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Aquário de Água Doce

(Curso Completo)
INTRODUÇÃO

É certo que o homem necessita da natureza em perfeitas condições para sobreviver bem;
quando esta natureza é destruída pelo homem, a maior vítima é o próprio ser humano.

Embora o problema seja de grande complexidade, envolvendo uma série de fatores, achamos
que todos aqueles que admiram a natureza, como é o caso dos aquariófilos, naturalistas
inatos, tem também a obrigação de procurar preservá-la por todos os meios e modos ao seu
alcance.

Um aquariófilo transmite, por onde passa, seu amor pelo seres viventes e o seu meio. Esse
amor a natureza é uma forma de cultura, pois representa negação de todas as taras do
primitivismo predatório. Por intermédio de um aquário, podemos estudar os comportamentos
dos animais e plantas, aprendendo a entendê-lo e, por conseguinte, como preservá-los. As
futuras gerações não nos perdoarão se não lhes legarmos nossas riquezas naturais, inclusive a
nossa fauna e flora aquática, por isto devemos aprender para podermos manter a relação entre
os animais, vegetais e o meio ambiente. Desse equilíbrio depende a continuidade de todos os
tipos de vida, principalmente a humana.

Sem dúvida alguma, todos se extasiam diante de um aquário, porém poucos se aventuram a
montá-lo, alegando dificuldades em mantê-lo devido ao pouco conhecimento sobre aquariofilia.
Conhecendo um pouco mais sobre o assunto, esse "medo" passa e começa-se a sentir e a
usar o aquário como um instrumento de trabalho.

Como fonte educacional, desempenhando um importante papel, atuando como um laboratório


de pesquisa sobre ciências naturais, levando os alunos aos estudos da Biologia (Botânica,
Bioquímica, Zoologia, Ecologia, Nutrição, etc.), porque muitos fenômenos referentes a essas
ciências naturais se processarão no aquário, e para compreendê-los é preciso que estudemos
as suas causas e efeitos.

Nessa linha, podemos lembrar que o trabalho em grupo é muito valorizado, na criação de um
mesmo objetivo: o equilíbrio biológico do aquário, bem como decisões e busca de soluções
para os problemas pertinentes a diversidade de situações, sendo o aquário um microcosmo,
possuidor de um ecossistema em miniatura.

Os artigos serão publicados na data marcada em cada tópico. Veja a seguir:

• Histórico
• Aquário
• Tipos de Aquários de Água Doce
• Elementos necessários à vida
• Equilíbrio biológico
• Oxigenação
• Temperatura
• Iluminação
• Filtragem e solo
• Agentes decompositores
• Plantas aquáticas
• Peixes de água doce
• Doenças
• Alimentação
• Bibliografia

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Aquário

Aquário (do Aurélio) = 1. Depósito de água para


conservar, criar ou observar animais ou plantas
aquáticas, especialmente peixes ornamentais. 2.
Viveiro. (escavação natural, artificial, ou depósito,
cheio de água, onde se criam peixes ou plantas
aquáticas).

Aquário é um ecossistema em miniatura que você cria, e daí por diante será o responsável por
ele, pois nesse ambiente serão mantidos seres que sentem frio, calor, fome, dor e estresse.
Devemos proporcionar ao máximo um ambiente saudável e equilibrado, para que os seres
envolvidos possam executar suas funções como nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e
morrer naturalmente.

Para proporcionar aos habitantes as melhores condições ambientais e um bom efeito estético e
decorativo, devemos observar alguns detalhes na escolha do formato e das dimensões dos
aquários.

O local onde será instalado deverá ser livre de correntes fortes de vento para evitar mudanças
bruscas na temperatura. Não precisa ser instalado em locais onde a luz solar esteja presente,
já que o aquário terá iluminação própria, más um pouco de iluminação natural no período
matutino é favorável.

O peso total de um aquário é outro fator determinante para a escolha do local e do tipo de sua
base podendo ser de madeira, concreto ou mármore. Para amortecer vibrações e corrigir
eventual irregularidade da superfície plana de apoio convém interpor entre essa superfície e o
vidro da base do aquário uma placa de isopor de mais ou menos 1 cm de espessura.

Para se ter uma noção do peso total do aquário basta aplicar uma fórmula de volume
acrescentando metade do resultado obtido para se chegar ao peso total, ou seja:

Comprimento x Altura x Largura : 1.000 = Volume.

Volume + ½ Volume = Peso Total.

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Outro fator importante é a espessura do vidro, determinado principalmente pela altura do
aquário. Para aquários selados com borracha de silicone observamos a seguinte tabela com
medidas em (cm):

Comprimento - cm
Altura- 40 50 60 70 80 90 100 120 150 200
cm

40 4 5 6 6 6 6 6 8 8 10

50 5 6 6 6 6 6 6 8 8 10

60 6 6 8 8 8 8 8 10 10 10

70 8 8 8 10 10 10 10 10 12 15

CURIOSIDADE:
Antigamente (+ou - 25 anos) os aquários eram montados sobre uma
estrutura metálica, sendo os vidros fixados e vedados com massa á base
de óleo (massa
vidraceiro). Esses aquários funcionavam precariamente, trazendo
problemas constantes de vazamentos e de intoxicação da água.
Hoje foram totalmente substituídos por aquários sem armação e selados
com silicone, proporcionando assim muito mais resistência e
durabilidade.

Histórico

A história da aquariofilia, chamada por alguns escritores de aquariologia, esta correlacionada


com as ciências naturais da biologia como um todo, subdividido entre a ictiologia (gr. Ichthys ou
ichthus - peixe + logos - discurso/estudo), parte da zoologia que estuda os peixes; e a ecologia
(gr. oikos - lugar para viver + logos - discurso/estudo), parte da biologia que estuda as relações
dos organismos com o ambiente. Disso foi criada a piscicultura (lat. piscis - peixes +
cultura)criação de peixes em grandes extensões de água e depois a aquariologia moderna.

A história da ictiologia tem o seu começo entre os anos 384 e 322 A.C quando o sábio grego
Aristóteles descreveu cento e quinze espécies de peixes existentes no mar Egeu.

Mais adiante do tempo encontraremos outros estudiosos que se preocupavam com os peixes,
como Pierre Belon (1517-1575) e Guilherme Rondele, por volta de 1561, ambos considerados
pioneiros da ictiologia.

Os estudos sobre os peixes prosseguiram porem foi Linneu, em 1758, quem criou o sistema
binômico de gênero e espécie, usado até hoje, sendo, portanto, o
pai da sistemática ou taxonomia moderna.

O nascimento da aquariofilia propriamente dita, isto é, a


manutenção de peixes ornamentais de água doce em pequeno
recipiente em casa, data de 1596, quando um chinês chamado
Chang Chi’ En-Tê escreveu um livro sobre peixes vermelhos. Como

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ele os alimentava como trocava a água e sifonava o fundo do bujão para retirar sujeiras ali
depositadas, como proteger o seu bujão em casa no inverno contra o frio, que seria mortal para
seus peixes. Esse livro chamava-se Chu Sha Yu P’u, que quer dizer "Livro dos peixes
vermelhos".

O maior aquariólogo que o mundo conheceu foi Willian Thorton Innes, que dedicou sua vida ao
estudo da aquariologia. Nasceu na Filadélfia, estado na Nova Jérsei no ano de 1874. Mestre
dos mestres estudou e implantou a aquariofilia moderna, alicerçada em vários princípios. Ele
escreveu livros e revistas especializadas no assunto. Embora científicas, foram escritas de
maneira simples, o que estimulou o estudo por parte de milhares de leitores. O livro, Exotic
Aquarium Fishes se tornou a bíblia do aquarismo no mundo. Podemos afirmar que a
aquariofilia está dividida em duas etapas distintas: antes e depois de Innes.

A aquariofilia no Brasil, segundo alguns estudiosos, nasceu no Rio de Janeiro em 1922 durante
a realização de uma exposição da independência nos pavilhões construídos pelo governo
federal para tal evento. Sendo esses pavilhões posteriormente transferidos para a antiga
universidade do Brasil localizada na Avenida Pasteur e na Praia Vermelha. Naquela ocasião,
os japoneses apresentaram em, seu pavilhão, aquários ornamentais imitando os jardins do
Japão, impressionando os visitantes com sua beleza.

Alguns brasileiros se entusiasmaram com a


possibilidade de ter em casa um bujão de vidro
com alguns peixes ornamentais ou um pequeno
aquário retangular com armação metálica, onde os
peixes não tivessem suas imagens deformadas.
Nasciam então, nesta época no Brasil, os
pioneiros da nossa aquariofilia. "Uma nação
civilizada, para existir culturalmente, precisa
cultuar sua memória, isto é, seu passado deve ser
registrado e lembrado” Gastão Botelho.

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Tipos de Aquário

Aquário Comunitário - Conjunto de


peixes, vegetais aquáticos, rochas
decorativos e troncos fossilizados,
criando um ambiente (ecossistema)
de beleza única.

Aquário de Quarentena - Onde separamos o


peixe ou a planta por um período de 21 a 28 dias,
a fim de observarmos suas condições de saúde,
para somente então introduzi-los no aquário
comunitário.

Aquário Hospital - Serve exclusivamente para o


tratamento de peixes ou plantas que
manifestarem alguma infecção (doenças em
gerais).

Aquário
de
Criação -
esse tipo
de aquário
é
destinado
a
reproduzir um ambiente muito próximo do
qual o animal encontra na natureza
proporcionando condições físicas para a
reprodução.

Aquário de Desenvolvimento -
Utilizado para o crescimento de
alevinos, pois normalmente em aquários
comunitários seriam devorados por
predadores.

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Elementos Necessários à vida

Os aquários ornamentais se constituem numa unidade autônoma; só a alimentação virá do


exterior. As plantas e alguns seres aquáticos são capazes de transformar os compostos
inorgânicos em matéria orgânica completa, satisfazendo as necessidades básicas dos
habitantes do aquário. São eles:

• Cálcio - ossos, enzimas.


• Cloro - regulação osmótica.
• Cobalto - enzimas e vitaminas.
• Cobre - enzimas, fotossíntese, sangue dos invertebrados.
• Cromo - insulina.
• Estanho - hormônios.
• Enxofre - proteínas e vitaminas.
• Ferro - enzimas, hemoglobina, intercâmbio de energia.
• Flúor - ossos e dentes.
• Iodo - hormônios.
• Magnésio - enzimas, ossos, clorofila, excreção.
• Molibdênio - enzimas, metabolismo de nitritos.
• Potássio - nervos, regulação osmótica (absorção) celular.
• Selênio - enzimas.
• Silício - ossos, cápsulas das algas diatomáceas.
• Sódio - sangue, tecidos.
• Zinco - enzimas, síntese de proteínas, respiração.

Através da bioquímica (químico-bacteriológicos), o aquário suprirá suas necessidades caso


houver uma reciclagem destes compostos, através de uma decomposição bacteriana correta e
uma troca parcial de água (25 a 30%) por uma outra nova e limpa a cada 30 ou 40 dias. No
caso dos vegetais aquáticos, são essenciais a vida, além dos elementos acima citados, o
carbono, o hidrogênio, o oxigênio e o boro.

Não podemos esquecer do componente mais importante: A água (H2O - dois átomos de
hidrogênio e um de oxigênio), sem a qual não é possível a vida no aquário.

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Equilíbrio Biológico

Entende-se por equilíbrio biológico a harmonia entre os peixes, as plantas e os


microrganismos, gerando um ecossistema ou microcosmo. Para que isso ocorra, se faz
necessário a união de alguns recursos e estímulos específicos. Que são:

• Oxigenação;
• Temperatura;
• Iluminação;
• Alimentação;
• Filtragem e Solo;
• Flora aquática (vegetação);
• Fauna aquática (animais). Se houver qualquer fenômeno que perturbe essa harmonia,
o aquário entrará em estado de degradação em relação ao sistema.

OXIGENAÇÃO

Ela pode ocorrer de duas maneiras: natural ou forçada.

A natural consiste em trabalhar sem nenhuma


ajuda de equipamento externo. Uma das formas
é a de trocas gasosas de superfície onde
encontramos uma película separadora dos dois
meios (ar/água) na qual é efetuada a absorção do
oxigênio do ar para o interior da água, e a
liberação para o meio de todos os tipos de gases
produzidos. Outro tipo de oxigenação natural é
feita através das plantas aquáticas pelo processo
da fotossíntese.

A oxigenação forçada é elaborada por qualquer sistema que forneça ar


para o interior do aquário, especialmente com turbulências na superfície,
provocando uma troca gasosa forçada. Ou com borbulhadores para que a
água possa absorver o oxigênio encontrado nas bolhas de ar.

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TEMPERATURA

O peixe é um animal pecilotérmico, isto é,


adquire a temperatura do meio onde vive.
Não possui sangue quente como os
mamíferos, por isso o mecanismo biológico
está condicionado a temperatura ambiente.
Para animais aquáticos tropicais a
temperatura mais adequada é entre 25 e
28ºC. Nesse intervalo de temperatura a sua
fisiologia (crescer, alimentar e procriar) é
mais bem estimulado, e certos parasitos
dificilmente atacarão os peixes.
Levamos em conta que o metabolismo
simplesmente dobra a cada aumento em
10ªC. Os animais que vivem no aquário com
temperatura fria (15ºC) ficam incapazes
quase que totalmente de suas funções
fisiológicas, e com temperaturas altas, entre
28 a 32ºC, ocorre um aumento do
metabolismo onde os animais passarão a
comer, crescer e reproduzir com maior
freqüência. Cuidados com as altas temperaturas (36ºC), que podem causar problemas com
relação ao oxigênio, podendo levar o animal a morte.
Podemos afirmar mais uma vez, que o aquário deve ser uma imitação de seu ecossistema,
cabendo a cada pessoa, um trabalho de investigação.
Para sabermos a temperatura em nossos aquários, usamos um termômetro que pode ser
interno, feito com mercúrio, ou um termômetro digital, que são de plásticos colados ao vidro na
parte externa.
Para regularizar a temperatura, usamos um termostato (aquecedor) para aumentar a
temperatura e um chiller (refrigeradores) para baixar as temperaturas.

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Iluminação

A energia luminosa propaga-se a uma velocidade constante e através de movimentos


ondulatórios semelhantes ao efeito das ondas das águas. A luz é formada por diversas
irradiações delimitadas por determinados comprimentos de ondas. As várias radiações que
constitui a luz solar formam o chamado espectro solar. Cada uma destas radiações tem
determinadas colorações.

No aquário, meio diferente do ar, a absorção das diversas radiações difere para os distintos
comprimentos de onda. A luz vermelha, tem um grande comprimento de onda, porém um
pequeno poder de penetração, já a luz azul tem um pequeno comprimento de onda e um
grande poder de penetração.

Além dos efeitos visuais indispensáveis a um aquário, a iluminação é parte indispensável para
o bom funcionamento do mesmo. As lâmpadas não são colocadas no aquário apenas como
objeto de decoração ou um mero aparato para se obter uma melhor visualização dos peixes.
As luzes dentro de um aquário têm uma função muito mais importante, e tem que Ter alguns
critérios na hora de escolher esse tipo de equipamento.

A luz do aquário é responsável pela fotossíntese das algas e plantas. Tal fenômeno
desencadeará todo o processo de oxigenação da água, evitando que o nível de dióxido de
carbono fique muito elevado, o que levaria os peixes à asfixia. A iluminação desempenha a
função de fixar no organismo do peixe a protovitamina e o cálcio de que necessita para viver
sadio, evitando o raquitismo provocado pela privação de uma fonte de luz natural.

As lâmpadas a serem utilizadas devem distar aproximadamente 10 cm do nível de água do


aquário, evitando assim o aquecimento e outros problemas.

Existem dois tipos de lâmpadas:

Fluorescentes, ou luzes frias, pois seu aquecimento não é


muito elevado. Os raios provenientes dessas lâmpadas
são melhores direcionados e tem grande poder de
penetração na água; influem positivamente na coloração
de alguns peixes e chegam a regular a quantidade de
algas existentes no tanque. Ex.: SUN-GLO -: iluminação
semelhante à luz solar, luz branca, refrescante e natural,
para aquário e terrário, mistura brilhante dos gases
criptônio e argônio, oferece o mesmo rendimento que as
lâmpadas de maior dimensão. AQUA-GLO -: emite mais
luz do espectro luminoso azul e vermelho, estimula o crescimento de plantas em aquários e
terrários, intensifica a cor natural dos peixes, mistura brilhante dos gases criptônio e argônio.
FLORA-GLO -: para todas as plantas do aquário, subida da coloração solar, estimula o
crescimento de plantas em aquário, impulsiona o desenvolvimento de plantas de terrário,
acentua e fortalece a coloração natural. Incandescente, ou lâmpadas comuns, contribuem para
um aquecimento muito grande da água, trazendo prejuízos aos peixes e podem até mesmo
causar cegueira. Sua luminosidade excessiva colabora para um crescimento desordenado de
algas. Ex.: lâmpada comum, iluminação caseira. - AQUARILUX, CLEAR-LUX, filamento longo.
COLOR-LUX, cores azul, verde e vermelho, para realçar o ambiente.

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FILTRAGEM E SOLO

Sistemas de Filtragem:

No aquário, a filtragem tem como objetivo clarificar a água, ajudar a manter a taxa de oxigênio
e o equilíbrio normal da pressão gasosa, uniformizar a temperatura da água e expulsar gases
para a superfície.

A filtragem pode ser interna ou externa, do tipo mecânico ou biológico.

Os filtros são acionados por compressores de ar, impulsionando a água por meio de bolhas de
ar, fazendo com que a mesma circule no aquário (não é muito eficiente, pois funciona bem
enquanto o filtro estiver bem limpo), ou por bombas eletromagnéticas submersas. Este
equipamento veio revolucionar o aquarismo, pois realmente faz a água circular com eficiência
"sugando-a" do filtro e introduzindo o ar ao mesmo tempo, efetuando então, os processos de
filtragem e oxigenação com grande êxito.

Filtros Internos

Existem vários tipos de filtros internos que executam a filtragem mecânica. Esses são poucos
utilizados porque ocupam um grande espaço dentro do aquário e possuem baixa eficiên

Filtragem Biológica Interna: - Sendo fundamental


para o equilíbrio, transformando a matéria orgânica
em sais minerais e outros produtos, através de
bactérias aeróbias existentes no cascalho do aquário.
É constituído por placas de plástico, contendo
centenas de furos, com uma saída de água conectada
a uma bomba eletromagnética submersa. Essas
placas são colocadas embaixo do cascalho, servindo
de material filtrante, de modo à direcionar o fluxo
d’água de cima para baixo, forçando a passagem de
água por entre o cascalho e fixando o resíduo
biológico encontrado em suspensão no aquário para
que este seja decomposto pelas bactérias; o residual
dessa decomposição fica depositado embaixo das placas.

Filtragem de Areia Fluidizada: - Este filtro é o que tem de mais recente no


mercado. Funciona muito bem, ocupando um espaço reduzido no interior do
aquário, tornando até um instrumento decorativo. Ele substitui os outros
sistemas de filtragem biológica, funcionando da seguinte maneira: uma bomba
joga água para dentro do tubo do filtro, turbilhonado as partículas de cílica (+
ou - 1 kg), que se encontra em seu interior. Nesse processo as bactérias
fixadas na cílica vão efetuar todas as reações bioquímicas, deixando a água
com uma excelente qualidade e um equilíbrio biológico eficiente.

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Filtros Externos

Entende-se por filtro ou filtragem externa, todos os sistemas colocados do lado de fora do
aquário. Conhecidos por filtros externos mecânicos e pelo Dry weet.

Filtro Externo Mecânico: - Filtro que fica fixado na borda do aquário


captando água através de uma bomba eletromagnética de sucção. A água
entra em uma câmara, passa por uma manta acrílica virgem e outra
impregnada de carvão ativado antes de retornar para o aquário. Filtro muito
utilizado e com grande eficiência na retirada de substâncias químicas e de
partículas sólidas em suspensão na água.

Dry Weet: - Esse sistema pode ser de várias maneiras, tanto


acoplado na lateral do aquário, quanto colocado em baixo do
mesmo. Tem o mesmo sistema do filtro externo mecânico, só que
mais dimensionado, e em sua câmara encontram-se outros tipos de
passagem e elementos para a fixação de bactérias.

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Solo
O solo, leito ou piso ideal para o aquário é o de cascalho, constituído de uma mistura de areia
grossa (areião), pedriscos encontrados nos leitos dos rios e pequenos seixos rolados. Esta
mistura torna o solo mais permeável, facilitando a absorção e fixação das plantas.

Alguns autores denominam esse cascalho de "fundo de areia", tomando por base o conceito de
que a areia é o nome dado à rocha formada por pequenos grãos.

A "areia" utilizada não deve ser muito clara, para que os peixes não se mimetizem, tornando-os
pálidos.

A altura (quantidade) do cascalho depende do tamanho do aquário, conforme tabela abaixo:

Comprimento Aquário (cm) Altura do Cascalho (cm)

50 até 80 4 frente e 6 a 7 fundo

acima de 80 6 frente e 9 a 10 fundo

Essa diferença de altura do cascalho entre a frente e o fundo, é necessária por dois motivos.
Primeiro: Relaciona-se com o fluxo de sucção das bombas (que geralmente estão dispostas na
parte do fundo/trás do aquário) que é sempre maior perto de sua base, perdendo o seu poder
de sucção conforme se distancia da base. Para compensar esta perda (na parte frontal do
aquário) faz-se este esquema, pois com menor quantidade de cascalho este fluxo torna-se
uniforme em todo piso. Segundo: A parte estética, pois o cascalho mantido dessa maneira,
proporciona um efeito angular, dando noção de todo o aquário.

Obs.: Todos esses componentes deverão ser bem lavados antes de serem introduzidos no
aquário.

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AGENTES DECOMPOSITORES

Nos aquários existem constantes transformações de elementos químicos, principalmente os


dejetos dos peixes, que são convertidos num produto estável.

Essa conversão ocorre pela decomposição de material orgânico realizadas por bactérias
aeróbias e anaeróbias. Dissociando proteínas e uréia, gases metano, bióxido de carbono,
amônia e nitrogênio. Esses elementos são dissipados na atmosfera, e em certas circunstâncias
se infiltram no solo.

Neste processo, as bactérias apresentam papel importante na decomposição, tipicamente


representado no ciclo bioquímico:

Neste ciclo os componentes são subdivididos em amônia e outros produtos simples, sendo
convertidos pelo efeito das bactérias nitrificantes em nitritos para nitratos.

Para termos um equilíbrio em nossos aquários, devemos possuir quantidade suficiente destas
bactérias para transformar estes elementos de putrefação em nitratos, a fim de serem
absorvidos por vegetais, consumidos por animais.

Alguns fatores podem alterar este ciclo, excesso de alimentação, população e de higiene.

Excesso de alimentação: A alimentação pode ser praticada várias vezes ao dia desde que bem
administrada, fazendo com que todo o alimento sejam consumidos imediatamente, pois as
sobras se acumularão no cascalho prejudicando o ciclo.

As altas quantidades populacionais no aquário, sejam de animais ou vegetais podem causar


problemas devido às altas quantidades de elementos orgânicos eliminados no aquário. Não
superlote o aquário.

A higiene é fundamental para manter um bom "relacionamento" com o aquário. Limpezas


periódicas, cuidados com o manuseio dos equipamentos, evitando contaminar o aquário com
substâncias nocivas, que poderão descompensar todos os ciclos biológicos.

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Água Doce: Introdução

O que constitui o sucesso? Sucesso são peixes saudáveis que vivem muito tempo,
normalmente acasalando e procriando. Sucesso também significa ter um aquário com
um bom aspecto sem ser necessária muita manutenção (i.e. batalhas constantes contra o
crescimento excessivo de algas).

Como assegurar-se que o seu primeiro aquário é um sucesso

Ter um aquário bem sucedido não é difícil, nem é essencial muito trabalho, desde que
use algum senso comum. Estas diretrizes são baseadas parcialmente na ciência por um
lado, e por outro, na experiência recolhida de muitos aquariofilistas com muitos anos de
experiência na "arte de manter peixes". A lista seguinte resume as mais importantes
regras para o sucesso. Cada uma é discutida em mais detalhe nas secções subseqüentes
deste documento.

Tenha paciência.

Comprar um aquário, prepará-lo e enchê-lo de peixes tudo no mesmo dia, embora


possível, é o caminho mais certo para o desastre. De fato, preparar e acondicionar o seu
primeiro aquário leva perto de dois meses!

