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(Curso Completo)
INTRODUÇÃO
É certo que o homem necessita da natureza em perfeitas condições para sobreviver bem;
quando esta natureza é destruída pelo homem, a maior vítima é o próprio ser humano.
Embora o problema seja de grande complexidade, envolvendo uma série de fatores, achamos
que todos aqueles que admiram a natureza, como é o caso dos aquariófilos, naturalistas
inatos, tem também a obrigação de procurar preservá-la por todos os meios e modos ao seu
alcance.
Um aquariófilo transmite, por onde passa, seu amor pelo seres viventes e o seu meio. Esse
amor a natureza é uma forma de cultura, pois representa negação de todas as taras do
primitivismo predatório. Por intermédio de um aquário, podemos estudar os comportamentos
dos animais e plantas, aprendendo a entendê-lo e, por conseguinte, como preservá-los. As
futuras gerações não nos perdoarão se não lhes legarmos nossas riquezas naturais, inclusive a
nossa fauna e flora aquática, por isto devemos aprender para podermos manter a relação entre
os animais, vegetais e o meio ambiente. Desse equilíbrio depende a continuidade de todos os
tipos de vida, principalmente a humana.
Sem dúvida alguma, todos se extasiam diante de um aquário, porém poucos se aventuram a
montá-lo, alegando dificuldades em mantê-lo devido ao pouco conhecimento sobre aquariofilia.
Conhecendo um pouco mais sobre o assunto, esse "medo" passa e começa-se a sentir e a
usar o aquário como um instrumento de trabalho.
Nessa linha, podemos lembrar que o trabalho em grupo é muito valorizado, na criação de um
mesmo objetivo: o equilíbrio biológico do aquário, bem como decisões e busca de soluções
para os problemas pertinentes a diversidade de situações, sendo o aquário um microcosmo,
possuidor de um ecossistema em miniatura.
• Histórico
• Aquário
• Tipos de Aquários de Água Doce
• Elementos necessários à vida
• Equilíbrio biológico
• Oxigenação
• Temperatura
• Iluminação
• Filtragem e solo
• Agentes decompositores
• Plantas aquáticas
• Peixes de água doce
• Doenças
• Alimentação
• Bibliografia
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Aquário
Aquário é um ecossistema em miniatura que você cria, e daí por diante será o responsável por
ele, pois nesse ambiente serão mantidos seres que sentem frio, calor, fome, dor e estresse.
Devemos proporcionar ao máximo um ambiente saudável e equilibrado, para que os seres
envolvidos possam executar suas funções como nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e
morrer naturalmente.
Para proporcionar aos habitantes as melhores condições ambientais e um bom efeito estético e
decorativo, devemos observar alguns detalhes na escolha do formato e das dimensões dos
aquários.
O local onde será instalado deverá ser livre de correntes fortes de vento para evitar mudanças
bruscas na temperatura. Não precisa ser instalado em locais onde a luz solar esteja presente,
já que o aquário terá iluminação própria, más um pouco de iluminação natural no período
matutino é favorável.
O peso total de um aquário é outro fator determinante para a escolha do local e do tipo de sua
base podendo ser de madeira, concreto ou mármore. Para amortecer vibrações e corrigir
eventual irregularidade da superfície plana de apoio convém interpor entre essa superfície e o
vidro da base do aquário uma placa de isopor de mais ou menos 1 cm de espessura.
Para se ter uma noção do peso total do aquário basta aplicar uma fórmula de volume
acrescentando metade do resultado obtido para se chegar ao peso total, ou seja:
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Outro fator importante é a espessura do vidro, determinado principalmente pela altura do
aquário. Para aquários selados com borracha de silicone observamos a seguinte tabela com
medidas em (cm):
Comprimento - cm
Altura- 40 50 60 70 80 90 100 120 150 200
cm
40 4 5 6 6 6 6 6 8 8 10
50 5 6 6 6 6 6 6 8 8 10
60 6 6 8 8 8 8 8 10 10 10
70 8 8 8 10 10 10 10 10 12 15
CURIOSIDADE:
Antigamente (+ou - 25 anos) os aquários eram montados sobre uma
estrutura metálica, sendo os vidros fixados e vedados com massa á base
de óleo (massa
vidraceiro). Esses aquários funcionavam precariamente, trazendo
problemas constantes de vazamentos e de intoxicação da água.
Hoje foram totalmente substituídos por aquários sem armação e selados
com silicone, proporcionando assim muito mais resistência e
durabilidade.
Histórico
A história da ictiologia tem o seu começo entre os anos 384 e 322 A.C quando o sábio grego
Aristóteles descreveu cento e quinze espécies de peixes existentes no mar Egeu.
Mais adiante do tempo encontraremos outros estudiosos que se preocupavam com os peixes,
como Pierre Belon (1517-1575) e Guilherme Rondele, por volta de 1561, ambos considerados
pioneiros da ictiologia.
Os estudos sobre os peixes prosseguiram porem foi Linneu, em 1758, quem criou o sistema
binômico de gênero e espécie, usado até hoje, sendo, portanto, o
pai da sistemática ou taxonomia moderna.
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ele os alimentava como trocava a água e sifonava o fundo do bujão para retirar sujeiras ali
depositadas, como proteger o seu bujão em casa no inverno contra o frio, que seria mortal para
seus peixes. Esse livro chamava-se Chu Sha Yu P’u, que quer dizer "Livro dos peixes
vermelhos".
O maior aquariólogo que o mundo conheceu foi Willian Thorton Innes, que dedicou sua vida ao
estudo da aquariologia. Nasceu na Filadélfia, estado na Nova Jérsei no ano de 1874. Mestre
dos mestres estudou e implantou a aquariofilia moderna, alicerçada em vários princípios. Ele
escreveu livros e revistas especializadas no assunto. Embora científicas, foram escritas de
maneira simples, o que estimulou o estudo por parte de milhares de leitores. O livro, Exotic
Aquarium Fishes se tornou a bíblia do aquarismo no mundo. Podemos afirmar que a
aquariofilia está dividida em duas etapas distintas: antes e depois de Innes.
A aquariofilia no Brasil, segundo alguns estudiosos, nasceu no Rio de Janeiro em 1922 durante
a realização de uma exposição da independência nos pavilhões construídos pelo governo
federal para tal evento. Sendo esses pavilhões posteriormente transferidos para a antiga
universidade do Brasil localizada na Avenida Pasteur e na Praia Vermelha. Naquela ocasião,
os japoneses apresentaram em, seu pavilhão, aquários ornamentais imitando os jardins do
Japão, impressionando os visitantes com sua beleza.
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Tipos de Aquário
Aquário
de
Criação -
esse tipo
de aquário
é
destinado
a
reproduzir um ambiente muito próximo do
qual o animal encontra na natureza
proporcionando condições físicas para a
reprodução.
Aquário de Desenvolvimento -
Utilizado para o crescimento de
alevinos, pois normalmente em aquários
comunitários seriam devorados por
predadores.
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Elementos Necessários à vida
Não podemos esquecer do componente mais importante: A água (H2O - dois átomos de
hidrogênio e um de oxigênio), sem a qual não é possível a vida no aquário.
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Equilíbrio Biológico
• Oxigenação;
• Temperatura;
• Iluminação;
• Alimentação;
• Filtragem e Solo;
• Flora aquática (vegetação);
• Fauna aquática (animais). Se houver qualquer fenômeno que perturbe essa harmonia,
o aquário entrará em estado de degradação em relação ao sistema.
OXIGENAÇÃO
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TEMPERATURA
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Iluminação
No aquário, meio diferente do ar, a absorção das diversas radiações difere para os distintos
comprimentos de onda. A luz vermelha, tem um grande comprimento de onda, porém um
pequeno poder de penetração, já a luz azul tem um pequeno comprimento de onda e um
grande poder de penetração.
Além dos efeitos visuais indispensáveis a um aquário, a iluminação é parte indispensável para
o bom funcionamento do mesmo. As lâmpadas não são colocadas no aquário apenas como
objeto de decoração ou um mero aparato para se obter uma melhor visualização dos peixes.
As luzes dentro de um aquário têm uma função muito mais importante, e tem que Ter alguns
critérios na hora de escolher esse tipo de equipamento.
A luz do aquário é responsável pela fotossíntese das algas e plantas. Tal fenômeno
desencadeará todo o processo de oxigenação da água, evitando que o nível de dióxido de
carbono fique muito elevado, o que levaria os peixes à asfixia. A iluminação desempenha a
função de fixar no organismo do peixe a protovitamina e o cálcio de que necessita para viver
sadio, evitando o raquitismo provocado pela privação de uma fonte de luz natural.
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FILTRAGEM E SOLO
Sistemas de Filtragem:
No aquário, a filtragem tem como objetivo clarificar a água, ajudar a manter a taxa de oxigênio
e o equilíbrio normal da pressão gasosa, uniformizar a temperatura da água e expulsar gases
para a superfície.
Os filtros são acionados por compressores de ar, impulsionando a água por meio de bolhas de
ar, fazendo com que a mesma circule no aquário (não é muito eficiente, pois funciona bem
enquanto o filtro estiver bem limpo), ou por bombas eletromagnéticas submersas. Este
equipamento veio revolucionar o aquarismo, pois realmente faz a água circular com eficiência
"sugando-a" do filtro e introduzindo o ar ao mesmo tempo, efetuando então, os processos de
filtragem e oxigenação com grande êxito.
Filtros Internos
Existem vários tipos de filtros internos que executam a filtragem mecânica. Esses são poucos
utilizados porque ocupam um grande espaço dentro do aquário e possuem baixa eficiên
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Filtros Externos
Entende-se por filtro ou filtragem externa, todos os sistemas colocados do lado de fora do
aquário. Conhecidos por filtros externos mecânicos e pelo Dry weet.
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Solo
O solo, leito ou piso ideal para o aquário é o de cascalho, constituído de uma mistura de areia
grossa (areião), pedriscos encontrados nos leitos dos rios e pequenos seixos rolados. Esta
mistura torna o solo mais permeável, facilitando a absorção e fixação das plantas.
Alguns autores denominam esse cascalho de "fundo de areia", tomando por base o conceito de
que a areia é o nome dado à rocha formada por pequenos grãos.
A "areia" utilizada não deve ser muito clara, para que os peixes não se mimetizem, tornando-os
pálidos.
Essa diferença de altura do cascalho entre a frente e o fundo, é necessária por dois motivos.
Primeiro: Relaciona-se com o fluxo de sucção das bombas (que geralmente estão dispostas na
parte do fundo/trás do aquário) que é sempre maior perto de sua base, perdendo o seu poder
de sucção conforme se distancia da base. Para compensar esta perda (na parte frontal do
aquário) faz-se este esquema, pois com menor quantidade de cascalho este fluxo torna-se
uniforme em todo piso. Segundo: A parte estética, pois o cascalho mantido dessa maneira,
proporciona um efeito angular, dando noção de todo o aquário.
Obs.: Todos esses componentes deverão ser bem lavados antes de serem introduzidos no
aquário.
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AGENTES DECOMPOSITORES
Essa conversão ocorre pela decomposição de material orgânico realizadas por bactérias
aeróbias e anaeróbias. Dissociando proteínas e uréia, gases metano, bióxido de carbono,
amônia e nitrogênio. Esses elementos são dissipados na atmosfera, e em certas circunstâncias
se infiltram no solo.
Neste ciclo os componentes são subdivididos em amônia e outros produtos simples, sendo
convertidos pelo efeito das bactérias nitrificantes em nitritos para nitratos.
Para termos um equilíbrio em nossos aquários, devemos possuir quantidade suficiente destas
bactérias para transformar estes elementos de putrefação em nitratos, a fim de serem
absorvidos por vegetais, consumidos por animais.
Alguns fatores podem alterar este ciclo, excesso de alimentação, população e de higiene.
Excesso de alimentação: A alimentação pode ser praticada várias vezes ao dia desde que bem
administrada, fazendo com que todo o alimento sejam consumidos imediatamente, pois as
sobras se acumularão no cascalho prejudicando o ciclo.
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Água Doce: Introdução
O que constitui o sucesso? Sucesso são peixes saudáveis que vivem muito tempo,
normalmente acasalando e procriando. Sucesso também significa ter um aquário com
um bom aspecto sem ser necessária muita manutenção (i.e. batalhas constantes contra o
crescimento excessivo de algas).
Ter um aquário bem sucedido não é difícil, nem é essencial muito trabalho, desde que
use algum senso comum. Estas diretrizes são baseadas parcialmente na ciência por um
lado, e por outro, na experiência recolhida de muitos aquariofilistas com muitos anos de
experiência na "arte de manter peixes". A lista seguinte resume as mais importantes
regras para o sucesso. Cada uma é discutida em mais detalhe nas secções subseqüentes
deste documento.
Tenha paciência.
Fornecer um ambiente que minimiza o stress dos peixes é a chave do sucesso. À medida
que o stress dos peixes aumenta, o seu sistema imunitário enfraquece e estes se tornam
mais susceptíveis de adoecer. Cada vez mais, muitos tratamentos para peixes não
resultam muito bem, não valem o dinheiro, e muito frequentemente fazem mais mal do
que bem. Muitas vezes, o melhor tratamento para peixes doentes é aliviar o stress da
seguinte forma:
Os peixes produzem resíduos tóxicos (amônia) que tem de ser destruída por bactérias
através de filtragem biológica. Muitas mortes de peixes que acontecem a quem têm
aquários pela primeira vez são um resultado direto da falta de compreensão do ciclo do
azoto e podem evitar-se totalmente
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Efetue manutenção periódica no seu filtro para o manter limpo.
As águas municipais contêm aditivos tais como cloro ou cloramina de modo a torná-las
seguras para consumo humano. Estas substâncias são tóxicas para os peixes e podem
enfraquecer danificar ou mesmo matar os seus peixes
A química base da água é o pH, a dureza, e o efeito tampão. Não precisa de freqüentar
nenhum curso de química, mas deve saber o suficiente acerca da química da água e os
detalhes da água distribuída na sua região de maneira a manter os seus peixes
satisfeitos. Cada localidade possui uma água diferente, e alguns peixes não conseguirão
sobreviver na sua água. Pode conhecer os detalhes acerca da água da sua zona numa loja
de peixes local, através do uso de Test Kits e a partir de clubes locais de aquariofilia
(ou, surpreendentemente, a partir da secção Química desta FAQ).
Mudanças súbitas de pH causam stress nos peixes. A água do aquário tem uma
tendência natural para se tornar ácida devido à produção de acido nítrico (nitratos) a
partir do ciclo do nitrogênio. Manter o pH estável requer ter uma capacidade tampão
adequada. Se a sua água é macia, pode precisar adicionar agentes tampões. Leia na
secção Química os detalhes.
Selecione peixes que sejam originários de águas com características semelhantes (pH e
GH) às da sua água da torneira. Se tiver uma água dura, escolha peixes de água dura. Se
tem uma água macia, escolha peixes de água macia. Isto é especialmente importante se
a sua água se encontra fora dos limites 6.5-7.5 para o pH. Mudar a dureza natural (ou o
pH) da água da torneira pode ser um trabalho complicado e normalmente retira o gozo
de ter aquários. Além disso, tentativas falhadas de ajustamentos são comuns e muito
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piores para os peixes do que condições de água quase-ideais. Uma boa forma de
descobrir quais os peixes que vivem satisfeitos com a sua água local é confirmar com
uma loja de aquários local (ou um clube).
Selecione peixes que sejam compatíveis entre si e pense a longo prazo. Aquele peixe de
dois cm parece bonito na loja. Mas o que fará quando ficar com 15 cm e começar a ver
os seus companheiros como refeições potenciais? Os peixes têm necessidades mínimas
de espaço que dependem do seu tamanho e temperamento. Selecione peixes cujas
necessidades sejam compatíveis com o seu aquário. Certifique-se que o aquário tem
esconderijos adequados (e.g. pedras, plantas, troncos, etc.) para os seus habitantes.
NUNCA junte a água da loja á do seu aquário (pode conter doenças), e se possível,
ponha as novas aquisições de quarentena duas a três semanas antes de colocá-las no seu
aquário.
Mudar 25% da água de 15 em 15 dias tem dois objetivos: dilui e remove os nitratos
antes que atinjam níveis perigosos, e substitui elementos residuais e tampão que vão
sendo consumidos pelas bactérias, plantas, etc. Por fim as mudanças parciais de água
com regularidade ajudam a manter a química da água do aquário próxima da água da
torneira. O ultimo benefício é especialmente importante no caso de o seu aquário ser
afetado por alguma doença; as mudanças de água são os passos mais importantes para
controlar as doenças, e grandes mudanças de água não são seguras a não ser que a
composição química da água do aquário (e.g. pH e GH) seja semelhante à água da
torneira.
Infelizmente, muitas lojas de animais estão mais interessadas em ficar com o seu
dinheiro do que em vender peixes saudáveis. Vale quase sempre a pena gastar um pouco
mais para obter peixes de qualidade. Doenças introduzidas no seu aquário por peixes
acabados de comprar podem infectar os outros peixes com resultados catastróficos.
Comprar um peixe barato não é grande negócio se o mesmo morrer após um mês.
Muitas lojas vão também tentar vender-lhe equipamento e medicamentos que não
necessita. A sua melhor defesa é armar-se com conhecimentos de modo a conseguir
avaliar os conselhos que lhe derem. Algumas pistas para encontrar lojas "de confiança"
encontram-se na secção LOJAS.
O resumo acima serve como guia dos princípios que conduzem à manutenção de peixes
saudáveis. Cada um destes tópicos (e muitos outros) é discutido no resto deste
documento.
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Quanto tempo e esforço são necessários para manter um aquário de peixes?
Prepare-se para gastar várias horas de pesquisa com o hobby antes de fazer a usa
primeira compra. Quanto mais tempo gastar ANTES de comprar o aquário, mais
suavemente as coisas correrão. Vá a várias lojas de animais até encontrar uma que
pareça de confiança. Visite-as novamente várias vezes. Compre alguns livros de
principiante. Leia esta faq de principiante várias vezes.
Muitas pessoas que ficam frustadas com aquários de peixes cometem erros que podiam
ter evitado facilmente. A única maneira de evitar os erros é aprender as bases (e.g., o
ciclo do azoto) ANTES de colocar peixes no aquário. Há poucas coisas mais irritantes
do que ler esta FAQ a correr pela primeira vez, enquanto a 1 metro de distância os seus
adorados peixes estão a morrer. Lembre-se: a maior parte dos problemas com aquários é
fácil de prevenir, mas difíceis de lidar após o fato consumado.
Todas as lojas de peixes vendem kits de aquários que contêm "tudo o que precisa" por
um dado preço. No entanto o comprador esclarecido examina cuidadosamente o que o
conjunto contém para se certificar que apenas inclui aquilo que precisa (e não inclui
coisas desnecessárias). Os kits variam de loja para loja, alguns mais apropriados do que
outros. Esteja especialmente atento a promoções em hipermercados. Incluem muitas
vezes tecnologia obsoleta, bombas barulhentas, aquecedores de má qualidade, etc.
Vendas de garagem (pouco freqüentes no nosso país) são uma boa forma de começar
com este hobby. No entanto algumas precauções devem ser tomadas. Antes de comprar
o aquário, procure atentamente por rachas ou riscos. Embora as rachas possam ser
reparadas, talvez não seja o ideal começar por ter esse tipo de trabalhos. Não compre
um aquário riscado. As algas crescem nos riscos dando um mau aspecto ao aquário.
Cuidado com equipamento muito antigo. Pode já não funcionar em condições.
Para limpar o aquário nunca use sabões ou detergentes. Use apenas água. Se quiser
esterilizar o aquário, o areão, etc. lavem tudo o que for de plástico em água com um
pouco de lixívia (use lixívia pura, não com aditivos). Passe tudo muito bem por água
limpa e deixe um pouco de molho numa solução com um pouco de anti-cloro. O areão
(não plástico) pode ser esterilizado através de uma fervura.
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Equipamento: O que é e o que não é essencial.
Nas lojas de animais existem toneladas de artefatos. Alguns são essenciais, outros úteis
apenas para situações específicas, e outros são totalmente inúteis (embora as lojas que
os vendem talvez não lhe digam isso). A lista seguinte mostra-lhe os itens que lhe serão
provavelmente mais úteis.
Aquários
Os aquários têm muitas formas e tamanhos, mas existem apenas dois tipos: vidro e
acrílico. Provavelmente estará interessado num aquário de vidro. As diferenças são:
Vidro Acrílico
===== ========
Mais barato por litro Mais caro por litro
Difícil de riscar Fácil de riscar (p.ex. ao raspar as algas).
com uma lâmina de barbear)
Riscos permanentes Riscos podem-se eliminar (embora não seja
fácil)
Alto índice de refração Baixo índice de refração (distorce
menos
quando visto visto angularmente)
O aquário vazio é pesado O aquário pesa menos (vazio)
(importante em aquários >100L)
O suporte para o aquário só É preciso um suporte especial que
precisa de apoiar os rebordos apoie toda a base (e não apenas os rebordos).
