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RESUMO
Tendo em vista que os fenômenos patológicos se manifestam, na maioria das vezes, quando
um imóvel ou edificação já está sendo ocupado, muitas vezes, pressupõem-se que estes
fenômenos são originados simplesmente pela má conservação ou por algum problema
decorrente do mau uso da edificação, o que na maioria das vezes não é verdade. Quando se
realiza um estudo sobre as patologias, pode-se descobrir que o problema muitas vezes é
originado nas etapas de: projeto, escolha de matéria-prima, execução de mão-de-obra e
conservação/manutenção. O saber sobre as patologias construtivas, vai além de simplesmente
um diagnóstico, abrange conhecer sobre seu conceito, origem e desenvolvimento, para só
então poder se traçar um método adequado de tratamento que garantirá ao
proprietário/morador, um investimento, na maioria das vezes inesperado, mas que garantirá
uma solução definitiva para aquele problema.
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Artigo elaborado em 2018 a partir das Normas da ABNT vigentes e apresentado ao Curso de Graduação em
Engenharia Civil, como requisito parcial para conclusão da Disciplina Materiais de Construção Civil I, ofertada
pelo Sinergia Sistema de Ensino – Navegantes/SC.
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Acadêmico do Curso de Engenharia Civil
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Acadêmico do Curso de Engenharia Civil
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Acadêmico do Curso de Engenharia Civil
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Professor da Disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica do Curso de Engenharia do Sinergia Sistema de
Ensino. Mestre e Doutor em Educação pela UNIVALI/SC.
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1 INTRODUÇÃO
O termo “patologia” é derivado do grego (pathos-doença, e logia-ciência-estudo) e
significa estudo da doença. Na construção civil pode-se atribuir aos estudos dos danos
ocorridos em obras e edificações. Diz-se que uma edificação apresenta algum tipo de
patologia quando apresenta defeitos, ou não atende as funções para qual foi projetado.
Para entendermos melhor este tema podemos fazer uma comparação entre os corpos
humanos e as edificações, assim como corpo humano. É constituído de esqueleto músculos,
peles e sistema nervoso as edificações são constituídas de estruturas, alvenaria, instalações
elétricas e hidráulicas. Assim como o corpo pode adoecer ou ter alguma deficiência as
construções também podem apresentar patologias. Assim como na medicina o estudo é feito
buscando identificar as origens destas patologias para propor medidas de intervenção efetivas.
As patologias podem ser causadas por diversos motivos entre os mais comuns estão
relacionados ao erro no cálculo estrutural, erro humano durante a construção, materiais de
pouca qualidade, infiltrações e excesso de carga (peso) sobre as estruturas. E manifestam-se
de diversas maneiras entre elas estão: trincas, fissuras, infiltrações, soltura do revestimento e
em casos mais graves podem casar o colapso da estrutura podendo haver o desabamento da
mesma.
Todos os tipos de edificações estão sujeitos a estas patologias que podem ocorrer na
fase de construção, como depois do projeto estar concluído e podem demorar até mesmo anos
para manifestar-se. Estes danos são problemas sérios que exigem uma atenção especial, cabe
ao engenheiro civil a função de estudar e propor soluções para estas patologias afim de
garantir a segurança dos ocupantes da edificação e a vida útil da mesma.
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Os problemas patológicos, salvo em raras exceções apresentam manifestações externas
características, a partir da qual pode-se deduzir a sua origem e os mecanismos de fenômenos
envolvidos, assim como prever a suas consequências.
Ainda segundo a ABNT NBR 6118:2014, desde a fase de concepção de projeto, deve-
se levar em consideração os fatores de intempéries ocasionados pelo meio ambiente em que a
obra está situada. A norma classificada a agressividade ambiental e quatro classes, sendo elas:
fraca, moderada, forte e muito forte.
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Para Souza e Ripper (1998), os problemas patológicos originados pela falha na
fase de projeto são:
• Erros de dimensionamento.
Ainda de acordo com os autores, além dos fatores de tratamento interno da obra,
durante a fase de execução, fatores externos como o fornecimento de matéria-prima de baixa
qualidade podem comprometer a edificação e contribuir para o surgimento de patologias de
revestimento ou até mesmo estruturais, isso faz com que a obra fique dependente do grau de
evolução técnica alcançados pela indústria de materiais e componentes.
Souza e Ripper (1998), descrevem vários problemas patológicos que podem surgir
durante a fase de execução, desde erros grosseiros e aparentes como: falta de prumo,
desnivelamento de pisos, falta de caimento em pisos molhados, argamassas espessas para
assentamento de pisos cerâmicos; outros são menos visíveis, entretanto podem resultar em
problemas mais graves como: erros no escoramento, fôrmas, posicionamento e quantidade de
armadura e qualidade do concreto empregado.
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Azevedo (2011) relata que existe uma grande taxa de acidentes relacionados ao uso
inadequado ou a falta de manutenção, para o autor a principal causa capaz de ocasionar
acidentes graves, até mesmo fatais, é a sobrecarga das estruturas. Azevedo afirma que muitas
vezes essa sobrecarga é originada pela execução de reformas, por parte do proprietário, sem
um acompanhamento técnico, esta ação pode ocasionar consequências gravíssimas para a
estabilidade da obra.