Um grama de prevenção vale um quilo de cura.

Fornecer um ambiente que minimiza o stress dos peixes é a chave do sucesso. À medida
que o stress dos peixes aumenta, o seu sistema imunitário enfraquece e estes se tornam
mais susceptíveis de adoecer. Cada vez mais, muitos tratamentos para peixes não
resultam muito bem, não valem o dinheiro, e muito frequentemente fazem mais mal do
que bem. Muitas vezes, o melhor tratamento para peixes doentes é aliviar o stress da
seguinte forma:

1. Faça mudanças parciais de água regularmente,


2. Não dê comida em excesso,
3. Verifique que o sistema de filtragem está funcional,
4. Dê-lhes espaço suficiente para viverem e
5. Mantenha-os com companheiros de aquário compatíveis.

Compreenda e respeite o ciclo do Azoto.

Os peixes produzem resíduos tóxicos (amônia) que tem de ser destruída por bactérias
através de filtragem biológica. Muitas mortes de peixes que acontecem a quem têm
aquários pela primeira vez são um resultado direto da falta de compreensão do ciclo do
azoto e podem evitar-se totalmente

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Efetue manutenção periódica no seu filtro para o manter limpo.

Filtros sujos (obstruídos) possuem uma eficiência reduzida. No caso da filtragem


biológica, um filtro obstruído será incapaz de remover a amônia de modo eficiente,
resultando daí stress para os peixes e eventualmente a sua morte. Filtros biológicos à
base de esponja limpam-se os enxaguando suavemente em água do aquário previamente
retirado para um balde. Filtros de fundo limpam-se através de aspiração regular do
fundo.

Trate devidamente toda a água da torneira antes de adicioná-la ao seu aquário.

As águas municipais contêm aditivos tais como cloro ou cloramina de modo a torná-las
seguras para consumo humano. Estas substâncias são tóxicas para os peixes e podem
enfraquecer danificar ou mesmo matar os seus peixes

Compreenda bem a química básica da água.

A química base da água é o pH, a dureza, e o efeito tampão. Não precisa de freqüentar
nenhum curso de química, mas deve saber o suficiente acerca da química da água e os
detalhes da água distribuída na sua região de maneira a manter os seus peixes
satisfeitos. Cada localidade possui uma água diferente, e alguns peixes não conseguirão
sobreviver na sua água. Pode conhecer os detalhes acerca da água da sua zona numa loja
de peixes local, através do uso de Test Kits e a partir de clubes locais de aquariofilia
(ou, surpreendentemente, a partir da secção Química desta FAQ).

Mantenha o pH da água do seu aquário estável.

Mudanças súbitas de pH causam stress nos peixes. A água do aquário tem uma
tendência natural para se tornar ácida devido à produção de acido nítrico (nitratos) a
partir do ciclo do nitrogênio. Manter o pH estável requer ter uma capacidade tampão
adequada. Se a sua água é macia, pode precisar adicionar agentes tampões. Leia na
secção Química os detalhes.

Evite adicionar químicos que baixem o pH (i.e. "pH-down").

Tais químicos têm frequentemente efeitos colaterais indesejáveis (e.g. estimulam o


crescimento de algas). Além disso, em muitos casos (embora os livros e as lojas de
aquários o neguem) o pH da água NÃO precisa ser ajustado para ficar "mais perfeito"
para uma espécie de peixes em particular. Se o pH da água da sua torneira se situa entre
6.5 e 7.5, então é perfeito para a maioria dos peixes. (Isto também é abordado na secção
Química.)

Obtenha peixes para a sua água.

Selecione peixes que sejam originários de águas com características semelhantes (pH e
GH) às da sua água da torneira. Se tiver uma água dura, escolha peixes de água dura. Se
tem uma água macia, escolha peixes de água macia. Isto é especialmente importante se
a sua água se encontra fora dos limites 6.5-7.5 para o pH. Mudar a dureza natural (ou o
pH) da água da torneira pode ser um trabalho complicado e normalmente retira o gozo
de ter aquários. Além disso, tentativas falhadas de ajustamentos são comuns e muito

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piores para os peixes do que condições de água quase-ideais. Uma boa forma de
descobrir quais os peixes que vivem satisfeitos com a sua água local é confirmar com
uma loja de aquários local (ou um clube).

Escolha peixes que caibam no seu aquário.

Selecione peixes que sejam compatíveis entre si e pense a longo prazo. Aquele peixe de
dois cm parece bonito na loja. Mas o que fará quando ficar com 15 cm e começar a ver
os seus companheiros como refeições potenciais? Os peixes têm necessidades mínimas
de espaço que dependem do seu tamanho e temperamento. Selecione peixes cujas
necessidades sejam compatíveis com o seu aquário. Certifique-se que o aquário tem
esconderijos adequados (e.g. pedras, plantas, troncos, etc.) para os seus habitantes.

Aclimatize devidamente os peixes antes de colocá-los no aquário.

NUNCA junte a água da loja á do seu aquário (pode conter doenças), e se possível,
ponha as novas aquisições de quarentena duas a três semanas antes de colocá-las no seu
aquário.

Efetue mudanças parciais de água regulares.

Mudar 25% da água de 15 em 15 dias tem dois objetivos: dilui e remove os nitratos
antes que atinjam níveis perigosos, e substitui elementos residuais e tampão que vão
sendo consumidos pelas bactérias, plantas, etc. Por fim as mudanças parciais de água
com regularidade ajudam a manter a química da água do aquário próxima da água da
torneira. O ultimo benefício é especialmente importante no caso de o seu aquário ser
afetado por alguma doença; as mudanças de água são os passos mais importantes para
controlar as doenças, e grandes mudanças de água não são seguras a não ser que a
composição química da água do aquário (e.g. pH e GH) seja semelhante à água da
torneira.

Compre apenas em lojas "de confiança".

Infelizmente, muitas lojas de animais estão mais interessadas em ficar com o seu
dinheiro do que em vender peixes saudáveis. Vale quase sempre a pena gastar um pouco
mais para obter peixes de qualidade. Doenças introduzidas no seu aquário por peixes
acabados de comprar podem infectar os outros peixes com resultados catastróficos.
Comprar um peixe barato não é grande negócio se o mesmo morrer após um mês.
Muitas lojas vão também tentar vender-lhe equipamento e medicamentos que não
necessita. A sua melhor defesa é armar-se com conhecimentos de modo a conseguir
avaliar os conselhos que lhe derem. Algumas pistas para encontrar lojas "de confiança"
encontram-se na secção LOJAS.

O resumo acima serve como guia dos princípios que conduzem à manutenção de peixes
saudáveis. Cada um destes tópicos (e muitos outros) é discutido no resto deste
documento.

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Quanto tempo e esforço são necessários para manter um aquário de peixes?

Para um aquário de 40 a 80 litros, uma vez acondicionado, espere gastar à volta de 30


minutos de 15 em 15 dias fazendo mudanças parciais de água, limpeza geral, etc. Se isto
é muito tempo para si, ESQUEÇA ESTE HOBBY! Também vai precisar de alguns
minutos uma ou duas vezes por dia para alimentar os peixes, ligar e desligar a luz, etc.
Aviso: Muitas pessoas gastam muito mais tempo apenas contemplando o seu aquário e
os respectivos habitantes. É claro que este é o ponto central da questão. :-)

Prepare-se para gastar várias horas de pesquisa com o hobby antes de fazer a usa
primeira compra. Quanto mais tempo gastar ANTES de comprar o aquário, mais
suavemente as coisas correrão. Vá a várias lojas de animais até encontrar uma que
pareça de confiança. Visite-as novamente várias vezes. Compre alguns livros de
principiante. Leia esta faq de principiante várias vezes.

Muitas pessoas que ficam frustadas com aquários de peixes cometem erros que podiam
ter evitado facilmente. A única maneira de evitar os erros é aprender as bases (e.g., o
ciclo do azoto) ANTES de colocar peixes no aquário. Há poucas coisas mais irritantes
do que ler esta FAQ a correr pela primeira vez, enquanto a 1 metro de distância os seus
adorados peixes estão a morrer. Lembre-se: a maior parte dos problemas com aquários é
fácil de prevenir, mas difíceis de lidar após o fato consumado.

Água Doce: Equipamento:

Onde Obter o Equipamento

Todas as lojas de peixes vendem kits de aquários que contêm "tudo o que precisa" por
um dado preço. No entanto o comprador esclarecido examina cuidadosamente o que o
conjunto contém para se certificar que apenas inclui aquilo que precisa (e não inclui
coisas desnecessárias). Os kits variam de loja para loja, alguns mais apropriados do que
outros. Esteja especialmente atento a promoções em hipermercados. Incluem muitas
vezes tecnologia obsoleta, bombas barulhentas, aquecedores de má qualidade, etc.

Vendas de garagem (pouco freqüentes no nosso país) são uma boa forma de começar
com este hobby. No entanto algumas precauções devem ser tomadas. Antes de comprar
o aquário, procure atentamente por rachas ou riscos. Embora as rachas possam ser
reparadas, talvez não seja o ideal começar por ter esse tipo de trabalhos. Não compre
um aquário riscado. As algas crescem nos riscos dando um mau aspecto ao aquário.
Cuidado com equipamento muito antigo. Pode já não funcionar em condições.

Antes de montar o aquário (especialmente se o aquário for antigo), verifique se tem


fugas. Encha-o de água na rua e aguarde uma semana. Uma fuga na garagem é muito
menos problemática do que na sala.

Para limpar o aquário nunca use sabões ou detergentes. Use apenas água. Se quiser
esterilizar o aquário, o areão, etc. lavem tudo o que for de plástico em água com um
pouco de lixívia (use lixívia pura, não com aditivos). Passe tudo muito bem por água
limpa e deixe um pouco de molho numa solução com um pouco de anti-cloro. O areão
(não plástico) pode ser esterilizado através de uma fervura.

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Equipamento: O que é e o que não é essencial.

Nas lojas de animais existem toneladas de artefatos. Alguns são essenciais, outros úteis
apenas para situações específicas, e outros são totalmente inúteis (embora as lojas que
os vendem talvez não lhe digam isso). A lista seguinte mostra-lhe os itens que lhe serão
provavelmente mais úteis.

Aquários

Os aquários têm muitas formas e tamanhos, mas existem apenas dois tipos: vidro e
acrílico. Provavelmente estará interessado num aquário de vidro. As diferenças são:
Vidro Acrílico
===== ========
Mais barato por litro Mais caro por litro
Difícil de riscar Fácil de riscar (p.ex. ao raspar as algas).
com uma lâmina de barbear)
Riscos permanentes Riscos podem-se eliminar (embora não seja
fácil)
Alto índice de refração Baixo índice de refração (distorce
menos
quando visto visto angularmente)
O aquário vazio é pesado O aquário pesa menos (vazio)
(importante em aquários >100L)
O suporte para o aquário só É preciso um suporte especial que
precisa de apoiar os rebordos apoie toda a base (e não apenas os rebordos).
É partido mais facilmente Mais díficil de partir

O tamanho e a forma do aquário ficam totalmente ao seu critério. No entanto tenha em


conta o seguinte:

1. Contrariamente às primeiras impressões, os aquários maiores não dão


necessariamente mais trabalho do que os pequenos. Em particular é mais fácil
manter a química da água estável em aquários maiores, do que em pequenos
(quanto menos água, mais facilmente uma pequena alteração química causa uma
grande mudança na concentração relativa).
Muito do trabalho de manutenção normal não necessita do dobro do trabalho
para o dobro do tamanho. Por exemplo, a mudança parcial de água para um
grande aquário pode requerer mais um balde de água do que para um aquário
menor. Isso não significa o dobro do trabalho, dado que já tem o balde e o sifão
prontos, as suas mãos já estão molhadas, etc.
2. É muito comum gostar-se do aquário que se montou e querer adicionar mais
peixes. Um aquário maior pode facilmente suportar mais peixes. De fato um
aquário de 40 litros suporta apenas uma mão cheia de peixes de tamanho médio.
3. Note, no entanto, que o número de peixes que um aquário suporta com
segurança depende não só do volume do aquário, mas também da forma. Por
exemplo, alguns peixes passam toda a sua vida no fundo. Duplicar o volume de
um aquário duplicando a sua altura não irá permitir aumentar o número de
peixes de fundo. A área à superfície é mais importante do que o volume para
determinar quantos peixes um tanque suporta.

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Se possível comece com um aquário de 80l (ou maior) em vez de com um de 40l (ou
menor). Um aquário de 80l (alto ou largo) é um excelente tamanho para um primeiro
aquário. Evite todos os aquários menores que 40l. São simplesmente pequenos demais
para manter os peixes saudáveis. Por exemplo, embora muitas lojas os vendam, os
minúsculos globos de 4l para peixes dourados são totalmente inadequados mesmo para
um único peixe. Fuja deles!

Aquecedores

Se quiser manter peixes tropicais eles vão precisar de um aquecedor. Um aquecedor


assegura que o aquário não arrefece, e que a temperatura se mantém estável ao longo do
dia, mesmo se a casa arrefece (p.ex. à noite). Para muitos peixes tropicais uma
temperatura de 24C é ideal.

Existem dois tipos principais de aquecedores. Submersíveis, que ficam totalmente


debaixo de água, e um segundo tipo mais tradicional composto por um tubo de vidro
parcialmente submerso (e que contem a resistência aquecedora), mas que deixa o
controle de fora de água. Os aquecedores submersíveis têm um melhor design dado que
podem ser colocados horizontalmente no fundo do aquário. Isto ajuda a manter a
temperatura do aquário uniforme (o calor sobe), e evita que o aquecedor fique exposto
quando das mudanças de água parciais. Os de design tradicional necessitam de ser
desligados antes de efetuar a mudança de água; se o aquecedor ficar acidentalmente
ligado com a resistência acima da água, o tubo de vidro aquece e pode estalar quando
tornar a encher o aquário com água.

Se a casa nunca estiver a menos de 4 a 5C abaixo da temperatura desejada para o


aquário, um aquecedor com + ou - 2.5 Watts por cada 4 litros é suficiente. Se a
diferença for superior, até 5 Watts (ou mais) por cada 4 litros. Lembre-se, o aquecedor
precisa manter o aquário à temperatura desejada, mesmo quando a casa está na
temperatura mais baixa; a temperatura não deve flutuar.

Os aquecedores (especialmente os baratos) falham. Muitas vezes o contacto que liga e


desliga o aquecedor bloqueia permanentemente, quer na posição de ligado ou de
desligado. No primeiro caso o aquário pode ficar MUITO quente, especialmente se o
aquecedor é superior às necessidades do seu aquário. Para minimizar potenciais
problemas, evite aquecedores superiores ao tamanho ótimo para o seu aquário. Para
prevenir os desastres no Inverno, use dois pequenos aquecedores em paralelo em vez de
um grande. Assim se um falhar, as conseqüências não serão tão desastrosas.

Termômetros

Vai precisar de um termômetro para verificar que o seu aquário permanece à


temperatura indicada. Encontram-se facilmente à venda de dois tipos. O tradicional
termômetro de bolbo que trabalha da mesma forma do que os que se compram para usar
em casa. Colocam-se pendurados no topo do aquário, ou a flutuar á superfície. O
segundo tipo mais comum é um modelo chato que se cola ao vidro do lado de fora.
Neste, cristais líquidos ativam-se a uma dada temperatura, quer marcando a temperatura
de forma numérica, quer através de uma barra ao lado de uma escala.

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Os termômetros de aquário não têm muita precisão (verifique os que estão nas casas de
aquários - devia todos marcar a mesma temperatura, mas não marcam). Assim os
termômetros são bons para verificar que a temperatura não está muito longe do que se
pretende, mas pode falhar por alguns graus por vezes. Quando comprar um termômetro,
verifique todos e escolha aquele que apresentar a média das temperaturas de todos.

Filtros

Existem três tipos de filtragem: biológica, mecânica e química. A filtragem biológica


decompõe a amônia tóxica que os peixes produzem como desperdícios. Todos os
aquários com peixes TÊM de ter filtragem biológica; a filtragem biológica é a mais
barata, a mais eficiente e a forma mais estável de decompor a amônia tóxica. A
filtragem mecânica agarra partículas tais como folhas de plantas, restos de comida, etc.
(conhecidas como húmus), permitindo serem removidas do tanque antes de se
decomporem em amônia. A filtragem química (p.ex. carvão ativado, zeólitos) pode
retirar (dentro de certos limites) substâncias tais como amônia, metais pesados, matéria
orgânica dissolvida, etc. quimicamente. A filtragem química é mais usada para lidar
com problemas de curto prazo, tais como remover medicamentos após terem cumprido
a sua função, ou purificar a água da torneira antes de ir para o aquário. Um aquário
saudável não necessita de filtros químicos tais como o carvão ativado.

Um ponto em particular não se pode deixar de reafirmar. TODOS OS AQUÁRIOS TÊM


DE TER FILTRAGEM BIOLÓGICA. Embora a filtragem química consiga remover a
amônia em certas condições NÃO É uma solução definitiva.

Os filtros típicos efetuam alguns ou todos os tipos de filtragem em série. Filtragem


mecânica (se presente) ocorre normalmente primeiro (sendo chamada "pré-filtro"),
apanhando partículas que poderiam entupir os estágios seguintes. A filtragem biológica
vem normalmente em seguida, seguida pela secção química (se presente). Se a filtragem
química é ou não útil (ou mesmo necessária) depende da pessoa com quem falar. Pode
ajudar a remover medicamentos após o período de utilização ter terminado (mudanças
parciais da água produzem o mesmo efeito). Também removem elementos necessários
para o crescimento das plantas (com resultados óbvios). A não ser que tenha boas razões
para acreditar que as suas circunstâncias requerem filtragem química, evite-a.

Os filtros requerem manutenção. Por exemplo, se permitir a acumulação de detritos no


filtro mecânico, estes se decompõe em amônia, negando o seu papel principal. Assim, a
eficácia de um filtro biológico diminui à medida que fica congestionado. A filtragem
biológica requer movimento de água através de uma grande superfície à qual as
bactérias tenham aderido (p.ex. areão, lã de vidro). Quanto menor a superfície
disponível, menor a eficácia do filtro. Filtros de fundo limpam-se aspirando
regularmente o areão (e.g., enquanto se faz uma troca parcial de água). Filtros exteriores
e filtros motorizados limpam-se removendo o conteúdo e torcendo ligeiramente num
balde de água do aquário (a água da torneira pode conter substâncias destruidoras de
bactérias).

Não existe nenhuma fórmula mágica para determinar o tamanho do filtro que se
necessita. Verifique os dados fornecidos pelos fabricantes e seja conservador. Não se
consegue ter filtragem a mais (embora se possa ter demasiado movimento de água) por

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isso mais vale exagerar. Os filtros são discutidos com mais pormenor na FAQ de
Filtros.

Areão

O areão serve três objetivos principais. Primeiro, serve como decoração, tornando o seu
aquário mais bonito. Segundo, se usar um filtro de fundo, o areão é obrigatório dado
que É o material que compõe o filtro (a superfície à qual as bactérias aderem). Terceiro,
nos aquários com plantas, serve como "substrato" (e.g. solo) para as raízes das plantas.
Por fim, a escolha da cor, o tamanho, etc. ficam ao seu critério: No entanto, note que
areão escuro realça melhor as cores dos peixes. Os peixes ajustam as suas cores de
modo a se adaptarem ao ambiente, e o areão branco tende a desvanecer as verdadeiras
cores dos peixes.

Muito do areão vendido para aquários está envolvido em plástico. Por razões óbvias não
deve fervê-lo. Também é muito caro (150$00/kg). O areão pode ser comprado em lojas
de materiais de construção, fornecedores locais de areia e areão, etc. No entanto tende a
ser maior do que o ideal e demasiado claro (e.g. pedaços de mármore). Também pode
utilizar areia.

Tenha em atenção que nem todo o areão é inerte. Por exemplo, coral, conchas do mar,
dolomita e calcário libertarão carbonatos no aquário aumentando a capacidade tampão
do pH. Quando se tem Ciclídeos dos lagos africanos, isto é desejável, mas na maior
parte dos casos, não vai querer que o areão afete a química da água. Como teste rápido,
deite um ácido (e.g. vinagre) no areão em questão. Se fumegar ou borbulhar, o areão irá
libertar carbonatos na água. Para ter a certeza absoluta, encha um balde de areão com
água e meça pH durante uma semana. Se o pH se mantiver estável, deve ser seguro usá-
lo no aquário.

Quando usado pela primeira vez, o areão deve ser bem lavado. Passe-o simplesmente
por várias águas até a água permanecer limpa (água da torneira é suficiente). Por
exemplo, ponha o areão num balde de água, encha-o, e revolva o areão. Deite fora a
água e repita o procedimento até que a água permaneça limpa. Antes de usar areão de
origem desconhecida (e.g. não comprada numa loja de peixes), pode como precaução
fervê-lo durante 15 minutos para matar bactérias prejudiciais.

Madeira petrificada e Decorações

É seguro colocar objetos dentro do aquário desde que sejam inertes, isto é, desde que
não libertem substâncias químicas na água. Muitos plásticos são inertes, assim como o
vidro e cerâmica.

A madeira pode libertar substancias na água, mudando o pH de uma forma


possivelmente inapropriada. A madeira petrificada liberta muitas vezes taninos e outros
ácidos húmicos na água (tal como a turfa), possivelmente desmineralizando-a e
baixando o pH. A água pode também adquirir um tom amarelado tipo chá. Esse tom não
é prejudicial e pode ser removido filtrando a água através de carvão ativado.

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Se usar madeira que tenha encontrado (e.g. bosque ou lago) ferva-a primeiro para matar
quaisquer patogênicos. Fervê-la (o tempo suficiente) também fará com que se afunde.

Luzes e Cobertura

Provavelmente quererá comprar luzes e uma cobertura. Uma cobertura evita que os
peixes saltem para fora do aquário e reduz a taxa de evaporação da água. Uma boa
cobertura praticamente sela o aquário (exceto o sitio onde estão o filtro e o aquecedor).
Pretende-se que a quantidade mínima de água se evapore dado que pode aumentar a
umidade da sala para níveis inaceitáveis e requer mais manutenção (i.e., terá de encher
de novo o aquário até ao nível uma ou duas vezes por semana para substituir a água
perdida).

Há dois tipos de coberturas. Completas, que incluem a luz e a cobertura numa única
peça. Incluem espaço para apenas 1 ou 2 (em paralelo) tubos de luz fluorescente, o que
chega para aquários só com peixes, mas não é normalmente suficiente para o
crescimento de plantas. Coberturas de vidro cobrem o aquário com dois faixas de vidro
ligadas por uma dobradiça de plástico, mas não incluem lâmpadas. Uma calha com luz à
parte usa-se conjuntamente. As coberturas de vidro são um pouco melhores para
aquários de plantas do que coberturas completas; pode-se melhorar ou mudar as
lâmpadas sem substituir completamente a cobertura, e em situações em que grandes
potências de luz são necessárias, consegue-se normalmente colocar mais lâmpadas
diretamente por cima do aquário.

A iluminação tem dois objetivos. Realça e mostra as cores dos seus peixes e fornece
energia (crítica) para as plantas (se existirem). Infelizmente, os dois objetivos são
contraditórios. Num aquário apenas com peixes, uma única lâmpada com poucos Watts
é suficiente para mostrar as verdadeiras cores dos peixes (a maioria dos peixes nem
gosta de iluminação muito forte). Se quiser manter plantas, no entanto, é necessária
maior iluminação, o espectro da lâmpada torna-se numa questão importante, e deverá
consultar a secção Iluminação na FAQ Plantas antes de comprar a luz ou cobertura.

Quer queira ou não manter plantas, luz fluorescente é o caminho a seguir. Lâmpadas
incandescentes libertam muito calor, fazendo com que o aquário aqueça demasiado no
Verão. As lâmpadas fluorescentes funcionam a temperaturas mais baixas e consomem
menos luz para a mesma quantidade de luz. Note que no Verão mesmo as lâmpadas
fluorescentes podem produzir calor suficiente para causar problemas de
sobreaquecimento, se a sua casa for muito quente (e.g. se viver nos trópicos e não tiver
ar condicionado).

Infelizmente a luz faz crescer não só as plantas, mas também algas. Se os seus aquários
contem muita luz do tipo da que as plantas desejam, e não tiver plantas, as algas
rapidamente irão encher o vazio. Assim, a iluminação ideal para aquários só de peixes
difere significativamente da de aquários com plantas. Dois componentes da luz são de
particular importância: intensidade (i.e. potência em Watts) e o espectro. As plantas
requerem luz intensa e certas regiões do espectro produzem mais crescimento do que
outras.