É partido mais facilmente Mais díficil de partir
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Se possível comece com um aquário de 80l (ou maior) em vez de com um de 40l (ou
menor). Um aquário de 80l (alto ou largo) é um excelente tamanho para um primeiro
aquário. Evite todos os aquários menores que 40l. São simplesmente pequenos demais
para manter os peixes saudáveis. Por exemplo, embora muitas lojas os vendam, os
minúsculos globos de 4l para peixes dourados são totalmente inadequados mesmo para
um único peixe. Fuja deles!
Aquecedores
Termômetros
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Os termômetros de aquário não têm muita precisão (verifique os que estão nas casas de
aquários - devia todos marcar a mesma temperatura, mas não marcam). Assim os
termômetros são bons para verificar que a temperatura não está muito longe do que se
pretende, mas pode falhar por alguns graus por vezes. Quando comprar um termômetro,
verifique todos e escolha aquele que apresentar a média das temperaturas de todos.
Filtros
Não existe nenhuma fórmula mágica para determinar o tamanho do filtro que se
necessita. Verifique os dados fornecidos pelos fabricantes e seja conservador. Não se
consegue ter filtragem a mais (embora se possa ter demasiado movimento de água) por
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isso mais vale exagerar. Os filtros são discutidos com mais pormenor na FAQ de
Filtros.
Areão
O areão serve três objetivos principais. Primeiro, serve como decoração, tornando o seu
aquário mais bonito. Segundo, se usar um filtro de fundo, o areão é obrigatório dado
que É o material que compõe o filtro (a superfície à qual as bactérias aderem). Terceiro,
nos aquários com plantas, serve como "substrato" (e.g. solo) para as raízes das plantas.
Por fim, a escolha da cor, o tamanho, etc. ficam ao seu critério: No entanto, note que
areão escuro realça melhor as cores dos peixes. Os peixes ajustam as suas cores de
modo a se adaptarem ao ambiente, e o areão branco tende a desvanecer as verdadeiras
cores dos peixes.
Muito do areão vendido para aquários está envolvido em plástico. Por razões óbvias não
deve fervê-lo. Também é muito caro (150$00/kg). O areão pode ser comprado em lojas
de materiais de construção, fornecedores locais de areia e areão, etc. No entanto tende a
ser maior do que o ideal e demasiado claro (e.g. pedaços de mármore). Também pode
utilizar areia.
Tenha em atenção que nem todo o areão é inerte. Por exemplo, coral, conchas do mar,
dolomita e calcário libertarão carbonatos no aquário aumentando a capacidade tampão
do pH. Quando se tem Ciclídeos dos lagos africanos, isto é desejável, mas na maior
parte dos casos, não vai querer que o areão afete a química da água. Como teste rápido,
deite um ácido (e.g. vinagre) no areão em questão. Se fumegar ou borbulhar, o areão irá
libertar carbonatos na água. Para ter a certeza absoluta, encha um balde de areão com
água e meça pH durante uma semana. Se o pH se mantiver estável, deve ser seguro usá-
lo no aquário.
Quando usado pela primeira vez, o areão deve ser bem lavado. Passe-o simplesmente
por várias águas até a água permanecer limpa (água da torneira é suficiente). Por
exemplo, ponha o areão num balde de água, encha-o, e revolva o areão. Deite fora a
água e repita o procedimento até que a água permaneça limpa. Antes de usar areão de
origem desconhecida (e.g. não comprada numa loja de peixes), pode como precaução
fervê-lo durante 15 minutos para matar bactérias prejudiciais.
É seguro colocar objetos dentro do aquário desde que sejam inertes, isto é, desde que
não libertem substâncias químicas na água. Muitos plásticos são inertes, assim como o
vidro e cerâmica.
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Se usar madeira que tenha encontrado (e.g. bosque ou lago) ferva-a primeiro para matar
quaisquer patogênicos. Fervê-la (o tempo suficiente) também fará com que se afunde.
Luzes e Cobertura
Provavelmente quererá comprar luzes e uma cobertura. Uma cobertura evita que os
peixes saltem para fora do aquário e reduz a taxa de evaporação da água. Uma boa
cobertura praticamente sela o aquário (exceto o sitio onde estão o filtro e o aquecedor).
Pretende-se que a quantidade mínima de água se evapore dado que pode aumentar a
umidade da sala para níveis inaceitáveis e requer mais manutenção (i.e., terá de encher
de novo o aquário até ao nível uma ou duas vezes por semana para substituir a água
perdida).
Há dois tipos de coberturas. Completas, que incluem a luz e a cobertura numa única
peça. Incluem espaço para apenas 1 ou 2 (em paralelo) tubos de luz fluorescente, o que
chega para aquários só com peixes, mas não é normalmente suficiente para o
crescimento de plantas. Coberturas de vidro cobrem o aquário com dois faixas de vidro
ligadas por uma dobradiça de plástico, mas não incluem lâmpadas. Uma calha com luz à
parte usa-se conjuntamente. As coberturas de vidro são um pouco melhores para
aquários de plantas do que coberturas completas; pode-se melhorar ou mudar as
lâmpadas sem substituir completamente a cobertura, e em situações em que grandes
potências de luz são necessárias, consegue-se normalmente colocar mais lâmpadas
diretamente por cima do aquário.
A iluminação tem dois objetivos. Realça e mostra as cores dos seus peixes e fornece
energia (crítica) para as plantas (se existirem). Infelizmente, os dois objetivos são
contraditórios. Num aquário apenas com peixes, uma única lâmpada com poucos Watts
é suficiente para mostrar as verdadeiras cores dos peixes (a maioria dos peixes nem
gosta de iluminação muito forte). Se quiser manter plantas, no entanto, é necessária
maior iluminação, o espectro da lâmpada torna-se numa questão importante, e deverá
consultar a secção Iluminação na FAQ Plantas antes de comprar a luz ou cobertura.
Quer queira ou não manter plantas, luz fluorescente é o caminho a seguir. Lâmpadas
incandescentes libertam muito calor, fazendo com que o aquário aqueça demasiado no
Verão. As lâmpadas fluorescentes funcionam a temperaturas mais baixas e consomem
menos luz para a mesma quantidade de luz. Note que no Verão mesmo as lâmpadas
fluorescentes podem produzir calor suficiente para causar problemas de
sobreaquecimento, se a sua casa for muito quente (e.g. se viver nos trópicos e não tiver
ar condicionado).
Infelizmente a luz faz crescer não só as plantas, mas também algas. Se os seus aquários
contem muita luz do tipo da que as plantas desejam, e não tiver plantas, as algas
rapidamente irão encher o vazio. Assim, a iluminação ideal para aquários só de peixes
difere significativamente da de aquários com plantas. Dois componentes da luz são de
particular importância: intensidade (i.e. potência em Watts) e o espectro. As plantas
requerem luz intensa e certas regiões do espectro produzem mais crescimento do que
outras.
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o crescimento das plantas quer para realçar as cores naturais dos peixes. Lâmpadas
especiais para plantas (e.g. Gro-lux, etc.) evidenciam uma região do espectro que
estimula o crescimento das plantas. Estas lâmpadas fazem crescer bem as plantas (e as
algas também), mas os peixes não aparentam cores normais, dado que a luz não tem o
espectro da normal luz do sol. Os comuns tubos de luz "branca e fria" fornecem a luz
concebida para humanos em escritórios sem janelas, nem fazem crescer as plantas muito
bem, nem realçam as cores dos peixes. Como regra rápida, 2-4 watts/4 litros de
iluminação espectro-total (ou especializadas em plantas) é suficiente para plantas; para
aquários só de peixes, use menos de 1 watt/4 litros, e evite usar lâmpadas para plantas.
Cabeças motorizadas
Uma cabeça motorizada é uma bomba de água que funciona completamente submersa
no aquário. Normalmente encaixam-se nas tubagens associadas aos filtros de fundo,
puxando a água através dos mesmos. A corrente de água que sai pode normalmente ser
orientada em (quase) todas as direções, e é normal orientá-la de modo a que a água
circule pelo aquário agitando um pouco a superfície.
Bombas de ar
Uma bomba de ar bombeia o ar que borbulha dentro do seu aquário. Uma bomba de ar
serve dois propósitos. Primeiro, assegura que o seu aquário mantém uma adequada
concentração de oxigênio. Uma bomba de ar NÃO é necessária para este objetivo, desde
que o aquário mantenha um movimento de água adequado juntamente com alguma
agitação da superfície. Este é geralmente o caso quando se usa um filtro externo. Em
segundo lugar, as bombas de ar podem ser utilizadas para forçar a água a circular
através de um filtro. Se for usado um filtro de fundo, por exemplo, uma bomba de ar
produz bolhas que forçam a água a subir no tubo do filtro, forçando a água a circular
pelo filtro. Em grandes aquários, cabeças motorizadas efetuam a mesma função. Assim
uma bomba de ar não é necessária, desde que o aquário possua uma boa circulação de
água.
Suportes
Vai precisar de algum tipo de suporte para colocar o seu aquário. O suporte pode ser
especialmente concebido para suportar o seu aquário, ou mobiliário já existente. A
primeira coisa a considerar é se o suporte escolhido é indicado para o peso do aquário.
Quando cheio de água, os aquários pesam MUITO (a água pesa 1Kg/1l). Consulte as
tabelas na FAQ introdutória para especificações detalhadas sobre aquários com
tamanhos comuns.
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grandes aquários, tente colocar o aquário perpendicular às vigas de suporte do soalho
(de modo a que o peso se distribua por várias vigas). Colocar o aquário junto a uma
parede é mais seguro do que colocá-lo no meio de uma sala.
Plantas
Usar um sifão é a forma mais fácil de retirar água do aquário. Para grandes aquários,
usar uma mangueira ou outro longo tubo permite dispensar o uso de um balde e retirar a
água diretamente para o esgoto ou para o jardim. Quando retirar a água usando este
método deve também limpar (aspirar) o areão. Muitas mangueiras para mudar a água
que estão à venda em lojas de aquários incluem um acessório para limpeza do areão. A
idéia por detrás deste acessório é ligar uma "boca" larga na ponta do tubo sifão. Quando
o tubo é inserido no areão, o fluxo de água agita o areão, mas apenas os detritos são
suficientemente leves para serem aspirados. Note que a água suja que é removida do
aquário contém nitratos, o que a torna um excelente fertilizante para o seu jardim de
flores ou de vegetais.
Para remover algas das paredes laterais do seu aquário, um esfregão sem qualquer tipo
de detergente deve ser usado. Se tiver um aquário acrílico, tenha especial cuidado para
que o esfregão não seja demasiado duro por forma a não riscar o acrílico. Muitos tipos
de algas podem ser removidos usando lã de vidro (barata e não risca).
Alguns tipos de algas de crescimento lento não conseguem ser removidas com um
esfregão sem muito trabalho (e agitação no aquário). Uma lâmina de barbear funciona
melhor nestes casos. Vá à sua loja de peixes e compre um raspador que tenha um longo
(30 cm) cabo com uma lâmina de barbear numa das pontas. Uma lâmina de barbear
pode ser usada para remover seja o que for das paredes laterais do aquário. No entanto,
as lâminas de barbear _PODEM_ riscar o vidro se não for cuidadoso.
Os chamados "ímans de limpeza" também podem ser úteis para remover as algas. Um
bloco áspero no interior do aquário é mantido no sítio por um íman colocado no exterior
do aquário. Mexendo o íman no exterior, mexe o bloco áspero no interior, removendo as
24
algas sem ter de colocar todo o braço dentro do aquário. Os melhores ímans de limpeza
são os que têm um forte campo magnético (e.g. grandes ímanes), e funcionam melhor
em pequenos aquários, que têm vidros mais finos.
Uma escova de dentes é uma das mais eficazes ferramentas para remover algas de
dentro de tubagens plásticas.
Vai precisar pelo menos de um balde para adicionar ou retirar água do aquário. Use o
maior balde que consiga usar confortavelmente (e.g. até 20l). Use-o apenas para o seu
aquário e nunca ponha quaisquer químicos dentro.
Redes
Vai precisar de pelo menos uma rede para peixes, e ter duas é melhor, apanhar peixes é
mais fácil se usar uma rede de modo a levar o peixe para dentro de outra. Redes com
uma malha fina são mais difíceis de usar devido à maior resistência que oferecem
passagem de água. O tamanho da rede ideal depende claro do tamanho dos seus peixes.
Nota: apanhar peixes com rede pode ser traumatizante. Particularmente, a rede raspa
algumas das escamas da camada protetora do peixe. Se possível, quando apanhar
peixes, use uma rede para levar o peixe para dentro de um pequeno recipiente de
plástico ou jarro de vidro.
Teste Kits
Provavelmente quererá comprar alguns kits de teste para medir coisas como
concentrações de amônia. Dado que há tantos kits, as recomendações de quais
comprarem são dadas numa seção separada: A FAQ de Test Kits.
Tal como todos os negócios, as lojas de peixes têm de ganhar dinheiro para
sobreviverem. Infelizmente, algumas estão mais interessadas nos lucros do que em
vender-lhe apenas o que precisa e nada mais. Como resultado, um cliente inteligente é
um comprador cauteloso.
É claro que nenhuma loja é sempre 100% perfeita, mas a diferença entre uma boa loja e
uma loja fraca pode ser enorme assim que visitar algumas. Visite uma loja várias vezes,
e não confie apenas numa experiência. Se existirem maus indicadores em várias visitas,
procure outra loja.
A seguir destacam-se alguns dos pontos que distinguem uma boa e reputada loja de uma
que deve evitar.
Se os peixes não têm bom aspecto na loja, provavelmente não irão sobreviver muito
tempo após os levar para casa, talvez já tenham passado o ponto de possível retorno do
stress que possuem.
25
1. Os aquários da loja devem estar limpos e os peixes terem aspecto saudável, e
sem stress (e.g. sem barbatanas rasgadas, boas cores., peixes ativos, etc.). Os
peixes mortos são removidos rapidamente? Em todas as lojas alguns peixes
morrem nos aquários; as boas lojas retiram rapidamente (peixes cobertos de
fungos já morreram provavelmente há bastante tempo).
2. Algum peixe mostra sinais de doenças tais como íctio (pequenos pontos
brancos)? Uma boa loja recusa-se a vender-lhe _QUALQUER_ peixe de um
aquário que tenha íctio, mesmo que o peixe que pretende tenha bom aspecto.
3. Têm peixes incompatíveis misturados no mesmo aquário? Se sim, como pode
confiar nos conselhos que lhe derem a respeito de habitantes compatíveis para o
seu aquário?
4. Confirme as regras da casa sobre devolução de peixes. Uma boa loja dá-lhe
crédito total em mortes de peixes poucos dias após a sua compra, desde que
traga uma amostra da sua água de modo a testarem o nível de amônia.
5. As pessoas responsáveis pelas vendas têm conhecimentos sobre o que estão a
vender? Numa boa loja fazem-lhe perguntas sobre o seu aquário (tamanho,
habitantes, etc.) de modo a perceberem se um possível peixe em que esteja
interessado é uma boa compra para o seu aquário. Uma má loja vender-lhe-á seja
o que for a que esteja interessado; ficarão contentes por lhe vender mais peixes
após os habitantes incompatíveis se terem morto uns aos outros. Para
aquariofilistas iniciados, uma boa loja gastará algum tempo para lhe explicar o
ciclo do azoto, e aconselha-o a adiar a compra de peixes até que o aquário tenha
estabilizado. Uma má loja não lhe explicará o ciclo do azoto, até que volte uns
dias mais tarde perguntando por que morreram os seus peixes (assim podem
vender-lhe mais peixes, e talvez "bactérias nitrificadoras" para acompanhar!).
Faça muitas perguntas. Cuidado com respostas vagas; é o sinal de que o
vendedor não sabe a resposta (e não está com vontade de descobri-la), claro. Por
exemplo, aquele pequenino Oscar? Uma boa loja avisa-o que os oscares ficam
MUITO grandes, e verificará se o seu aquário é suficientemente grande e que
nenhum dos habitantes será comido pelo Oscar. Uma má loja ficará em silêncio.
6. Cuidado com a adição de medicamentos ao seu aquário; frequentemente não
funcionam ou são desnecessários. (Veja a FAQ de doenças). Uma boa loja
pergunta-lhe primeiro acerca da qualidade da água do seu aquário, verifica se o
ciclo está completo, etc. e sugere mudanças de água. Também só recomenda
medicação se conseguir identificar a doença. Uma "má" loja encoraja-o a
comprar medicamentos, sem verificar se o medicamento em questão é útil para
combater o problema especifico que tem. Uma boa loja pergunta-lhe que peixes
têm no aquário, dado que alguns medicamentos são tóxicos para certas espécies
de peixes. Uma má loja deixa-o descobrir da pior maneira.
7. Como regra (muito) geral, as lojas especializadas em aquários são melhores do
que lojas que "também" vendem peixes. No primeiro caso, uma má loja não terá
grande negócio em longo prazo (só irão enganar os clientes uma ou duas vezes)
e eventualmente ficarão sem negócio. No segundo caso, a secção de peixes pode
continuar a perder dinheiro, mas a loja continuará a funcionar porque as outras
secções (cachorros, pássaros, etc.) continuam a faturar. É claro, há exceções.
8. Por fim, comprar peixes na loja mais barata não é necessariamente um bom
negócio. Um peixe saudável merece um pagamento extra. Um peixe doente pode
infectar todos os habitantes do aquário ou morrer pouco após a sua compra;
grande pechincha.
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Será que se detecta aqui um padrão? Uma boa loja é conhecedora dos produtos que
vende a gastará tempo para se certificar que o cliente está a fazer uma compra que o
deixará contente em longo prazo. Querem negociar consigo no futuro. Uma má loja
encoraja-o a comprar coisas que não precisa.
Água Canalizada
Muitas pessoas usam água da torneira no aquário; é mais barata e fácil de usar.
Infelizmente (para os aquariofilistas), as companhias da água adicionam químicos à
água de modo a torná-la segura para beber (e.g., cloro, cloramina para matar as
bactérias). Mais recentemente, preocupações acerca da água em velhos tubos de
chumbo provocaram que se começasse a adicionar químicos que aumentam o pH à água
(porque o chumbo dissolve-se menos em água alcalina). Consequentemente, a água da
torneira tem de ser especialmente tratada antes de ser utilizada com segurança em
aquários de peixes.
Outro problema potencial tem a ver com as variações nas propriedades químicas do
fornecimento de água ao longo do tempo (e.g., mês a mês). Algumas zonas não têm
água suficiente, vendo-se assim obrigadas a comprar água a zonas vizinhas em tempo de
escassez. Se essa água tiver propriedades químicas diferentes (e.g. dureza), a química da
água da torneira vai também variar. Como exemplo comum, altos níveis de bactérias
são um problema maior no Verão do que no Inverno, especialmente em climas quentes.
Em conseqüência, não é invulgar as companhias usarem mais cloro nos meses de Verão
para manter as bactérias sob controlo. Até mesmo os fatores como o tempo local podem
ter impacto; fortes chuvas podem ter como causa uma baixa na dureza do seu
fornecimento de água à medida que os reservatórios locais se enchem.
Em geral o cloro e a cloramina são os dois aditivos que causam maiores problemas.
Note que estas duas substâncias são MUITO DIFERENTES! Assegure-se que sabe o
que existe na água da sua torneira e trate-a de forma correta.
Cloro
Nos EUA, as orientações exigem que a água da rede em qualquer torneira contenha uma
concentração mínima de cloro de 0,2 ppm, reduzindo assim a concentração de bactérias
(estas podem exigir mais do que 0.2 ppm de cloro para serem mantidas sob controlo).
Dado que o cloro se decompõe com o tempo, a concentração de cloro que surge em sua
casa é menor do que a que é colocada na origem. Assim a concentração exata na
torneira depende da distância do abastecimento, quanto tempo demora a chegar do
abastecimento a sua casa, quanto cloro é inicialmente adicionado.
Concentrações tão baixas como 0.2-0.3 ppm matarão a maioria dos peixes bastante
depressa. Para prevenir perturbações as concentrações máximas admissíveis são da
27
ordem de 0.003 ppm. Felizmente o cloro pode ser facilmente removido da água através
do químico tiosulfato de sódio, disponível em lojas de peixes nas mais variadas marcas.
O tiosulfato de sódio neutraliza o cloro instantaneamente. Note que existem muitos
produtos de "tratamento de água" publicitados como "torna a água da torneira segura".
Leia os rótulos cuidadosamente. Inevitavelmente, todos os que neutralizam o cloro
contém tiosulfato de sódio, mais outras substâncias que podem ou não ser úteis. Se a sua
água contém apenas cloro (ao contrário da cloramina), tiosulfato de sódio é tudo o que
precisa. O tratamento com um custo mais eficiente consiste numa gota por cada 4 litros
de água. Muitos outros tratamentos são muito mais caros em longo prazo; podem
requerer uma colher de chá (ou mais) por cada 4 litros!
