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Revisão Bibliográfica: Jet Leg Social

e a Sociedade Contemporânea

Docente:

Bruno Henrique de Oliveira

Discente:

Jessica Akemi Akamine

2018
Revisão Bibliográfica

1.Ciclo de Sono-Vigília

Dentre os ciclos circadianos, encontramos um muito importante para o mundo moderno,


o clico de Sono-Vigília, que além do relógio circadiano, ainda está restrito as imposições
da vida em sociedade, que interferem no desempenho das funções do ser humano. Este
conflito está associado ao jet lag social e não são apenas de viagem para locais com fuso-
horários diferentes como para trabalhos em turnos e no período noturno (ARAÚJO,
2007).

Ainda segundo Araújo (2007), em uma situação normal, o relógio circadiano potencializa
a insônia e o estado de vigília em uma fase do ciclo diurno e o oposto ocorre no período
noturno. O corpo vai se acostumando com a noite, à medida em que o dia passa. Esse
processo está associado a produção de melatonina que é estimulada quando escurece e ao
dormir, e se reduz devido a luz natural que interrompe a produção do hormônio. Durante
viagens o ritmo circadiano se desconecta do comando do ritmo diurno. O relógio
biológico acelera (quando movido no sentido Leste a Oeste) ou retrocede (quando nos
movido no sentido Oeste a Leste).

2.Jet Lag Social (JLS)

Como já mencionado, melatonina influencia no ciclo Sono-vigilia, assim o estudo de


Parry (2002) crê que ao associar a luz brilhante e administração de melatonina, ajudando
a ajustar os ritmos circadianos subjacentes ao novo fuso horário, os sintomas do JLS
podem ser atenuados. Os princípios do funcionamento da melatonina perante a luz
aplicada ao timing do corpo interno ritmos biológicos, pode avançar ritmos para o leste
viajar e atrasá-los para viajar para o oeste. Reduzir os sintomas do JLS por esses métodos
pode diminuir o humor, sintomas cognitivos e comportamentais resultantes desses ritmos
dessincronizados.

Segundo Samuels (2007), para garantir a qualidade do desempenho no meio esportivo,


viajar estratégias devem ser efetivamente gerenciadas e esportes organizações devem
reconhecer os prováveis efeitos do jet-lag no desempenho de atletas. A programa de
educação eficaz permitiria viajar atletas para fazer escolhas informadas sobre seus planos
de viagem e adotar comportamentos apropriados para minimizar o desconforto.
Modificação de comportamento para adequar o ajuste progressivo ao novo fuso horário é
preferível usar drogas cronobióticas ou soporíferas. Como não há adaptação fisiológica
em condições repetitivas transições de fuso horário, cada viagem de longo único e requer
sua própria estratégia de viagem específica, com base na direção da viagem, duração e
horários de Embarque e desembarque. Mais importante de tudo para o esporte
competitivo, para permitir número de dias no novo fuso horário para atingir o
reenquadramento e assim facilitar o desempenho máximo.

Araújo (2007) acredita que a limitação crônica do sono está associada com aumentos
significativos de vários problemas de saúde e a sociopatias decorrentes do rompimento
de vínculos sociais e afetivos. O ser humano é um ser social e necessita estar internamente
harmonizado com seus ritmos biológicos internos e com os ritmos externos. O ritmo
circadiano é um relógio da vida e a qualidade de vida que tanto buscamos na sociedade
contemporânea está intimamente relacionada com o respeito aos nossos ritmos. A
prevenção e tratamento do jet lag e outros distúrbios, durante e após as viagens aéreas,
devem ser feitos com critérios e orientados por médicos, de modo a minimizar os efeitos
e os riscos decorrentes das mudanças das zonas de tempo.

Samuels (2012), avaliou o JLS e fadiga de viagens em relação a atletas, esses fatores são
considerados pelo meio atlético para ser uma fonte substancial de perturbação para o
desempenho. O estudo concluiu que as estratégias atuais são limitadas a intervenções que
são baseadas em um grau modesto de evidência, no qual profissionais de medicina
esportiva forneceram uma abordagem prática e intervenções específicas para começar a
desenvolver um programa de gestão de viagens para atletas e equipes. A equipe médica
adotou modelo que envolvia uma preparação pré-voo, em voo e de pós-voo e incorporou
um sistema de monitoramento de fadiga de viagem ajudaria treinadores esportivos e
treinadores e sua equipe de apoio para resolver o problema, limite os sintomas e melhore
o desempenho. Apesar disso, diferente de Samuels (2007), o estudo concluiu que as
estratégias atuais são limitadas a intervenções que são baseadas em um grau modesto de
evidência.

A preferência de manhã – noite, segundo Randler e Jankowski (2014), pode ser medida
por questionários, como o Escala Composta de Matutinos (ECM). Assim, ao usar dados
de uma retrospectiva diário do sono-vigília incluindo muitos aspectos da vida social
durante a semana anterior é possível estabelecer mais qualidade convergente para o CSM.
O estudo composto por 570 estudantes das ciências sociais das universidades de Varsóvia
e Heidelberg, percebeu que a alunos orientados pela manhã acordou, fazem suas
atividades e dormem horas mais cedo do que mais orientada para a noite estudantes e
experimentaram menos jetlag social.

Ainda usando estudantes como base, encontramos a dissertação de Ferreira (2015), na


qual é avaliado a influência da faculdade no sono. Nesse estudo foi percebido um
desalinhamento no relógio biológico e social em detrimento do uso de despertador e
expressiva média de JLS. Foi percebido que alunos com JLS maior a duas horas
apresentavam menor frequência comparada a alunos com uma privação de sono menor.
Os dados sugerem que a privação do sono pode causar uma predisposição a doenças
cardiovasculares.