Diferentes tipos de lâmpadas produzem diferentes regiões espectrais. As chamadas


lâmpadas "espectro total" tentam reproduzir o espectro total do sol. São boas quer para

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o crescimento das plantas quer para realçar as cores naturais dos peixes. Lâmpadas
especiais para plantas (e.g. Gro-lux, etc.) evidenciam uma região do espectro que
estimula o crescimento das plantas. Estas lâmpadas fazem crescer bem as plantas (e as
algas também), mas os peixes não aparentam cores normais, dado que a luz não tem o
espectro da normal luz do sol. Os comuns tubos de luz "branca e fria" fornecem a luz
concebida para humanos em escritórios sem janelas, nem fazem crescer as plantas muito
bem, nem realçam as cores dos peixes. Como regra rápida, 2-4 watts/4 litros de
iluminação espectro-total (ou especializadas em plantas) é suficiente para plantas; para
aquários só de peixes, use menos de 1 watt/4 litros, e evite usar lâmpadas para plantas.

Cabeças motorizadas

Uma cabeça motorizada é uma bomba de água que funciona completamente submersa
no aquário. Normalmente encaixam-se nas tubagens associadas aos filtros de fundo,
puxando a água através dos mesmos. A corrente de água que sai pode normalmente ser
orientada em (quase) todas as direções, e é normal orientá-la de modo a que a água
circule pelo aquário agitando um pouco a superfície.

Bombas de ar

Uma bomba de ar bombeia o ar que borbulha dentro do seu aquário. Uma bomba de ar
serve dois propósitos. Primeiro, assegura que o seu aquário mantém uma adequada
concentração de oxigênio. Uma bomba de ar NÃO é necessária para este objetivo, desde
que o aquário mantenha um movimento de água adequado juntamente com alguma
agitação da superfície. Este é geralmente o caso quando se usa um filtro externo. Em
segundo lugar, as bombas de ar podem ser utilizadas para forçar a água a circular
através de um filtro. Se for usado um filtro de fundo, por exemplo, uma bomba de ar
produz bolhas que forçam a água a subir no tubo do filtro, forçando a água a circular
pelo filtro. Em grandes aquários, cabeças motorizadas efetuam a mesma função. Assim
uma bomba de ar não é necessária, desde que o aquário possua uma boa circulação de
água.

Suportes

Vai precisar de algum tipo de suporte para colocar o seu aquário. O suporte pode ser
especialmente concebido para suportar o seu aquário, ou mobiliário já existente. A
primeira coisa a considerar é se o suporte escolhido é indicado para o peso do aquário.
Quando cheio de água, os aquários pesam MUITO (a água pesa 1Kg/1l). Consulte as
tabelas na FAQ introdutória para especificações detalhadas sobre aquários com
tamanhos comuns.

Se viver numa casa antiga ou de construção menos cuidada tome em consideração a


forma como o peso se distribui entre as bases do suporte. Quanto maior a superfície da
base (pés), menor a pressão instantânea (por cm2) no chão. Não quer certamente que a
estrutura de suporte se afunde no soalho! Se estiver a planejar um grande aquário (e.g.
200l ou mais), certifique-se que o chão consegue suportar o peso com segurança. Para

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grandes aquários, tente colocar o aquário perpendicular às vigas de suporte do soalho
(de modo a que o peso se distribua por várias vigas). Colocar o aquário junto a uma
parede é mais seguro do que colocá-lo no meio de uma sala.

Os suportes devem manter o nível do aquário, de modo a manter o peso distribuído


corretamente. Um aquário não nivelado aplicará stress nos sítios errados da estrutura,
aumentando as hipóteses de o aquário se partir (sim, isto acontece por vezes). De modo
a distribuir mais corretamente o peso do aquário em cima do suporte é boa idéia colocar
uma folha de esferovite com cerca de 1 cm de espessura entre o aquário e o suporte.

Plantas

Há dois tipos de plantas (dependendo da pessoa com quem falar): as verdadeiras e as de


plástico. Ambos os tipos oferecem decoração e esconderijos para os peixes. As plantas
de plástico são (obviamente) mais fáceis de manter. Embora seja possível manter
plantas verdadeiras num aquário, nem sempre é trivial fazê-lo (e.g. as plantas têm
necessidades específicas de luz). Se estiver de todo interessado em manter plantas
verdadeiras, consulte a FAQ Plantas antes de comprar o aquário - especialmente a
cobertura.

Ferramentas de limpeza várias

Usar um sifão é a forma mais fácil de retirar água do aquário. Para grandes aquários,
usar uma mangueira ou outro longo tubo permite dispensar o uso de um balde e retirar a
água diretamente para o esgoto ou para o jardim. Quando retirar a água usando este
método deve também limpar (aspirar) o areão. Muitas mangueiras para mudar a água
que estão à venda em lojas de aquários incluem um acessório para limpeza do areão. A
idéia por detrás deste acessório é ligar uma "boca" larga na ponta do tubo sifão. Quando
o tubo é inserido no areão, o fluxo de água agita o areão, mas apenas os detritos são
suficientemente leves para serem aspirados. Note que a água suja que é removida do
aquário contém nitratos, o que a torna um excelente fertilizante para o seu jardim de
flores ou de vegetais.

Para remover algas das paredes laterais do seu aquário, um esfregão sem qualquer tipo
de detergente deve ser usado. Se tiver um aquário acrílico, tenha especial cuidado para
que o esfregão não seja demasiado duro por forma a não riscar o acrílico. Muitos tipos
de algas podem ser removidos usando lã de vidro (barata e não risca).

Alguns tipos de algas de crescimento lento não conseguem ser removidas com um
esfregão sem muito trabalho (e agitação no aquário). Uma lâmina de barbear funciona
melhor nestes casos. Vá à sua loja de peixes e compre um raspador que tenha um longo
(30 cm) cabo com uma lâmina de barbear numa das pontas. Uma lâmina de barbear
pode ser usada para remover seja o que for das paredes laterais do aquário. No entanto,
as lâminas de barbear _PODEM_ riscar o vidro se não for cuidadoso.

Os chamados "ímans de limpeza" também podem ser úteis para remover as algas. Um
bloco áspero no interior do aquário é mantido no sítio por um íman colocado no exterior
do aquário. Mexendo o íman no exterior, mexe o bloco áspero no interior, removendo as

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algas sem ter de colocar todo o braço dentro do aquário. Os melhores ímans de limpeza
são os que têm um forte campo magnético (e.g. grandes ímanes), e funcionam melhor
em pequenos aquários, que têm vidros mais finos.

Uma escova de dentes é uma das mais eficazes ferramentas para remover algas de
dentro de tubagens plásticas.

Balde para mudança de água

Vai precisar pelo menos de um balde para adicionar ou retirar água do aquário. Use o
maior balde que consiga usar confortavelmente (e.g. até 20l). Use-o apenas para o seu
aquário e nunca ponha quaisquer químicos dentro.

Redes

Vai precisar de pelo menos uma rede para peixes, e ter duas é melhor, apanhar peixes é
mais fácil se usar uma rede de modo a levar o peixe para dentro de outra. Redes com
uma malha fina são mais difíceis de usar devido à maior resistência que oferecem
passagem de água. O tamanho da rede ideal depende claro do tamanho dos seus peixes.

Nota: apanhar peixes com rede pode ser traumatizante. Particularmente, a rede raspa
algumas das escamas da camada protetora do peixe. Se possível, quando apanhar
peixes, use uma rede para levar o peixe para dentro de um pequeno recipiente de
plástico ou jarro de vidro.

Teste Kits

Provavelmente quererá comprar alguns kits de teste para medir coisas como
concentrações de amônia. Dado que há tantos kits, as recomendações de quais
comprarem são dadas numa seção separada: A FAQ de Test Kits.

Água Doce: Procurando uma Boa Loja de Aquariofilia

Tal como todos os negócios, as lojas de peixes têm de ganhar dinheiro para
sobreviverem. Infelizmente, algumas estão mais interessadas nos lucros do que em
vender-lhe apenas o que precisa e nada mais. Como resultado, um cliente inteligente é
um comprador cauteloso.

É claro que nenhuma loja é sempre 100% perfeita, mas a diferença entre uma boa loja e
uma loja fraca pode ser enorme assim que visitar algumas. Visite uma loja várias vezes,
e não confie apenas numa experiência. Se existirem maus indicadores em várias visitas,
procure outra loja.

A seguir destacam-se alguns dos pontos que distinguem uma boa e reputada loja de uma
que deve evitar.

Se os peixes não têm bom aspecto na loja, provavelmente não irão sobreviver muito
tempo após os levar para casa, talvez já tenham passado o ponto de possível retorno do
stress que possuem.

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1. Os aquários da loja devem estar limpos e os peixes terem aspecto saudável, e
sem stress (e.g. sem barbatanas rasgadas, boas cores., peixes ativos, etc.). Os
peixes mortos são removidos rapidamente? Em todas as lojas alguns peixes
morrem nos aquários; as boas lojas retiram rapidamente (peixes cobertos de
fungos já morreram provavelmente há bastante tempo).
2. Algum peixe mostra sinais de doenças tais como íctio (pequenos pontos
brancos)? Uma boa loja recusa-se a vender-lhe _QUALQUER_ peixe de um
aquário que tenha íctio, mesmo que o peixe que pretende tenha bom aspecto.
3. Têm peixes incompatíveis misturados no mesmo aquário? Se sim, como pode
confiar nos conselhos que lhe derem a respeito de habitantes compatíveis para o
seu aquário?
4. Confirme as regras da casa sobre devolução de peixes. Uma boa loja dá-lhe
crédito total em mortes de peixes poucos dias após a sua compra, desde que
traga uma amostra da sua água de modo a testarem o nível de amônia.
5. As pessoas responsáveis pelas vendas têm conhecimentos sobre o que estão a
vender? Numa boa loja fazem-lhe perguntas sobre o seu aquário (tamanho,
habitantes, etc.) de modo a perceberem se um possível peixe em que esteja
interessado é uma boa compra para o seu aquário. Uma má loja vender-lhe-á seja
o que for a que esteja interessado; ficarão contentes por lhe vender mais peixes
após os habitantes incompatíveis se terem morto uns aos outros. Para
aquariofilistas iniciados, uma boa loja gastará algum tempo para lhe explicar o
ciclo do azoto, e aconselha-o a adiar a compra de peixes até que o aquário tenha
estabilizado. Uma má loja não lhe explicará o ciclo do azoto, até que volte uns
dias mais tarde perguntando por que morreram os seus peixes (assim podem
vender-lhe mais peixes, e talvez "bactérias nitrificadoras" para acompanhar!).
Faça muitas perguntas. Cuidado com respostas vagas; é o sinal de que o
vendedor não sabe a resposta (e não está com vontade de descobri-la), claro. Por
exemplo, aquele pequenino Oscar? Uma boa loja avisa-o que os oscares ficam
MUITO grandes, e verificará se o seu aquário é suficientemente grande e que
nenhum dos habitantes será comido pelo Oscar. Uma má loja ficará em silêncio.
6. Cuidado com a adição de medicamentos ao seu aquário; frequentemente não
funcionam ou são desnecessários. (Veja a FAQ de doenças). Uma boa loja
pergunta-lhe primeiro acerca da qualidade da água do seu aquário, verifica se o
ciclo está completo, etc. e sugere mudanças de água. Também só recomenda
medicação se conseguir identificar a doença. Uma "má" loja encoraja-o a
comprar medicamentos, sem verificar se o medicamento em questão é útil para
combater o problema especifico que tem. Uma boa loja pergunta-lhe que peixes
têm no aquário, dado que alguns medicamentos são tóxicos para certas espécies
de peixes. Uma má loja deixa-o descobrir da pior maneira.
7. Como regra (muito) geral, as lojas especializadas em aquários são melhores do
que lojas que "também" vendem peixes. No primeiro caso, uma má loja não terá
grande negócio em longo prazo (só irão enganar os clientes uma ou duas vezes)
e eventualmente ficarão sem negócio. No segundo caso, a secção de peixes pode
continuar a perder dinheiro, mas a loja continuará a funcionar porque as outras
secções (cachorros, pássaros, etc.) continuam a faturar. É claro, há exceções.
8. Por fim, comprar peixes na loja mais barata não é necessariamente um bom
negócio. Um peixe saudável merece um pagamento extra. Um peixe doente pode
infectar todos os habitantes do aquário ou morrer pouco após a sua compra;
grande pechincha.

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Será que se detecta aqui um padrão? Uma boa loja é conhecedora dos produtos que
vende a gastará tempo para se certificar que o cliente está a fazer uma compra que o
deixará contente em longo prazo. Querem negociar consigo no futuro. Uma má loja
encoraja-o a comprar coisas que não precisa.

Água Doce: Tratamento da Água:

Água Canalizada

Muitas pessoas usam água da torneira no aquário; é mais barata e fácil de usar.
Infelizmente (para os aquariofilistas), as companhias da água adicionam químicos à
água de modo a torná-la segura para beber (e.g., cloro, cloramina para matar as
bactérias). Mais recentemente, preocupações acerca da água em velhos tubos de
chumbo provocaram que se começasse a adicionar químicos que aumentam o pH à água
(porque o chumbo dissolve-se menos em água alcalina). Consequentemente, a água da
torneira tem de ser especialmente tratada antes de ser utilizada com segurança em
aquários de peixes.

Outro problema potencial tem a ver com as variações nas propriedades químicas do
fornecimento de água ao longo do tempo (e.g., mês a mês). Algumas zonas não têm
água suficiente, vendo-se assim obrigadas a comprar água a zonas vizinhas em tempo de
escassez. Se essa água tiver propriedades químicas diferentes (e.g. dureza), a química da
água da torneira vai também variar. Como exemplo comum, altos níveis de bactérias
são um problema maior no Verão do que no Inverno, especialmente em climas quentes.
Em conseqüência, não é invulgar as companhias usarem mais cloro nos meses de Verão
para manter as bactérias sob controlo. Até mesmo os fatores como o tempo local podem
ter impacto; fortes chuvas podem ter como causa uma baixa na dureza do seu
fornecimento de água à medida que os reservatórios locais se enchem.

Em geral o cloro e a cloramina são os dois aditivos que causam maiores problemas.
Note que estas duas substâncias são MUITO DIFERENTES! Assegure-se que sabe o
que existe na água da sua torneira e trate-a de forma correta.

Cloro

Nos EUA, as orientações exigem que a água da rede em qualquer torneira contenha uma
concentração mínima de cloro de 0,2 ppm, reduzindo assim a concentração de bactérias
(estas podem exigir mais do que 0.2 ppm de cloro para serem mantidas sob controlo).
Dado que o cloro se decompõe com o tempo, a concentração de cloro que surge em sua
casa é menor do que a que é colocada na origem. Assim a concentração exata na
torneira depende da distância do abastecimento, quanto tempo demora a chegar do
abastecimento a sua casa, quanto cloro é inicialmente adicionado.

O cloro em altas concentrações é fatal para os peixes; em baixas concentrações perturba


os peixes danificando-lhes as guelras.

Concentrações tão baixas como 0.2-0.3 ppm matarão a maioria dos peixes bastante
depressa. Para prevenir perturbações as concentrações máximas admissíveis são da

27
ordem de 0.003 ppm. Felizmente o cloro pode ser facilmente removido da água através
do químico tiosulfato de sódio, disponível em lojas de peixes nas mais variadas marcas.
O tiosulfato de sódio neutraliza o cloro instantaneamente. Note que existem muitos
produtos de "tratamento de água" publicitados como "torna a água da torneira segura".
Leia os rótulos cuidadosamente. Inevitavelmente, todos os que neutralizam o cloro
contém tiosulfato de sódio, mais outras substâncias que podem ou não ser úteis. Se a sua
água contém apenas cloro (ao contrário da cloramina), tiosulfato de sódio é tudo o que
precisa. O tratamento com um custo mais eficiente consiste numa gota por cada 4 litros
de água. Muitos outros tratamentos são muito mais caros em longo prazo; podem
requerer uma colher de chá (ou mais) por cada 4 litros!

O cloro é relativamente instável na água, escapando-se para a atmosfera por si própria.


A água num balde (ou aquário) com adequada circulação (e.g. filtro ou pedra difusora)
ficará sem cloro ao fim de 24 horas ou menos.

Muitas pessoas na NET dizem que não fazem qualquer tratamento à água da torneira
sempre que efetuam mudanças parciais de água. Tenha em atenção que, embora os
peixes não exibam APARENTEMENTE sinais de doença, isso não significa que o cloro
não esteja a afetar os peixes. O nível de perturbação depende do nível de cloro
introduzido no aquário, que depende de muitos outros fatores (incluindo a percentagem
de água adicionada). Dado que os removedores de cloro são tão baratos a segurança que
fornecem não deve ser desprezada.

Cloramina

Um dos problemas ao usar cloro para tratar a água é que este se decompõe muito
rapidamente. Outra preocupação com o uso de cloro é que podem surgir, na associação
com certas matérias orgânicas, trialometanos, uma família de cancerígenos.
Consequentemente, muitas companhias mudaram do cloro para a cloramina. A
cloramina é um composto que contém cloro e amônia, é muito mais estável do que o
cloro.

A cloramina coloca duas significativas dores de cabeça aos aquariofilistas. Primeiro, os


únicos produtos neutralizadores de cloro, do tipo tiosulfato de sódio, só neutralizam a
parte de cloro, deixando o problema maior: a mortal amônia. As conseqüências podem
ser devastadoras para os peixes. Embora o filtro biológico do aquário converta
(eventualmente) a amônia em nitratos, o tempo que demora a fazê-lo pode ser superior à
capacidade de resistência dos peixes.

O segundo problema está relacionado com as mudanças de água parciais. Uma das
principais razões para efetuar mudanças parciais de água regular prende-se com a
remoção de nitratos que se acumulam. Se a água de substituição contém amônia, está a
colocar o azoto novamente no aquário e é impossível reduzir os nitratos abaixo da
concentração da torneira. Felizmente, as concentrações da água da torneira são
relativamente baixas (1 ou 2 ppm); você terá provavelmente uma concentração muito
superior no aquário.

A cloramina pode ser neutralizada com segurança através de produtos como Amquel,
que neutralizam ambos os compostos, a amônia e o cloro, das moléculas de cloramina.
A amônia neutralizada ainda será convertida para nitritos e nitratos via filtro biológico.

28
Outro método de neutralizar o cloramina é envelhecer a água à medida que se faz
filtragem biológica. Por exemplo, arranje um contentor de lixo (plástico) de tamanho
apropriado, encha-o de água, elimine o cloro com tiosulfato de sódio, e então ligue um
filtro biológico já estabelecido. Tal como no seu aquário, o filtro biológico converte a
amônia em nitrato, após o que pode ser adicionada ao seu aquário com segurança. Note:
é necessário juntar tiosulfato de sódio para neutralizar o cloro; senão o cloro mata as
bactérias do filtro biológico.

Em alternativa, a amônia pode ser removida filtrando a água através de zeolite ou


carvão ativado antes de adicioná-la ao seu aquário. Nota: há notícias divergentes sobre o
sucesso deste método. Se tiver experiências concretas (positivas ou negativas), por
favor, avise a equipa de manutenção desta FAQ.

Outras impurezas da água a que deve estar atento

Além dos aditivos descritos acima (cloro e cloramina), a água canalizada pode conter
outros elementos que o aquariofilista precisará conhecer. A água em alguns locais
contém realmente nitratos. Noutros locais, a água contém elevadas concentrações de
fosfatos (1ppm ou mais). Elevada concentração de fosfatos tem sido ligada a problemas
com algas. Uma estratégia de controle de algas pode exigir a remoção de fosfatos. Altos
níveis de ferro (1ppm ou mais) também têm sido ligados à ameaça das algas. Consulte a
secção algas desta FAQ para mais detalhes.

Como saber quais os aditivos usados que a sua companhia de água local

O mais simples é perguntar a quem sabe. Uma loja de peixes local (se pertence ao
mesmo conselho) deve ser capaz de informá-lo. Alternativamente, telefone para o
escritório da companhia de água. Peça para falar com o "químico da água", diga-lhe que
é um aquariofilista e que querem saber quais são os valores do pH, GH e KH da sua
água, bem como a variação das características da água ao longo dos meses. Por fim (nos
EUA) se quer mesmo detalhes, peça-lhe para lhe mandarem uma cópia do relatório
periódico que fornecem à EPA. Contém uma lista detalhada e exata do que a sua água
contém e em que concentrações (e.g. ferro, nitratos, fosfatos, etc.). Por lei, o relatório
está disponível para inspecção publica.

Água do Poço

Pode ser que tenha acesso à água de poço ou furo em vez de água da rede municipal.
Uma vantagem é que não tem de lidar com cloro ou cloramina. Por outro lado, a água
de poços é frequentemente muito mais dura do que a água disponível através de serviços
locais. Além disso, a única forma de saber a sua composição (GH, KH, etc.) é efetuar
testes. Em alternativa há empresas que efetuam análises detalhadas do seu conteúdo
embora essas análises possam ser dispendiosas.

Um dos problemas ao usar água de poços é que frequentemente contém altas


concentrações de gases dissolvidos (que serão perigosos para os peixes). Por exemplo, a
água de poços está frequentemente saturada com CO2, o que baixa o seu pH. Uma vez o
CO2 libertado, o pH aumentará. Os peixes não devem estar sujeitos a tais flutuações
temporárias do pH. Por uma questão de segurança, areje a água de poços
convenientemente por várias horas antes de adicioná-la ao seu aquário.

29
Água Doce: O Ciclo do Azoto e o Síndrome do Novo Aquário

O que é o Ciclo do Azoto?

Tal como todas as criaturas vivas, os peixes libertam excrementos (excrementos dos
rebordos). Estes compostos à base de nitrogênio decompõem-se em amônia (NH3), que
é altamente tóxica para a maioria dos peixes. Na natureza, o volume de água por peixe é
extremamente alto, e os resíduos diluem-se para baixas concentrações. No aquário, ao
contrário, pode demorar tão pouco como algumas horas para que as concentrações de
amônia atinjam níveis tóxicos.

Quanta amônia é demais? A resposta rápida é: se um kit de teste é capaz de medi-la, já é


demais (i.e. está em concentrações que pode prejudicar os peixes). Considere ações de
emergência (mudanças de água, zeólitos, argila) para reduzir o perigo.

Falando em termos de aquários, o "ciclo do azoto" (mais precisamente, o ciclo de


nitrificação) é o processo biológico que converte a amônia noutros, relativamente
inofensivos, compostos de azoto. Felizmente, existem bactérias que fazem esta
conversão para nós. Algumas espécies convertem amônia (NH3) para nitritos (NO2-),
enquanto outras convertem os nitritos para nitratos (NO3-). Assim "fazer o ciclo do o
aquário" refere-se ao processo de estabelecer colônias de bactérias no substrato filtrante
que convertem amônia -> nitritos -> nitratos.

As espécies desejáveis de bactérias nitrificadoras estão presentes em todo o lado (e.g. no


ar). Portanto assim que tiver amônia no aquário é apenas uma questão de tempo antes
que as bactérias desejáveis estabeleçam uma colônia no substrato do seu filtro. A
melhor maneira de conseguir isto é colocar um ou dois (ênfase no UM ou DOIS) peixes
resistentes e baratos no seu aquário. Os detritos dos peixes contêm amônia das quais as
bactérias vivem. Não dê comida a mais! Mais comida significa mais amônia! Sugestões
para algumas espécies são: peixes dourados comuns (para tanques de água fria), zebras,
barbos para tanques de água quente e peixes donzela em aquários de água salgada.

30
Durante o processo de ciclo, os níveis de amônia vão subir e depois repentinamente
baixar à medida que as bactérias formadoras de nitritos se estabelecerem. Dado que as
bactérias formadoras de nitrato só começam a aparecer quando houver nitritos presentes
em quantidade suficiente, os níveis de nitrato vão disparar (à medida que a amônia
acumulada é convertida), continuando a subir à medida que a amônia produzida é
convertida em nitritos. Uma vez as bactérias formadoras de nitratos estejam
estabelecidas, os níveis de nitritos vão cair, os níveis de nitratos vão subir, e o aquário
está em ciclo.