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Transporte
Presença de cloretos
CAUSAS QUÍMICAS
Presença de ácidos e sais
Presença de anidrido carbônico
Presença de água
Elevação da temperatura interna do
concreto
Variação de temperatura
Insolação
CAUSAS FÍSICAS
Vento
Água
CAUSAS BIOLÓGICAS
Quadro 01: Causas intrínsecas aos processos de deterioração das estruturas de concreto
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Modelização inadequada da estrutura
Má avaliação das cargas
Detalhamento errado ou insuficiente
FALHAS HUMANAS
Inadequação ao ambiente
CAUSAS EXTRÍNSECAS
DURANTE O PROJETO
Incorreção da interação solo estrutura
Incorreção da consideração de juntas
de dilatação
Alterações estruturais
FALHAS HUMANAS Sobrecargas exageradas
DURANTE A UTILIZAÇÃO Alteração das condições do terreno
de fundação
Choques de veículos
AÇÕES MECÂNICAS Recalque de fundações
Acidentes (ações imprevisíveis)
Variação de temperatura
AÇÕES FÍSICAS Insolação
Atuação da água
AÇÕES QUÍMICAS
AÇÕES BIOLÓGICAS
Quadro 02: Causas extrínsecas aos processos de deterioração das estruturas de concreto
Cada material tende a ter uma resistência característica a ação para cada agente
agressivo. Problemas patológicos podem ser originados durante a fase de construção ou ser
adquirida na fase de uso. Quanto a atuação de agentes patológicos com intensidade maior que
a resistência do material de construção civil geralmente causas são originadas um conjunto de
agentes agressivos e não de uma causa única, onde pode classificar em causas eficientes ou
operantes e ou causas coadjuvantes ou predisponentes.
2.4.1 Diagnóstico:
O diagnóstico tendo como objetivo final o entendimento de um quadro geral de
fenômenos e manifestações dinâmicas, pressupõe um processo complexo e intrincado de
elaboração mental. Este processo de entendimento da situação e de elaboração mental se
inicia, conforme Renond-Silas[14], assim quando se é estudado problema patológico,
processo de diagnostico não se inicia apenas em após o levantamento do quadro
sintomatológico dos materiais.
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Deve-se fazer levantamento e histórico de patologias das construções, também exames
e ensaios de campo e em laboratórios são feitos com sentido de divisão e quantificar os
sintomas isoladamente. Para obter o conhecimento de como reage o material a o agente
agressivo a qual está sendo exposto. Como surgiu e como se desenvolveu o problema
patológico e assim por diante.
PROBLEMA
BIBLIOGRÁFICA
DIAGNÓSTICO
TECNOLÓGICA
ORIGENS
CIENTÍFICA
CAUSAS
MECANISMOS DE
OCORRÊNCIAS
ALTERNATIVAS DE
PROGNÓTICO
INTERVENÇÃO
DEFINIÇÃO DA CONDUTA
TERAPIA
COLAPSO PROTEÇÃO
DETERIORAÇÃO REPARO
INSATISFATÓRIO RESTRIÇÃO AO USO
PESQUISAR
AVALIAÇÃO EXECUÇÃO
REGISTRO DO CASO
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2.4.2 Prognósticos para Manifestações Patológicas:
Conhecido o diagnostico onde o problema da patologia, portanto deve preparar sua
intervenção.
Existem problemas patológicos, por outro lado, que praticamente não permitem
qualquer tipo de intervenção conduzindo o edifício num maior ou menor prazo no sentido do
fim de sua vida útil. Nestes casos, de prognósticos pessimista quanto a evolução de problema,
uma distinção terminológica deve ser feita quando a expressão “prognostico ruim”. Muitas
vezes é utilizada a expressão “prognóstico ruim” quando a evolução desfavorável é prevista.
Nestes casos, se for inevitável a perda do edifício, o prognostico estava correto, e portanto
segundo “Chastang[15], era bom não “ruim”. Ainda segundo Chastang, ser evitada a confusão
entre o ato de prever e o resultado da previsão.
3 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Pode-se concluir com o estudo que existe diferentes tipos de patologias qual podem ser
prejudiciais as estruturas de construção civil, sendo elas pelas condições climáticas ou até por
produtos de baixa qualidade na sua utilização, também utilização de forma incorreta no dia a
dia das obras até mesmo pela falta de conhecimento ao manuseio dos mesmos.
Nos casos quais as estruturas apresentam problemas com patologias, que deverá ser usada
uma linha de estudo da problemática a qual se está submetido a estrutura conforme a
patologia, assim consideramos que analise da mesma deverá ser em fases sendo:
Primeiramente feito o levantamento da maior quantidade de informações para o entendimento
da problemática qual a estrutura se encontra, após do diagnostico deverá ser feito o
prognóstico e assim definir uma conduta a partir da escolha de alternativa de intervenção,
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mais conveniente. É apresentado a aplicação real da metodologia proposta em diferentes casos
onde os tratamentos diferentes deveram obter o máximo de êxito para preservação e
manutenção das estruturas.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO. Minos Trocoli. et al. Concreto: Ciência e Tecnologia. São Paulo: Ibracon, 2011.
1902p, v.2.
SOUZA, Vicente Custódio Moreira de; RIPPER, Thomaz. Patologia, recuperação e reforço
de estruturas de concreto.São Paulo: Pini, 1998.
CHANTANG, C. & AUQUEIER, *A. & GREMY, F. Prognostic knowledge; interest and
methods.bull. Câncer, Paris, 1980.
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