sabão.
Os surfactantes não-iônicos são os menos tóxicos, o alquiletoxilato, por exemplo, possui
DL50 igual a 2.200-4.100 mg/Kg em experiências utilizando ratos induzidos à intoxicação por
via oral.
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Aminoácido Percentual ( % )
Resíduo 34,2
Tabela 7 - Composição de farelo de soja
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Tabela 8 - Comparação entre LSS e tensoativos de soja
O tensoativo de soja demonstrou ser biodegradável em 24 horas. Este fato vem reforçar
a idéia de que poderemos interagir com o meio ambiente sem destruí-lo e é para isso que devem
servir as pesquisas e baseados nessa ideologia que devem trabalhar os pesquisadores.
MERCADO
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desde a primeira lavagem. Outro lançamento da Unilever ficou por conta do “Surf Toque de
Fofo”. Trata-se da união do detergente em pó Surf (antigo Campeiro) ao amaciante Fofo.
No Brasil, a linha de detergentes em pó da Procter & Gamble está presente desde 1997
com o lançamento das marcas Ariel, ACE e Bold. A multinacional também responde pelo POP
Poder ODD, união dentre a ODD (ex-Orniex) e a marca POP. O mais recente lançamento da
linha Ypê, da Química Amparo, no mercado de lavagem de roupas é o detergente em pó Tixan
Ypê Ação Máxima, na categoria de alto desempenho e brancura. A linha Tixan Ypê atua em
todas as divisões com as seguintes versões: Tixan Ypê Primavera e Tixan Ypê Fresh, na linha
de performance com perfumação, e Tixan Ypê Maciez, na categoria “care” (lava-roupas com
amaciante).
Detergente em pó
As vendas de detergentes em pó, que respondem por 31% do faturamento total do setor,
totalizaram R$ 3,1 bilhões em 2006, o que representa um crescimento de 0,82% em relação ao
ano anterior
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Sabão em pedra
Neste seguimento as vendas registraram queda de 3,54% em 2006 com faturamento de
R$ 808 milhões.
Detergente Líquido
Com faturamento de R$ 651 milhões em 2006,os detergentes apresentaram crescimento
de 5,7% de vendas em relação a 2005.
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BIBLIOGRAFIA
http://www.members.tripod.com/alkimia/saboes_detergentes.htm
http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/sabao-x-detergente.htm
http://www.ebah.com.br/fabricacao-de-sabao-e-detergentes-ppt-a9287.html
http://japublicidade.com/historia-do-sabao
http://www.ucs.br/ccet/defq/naeq/material_didatico/textos_interativos_27.htm
http://www.iq.ufrgs.br/aeq/html/publicacoes/matdid/livros/pdf/sabao
http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/detergente-ou-sabao-qual-polui-mais.htm
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-sabao/historia-do-sabao-2.php
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