O seu aquário estará totalmente em ciclo assim que haja produção de nitratos (e os
níveis de amônia e de nitritos sejam zero). Para determinar quando o ciclo está
completo, compre os kits de teste apropriados e meça os níveis, ou leve uma amostra de
água à loja de peixes deixando-os efetuar os testes por si (talvez por uma pequena
quantia). O processo de ciclo demora normalmente entre 2 a 6 semanas. As
temperaturas abaixo de 21C demoram mais a fazer o ciclo do aquário. Em comparação
com outros tipos de bactérias, as bactérias nitrificadoras crescem lentamente. Em
condições ótimas, são precisas 15 horas para uma colônia duplicar de tamanho!

Muitas vezes é possível acelerar o tempo de ciclo. Alguns procedimentos comuns são
descritos mais abaixo nesta secção.

Cuidado: EVITE A TENTAÇÃO DE COMPRAR MAIS PEIXES ATÉ QUE O SEU


AQUÁRIO TENHA EFECTUADO O CICLO COMPLETO! Mais peixes significa maior
produção de amônia, prejudicando o seu bem estar e provavelmente causando mortes.
Uma vez atingidos níveis de amônia altamente prejudiciais ou tóxicos, o seu aquário
sucumbiu à “Síndrome do aquário novo", o aquário ainda não está totalmente em ciclo e
a amônia acumulada tem concentrações letais para os peixes.

Quanta amônia é demais?

Num aquário estabelecido, a amônia não deve ser detectada usando os test kits comuns,
disponíveis nas lojas. A presença de níveis detectáveis indica que o filtro biológico não
está a trabalhar em condições, ou porque o aquário ainda não estabilizou
completamente, ou porque o filtro não está a funcionar de forma adequada (e.g.
demasiado pequeno para a carga de peixes, entupido, etc.) É imperativo que trate do
problema (o filtro) conjuntamente com os sintomas (altos níveis de amônia).

A concentração letal para os peixes varia entre espécies; algumas são mais tolerantes do
que outras. Além disso, outros fatores, tais como a temperatura da água e a química têm
um papel importante. Por exemplo, a amônia (NH3) muda continuamente para
amoníaco (NH4+) e vice-versa, com as concentrações relativas de cada um dependendo
da temperatura da água e do pH. A amônia é extremamente tóxica: o amoníaco é
relativamente inofensivo. As altas temperaturas e pH há mais azoto na forma de amônia
do que com um baixo pH.

Os testes kits comuns medem a amônia total (amônia + amoníaco) sem distinguir entre
as duas formas. O quadro seguinte dá-nos a quantidade máxima de amônia-N em mg/L
(ppm) que pode ser considerada segura a uma dada temperatura e pH. De novo, note

31
que um aquário com um filtro biológico estabelecido não terá amônia detectável; este
quadro é apenas para fins de emergência. Se os seus níveis se aproximam ou excedem
os níveis mostrados, tome medidas de emergência IMEDIATAMENTE.

Temperatura da água
pH 20C(68F) 25C(77F)
________________________________
6.5 15.4 11.1
7.0 5.0 3.6
7.5 1.6 1.2
8.0 0.5 0.4
8.5 0.2 0.1

Minimize o stress dos peixes durante o ciclo

Se os níveis de amônia se tornar altos durante o processo de ciclo devem ser tomados
medidas corretivas de modo a prevenir a morte dos peixes. Provavelmente será
necessário efetuar uma seqüência de mudanças parciais de água, diluindo a amônia para
níveis seguros.

Como medida de precaução final, vários produtos comerciais (i.e. “Amquel ou “Amno-
Lock”“.) neutralizam com segurança a toxicidade da amônia. Amquel não remove a
amônia, apenas neutraliza a sua toxicidade. Filtragem biológica é sempre necessária
para converter a amônia (neutralizada) em nitritos e nitratos. Assim, adicionando
Amquel, a amônia produzida pelos peixes é neutralizada instantaneamente, no entanto
ainda permite a continuação do ciclo do azoto. Usar Amquel durante a fase de ciclo tem,
no entanto, uma significante desvantagem. Amquel e produtos similares podem
provocar falsas leituras em teste kits, tornando difícil determinar exatamente quando o
ciclo se completou.

Também é possível fazer o ciclo de um aquário sem adicionar peixes. O papel dos
peixes no processo de ciclo é apenas a produção constante de amônia; o mesmo efeito
consegue-se adicionando formas químicas de amônia manualmente (e.g. cloreto de
amoníaco). No entanto é um pouco mais complicado do que usar peixes porque a
química da água precisa de ser controlada mais de perto de modo a adicionar a
quantidade certa de amônia diariamente.

32
Acelerando o processo de ciclo

O ciclo do azoto pode ser acelerado ou ter uma boa ajuda de diversas maneiras.
Infelizmente requerem o acesso a um aquário já estabelecido, o que um aquariofilista
principiante pode não ter disponível. A idéia principal é encontrar um aquário já
estabelecido, tirar algumas das bactérias e colocá-las no novo aquário.

Muitos filtros têm uma esponja ou lã no interior, à qual as bactérias nitrificantes


aderem. Colocando todo ou parte desse conteúdo (proveniente de um aquário
estabelecido) no interior do filtro do novo aquário acelera um pouco as coisas.

Se o aquário já estabelecido usa um filtro de fundo, as bactérias nitrificadoras aderem ao


areão. Leve algum do areão (uma chávena ou mais) e suspenda-o, embrulhado num saco
de pano, dentro do seu filtro (se possível), ou disponha-o por cima do areão do aquário
novo (se este tiver um filtro de fundo).

Se tiver um filtro externo, de esponja ou de canto, ligue-o a um aquário estabelecido e


deixe-o funcionar durante mais ou menos uma semana. As bactérias na água irão
estabelecer uma colônia no novo filtro. Após uma semana mude o filtro, já "cultivado",
para o novo aquário.

Ultimamente, produtos que contêm colônias de bactérias nitrificadoras estão disponíveis


nas lojas de animais (e.g. "Fritz", "Bio-zyme", "Cycle"). Em teoria, adicionar bactérias
acelera o processo de colonização. A experiência na "net" com estes produtos tem sido
contraditória: algumas pessoas têm sucesso, enquanto outras avisam que não funciona
de todo. Em princípio, tais produtos deveriam funcionar bem. No entanto, as bactérias
nitrificadoras não conseguem viver indefinidamente sem oxigênio e alimento. Assim, a
eficácia do produto depende da sua frescura e pode ser afetada por uma má utilização
(e.g. sobreaquecimento). Infelizmente, estes produtos não vêm com data de embalagem,
assim não há forma de saber a idade que têm.

Algumas (não muitas) lojas de aquários fornecem aos compradores uma chávena de
areão de um aquário já estabelecido. Uma palavra de cuidado é apropriada nesta altura.
Devido à natureza do negócio, os aquários das lojas muito provavelmente contêm
agentes patogênicos indesejáveis (bactérias, parasitas, etc.), não quer certamente inseri-
los num aquário já em ciclo. Para alguém que está a montar o seu primeiro aquário, no
entanto, todos os peixes serão provavelmente comprados nessa mesma loja, assim o
perigo é relativamente pequeno, dado que os novos peixes já estiveram expostos aos
mesmos agentes patogênicos. Se possível faça o ciclo com bactérias que não sejam
provenientes de um aquário de uma loja.

Claro que há muitas variações ao que foi dito que também funcionam. No entanto, é um
pouco difícil dar uma receita exata que funcione de certeza. O melhor é usar uma atitude
conservadora e não adicionar peixes muito rapidamente. Além disso, teste a água para
se certificar que os nitratos estão a ser produzidos, eliminando o trabalho de adivinhar
quando o seu aquário está em ciclo.

33
Água Doce: Química da Água

O que precisa saber acerca da química da água e por que

A água na natureza raramente é pura no sentido de "água destilada"; contêm sais


dissolvidos, substâncias tampão; nutrientes, etc., com concentrações várias dependendo
das condições locais. Os peixes (e as plantas) evoluíram ao longo de milhões de anos
para as condições de água especificas dos seus habitares nativos e podem não conseguir
sobreviver em ambientes significativamente diferentes.

Os principiantes (especialmente os preguiçosos) devem efetuar uma abordagem fácil na


tarefa de selecionar peixes cujas necessidades estejam de acordo com as qualidades da
sua água da torneira. Pelo contrário um aquariofilista avançado (e energético!) pode
mudar as características da água de modo a condizerem com as necessidades dos peixes,
embora fazê-lo é quase sempre mais difícil do que parece a principio. Em qualquer dos
casos, precisa saber o suficiente acerca da química da água de modo a assegurar-se que
a água no seu aquário tem as características certas para os peixes que mantém.

A água tem quatro propriedades mesuráveis que são normalmente usadas para
caracterizar a sua química. É o pH; capacidade tampão; dureza geral e salinidade. Há
também vários nutrientes e elementos residuais.

pH

O pH refere-se à água ser um ácido, uma base, ou nenhum deles (neutra). Um pH de 7


diz-se neutro, um pH abaixo de 7 é "ácido" e um pH acima de 7 é "básico" ou
"alcalino". Tal como a escala de Richter usada para medir terremotos, a escala do pH é
logarítmica. Um pH de 5,5 é 10 vezes mais ácido do que água com um pH de 6,5.
Assim, alterar um pouco o pH (de repente) é uma mudança mais química (e mais
perturbadora para os peixes) do que poderia parecer.

Para que tem peixes, dois aspectos do pH são importantes. Primeiras mudanças rápidas
no pH são perturbadoras para os peixes e devem ser evitadas. Sabe-se que mudar o pH
mais de 0,3 unidades por dia causa perturbação nos peixes. Assim, é importante que o
pH do seu aquário permaneça constante e estável durante muito tempo. Em segundo
lugar, os peixes adaptaram-se a sobreviver num dado (por vezes pequeno) intervalo da
escala de pH. Deve ter a certeza que o pH do seu aquário é compatível com as
necessidades especificas dos peixes que mantém.

Muitos peixes conseguem adaptar-se a um pH um pouco fora do intervalo ótimo. Se o


pH da sua água está normalmente no limite 6,5 a 7,5, pode manter a maioria das
espécies de peixes sem qualquer problema. Se o seu pH permanece neste intervalo, não
há provavelmente necessidade de ajuste para cima ou para baixo.

Capacidade tampão (KH, Alcalinidade)

A capacidade tampão refere-se à capacidade da água de manter estável o seu pH à


medida que se adicionam ácidos ou bases. A capacidade tampão e o pH estão
interligados, embora se pudesse pensar que adicionar iguais volumes de ácido e de água
neutra resultasse num pH intermédio, isto raramente acontece na prática. Se a água tem

34
capacidade tampão suficiente, esta absorve e neutraliza os ácidos adicionados em mudar
significativamente o pH. Conceptualmente, um tampão age como uma esponja. À
medida que se adiciona mais ácido, a "esponja" absorve o ácido sem grande alteração
do pH. A capacidade da esponja é limitada, no entanto; assim que a capacidade tampão
se gasta, o pH muda mais rapidamente à medida que se adiciona ácido.

O tampão tem conseqüências positivas e negativas. Pelo lado positivo, o ciclo do azoto
produz ácido nítrico (nitrato). Sem capacidade tampão, o pH do seu aquário baixaria ao
longo do tempo (isto é mau). Com capacidade tampão suficiente, o pH fica estável (isto
é bom). Pelo lado negativo, a água dura da torneira quase sempre tem uma grande
capacidade tampão. Se o pH da água não é demasiadamente alto para os seus peixes, a
capacidade tampão torna difícil baixar o pH para um valor mais apropriado. Tentativas
ingênuas de mudar o pH da água falham normalmente por se ignorar o efeito tampão.

Nos aquários de água doce, a maior parte da capacidade tampão deve-se a carbonatos e
bicarbonatos. Assim, os termos "dureza dos carbonatos" (KH), "alcalinidade" e
"capacidade tampão" são usados indistintamente. Embora tecnicamente não signifiquem
a mesma coisa, são equivalentes na prática no contexto da aquariofilia. Nota: o termo
"alcalinidade" não deve ser confundido com o termo “alcalino”. Alcalinidade refere-se à
capacidade tampão, enquanto alcalina refere-se a uma solução que é base (i.e., pH>7)

Qual a quantidade tampão que o seu aquário necessita? Muitos kits de teste da
capacidade tampão do seu aquário, medem o KH. Quanto maior o KH, maior a
resistência a mudanças de pH da sua água. O KH de um aquário deverá ser
suficientemente alto para evitar variações de pH ao longo do tempo. Se o KH for
inferior a sensivelmente 4,5 dH, deve prestar especial atenção ao pH do seu aquário
(e.g., teste semanalmente, até ter uma idéia da estabilidade do pH do aquário). Isto é
_ESPECIALMENTE_ importante se não troca muitas vezes a água. Em particular, o
ciclo do azoto cria uma tendência para o pH de um aquário estabilizado diminuir ao
longo do tempo. O montante exato da variação do pH depende da quantidade e da taxa
de produção de nitratos, bem como do KH. Se o seu pH cair mais do que sensivelmente
0,2 ao longo de um mês, devemos considerar aumentar o KH ou fazer mudanças
parciais de água mais vezes. O KH não afeta os peixes diretamente, assim não há
necessidade de compatibilizar as espécies de peixes com um dado KH.

Nota: Não é boa idéia usar água destilada no seu aquário. Por definição, a água destilada
não tem qualquer KH. Isso significa que adicionando mesmo uma pequena quantidade
de ácido existirá uma variação considerável de pH (perturbando os peixes). Devido à
sua instabilidade, a água destilada (ou qualquer outra água pura) nunca é usada
diretamente. Água da torneira ou outros sais devem ser adicionados de modo a aumentar
o GH e o KH.

Dureza geral (GH)

A dureza geral (GH) refere-se à concentração dissolvida de magnésio e íons de cálcio.


Quando se diz que os peixes preferem água "macia" ou "dura", isto é o GH (não o KH)
que está a ser referido.

Nota: o GH, o KH e o pH formam o Triângulo das Bermudas da química da água.


Embora estas três propriedades sejam distintas, todas interagem entre si a vários níveis,

35
tornando difícil ajustar uma sem qualquer impacto nas outras. Isto é uma das razões
porque os aquariofilistas principiantes são aconselhados a _NÃO_ mexer nestes
parâmetros a não ser em caso de absoluta necessidade. Por exemplo, as fontes calcárias
fornecem normalmente água "dura". Os calcários contem carbonato de cálcio, que
quando dissolvido na água aumenta o GH (do cálcio) e o KH (dos carbonatos).
Aumentando o KH normalmente também se aumenta o pH. Conceptualmente, o KH
atua como uma "esponja" absorvendo o ácido presente na água, aumentando o pH desta.

A dureza da água segue as seguintes linhas de orientação. A unidade dH significa "grau


de dureza", enquanto ppm significa "partes por milhão", o que é sensivelmente
equivalente à mg/L de água. Uma unidade dH equivale a 17,8 ppm CaCO3. Muitos kits
de teste dão à dureza em unidades de CaCO3; isto significa que a dureza é equivalente a
essa quantidade de CaCO3 na água mas não significa que provenha efetivamente do
CaCO3.

Dureza Geral

0 - 4 dH, 0 - 70 ppm : muito macia


4 - 8 dH, 70 - 140 ppm: macia.
8 - 12 dH, 140 - 210 ppm: dureza média.
12 - 18 dH, 210 - 320 ppm : alguma dureza
18 - 30 dH, 320 - 530 ppm: dura.
superior: rocha liquida (Lago Malawi e Los Angeles, CA)

Salinidade

A salinidade refere-se à quantidade total de substâncias dissolvidas. As medidas de


salinidade contam ambos os componentes GH e KH bem como outras substâncias como
o sódio. Saber a salinidade da água torna-se importante em aquários de água salgada.
Em aquários de água doce, saber o pH, GH e KH são suficientes.

A salinidade é usualmente expressa em termos da sua gravidade específica, a relação do


peso de uma solução para o peso de igual volume de água destilada. Dado que a água se
expande quando aquecida (mudando de densidade), usa-se uma temperatura comum de
referência de 15 C. A salinidade é medida com um densímetro, que é calibrado para
uso a uma dada temperatura (e.g., 24 C é o normal).

Um componente da salinidade que nem o GH nem o KH incluem é o sódio. Alguns


peixes de água doce toleram (ou mesmo preferem) uma pequena quantidade de sal
(estimula o crescimento de escamas). Além do mais, os parasitas (e.g., íctio) não
toleram o sal de todo. Assim, sal em concentrações de (até) 1 colher de sopa por cada 20
litros podem mesmo prevenir e curar o íctio e outras infecções parasitárias.

Por outro lado, algumas espécies de peixes não toleram bem _QUALQUER_ sal. Peixes
sem escamas (em geral) e a maioria dos peixe-gato Corydoras são muito mais sensíveis
ao sal do que a maioria dos peixes de água doce - Junte sal apenas se tiver a certeza de
que todos os habitantes do seu aquário o preferem ou conseguem pelo menos tolerá-lo.

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Nutrientes e elementos residuais

Além do GH, KH, pH e salinidade, existem mais algumas substâncias que deve
conhecer. A maioria da água da torneira contém um conjunto de nutrientes e elementos
residuais em muito baixas concentrações. A presença (ou ausência) de elementos
residuais pode ser importante em algumas situações, especificamente:

• nitratos, que são discutidos em grande detalhe nesta FAQ em conjunção com o
ciclo de azoto;
• Fosfatos, o segundo mais proeminente nutriente. Os fosfatos têm sido ligados ao
crescimento de algas. Se tiver persistentes problemas com algas, um alto nível
de fosfatos pode ser o fator contribuinte. Num aquário com plantas, os níveis de
fosfatos ideais são 0,2 mg/L ou menos. Para controlar as algas, trocas freqüentes
de água são muitas vezes recomendadas para reduzir o nível de nutrientes. Se as
águas da sua torneira contem excesso de fosfatos, as trocas podem agravar a
situação. A sua companhia de água local pode dizer-lhe qual é o nível exato de
fosfatos.
• Ferro, magnésio e outros elementos residuais. As plantas precisam de ferro
pequenas quantidades para crescer. As águas da torneira em muitas áreas não
contem qualquer ferro.

Alterar a química da água

Endurecer a sua água (aumentar o GH e/ou o KH)

As medidas seguintes são aproximadas; use um kit de teste para verificar que atingiu os
resultados pretendidos.

Para subir ambos o GH e o KH simultaneamente, junte carbonato de cálcio (CaCO3).


1/2 colher de chá por cada 50 litros de água aumentará ambos o KH e o GH em cerca de
3-4 dH. Alternativamente, junte algumas conchas, corais, calcário, pedaços de mármore,
etc. ao seu filtro.

Para subir o KH sem subir o GH, junte bicarbonato de sódio (NaHCO3). Uma colher de
chá por cada 50 litros aumenta o KH em cerca de 4 dH. O bicarbonato de sódio leva a
um valor de equilíbrio de 8,2.

Subir e baixar o pH

Pode-se subir ou baixar o pH juntado químicos. Devido ao efeito tampão, no entanto, o


processo é difícil de efetuar. Aumentar ou baixar o pH (de forma estável) envolve na
realidade mudar o KH. A melhor aproximação é adicionar um tampão cujo equilíbrio
mantenha o pH no nível desejado.

Ácido muriático (hidroclorídrico) pode ser usado para baixar o pH. Note que a
quantidade exata depende da capacidade tampão da água. De fato, usa-se ácido
suficiente para gastar toda a capacidade tampão. Uma vez isto feito, baixar o pH é fácil.
No entanto deve-se notar que o pH baixo resultante tem muito menos tampão KH do
que antes, tornando muito mais susceptíveis a variações de pH quando (por exemplo) o
nível de nitratos sobe. Cuidado: Deve-se dizer que os ácidos são _MUITO_ perigosos!

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Não use este método a não ser que saiba o que está a fazer, e deve tratar a água
_ANTES_ de adicioná-la ao aquário.

Produtos como o "redutor de pH" são baseados num tampão de ácido fosfórico. O ácido
fosfórico tende a manter o pH em 6,5 dependendo da quantidade usada. Infelizmente o
uso de ácido fosfórico tem o _GRANDE_ efeito colateral de aumentar o nível de
fosfatos no aquário, estimulando o crescimento de algas. É difícil controlar o
crescimento de algas num aquário com elevados níveis de fosfatos. A única vantagem
sobre o ácido clorídrico é que o pH fica de certo modo com a capacidade tampão no seu
valor mais baixo.

Uma maneira segura de baixar o pH _SEM_ ajustar o KH é borbulhar CO2 (dióxido de


carbono) através do aquário. O CO2 dissolve-se na água, e alguma forma ácida
carbônico. A formação de ácido baixa o pH. É claro, de modo a este método ser prático,
uma fonte constante de bolhas de CO2 (e.g., uma botija de CO2) é necessária para
manter o nível de pH fixo. Assim que o CO2 desapareça, o pH regressa ao seu valor
anterior. O alto custo dos sistemas de injeção de CO2 põe de lado o seu uso como
técnica de manter o pH na maioria dos aquários (assim veja a FAQ de plantas para
alternativas baratas faça-voçê-mesmo). Os sistemas de injeção de CO2 são altamente
populares em aquários densamente plantados, porque o CO2 adicional estimula o
crescimento das plantas.

Amaciar a água (i.e., baixar o GH)

Alguns peixes (e.g., discus, tetras cardinal, etc.) preferem água macia. Embora possam
sobreviver em água dura, dificilmente procriarão nela. Assim, pode ser necessário
suavizar a sua água mesmo com as dificuldades envolvidas no processo.

Os métodos caseiros de amaciar a água usam uma técnica conhecida como "troca de
íons". Isto é, removem os íons de cálcio e de magnésio substituindo-os por íons de
sódio. Embora isto faça tecnicamente a água mais macia, a maioria dos peixes nem nota
a diferença. Isto é, os peixes que preferem a água macia também não gostam de sódio, e
para eles tais amaciadores não ajudam em nada. Assim, os amaciadores caseiros não são
um método apropriado para suavizar a água para uso em aquários.

As lojas de peixes também vendem "almofadas suavizadoras de água". Usam o mesmo


principio de "troca de íons". "Recarrega-se" a almofada num banho de água salgada,
depois se coloca no aquário onde os íons de sódio são libertados na água e substituídos
por íons de cálcio e magnésio. Após algumas horas ou dias, a almofada (juntamente
com o cálcio e o magnésio) é removida e recarregada. As almofadas vendidas em lojas
são demasiado pequenas para funcionar bem na prática e não devem ser usadas pelas
mesmas razões citadas em cima.

A turfa suaviza a água e reduz a sua dureza (GH). A maneira mais eficiente de suavizar
a água usando turfa é arejar a água durante 1 a 2 semanas num balde que contenha turfa.
Por exemplo, arranje uma balde (de plástico) de tamanho apropriado. Depois arranje
uma grande quantidade de turfa (4 litros), coza-a (de modo a afundar), forre com ela
uma fronha, e coloque-a no balde de água. Use uma bomba de ar para arejar. Em 1 ou 2
semanas, a água estará macia e mais ácida. Use esta água envelhecida para fazer
mudanças parciais de água no seu aquário.

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A turfa pode-se comprar em casas de aquários, mas é cara. É muito mais econômico
comprar em grosso numa loja de jardinagem. Leia o rótulo cuidadosamente! Não deve
usar turfa que contenham fertilizantes ou outros aditivos.

Embora haja quem coloque turfa nos filtros dos aquários, esta técnica tem desvantagens.
Primeiro, a turfa entope facilmente, por isso usar turfa nem sempre é eficiente. Em
segundo lugar, a turfa pode facilmente turvar a água do seu aquário. Em terceiro, a
quantidade exata de turfa necessária para efetivamente suavizar a sua água é difícil de
estimar. Usar a quantidade errada produz uma química da água errada. Por fim, quando
fizer trocas de água, a química da água do seu aquário muda quando adicionar nova
água (tem as características erradas). Durante os dias seguintes, a química muda á
medida que a turfa produz efeito. Usando água envelhecida ajuda a assegurar que a
química do seu aquário não flutua enquanto faz mudanças parciais de água.

A água dura também pode ser suavizada diluindo-a com água destilada ou com água
RO. Água RO é água purificada através de uma unidade de osmose inversa ("Reverse
Osmose" em Inglês). Infelizmente os filtros de osmose inversa são demasiado caros
para muitos aquariofilistas. Água RO só pode ser comprada em algumas lojas de peixes,
mas para a maioria a despesa e o trabalho não o justificam. O mesmo se aplica à água
destilada comprada em mercearias.