Muitas pessoas na NET dizem que não fazem qualquer tratamento à água da torneira
sempre que efetuam mudanças parciais de água. Tenha em atenção que, embora os
peixes não exibam APARENTEMENTE sinais de doença, isso não significa que o cloro
não esteja a afetar os peixes. O nível de perturbação depende do nível de cloro
introduzido no aquário, que depende de muitos outros fatores (incluindo a percentagem
de água adicionada). Dado que os removedores de cloro são tão baratos a segurança que
fornecem não deve ser desprezada.
Cloramina
Um dos problemas ao usar cloro para tratar a água é que este se decompõe muito
rapidamente. Outra preocupação com o uso de cloro é que podem surgir, na associação
com certas matérias orgânicas, trialometanos, uma família de cancerígenos.
Consequentemente, muitas companhias mudaram do cloro para a cloramina. A
cloramina é um composto que contém cloro e amônia, é muito mais estável do que o
cloro.
O segundo problema está relacionado com as mudanças de água parciais. Uma das
principais razões para efetuar mudanças parciais de água regular prende-se com a
remoção de nitratos que se acumulam. Se a água de substituição contém amônia, está a
colocar o azoto novamente no aquário e é impossível reduzir os nitratos abaixo da
concentração da torneira. Felizmente, as concentrações da água da torneira são
relativamente baixas (1 ou 2 ppm); você terá provavelmente uma concentração muito
superior no aquário.
A cloramina pode ser neutralizada com segurança através de produtos como Amquel,
que neutralizam ambos os compostos, a amônia e o cloro, das moléculas de cloramina.
A amônia neutralizada ainda será convertida para nitritos e nitratos via filtro biológico.
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Outro método de neutralizar o cloramina é envelhecer a água à medida que se faz
filtragem biológica. Por exemplo, arranje um contentor de lixo (plástico) de tamanho
apropriado, encha-o de água, elimine o cloro com tiosulfato de sódio, e então ligue um
filtro biológico já estabelecido. Tal como no seu aquário, o filtro biológico converte a
amônia em nitrato, após o que pode ser adicionada ao seu aquário com segurança. Note:
é necessário juntar tiosulfato de sódio para neutralizar o cloro; senão o cloro mata as
bactérias do filtro biológico.
Além dos aditivos descritos acima (cloro e cloramina), a água canalizada pode conter
outros elementos que o aquariofilista precisará conhecer. A água em alguns locais
contém realmente nitratos. Noutros locais, a água contém elevadas concentrações de
fosfatos (1ppm ou mais). Elevada concentração de fosfatos tem sido ligada a problemas
com algas. Uma estratégia de controle de algas pode exigir a remoção de fosfatos. Altos
níveis de ferro (1ppm ou mais) também têm sido ligados à ameaça das algas. Consulte a
secção algas desta FAQ para mais detalhes.
Como saber quais os aditivos usados que a sua companhia de água local
O mais simples é perguntar a quem sabe. Uma loja de peixes local (se pertence ao
mesmo conselho) deve ser capaz de informá-lo. Alternativamente, telefone para o
escritório da companhia de água. Peça para falar com o "químico da água", diga-lhe que
é um aquariofilista e que querem saber quais são os valores do pH, GH e KH da sua
água, bem como a variação das características da água ao longo dos meses. Por fim (nos
EUA) se quer mesmo detalhes, peça-lhe para lhe mandarem uma cópia do relatório
periódico que fornecem à EPA. Contém uma lista detalhada e exata do que a sua água
contém e em que concentrações (e.g. ferro, nitratos, fosfatos, etc.). Por lei, o relatório
está disponível para inspecção publica.
Água do Poço
Pode ser que tenha acesso à água de poço ou furo em vez de água da rede municipal.
Uma vantagem é que não tem de lidar com cloro ou cloramina. Por outro lado, a água
de poços é frequentemente muito mais dura do que a água disponível através de serviços
locais. Além disso, a única forma de saber a sua composição (GH, KH, etc.) é efetuar
testes. Em alternativa há empresas que efetuam análises detalhadas do seu conteúdo
embora essas análises possam ser dispendiosas.
29
Água Doce: O Ciclo do Azoto e o Síndrome do Novo Aquário
Tal como todas as criaturas vivas, os peixes libertam excrementos (excrementos dos
rebordos). Estes compostos à base de nitrogênio decompõem-se em amônia (NH3), que
é altamente tóxica para a maioria dos peixes. Na natureza, o volume de água por peixe é
extremamente alto, e os resíduos diluem-se para baixas concentrações. No aquário, ao
contrário, pode demorar tão pouco como algumas horas para que as concentrações de
amônia atinjam níveis tóxicos.
30
Durante o processo de ciclo, os níveis de amônia vão subir e depois repentinamente
baixar à medida que as bactérias formadoras de nitritos se estabelecerem. Dado que as
bactérias formadoras de nitrato só começam a aparecer quando houver nitritos presentes
em quantidade suficiente, os níveis de nitrato vão disparar (à medida que a amônia
acumulada é convertida), continuando a subir à medida que a amônia produzida é
convertida em nitritos. Uma vez as bactérias formadoras de nitratos estejam
estabelecidas, os níveis de nitritos vão cair, os níveis de nitratos vão subir, e o aquário
está em ciclo.
O seu aquário estará totalmente em ciclo assim que haja produção de nitratos (e os
níveis de amônia e de nitritos sejam zero). Para determinar quando o ciclo está
completo, compre os kits de teste apropriados e meça os níveis, ou leve uma amostra de
água à loja de peixes deixando-os efetuar os testes por si (talvez por uma pequena
quantia). O processo de ciclo demora normalmente entre 2 a 6 semanas. As
temperaturas abaixo de 21C demoram mais a fazer o ciclo do aquário. Em comparação
com outros tipos de bactérias, as bactérias nitrificadoras crescem lentamente. Em
condições ótimas, são precisas 15 horas para uma colônia duplicar de tamanho!
Muitas vezes é possível acelerar o tempo de ciclo. Alguns procedimentos comuns são
descritos mais abaixo nesta secção.
Num aquário estabelecido, a amônia não deve ser detectada usando os test kits comuns,
disponíveis nas lojas. A presença de níveis detectáveis indica que o filtro biológico não
está a trabalhar em condições, ou porque o aquário ainda não estabilizou
completamente, ou porque o filtro não está a funcionar de forma adequada (e.g.
demasiado pequeno para a carga de peixes, entupido, etc.) É imperativo que trate do
problema (o filtro) conjuntamente com os sintomas (altos níveis de amônia).
A concentração letal para os peixes varia entre espécies; algumas são mais tolerantes do
que outras. Além disso, outros fatores, tais como a temperatura da água e a química têm
um papel importante. Por exemplo, a amônia (NH3) muda continuamente para
amoníaco (NH4+) e vice-versa, com as concentrações relativas de cada um dependendo
da temperatura da água e do pH. A amônia é extremamente tóxica: o amoníaco é
relativamente inofensivo. As altas temperaturas e pH há mais azoto na forma de amônia
do que com um baixo pH.
Os testes kits comuns medem a amônia total (amônia + amoníaco) sem distinguir entre
as duas formas. O quadro seguinte dá-nos a quantidade máxima de amônia-N em mg/L
(ppm) que pode ser considerada segura a uma dada temperatura e pH. De novo, note
31
que um aquário com um filtro biológico estabelecido não terá amônia detectável; este
quadro é apenas para fins de emergência. Se os seus níveis se aproximam ou excedem
os níveis mostrados, tome medidas de emergência IMEDIATAMENTE.
Temperatura da água
pH 20C(68F) 25C(77F)
________________________________
6.5 15.4 11.1
7.0 5.0 3.6
7.5 1.6 1.2
8.0 0.5 0.4
8.5 0.2 0.1
Se os níveis de amônia se tornar altos durante o processo de ciclo devem ser tomados
medidas corretivas de modo a prevenir a morte dos peixes. Provavelmente será
necessário efetuar uma seqüência de mudanças parciais de água, diluindo a amônia para
níveis seguros.
Como medida de precaução final, vários produtos comerciais (i.e. “Amquel ou “Amno-
Lock”“.) neutralizam com segurança a toxicidade da amônia. Amquel não remove a
amônia, apenas neutraliza a sua toxicidade. Filtragem biológica é sempre necessária
para converter a amônia (neutralizada) em nitritos e nitratos. Assim, adicionando
Amquel, a amônia produzida pelos peixes é neutralizada instantaneamente, no entanto
ainda permite a continuação do ciclo do azoto. Usar Amquel durante a fase de ciclo tem,
no entanto, uma significante desvantagem. Amquel e produtos similares podem
provocar falsas leituras em teste kits, tornando difícil determinar exatamente quando o
ciclo se completou.
Também é possível fazer o ciclo de um aquário sem adicionar peixes. O papel dos
peixes no processo de ciclo é apenas a produção constante de amônia; o mesmo efeito
consegue-se adicionando formas químicas de amônia manualmente (e.g. cloreto de
amoníaco). No entanto é um pouco mais complicado do que usar peixes porque a
química da água precisa de ser controlada mais de perto de modo a adicionar a
quantidade certa de amônia diariamente.
32
Acelerando o processo de ciclo
O ciclo do azoto pode ser acelerado ou ter uma boa ajuda de diversas maneiras.
Infelizmente requerem o acesso a um aquário já estabelecido, o que um aquariofilista
principiante pode não ter disponível. A idéia principal é encontrar um aquário já
estabelecido, tirar algumas das bactérias e colocá-las no novo aquário.
Algumas (não muitas) lojas de aquários fornecem aos compradores uma chávena de
areão de um aquário já estabelecido. Uma palavra de cuidado é apropriada nesta altura.
Devido à natureza do negócio, os aquários das lojas muito provavelmente contêm
agentes patogênicos indesejáveis (bactérias, parasitas, etc.), não quer certamente inseri-
los num aquário já em ciclo. Para alguém que está a montar o seu primeiro aquário, no
entanto, todos os peixes serão provavelmente comprados nessa mesma loja, assim o
perigo é relativamente pequeno, dado que os novos peixes já estiveram expostos aos
mesmos agentes patogênicos. Se possível faça o ciclo com bactérias que não sejam
provenientes de um aquário de uma loja.
Claro que há muitas variações ao que foi dito que também funcionam. No entanto, é um
pouco difícil dar uma receita exata que funcione de certeza. O melhor é usar uma atitude
conservadora e não adicionar peixes muito rapidamente. Além disso, teste a água para
se certificar que os nitratos estão a ser produzidos, eliminando o trabalho de adivinhar
quando o seu aquário está em ciclo.
33
Água Doce: Química da Água
A água tem quatro propriedades mesuráveis que são normalmente usadas para
caracterizar a sua química. É o pH; capacidade tampão; dureza geral e salinidade. Há
também vários nutrientes e elementos residuais.
pH
Para que tem peixes, dois aspectos do pH são importantes. Primeiras mudanças rápidas
no pH são perturbadoras para os peixes e devem ser evitadas. Sabe-se que mudar o pH
mais de 0,3 unidades por dia causa perturbação nos peixes. Assim, é importante que o
pH do seu aquário permaneça constante e estável durante muito tempo. Em segundo
lugar, os peixes adaptaram-se a sobreviver num dado (por vezes pequeno) intervalo da
escala de pH. Deve ter a certeza que o pH do seu aquário é compatível com as
necessidades especificas dos peixes que mantém.
34
capacidade tampão suficiente, esta absorve e neutraliza os ácidos adicionados em mudar
significativamente o pH. Conceptualmente, um tampão age como uma esponja. À
medida que se adiciona mais ácido, a "esponja" absorve o ácido sem grande alteração
do pH. A capacidade da esponja é limitada, no entanto; assim que a capacidade tampão
se gasta, o pH muda mais rapidamente à medida que se adiciona ácido.
O tampão tem conseqüências positivas e negativas. Pelo lado positivo, o ciclo do azoto
produz ácido nítrico (nitrato). Sem capacidade tampão, o pH do seu aquário baixaria ao
longo do tempo (isto é mau). Com capacidade tampão suficiente, o pH fica estável (isto
é bom). Pelo lado negativo, a água dura da torneira quase sempre tem uma grande
capacidade tampão. Se o pH da água não é demasiadamente alto para os seus peixes, a
capacidade tampão torna difícil baixar o pH para um valor mais apropriado. Tentativas
ingênuas de mudar o pH da água falham normalmente por se ignorar o efeito tampão.
Nos aquários de água doce, a maior parte da capacidade tampão deve-se a carbonatos e
bicarbonatos. Assim, os termos "dureza dos carbonatos" (KH), "alcalinidade" e
"capacidade tampão" são usados indistintamente. Embora tecnicamente não signifiquem
a mesma coisa, são equivalentes na prática no contexto da aquariofilia. Nota: o termo
"alcalinidade" não deve ser confundido com o termo “alcalino”. Alcalinidade refere-se à
capacidade tampão, enquanto alcalina refere-se a uma solução que é base (i.e., pH>7)
Qual a quantidade tampão que o seu aquário necessita? Muitos kits de teste da
capacidade tampão do seu aquário, medem o KH. Quanto maior o KH, maior a
resistência a mudanças de pH da sua água. O KH de um aquário deverá ser
suficientemente alto para evitar variações de pH ao longo do tempo. Se o KH for
inferior a sensivelmente 4,5 dH, deve prestar especial atenção ao pH do seu aquário
(e.g., teste semanalmente, até ter uma idéia da estabilidade do pH do aquário). Isto é
_ESPECIALMENTE_ importante se não troca muitas vezes a água. Em particular, o
ciclo do azoto cria uma tendência para o pH de um aquário estabilizado diminuir ao
longo do tempo. O montante exato da variação do pH depende da quantidade e da taxa
de produção de nitratos, bem como do KH. Se o seu pH cair mais do que sensivelmente
0,2 ao longo de um mês, devemos considerar aumentar o KH ou fazer mudanças
parciais de água mais vezes. O KH não afeta os peixes diretamente, assim não há
necessidade de compatibilizar as espécies de peixes com um dado KH.
Nota: Não é boa idéia usar água destilada no seu aquário. Por definição, a água destilada
não tem qualquer KH. Isso significa que adicionando mesmo uma pequena quantidade
de ácido existirá uma variação considerável de pH (perturbando os peixes). Devido à
sua instabilidade, a água destilada (ou qualquer outra água pura) nunca é usada
diretamente. Água da torneira ou outros sais devem ser adicionados de modo a aumentar
o GH e o KH.
35
tornando difícil ajustar uma sem qualquer impacto nas outras. Isto é uma das razões
porque os aquariofilistas principiantes são aconselhados a _NÃO_ mexer nestes
parâmetros a não ser em caso de absoluta necessidade. Por exemplo, as fontes calcárias
fornecem normalmente água "dura". Os calcários contem carbonato de cálcio, que
quando dissolvido na água aumenta o GH (do cálcio) e o KH (dos carbonatos).
Aumentando o KH normalmente também se aumenta o pH. Conceptualmente, o KH
atua como uma "esponja" absorvendo o ácido presente na água, aumentando o pH desta.
Dureza Geral
Salinidade
Por outro lado, algumas espécies de peixes não toleram bem _QUALQUER_ sal. Peixes
sem escamas (em geral) e a maioria dos peixe-gato Corydoras são muito mais sensíveis
ao sal do que a maioria dos peixes de água doce - Junte sal apenas se tiver a certeza de
que todos os habitantes do seu aquário o preferem ou conseguem pelo menos tolerá-lo.
36
Nutrientes e elementos residuais
Além do GH, KH, pH e salinidade, existem mais algumas substâncias que deve
conhecer. A maioria da água da torneira contém um conjunto de nutrientes e elementos
residuais em muito baixas concentrações. A presença (ou ausência) de elementos
residuais pode ser importante em algumas situações, especificamente:
• nitratos, que são discutidos em grande detalhe nesta FAQ em conjunção com o
ciclo de azoto;
• Fosfatos, o segundo mais proeminente nutriente. Os fosfatos têm sido ligados ao
crescimento de algas. Se tiver persistentes problemas com algas, um alto nível
de fosfatos pode ser o fator contribuinte. Num aquário com plantas, os níveis de
fosfatos ideais são 0,2 mg/L ou menos. Para controlar as algas, trocas freqüentes
de água são muitas vezes recomendadas para reduzir o nível de nutrientes. Se as
águas da sua torneira contem excesso de fosfatos, as trocas podem agravar a
situação. A sua companhia de água local pode dizer-lhe qual é o nível exato de
fosfatos.
• Ferro, magnésio e outros elementos residuais. As plantas precisam de ferro
pequenas quantidades para crescer. As águas da torneira em muitas áreas não
contem qualquer ferro.
As medidas seguintes são aproximadas; use um kit de teste para verificar que atingiu os
resultados pretendidos.
Para subir o KH sem subir o GH, junte bicarbonato de sódio (NaHCO3). Uma colher de
chá por cada 50 litros aumenta o KH em cerca de 4 dH. O bicarbonato de sódio leva a
um valor de equilíbrio de 8,2.
Subir e baixar o pH
Ácido muriático (hidroclorídrico) pode ser usado para baixar o pH. Note que a
quantidade exata depende da capacidade tampão da água. De fato, usa-se ácido
suficiente para gastar toda a capacidade tampão. Uma vez isto feito, baixar o pH é fácil.
No entanto deve-se notar que o pH baixo resultante tem muito menos tampão KH do
que antes, tornando muito mais susceptíveis a variações de pH quando (por exemplo) o
nível de nitratos sobe. Cuidado: Deve-se dizer que os ácidos são _MUITO_ perigosos!
37
Não use este método a não ser que saiba o que está a fazer, e deve tratar a água
_ANTES_ de adicioná-la ao aquário.
Produtos como o "redutor de pH" são baseados num tampão de ácido fosfórico. O ácido
fosfórico tende a manter o pH em 6,5 dependendo da quantidade usada. Infelizmente o
uso de ácido fosfórico tem o _GRANDE_ efeito colateral de aumentar o nível de
fosfatos no aquário, estimulando o crescimento de algas. É difícil controlar o
crescimento de algas num aquário com elevados níveis de fosfatos. A única vantagem
sobre o ácido clorídrico é que o pH fica de certo modo com a capacidade tampão no seu
valor mais baixo.
Alguns peixes (e.g., discus, tetras cardinal, etc.) preferem água macia. Embora possam
sobreviver em água dura, dificilmente procriarão nela. Assim, pode ser necessário
suavizar a sua água mesmo com as dificuldades envolvidas no processo.
Os métodos caseiros de amaciar a água usam uma técnica conhecida como "troca de
íons". Isto é, removem os íons de cálcio e de magnésio substituindo-os por íons de
sódio. Embora isto faça tecnicamente a água mais macia, a maioria dos peixes nem nota
a diferença. Isto é, os peixes que preferem a água macia também não gostam de sódio, e
para eles tais amaciadores não ajudam em nada. Assim, os amaciadores caseiros não são
um método apropriado para suavizar a água para uso em aquários.
A turfa suaviza a água e reduz a sua dureza (GH). A maneira mais eficiente de suavizar
a água usando turfa é arejar a água durante 1 a 2 semanas num balde que contenha turfa.
Por exemplo, arranje uma balde (de plástico) de tamanho apropriado. Depois arranje
uma grande quantidade de turfa (4 litros), coza-a (de modo a afundar), forre com ela
uma fronha, e coloque-a no balde de água. Use uma bomba de ar para arejar. Em 1 ou 2
semanas, a água estará macia e mais ácida. Use esta água envelhecida para fazer
mudanças parciais de água no seu aquário.
38
A turfa pode-se comprar em casas de aquários, mas é cara. É muito mais econômico
comprar em grosso numa loja de jardinagem. Leia o rótulo cuidadosamente! Não deve
usar turfa que contenham fertilizantes ou outros aditivos.
Embora haja quem coloque turfa nos filtros dos aquários, esta técnica tem desvantagens.
Primeiro, a turfa entope facilmente, por isso usar turfa nem sempre é eficiente. Em
segundo lugar, a turfa pode facilmente turvar a água do seu aquário. Em terceiro, a
quantidade exata de turfa necessária para efetivamente suavizar a sua água é difícil de
estimar. Usar a quantidade errada produz uma química da água errada. Por fim, quando
fizer trocas de água, a química da água do seu aquário muda quando adicionar nova
água (tem as características erradas). Durante os dias seguintes, a química muda á
medida que a turfa produz efeito. Usando água envelhecida ajuda a assegurar que a
química do seu aquário não flutua enquanto faz mudanças parciais de água.
A água dura também pode ser suavizada diluindo-a com água destilada ou com água
RO. Água RO é água purificada através de uma unidade de osmose inversa ("Reverse
Osmose" em Inglês). Infelizmente os filtros de osmose inversa são demasiado caros
para muitos aquariofilistas. Água RO só pode ser comprada em algumas lojas de peixes,
mas para a maioria a despesa e o trabalho não o justificam. O mesmo se aplica à água
destilada comprada em mercearias.