Chandrakar (2016) também estudou alunos, no entanto numa faixa etária um pouco mais
jovem, a amostra foi composta por 919 escolas alunos de seis escolas diferentes, faixa
etária de 12 a 19 anos, compreendendo de meninos (n = 513) e meninas (n = 406). Os
resultados revelaram que 73,9% da amostra jetlag social. Houve efeitos significativos
sobre o jetlag social de cronotipo, gênero e uso de despertador. Pessoas que dormiam
muito tarde estavam em um maior risco de ter jetlag social. Houve um impacto positivo
correlação entre a quantidade de jetlag social e o tempo gasto assistindo televisão. Destes
resultados, conclui-se que existe prevalência de jetlag social, particularmente entre
meninos e aqueles que use um despertador. Os resultados também levam à previsão de
que estudantes da escola com jetlag social estarão predispostos à saúde perigos associados
a ele no futuro.

Estudos mostraram que a luz brilhante transcraniana (TBL) através dos canais auriculares
demonstrou têm efeitos antidepressivos, ansiolíticos e de aumento do desempenho
psicomotor, assim o trabalho de Jurvelin, Jokelainen e Takala (2015) avaliou se a
exposição intermitente ao TBL podia aliviar os sintomas do jet lag em um estudo
randomizado, duplo-cego e controlado por placebo. Assim com exposições luminosas
intermitentes, durante alguns dias e horários periódicos foram administradas durante 7
dias após um voo transatlântico a leste. Os sintomas do jet lag foram medidos pela Escala
Analógica Visual pela Escala de Sonolência de Karolinska (KSS) e pelo Perfil de Estados
de Humor. E resultou em uma redução significativa dos sintomas gerais do JLS.

Borisenkov et al. (2016) avaliou como o relógio biológico muda quando ajustado a
mudanças de relógio social, como o horário de verão (HDV) na Federação Rússia. Em
março de 2011, o HDV mudou para o horário de verão permanente (HDVp), que após
quatro anos foi revogado (não-HDVp). Essas manipulações podem causar distúrbios
prolongados do sistema circadiano humano. O trabalho comparou os HDV com os não-
HDVp, que tiveram avaliados os efeitos de tempo de sono, JLS, entre outros. Nos estudos
foi percebido uma perturbação referente ao JLS e ao padrão de inverno de sazonalidade
de humor em adolescentes durante o período de HDVp em comparação com os períodos
DST e não DSTp. O maior aumento JLS ocorreu em idades entre 10 e 17 anos de idade.
A descoberta sugere que o aumento do SJL pode ser atribuído a um aumento posterior de
dias livres. Concluiu-se qie que há uma grande dissociação entre relógios sociais e
biológicos durante o período HDVp que potencialmente exerce uma influência negativa
sobre os hábitos de sono, humor e comportamento. Nossos dados indicam que “não-
HDVp” sistema de relógio social mais adequado para dissociação de prevenção entre
relógios sociais e biológicos.

Borisenkov et al. (2018) avaliou as relações entre as características do ritmo sono-vigília


e preferências alimentares de jovens residentes do Norte, envolveu 282 participantes da
República Komi (53,2% mulheres. As mulheres relataram consumir 1,3 vezes mais óleos
e gorduras do que homens. Residentes rurais relataram consumir 1,7 vezes mais álcool
do que residentes urbanos. Estudantes universitários relataram consumir 5,4 vezes mais
álcool do que os alunos do ensino secundário, mas alunos da escola consumiam 1,6 e 1,5
vezes mais carne e frutas, respectivamente. Participantes com cronotipo tardio relataram
consumir mais álcool, e aqueles com menor duração do sono relatado consumir mais chá
e café. Entrevistados com JLS consumiam mais gorduras, óleos, carne e álcool. Os
resultados indicam que os hábitos alimentares dos jovens nortistas estão mais
intimamente associados JLS do que com o cronotipo ou a duração do sono.
Referências

ARAÚJO, A. J. de. Parte II – Sistemas orgânicos, doenças e situações: 19 – Medicina das


viagens aéreas. In: JANSEI, U. et al. Medicina da Noite. Rio de Janeiro. Fiocruz, 2007.
P 283-298.

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v. 48, n. 1, p.3-12, 31 ago. 2016. Informa UK Limited.
http://dx.doi.org/10.1080/09291016.2016.1223778.

BORISENKOV, M. F. et al. Young inhabitants of the North with late chronotype and
social jetlag consume more high-calorie foods and alcohol. Biological Rhythm
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http://dx.doi.org/10.1080/09291016.2018.1455867.

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1, p.99-112, 19 set. 2016. Informa UK Limited.
http://dx.doi.org/10.1080/09291016.2016.1234026.

FERREIRA, L. G. F. Influência do Jet Lag Social em Marcadores Circadianos de


Atividade: Repouso e Cardíaco em Estudantes de Medicina. 2015. 90 p. Dissertação (Pós-
graduação em Neurociências) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal,
2015.

JURVELIN, H.; JOKELAINEN, J.; TAKALA, T. Transcranial Bright Light and


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And Human Performance, [s.l.], v. 86, n. 4, p.344-350, 1 abr. 2015. Aerospace Medical
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morningness based on students from Germany and Poland – relationship with sleep–wake
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SAMUELS, C. H. Jet Lag and Travel Fatigue: A Comprehensive Plan for Sport Medicine
Physicians and High-Performance Support Teams. Clinical Journal Sport Medicine,
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