Água Doce: Test Kits:

Quais são úteis?

Parece existir um sem número de Test Kits para testar tudo, desde níveis de amônia até
fosfato. O mesmo necessário comprá-los? A resposta rápida é "não". É possível ter um
aquário saudável sem comprar um único test kit. No entanto os Test Kits são
extremamente úteis a eliminar tentativas de adivinhar quando qualquer coisa corre mal
(e.g., os peixes parecem perturbados ou morrem). A seguir descrevem-se os kits de teste
que são mais úteis e as condições em que são úteis.

Test kit de Amônia

Compre um. Os Test Kits de amônia são baratos (1500$00-2500$00) e indicam-lhe se o


seu aquário tem níveis de amônia elevados. Isto é útil em duas circunstâncias. Primeiro,
durante a fase de acondicionamento do aquário, testes regulares de amônia indicam-lhe
se a primeira fase do ciclo do azoto está completa. Em segundo, se tiver mortes
inexplicáveis de peixes, testar os níveis de amônia verifica que o seu filtro biológico
está (ou não) a trabalhar corretamente. Note que mesmo num aquário já estabelecido, o
filtro biológico pode por vezes enfraquecer ou falhar de todo. Causas comuns incluem:

• Falta de limpeza regular (a água não circula através de um filtro entupido, onde
residem as bactérias nitrificadoras);
• Juntar ingenuamente medicamentos (antibióticos matam as bactérias
nitrificadoras bem como as que transportam doenças)
• Ter um filtro muito pequeno para a carga de peixes, etc.

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Atenção: se tiver mortes de peixes e perguntar na "NET" (ou numa loja de peixes) por
conselhos, a primeira pergunta será "Qual era o nível de amônia (e de nitritos)?".

Os níveis de amônia são medidos em ppm. Com concentrações tão baixas como 0,2-0,5
ppm (para alguns peixes), a amônia causa morte rápida (consulte a seção
Acondicionamento para detalhes). Mesmo com níveis acima de 0,01-0,02 ppm, os
peixes ficarão perturbados. Os Test Kits comuns não registram níveis tão baixos.
Assim, os Test Kits _NUNCA_ detectam amônia num tanque já estabelecido. Se o seu
test kit detectar _QUALQUER_ amônia os níveis já estão demasiado altos e a perturbar
os peixes. Tome medidas corretivas de imediato trocando água e identificando a origem
do problema.

Aviso: Amquel "neutralizador de amônia" e outros aditivos similares são incompatíveis


com a maioria de Test Kits. A água tratada com Amquel indicará falsos testes positivos
de amônia, mesmo quando a amônia não está presente. Os Test Kits que usam o método
"Nessler" são conhecidos por dar leituras falsas nestas condições.

Test kit de nitritos

Pode ser que precise de um destes; os kits de nitritos são baratos (1500$00-2500$00) e
são muito úteis nas mesmas circunstancias onde o kit de amônia é útil. A única altura
em que um kit de nitritos fornece informação que um kit de amônia não o fornece
enquanto está a testar o término da segunda fase do ciclo do azoto (veja a seção
ACONDICIONAMENTO). Como no caso da amônia, se o seu test kit detecta nitritos, o
seu filtro biológico não está a trabalhar adequadamente. Uma vez o tanque
acondicionado, os kits de nitritos são quase inúteis. (se o filtro biológico num aquário
estabelecido não está a trabalhar, ambos, a amônia e os nitritos serão elevados.)

Os nitritos são em ordem de grandeza menos tóxicos do que a amônia. Por isso,
costuma-se dizer acerca de um aquário que está em acondicionamento: "se os peixes
sobreviverem ao pico de amônia, provavelmente sobreviverão ao pico de nitritos e ao
resto do processo de acondicionamento". No entanto mesmo a níveis 0,5 ppm, os peixes
ficam perturbados. Concentrações de 10-20 ppm são mortais.

Test kit de Nitratos

Compre este kit! Os níveis de nitratos aumentam com o tempo em aquários


estabelecidos como resultado do ciclo do azoto. (A única exceção a esta regra são os
aquários densamente plantados e alguns aquários de recife, que _PODEM_ conseguir
consumir o azoto mais depressa do que o produzido). Dado que os nitratos são tóxicos
em altas concentrações, tem de ser removidos periodicamente (e.g., através de
mudanças parciais de água). Ter um test kit de nitratos ajuda a determinar se as suas
mudanças parciais de água estão a remover suficientes nitratos.

Os nitratos são tóxicos para os peixes (e para as plantas) a níveis de 50-300 ppm.
Dependendo da espécie de peixe. Para crias, no entanto, são tóxicas concentrações
muito inferiores.

Nota: Um test kit de nitratos é apenas de valor limitado para determinar se o ciclo do
azoto terminou. Muitos Test Kits de nitratos atualmente convertem os nitratos em

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nitritos numa primeira fase, e então testam a concentração de nitritos. Isto é, na
realidade medem a concentração combinada de nitratos e de nitritos. Num aquário
estabelecido, os níveis de nitritos são essencialmente zero, e os kits medem
corretamente os níveis de nitrato. Enquanto um tanque está em acondicionamento, no
entanto, um kit de nitratos não lhe pode dizer qual a parte de leitura que vem dos
nitratos e qual a que vem dos nitritos.

Test kit de pH

Compre um; estes kits são extremamente baratos, por isso não há desculpa para não ter
um. Quererá saber o pH da sua água da torneira de modo a selecionar peixes cujas
exigências sejam compatíveis com as condições da sua água. Além disso, quererá
periodicamente verificar o pH do seu aquário de modo a assegurar-se que permanece
estável e que não aumenta ou diminui muito ao longo do tempo.

Nalguns casos, a decoração do aquário (e.g., troncos) ou areão (e.g., feito de coral,
conchas ou calcário) mudam o pH da sua água. Por exemplo, alguns artefatos podem
lentamente libertar íons na água do seu aquário, aumentando o GH e o KH (e o pH).
Com madeira petrificada, é vulgar a madeira lentamente libertar taninos que baixam o
pH.

Test kit de Dureza geral (GH)

Pode ser importante ter um destes, mas não é imprescindível. Não precisa saber o nível
exato de dureza. Saber se a sua água é "macia" ou "muito macia" é o suficiente. A sua
loja local de peixes poderá fornecer-lhe informação suficiente. Em alternativa telefone
para os serviços municipais (veja a seção água da torneira nesta FAQ).

Test kit da dureza dos carbonatos (KH)

Não é critico ter este kit. Monitorando regularmente o pH, pode deduzir se o seu KH é
"suficientemente alto". Isto é, o KH deve ser alto de modo ao seu pH se manter estável
ao longo do tempo. Se tiver dificuldade em manter o pH estável, pode ter necessidade
de aumentar a capacidade tampão do seu aquário. A sua loja local de peixes pode ser
capaz de lhe dar esta informação. Em alternativa telefone para os serviços municipais.

Um test kit de KH é, no entanto, indispensável para entusiastas de plantas que usam


injeção de CO2. Também é altamente recomendado arranjar um se quiser mudar o pH
da sua água, e é uma ferramenta de diagnóstico muito útil se tiver problemas de
estabilidade de pH.

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Stress dos Peixes e Manutenção Saudável

O que significa o stress e porque é mau para os seus peixes.

Muitos peixes conseguem tolerar condições ambientais que diferem de algum modo das
condições naturais nas quais se desenvolveram. Isto não significa, no entanto, que eles
sejam saudáveis ou vivam uma vida normal. Por exemplo, manter um peixe numa água
mais fria (ou quente) do que a sua preferida força os órgãos do seu corpo a trabalharem
mais para o manterem vivo. Isto é, tais condições colocam o peixe sobre um stress
aumentado.

O aumento de stress reduz a capacidade do peixe de repelir doenças e de se curar


sozinho (e.g., se as suas barbatanas estão ratadas, ou se parasitas se introduzem no
aquário através de peixes recém-adquiridos). Além disso, o stress reduz a capacidade de
um peixe procriar com sucesso e encurta o seu ciclo normal de vida. Uma pequena
quantidade de stress por si só não é normalmente fatal, mas à medida que aumenta a
capacidade de resistência diminui. Assim, um dos maiores objetivos de um
aquariofilista é remover as fontes de stress.

Note-se que eliminar o stress não garante que o seu aquário seja saudável. Mas aumenta
significativamente as hipóteses. Muita gente na "net" escreve regularmente acerca de
como mantém os seus peixes (aparentemente) "saudáveis e felizes" durante longos
períodos de tempo sobre (aparentemente) condições altamente estressantes. Tais
aquariofilistas estão sentados numa bomba relógio; a freqüente continuação desta
história refere o adoecimento de um peixe, depois outro, com um final recheado de
mortes de peixes. Reduzir o stress simplesmente aumenta a probabilidade de um aquário
ser saudável (tal como comida saudável, exercício e dormir o tempo necessário estão
normalmente associados como uma vida longa e saudável para os humanos).

Causas comuns de stress no aquário

Nesta seção listam-se algumas das mais comuns condições indutoras de stress. Em
todos os casos, o nível de stress induzido por um fator específico é altamente
dependente da espécie. Deve estar atento ao tipo de stress presente no seu aquário e
escolher peixes conhecidos pela sua tolerância ao mesmo. Por exemplo, se a sua água é
dura e alcalina, deve escolher peixes que sobrevivam em tais condições.

Os compostos de azoto (amônia, nitritos e nitratos) têm vários graus de toxicidade e são
stressantes a todos os níveis. A amônia é tóxica em baixas concentrações e perturba
severamente os peixes em _QUALQUER_ concentração. Em conseqüência, um aquário
saudável tem de ter um filtro biológico adequado que converta rapidamente a amônia
em nitritos (e nitratos). Embora muito menos tóxico do que a amônia ou os nitritos, os
nitratos também perturbam os peixes. Assim, um meio de remover o excesso de nitratos
(e.g., através de mudanças parciais de água com regularidade) ajuda a manter um
aquário saudável.

A temperatura da água do seu aquário deve coincidir com as necessidades dos seus
habitantes. Manter a temperatura da água demasiado baixa ou demasiado alta para uma
espécie em particular prejudica esses peixes. Por exemplo, os peixes dourados preferem
águas mais fria (abaixo de 21C) do que a maioria dos peixes tropicais (os peixes

42
dourados sobrevivem a invernos em lagos onde a temperatura se aproxima de 0C),
sendo garantido que um aquário que contenha ambos, dourados e peixes tropicais, será
demasiado quente ou demasiado frio para alguns dos habitantes.

Alguns peixes preferem água dura, outros preferem água pouco mineralizada. Manter
um peixe que prefira água pouco mineralizada em água dura (e vice-versa)
perturbador.

Alguns peixes preferem água ácida, outros preferem água alcalina, outros preferem água
com pH neutro. (Alguns não têm preferência.)

Alguns peixes vivem em água salobra; eles preferem água com um pouco de sal. Junte
sal apenas se todos os habitantes do aquário conseguir tolerar a salinidade. É sabido, por
exemplo, que as Mollies gostam de sal, embora os peixes-gato do tipo "corydora" não
tolerem qualquer sal. Em geral peixes sem escamas (ou com pequenos escamas) não
toleram bem o sal.

A quantidade de espaço físico necessário para um peixe em particular depende da sua


espécie. Alguns peixes dão-se bem num aquário de 40l, outros precisam de 400l ou
mais. Manter um peixe num aquário muito pequeno aumenta a perturbação (em todos os
peixes), levando frequentemente a mais agressões entre os habitantes do aquário. Note
também que o espaço necessário pode mudar se os peixes acasalarem para uma postura.
Os Ciclídeos, por exemplo, reclamam uma parte do aquário para eles quando tem
criação, expulsando qualquer peixe que penetre no seu território. Assim a existência de
comportamentos de criação frequentemente aumenta a perturbação.

Nem todas as espécies de peixes se misturam bem entre elas. Como exemplo óbvio,
muitos Ciclídeos comem os habitantes do aquário menores (e.g., tudo o que lhes caiba
na boca). Mesmo que sejam muito grandes para serem comidos, os peixes pacíficos
ficarão perturbados se mantidos com peixes agressivos que os perseguem por todo o
lado. Além disso, muitos peixes comunicam através de comportamentos e linguagem
corporal (i.e., os Ciclídeos frequentemente estabelecem uma "ordem social" em que um
peixe é o rei). Um peixe de uma dada espécie pode não reconhecer os sinais dados por
outros, havendo lutas constantes.

Alguns peixes desde pequenos na natureza, passam toda a sua vida em grandes grupos
(em vez de individualmente); nunca se sentirão confortáveis ou "seguros" se mantidos
sozinhos. Os corydoras, por exemplo, dão-se melhor em aquários com 6 ou mais
exemplares. Embora seja tentador comprar 6 ou mais espécies de peixes diferentes, isso
pode não ser ideal para os próprios peixes. O contrário também é verdade. Alguns
peixes são mais agressivos para os membros da sua espécie (e.g., comportamentos de
acasalamento), embora não se sintam ameaçados por outras espécies chegando mesmo a
ignorá-las.

Os peixes precisam de oxigênio, e alguns peixes são mais tolerantes a água com pouco
oxigênio do que outros. A água com pouco oxigênio perturba os peixes. Note que à
medida que a temperatura da água sobe a quantidade de oxigênio dissolvida diminui.

A fraca nutrição também é causa de stress. Uma dieta saudável é uma dieta variada, e
deve-se evitar usar comidas pouco recentes nas quais as vitaminas e outros nutrientes já

43
desapareceram. "Comida velha" inclui comida que tenha estado guardada em locais
quentes, exposta ao ar (sem estar selada), etc.

A "cura" de adicionar medicamentos ao seu aquário é muitas vezes pior do que a doença
original. Os medicamentos que matam as bactérias, parasitas, etc. normalmente não
fazem grandes escolhas: também podem matar as suas bactérias nitrificadoras (agora
sim terá um _GRANDE_ problema) ou ser tóxicos para os próprios peixes. Por
exemplo, algumas espécies de peixes não toleram certos tipos de medicamentos. Juntar
tais medicamentos pode enfraquecer a saúde do peixe ao ponto de ele próprio ficar
susceptível à doença original.

Adicionar água não tratado ao seu aquário pode introduzir cloro ou cloramina, ambos
tóxicos para os peixes. Certifique-se que trata toda a água antes de adicioná-la ao seu
aquário.

Mudanças rápidas nas condições da água podem causar perturbação. Dentro de certos
limites, a maioria dos peixes pode adaptar-se a condições de água abaixo do ótimo (e.g.,
temperatura errada, pH errado). No entanto, os peixes dificilmente de adaptam a
mudanças BRUSCAS da química da água. Assim aumentos (ou diminuições) bruscos de
temperatura, pH, dureza, etc., perturbam os peixes. É mais importante manter a água
est vel durante muito tempo do que manter as condições da água exatamente ótimas.

Em resumo, muitos fatores levam a perturbação nos peixes. Minimizar e eliminar as


fontes de perturbação aumenta as hipóteses de manter os habitantes do aquário
saudáveis. A quantidade exata de stress que um peixe pode suportar depende muito da
sua espécie, idade, tamanho, etc. Um peixe com stress é um peixe fraco. Embora possa
parecer saudável ao observador casual, está mais susceptível a doenças, ferimentos, etc.
Em contraste, um peixe saudável (sem stress) é capaz de resistir a doenças e infecções
por si próprias. Assim, a aparição de doenças num aquário é frequentemente trazida por
"fracas condições da água" que deixam os sistemas imunitórios dos peixes
enfraquecidos.

Sintomas de stress nos peixes

Um peixe perturbado não "age normalmente" (com normalmente definido de acordo


com a espécie de peixe). Ao fim de ter peixes durante umas semanas, verá como cada
espécie se comporta de maneira característica (por isso é divertido ter peixes!). Alguns
peixes tendem a ficar sempre junto à superfície, outros sempre no fundo. Alguns peixes
nadam constantemente, outros ficam apenas num sitio. Desvios à norma normalmente
indicam stress.

Sintomas comuns de stress incluem:

• O peixe fica à superfície tentando respirar, indicando que tem problemas em


arranjar oxigênio suficiente (a concentração de oxigênio dissolvido é maior à
superfície da água). Causas possíveis incluem baixas concentrações de oxigênio
devido à fraca circulação da água, toxinas que tenham destruído as suas guelras,
altos níveis de amônia ou nitritos, etc.
• O peixe não come, ou não come tão agressivamente como o fazia.

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• O peixe permanece escondido continuamente e não sai para onde possa ser visto.
Causas prováveis: peixes agressivos, cobertura insuficiente (e.g., plantas,
madeira, etc.) para fazer o peixe sentir-se seguro enquanto nada.
• O peixe tem as barbatanas danificadas, feridas abertas que não se curam. Causas
possíveis: o peixe é vitima de agressões. Normalmente, pequenas falhas e cortes
curam-se rapidamente. Caso contrário, os níveis de stress podem suprimir o
sistema imunitário do peixe.
• O peixe tem doenças (parasitas, fungos, etc.) é claro que a doença em si é o
maior problema. Mas na maioria dos casos, o sistema imunitário de um peixe
saudável trata de livrá-lo de doenças em primeiro lugar. Assim, adoecer é um
sinal de que o peixe está num estado de stress (ou esteve recentemente).

Adicionar e Alimentar os Peixes


Quais são úteis?

Contribuição de vários autores

Então já tem o seu aquário preparado e o filtro a funcionar, já conhece o ciclo do azoto e
um pouco de química da água. Tem todos os kits de teste preparados e prontos para
monitorar o seu primeiro mês. Armado deste conhecimento dirige-se à sua loja de
peixes local para comprar o seu primeiro peixe (ou dois). Nesta secção, lidará com
algumas das questões mais comuns sobre manter os seus peixes. (Uff! Já não esperava
que falássemos de peixes, pois não?)

Selecionar "bons" peixes

Há tantas coisas a dizer acerca de bons peixes para principiantes, que o assunto é tratado
numa FAQ separada (estranhamente chamada a FAQ dos bons peixes para
principiantes); contem muitas sugestões para peixes em particular. Aqui vão os avisos
gerais do autor:

Se definirmos um bom peixe para principiantes como um que é fácil de alimentar e


tratar, resistente, capaz de viver numa grande variedade de condições de água, e
atrativo, então há um grande numero de peixes largamente disponíveis que satisfazem
estas condições. Muitos deles são normalmente vendidos como peixes para
principiantes. Mas cuidado! Muitos dos peixes vendidos como peixes para principiantes
na realidade não são indicados para esse papel.

Muitos dos pequenos peixes de cardume são primeiros peixes ideais. Estes incluem
Néon chinês, as várias espécies de Zebras normalmente disponíveis, Rásboras, e muitas
das espécies disponíveis de Barbos. Para aqueles com um aquário ligeiramente maior, o
peixe arco-íris é um grande peixe de iniciação. Os corydoras são ainda mais populares
como peixes de iniciação.

Enquanto muitos principiantes são tentados a comprar apenas um ou dois de cada um


dos peixes de cardume, deve-se resistir a isto. Os peixes de cardume dão-se melhor se

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houver vários da mesma espécie presentes para interagirem. Um mínimo de seis de cada
um dos peixes de cardume de meia-água é recomendado, enquanto quatro é o mínimo
para os Corys. Em longo prazo, um cardume de uma dúzia de peixes a mostrar o seu
comportamento natural será mais agradável do que um grupo misturado de peixes
tristemente forçados a partilhar o mesmo aquário. ("Mãe, porque é que está um peixe
escondido atrás do aquecimento e outro sempre à espera ali ao canto?")

Quantos peixes inserir?

A resposta mais fácil é "um - de cada vez". No que toca a quantos no total podem
seguramente sobreviver, uma regra normalmente usada é "até um máximo de 2,5cm de
peixe por cada 4l." Muita discussão acerca desta regra sugeriu que na realidade deve-se
ler "até um máximo de 2.5 cm de PEIXES PEQUENOS por cada 4l."

"Peixes pequenos" podem ser peixes tipo Tetra Néons, Néon chinês, Zebras, etc.;
"peixes médios" podem ser peixes tipo Barbos tigre, Platys, Corydoras, etc.; "peixes
grandes" serão Peixes Vermelhos, Oscares, etc.

Por outras palavras isto é apenas uma regra, e a população "máxima" que é segura varia
de aquário para aquário. Fatores que aumentam a sua carga possível de peixes são:

• Mudanças regulares e significativas de água,


• Plantas saudáveis e vivas, e
• Mais do que um tipo de filtragem bem mantido (lembre-se de pensar no seu
filtro com estando vivo; precisa de cuidados tal como os peixes).

Por outro lado, fatores que diminuem a sua possível carga incluem:

• mudanças aleatórias e pouco freqüentes de água,


• nenhumas plantas ou plantas pouco saudáveis, e.
• filtragem limitada ou mal mantida (um filtro de fundo pode fazer um belo
trabalho, mas se falha por alguma razão e era a única filtragem, um aquário
carregado de peixes terá conseqüências desastrosas muito maiores do que um
com poucos peixes).

Voltando à adição de peixes, muitas vezes não é prático inserir peixes um a um - por
exemplo, encontra uns néons fabulosos e quer adicionar um pequeno cardume (6 ou 7
peixes) ao seu recentemente acondicionado aquário de 80 litros. Tem atualmente um
pl*co de 5 cm e três Platys de 4 cm. Adicionar os Néons irá essencialmente duplicar o
volume de peixes no aquário. Neste caso verá os mesmos efeitos do que ao acondicionar
o aquário, i.e., um pico de amônia e de nitritos antes de crescerem bactérias suficientes
para a nova população de peixes. Teste a sua água frequentemente e esteja preparado
para uma mudança parcial de água de emergência de os níveis de amônia subirem
muito.

O filtro biológico para o seu aquário é "alimentado" apenas pelos detritos dos peixes
que tem no aquário. Isto significa que qualquer que seja o tamanho do seu filtro (e.g.,
um indicado para aquários de 200l no seu aquário de 80l), a população de bactérias será
limitada pela "comida" que houver. Poucos peixes = pequena população de bactérias.

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Estamos acostumados a pensar na reprodução de bactérias como "explosiva". Muitas
bactérias podem duplicar a sua população em horas, mas tal como vimos na secção
Fazer o Ciclo, as bactérias nitrificantes são relativamente lentas a reproduzir-se. Haverá
um intervalo de tempo entre o aumento dos desperdícios provocados pelos peixes, e a
maior capacidade de processamento pelas bactérias. Em casos extremos, o aumento de
amônia pode danificar ou matar os seus peixes antes da população de bactérias ter
tempo para "acompanhar" o montante de desperdícios de azoto disponíveis.

É por isso que é sensato adicionar peixes lenta e gradualmente. Levar a população do
seu aquário ao máximo com segurança pode demorar 6 meses; de fato, deve ser
permitido demorar pelo menos esse tempo. Deixe a infração das regras para aqueles
com mais anos de experiência do que peixes.

Adaptar os peixes ao aquário

Assim que chegar a casa deve colocar o saco dentro do aquário, permitindo a
equalização da temperatura. Após cerca de meia hora, junte 1/4 chávena de água do
aquário ao saco. Repita este processo de 15 em 15 minutos durante uma hora, retirando
água se o saco ficar muito cheio. Qualquer água que retire do saco deve ser deitada fora.
Provavelmente conterão parasitas e outras coisas más.

Assim que tiver os peixes acondicionados à química da água do seu aquário, há um par
de coisas que pode fazer. Pode pôr o peixe diretamente no aquário principal e esperar
que corra tudo bem, ou pode pôr o peixe num aquário de quarentena. Em qualquer dos
casos, nenhuma água deve ser transferida para o aquário.

O melhor cenário é colocar o peixe de quarentena. Mantenha o peixe em quarentena


durante duas semanas e procure sinais de doenças. Se o peixe adoecer, pode medicar o
aquário de quarentena sem prejudicar a química do aquário principal. Vai-se fazer
quarentena ao peixe, deve aclimatizar o peixe à química da água do aquário de
quarentena não à do aquário principal.

Embora um aquário de quarentena seja uma boa idéia, o mais provável é que não tenha
tais luxos (pelo menos por enquanto). Neste caso, tenha cuidados redobrados em
selecionar peixes saudáveis na loja, e monitorize cuidadosamente os novos habitantes
nas primeiras duas semanas no seu aquário em busca de sinais de stress e doença.
Arrisca-se sempre a infectar os outros peixes do seu aquário se não fizer quarentena.