Parece existir um sem número de Test Kits para testar tudo, desde níveis de amônia até
fosfato. O mesmo necessário comprá-los? A resposta rápida é "não". É possível ter um
aquário saudável sem comprar um único test kit. No entanto os Test Kits são
extremamente úteis a eliminar tentativas de adivinhar quando qualquer coisa corre mal
(e.g., os peixes parecem perturbados ou morrem). A seguir descrevem-se os kits de teste
que são mais úteis e as condições em que são úteis.
• Falta de limpeza regular (a água não circula através de um filtro entupido, onde
residem as bactérias nitrificadoras);
• Juntar ingenuamente medicamentos (antibióticos matam as bactérias
nitrificadoras bem como as que transportam doenças)
• Ter um filtro muito pequeno para a carga de peixes, etc.
39
Atenção: se tiver mortes de peixes e perguntar na "NET" (ou numa loja de peixes) por
conselhos, a primeira pergunta será "Qual era o nível de amônia (e de nitritos)?".
Os níveis de amônia são medidos em ppm. Com concentrações tão baixas como 0,2-0,5
ppm (para alguns peixes), a amônia causa morte rápida (consulte a seção
Acondicionamento para detalhes). Mesmo com níveis acima de 0,01-0,02 ppm, os
peixes ficarão perturbados. Os Test Kits comuns não registram níveis tão baixos.
Assim, os Test Kits _NUNCA_ detectam amônia num tanque já estabelecido. Se o seu
test kit detectar _QUALQUER_ amônia os níveis já estão demasiado altos e a perturbar
os peixes. Tome medidas corretivas de imediato trocando água e identificando a origem
do problema.
Pode ser que precise de um destes; os kits de nitritos são baratos (1500$00-2500$00) e
são muito úteis nas mesmas circunstancias onde o kit de amônia é útil. A única altura
em que um kit de nitritos fornece informação que um kit de amônia não o fornece
enquanto está a testar o término da segunda fase do ciclo do azoto (veja a seção
ACONDICIONAMENTO). Como no caso da amônia, se o seu test kit detecta nitritos, o
seu filtro biológico não está a trabalhar adequadamente. Uma vez o tanque
acondicionado, os kits de nitritos são quase inúteis. (se o filtro biológico num aquário
estabelecido não está a trabalhar, ambos, a amônia e os nitritos serão elevados.)
Os nitritos são em ordem de grandeza menos tóxicos do que a amônia. Por isso,
costuma-se dizer acerca de um aquário que está em acondicionamento: "se os peixes
sobreviverem ao pico de amônia, provavelmente sobreviverão ao pico de nitritos e ao
resto do processo de acondicionamento". No entanto mesmo a níveis 0,5 ppm, os peixes
ficam perturbados. Concentrações de 10-20 ppm são mortais.
Os nitratos são tóxicos para os peixes (e para as plantas) a níveis de 50-300 ppm.
Dependendo da espécie de peixe. Para crias, no entanto, são tóxicas concentrações
muito inferiores.
Nota: Um test kit de nitratos é apenas de valor limitado para determinar se o ciclo do
azoto terminou. Muitos Test Kits de nitratos atualmente convertem os nitratos em
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nitritos numa primeira fase, e então testam a concentração de nitritos. Isto é, na
realidade medem a concentração combinada de nitratos e de nitritos. Num aquário
estabelecido, os níveis de nitritos são essencialmente zero, e os kits medem
corretamente os níveis de nitrato. Enquanto um tanque está em acondicionamento, no
entanto, um kit de nitratos não lhe pode dizer qual a parte de leitura que vem dos
nitratos e qual a que vem dos nitritos.
Test kit de pH
Compre um; estes kits são extremamente baratos, por isso não há desculpa para não ter
um. Quererá saber o pH da sua água da torneira de modo a selecionar peixes cujas
exigências sejam compatíveis com as condições da sua água. Além disso, quererá
periodicamente verificar o pH do seu aquário de modo a assegurar-se que permanece
estável e que não aumenta ou diminui muito ao longo do tempo.
Nalguns casos, a decoração do aquário (e.g., troncos) ou areão (e.g., feito de coral,
conchas ou calcário) mudam o pH da sua água. Por exemplo, alguns artefatos podem
lentamente libertar íons na água do seu aquário, aumentando o GH e o KH (e o pH).
Com madeira petrificada, é vulgar a madeira lentamente libertar taninos que baixam o
pH.
Pode ser importante ter um destes, mas não é imprescindível. Não precisa saber o nível
exato de dureza. Saber se a sua água é "macia" ou "muito macia" é o suficiente. A sua
loja local de peixes poderá fornecer-lhe informação suficiente. Em alternativa telefone
para os serviços municipais (veja a seção água da torneira nesta FAQ).
Não é critico ter este kit. Monitorando regularmente o pH, pode deduzir se o seu KH é
"suficientemente alto". Isto é, o KH deve ser alto de modo ao seu pH se manter estável
ao longo do tempo. Se tiver dificuldade em manter o pH estável, pode ter necessidade
de aumentar a capacidade tampão do seu aquário. A sua loja local de peixes pode ser
capaz de lhe dar esta informação. Em alternativa telefone para os serviços municipais.
41
Stress dos Peixes e Manutenção Saudável
Muitos peixes conseguem tolerar condições ambientais que diferem de algum modo das
condições naturais nas quais se desenvolveram. Isto não significa, no entanto, que eles
sejam saudáveis ou vivam uma vida normal. Por exemplo, manter um peixe numa água
mais fria (ou quente) do que a sua preferida força os órgãos do seu corpo a trabalharem
mais para o manterem vivo. Isto é, tais condições colocam o peixe sobre um stress
aumentado.
Note-se que eliminar o stress não garante que o seu aquário seja saudável. Mas aumenta
significativamente as hipóteses. Muita gente na "net" escreve regularmente acerca de
como mantém os seus peixes (aparentemente) "saudáveis e felizes" durante longos
períodos de tempo sobre (aparentemente) condições altamente estressantes. Tais
aquariofilistas estão sentados numa bomba relógio; a freqüente continuação desta
história refere o adoecimento de um peixe, depois outro, com um final recheado de
mortes de peixes. Reduzir o stress simplesmente aumenta a probabilidade de um aquário
ser saudável (tal como comida saudável, exercício e dormir o tempo necessário estão
normalmente associados como uma vida longa e saudável para os humanos).
Nesta seção listam-se algumas das mais comuns condições indutoras de stress. Em
todos os casos, o nível de stress induzido por um fator específico é altamente
dependente da espécie. Deve estar atento ao tipo de stress presente no seu aquário e
escolher peixes conhecidos pela sua tolerância ao mesmo. Por exemplo, se a sua água é
dura e alcalina, deve escolher peixes que sobrevivam em tais condições.
Os compostos de azoto (amônia, nitritos e nitratos) têm vários graus de toxicidade e são
stressantes a todos os níveis. A amônia é tóxica em baixas concentrações e perturba
severamente os peixes em _QUALQUER_ concentração. Em conseqüência, um aquário
saudável tem de ter um filtro biológico adequado que converta rapidamente a amônia
em nitritos (e nitratos). Embora muito menos tóxico do que a amônia ou os nitritos, os
nitratos também perturbam os peixes. Assim, um meio de remover o excesso de nitratos
(e.g., através de mudanças parciais de água com regularidade) ajuda a manter um
aquário saudável.
A temperatura da água do seu aquário deve coincidir com as necessidades dos seus
habitantes. Manter a temperatura da água demasiado baixa ou demasiado alta para uma
espécie em particular prejudica esses peixes. Por exemplo, os peixes dourados preferem
águas mais fria (abaixo de 21C) do que a maioria dos peixes tropicais (os peixes
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dourados sobrevivem a invernos em lagos onde a temperatura se aproxima de 0C),
sendo garantido que um aquário que contenha ambos, dourados e peixes tropicais, será
demasiado quente ou demasiado frio para alguns dos habitantes.
Alguns peixes preferem água dura, outros preferem água pouco mineralizada. Manter
um peixe que prefira água pouco mineralizada em água dura (e vice-versa)
perturbador.
Alguns peixes preferem água ácida, outros preferem água alcalina, outros preferem água
com pH neutro. (Alguns não têm preferência.)
Alguns peixes vivem em água salobra; eles preferem água com um pouco de sal. Junte
sal apenas se todos os habitantes do aquário conseguir tolerar a salinidade. É sabido, por
exemplo, que as Mollies gostam de sal, embora os peixes-gato do tipo "corydora" não
tolerem qualquer sal. Em geral peixes sem escamas (ou com pequenos escamas) não
toleram bem o sal.
Nem todas as espécies de peixes se misturam bem entre elas. Como exemplo óbvio,
muitos Ciclídeos comem os habitantes do aquário menores (e.g., tudo o que lhes caiba
na boca). Mesmo que sejam muito grandes para serem comidos, os peixes pacíficos
ficarão perturbados se mantidos com peixes agressivos que os perseguem por todo o
lado. Além disso, muitos peixes comunicam através de comportamentos e linguagem
corporal (i.e., os Ciclídeos frequentemente estabelecem uma "ordem social" em que um
peixe é o rei). Um peixe de uma dada espécie pode não reconhecer os sinais dados por
outros, havendo lutas constantes.
Alguns peixes desde pequenos na natureza, passam toda a sua vida em grandes grupos
(em vez de individualmente); nunca se sentirão confortáveis ou "seguros" se mantidos
sozinhos. Os corydoras, por exemplo, dão-se melhor em aquários com 6 ou mais
exemplares. Embora seja tentador comprar 6 ou mais espécies de peixes diferentes, isso
pode não ser ideal para os próprios peixes. O contrário também é verdade. Alguns
peixes são mais agressivos para os membros da sua espécie (e.g., comportamentos de
acasalamento), embora não se sintam ameaçados por outras espécies chegando mesmo a
ignorá-las.
Os peixes precisam de oxigênio, e alguns peixes são mais tolerantes a água com pouco
oxigênio do que outros. A água com pouco oxigênio perturba os peixes. Note que à
medida que a temperatura da água sobe a quantidade de oxigênio dissolvida diminui.
A fraca nutrição também é causa de stress. Uma dieta saudável é uma dieta variada, e
deve-se evitar usar comidas pouco recentes nas quais as vitaminas e outros nutrientes já
43
desapareceram. "Comida velha" inclui comida que tenha estado guardada em locais
quentes, exposta ao ar (sem estar selada), etc.
A "cura" de adicionar medicamentos ao seu aquário é muitas vezes pior do que a doença
original. Os medicamentos que matam as bactérias, parasitas, etc. normalmente não
fazem grandes escolhas: também podem matar as suas bactérias nitrificadoras (agora
sim terá um _GRANDE_ problema) ou ser tóxicos para os próprios peixes. Por
exemplo, algumas espécies de peixes não toleram certos tipos de medicamentos. Juntar
tais medicamentos pode enfraquecer a saúde do peixe ao ponto de ele próprio ficar
susceptível à doença original.
Adicionar água não tratado ao seu aquário pode introduzir cloro ou cloramina, ambos
tóxicos para os peixes. Certifique-se que trata toda a água antes de adicioná-la ao seu
aquário.
Mudanças rápidas nas condições da água podem causar perturbação. Dentro de certos
limites, a maioria dos peixes pode adaptar-se a condições de água abaixo do ótimo (e.g.,
temperatura errada, pH errado). No entanto, os peixes dificilmente de adaptam a
mudanças BRUSCAS da química da água. Assim aumentos (ou diminuições) bruscos de
temperatura, pH, dureza, etc., perturbam os peixes. É mais importante manter a água
est vel durante muito tempo do que manter as condições da água exatamente ótimas.
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• O peixe permanece escondido continuamente e não sai para onde possa ser visto.
Causas prováveis: peixes agressivos, cobertura insuficiente (e.g., plantas,
madeira, etc.) para fazer o peixe sentir-se seguro enquanto nada.
• O peixe tem as barbatanas danificadas, feridas abertas que não se curam. Causas
possíveis: o peixe é vitima de agressões. Normalmente, pequenas falhas e cortes
curam-se rapidamente. Caso contrário, os níveis de stress podem suprimir o
sistema imunitário do peixe.
• O peixe tem doenças (parasitas, fungos, etc.) é claro que a doença em si é o
maior problema. Mas na maioria dos casos, o sistema imunitário de um peixe
saudável trata de livrá-lo de doenças em primeiro lugar. Assim, adoecer é um
sinal de que o peixe está num estado de stress (ou esteve recentemente).
Então já tem o seu aquário preparado e o filtro a funcionar, já conhece o ciclo do azoto e
um pouco de química da água. Tem todos os kits de teste preparados e prontos para
monitorar o seu primeiro mês. Armado deste conhecimento dirige-se à sua loja de
peixes local para comprar o seu primeiro peixe (ou dois). Nesta secção, lidará com
algumas das questões mais comuns sobre manter os seus peixes. (Uff! Já não esperava
que falássemos de peixes, pois não?)
Há tantas coisas a dizer acerca de bons peixes para principiantes, que o assunto é tratado
numa FAQ separada (estranhamente chamada a FAQ dos bons peixes para
principiantes); contem muitas sugestões para peixes em particular. Aqui vão os avisos
gerais do autor:
Muitos dos pequenos peixes de cardume são primeiros peixes ideais. Estes incluem
Néon chinês, as várias espécies de Zebras normalmente disponíveis, Rásboras, e muitas
das espécies disponíveis de Barbos. Para aqueles com um aquário ligeiramente maior, o
peixe arco-íris é um grande peixe de iniciação. Os corydoras são ainda mais populares
como peixes de iniciação.
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houver vários da mesma espécie presentes para interagirem. Um mínimo de seis de cada
um dos peixes de cardume de meia-água é recomendado, enquanto quatro é o mínimo
para os Corys. Em longo prazo, um cardume de uma dúzia de peixes a mostrar o seu
comportamento natural será mais agradável do que um grupo misturado de peixes
tristemente forçados a partilhar o mesmo aquário. ("Mãe, porque é que está um peixe
escondido atrás do aquecimento e outro sempre à espera ali ao canto?")
A resposta mais fácil é "um - de cada vez". No que toca a quantos no total podem
seguramente sobreviver, uma regra normalmente usada é "até um máximo de 2,5cm de
peixe por cada 4l." Muita discussão acerca desta regra sugeriu que na realidade deve-se
ler "até um máximo de 2.5 cm de PEIXES PEQUENOS por cada 4l."
"Peixes pequenos" podem ser peixes tipo Tetra Néons, Néon chinês, Zebras, etc.;
"peixes médios" podem ser peixes tipo Barbos tigre, Platys, Corydoras, etc.; "peixes
grandes" serão Peixes Vermelhos, Oscares, etc.
Por outras palavras isto é apenas uma regra, e a população "máxima" que é segura varia
de aquário para aquário. Fatores que aumentam a sua carga possível de peixes são:
Por outro lado, fatores que diminuem a sua possível carga incluem:
Voltando à adição de peixes, muitas vezes não é prático inserir peixes um a um - por
exemplo, encontra uns néons fabulosos e quer adicionar um pequeno cardume (6 ou 7
peixes) ao seu recentemente acondicionado aquário de 80 litros. Tem atualmente um
pl*co de 5 cm e três Platys de 4 cm. Adicionar os Néons irá essencialmente duplicar o
volume de peixes no aquário. Neste caso verá os mesmos efeitos do que ao acondicionar
o aquário, i.e., um pico de amônia e de nitritos antes de crescerem bactérias suficientes
para a nova população de peixes. Teste a sua água frequentemente e esteja preparado
para uma mudança parcial de água de emergência de os níveis de amônia subirem
muito.
O filtro biológico para o seu aquário é "alimentado" apenas pelos detritos dos peixes
que tem no aquário. Isto significa que qualquer que seja o tamanho do seu filtro (e.g.,
um indicado para aquários de 200l no seu aquário de 80l), a população de bactérias será
limitada pela "comida" que houver. Poucos peixes = pequena população de bactérias.
46
Estamos acostumados a pensar na reprodução de bactérias como "explosiva". Muitas
bactérias podem duplicar a sua população em horas, mas tal como vimos na secção
Fazer o Ciclo, as bactérias nitrificantes são relativamente lentas a reproduzir-se. Haverá
um intervalo de tempo entre o aumento dos desperdícios provocados pelos peixes, e a
maior capacidade de processamento pelas bactérias. Em casos extremos, o aumento de
amônia pode danificar ou matar os seus peixes antes da população de bactérias ter
tempo para "acompanhar" o montante de desperdícios de azoto disponíveis.
É por isso que é sensato adicionar peixes lenta e gradualmente. Levar a população do
seu aquário ao máximo com segurança pode demorar 6 meses; de fato, deve ser
permitido demorar pelo menos esse tempo. Deixe a infração das regras para aqueles
com mais anos de experiência do que peixes.
Assim que chegar a casa deve colocar o saco dentro do aquário, permitindo a
equalização da temperatura. Após cerca de meia hora, junte 1/4 chávena de água do
aquário ao saco. Repita este processo de 15 em 15 minutos durante uma hora, retirando
água se o saco ficar muito cheio. Qualquer água que retire do saco deve ser deitada fora.
Provavelmente conterão parasitas e outras coisas más.
Assim que tiver os peixes acondicionados à química da água do seu aquário, há um par
de coisas que pode fazer. Pode pôr o peixe diretamente no aquário principal e esperar
que corra tudo bem, ou pode pôr o peixe num aquário de quarentena. Em qualquer dos
casos, nenhuma água deve ser transferida para o aquário.
Embora um aquário de quarentena seja uma boa idéia, o mais provável é que não tenha
tais luxos (pelo menos por enquanto). Neste caso, tenha cuidados redobrados em
selecionar peixes saudáveis na loja, e monitorize cuidadosamente os novos habitantes
nas primeiras duas semanas no seu aquário em busca de sinais de stress e doença.
Arrisca-se sempre a infectar os outros peixes do seu aquário se não fizer quarentena.
Alimentar os peixes
A comida dos peixes é algo delicada. Expô-la ao sol, deixá-la sem tampa de modo a
absorver umidade, ou comprar uma embalagem muito grande que demore 8 meses a
gastar-se pode sabotar o valor nutricional da comida. Em geral, há cinco classes de
comida de peixes:
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• Comidas processadas várias (processadas a partir de matérias de base transformadas
em flocos, pastilhas, etc.; muitas vezes divididas em categorias para peixes
onívoros, vegetarianos e carnívoros),
• Comidas secas liofilizadas (bichos inteiros tais como minhoca de sangue, dafnias,
etc.),
• Comidas congeladas (mais bichos inteiros),
• Comidas vivas (bichos vivos), e
• Outras comidas frescas (comida feita em casa para peixes carnívoros à base de
coração de vaca, abóbora para o seu pl*co, etc.).
Para muitos aquariofilistas, a comida em flocos é como o arroz. Serve para muitas
refeições, mas um pouco de outras coisas de vez em quando é importante. Quase todos
os novos aquariofilistas ouvirão a regra "dê de comer apenas o que os seus peixes
comerem em 3 minutos" ou algo do gênero. Isto é aterrador para o principiante; afinal
os peixes estão obviamente esfomeados! E se passam fome! Isto é tão pouco! Como é
que pode chegar?
Veja o lado sério. A razão porque muitas pessoas têm peixes é, esperamos, para
observá-los. Se não de perto e pessoalmente, pelo menos de uma maneira geral. A altura
exata para fazer alguma observação é quando dá de comer. Cada vez que os alimenta,
coloque-se em frente do aquário para observá-los. Ponha menos do que acha ser
suficiente. Veja os peixes consumirem-no. Observe o que cai para o fundo. Se não tem
nenhum peixe que se alimentem principalmente no fundo (pl*cos, Corydoras, botias,
etc.), demore tempo a perceber se algum dos outros peixes vai para o fundo; Os
Gouramis vão muitas vezes, mas os Peixes arco-íris normalmente não, por exemplo. Se
tiver peixes que se alimentam no fundo, veja a velocidade com que comem.
Assim pôs uma pequena pitada, e ao fim de 2 minutos (você contou!) praticamente não
se vê comida. exceto um pouco no fundo que os Corys estão a comer. Pois,
provavelmente pode dar-lhes um pouco mais. Mas verifique de modo a certificar-se que
comem tudo o que deu da segunda vez. É melhor dar um pouco várias vezes ao dia,
principalmente com peixes que não se alimentam do fundo, do que tudo de uma só vez.
mas a maioria dos adultos fica bem com uma dose de 5 minutos uma vez por dia. Num
aquário já estabelecido, alguns aquariofilistas preferem dar ainda menos; assim os
peixes comerão mais algas e outras matérias que aparecem naturalmente num aquário.
Uma palavra sobre comidas vivas: algumas comidas vivas comercialmente disponíveis
são consideradas arriscadas por muitos aquariofilistas, pois transportam parasitas - em
particular, o tubifex. Terá de decidir por si próprio o que acha deste risco. Certifique-se
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que alimenta com comida que está de fato viva! Enxágüe as criaturas muito bem e,
especialmente se não estão capacitadas para sobreviver na água do seu aquário, tenha
também o mesmo cuidado com o excesso de comida viva que tem com as outras
comidas. A comida viva é descrita com mais detalhe (incluindo instruções de cultura) na
FAQ Comida viva.
A eficácia das mudanças de água é determinada por dois fatores: a sua freqüência e a
percentagem de água que é substituída. Quanto mais vezes a água for substituída, ou
maior a quantidade substituída maior a eficácia global.
Os benefícios das mudanças de água têm de ser balanceados com o stress causado pela
mudança rápida na química da água do seu aquário. Se a água do aquário tiver um pH,
GH e KH tal como a água da torneira, mudar 50% (ou mais) da água de uma vez só não
afetará os peixes. Por outro lado, se o pH do seu aquário for (por exemplo) 6, 3,
enquanto a nova água tem um pH de 7,5, trocar metade da água de uma só vez mudará o
pH do seu aquário significativamente (possivelmente mais de 50% dependendo dos
fatores tampão), o que perturbará os peixes, talvez o suficiente para os matar.
Dado que as mudanças de água são as primeiras linhas de defesa na lida com problemas
tais como doenças, você quererá efetuar grandes e freqüentes trocas parciais de água
durante períodos de emergência. Por isso é desejável que a química da água do seu
aquário seja equivalente á da água substituta. Assim, terá sempre a opção de efetuar
grandes mudanças num breve período. Note que esta é a forma como os aquários
começam; quando montou o aquário, a água era a mesma do que a da torneira. Com o
tempo, no entanto, a química da água do seu aquário pode "derivar" relativamente à
água da torneira devido à acidificação do ciclo do azoto, à adição de aditivos químicos
tais como "incrementador de pH" ou "redutor de pH", ao uso de areão não inerte (e.g.
coral esmagado ou conchas), etc.
Quanto mais freqüentes as trocas, menos água tem de ser trocada. No entanto, quanto
mais tempo entre cada troca, maior a perturbação potencial, dado que uma grande
quantidade de água é trocada. Trocar mais ou menos 25% da água do seu aquário de 15
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em 15 dias é um bom ponto de partida, mas pode não ser suficiente. A freqüência
própria depende de fatores como a carga de peixes no seu aquário. Qualquer que seja o
caso, deve fazer trocas de água vezes suficientes de modo a que:
Nota: Desligue o aquecedor enquanto troca a água. O aquecedor pode estalar se o nível
de água descer abaixo da resistência aquecedora!
Nesta ultima secção, falamos dos assuntos mais populares que surgem após o seu
aquário já estar a funcionar a algum tempo.
Primeiro deve ter em conta que nem todas as algas são "más"; algas, tal como as
plantas, alimentam-se dos nutrientes do aquário; assim uma boa cultura de algas
regularmente colhidas pode ajudar a manter os níveis de poluição sob controle (este é o
principio por detrás da filtragem através de tapete de algas). Assim, pragas de algas são
normalmente sintomas de sobrealimentação ou poucas trocas de água. A melhor coisa a
fazer é perceber o que está a causar a praga, e eliminar a causa. Teste os nitratos e/ou a
amônia. Aumente o volume de água trocada e/ou freqüência, ou alimente menos os
peixes. Também há alguns remédios químicos para alguns tipos de algas, e peixes
comedores de algas que consumirão algumas. Para mais detalhes consulte a secção de
Algas na FAQ Doenças.
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Pragas de caracóis
Os caracóis, tal como as algas, podem ser úteis e maléficos para um aquário. Algumas
espécies enterram-se no areão, arejando-o e impedindo que este fique compactado;
outras comem as algas. No entanto, algumas espécies reproduzem-se
descontroladamente, destroem as plantas e é uma chatice.
Pode proteger-se contra os caracóis desinfetando tudo o que seja inanimado e que vá
para dentro do aquário numa solução de lixívia de 1:20 , e tratando as plantas novas em
permanganato de potássio ou Alúmen. Para livrar o seu aquário dos caracóis, tem
poucas alternativas para além de aspirar ao maior número possível ou manter Botias
Palhaço que comem os caracóis. A secção Caracóis na FAQ Doenças descreve as
espécies individuais de caracóis e remédios específicos.
Os peixes saudáveis passam perfeitamente uma semana sem comida. Quando sair de
casa num fim de semana nem se preocupe em arranjar alguém para ir dar de comida aos
peixes. (de fato, alguém não muito familiarizado com aquários irá provavelmente
sobrealimentar os peixes enquanto estiver fora lhe deixando um problema para resolver
quando voltar). Fique longe dos "alimentos de fim-de-semana" que se dissolvem
lentamente. Podem alterar o pH do aquário e largar demasiada comida no aquário. Os
alimentadores elétricos automáticos, no entanto, podem ser úteis como "medida prévia"
da quantidade de comida a fornecer no dia a dia.
Se for para fora mais de uma semana terá de fazer alguns preparativos para alguém
alimentar os seus peixes. Empresas que tratam de aquários e algumas lojas de peixes
fazem-no cobrando o serviço, mas a maioria das pessoas pede a um amigo ou vizinho
que não têm aquário. Sobrealimentação prolongada pode sobrecarregar o seu filtro e
destruir o aquário, e a melhor maneira de evitar isso é fazer pacotes individuais
(pequenos envelopes) cada um contendo a quantidade para um dia. Os peixes não têm
de ser alimentados todos os dias, e não lhes deve ser dada mais quantidade do que o
normal para um dia, mesmo que tenham estado uns dias sem comida. Certifique-se que
avisa o seu ajudante para _não_ compensar os dias que não deu comida, dando comida a
mais.
Se o seu aquário tiver uma taxa de evaporação alta talvez seja melhor pedir-lhe para
repor o nível com água nova. Isto é muito importante num aquário marinho, dado que
não quer que a salinidade varie demasiada.
Não pode garantir que não haverá uma falha de equipamento grave ou outro tipo de
desastre enquanto estiver ausente, mas pode minimizar o risco substituindo qualquer
peça mais suspeita antes (de modo a certificar-se que a peça substituta funciona). Não
adicione qualquer peixe novo no mês anterior às suas férias para o caso de serem
introduzidas doenças que demorem algum tempo a aparecer. Limpe o aquário e o filtro
e faça uma mudança normal de água antes de se ir embora, mas se tem negligenciado a
manutenção não espere até à véspera para fazê-lo de repente. Isso vai perturbar os
peixes e talvez danifique as bactérias da filtragem quando mais precisa delas. Se houver
um problema grave, as hipóteses são que seja descoberto tarde demais para fazer algo.
No entanto, tomar conta dos peixes de alguém pode ser uma grande responsabilidade, e
51
o seu ajudante terá mais paz de espírito se tiver o telefone de uma loja de peixes ou
outra fonte de conselhos profissionais para ligar numa emergência.
Mudando um Aquário
O melhor conselho para mudar um aquário (e nesta discussão, os peixes incluem toda a
vida normal de um aquário), para além de qualquer distância mínima, é NÃO O FAÇA.
Viajar é muito perturbador para os peixes e mesmo com todas as precauções espere
perderem vários. Aceite esta verdade, pode considerar seriamente vender todos os
peixes e comprar novos no seu destino.
Se, dito isto, ainda quiser tentar mudar os peixes, então o que se segue pode ajudar a
minimizar a dor e a perca de peixes.
A tarefa de mover os peixes divide-se em duas tarefas: mudar o aquário, e depois (mais
tarde) mudar os peixes. Nunca tente mudar os peixes dentro do aquário.
Mudando o aquário
52
aquário como se fosse um aquário novo - incluindo uma espera de uma longa
semana antes de colocar qualquer peixe. Inicialmente coloque alguns dos peixes
mais resistentes para estabelecer o ciclo. Assim que o aquário estiver estável,
ponha os peixes da sua velha casa de novo.
Mudando os peixes
Eutanásia
Já chegou a isto? Leu todas as FAQs, encontrou tudo o que conseguiu sobre doenças,
curas e tratamentos indicados, pediu ajuda a várias fontes de sabedoria e chegou à
conclusão que não consegue recuperar o seu peixe de volta. E dado que tomou a
responsabilidade de tratar dos seus peixes agora tem de descobrir a forma mais humana
de ajudá-los a morrer.
53
dono dado que as seringas são difíceis de lidar e animais saltitantes com agulhas podem
não ligar bem com algumas pessoas. Quase não envolve dor para o peixe se isto ajudar a
acalmar as suas hesitações no que respeita a este método. Por fim pode-se usar álcool
para "eutanasiar" um peixe. Faça uma solução de vodka 1:5 (20%) (ou outra bebida
alcoólica forte) e água. Então coloque o peixe no contentor e ele simplesmente
adormecerá. Estes 3 métodos são altamente recomendados dado que são muito
humanos.
Um método não químico, mas eficaz é a decapitação. Uma vez mais, alguns donos
podem abominar este método. Se for bem feito é rápido e indolor para o animal, e tem o
beneficio de ser barato; muitos de nós tem facas, mas não anestésicos. Use uma faca
afiada e corte a espinal num golpe rápido de um lado ao outro logo atrás do olho, ao
nível da linha lateral. Quanto mais rápido for este corte melhor será para o peixe.
Lembre-se de desinfetar a faca após o procedimento se está a planear usá-la para outras
tarefas além de "eutanasiar" peixes.
Se for incapaz de seguir qualquer um dos métodos tente contatar uma universidade
local. É possível que um dos departamentos de biologia ou de algo similar leve o seu
peixe doente. Podem usar o peixe para pesquisa e estudar a sua doença ou então se
descarta dele convenientemente.
Métodos que não são recomendados, mas muitas vezes mencionados incluem variações
de congelamento. O peixe tende a sofrer com este procedimento. Não importa se irão
arrefecer lentamente quando os coloca num copo com água no congelador ou se a água
já está fria devido ao uso de cubos de gelo. O peixe reage a estes métodos de forma
negativa, e é doloroso de observar. Por fim nunca se deve deitar um peixe no sanitário.
Isto não é um método eficiente de eutanásia, mas uma forma de tortura dado que o peixe
vai terminar numa fossa séptica ou algo semelhante banhado por químicos maléficos e
esgoto antes de sucumbir finalmente horas, senão dias, depois.
A dada altura ficará insatisfeito apenas mantendo peixes saudáveis, e terá um desejo
irresistível do fascinante mundo da reprodução de peixes. Parabéns! Já passou para além
do âmbito das FAQs. Vá ler alguns livros sobre procriação de peixes, e coloque duvidas
nos newsgroups. Depois escreva uma FAQ sobre isso. (Nota do Editor: alguém aceitou
o desafio! Finalmente há uma FAQ de Procriação).
54
Alimentando Peixes: Quanto é o Bastante?
Este pequeno artigo é baseado na resposta que dei para um colega numa lista
internacional de aquarismo, que fez exatamente a pergunta acima. (Como eu não sou
biólogo, algumas das coisas que escrevi abaixo não passam de suposições razoáveis,
mas havia vários biólogos naquela lista e ninguém ficou indignado com o que escrevi,
portanto não deve estar tão absurdo assim).
Como em quase tudo relativo ao aquarismo, simplesmente não existe uma regra
definitiva sobre isso, porque depende de muitos fatores. Mas existem vários guias gerais
que podem ser usados, baseados na experiência coletiva de aquaristas. A mais comum
que sempre funcionou para mim, é alimentar 2-3 vezes ao dia, o quanto seus peixes
conseguem comer em menos de 3 minutos. Claro que existe uma boa tolerância aqui,
mas em geral se depois de 5 minutos ainda tiver comida no aquário você deve diminuir
a quantidade que está oferecendo. Isto funciona bem para aquários de principiantes,
comunitários e outros tipos que tenham uma razoável mistura de espécies. Aquários de
espécie única, de reprodução e de hospital exigem uma abordagem mais cuidadosa,
baseada nas necessidades específicas dos seus habitantes.
Finalmente, tenha em mente que é muito mais fácil enfraquecer ou até matar um peixe
alimentando ele em excesso (porque isso estraga a água do aquário) do que fazê-los
morrer de fome. Eu conheço uma estória de um cara que tinha dois Oscares sozinhos em
um aquário. Quando um deles matou o outro, ele ficou tão furioso que resolveu parar de
alimentar o assassino e deixá-lo morrer. Depois de várias semanas sem nada para comer
o Oscar ainda estava vivo, e o cara desistiu e resolveu levá-lo para uma loja. Os peixes
podem tranquilamente ficar alguns dias sem comer, e muitos aquaristas defendem que
55
submeter os seus peixes há jejum um dia por semana é até saudável para eles, porque
lhes dá uma espécie de limpada por dentro.
Marcos Ávila
Flocos- É um dos melhores alimentos completos. Tende flutuar por instantes, para os
peixes que se alimentam à superfície. Depois afunda-se lentamente e é engolido peles
peixes de meias águas, e acaba por alimentar os peixes de fundo.
Congelados- Vermes apanhados e congelados, podem ser dados aos peixes mais
tarde, sem perda do valor alimentar.
Existem também alimentos vivos que podem ser dados directamente aos peixes
(depois de lavados, claro). Dê alimentos vivos aos seus peixes como petisco. Tiram
muitos benefícios dos alimentos vivos e gostam de perseguir os pequenos seres
introduzidos no aquário. Mas também podem ser prejudiciais pois podem transportar
doenças para o aquário. Alguns exemplos de seres vivos que podem dar-se aos peixes
são: artémias, tubifex, dáfnias, minhoca. As artémias podem ser criadas em casa e é
possível que encontre outro tipo de alimentos vivos em vendedores especializados.
56
Química da Água do Aquário
Entendendo pH
O que?! É isso mesmo, assim como quando você adiciona sal de cozinha comum (NaCl)
à água pura, que rapidamente quebra a ligação Na-Cl e o dissolve em Na+ e Cl-
(chamados íons), quando você "acrescenta água pura" (H2O) à água pura, parte dela
dissolve em H+ e OH-. A principal diferença é que, enquanto com o sal podemos
acrescentar várias colheres em um copo d'água e virtualmente todo ele se dissolve,
somente uma quantidade muito pequena de água pura se dissolve em água pura.
E a água não neutra? Se, por qualquer razão, a quantidade relativa de íons H+ e OH -
íons mudar, então a água começa a afastar da neutralidade. Se a quantidade de íons H+
aumenta, a água se torna ácida, se a quantidade de íons OH - aumenta, a água se torna
alcalina. Por exemplo, suponha que a quantidade de H+ fica 10 vezes maior do que na
água pura. Então haverá cerca de um íon H+para cada 1 milhão de moléculas de água
(106) e portanto esta água terá pH=6. Note que a queda de 1 ponto no pH representa o
aumento de 10 vezes na quantidade de íons H+ (em matemática isso é conhecido como
escala logarítmica). Como a quantidade de H+ nunca cai abaixo de 1 em 107 (à
temperatura ambiente), o valor do pH para água ácida fica sempre entre 0 e 7. O valor
pH=0 significa que tem 1 íon H+ para cada molécula de água (1=100).
A mesma idéia é usada para representar aumentos em íons OH-. Há uma outra escala
usada para este íon, chamada pOH, que funciona da mesma maneira: se a quantidade de
OH- ficar 10 vezes maior do que na água pura, então a nova água terá pOH=6. Pelas
mesmas razões explicadas acima, os valores de pOH vão sempre ficar entre 0 e 7.
Mas usar duas escalas complica as coisas desnecessariamente, então é mais comum
juntá-las em uma única escala - pH. Agora, em vez de ir somente de 0 a 7, ela vai de 0 a
14. A primeira metade (0 a 7, ou mais corretamente 7 a 0) representa aumentos em H+
57
(água ácida). A segunda metade (7 a 14) representa aumentos em OH- (água alcalina).
Então, se você pegar água pura e aumentar a quantidade de OH- 10 vezes, o pH vai
aumentar de 7 para 8.
Ótimo, agora que sabemos como funciona o pH, como podemos aplicar este
conhecimento no nosso hobby? Aqui está apenas um exemplo:
O raciocínio acima nos permite chegar à seguinte regra simples: adicionar 1 ml de uma
solução de 10% HCl, a um aquário de 100 litros, vai contribuir uma quantidade de íons
H+ equivalente a 10x a da água pura. Então, se o pH inicial do aquário está em 7, vai
baixar para 6. Se está em 8, vai baixar para 7.
Se você pegou o jeito desse cálculo, pode facilmente adaptá-lo para o tamanho do seu
aquário ou para a mudança desejada de pH. Mas tenha em mente que escalas
logarítmicas não se comportam tão intuitivamente como escalas lineares, onde dobrar a
quantidade de um fator implica simplesmente em dobrar a quantidade de outro. Para o
pH, funciona assim:
# Mudança na quantidade
# Mudança no pH
0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
Aqui está um exemplo de como você pode usar o cálculo acima e a tabela: se o seu
aquário tem 300 litros (em vez de 100), então dissolvendo os mesmos 1 ml daquela
solução 10% nele vai resultar em uma quantidade relativa de H+ somente 5x maior do
que a da água pura (em vez de 10x). De acordo com a tabela, no seu aquário isso
abaixaria o pH de 7 para 6,3.
Mais um exemplo: suponha que o seu aquário tem mesmo 100 litros e pH=7, mas você
só quer baixá-lo em 0,3 pontos (para 6,7). De acordo com a tabela, você só deve
acrescentar o suficiente da solução 10% para acabar com uma quantidade H+ 2x maior
que a da água pura. Então, em vez de 1 ml, acrescente só 0,2 ml.
58
Legal, não? No entanto, é importante terminar este artigo dizendo que, embora as idéias
acima devem funcionar e abaixar o pH como esperado, se ele fica ou não neste novo
nível vai depender de outra importante propriedade da água do aquário, chamada
tamponamento ou alcalinidade, que é a capacidade da água de resistir a mudanças de
pH. Mas isto será assunto para outro artigo.
Marcos A. Ávila
pH x KH x GH x CO2
Existem nas lojas diversos acidificantes e alcalinizantes, porém mesmo com o uso
destes produtos é muito difícil ajustar o pH, por que depois de algum tempo o pH tende
a voltar aos valores antigos. Isto porque na maioria das vezes é ignorada a dureza
carbonatada da água (KH).
59
alcalino, ou capacidade de tamponamento. Mas na realidade a dureza carbonatada se
refere apenas aos carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, pois existem outros
compostos, inclusive alguns fosfatos, silicatos e outros que também possuem o efeito
tampão. Os testes de KH existentes no mercado também medem a alcalinidade total, e
não apenas os carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água. Mas o termo KH não
deixa de ser correto, pois nos aquários os principais compostos alcalinos são os
bicarbonatos e os carbonatos.
Também existem alguns produtos, por enquanto apenas importados e por conseqüência
caros, que ajustam automaticamente o pH. Estes produtos são conhecidos como
tamponadores. Se você tiver dificuldade em ajustar o pH, estes produtos podem ser
muito úteis, pois além de ajustar o pH automaticamente, ajustam também o KH
evitando variações de pH.
Não existe um valor ideal de KH para manter o pH estável, pois isto depende de quais
60
outros compostos existem dissolvidos no aquário e em qual quantidade. Geralmente
um KH de 4° é suficiente para manter o pH estável (geralmente, mas não sempre).
1 ppm = 1 mg/L
O CO2 dissolvido está diretamente ligado ao pH e ao KH, pois as reações químicas que
ocorrem entre a água entre os carbonatos e bicarbonatos e o CO2 geram ácido
carbônico, que faz o pH diminuir.
KH pH
6.0 6.2 6.4 6.6 6.8 7.0 7.2 7.4 8.0
↓ →
0.5 15 9.3 5.9 3.7 2.4 1.5 0.9 0.6 0.2
1.0 30 19 12 7 5 3 1.9 1.2 0.3
1.5 44 28 18 11 7 4 2.8 1.8 0.4
2.0 59 37 24 15 9 6 4 2.4 0.6
2.5 73 46 30 19 12 7 5 3 0.7
3.0 87 56 35 22 14 9 6 4 0.9
3.5 103 65 41 26 16 10 7 4 1.0
4.0 118 75 47 30 19 12 6 5 1.2
5.0 147 93 59 37 23 15 9 6 1.5
6.0 177 112 71 45 28 18 11 7 1.8
8.0 240 149 94 59 37 24 15 9 2.4
10 300 186 118 74 47 30 19 12 3
15 440 280 176 111 70 44 28 18 4
CO2 milligramas/litro
61
principalmente em aquários com poucas plantas, pois as plantas convertem o gás
carbônico em oxigênio.
Entretanto é preciso ter alguns cuidados, pois a tabela baseia-se apenas na dureza
carbonatada, ou seja, na quantidade de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água,
mas os testes de KH existentes medem o potencial alcalino total, ou seja medem
também o potencial alcalino de outros compostos, como já foi dito anteriormente.