Alimentar os peixes

Os peixes comuns vendidos em lojas de aquários, especialmente os recomendados para


principiantes, podem subsistir com comida processada (flocos, comprimidos, etc.)
Alguns podem até sentirem-se ótimos com isso, embora para os peixes, tal como para
outros animais, alguma variedade na dieta seja normalmente desejável.

A comida dos peixes é algo delicada. Expô-la ao sol, deixá-la sem tampa de modo a
absorver umidade, ou comprar uma embalagem muito grande que demore 8 meses a
gastar-se pode sabotar o valor nutricional da comida. Em geral, há cinco classes de
comida de peixes:

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• Comidas processadas várias (processadas a partir de matérias de base transformadas
em flocos, pastilhas, etc.; muitas vezes divididas em categorias para peixes
onívoros, vegetarianos e carnívoros),
• Comidas secas liofilizadas (bichos inteiros tais como minhoca de sangue, dafnias,
etc.),
• Comidas congeladas (mais bichos inteiros),
• Comidas vivas (bichos vivos), e
• Outras comidas frescas (comida feita em casa para peixes carnívoros à base de
coração de vaca, abóbora para o seu pl*co, etc.).

Para muitos aquariofilistas, a comida em flocos é como o arroz. Serve para muitas
refeições, mas um pouco de outras coisas de vez em quando é importante. Quase todos
os novos aquariofilistas ouvirão a regra "dê de comer apenas o que os seus peixes
comerem em 3 minutos" ou algo do gênero. Isto é aterrador para o principiante; afinal
os peixes estão obviamente esfomeados! E se passam fome! Isto é tão pouco! Como é
que pode chegar?

Veja o lado sério. A razão porque muitas pessoas têm peixes é, esperamos, para
observá-los. Se não de perto e pessoalmente, pelo menos de uma maneira geral. A altura
exata para fazer alguma observação é quando dá de comer. Cada vez que os alimenta,
coloque-se em frente do aquário para observá-los. Ponha menos do que acha ser
suficiente. Veja os peixes consumirem-no. Observe o que cai para o fundo. Se não tem
nenhum peixe que se alimentem principalmente no fundo (pl*cos, Corydoras, botias,
etc.), demore tempo a perceber se algum dos outros peixes vai para o fundo; Os
Gouramis vão muitas vezes, mas os Peixes arco-íris normalmente não, por exemplo. Se
tiver peixes que se alimentam no fundo, veja a velocidade com que comem.

Assim pôs uma pequena pitada, e ao fim de 2 minutos (você contou!) praticamente não
se vê comida. exceto um pouco no fundo que os Corys estão a comer. Pois,
provavelmente pode dar-lhes um pouco mais. Mas verifique de modo a certificar-se que
comem tudo o que deu da segunda vez. É melhor dar um pouco várias vezes ao dia,
principalmente com peixes que não se alimentam do fundo, do que tudo de uma só vez.
mas a maioria dos adultos fica bem com uma dose de 5 minutos uma vez por dia. Num
aquário já estabelecido, alguns aquariofilistas preferem dar ainda menos; assim os
peixes comerão mais algas e outras matérias que aparecem naturalmente num aquário.

Outra coisa a ter em mente: os peixes PODEM engordar especialmente se alimentados


com muitas comidas ricas tais como minhoca de sangue. Muitos dos peixes que
comprará para colocar no seu aquário serão jovens: a forma como se desenvolverão em
peixes adultos será determinada pelo cuidado que tiver com eles. Tal como os nitratos
altos podem perigar o crescimento dos peixes, reduzirem a sua vida, e impedi-los de
procriar com sucesso, peixes sobrealimentados podem acabar com corpos deformados e
outros problemas. Além disso, fazem mais necessidades o que tem ramificações óbvias.
Alimentar uma grande variedade de comidas assegura que os seus peixes terão não só as
comidas ricas, mas também a fibra (camarões e outros crustáceos) e vegetais (comidas
de algas, vegetais).

Uma palavra sobre comidas vivas: algumas comidas vivas comercialmente disponíveis
são consideradas arriscadas por muitos aquariofilistas, pois transportam parasitas - em
particular, o tubifex. Terá de decidir por si próprio o que acha deste risco. Certifique-se

48
que alimenta com comida que está de fato viva! Enxágüe as criaturas muito bem e,
especialmente se não estão capacitadas para sobreviver na água do seu aquário, tenha
também o mesmo cuidado com o excesso de comida viva que tem com as outras
comidas. A comida viva é descrita com mais detalhe (incluindo instruções de cultura) na
FAQ Comida viva.

Água Doce: Mudanças Parciais de Água

Objetivo das Mudanças de Água

A solução para a poluição é a diluição; mudanças de água substituem a parte "suja" da


água com uma quantidade igual de água limpa, conseguindo diluir as concentrações de
substâncias indesejáveis no seu aquário. Num aquário estabelecido, os nitratos são a
principais toxinas que se acumula. Mudanças de água parciais são a mais econômica,
segura e eficiente forma de manter as concentrações de nitratos a níveis razoáveis.
Durante a fase de acondicionamento, no entanto, a amônia ou os nitritos podem ser
substâncias que precisem ser diluídas ou removidas. Também os medicamentos se
forem adicionados ao seu aquário podem ter de ser removidos após terem servido o seu
objetivo principal.

A eficácia das mudanças de água é determinada por dois fatores: a sua freqüência e a
percentagem de água que é substituída. Quanto mais vezes a água for substituída, ou
maior a quantidade substituída maior a eficácia global.

Os benefícios das mudanças de água têm de ser balanceados com o stress causado pela
mudança rápida na química da água do seu aquário. Se a água do aquário tiver um pH,
GH e KH tal como a água da torneira, mudar 50% (ou mais) da água de uma vez só não
afetará os peixes. Por outro lado, se o pH do seu aquário for (por exemplo) 6, 3,
enquanto a nova água tem um pH de 7,5, trocar metade da água de uma só vez mudará o
pH do seu aquário significativamente (possivelmente mais de 50% dependendo dos
fatores tampão), o que perturbará os peixes, talvez o suficiente para os matar.

Dado que as mudanças de água são as primeiras linhas de defesa na lida com problemas
tais como doenças, você quererá efetuar grandes e freqüentes trocas parciais de água
durante períodos de emergência. Por isso é desejável que a química da água do seu
aquário seja equivalente á da água substituta. Assim, terá sempre a opção de efetuar
grandes mudanças num breve período. Note que esta é a forma como os aquários
começam; quando montou o aquário, a água era a mesma do que a da torneira. Com o
tempo, no entanto, a química da água do seu aquário pode "derivar" relativamente à
água da torneira devido à acidificação do ciclo do azoto, à adição de aditivos químicos
tais como "incrementador de pH" ou "redutor de pH", ao uso de areão não inerte (e.g.
coral esmagado ou conchas), etc.

Com que freqüência se deve efetuar trocas de água?

Quanto mais freqüentes as trocas, menos água tem de ser trocada. No entanto, quanto
mais tempo entre cada troca, maior a perturbação potencial, dado que uma grande
quantidade de água é trocada. Trocar mais ou menos 25% da água do seu aquário de 15

49
em 15 dias é um bom ponto de partida, mas pode não ser suficiente. A freqüência
própria depende de fatores como a carga de peixes no seu aquário. Qualquer que seja o
caso, deve fazer trocas de água vezes suficientes de modo a que:

1. os níveis de nitrato estejam em 50ppm ou abaixo e preferencialmente _MUITO_


abaixo. (menos de 10ppm é um bom valor ótimo);
2. a mudança na química da água resultante de uma troca de água é pequena. Em
particular, o pH antes e depois da troca não deve diferir em mais de 0,2
unidades. (Use um kit de teste as primeiras vezes para ter uma noção do que é
acertado). Se o seu pH mudar demasiado em resultado de uma mudança de água,
faça trocas com mais regularidade, mas substitua menos água de cada vez.

As mudanças de água removem os nitratos depois de terem sido produzidos. Os


compostos de azoto sob a forma de comida de peixe não comida, detritos, etc. também
podem ser removidos _ANTES_ de se transformarem em nitratos. Isto se consegue
limpando o seu filtro mecânico e biológico regularmente, e aspirando ao areão. Isto
deve ser feito sempre que faz uma mudança de água, e.g., cada 15 dias.

Nota: Desligue o aquecedor enquanto troca a água. O aquecedor pode estalar se o nível
de água descer abaixo da resistência aquecedora!

Certifique-se também de retirar o cloro/cloramina da água antes de adicioná-la ao


aquário!

Água Doce: Sucesso em Longo Prazo

Contribuição de muitos escritores

Nesta ultima secção, falamos dos assuntos mais populares que surgem após o seu
aquário já estar a funcionar a algum tempo.

Como parar aquela !@*!@ praga de algas

Primeiro deve ter em conta que nem todas as algas são "más"; algas, tal como as
plantas, alimentam-se dos nutrientes do aquário; assim uma boa cultura de algas
regularmente colhidas pode ajudar a manter os níveis de poluição sob controle (este é o
principio por detrás da filtragem através de tapete de algas). Assim, pragas de algas são
normalmente sintomas de sobrealimentação ou poucas trocas de água. A melhor coisa a
fazer é perceber o que está a causar a praga, e eliminar a causa. Teste os nitratos e/ou a
amônia. Aumente o volume de água trocada e/ou freqüência, ou alimente menos os
peixes. Também há alguns remédios químicos para alguns tipos de algas, e peixes
comedores de algas que consumirão algumas. Para mais detalhes consulte a secção de
Algas na FAQ Doenças.

50
Pragas de caracóis

Os caracóis, tal como as algas, podem ser úteis e maléficos para um aquário. Algumas
espécies enterram-se no areão, arejando-o e impedindo que este fique compactado;
outras comem as algas. No entanto, algumas espécies reproduzem-se
descontroladamente, destroem as plantas e é uma chatice.

Pode proteger-se contra os caracóis desinfetando tudo o que seja inanimado e que vá
para dentro do aquário numa solução de lixívia de 1:20 , e tratando as plantas novas em
permanganato de potássio ou Alúmen. Para livrar o seu aquário dos caracóis, tem
poucas alternativas para além de aspirar ao maior número possível ou manter Botias
Palhaço que comem os caracóis. A secção Caracóis na FAQ Doenças descreve as
espécies individuais de caracóis e remédios específicos.

O que fazer nas férias

Os peixes saudáveis passam perfeitamente uma semana sem comida. Quando sair de
casa num fim de semana nem se preocupe em arranjar alguém para ir dar de comida aos
peixes. (de fato, alguém não muito familiarizado com aquários irá provavelmente
sobrealimentar os peixes enquanto estiver fora lhe deixando um problema para resolver
quando voltar). Fique longe dos "alimentos de fim-de-semana" que se dissolvem
lentamente. Podem alterar o pH do aquário e largar demasiada comida no aquário. Os
alimentadores elétricos automáticos, no entanto, podem ser úteis como "medida prévia"
da quantidade de comida a fornecer no dia a dia.

Se for para fora mais de uma semana terá de fazer alguns preparativos para alguém
alimentar os seus peixes. Empresas que tratam de aquários e algumas lojas de peixes
fazem-no cobrando o serviço, mas a maioria das pessoas pede a um amigo ou vizinho
que não têm aquário. Sobrealimentação prolongada pode sobrecarregar o seu filtro e
destruir o aquário, e a melhor maneira de evitar isso é fazer pacotes individuais
(pequenos envelopes) cada um contendo a quantidade para um dia. Os peixes não têm
de ser alimentados todos os dias, e não lhes deve ser dada mais quantidade do que o
normal para um dia, mesmo que tenham estado uns dias sem comida. Certifique-se que
avisa o seu ajudante para _não_ compensar os dias que não deu comida, dando comida a
mais.

Se o seu aquário tiver uma taxa de evaporação alta talvez seja melhor pedir-lhe para
repor o nível com água nova. Isto é muito importante num aquário marinho, dado que
não quer que a salinidade varie demasiada.

Não pode garantir que não haverá uma falha de equipamento grave ou outro tipo de
desastre enquanto estiver ausente, mas pode minimizar o risco substituindo qualquer
peça mais suspeita antes (de modo a certificar-se que a peça substituta funciona). Não
adicione qualquer peixe novo no mês anterior às suas férias para o caso de serem
introduzidas doenças que demorem algum tempo a aparecer. Limpe o aquário e o filtro
e faça uma mudança normal de água antes de se ir embora, mas se tem negligenciado a
manutenção não espere até à véspera para fazê-lo de repente. Isso vai perturbar os
peixes e talvez danifique as bactérias da filtragem quando mais precisa delas. Se houver
um problema grave, as hipóteses são que seja descoberto tarde demais para fazer algo.
No entanto, tomar conta dos peixes de alguém pode ser uma grande responsabilidade, e

51
o seu ajudante terá mais paz de espírito se tiver o telefone de uma loja de peixes ou
outra fonte de conselhos profissionais para ligar numa emergência.

Mudando um Aquário

Contribuição de Timothy Shimeall

O melhor conselho para mudar um aquário (e nesta discussão, os peixes incluem toda a
vida normal de um aquário), para além de qualquer distância mínima, é NÃO O FAÇA.
Viajar é muito perturbador para os peixes e mesmo com todas as precauções espere
perderem vários. Aceite esta verdade, pode considerar seriamente vender todos os
peixes e comprar novos no seu destino.

Se, dito isto, ainda quiser tentar mudar os peixes, então o que se segue pode ajudar a
minimizar a dor e a perca de peixes.

A tarefa de mover os peixes divide-se em duas tarefas: mudar o aquário, e depois (mais
tarde) mudar os peixes. Nunca tente mudar os peixes dentro do aquário.

Mudando o aquário

O principal problema em mudar um aquário é o sistema de filtragem. Após algumas


horas (menos de um dia) sem o fluxo de oxigênio, as bactérias aeróbicas começam a
morrer. Se for mudar-se para perto (poucas horas de viagem), pode ser possível
preservar a sua colônia de bactérias. Mesmo para viagens maiores, algumas das
bactérias sobreviverão e reconstituirão a colônia rapidamente. Com um pouco de
planejamento, é possível minimizar o tempo de paragem do filtro mantendo a água a
circular até ao ultimo minuto e voltando a ligá-lo assim que chegar. Aconselha-se a
guardar sempre o conteúdo do seu velho filtro em vez de substituí-lo por um novo.

O procedimento de mudança é o seguinte:

1. Ponha os peixes num contentor (mais detalhe a seguir)


2. Esvazie o aquário. Se a mudança é pequena, preserve alguma da água para
ajudar a preservar a colônia de bactérias.
3. Desmonte o aquário. As plantas sobreviverão durante bastante tempo de as suas
raízes forem mantidas úmidas, por isso é possível ensacá-las com alguma água e
pô-las de parte para uma mudança manual. Se a mudança é pequena, ponha o
conteúdo (por lavar) do seu filtro num contentor selado (de preferência nunca
usado, sem químico e rijo); mantenha o conteúdo úmido, mas não submerso.
Para mudanças maiores (mais de um dia), limpe ou deite fora o conteúdo do seu
filtro. Bombas, aquecedores, etc. podem ser empacotados como qualquer artigo
frágil.
4. Mude o seu aquário. Não use uma companhia de mudanças ou embaladores
profissionais, a não ser que não tenha mais nenhuma hipótese e _POSSA_
supervisionar o processo de empacotamento e carregamento no caminhão. É
muito melhor mudá-lo você ou com a ajuda de amigos.
5. Monte o aquário no seu destino. Se fizer uma mudança pequena deve ter
suficiente água tratada (sem cloro) disponível à chegada para encher o aquário e
pôr o filtro a funcionar. Se fizer uma mudança para longe, então monte o seu

52
aquário como se fosse um aquário novo - incluindo uma espera de uma longa
semana antes de colocar qualquer peixe. Inicialmente coloque alguns dos peixes
mais resistentes para estabelecer o ciclo. Assim que o aquário estiver estável,
ponha os peixes da sua velha casa de novo.

Mudando os peixes

Existem três problemas em mudar os peixes:

1. Onde os colocar? Tem duas opções: no aquário de um amigo, e num aquário de


uma loja de animais. Algumas lojas por uma determinada quantia alojam os
peixes durante uma mudança. Um contrato assinado detalhando quais as
responsabilidades que a loja de animais assume, é uma boa idéia. Algumas lojas
por mais uma pequena taxa, empacotam e enviam por avião os peixes a seu
pedido. Isto não é barato. Tenha em conta que vai lá deixar os peixes pelo menos
durante um par de semanas.
2. Como empacotar os peixes? Por pequenos períodos de tempo (um par de horas,
no máximo) pode colocar os peixes em sacos selados, meio cheios de ar. Este
tempo pode ser superior enchendo o saco de oxigênio, em vez de ar. Ponha os
sacos num contentor compartimentado e envie por via aérea. (É assim que as
lojas recebem os seus peixes). Para peixes maiores ou viagens maiores, pode
usar um balde selado para cada peixe em vez de um saco.
3. Como dar apoio durante a mudança? Os peixes não comem durante a mudança.
Estão muito perturbados, e não vai querer degradar a qualidade da água. Os
peixes podem sobreviver durante uma semana ou mais desde que tenham sido
previamente bem alimentados. Tente manter uma temperatura estável
colocando-os numa geleira selada. Para viagens longas, particularmente de
carro, uma bomba de ar alimentada a baterias e uma pedra difusora são uma boa
ideia (se não indispensável). Após a mudança, acondicione lentamente os peixes
à nova localização do aquário, tal como se estivesse a adicionar novos peixes ao
aquário.

Eutanásia

Já chegou a isto? Leu todas as FAQs, encontrou tudo o que conseguiu sobre doenças,
curas e tratamentos indicados, pediu ajuda a várias fontes de sabedoria e chegou à
conclusão que não consegue recuperar o seu peixe de volta. E dado que tomou a
responsabilidade de tratar dos seus peixes agora tem de descobrir a forma mais humana
de ajudá-los a morrer.

Existem várias hipóteses de "Eutanasiar" os seus peixes doentes. Incluem químicos,


decapitação e doação. O melhor método é talvez o uso de químicos. Alguns veterinários
recomendam uma overdose de MS-222 um anestésico para peixes. Pode ser comprado
em companhias de fornecimento de químicos como MS-222, tricaina metanosulfanato
ou Etil 3- aminobenzoato, sal acido metanosulfonico. Mergulhe o peixe num contentor
de 350 ppm MS-222 (350 mg MS-222 por litro de água) durante 10 minutos. Isto é
muito humano e não é traumático nem para o peixe nem para o dono. Outro método
químico é a injeção de pentatol na cavidade abdominal. Isto pode ser mais difícil para o

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dono dado que as seringas são difíceis de lidar e animais saltitantes com agulhas podem
não ligar bem com algumas pessoas. Quase não envolve dor para o peixe se isto ajudar a
acalmar as suas hesitações no que respeita a este método. Por fim pode-se usar álcool
para "eutanasiar" um peixe. Faça uma solução de vodka 1:5 (20%) (ou outra bebida
alcoólica forte) e água. Então coloque o peixe no contentor e ele simplesmente
adormecerá. Estes 3 métodos são altamente recomendados dado que são muito
humanos.

Um método que foi recomendado por um não-veterinário (mas veterano criador de


oscares) é o uso de Alka-Seltzer. Coloque o peixe num pequeno contentor de água e
ponha 2 pastilhas de Alka-Seltzer em posição por debaixo das guelras. O peixe
supostamente adormecerá em minutos.

Um método não químico, mas eficaz é a decapitação. Uma vez mais, alguns donos
podem abominar este método. Se for bem feito é rápido e indolor para o animal, e tem o
beneficio de ser barato; muitos de nós tem facas, mas não anestésicos. Use uma faca
afiada e corte a espinal num golpe rápido de um lado ao outro logo atrás do olho, ao
nível da linha lateral. Quanto mais rápido for este corte melhor será para o peixe.
Lembre-se de desinfetar a faca após o procedimento se está a planear usá-la para outras
tarefas além de "eutanasiar" peixes.

Se for incapaz de seguir qualquer um dos métodos tente contatar uma universidade
local. É possível que um dos departamentos de biologia ou de algo similar leve o seu
peixe doente. Podem usar o peixe para pesquisa e estudar a sua doença ou então se
descarta dele convenientemente.

Métodos que não são recomendados, mas muitas vezes mencionados incluem variações
de congelamento. O peixe tende a sofrer com este procedimento. Não importa se irão
arrefecer lentamente quando os coloca num copo com água no congelador ou se a água
já está fria devido ao uso de cubos de gelo. O peixe reage a estes métodos de forma
negativa, e é doloroso de observar. Por fim nunca se deve deitar um peixe no sanitário.
Isto não é um método eficiente de eutanásia, mas uma forma de tortura dado que o peixe
vai terminar numa fossa séptica ou algo semelhante banhado por químicos maléficos e
esgoto antes de sucumbir finalmente horas, senão dias, depois.

Reproduzir os seus peixes

A dada altura ficará insatisfeito apenas mantendo peixes saudáveis, e terá um desejo
irresistível do fascinante mundo da reprodução de peixes. Parabéns! Já passou para além
do âmbito das FAQs. Vá ler alguns livros sobre procriação de peixes, e coloque duvidas
nos newsgroups. Depois escreva uma FAQ sobre isso. (Nota do Editor: alguém aceitou
o desafio! Finalmente há uma FAQ de Procriação).

54
Alimentando Peixes: Quanto é o Bastante?

Este pequeno artigo é baseado na resposta que dei para um colega numa lista
internacional de aquarismo, que fez exatamente a pergunta acima. (Como eu não sou
biólogo, algumas das coisas que escrevi abaixo não passam de suposições razoáveis,
mas havia vários biólogos naquela lista e ninguém ficou indignado com o que escrevi,
portanto não deve estar tão absurdo assim).

Como em quase tudo relativo ao aquarismo, simplesmente não existe uma regra
definitiva sobre isso, porque depende de muitos fatores. Mas existem vários guias gerais
que podem ser usados, baseados na experiência coletiva de aquaristas. A mais comum
que sempre funcionou para mim, é alimentar 2-3 vezes ao dia, o quanto seus peixes
conseguem comer em menos de 3 minutos. Claro que existe uma boa tolerância aqui,
mas em geral se depois de 5 minutos ainda tiver comida no aquário você deve diminuir
a quantidade que está oferecendo. Isto funciona bem para aquários de principiantes,
comunitários e outros tipos que tenham uma razoável mistura de espécies. Aquários de
espécie única, de reprodução e de hospital exigem uma abordagem mais cuidadosa,
baseada nas necessidades específicas dos seus habitantes.

Existem algumas coisas importantes a considerar sobre os hábitos alimentares dos


peixes. Na natureza, a maioria deles em geral tem bastante dificuldade em encontrar
comida, e através da evolução eles acabaram sendo "programados" para comer tudo que
puderem enfiar na barriga sempre que encontram alguma coisa, já que eles nunca sabem
quando virá a próxima refeição. Em um aquário, nós sabemos quando a próxima
refeição deles virá. Portanto cabe a nós fazer o controle correto da quantidade.
Alimentá-los até que pareçam satisfeitos não é uma boa idéia. Os peixes são adaptados
para passar a maior parte do dia com fome e procurando por pequenos pedaços de
comida. Um erro muito comum de iniciantes é superalimentar porque os seus peixes
parecem estar desesperadamente suplicando por comida toda vez que o dono se
aproxima, e ele resolve satisfazer a vontade deles a toda hora. Um peixe faminto é um
peixe saudável se eles não vêm até você quando você se aproxima, aí é que você deve
começar a se preocupar.

Como outra defesa evolucionária, os peixes parecem se adaptar à disponibilidade de


alimento, ajustando o seu ritmo de crescimento. Quando vivem em um local com
comida mais abundante eles respondem crescendo mais, e vice-versa. Por causa disso,
acredito que a quantidade efetiva de comida que você decide oferecer é menos
importante do que manter o mesmo critério por toda a vida deles. Por isso a situação
ideal seria montar o seu aquário, popular com peixes jovens, definir um bom critério de
alimentação e manter-se fiel a ele.

Finalmente, tenha em mente que é muito mais fácil enfraquecer ou até matar um peixe
alimentando ele em excesso (porque isso estraga a água do aquário) do que fazê-los
morrer de fome. Eu conheço uma estória de um cara que tinha dois Oscares sozinhos em
um aquário. Quando um deles matou o outro, ele ficou tão furioso que resolveu parar de
alimentar o assassino e deixá-lo morrer. Depois de várias semanas sem nada para comer
o Oscar ainda estava vivo, e o cara desistiu e resolveu levá-lo para uma loja. Os peixes
podem tranquilamente ficar alguns dias sem comer, e muitos aquaristas defendem que

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submeter os seus peixes há jejum um dia por semana é até saudável para eles, porque
lhes dá uma espécie de limpada por dentro.
Marcos Ávila

Tal como os outros vertebrados, os peixes necessitam de hidratos de carbono,


minerais, vitaminas, gorduras, proteínas e água. A melhor maneira de lhes fornecer
todos os nutrientes é dando-lhes uma dieta variada de alimentos de boa qualidade,
tanto viva como manufaturados. É preferível alimenta-los "pouco e muitas vezes" a
dar-lhes uma grande refeição diária. Dê-lhes pequenas quantidades de comida duas ou
três vezes por dia e tente variar a dieta.

Existem 5 tipos principais de alimentos embalados: flocos, granulados, comprimidos,


liofilizados e congelados.

Flocos- É um dos melhores alimentos completos. Tende flutuar por instantes, para os
peixes que se alimentam à superfície. Depois afunda-se lentamente e é engolido peles
peixes de meias águas, e acaba por alimentar os peixes de fundo.

Granulados e Comprimidos- Em geral afundam-se rapidamente e são ideais para


peixes de fundo. Os comprimidos podem ser colados às paredes a meia altura do
aquário.

Liofilizados- Consistem em alimentos vivos liofilizados, ou seja, desidratados.

Congelados- Vermes apanhados e congelados, podem ser dados aos peixes mais
tarde, sem perda do valor alimentar.

Existem também alimentos vivos que podem ser dados directamente aos peixes
(depois de lavados, claro). Dê alimentos vivos aos seus peixes como petisco. Tiram
muitos benefícios dos alimentos vivos e gostam de perseguir os pequenos seres
introduzidos no aquário. Mas também podem ser prejudiciais pois podem transportar
doenças para o aquário. Alguns exemplos de seres vivos que podem dar-se aos peixes
são: artémias, tubifex, dáfnias, minhoca. As artémias podem ser criadas em casa e é
possível que encontre outro tipo de alimentos vivos em vendedores especializados.

56
Química da Água do Aquário

Entendendo pH

A água é realmente um composto interessante. Em maio '98 eu participei de um


Congresso de Física, e uma das palestras mais disputadas foi a de um pesquisador
convidado que apresentou suas mais recentes descobertas sobre...água! Por mais
estranho que pareça apesar de ser uma das mais bem conhecidas substâncias do mundo,
ainda hoje é amplamente estudada por cientistas, e ainda existem muitas propriedades
novas sendo descobertas. De qualquer forma, uma das suas propriedades mais bem
conhecidas, porém muito interessante, é a capacidade da água de dissolver-se em si
mesma.

O que?! É isso mesmo, assim como quando você adiciona sal de cozinha comum (NaCl)
à água pura, que rapidamente quebra a ligação Na-Cl e o dissolve em Na+ e Cl-
(chamados íons), quando você "acrescenta água pura" (H2O) à água pura, parte dela
dissolve em H+ e OH-. A principal diferença é que, enquanto com o sal podemos
acrescentar várias colheres em um copo d'água e virtualmente todo ele se dissolve,
somente uma quantidade muito pequena de água pura se dissolve em água pura.

Mas quanto? Bem, à temperatura ambiente, cerca de 1 molécula em cada 10 milhões


(107) está dissolvida. Isto significa que, em uma típica piscina cheia de água pura,
somente algumas colheres de chá de água estariam dissolvidas. Agora, aquele número 7
aí cima, perto dos 10, parece familiar, não? É porque ele é exatamente o número usado
para definir "pH neutro". Note que, como cada molécula dissolvida de H2O resulta em 1
íon H+ e 1 íon OH-, estes dois íons estão em quantidades iguais na água pura. O termo
"neutro" aqui quer dizer exatamente isso: quantidades iguais de íons H+ e OH-. Como
foi mencionado acima, à temperatura ambiente tem cerca de 1 de cada para 107
moléculas de água, e portanto nós dizemos que a água neutra tem pH=7.

E a água não neutra? Se, por qualquer razão, a quantidade relativa de íons H+ e OH -
íons mudar, então a água começa a afastar da neutralidade. Se a quantidade de íons H+
aumenta, a água se torna ácida, se a quantidade de íons OH - aumenta, a água se torna
alcalina. Por exemplo, suponha que a quantidade de H+ fica 10 vezes maior do que na
água pura. Então haverá cerca de um íon H+para cada 1 milhão de moléculas de água
(106) e portanto esta água terá pH=6. Note que a queda de 1 ponto no pH representa o
aumento de 10 vezes na quantidade de íons H+ (em matemática isso é conhecido como
escala logarítmica). Como a quantidade de H+ nunca cai abaixo de 1 em 107 (à
temperatura ambiente), o valor do pH para água ácida fica sempre entre 0 e 7. O valor
pH=0 significa que tem 1 íon H+ para cada molécula de água (1=100).

A mesma idéia é usada para representar aumentos em íons OH-. Há uma outra escala
usada para este íon, chamada pOH, que funciona da mesma maneira: se a quantidade de
OH- ficar 10 vezes maior do que na água pura, então a nova água terá pOH=6. Pelas
mesmas razões explicadas acima, os valores de pOH vão sempre ficar entre 0 e 7.

Mas usar duas escalas complica as coisas desnecessariamente, então é mais comum
juntá-las em uma única escala - pH. Agora, em vez de ir somente de 0 a 7, ela vai de 0 a
14. A primeira metade (0 a 7, ou mais corretamente 7 a 0) representa aumentos em H+

57
(água ácida). A segunda metade (7 a 14) representa aumentos em OH- (água alcalina).
Então, se você pegar água pura e aumentar a quantidade de OH- 10 vezes, o pH vai
aumentar de 7 para 8.

Ótimo, agora que sabemos como funciona o pH, como podemos aplicar este
conhecimento no nosso hobby? Aqui está apenas um exemplo:

Acidificante Caseiro Calibrado


Suponha que você consiga um pouco de solução de 10% de Ácido Clorídrico (HCl).
Assumindo que todo o ácido está dissolvido em H+ e Cl-, então existe 1 íon H+ para
cada 10 moléculas de água (101) e portanto esta solução tem pH=1. Se você pegar 1 ml
desta solução (10-3 litros) e dissolver em 1 litro de água pura, então a quantidade
relativa de H+ diminui 1000 vezes, e o pH vai aumentar em 3 pontos, tornando-se
pH=4. Se, em vez disso, você dissolver aquele 1 ml da solução 10% em 100 litros, o pH
vai aumentar em 5 pontos, tornando-se pH=6. Aha! Agora estamos entrando na faixa de
interesse do aquarismo (a grande maioria das espécies de água doce vivem em águas
com pH entre 6 e 8).

O raciocínio acima nos permite chegar à seguinte regra simples: adicionar 1 ml de uma
solução de 10% HCl, a um aquário de 100 litros, vai contribuir uma quantidade de íons
H+ equivalente a 10x a da água pura. Então, se o pH inicial do aquário está em 7, vai
baixar para 6. Se está em 8, vai baixar para 7.

Se você pegou o jeito desse cálculo, pode facilmente adaptá-lo para o tamanho do seu
aquário ou para a mudança desejada de pH. Mas tenha em mente que escalas
logarítmicas não se comportam tão intuitivamente como escalas lineares, onde dobrar a
quantidade de um fator implica simplesmente em dobrar a quantidade de outro. Para o
pH, funciona assim:

# Mudança na quantidade

1.3x 1.6x 2x 2.5x 3.2x 4x 5x 6.3x 8x 10x

# Mudança no pH

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0

Aqui está um exemplo de como você pode usar o cálculo acima e a tabela: se o seu
aquário tem 300 litros (em vez de 100), então dissolvendo os mesmos 1 ml daquela
solução 10% nele vai resultar em uma quantidade relativa de H+ somente 5x maior do
que a da água pura (em vez de 10x). De acordo com a tabela, no seu aquário isso
abaixaria o pH de 7 para 6,3.

Mais um exemplo: suponha que o seu aquário tem mesmo 100 litros e pH=7, mas você
só quer baixá-lo em 0,3 pontos (para 6,7). De acordo com a tabela, você só deve
acrescentar o suficiente da solução 10% para acabar com uma quantidade H+ 2x maior
que a da água pura. Então, em vez de 1 ml, acrescente só 0,2 ml.

58
Legal, não? No entanto, é importante terminar este artigo dizendo que, embora as idéias
acima devem funcionar e abaixar o pH como esperado, se ele fica ou não neste novo
nível vai depender de outra importante propriedade da água do aquário, chamada
tamponamento ou alcalinidade, que é a capacidade da água de resistir a mudanças de
pH. Mas isto será assunto para outro artigo.
Marcos A. Ávila

pH x KH x GH x CO2

O pH refere-se à qualidade da água ser ácida ou alcalina. Um pH igual a 7.0 é


considerado neutro, enquanto que valores abaixo de 7.0 são ácidos e acima alcalinos.
Nos aquários de água doce cada espécie de peixe ou planta vive melhor em um
determinado pH, que é referente ao pH do local de origem desta espécie.

No entanto a maioria das espécies aceitam valores de pH um pouco diferente do seu


habitat natural. É importante lembrar que a escala do pH é logarítmica, ou seja, um pH
de 6.2 é dez vezes mais ácido do que um de 7.2, daí a importância dos décimos, então
quando dizemos que os peixes aceitam pequenas variações, estas variações são de
aproximadamente 0.2.

No aquário, duas características tornam o pH um valor importante. Primeiro, como já


foi dito anteriormente, cada espécie está adaptada a uma faixa de pH, podendo
inclusive morrer se o pH não atender as suas necessidades, para este problema
podemos alterar o pH para obtermos os níveis desejados. Segundo, a maioria das
espécies (espécie se refere a toda forma de vida do aquário, e não apenas aos peixes) é
extremamente sensível à variações rápidas de pH. Uma variação maior que 0.3 por dia
já é prejudicial à saúde do aquário (a expressão "saúde do aquário" se refere aos peixes,
plantas, bactérias, algas, etc.). Torna-se necessário então que consigamos duas coisas:

• ajustar o pH, ao nível desejado;

• estabilizar o pH, impedindo variações indesejáveis.

A longo prazo, principalmente em aquários mal cuidados ou com filtragem inadequada


(falaremos sobre filtragem em um outro artigo), o pH tende a baixar devido ao
aumento do ácido nítrico (nitratos) e outros ácidos orgânicos. Em outros casos,
dependendo do tipo de cascalho utilizado e da origem da água, o pH tende a ficar
elevado.

Existem nas lojas diversos acidificantes e alcalinizantes, porém mesmo com o uso
destes produtos é muito difícil ajustar o pH, por que depois de algum tempo o pH tende
a voltar aos valores antigos. Isto porque na maioria das vezes é ignorada a dureza
carbonatada da água (KH).

A dureza carbonatada também é conhecida como alcalinidade (alkalinity), potencial

59
alcalino, ou capacidade de tamponamento. Mas na realidade a dureza carbonatada se
refere apenas aos carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água, pois existem outros
compostos, inclusive alguns fosfatos, silicatos e outros que também possuem o efeito
tampão. Os testes de KH existentes no mercado também medem a alcalinidade total, e
não apenas os carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água. Mas o termo KH não
deixa de ser correto, pois nos aquários os principais compostos alcalinos são os
bicarbonatos e os carbonatos.

O KH é o responsável pelo "efeito tampão", que é a capacidade de manter o pH


estável, mesmo com a adição de ácidos ou bases (compostos alcalinos). Deste modo o
pH está intimamente relacionado com o KH. Se um aquário está com o KH alto, será
muito difícil alterar o seu pH, enquanto que se estiver com o KH baixo é muito difícil
manter o pH estável, estando a água sujeita à grandes variações de pH. Algumas
pessoas acham que, tendo um KH elevado, o pH também será elevado, mas isto não é
verdade, pois se tivermos uma quantidade de compostos ácidos superior à capacidade
de absorção do KH, o pH pode ser extremamente baixo (já vi um aquário com KH 7° e
pH 6.5). O contrário também é possível pois podemos ter compostos alcalinos com
poucos carbonatos, ou seja pH alto e KH baixo.Então se você está tendo problemas
com o pH é bom verificar o KH.

Muitas vezes o KH (dureza carbonatada) é confundido com o GH (dureza geral). O GH


refere-se à concentração de magnésio e cálcio dissolvidos na água. A relação do GH
com o pH é muito pequena, mas ele é importante para algumas espécies de peixes e
plantas mais exigentes. Pergunte para o vendedor as exigências das espécies que você
pretende comprar, se ele não souber informar, e nem se preocupar em descobrir, é bom
mudar de loja, afinal já pensou como vivem, ou sobrevivem os peixes e plantas em
uma loja destas? Apenas cuidado para não confundir GH com KH.

O método mais simples de diminuir o KH e o GH é realizar trocas parciais com água


de dureza carbonatada e geral mais baixas. Mas lembre-se que toda alteração deve ser
feita lentamente, pois mudanças bruscas estressam os peixes, podendo causar diversas
doenças e até mesmo a morte. Outro método é colocar turfa ou xaxim na água, turfa
podemos encontrar em lojas de aquário, e xaxim em floriculturas. O xaxim é mais
barato, mas menos eficiente. Se for utilizar xaxim cuide para que ele seja "puro", pois
como é utilizado para o plantio de flores e folhagens, muitos contém fertilizantes e
outros compostos (fungicidas, bactericidas, inseticidas, etc.) que podem causar um
grande estrago no seu aquário.

Se você pretende aumentar o KH, pode adicionar bicarbonato de sódio, encontrado em


farmácias. Se você pretende elevar o GH e o KH, pode adicionar carbonato de cálcio
(CaCO3). Toda adição deve ser feita lentamente e sempre devemos medir os valores
algumas horas depois da adição, para verificar o quanto foi alterado.

Também existem alguns produtos, por enquanto apenas importados e por conseqüência
caros, que ajustam automaticamente o pH. Estes produtos são conhecidos como
tamponadores. Se você tiver dificuldade em ajustar o pH, estes produtos podem ser
muito úteis, pois além de ajustar o pH automaticamente, ajustam também o KH
evitando variações de pH.

Não existe um valor ideal de KH para manter o pH estável, pois isto depende de quais

60
outros compostos existem dissolvidos no aquário e em qual quantidade. Geralmente
um KH de 4° é suficiente para manter o pH estável (geralmente, mas não sempre).

Tanto o KH como o GH são medidos em diferentes unidades, as mais utilizadas são


graus (escala alemã), ppm (partes por milhão) ou mg/l (miligramas por litro).

1 grau = 17.8 ppm CaCO3

1 mol/L alcalinidade = 2.8 graus

1 ppm = 1 mg/L

Outra maneira de controlar o pH é através da injeção de CO2, este método é muito


utilizado em aquários densamente plantados para atender a demanda de gás carbônico
das plantas. As plantas utilizam CO2 no processo de realização da fotossíntese.

O CO2 dissolvido está diretamente ligado ao pH e ao KH, pois as reações químicas que
ocorrem entre a água entre os carbonatos e bicarbonatos e o CO2 geram ácido
carbônico, que faz o pH diminuir.

Podemos resumir a relação pH x KH x CO2 na seguinte tabela:

KH pH
6.0 6.2 6.4 6.6 6.8 7.0 7.2 7.4 8.0
↓ →
0.5 15 9.3 5.9 3.7 2.4 1.5 0.9 0.6 0.2
1.0 30 19 12 7 5 3 1.9 1.2 0.3
1.5 44 28 18 11 7 4 2.8 1.8 0.4
2.0 59 37 24 15 9 6 4 2.4 0.6
2.5 73 46 30 19 12 7 5 3 0.7
3.0 87 56 35 22 14 9 6 4 0.9
3.5 103 65 41 26 16 10 7 4 1.0
4.0 118 75 47 30 19 12 6 5 1.2
5.0 147 93 59 37 23 15 9 6 1.5
6.0 177 112 71 45 28 18 11 7 1.8
8.0 240 149 94 59 37 24 15 9 2.4
10 300 186 118 74 47 30 19 12 3
15 440 280 176 111 70 44 28 18 4
CO2 milligramas/litro

Analisando a tabela é possível concluir que conhecendo os valores da dureza


carbonatada e pH podemos inferir a quantidade de CO2 dissolvido na água, e
aumentando ou diminuindo a injeção de CO2 podemos alterar os valores de pH. Porém

61
principalmente em aquários com poucas plantas, pois as plantas convertem o gás
carbônico em oxigênio.

Entretanto é preciso ter alguns cuidados, pois a tabela baseia-se apenas na dureza
carbonatada, ou seja, na quantidade de carbonatos e bicarbonatos dissolvidos na água,
mas os testes de KH existentes medem o potencial alcalino total, ou seja medem
também o potencial alcalino de outros compostos, como já foi dito anteriormente.
Deste modo, se você tiver outros tamponadores no seu aquário à tabela pode não
funcionar adequadamente. Mas, como já foi dito o que predominam são os carbonatos
e bicarbonatos, sendo assim provavelmente você não tenha problemas deste tipo.

Através da tabela também é possível controlar a quantidade de CO2 para as plantas,


mas isto fica para outra matéria. Eloy Labatut de Oliveira

REFERÊNCIAS
• The Krib: http://www.thekrib.com
• Aquaria FAQ: http://faq.thekrib.com
• Anotações pessoais. Agradecimentos: Mário, da loja Aquabetta (Curitiba). Pelo
apoio e ajuda.

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Doenças dos Peixes

Aquário Hospital de Água Doce

Aquário hospital é qualquer aquário usado com fins de aplicação de tratamento de


peixes doentes. Ele é um aquário diferente do aquário principal, ou seja, os peixes
devem sempre ser removidos a esse aquário hospital, onde serão medicados até que a
doença seja devidamente curada. O aquário hospital costuma ser o mais básico dos
aquários, possuindo apenas água, sem decorações ou substrato de fundo - o chamado
"aquário pelado".

Deve possuir:

• mecanismo de controle de temperatura da água


(termostato/aquecedor/termômetro);

• mecanismo de aeração regulável;

• sifão, balde, rede (para captura de peixes) e todos os demais


equipamentos de manutenção exclusivos do aquário hospital,
evitando contaminação de outros aquários;

Pode ainda contar com uma lâmpada para iluminação, que se aconselha ser fraca, o
suficiente para permitir observar o peixe e a evolução/regressão da doença. Se o
ambiente for iluminado naturalmente, não se aconselha manter essa luz acessa, apenas
se o aquário ficar muito escuro é que se deve mantê-la acesa (e no máximo por 12
horas).

Não deve possuir:

• substrato - por questões de higiene e facilitar o controle de


várias doenças;

• filtragem química - carvão ativado ou resinas afetam, ou mesmo


retiram a maior parte das medicações, inutilizando o tratamento;

• filtragem biológica - depende da medicação (veja mais abaixo);

• plantas vivas - não teriam condições de sobreviver seja pelas


medicações, ou pela falta de luz, nutrientes etc., e morrendo,
comprometeriam a qualidade da água e a saúde dos peixes;

• troncos, rochas, e qualquer coisa que altere parâmetros químicos


da água, pois certos valores de pH, sais dissolvidos (GH/KH) etc.
podem afetar negativamente ou mesmo inviabilizar o tratamento
por inativar a medicação empregada (algumas vezes chegam ao
ponto de formar substâncias tóxicas aos peixes).

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Costuma-se recomendar que o aquário hospital seja um aquário pequeno a médio em
volume, para facilitar a manipulação e manutenção do mesmo, bem como restringir
custos com medicações. Volumes ideais são entre 20 e 50 litros, embora quem possua
peixes grandes acabe necessitando de aquários consideravelmente maiores - criadores
de Oscar ou carpa adulta (por exemplo) necessitariam de aquários de 100 ou mais
litros.

Quanto à filtragem biológica, em alguns casos pode ser interessante usá-la, mas eu não
aconselho. Isso porque há necessidade de ter conhecimento prévio de quais drogas
afetam ou não a colônia de bactérias nitrificantes, já que algumas dessas drogas (muitas
absolutamente comuns) aniquilam rapidamente as bactérias nitrificantes desse filtro,
gerando então efeito deletério -- decomposição dessas bactérias, prejudicando a
qualidade da água e consequentemente piorando as condições de peixes já enfermos.

Também demandaria trabalho e gastos extras, de manter esse filtro permanentemente


em funcionamento, para manter-se biologicamente ativo. Isso seria possível mantendo-
o ligado em aquários estabilizados ou mantendo o aquário hospital em funcionamento
com alguns peixes sadios, que seriam removidos quando de tratamentos.

Portanto, parto do princípio que é mais trabalhoso, porém mais seguro começar já sem
filtragem biológica alguma. Em todo caso, a filtragem biológica ideal seria com filtro-
espuma, mas pode-se empregar qualquer outro tipo de filtro para esse fim, exceto FBF.

Minha recomendação é usar apenas aeração, sendo suprimida a filtragem biológica e


química. Essas seriam compensadas pela realização de trocas de água diárias para
controlar os acúmulos de substâncias orgânicas deletérias (amônia, etc.). Essas trocas
seriam, em nível ideal, de 100% diariamente.

Essa prática tem muitas vantagens:

• remoção de toda substância deletéria acumulada ao longo do


dia;

• re dosagem obrigatória da medicação, o que no caso de drogas


que decaem na água, as mantém por mais tempo em níveis ótimos
de ação, aumentando as chances de cura;

• melhor controle de patógenos, pois possibilita remoção


mecânica de grande parte dos mesmos com as trocas de água /
limpeza do aquário, portanto, igualmente aumentando as chances
de cura;

• a água limpa possibilita ao peixe concentrar suas energias no


combate à doença, já que não está submetido ao estresse
fisiológico que águas poluídas lhe imputam (novamente,
potencialização da cura);

• a exigência dessas trocas de água possibilita em alguns casos a

64
aplicação de medicação tópica, já que o peixe será
obrigatoriamente capturado com rede.

As desvantagens seriam:

• demanda ter tempo e paciência para fazer essas trocas diárias;

• também demanda ter água apropriada a essa troca, equalizada


em parâmetros físico-químicos com a que sai, ao menos em
temperatura;

• estressa emocionalmente o peixe (embora dependa muito de


espécie a espécie, e indivíduo a indivíduo e ainda do modo como é
feita a remoção dele do aquário);

• aumenta os gastos com medicação e água - e condicionadores de


água (anticloro), se for o caso.

Isso tudo acima vale para as trocas de 100% de água. Muitas pessoas acabam fazendo
trocas menores e/ou em espaços de tempo mais amplos (a cada dois dias etc.)

Vladimir Simões, Hugo Santos e Roberto Furtado

65
Eutanásia de Peixes

Embora isso mexa com a emoção de muitas pessoas, é fato que apesar de se tentar
manter os peixes o mais saudáveis possível, às vezes alguns ficam doentes. Também é
fato que mesmo se tentando fazer o melhor possível para salvar os doentes, alguns não
melhoram e chegam ao chamado estado terminal. O que fazer então? A resposta vai
depender da natureza de cada pessoa e das condições específicas do momento.

Se você está acompanhando de perto a situação do peixe e quer ter a paz de espírito de
saber que fez absolutamente tudo para salvá-lo, então insista no seu tratamento até que
ele melhore ou morra. Note que neste caso você pode estar prolongando por muitos
dias o sofrimento de um peixe que na verdade não tem mais chance de recuperação.

Por outro lado, se você é capaz de lidar bem com o fato de estar deliberadamente
matando um peixe de estimação e convencido que será melhor para ele, então a
eutanásia é a opção, da mesma maneira que para outros animais de estimação. Note
que neste caso você sempre estará correndo o risco de matar um peixe que na verdade
poderia ter salvação.

Se você chega à conclusão que a eutanásia é a melhor opção, então como fazê-la para
minimizar o sofrimento do peixe? Várias soluções já foram propostas na literatura.
Métodos há muitos - matar é fácil - mas como fazer isto sem que o peixe sofra mais do
que sofreria morrendo pela doença é o que queremos. Como fazer para que essa morte
seja a mais rápida e indolor possível?