Deste modo, se você tiver outros tamponadores no seu aquário à tabela pode não
funcionar adequadamente. Mas, como já foi dito o que predominam são os carbonatos
e bicarbonatos, sendo assim provavelmente você não tenha problemas deste tipo.
REFERÊNCIAS
• The Krib: http://www.thekrib.com
• Aquaria FAQ: http://faq.thekrib.com
• Anotações pessoais. Agradecimentos: Mário, da loja Aquabetta (Curitiba). Pelo
apoio e ajuda.
62
Doenças dos Peixes
Deve possuir:
Pode ainda contar com uma lâmpada para iluminação, que se aconselha ser fraca, o
suficiente para permitir observar o peixe e a evolução/regressão da doença. Se o
ambiente for iluminado naturalmente, não se aconselha manter essa luz acessa, apenas
se o aquário ficar muito escuro é que se deve mantê-la acesa (e no máximo por 12
horas).
63
Costuma-se recomendar que o aquário hospital seja um aquário pequeno a médio em
volume, para facilitar a manipulação e manutenção do mesmo, bem como restringir
custos com medicações. Volumes ideais são entre 20 e 50 litros, embora quem possua
peixes grandes acabe necessitando de aquários consideravelmente maiores - criadores
de Oscar ou carpa adulta (por exemplo) necessitariam de aquários de 100 ou mais
litros.
Quanto à filtragem biológica, em alguns casos pode ser interessante usá-la, mas eu não
aconselho. Isso porque há necessidade de ter conhecimento prévio de quais drogas
afetam ou não a colônia de bactérias nitrificantes, já que algumas dessas drogas (muitas
absolutamente comuns) aniquilam rapidamente as bactérias nitrificantes desse filtro,
gerando então efeito deletério -- decomposição dessas bactérias, prejudicando a
qualidade da água e consequentemente piorando as condições de peixes já enfermos.
Portanto, parto do princípio que é mais trabalhoso, porém mais seguro começar já sem
filtragem biológica alguma. Em todo caso, a filtragem biológica ideal seria com filtro-
espuma, mas pode-se empregar qualquer outro tipo de filtro para esse fim, exceto FBF.
64
aplicação de medicação tópica, já que o peixe será
obrigatoriamente capturado com rede.
As desvantagens seriam:
Isso tudo acima vale para as trocas de 100% de água. Muitas pessoas acabam fazendo
trocas menores e/ou em espaços de tempo mais amplos (a cada dois dias etc.)
65
Eutanásia de Peixes
Embora isso mexa com a emoção de muitas pessoas, é fato que apesar de se tentar
manter os peixes o mais saudáveis possível, às vezes alguns ficam doentes. Também é
fato que mesmo se tentando fazer o melhor possível para salvar os doentes, alguns não
melhoram e chegam ao chamado estado terminal. O que fazer então? A resposta vai
depender da natureza de cada pessoa e das condições específicas do momento.
Se você está acompanhando de perto a situação do peixe e quer ter a paz de espírito de
saber que fez absolutamente tudo para salvá-lo, então insista no seu tratamento até que
ele melhore ou morra. Note que neste caso você pode estar prolongando por muitos
dias o sofrimento de um peixe que na verdade não tem mais chance de recuperação.
Por outro lado, se você é capaz de lidar bem com o fato de estar deliberadamente
matando um peixe de estimação e convencido que será melhor para ele, então a
eutanásia é a opção, da mesma maneira que para outros animais de estimação. Note
que neste caso você sempre estará correndo o risco de matar um peixe que na verdade
poderia ter salvação.
Se você chega à conclusão que a eutanásia é a melhor opção, então como fazê-la para
minimizar o sofrimento do peixe? Várias soluções já foram propostas na literatura.
Métodos há muitos - matar é fácil - mas como fazer isto sem que o peixe sofra mais do
que sofreria morrendo pela doença é o que queremos. Como fazer para que essa morte
seja a mais rápida e indolor possível?
O assunto é muito polêmico e difícil de discutir para quem ama os animais em geral -
indicativos de que tem condições de amar as pessoas e a vida - e mais difícil ainda para
quem se apega de alguma forma a um animal de estimação - no caso um peixe - sobre
o qual tem responsabilidade total. Mas há algumas considerações que aparentemente
são amplamente aceitas:
Também é razoável assumir que os melhores resultados em geral são os que incluem o
uso prévio de substâncias anestésicas em conjunto com qualquer outro método. Muitos
destes procedimentos e materiais para anestesia não estão ao alcance do aquarista
comum, pois poderiam ser danosos para o usuário destreinado. Mas quem tem acesso a
anéstesicos e aos cuidados para seu uso em peixes não deve se furtar de tirar proveito
disso. Na verdade é a única forma garantida de não produzir sofrimento para o peixe, e
66
tem experiência no seu uso certamente as conhece bem. Se o aquarista não tiver
experiência no manuseio e aquisição fácil dos anestésicos, de nada adiantarão maiores
discussões e quem os conhece, certamente prescinde disto.
Tendo em vista tudo isto, vamos descrever em seguida algumas das opções mais
usadas e apresentar apenas uma breve análise de cada uma, pois no final a decisão
sobre qual método (ou combinação) usar tem que ser sua.
A. Métodos Químicos
1- Overdose de anestésicos
Utiliza produtos de venda restrita como benzocaína, hidrocloreto de benzocaína,
sulfato de quinaldina, sódio-pentobarbital, 2-fenoxietanol, cloreto de etila, tricaína
metano sulfonato (TMS, MS222). Estes produtos, por serem anestésicos poderosos, não
são de acesso fácil aos aquaristas comuns. A maioria destes compostos é perigosa e
requerem cuidados especiais ao serem manipulados, sendo utilizados somente por
pessoas devidamente treinadas em locais controlados como laboratórios e hospitais.
Em doses adequadas, estes produtos produzem sono profundo, coma e morte.
2- Éter Dietílico/Sulfúrico
Foi o primeiro anestésico geral usado em medicina. À venda em farmácias sem
maiores problemas. O éter apresenta um ponto de ebulição baixo, próximo a
temperatura ambiente. Por isso, mais perigoso do que inalá-lo é o risco de explosão.
Em dias quentes a pressão no interior dos frascos que armazenam o éter é grande e se
esse frasco, principalmente se for de vidro, for manipulado de forma inadequada, ele
pode explodir ao ser tocado. Isso é um acidente muito comum nos laboratórios de
química. Outro ponto é que o vapor de éter se acumula próximo ao chão, e se algum
desavisado que estiver fumando próximo jogar uma bituca acesa no chão...!!! Serve
para quem tenha os devidos cuidados e conhecimento de manuseio. Coloca-se o peixe
num recipiente seco e levemente fechado, onde haja um algodão embebido na droga.
Isto o fará dormir - se não o matar. Em seguida procede-se a outro método qualquer
para a morte. O próprio éter pode matar, dependendo do tempo de exposição. O éter é
de fato desaconselhado para o aquarista que não tenha conhecimento para manuseá-lo,
pelo risco de explosão, incêndio, etc. Além disto, deve-se tomar muito cuidado com o
éter estocado há muito tempo pela possibilidade da produção de outros tóxicos. Não é
mesmo recomendado para quem não tenha experiência com ele.
3- Método da Vodka
Retira-se a água do aquário (o necessário para abrigar o peixe), colocando em uma
jarra ou balde, acrescenta-se 10-20% de uma vodka (por exemplo) ou 5-10% de álcool
comum, e em seguida introduz-se o peixe. O álcool vai atuar como anestésico, fazendo
o peixe deitar-se no fundo em poucos segundos e literalmente "embriagar-se" até a
morte em poucos minutos. O método NÃO envolve jogar o peixe direto no álcool!
Existe uma diferença brutal entre o álcool puro/concentrado e o álcool diluído em
termos da sensibilidade das mucosas, o que nós mesmos podemos perceber quando
provamos na boca uma bebida alcoólica fraca ou uma muito forte.
4- Óleo de Cravo
Semelhante ao descrito para o álcool, mas em dose bem menor. Na dose de 40 mg/L
produz anestesia em 1 min em formas jovens de peixes médios.
67
5- Método do Alka-Seltzer ou do Bicarbonato
Ambos consistem na produção de CO2 pela reação química entre um ácido e
bicarbonato. A diferença é que no comprimido de Alka-Seltzer, um ácido orgânico
fraco na forma sólido (geralmente ácido cítrico) vem misturado ao bicarbonato e a
reação só ocorre na presença de água. Induzem narcose e morte por asfixia devido à
produção de CO2 em alta concentração na água. Algumas pessoas defendem o método
como indolor, enquanto outras criticam afirmando que o peixe sofre bastante.
B. Métodos Físicos
7- Método do Congelamento
Coloca-se o peixe numa vasilha com água do aquário e em seguida esta vai para o
congelador ou freezer. Algumas pessoas defendem o método por acreditarem que o
peixe, sendo de sangue frio, não sofre com o resfriamento e congelamento. Além disso,
é conveniente para o aquarista, pois o peixe não morre à sua vista. Mas infelizmente
não há máquina de congelamento imediato. Às vezes demora muito para o peixe
morrer. Certamente ocorre um atordoamento após certo tempo, como se pode imaginar,
mas não sabemos realmente o impacto sobre o peixe enquanto ele está consciente e, até
prova em contrário, não parece um método muito aconselhável.
8- Método da Desidratação
Simplesmente retira-se o peixe da água e o deixa secar ao ar. Ele não mata o peixe
imediatamente, mas apenas o atordoa e lhe tira a "consciência", mais ou menos como o
CO2 e principalmente pela impossibilidade de funcionamento das funções cerebrais do
peixe. Mas também é demorado e muito criticado por isto, produzindo perda das
funções branquiais levando à asfixia. Como é um método desagradável também para o
aquarista, não é recomendável. No entanto, junto com o congelamento, é o método
pelo qual morre a maior parte dos peixes para nossa alimentação.
C. Métodos Mecânicos
9- Método da Decapitação
Viável para peixes não muito grandes. Coloca-se o peixe de lado sobre uma tábua e
usa-se uma faca como guilhotina para separar a cabeça em um só golpe. Deve ser feita
com atordoamento ou anestesia previa do peixe, embora muitos não façam assim.
68
dorsal dele, logo atrás da cabeça. O problema com este método é que quem não tiver
vocação para cirurgião poderá ter dificuldades em fazê-lo.
Adendo I
O Dr. Noga cita em seu livro (Fish Disease) os seguintes métodos de eutanásia:
69
pentobarbital e tricaína;
• Decapitação;
• Secção espinhal.
• Concussão craniana;
• Congelamento. (Estes métodos já foram comentados acima...)
Adendo II
I - Embolia Gasosa;
II - Traumatismo Craniano;
III - Incineração in vivo;
IV - Hidrato de Cloral (para pequenos animais);
V - Clorofórmio;
VI - Gás Cianídrico e Cianuretos;
VII - Descompressão;
VIII - Afogamento;
IX - Exsanguinação (sem sedação prévia);
X - Imersão em Formol;
XI - Bloqueadores Neuromusculares (uso isolado de nicotina,
sulfato de magnésio, cloreto de potássio e todos os curarizantes);
XII - Estricnina.
Parágrafo único. A utilização dos métodos deste artigo constitui-se
em infração ética
ANEXO I
Espécie: Peixes
70
atordoamento e decapitação ou secção da medula espinhal.
Este texto é o resultado de um esforço conjunto de membros do nosso forum de
discussões: Marcos Avila, Amaury De Togni, Vladimir Simões, Marcos Bizeto, Alex
Kawazaki, Flávia Carvalho (Perse), Raquel Ribeiro, Marcelo Shei, José Carvalho
(Zeco).
Obs: Não deixe de ler também a Discussão no Forum que levou à elaboração deste
artigo...bastante rica em detalhes e depoimentos pessoais.
71
Doenças Infecto-Contagiosas dos Peixes
Segue-se agora uma lista dos principais agentes contagiosos, seus sintomas e
respectivo tratamento.
- Ciclo biológico: Este protozoo tem 3 fases no ciclo, a parasitária em que se mantém
entre a epiderme e a derme do peixe, saindo apenas quando está sexualmente maduro
(trofonte). A fase quística, livre, em que se subdivide em vários quistos. E finalmente a
dispersiva, em que se abre o quisto e liberta centenas de formas infectantes, as tomites.
Estas com tamanho reduzido (40 microns) movimentam-se no meio através de
movimentos ciliares procurando um hóspede, têm um tempo aproximado de vida de 50
72
horas.
- Ciclo: diferenciando-se do seu “primo” de água salgada por ter cloroplastos, que lhe
permitem usar a luz como fonte de energia, este apresenta 3 fases como o Ictio. Na fase
dispersiva são libertadas dinoesporas que por meio de movimentos flagelares procuram
o hóspede. Estes protozoos localizam-se na pele, na camada subepiteliais, embora
colonizem outras zonas como as brânquias.
- Agente: flagelados do género Ichthyobodo (das várias espécies destes protozoários bi-
flagelados a mais comum é a I. necatrix).
- Ciclo: É dos mais simples entre os protozoários, pois coloniza a pele do hóspede com
os seus flagelos e se as condições forem boas dividem-se por bipartição, movimenta-se
na água e é assim que se transmite a outros peixes. Em caso de condições adversas
podem permanecer enquistadas na pele do peixe ou até na água. É sem dúvida o
ectoparasita mais comum de água doce.
Hugo Santos
73
Hidropsia - A barriga-d'água dos peixes
O que é?
A Hidropsia não é uma doença, mas um conjunto de sintomas e sinais que surgem no
decorrer de certas doenças. Ocorre quando há retenção de líquidos na cavidade
abdominal, músculos e pele dos peixes, com conseqüências para todos os seus órgãos.
Quando isto ocorre, o nível de proteínas do sangue diminui muito, o sangue se dilui,
fica aquoso. Ocorre insuficiência dos rins e do coração do peixe. Ele não consegue
eliminar água de seu organismo. Incha. As escamas, que estão presas a ele só por uma
parte, se levantam, eriçam. Sobrevém lesões nas guelras, intestinos, etc. "A
degeneração do coração e dos rins é causada por toxinas que podem ser de origem
fermentativa, tumoral ou parasitária". Muita gente considera a hidropsia como uma
doença, por isto vemos vários autores, cada um apontando uma causa. Mas ela não tem
só uma causa, porque não é uma doença. É uma síndrome.
A causa mais comum apontada é uma bactéria, a Pseudomonas puntacta. É uma causa
importante da hidropsia infecciosa. Mas também na tuberculose, na lepidortose, em
algumas viroses e até em aquários com excesso de nitratos pode ocorrer a hidropsia.
Há casos em que não é possível encontrar um agente causador. Há outras situações
que em certos aspectos podem simular a hidropsia: problemas ovarianos em fêmeas e
tumores malignos e benignos em certas localizações, a oclusão intestinal, gases,
constipação intestinal, etc. Em quase todas as situações a alimentação errada, como
dar sempre o mesmo alimento, principalmente não vitaminados, podem causar o
aumento do volume do peixe ou mesmo levar a uma situação mais grave, pois com
alimentação errada o peixe tem sua imunidade diminuída. Mesmo no caso da infecção
por P. puntacta, esta só ocorre se o organismo estiver debilitado pelas condições de
vida dele. Em todos os casos de aumento global do volume do peixe, parecendo
inchado, ele deve ser imediatamente removido para um aquário hospital.
Prevenção - Quarentena
A prevenção para todas as doenças é a mesma. E para todas elas a prevenção é o mais
importante. Devemos sempre pensar na saúde como um equilíbrio entre o hospedeiro
(peixe), agente agressor (físico, químico, biológico) e o meio (água). O aquário é um
sistema fechado, tem poder de autodepuração limitado. À medida que esta capacidade
vai se esgotando, as condições da água vão piorando. Numa progressão, digamos
exponencial em relação ao tempo. Até que de repente o sistema entra em colapso. A
água é um solvente universal em nosso planeta. Assim, qualquer agente patogênico
(que cause doença) se difunde nela com rapidez, e os peixes vivem nesse ambiente em
contato direto com esses agentes. Os peixes têm um sistema imunológico que os
defende de muitas agressões, mas não de todas, e principalmente não durante todo o
tempo. Eles produzem excreções como fezes, urina, amônia, e nadam num meio em
que isto tudo está dissolvido. À medida que o nível desses poluentes vai crescendo, os
problemas vão aumentando. Por isto é tão importante evitar a superpopulação, fazer
trocas parciais de água, a boa filtragem, a sifonação do fundo, o controle dos
parâmetros fisico-químicos, etc. Pelo mesmo motivo há gente que considera
inadequada a formula de 1 cm de peixe para l litro de água, pois 1 cm de um
74
de peixe para 3 ou mais litros de água. Os três fatores mais importantes na prevenção
de doenças são:
A Quarentena é essencial, pois, por melhor que pareça um peixe recém-adquirido, não
se pode saber se ele é portador de algum agente patogênico incubado. Há muitas
doenças que só se manifestam com o tempo e o período de 3 ou 4 semanas, em geral, é
o suficiente para o aparecimento delas. Levar um agente patogênico para um sistema
fechado é igual a doença futura, talvez uma epidemia. Por que não prevenir isto? É
muito mais barato e menos estressante para um bom aquarista e principalmente para
seus peixes,prevenir uma epidemia do que combatê-la.
Prevenção - Alimentação
A dieta deve ser balanceada, vitaminada e variada. Aí entra um fator muito importante:
as vitaminas sofrem intensamente a influência do calor e também da luz e umidade.
Por isto, não podemos nos preocupar unicamente com a data de validade de um
alimento ou de um medicamento. (Os medicamentos, principalmente;portanto cuidado
ao comprar um remédio na farmácia e o balconista lhe disser "pode levar, ainda não
venceu". Procure pelo que estiver há menos tempo na prateleira. É mais seguro). O
mais importante é a data de fabricação. O prazo de validade teria importância se o
medicamento, vitaminas, etc, fosse conservado em temperatura, em geral, de no
máximo 30°C. Ocorre que num país como o nosso, onde na maior parte das cidades a
temperatura no verão ultrapassa os 40°C à sombra, qualquer vitamina que tenha sido
fabricada há pelo menos um verão, está alterada. A não ser que tenha sido armazenada
em ambiente com controle de temperatura. Além disso, a ração deve ser variada. Não
adianta dar sempre a mesma ração. Por melhor que seja, ela não será completa. O
peixe, como nós e as plantas, precisa de "elementos-traços", que dificilmente estarão
incluídos numa só. Compre sempre ração em recipientes menores, de acordo com a
quantidade de peixes. Não tire todo o lacre, só abra um pedaço. Mantenha fechado em
75
lugar seco, arejado e sem incidência de sol. Dê sempre o mínimo de comida necessária
de cada vez, aumentando a freqüência até a quantidade total para o dia. Não dê
quantidade que os peixes não consigam consumir de imediato. Exceto, é claro,
alimentos de fundo e nesse caso, nunca dê se ainda houver resíduos do anterior.
Sempre que possível, ofereça alimentos vivos, tomando cuidado com cada tipo de
alimento pois muitos deles podem trazer bactérias ou outros patógenos. Ironicamente,
o maior problema que a boa prevenção produz, é sobre o aquarista. Ele fica com pouca
experiência no tratamento de doenças.
Tratamento
O início imediato do tratamento é essencial. Quanto mais cedo se iniciar, melhores as
chances de o peixe reagir. À medida que o tempo passa, as condições do peixe pioram,
suas defesas diminuem, seus órgãos caminham para o colapso, ficando o tratamento
cada vez mais difícil. Durante o tratamento, o peixe deve ser colocado no aquário
hospital, tanto para o tratamento em si como para proteção dos outros. A água deve ter
os parâmetros adequados para a espécie, evitando-se, porém águas muito ácidas para
melhor ação dos antibióticos, no caso de usá-los. Eles em geral não funcionam bem em
meio ácido. Deve ser oferecida alimentação variada, vitaminada e de preferência com
alto teor de vitaminas A e D. A água deve ter boa aeração. Não pode ter filtração, ou
pelo menos nenhuma filtração química. A hidropsia, principalmente as infecciosas, tem
difícil cura, mas está provado não ser impossível. Como em qualquer doença, quanto
antes se iniciar o tratamento, mais possível se faz a cura. Como você vai saber se seu
peixe vai se curar? Só tentando. Se você ler que a cura é impossível, não acredite.
Tente. Há inúmeros relatos de sucesso. Nenhum sucesso em quem não tentou.
Contra a inchação do peixe, em si, para ajudá-lo a eliminar água, pode-se tentar o uso
do sal grosso - sem iodo. Evitar seu uso em peixes tipo cascudos, limpa-vidros, etc. O
uso de 1 colher, das de sopa, cheia de sal para 10 litros de água é recomendado por
alguns autores. Vamos nos referir ao tratamento da hidropsia por bactérias. O uso de
antibióticos é importante porque, matando os germes, basicamente causadores da
doença ou simples oportunistas (que se aproveitam das condições debilitadas do peixe),
o doente terá melhores condições de se recuperar. Vários antibióticos são usados. Há
aquaristas que relatam bons resultados com o uso de Aureomicina (clorotetraciclina)
na dose de 250 mg para cada 20 L de água durante 3 dias, renovando-se a solução após
este prazo, até o restabelecimento do peixe. A Terramicina (oxitetraciclina) também é
usada na dose de 50 mg por litro de água em banhos de 24 a 72 horas, renovando-se a
solução se estiver dando resultado. A Cloromicetina (cloranfenicol) também é usada
na mesma dosagem e tempo que a Terramicina. Há autores que referem bons
resultados mesmo com o uso de 5 a 10 mg por litro de água. Hoje usamos antibióticos
mais potentes para o combate à Pseudomonas em humanos. Na verdade não são mais
potentes, mas sim diferentes, pois a bactéria adquire resistência facilmente. Nas que
atacam no aquário, porém, não é de se esperar que esta resistência tenha ocorrido com
freqüência, pois aí o uso de antibióticos não é abusivo como nos humanos. Um desses
é o Ciprofloxacino. Não sei da experiência em peixes, mas correlacionando ao uso da
Aureomicina, seria possível usar 500 mg para 40 L de água, também até a cura, com
troca da solução em 2 ou 3 dias. Não conheço muitos estudos sobre a toxicidade dos
antibióticos sobre os peixes - só sobre bactérias e sobre humanos - mas autores que
fazem referências a bons resultados com o uso da Aureomicina, dizem que após a cura,
os peixes procriaram. Amaury De Togni
76
Ictiofitiríase
A doença conhecida por Ictiofitiríase, Pontos Brancos, ou, simplesmente, Íctio, é uma
das mais comuns e também uma das mais devastadoras enfrentadas pelos que lidam
com peixes de água doce. É causada por um protozoário, cujo nome científico é
Ichthyophthirius multifiliis Fouquet (que, ao pé-da-letra, em latim significa: piolho dos
peixes que produz muitos filhotes).
Índice
77
Razões imediatas do aparecimento da doença no aquário
Como o agente causador não se propaga pelo ar, a contaminação de um aquário sadio se
dá pela introdução de um hospedeiro, que, na maioria dos casos, pode ser um peixe
aparentemente com saúde, pedras e/ou cascalho, e, é claro, a água, provenientes de
outro aquário, tanque, ou loja de peixes.
Mas, o comportamento desse parasita em aquário nos traz, às vezes, surpresas, e outros
fatores também contribuem para o aparecimento e complicações da doença. O modus
operandi desse terrível protozoário é fator decisivo. É o que veremos a seguir.
O curioso desse parasita é que parece existir uma forma ou estado não-patológico: às
vezes, ele desaparece espontaneamente do aquário, mas reaparece quando um peixe
novo é aí colocado, mesmo que este esteja sadio. Outra situação curiosa é o fato de
peixes de aquário, que nenhuma doença apresenta nos meses de verão, venha a se cobrir
inteiramente de protozoários no inverno, mesmo não tendo sido efetuada a introdução
de qualquer elemento novo. E, mais curioso ainda, é não se ter registro da captura de
peixes em estado livre, em rios, lagos, etc., que estivessem doentes, tendo-se verificado
a ocorrência da doença apenas em cativeiro. Pouco mais se sabe sobre o assunto, mas,
isso leva muitos especialistas a acreditarem na existência de uma forma de vida
saprófita, o Íctio comodamente instalado na pele do peixe, inofensivamente,
alimentando-se exclusivamente de secreções e fragmentos de células mortas do epitélio
do hospedeiro, sem causar-lhe qualquer dano.
78
Analise da forma patológica
Encubação
Maturação
Bem alimentados e tendo atingido seu tamanho máximo, entre 200 micra e 800 micra
(há casos em que chegam a atingir 1 mm!), eles começam a movimentar-se para
abandonar o hospedeiro a fim de se reproduzirem, o que só ocorre fora do corpo do
peixe. Tais movimentos provocam, no mesmo, forte reação orgânica com irritação,
inflamação e entumescimento dos tecidos, formando enormes pústulas. É aqui que
começam a aparecer, a olho nu, os famosos pontos brancos, que chegam a medir 5 mm
de diâmetro, e que são a reação patológica da pele e não propriamente os parasitas,
como alguns acreditam.
79
Entre o aparecimento dos pontos brancos e a saída dos parasitas, haverá um lapso de
tempo que deverá variar de acordo com a temperatura da água: aos 10ºC este período
será de um mês ou mais, caindo para 3 a 4 dias, com a água entre 21ºC e 26,5ºC. Assim,
quanto mais alta a temperatura, mais rápido eles sairão.
Reprodução
É nesse ponto que o Íctio esta mais vulnerável: já foi observado que em temperaturas
acima dos 28ºC eles não conseguem se encistar para a reprodução, e morrem em poucas
horas.
Infestação
Uma vez completado o processo de reprodução, cada cisto se rompe liberando entre 600
e 1.200 esporos ciliados, medindo aproximadamente 30 mm cada, que passarão a nadar
ativamente à procura de um hospedeiro para reiniciar o ciclo. Observados ao
microscópio, vê-se um único vacúolo contrátil (ao contrário do adulto, que possui vários
deles), um macro-núcleo e um pequeno micro-núcleo esférico. O micro-núcleo não
aparece na forma adulta, e é proveniente do macro-núcleo no processo de divisão
celular, no interior do cisto. No adulto, este se funde finalmente ao macro-núcleo, agora
em forma de ferradura.
80
Portanto, aos primeiros sintomas, o aquarista deverá agir rápido para evitar o desastre
eminente.
O comportamento do hospedeiro
Estágio inicial
Estágio intermediário
Alguns dias após o aparecimento dos primeiros sintomas, quando já se define a doença,
no auge da fase de maturação, as reações orgânicas do peixe se manifestam através de
pontos brancos com até 1 mm de diâmetro, no corpo, nadadeiras e/ou guelras, como se
fosse salpicado com "pó-de-arroz". O quadro geral do peixe piora visivelmente, e os
sintomas verificados no estágio inicial intensificam-se, além da perda de apetite. Ainda
existem boas chances do peixe sobreviver de receber um tratamento mais rápido
possível.
Estágio avançado:
81
Os peixes mais sucetíveis
Tratamento
Medidas preliminares
82
a totalidade dos "peixes de aquário" conhecidos) suportam bem temperaturas entre 28ºC
e 30ºC, em cativeiro, por alguns dias.
Caso a infecção seja generalizada, ou seja, a maioria ou a totalidade dos peixes do seu
aquário ornamental apresente os sintomas, proceda de forma semelhante: retire todos os
peixes para o aquário-hospital, tendo o cuidado de não abarrotá-lo (se preciso for, use
mais aquários como o já descrito), evitando, assim, a adoção de quimioterapia (cura por
meio de produtos químicos) em seu aquário principal, pelos sérios prejuízos que
poderão ser causados às plantas aquáticas por alguns medicamentos, principalmente se
você estiver cultivando cabombas, criptocorines, aponogetons, equinodorus e
samambaias-d’água.
Bem mais simples que curar os peixes doentes no aquário-hospital, a terapia do aquário
comunitário requer não somente um aquecedor na potência adequada, acoplado a um
bom termostato: deve-se elevar imediatamente a temperatura da água, se possível
gradualmente até acima dos 28ºC, ou, se as espécies que permaneceram suportarem tais
temperaturas, elevá-la aos 30ºC ou acima, mantendo nesse patamar por uma semana ou
mais. Caso todos os peixes tenham sido retirados, deve-se observar, então, a
temperatura máxima a ser aplicada de acordo com a faixa de tolerância térmica das suas
plantas aquáticas, a ser determinada de maneira semelhante à dos peixes, já citada
anteriormente. Evitar as mudanças bruscas na temperatura, pois além das plantas, não
devemos nos esquecer das preciosas bactérias do ciclo do nitrogênio, bastante sensíveis.
Alguns autores aconselham manter o aquário nestas condições em torno de três dias,
pois, neste prazo, os esporos resultantes da ruptura dos cistos já teriam morrido por não
encontrar um hospedeiro. Porém, não arrisque nada antes de, pelo menos, uns dez dias,
ou, mais precisamente, antes do tempo que durar o tratamento dos peixes no aquário-
hospital. Como vimos mais acima, o ciclo de vida do Íctio às vezes é meio incerto, e
pode trazer surpresas desagradáveis.
Nesse meio-tempo, não introduza peixes novos em seu aquário comunitário: faça
realmente um isolamento total. E aproveite esses dias para fazer uma boa limpeza no
cascalho da cama, sifonando-o vigorosamente, retire galhos mortos e folhas amareladas
das plantas, troque o material filtrante do seu filtro mecânico por um totalmente novo, e
por fim proceda a uma troca parcial da água, no limite máximo, corrigindo o pH, a
seguir. Ao final do tratamento, diminua gradualmente a temperatura da água, alterando
a regulagem do termostato (aproximadamente 0,5ºC por dia) até chegar ao patamar
térmico de costume. Com o aquário limpo e equilibrado, os peixes terão mais chances
de se recuperar dos danos causados pela doença, ao retornarem.
83
Devemos atacá-lo, portanto, quando ele se encontra livre na água, depois de deixar o
corpo do peixe, ou quando abandona o cisto após a reprodução, onde ele é mais frágil.
¨ Como não existe (e nem deve existir) qualquer tipo de filtragem no aquário-hospital,
deve-se sifonar diariamente as fezes e restos de comida do fundo;
¨ Proceder à troca parcial periódica da água, para manter a sua qualidade em nível
aceitável, principalmente ao primeiro sinal de mal cheiro;
¨ E, por fim, aumentar a alimentação deles, sem, no entanto, exagerar na dose ou abusar
de alimentos muito gordurosos: o ideal é usar flocos do tipo "básico", ou artêmia salina
congelada, que é rica em proteínas.
A quimioterapia do Íctio
São muitos os produtos usados para combater a infecção, listados nos muitos livros e
revistas espalhados pelo mundo afora. Algumas dessas substâncias são meramente
profiláticas (preventivas), bactericidas e/ou fungicidas, agindo mais sobre os ferimentos
do que atacando o Íctio propriamente dito. Outros são extremamente tóxicos e precisam
ser utilizadas com cuidado: o ideal é testar, previamente, a tolerância do peixe, antes de
aplicar a dose máxima.
CLORETO DE SÓDIO – O sal de cozinha, na forma de sal grosso (do tipo para
churrasco) também tem sido testado com bons resultados: como visto mais acima, a
água salgada é prejudicial ao Íctio. Deve ser ministrado em banhos de meia hora, sendo
a solução de 2 ou 3%. O maior problema é que nem todos os peixes de água doce
resistem a esse tratamento: os pimelodídeos e loricarídeos (bagres e cascudos,
respectivamente) não suportam qualquer quantidade de sal na água e podem morrer. Já
os poecilídeos (guppy, espada, platy e molinésia) parecem aceitar melhor este
tratamento. Mas, não se deve exagerar no sal, pois, levando em conta o fenômeno da
osmose, poderíamos causar-lhes desidratação: o ideal seria aplicar somente um banho
desses por dia.
84
TRIPAFLAVINA – Produto não muito comum, mas que também tem a reputação de
dar bons resultados. Aplicar banhos na dose indicada na bula.
SULFATO DE COBRE – Deve ser ministrado com cuidado, com solução entre 0,8 e 1
ml por litro, até a cura, trocando-se ¾ da água ao final do tratamento. Seu uso é, no
entanto, controvertido: alguns autores o acusam de causar danos irreversíveis aos
peixes, ao passo que outros o usam largamente, inclusive no combate a fungos, com
excelentes resultados.
ATEBRINA – Produto tóxico, que deve ser manuseado com cuidado. Usa-se 1 ml por
litro de água, que deve ser totalmente trocada após o fim do tratamento. Tem a péssima
reputação de afetar a fertilidade dos peixes tratados.
A termoterapia exclusiva
A recuperação do peixe
As feridas deixadas pelo Íctio após abandonar o corpo do hospedeiro são portas abertas
para a penetração de bactérias e fungos que, não raro, são mais fatais que a doença em
si, principalmente quando a saúde do peixe estiver abalada. O uso de substâncias
bactericidas e fungicidas, como algumas das mencionadas no item anterior, tem grande
significação na recuperação definitiva do peixe e podem ser usadas com mais
segurança, por já terem sido amplamente testadas: muitas curas obtidas ocorreram,
principalmente, neste ponto do tratamento. Além disso, a água com pH e dH adequados,
boa oxigenação, iluminação suficiente, alimentação farta e balanceada, e temperatura
ideal e estável, são pontos importantes para garantir e restabelecer a saúde do peixe,
quando em tratamento.
85
Prevenções
Como em todos os casos, é muito melhor evitar uma doença grave, que tentar a sua
cura, algumas vezes penosa e inútil.
¨ Evite introduzir peixes novos em seu aquário nos meses mais frios do ano;
¨ Se tiver que fazer isso, porém, todos os peixes, adquiridos ou coletados diretamente
em rios ou córregos (principalmente estes), deverão ser mantidos em quarentena, num
aquário de isolamento, previamente, por períodos que variam conforme a natureza da
espécie: os de água fria devem ficar entre 1 e 2 meses, e os tropicais, entre 15 dias e 1
mês. Somente após esse isolamento, não tendo apresentado qualquer anormalidade,
devem então adentrar o aquário comunitário: isto vale também para outras
enfermidades.
¨ Se você possui muitos aquários, adquira redes e puçás para uso individual: não misture
equipamentos que entram constantemente em contato com a água, de um tanque para
outro, e desinfete-os sempre que puder.
¨ Alimente bem seus peixes e procure variar sempre a dieta. Porém, o uso de alimentos
vivos pode trazer complicações, principalmente os de procedência incerta: já foram
encontrados cistos, não só de Íctio, como também de outras doenças, em muitos deles.
Tubifex, "blood worms", e artêmia salina, por exemplo, podem ser encontrados em
formas mais saudáveis, desidratados ou congelados.
¨ E, por fim, ao equipar seu aquário, não se esqueça do sistema de aquecimento: tão
importante quanto os filtros e luminárias, os aquecedores jamais deveriam ser
esquecidos ou relegados a segundo plano. Infelizmente, na maioria dos casos de
aquários montados e mantidos por iniciantes, vemos a ausência desse importante item, o
que é difícil de explicar, pois trata-se de equipamento de fácil instalação e de baixo
custo de aquisição, se comparado ao custo total de um aquário de água doce. Ao
adquiri-lo, dê preferência aos modelos com o termostato em separado, pois cumprirão
seu papel de forma mais eficiente: instale-os, termostato e aquecedor, em pontos bem
diferentes e distantes entre si no aquário. O aquecedor poderá ficar próximo ao ponto de
86
retorno da água do filtro externo, por exemplo. A temperatura mínima, regulada no
termostato. Considera-se 25º uma temperatura boa para peixes tropicais.
Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ictiofitir%C3%ADase"
Categorias: Medicina veterinária | Aquariofilia
Introdução
Você já parou para pensar se o que está fazendo como aquarista é certo ou errado do
ponto de vista moral? Já foi questionado com respeito a isso? Saberia defender a sua
posição? Esse é um assunto bastante complexo que precisa ser resolvido dentro da
cabeça de cada um, pois envolve muitos fatores culturais, religiosos e de criação
familiar.
Pelo mundo afora vamos encontrar gente de todo tipo, desde os que não estão nem aí
se um peixe está sendo maltratado ou não pois 'afinal é só um peixe', até os que
santificam qualquer animal como sendo uma criatura 'divina' e portanto não cabe ao
homem decidir sobre a vida e a morte deles. Entre estes dois extremos existe uma vasta
faixa de possibilidades para você se posicionar moralmente, mas o problema é que
muita gente acaba formando sua opinião ou 'moral', pendendo para um lado ou para
outro, sem sequer ter um mínimo de informação que fundamente a sua posição ou, pior
ainda, baseado em mitos e conceitos simplesmente errados. O dilema moral de um
aquarista responsável e preocupado na verdade são dois:
2) Um peixe mantido em
1) Ao comprar os peixes não estamos
cativeiro, sem liberdade de ir
sustentando um ramo de atividade que
onde quiser, não leva uma vida
promove exploração da natureza?
infeliz?
Neste artigo vou expor um pouco da minha própria visão no assunto, que obviamente
vai pender em favor do aquarismo responsável e consciente que é a proposta geral
deste site inteiro, mas espero também conseguir te dar alguns elementos menos
subjetivos para você pensar e tirar as suas próprias conclusões.
87
diferença.
É preciso entender que no caso de criações, os peixes têm tanto a ver com a natureza e
ecologia quanto aquele frango ou boi que você comeu no almoço de hoje! Esses peixes
foram CRIADOS por nós humanos em aquários ou grandes tanques de reprodução,
com o objetivo bem específico de serem vendidos para alguém que vai obter satisfação
por tê-lo em sua casa, e em troca gerar receita ao seu criador e ao comerciante que o
vendeu. A única diferença dele em relação ao frango ou ao boi é o objetivo final ao
qual ele é destinado. Nesse aspecto os peixes ornamentais devem ser encarados no
mesmo nível de cães e gatos domésticos. Acho que estão até em vantagem em relação
ao frango e ao boi, exceto é claro os pobres peixinhos que vão parar em aquários
totalmente impróprios (a discussão sobre mitos do aquarismo e o que é um aquário
apropriado para cada espécie fica para outro artigo).
Felizmente, pelo menos no aquarismo de água doce, uma fração enorme das espécies
mais comumente encontradas nas lojas já são criadas em larga escala, e portanto um
aquarista procurando posicionar-se moralmente pode perfeitamente curtir o hobby
comprando apenas espécies já criadas em cativeiro, equiparando o seu hobby com a
criação de cães e gatos como já mencionado, e sem nenhum impacto na natureza. Uma
boa loja de aquarismo sempre saberá dizer a você quais espécies das disponíveis
provém de criadores comerciais e quais são coletadas.
Este segundo caso, dos peixes que pertenciam ao mundo natural e foram coletados para
manutenção em aquários domésticos, inegavelmente afeta a natureza em maior ou
menor grau. Ainda assim, não devemos imediatamente condenar a prática sem antes
entender alguns aspectos importantes sobre ela. São necessários estudos cuidadosos
para saber se a natureza está sendo capaz de repor essa perda sem prejuízo a longo
prazo para ela. Isto é o que se chama desenvolvimento sustentável, um termo bastante
atual em quase todos os ramos que fazem exploração de uma forma ou de outra dos
recursos naturais.
A prática questionável acontece quando a exploração (no nosso caso, a coleta dos
peixes) é feita demasiadamente ou descontroladamente, (por exemplo, em épocas de
acasalamento), o pode que levar certas espécies a reduzirem continuamente a sua
população até passarem a sofrer risco de extinção. Felizmente existem estudiosos,
entidades e órgãos governamentais (por exemplo, o IBAMA) que dentre outras coisas
88
estão fazendo esforços sérios e concretos para entender a situação de cada espécie,
regulamentar melhor a atividade de coleta e garantir o desenvolvimento sustentável
com respeito a elas. A Era de Aquários já foi inclusive consultada pelo IBAMA a esse
respeito e estará sempre à disposição para ajudar no que puder.
Pois bem, mesmo o peixe sendo coletado, como eu já disse acima, se isso for feito de
tal modo que a natureza seja capaz de repor a perda em longo prazo (e a natureza tem
um capacidade fantástica de fazer isso, basta usar o bom senso e não abusar dela), é
possível resolver o dilema moral da exploração dos recursos naturais, e ficar apenas
com o dilema moral da qualidade de vida do peixe em si, que estará no cativeiro.
Liberdade e Felicidade
Neste ponto entra uma segunda confusão muito comum, principalmente entre leigos e
conservacionistas radicais, que é a armadilha do "antropomorfismo". Essa palavra
complicada significa transferir aos animais (ou qualquer outra coisa) nossos conceitos,
características e valores humanos. Simplificado para o nosso caso em questão, é o
seguinte: a gente tem um conjunto de valores, expectativas, metas, etc, características
da raça humana, e quando essas coisas nos são reprimidas ou negadas, ficamos
infelizes. Aí, olhamos para um animal e se ele parecer estar sendo negado um valor que
para nós humanos é importante, automaticamente concluímos que ele só pode estar
infeliz também.
Mas isso não é necessariamente verdade, é preciso saber se aquele valor ou expectativa
é realmente importante para o animal em questão. Só pra dar um exemplo bem gritante,
imagine alguém achar que um cachorro deve ser infeliz porque só bebe água a vida
toda, e nunca experimentou nada delicioso como um guaraná ou um suco de laranja.
De maneira geral, as expectativas dos animais na vida são MUITO, mas MUITO
menos complexas que a de nós humanos. Eu me lembro de ter visto um estudo
americano de comportamento de cães, demonstrando que o conceito de "paraíso" para
um cão parece ser realmente nada mais que ficar deitado o dia todo, a vida toda, sem
precisar fazer absolutamente nada, o que para um ser humano típico seria um suplício a
longo prazo.
Voltando aos peixes em aquário, é muito importante não cair na armadilha de imaginar
como "nós" nos sentiríamos se estivéssemos na mesma situação deles, mas sim buscar
indícios de que eles estejam tendo as suas expectativas razoavelmente preenchidas. E
isso obviamente não é muito fácil de identificar, mas de maneira geral podemos dizer
que, se o peixe tem uma alimentação satisfatória, apresenta uma saúde boa, tem uma
interação normal com os seus companheiros de aquário (podendo até formar pares e
acasalar, mas isso não é um requisito necessário, pois também não acontece para todos
na natureza), e o aquário é tal que ele tem um desenvolvimento normal, então esse
peixe está verdadeiramente "feliz".
Não estou aqui querendo dizer que peixes ou quaisquer outros animais sejam meros
autômatos, escravos da programação dos seus instintos. Muito pelo contrário, como
todo criador de peixes com alguns anos de estrada, posso identificar perfeitamente
(sem 'antropomorfismo') a presença de humores individuais em muitos dos peixes que
crio, conferindo a cada um uma personalidade única característica de um ser superior,
89
inteligente e emocional. Mas repito apesar do assunto ser atual e polêmico, me parece
bastante razoável supor que os peixes em geral têm expectativas muito mais simples e
básicas do que nós: comer, dormir, acasalar, e pouco mais. Ou seja, um peixe não vai
daqui até ali na natureza porque ele quer regozijar na sua liberdade e no seu arbítrio de
poder fazê-lo, nem porque ele quer apreciar o trajeto até lá enquanto discute com os
companheiros o milagre da sua existência. Ele vai até ali porque quer ficar longe de
potenciais predadores, achar comida, ou talvez uma companheira. Se a comida e a
companheira estiverem aqui mesmo e os predadores não estiverem, melhor! Pra que ir
até lá? "Liberdade" é um valor racional e bastante humano, é preciso tomar muito
cuidado ao transferi-lo para um animal.
Enfim, já tendo passado por crises e até abandonado o hobby por um tempo no passado
por causa de dilemas morais assim, baseado nos argumentos expostos aqui neste artigo
hoje em dia eu tenho a convicção de que os meus aquários são tais que os peixes
gostam de onde estão morando, e tenho também a convicção de que o esforço coletivo
dos aquaristas responsáveis, em particular os que têm presença forte na internet, está
tendo um efeito muito mensurável no avanço do nosso hobby. O importante é ter essa
preocupação em mente todo dia ao olhar como estão nossos peixes, e sempre fazer o
possível pra manter e melhorar no que puder.
Marcos A. Avila
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O Ciclo do Nitrogênio
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" - Lavoiser.
As primeiras semanas de um aquário novo são fundamentais para o sucesso dele. Antes
de pensarmos em adquirir peixes para colocarmos em nossos aquários, devemos
primeiramente preparar a "casa" para eles. Um aquário é um pequeno mundo vivo em
miniatura, e preparar a casa significa estabelecer neste mundinho toda a biologia
necessária, que possibilitará vida saudável em um ambiente fechado e pequeno. As
fezes, a alimentação não consumida, os dejetos dos peixes e qualquer outra matéria
orgânica que se acumula não desaparecem do aquário por efeito de magia. Eles são
decompostos por microorganismos, muitas vezes resultando em substâncias tóxicas.
Mas como a natureza é sábia existem seres que nada mais querem do que transformar
essa matéria decomposta em outros compostos que possam ser novamente aproveitados
por outros seres. Uma das mais importantes classes de compostos que resultam da
decomposição são os nitrogenados, e o processo pelo qual eles são gradativamente
transformados é chamado de Ciclo do Nitrogênio.
Como e quem faz essas transformações? São seres microscópios chamados bactérias
nitrificantes, cuja função na natureza é de decompositores dos compostos nitrogenados.
Ao montarmos um aquário novo, essas bactérias só existem em quantidades muito
pequenas (aquelas poucas que por acaso vieram junto com a água, com o cascalho, etc.).
Portanto é fundamental, nas primeiras semanas, fazer com que esta colônia de bactérias
se multiplique até atingir uma quantidade que seja capaz de processar os dejetos dos
peixes que virão a seguir. Assim, dependemos da formação de uma boa colônia de
bactérias nitrificantes para que possa haver vida saudável em nossos aquários. Na
linguagem do aquarismo, esse período inicial de formação da colônia costuma ser
chamado de ciclagem do aquário. Um aquário só estará pronto para receber a população
principal de peixes quando ele estiver devidamente ciclado. Este processo normalmente
leva entre 2 e 6 semanas para se completar.
Vamos entender melhor como é este ciclo. O nitrogênio (N) é um elemento químico que
entra na constituição de duas importantíssimas classes de moléculas orgânicas:
proteínas e ácidos nucléicos. Embora esteja presente em grande quantidade no ar, na
forma de gás nitrogênio (N2), poucos seres vivos o assimilam nessa forma. Apenas
alguns tipos de bactéria, principalmente cianobactérias (antigamente conhecidas como
algas azuis ou cianofíceas), conseguem captar o N2, utilizando-o na síntese de
moléculas orgânicas nitrogenadas. Essas bactérias são denominadas fixadoras de
nitrogênio. Eles acabam sendo comidas por outros organismos, que por sua vez são
comidos por outros animais, e assim por diante até que os compostos nitrogenados
estejam espalhados por todos os seres vivos.
91
amônia. Por outro lado, quanto mais alcalino o pH mais perigosa é a Amônia.
Felizmente, essa substância é consumida por bactérias do gênero Nitrosomonas, que na
presença de oxigênio transformam a amônia em Nitrito (NO2-) obtendo energia através
do seguinte processo:
O HNO2 (ácido nitroso) dentro da água se dissolve liberando o íon nitrito (NO2-). O
nitrito é mais uma substância altamente tóxica para plantas e animais, mas felizmente
ele também não se acumula em um aquário bem montado, pois logo as bactérias do
gênero Nitrospira o transformam em Nitratos (NO3-), também obtendo energia pela
reação:
Agora sim, o nosso nitrogênio que partiu das moléculas orgânicas decompostas
finalmente assumiu uma forma bem menos tóxica. No aquário, o nitrato vai lentamente
acumulando como resultado desse processo. Mas não devemos deixá-lo acumular muito
porque isso acaba levando ao crescimento excessivo de algas que o aproveitam como
nutriente. Para evitar isso, fazemos regularmente trocas parciais de água e, melhor
ainda, colocamos plantas naturais no aquário, pois o nitrato é prontamente consumido
por elas. Aliás, as plantas também são boas consumidoras de amônia, e portanto ajudam
muito a manter essa toxina sob controle.
As bactérias nitrificantes irão fixar-se em qualquer local onde haja uma boa oxigenação
(visto que o processo principal do ciclo é aeróbico, ou seja, com a presença de
oxigênio). Porém, as colônias serão mais prósperas em locais onde não haja muita luz, e
onde a corrente de água não as moleste em demasia. Esta é a parte mais importante do
Ciclo do Nitrogênio em termos de aquarismo, mas na verdade ele não para por aqui. Por
exemplo, se faltar oxigênio na água o Nitrato pode ser transformado novamente em
Nitrito ou então, por um processo chamado denitrificação, ele volta a ser transformado
por bactérias anaeróbicas em nitrogênio gasoso (N2), e o ciclo fica completo.
Agora que sabemos como é o Ciclo do Nitrogênio, podemos entender melhor como
devemos proceder em um aquário novo para garantir um ambiente saudável para os
peixes. O processo de colonização dessas bactérias ocorre sem que seja necessária a sua
intervenção, basta que haja uma fonte de matéria orgânica. Uma vez montado o aquário,
colocada a água e ligados os filtros, precisamos fornecer um pouco de amônia para dar
início ao processo de ciclagem. Às vezes a própria água de torneira já vem com amônia,
mas em geral é melhor incentivar o processo. Mais uma vez, uma ótima maneira de
começar é colocando plantas naturais. O seu próprio metabolismo e as folhas que caem
fornecem o nitrogênio inicial, e como já dissemos elas ajudam a evitar que o nivel de
amonia suba demais. Também se pode colocar uma pitada de ração, ou um pequeno
pedaço de peixe ou camarão, e existem produtos comerciais incentivadores do ciclo.
Outro bom procedimento é usar um pouco de cascalho e/ou água de um aquário já
maturado, que esteja seguramente em boas condições.
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procedimento, pois se está submetendo estes peixes a um stress desnecessário. O ideal é
comprar um kit de testes completo de água doce (pH, amonia, nitrito, nitrato) e
acompanhar as subidas e descidas da amônia e do nitrito. Quando o nitrito cair a zero
depois de ter subido, o aquário está pronto para iniciar a colonização dos peixes. Mas
mesmo assim a população deve ser aumentada gradualmente, para permitir que a
quantidade de bactérias também vá se adaptando ao aumento da carga biológica.
Glossário Aquarístico
Aqui está uma listagem de alguns dos jargões, acrônimos, abreviações, expressões e
outros termos usados por aquaristas em geral ou neste site em particular. As definições
e explicações apresentadas aqui procuram ser sucintas e claras, mais do que completas
e precisas, de modo que você possa rapidamente familiarizar-se com a idéia básica do
termo que está procurando. Em alguns casos leitura complementar é sugerida e, como
sempre, você pode fazer uma pesquisa no site (veja o link debaixo da barra-título ao
topo) para encontrar onde e como aquele termo é usado no site.
Ácidos – Compostos contendo o íon H+ e que liberam este íon quando dissolvidos na
água.
Actínica – Lâmpada fluorescente que emite naturalmente uma luz azulada, usada
principalmente para realçar o tom azul e dar a impressão de ambiente marinho.
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Aeróbico – Processo ou ambiente onde há abundância de oxigênio. Também se diz do
organismo que prolifera neste ambiente.
Água Dura – Água que contém uma quantidade relativamente grande de íons e
minerais dissolvidos nela, principalmente Carbonatos de Cálcio e Magnésio.
Água Mole – Água que contém uma quantidade relativamente pequena de íons e
minerais dissolvidos nela, por exemplo, água destilada ou deionizada.
Água Salobra – Água que contém uma quantidade de sal dissolvido intermediária
entre água doce e água do mar, comum nos estuários de rios.
Água Verde – Água com grandes concentrações de algas Diatomáceas, ideal para
alimentação de alevinos e alimentos vivos aquáticos. Em aquários comuns indica
excesso de nutrientes na água. Vejam Diatomáceas.
Algas – São seres aquáticos e autotróficos (que produzem energia para sobreviver)
pela fotossíntese, sendo em sua grande maioria seres unicelulares.
Amônia – Gás com fórmula NH3 que é um dos primeiros produtos da decomposição
de matéria orgânica, e é bastante tóxico para peixes e outros animais, aquáticos ou não.
Amônio – Íon (NH4)+ que normalmente se forma quando a amônia está dissolvida na
água.
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Aquapaisagismo – Arranjo decorativo de plantas aquático-anfíbias dentro de um
aquário, paludário ou lago.
Aquário de Recife – aquário marinho que simula o ambiente semelhante aos recifes
de corais, em especial quanto a iluminação e circulação forte.
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Ativado – Veja Carvão Ativado.
Black Water Extract – Solução comercial que introduz na água do aquário taninas e
outras substâncias características de águas moles e ácidas, onde há bastante
decomposição de matéria vegetal (como a do Rio Negro).
Blood Worms – Larvas de quironomídeos, verme usado como alimento vivo rico em
proteínas.
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Brânquias – ou Guelras, são os órgãos da respiração dos peixes e outros animais
aquáticos, ou seja, é nelas que ocorrem as trocas gasosas entre a água e o sangue ou
linfa do peixe. Geralmente situadas dentro das duas aberturas logo atrás e abaixo dos
olhos.
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Carvão Ativado – Carvão que passou por um tratamento térmico deixando-o
altamente poroso, sendo assim capaz de realizar filtragem química retendo compostos
químicos nestas porosidades por adsorção.
Cascalho Fino – Cascalho que tem tamanho típico do grão (granulometria) da ordem
de 1-3 mm.
Cerâmica (Anéis de) – Material poroso utilizado em filtros para a fixação das
bactérias benéficas atuantes no ciclo do nitrogênio.
Ciclagem Sem Peixes – Método moderno que usa uma fonte de amônia para dar
início à ciclagem, e testes químicos de NH3 e NO2 para acompanhar a evolução desta,
evitando assim submeter peixes às toxinas e ao stress inevitável quando eles estão
presentes em um aquário que ainda está ciclando.
Cloramina – (NH2Cl). Substância composta por cloro e amônia utilizada por algumas
empresas de água e esgoto no lugar de cloro, por ser mais estável e ter efeito mais
duradouro. É um sério problema para aquaristas, requerendo neutralizadores que ajam
não só sobre o cloro (à base Tiosulfato de Sódio) mas também sobre a amônia para não
elevar o nível de toxinas e poluentes nitrogenados na água do aquário.
Cloro – Elemento químico #17, símbolo Cl, mas também refere-se à sua molécula
gasosa Cl2. É dissolvido em água encanada nas estações de tratamento para torná-la
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potável aos humanos, mas é tóxico para os peixes e por isso precisa ser retirado antes de
usar no aquário.
Coleta – Ato de capturar animais e plantas vivas em rios, lagos e mares, para serem
distribuídos e comercializados no hobby.
DIY (Do It Yourself) – Faça Você Mesmo (FVM). Termos usados para representar
projetos e soluções caseiras na montagem de aquários, equipamentos e acessórios.
Dáfnia – Conhecido popularmente como pulga d'água, são pequenos crustáceos que
medem de 2 a 4 mm de comprimento, usados como alimento vivo para peixes. São ricos
em iodo, fósforo e cálcio e têm ao alto valor de vitamina A.
Desova – Colocação dos ovos pela fêmea, geralmente seguida pela fecundação destes
pelo macho.
Dimorfismo Sexual – Distinção de cor, padronagem, tamanho e/ou forma entre ambos
os sexos de uma mesma espécie. Note que a palavra correta é Dimorfismo e não
Diformismo.
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Diurno – Animal cuja fase mais ativa encontra-se no período do dia em que a
claridade do sol se faz presente.
Esponjas (1) – Invertebrados (na sua grande maioria marinho) que se alimentam por
filtração, bombeando a água através das paredes do corpo e retendo as partículas de
alimento nas suas células.
Esponja (2) – Material plástico flexível e poroso usado comumente como meio
filtrante em filtros para aquários.
FBF – Filtro Biológico de Fundo – Sistema de filtragem interna que consiste em criar
um fluxo d'água passando pelo substrato do aquário (onde são retidos os resíduos e
realizada a filtragem biológica) e saindo por uma ou mais torres.
FBF Reverso – FBF onde o fluxo é revertido em relação ao sentido usual, ou seja, a
água entra pelas torres e sai pelo substrato.
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Ferro (Fe) – Um dos mais importantes micro nutrientes para as plantas, age como
catalisador de diversas reações químicas nos vegetais. Veja Elementos Traços.
Filtragem Química – Aquela feita por meios filtrantes como Carvão Ativado ou
Resinas Iônicas, que retiram resíduos de nível molecular como poluentes químicos e
medicamentos.
Filtro – Aparelho que purifica a água do aquário, retirando destes compostos nocivos
aos seus habitantes.
Filtro UV – ou Filtro Esterilizador UV. Filtro que consiste em fazer a água circular
em um recipiente fechado que é iluminado por uma lâmpada UV, cuja radiação tem
ação esterilizante eliminando esporos e cepas de algas, bactérias e demais
microorganismos. Veja UV.
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GH – Dureza Geral ou Total. Quantifica a concentração de minerais dissolvidos na
água, principalmente Cálcio e Magnésio.
HQI – Lâmpada cuja luz é produzida pela passagem da corrente elétrica através de um
vapor de gás sob alta pressão.
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Húmus – Adubo resultante do metabolismo de minhocas. Quando tratado
devidamente pode ser usado na camada fértil de um substrado de aquário plantado.
L/H ou LPH – Litros por Hora. Unidade de vazão usada para caracterizar o poder de
circulação de bombas e filtros de aquário.
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Labirintídeo – Veja Anabantídeo.
Laterita – Mineral natural rico em ferro e abundante no Brasil, usado como parte do
substrato de aquários plantados.
Linhagem – Padrão de cores e formas bem definidas dentro de uma mesma espécie de
peixe, equivale às "raças" dos cães e gatos.
Meio Filtrante – Material utilizado para realizar um ou mais dos diferentes tipos de
filtragem de um fluido.
Muco Protetor – Camada oleosa transparente que cobre toda a superfície externa de
um peixe e ajuda a protegê-lo contra parasitas.
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NO2 – Veja Nitrito.
Nadadeira Anal – Nadadeira na região ventral (parte de baixo do peixe), logo atrás do
ânus.
Nadadeira Dorsal – Nadadeira (podem ser até três), situadas no dorso do peixe (parte
de cima logo atrás da cabeça).
Nadadeira Peitoral – Par de nadadeiras com a base situada na lateral do corpo, logo
atrás das guelras. É a nadadeira que mais se movimenta na maioria dos peixes.
Ninho – Estrutura construída ou local escolhido por animais para colocarem seus ovos
e fornecerem proteção aos recém-nascidos.
Nitrato – Íon (NO3)-. Tende a acumular-se na água do aquário como produto final da
filtragem biológica, sendo normalmente retirado através de trocas parciais
Nome Comum – Nome popular ou comercial pelo qual uma espécie costuma ser
referida.
Nome Científico – Identificação científica de uma espécie por meio de dois nomes em
latim ou latinizada: o gênero (com primeira letra maiúscula) seguido da espécie (em
letras minúsculas). Ex: Betta splendens.
Noturno – Animal cuja fase mais ativa se encontra no período em que não há
claridade do Sol.
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Ofegante – Peixe que apresenta dificuldades para respirar, movendo as guelras
rapidamente.
Onívoro – Ser cuja dieta regular é composta tanto de matéria animal como vegetal.
Ovíparo – Animal cujos embriões se desenvolvem dentro de um ovo sem ligação com
o corpo da mãe.
Ovos de Artêmia – São pequenos ovos do crustáceo Artêmia salina que permanecem
em diapausa e são comercializados secos. Eclodidos, eles geram os Cistos de Artêmia,
excelentes para nutrição de alevinos e peixes de pequeno porte.
PPM – Parte Por Milhão. Unidade usada para quantificar pequenas concentrações de
uma substância misturada ou dissolvida em outra. Para soluções aquosas geralmente
equivale a 1 mg/L.
Pedra Porosa – Feita de material mineral neutro ou de madeira prensada, é usada para
quebrar os gases injetados no aquário (Ar, CO2) em bolhas pequenas, otimizando a
dissolução dos gases.
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Pleco – Abreviação de Plecostomus, antigo gênero ao qual os cascudos Hypostomus
pertenciam. Hoje é usado como sinônimo de Cascudo para referir-se à maioria dos
Loricarídeos.
R/O ou RO – Reverse Osmosis = Osmose reversa. Sistema que faz que água
pressurizada transponha uma membrana retentora de íons dissolvidos, resultando numa
água de alta pureza.
Sal grosso – Cloreto de sódio ou simplesmente Sal comum em forma bruta, o mesmo
usado para churrascos, com ou sem adição de Iodo.
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Salinidade – Medida da quantidade de sais dissolvidos em um volume de água.
Salobra – Água que tem salinidade intermediária entre a água doce e a dos oceanos,
geralmente encontrada em estuários de rios
Sump – Caixa de circulação. Sistemas de filtragem que utiliza uma caixa externa onde
ficam as médias filtrantes (perlon, cerâmica, carvão ativado, areia, etc.)
Tronco – Peça de madeira apropriada (ex: Aroeira), devidamente tratada, para uso no
aquário como elemento decorativo.
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UGJ / Under Gravel Jets – "Jatos sob o cascalho". Sistema de circulação que faz a
água passar por tubos debaixo do cascalho e sair deste em diversos pontos de circulação
deficiente, na forma de jatos. Usado em aquários que exijam intensa movimentação de
água, como aquários de Ciclídeos Africanos.
UV – Ultra Violeta. Faixa do espectro luminoso que nós não enxergamos, mas forma
grande parte da radiação solar e é nocivo ou fatal a quase todos os seres vivos em altas
doses.
VHO – Very High Output. Lâmpada fluorescente de potência bem acima do padrão
para o seu comprimento.
W/L – Watts por Litro. Unidade baseada no quociente entre o consumo de energia de
uma lâmpada fluorescente comum e o volume bruto do aquário, usada para facilitar ao
aquarista iniciante o dimensionamento do seu sistema de iluminação com este tipo de
lâmpada. Portanto os valores não são válidos para lâmpadas incandescentes, HO's,
VHO's e HQI's.
WPG – Watts por Galão. Usado principalmente pelos americanos, equivale a 0,264
W/L.
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