O assunto é muito polêmico e difícil de discutir para quem ama os animais em geral -
indicativos de que tem condições de amar as pessoas e a vida - e mais difícil ainda para
quem se apega de alguma forma a um animal de estimação - no caso um peixe - sobre
o qual tem responsabilidade total. Mas há algumas considerações que aparentemente
são amplamente aceitas:

• O método deve resultar em morte o mais rápido e indolor


possível.
• O método utilizado deve ser feito por quem tenha domínio sobre
a técnica e o manuseio do material utilizado
• O método tem que ser ética- e esteticamente aceitável para quem
o aplica, compatível com o pensamento e a estrutura psicológica
de seu executor.

Também é razoável assumir que os melhores resultados em geral são os que incluem o
uso prévio de substâncias anestésicas em conjunto com qualquer outro método. Muitos
destes procedimentos e materiais para anestesia não estão ao alcance do aquarista
comum, pois poderiam ser danosos para o usuário destreinado. Mas quem tem acesso a
anéstesicos e aos cuidados para seu uso em peixes não deve se furtar de tirar proveito
disso. Na verdade é a única forma garantida de não produzir sofrimento para o peixe, e

66
tem experiência no seu uso certamente as conhece bem. Se o aquarista não tiver
experiência no manuseio e aquisição fácil dos anestésicos, de nada adiantarão maiores
discussões e quem os conhece, certamente prescinde disto.

Tendo em vista tudo isto, vamos descrever em seguida algumas das opções mais
usadas e apresentar apenas uma breve análise de cada uma, pois no final a decisão
sobre qual método (ou combinação) usar tem que ser sua.

A. Métodos Químicos

1- Overdose de anestésicos
Utiliza produtos de venda restrita como benzocaína, hidrocloreto de benzocaína,
sulfato de quinaldina, sódio-pentobarbital, 2-fenoxietanol, cloreto de etila, tricaína
metano sulfonato (TMS, MS222). Estes produtos, por serem anestésicos poderosos, não
são de acesso fácil aos aquaristas comuns. A maioria destes compostos é perigosa e
requerem cuidados especiais ao serem manipulados, sendo utilizados somente por
pessoas devidamente treinadas em locais controlados como laboratórios e hospitais.
Em doses adequadas, estes produtos produzem sono profundo, coma e morte.

2- Éter Dietílico/Sulfúrico
Foi o primeiro anestésico geral usado em medicina. À venda em farmácias sem
maiores problemas. O éter apresenta um ponto de ebulição baixo, próximo a
temperatura ambiente. Por isso, mais perigoso do que inalá-lo é o risco de explosão.
Em dias quentes a pressão no interior dos frascos que armazenam o éter é grande e se
esse frasco, principalmente se for de vidro, for manipulado de forma inadequada, ele
pode explodir ao ser tocado. Isso é um acidente muito comum nos laboratórios de
química. Outro ponto é que o vapor de éter se acumula próximo ao chão, e se algum
desavisado que estiver fumando próximo jogar uma bituca acesa no chão...!!! Serve
para quem tenha os devidos cuidados e conhecimento de manuseio. Coloca-se o peixe
num recipiente seco e levemente fechado, onde haja um algodão embebido na droga.
Isto o fará dormir - se não o matar. Em seguida procede-se a outro método qualquer
para a morte. O próprio éter pode matar, dependendo do tempo de exposição. O éter é
de fato desaconselhado para o aquarista que não tenha conhecimento para manuseá-lo,
pelo risco de explosão, incêndio, etc. Além disto, deve-se tomar muito cuidado com o
éter estocado há muito tempo pela possibilidade da produção de outros tóxicos. Não é
mesmo recomendado para quem não tenha experiência com ele.

3- Método da Vodka
Retira-se a água do aquário (o necessário para abrigar o peixe), colocando em uma
jarra ou balde, acrescenta-se 10-20% de uma vodka (por exemplo) ou 5-10% de álcool
comum, e em seguida introduz-se o peixe. O álcool vai atuar como anestésico, fazendo
o peixe deitar-se no fundo em poucos segundos e literalmente "embriagar-se" até a
morte em poucos minutos. O método NÃO envolve jogar o peixe direto no álcool!
Existe uma diferença brutal entre o álcool puro/concentrado e o álcool diluído em
termos da sensibilidade das mucosas, o que nós mesmos podemos perceber quando
provamos na boca uma bebida alcoólica fraca ou uma muito forte.

4- Óleo de Cravo
Semelhante ao descrito para o álcool, mas em dose bem menor. Na dose de 40 mg/L
produz anestesia em 1 min em formas jovens de peixes médios.

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5- Método do Alka-Seltzer ou do Bicarbonato
Ambos consistem na produção de CO2 pela reação química entre um ácido e
bicarbonato. A diferença é que no comprimido de Alka-Seltzer, um ácido orgânico
fraco na forma sólido (geralmente ácido cítrico) vem misturado ao bicarbonato e a
reação só ocorre na presença de água. Induzem narcose e morte por asfixia devido à
produção de CO2 em alta concentração na água. Algumas pessoas defendem o método
como indolor, enquanto outras criticam afirmando que o peixe sofre bastante.

B. Métodos Físicos

6- Método da Fritura (Cozimento)


Neste caso se coloca água para ferver e, quando estiver em grande ebulição, joga-se o
peixe na panela.Ouve-se um SHHHHH por 2 ou 3 segundos, dependendo do tamanho
do peixe e ele parece um torpedo durante estes segundos. Suas proteínas rapidamente
se desnaturam, sobrevindo morte quase imediata. Neste caso o maior sofrimento
costuma ser para o aquarista ao ver a cena.

7- Método do Congelamento
Coloca-se o peixe numa vasilha com água do aquário e em seguida esta vai para o
congelador ou freezer. Algumas pessoas defendem o método por acreditarem que o
peixe, sendo de sangue frio, não sofre com o resfriamento e congelamento. Além disso,
é conveniente para o aquarista, pois o peixe não morre à sua vista. Mas infelizmente
não há máquina de congelamento imediato. Às vezes demora muito para o peixe
morrer. Certamente ocorre um atordoamento após certo tempo, como se pode imaginar,
mas não sabemos realmente o impacto sobre o peixe enquanto ele está consciente e, até
prova em contrário, não parece um método muito aconselhável.

8- Método da Desidratação
Simplesmente retira-se o peixe da água e o deixa secar ao ar. Ele não mata o peixe
imediatamente, mas apenas o atordoa e lhe tira a "consciência", mais ou menos como o
CO2 e principalmente pela impossibilidade de funcionamento das funções cerebrais do
peixe. Mas também é demorado e muito criticado por isto, produzindo perda das
funções branquiais levando à asfixia. Como é um método desagradável também para o
aquarista, não é recomendável. No entanto, junto com o congelamento, é o método
pelo qual morre a maior parte dos peixes para nossa alimentação.

C. Métodos Mecânicos

9- Método da Decapitação
Viável para peixes não muito grandes. Coloca-se o peixe de lado sobre uma tábua e
usa-se uma faca como guilhotina para separar a cabeça em um só golpe. Deve ser feita
com atordoamento ou anestesia previa do peixe, embora muitos não façam assim.

10- Método da Secção Espinhal


Alternativa à decapitação para peixes maiores, mas não é o melhor, pois o peixe estaria
vivo enquanto o O2 não lhe faltasse completamente. Seus olhos estão ligados
diretamente ao cérebro, como talvez outros nervos que não saiam da medula, como em
outros animais que tem nervos cranianos. Pode haver sofrimento embora o peixe não
mostre movimento por causa da secção da medula, mas muitos consideram esta como a
melhor opção para o peixe. Você deita o peixe de lado, pega um facão e corta a espinha

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dorsal dele, logo atrás da cabeça. O problema com este método é que quem não tiver
vocação para cirurgião poderá ter dificuldades em fazê-lo.

12- Método do Esmagamento


Aplicável a peixes pequenos. Coloca-se o peixe dentro de saco plástico, deita-se este
sobre uma superfície plana, e se o atinge abruptamente com um objeto pesado e com
superfície de choque plana para um esmagamento rápido e total. A morte é instantânea
e consequentemente indolor, no entanto, esteticamente tem peso negativo. É cruento e,
embora rápido, a cena deve ser pouco agradável para aquele que a pratica. Também
não há duvidas de que só seria realmente seguro com peixes bem pequenos.Com peixes
maiores talvez a eficiência quanto ao tempo e diminuição de sofrimento ficasse
comprometida, por não conseguir-se completar o ato de uma só vez.

13- Método da Concussão


Alternativa para os peixes bem maiores. Coloca-se o indivíduo num saco plástico, e
num golpe rápido e potente, bate-se o saco com força contra uma superfície dura - de
tal forma a causar-lhe traumatismo craneo-encefálico (TCE) e ruptura de seus órgãos.
Se o aquarista não se sentir mal em fazê-lo, talvez seja aceitável, no entanto é
importante notar que ele pode produzir apenas concussão cerebral e não se pode parar
aí pois o TCE simplesmente não é sinônimo de morte. Neste caso tem que se ser
seguido de outra ação que efetivamente garanta sua morte.

"Método" da privada: o pior de todos!

Infelizmente é uma prática muito comum entre os que não


entendem muito de aquarismo. A pessoa joga o peixe na privada e
dá descarga, para que ele morra longe dos seus olhos. Não faça
isso! Em geral o peixe vai parar em um esgoto ou uma estação de
tratamento de água e vai sofrer uma enormidade com uma série de
toxinas e/ou produtos químicos, durante um longo tempo, até que
venha a morrer.

Outro ponto que deve ser considerado é o risco de propagação de


doenças ao se utilizar este "método". Nem sempre o esgoto é
tratado adequadamente antes de ir parar em algum córrego, rio,
lago ou mar...e daí pode-se introduzir um novo parasita neste
ecossistema (seja ele vírus, bactéria, vermes...). Esta prática tem
quer ser considerada tão irresponsável como a de quem solta
peixes em lagos, além de ser muito cruel pelas condições pelas
quais o peixe passará antes de morrer. É uma atitude covarde e
irresponsável, e nenhum aquarista consciente deve adotá-la.

Adendo I

O Dr. Noga cita em seu livro (Fish Disease) os seguintes métodos de eutanásia:

• Overdose de anestésicos: benzocaína, CO2, sulfato de


quinaldina, 2-fenoxietanol, bicarbonato de sódio (CO2), sódio-

69
pentobarbital e tricaína;
• Decapitação;
• Secção espinhal.

Alternativas que muitas vezes não levam à morte, mas apenas a


torpor, desmaio/inconsciência:

• Concussão craniana;
• Congelamento. (Estes métodos já foram comentados acima...)

Adendo II

A Resolução Nº 714, de 20 de Junho de 2002 do Conselho Federal de Medicina


Veterinária estipula os seguintes métodos para animais em geral, formando um
ANEXO sobre peixes em especial ao final:

Art. 14. São considerados métodos inaceitáveis:

I - Embolia Gasosa;
II - Traumatismo Craniano;
III - Incineração in vivo;
IV - Hidrato de Cloral (para pequenos animais);
V - Clorofórmio;
VI - Gás Cianídrico e Cianuretos;
VII - Descompressão;
VIII - Afogamento;
IX - Exsanguinação (sem sedação prévia);
X - Imersão em Formol;
XI - Bloqueadores Neuromusculares (uso isolado de nicotina,
sulfato de magnésio, cloreto de potássio e todos os curarizantes);
XII - Estricnina.
Parágrafo único. A utilização dos métodos deste artigo constitui-se
em infração ética

Art. 15. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação,


revogadas as disposições em contrário.

ANEXO I

Espécie: Peixes

Recomendados: Barbitúricos, anestésicos inaláveis, CO2, tricaína


metano sulfonato (TMS, MS222), hidrocloreto de benzocaína, 2-
fenoxietanol. (como vimos, estes, exceto o CO2, não estão ao
alcance da maioria dos aquaristas)

Aceitos sob restrições: Decapitação e secção da medula espinhal,

70
atordoamento e decapitação ou secção da medula espinhal.
Este texto é o resultado de um esforço conjunto de membros do nosso forum de
discussões: Marcos Avila, Amaury De Togni, Vladimir Simões, Marcos Bizeto, Alex
Kawazaki, Flávia Carvalho (Perse), Raquel Ribeiro, Marcelo Shei, José Carvalho
(Zeco).

Obs: Não deixe de ler também a Discussão no Forum que levou à elaboração deste
artigo...bastante rica em detalhes e depoimentos pessoais.

71
Doenças Infecto-Contagiosas dos Peixes

Protozoários Infecto-Contagiosos de Água Doce

A influência de protozoos na saúde dos peixes é largamente conhecida pela


comunidade aquariófila, no entanto é difícil ao aquariófilo amador tentar fazer o
diagnóstico correto de que espécie se trata e qual o melhor tratamento que se deve
aplicar. Assim, este texto pretende ser uma ajuda a todos aqueles que ambicionam
conhecer e tratar convenientemente seus peixes.

Os protozoos são organismos unicelulares, chamados também de animais primitivos.


Estes apresentam características que demonstram a sua adaptabilidade ao meio, como
por exemplo, os fitoflagelados que contêm clorofila, parte integrante do mundo vegetal
e não animal como sabemos. Reproduzem-se sexual ou assexualmente, podem
deslocar-se no meio seja por flagelos, seja por cílios ou até por projeções do próprio
citoplasma (pseudópodos). Assim não devemos nunca pôr em causa a capacidade que
estes pequenos seres têm de infectar os peixes. São em grande parte oportunistas, que
esperam um peixe com imunidade baixa, devido a stress ou a más condições da água.
Sabendo isto, à partida somos nós mesmos o primeiro tratamento preventivo do nosso
aquário, mantendo-o sempre em condições de higiene apropriadas, evitando assim a
propagação de qualquer tipo de protozoos.

Os protozoos dividem-se em 5 grupos:

• Os ciliados (Ciliophora), caracterizados por apresentarem cílios


e núcleos de duas classes.
• Os flagelados (Mastigophora), têm flagelos em alguma fase do
seu ciclo de vida.
• Os apicomplexos, endoparasitas que têm um ciclo de vida
complexo com emissão de esporas.
• Os microesporidios (microsphora).
• Os myxosporidios, diferenciam-se dos anteriores por terem 2
células infectantes em cada espora.

Segue-se agora uma lista dos principais agentes contagiosos, seus sintomas e
respectivo tratamento.

Nome comum: Doença do ponto branco

- Agente: Icthyopthirius multifilis

- Ciclo biológico: Este protozoo tem 3 fases no ciclo, a parasitária em que se mantém
entre a epiderme e a derme do peixe, saindo apenas quando está sexualmente maduro
(trofonte). A fase quística, livre, em que se subdivide em vários quistos. E finalmente a
dispersiva, em que se abre o quisto e liberta centenas de formas infectantes, as tomites.
Estas com tamanho reduzido (40 microns) movimentam-se no meio através de
movimentos ciliares procurando um hóspede, têm um tempo aproximado de vida de 50

72
horas.

- Sintomas: Como mecanismo de defesa do peixe, o protozoo é envolvido numa massa


celular, sendo visto a olho nu como pequenos pontos brancos de 1 mm
aproximadamente. Se chegar ao epitélio branqueal apresentam também dificuldades
em respirar.

- Tratamento: Vários são os tratamentos eficazes contra o Ictio. No entanto, a fim de


não intervir no ciclo do nitrogênio de seu aquário, o aumento de temperatura (31°C),
durante a fase dispersiva é a forma mais “natural” de acabar com a doença, já que as
tomites não toleram esta temperatura. Este tratamento deve ser feito durante uma
semana, a fim de libertar também os núcleos da forma parasitária. No caso de não
poder usar a temperatura, são eficazes o Formol, o cloreto de sódio e o azul de
metileno.

Nome comum: Oodinose

- Agente: Fitoflagelado Piscinoodinium

- Ciclo: diferenciando-se do seu “primo” de água salgada por ter cloroplastos, que lhe
permitem usar a luz como fonte de energia, este apresenta 3 fases como o Ictio. Na fase
dispersiva são libertadas dinoesporas que por meio de movimentos flagelares procuram
o hóspede. Estes protozoos localizam-se na pele, na camada subepiteliais, embora
colonizem outras zonas como as brânquias.

- Sintomas: aparecimento de nódulos na pele “aveludados”, possível dificuldade


respiratória.

- Tratamento: O permanganato de potássio, o verde de malaquite e o azul de metileno


são eficazes contra este flagelado.

Nome comum: Costíase

- Agente: flagelados do género Ichthyobodo (das várias espécies destes protozoários bi-
flagelados a mais comum é a I. necatrix).

- Ciclo: É dos mais simples entre os protozoários, pois coloniza a pele do hóspede com
os seus flagelos e se as condições forem boas dividem-se por bipartição, movimenta-se
na água e é assim que se transmite a outros peixes. Em caso de condições adversas
podem permanecer enquistadas na pele do peixe ou até na água. É sem dúvida o
ectoparasita mais comum de água doce.

- Sintomas: enturvamento da pele - Tratamento: São mais eficazes os banhos com


formalina e permanganato de potássio, podendo também usar os mencionados acima.

Hugo Santos

73
Hidropsia - A barriga-d'água dos peixes

O que é?
A Hidropsia não é uma doença, mas um conjunto de sintomas e sinais que surgem no
decorrer de certas doenças. Ocorre quando há retenção de líquidos na cavidade
abdominal, músculos e pele dos peixes, com conseqüências para todos os seus órgãos.
Quando isto ocorre, o nível de proteínas do sangue diminui muito, o sangue se dilui,
fica aquoso. Ocorre insuficiência dos rins e do coração do peixe. Ele não consegue
eliminar água de seu organismo. Incha. As escamas, que estão presas a ele só por uma
parte, se levantam, eriçam. Sobrevém lesões nas guelras, intestinos, etc. "A
degeneração do coração e dos rins é causada por toxinas que podem ser de origem
fermentativa, tumoral ou parasitária". Muita gente considera a hidropsia como uma
doença, por isto vemos vários autores, cada um apontando uma causa. Mas ela não tem
só uma causa, porque não é uma doença. É uma síndrome.

A causa mais comum apontada é uma bactéria, a Pseudomonas puntacta. É uma causa
importante da hidropsia infecciosa. Mas também na tuberculose, na lepidortose, em
algumas viroses e até em aquários com excesso de nitratos pode ocorrer a hidropsia.
Há casos em que não é possível encontrar um agente causador. Há outras situações
que em certos aspectos podem simular a hidropsia: problemas ovarianos em fêmeas e
tumores malignos e benignos em certas localizações, a oclusão intestinal, gases,
constipação intestinal, etc. Em quase todas as situações a alimentação errada, como
dar sempre o mesmo alimento, principalmente não vitaminados, podem causar o
aumento do volume do peixe ou mesmo levar a uma situação mais grave, pois com
alimentação errada o peixe tem sua imunidade diminuída. Mesmo no caso da infecção
por P. puntacta, esta só ocorre se o organismo estiver debilitado pelas condições de
vida dele. Em todos os casos de aumento global do volume do peixe, parecendo
inchado, ele deve ser imediatamente removido para um aquário hospital.

Prevenção - Quarentena
A prevenção para todas as doenças é a mesma. E para todas elas a prevenção é o mais
importante. Devemos sempre pensar na saúde como um equilíbrio entre o hospedeiro
(peixe), agente agressor (físico, químico, biológico) e o meio (água). O aquário é um
sistema fechado, tem poder de autodepuração limitado. À medida que esta capacidade
vai se esgotando, as condições da água vão piorando. Numa progressão, digamos
exponencial em relação ao tempo. Até que de repente o sistema entra em colapso. A
água é um solvente universal em nosso planeta. Assim, qualquer agente patogênico
(que cause doença) se difunde nela com rapidez, e os peixes vivem nesse ambiente em
contato direto com esses agentes. Os peixes têm um sistema imunológico que os
defende de muitas agressões, mas não de todas, e principalmente não durante todo o
tempo. Eles produzem excreções como fezes, urina, amônia, e nadam num meio em
que isto tudo está dissolvido. À medida que o nível desses poluentes vai crescendo, os
problemas vão aumentando. Por isto é tão importante evitar a superpopulação, fazer
trocas parciais de água, a boa filtragem, a sifonação do fundo, o controle dos
parâmetros fisico-químicos, etc. Pelo mesmo motivo há gente que considera
inadequada a formula de 1 cm de peixe para l litro de água, pois 1 cm de um

74
de peixe para 3 ou mais litros de água. Os três fatores mais importantes na prevenção
de doenças são:

• Desinfecção e quarentena para peixes e plantas novas


• Composição da água do aquário
• Alimentação

A Quarentena é essencial, pois, por melhor que pareça um peixe recém-adquirido, não
se pode saber se ele é portador de algum agente patogênico incubado. Há muitas
doenças que só se manifestam com o tempo e o período de 3 ou 4 semanas, em geral, é
o suficiente para o aparecimento delas. Levar um agente patogênico para um sistema
fechado é igual a doença futura, talvez uma epidemia. Por que não prevenir isto? É
muito mais barato e menos estressante para um bom aquarista e principalmente para
seus peixes,prevenir uma epidemia do que combatê-la.

Prevenção - Condições da Água


A temperatura da água deve ser a mais constante possível, e apropriada para as
espécies co-habitantes, embora qualquer peixe resista às variações naturais, lentas e
graduais da temperatura, até um certo limite. A iluminação adequada em aquários
plantados é também necessária à "saúde" da água. Várias espécies de peixes necessitam
de quantidades diferentes de claridade, pelo que devemos dar condições de eles
escolherem, com cavernas, troncos, etc. Aqueles de hábitos mais noturnos não estão
bem adaptados a viverem todo o dia sob intensa luminosidade. Dureza e pH devem ser
compatíveis com os peixes, daí a necessidade de se estudar as características e
necessidades de cada um para saber quais poderão ficar juntos. Por exemplo, neon e
molinésia não fazem um bom par no aquário, pois se um estiver nas condições de água
que lhe são propícias, o outro estará em más condições. Um dos dois ficará doente
algum dia. Acará Bandeira gosta de água morna, não deve ficar com Tanictis, por
exemplo, de água fria. Peixes de água mole não se sentem bem na água que estiver boa
para peixes de água dura, etc. Peixe em condições inadequadas para as quais sua
espécie está adaptada, é peixe que certamente ficará doente, ou no mínimo morrerá
mais cedo.

Prevenção - Alimentação
A dieta deve ser balanceada, vitaminada e variada. Aí entra um fator muito importante:
as vitaminas sofrem intensamente a influência do calor e também da luz e umidade.
Por isto, não podemos nos preocupar unicamente com a data de validade de um
alimento ou de um medicamento. (Os medicamentos, principalmente;portanto cuidado
ao comprar um remédio na farmácia e o balconista lhe disser "pode levar, ainda não
venceu". Procure pelo que estiver há menos tempo na prateleira. É mais seguro). O
mais importante é a data de fabricação. O prazo de validade teria importância se o
medicamento, vitaminas, etc, fosse conservado em temperatura, em geral, de no
máximo 30°C. Ocorre que num país como o nosso, onde na maior parte das cidades a
temperatura no verão ultrapassa os 40°C à sombra, qualquer vitamina que tenha sido
fabricada há pelo menos um verão, está alterada. A não ser que tenha sido armazenada
em ambiente com controle de temperatura. Além disso, a ração deve ser variada. Não
adianta dar sempre a mesma ração. Por melhor que seja, ela não será completa. O
peixe, como nós e as plantas, precisa de "elementos-traços", que dificilmente estarão
incluídos numa só. Compre sempre ração em recipientes menores, de acordo com a
quantidade de peixes. Não tire todo o lacre, só abra um pedaço. Mantenha fechado em

75
lugar seco, arejado e sem incidência de sol. Dê sempre o mínimo de comida necessária
de cada vez, aumentando a freqüência até a quantidade total para o dia. Não dê
quantidade que os peixes não consigam consumir de imediato. Exceto, é claro,
alimentos de fundo e nesse caso, nunca dê se ainda houver resíduos do anterior.
Sempre que possível, ofereça alimentos vivos, tomando cuidado com cada tipo de
alimento pois muitos deles podem trazer bactérias ou outros patógenos. Ironicamente,
o maior problema que a boa prevenção produz, é sobre o aquarista. Ele fica com pouca
experiência no tratamento de doenças.

Tratamento
O início imediato do tratamento é essencial. Quanto mais cedo se iniciar, melhores as
chances de o peixe reagir. À medida que o tempo passa, as condições do peixe pioram,
suas defesas diminuem, seus órgãos caminham para o colapso, ficando o tratamento
cada vez mais difícil. Durante o tratamento, o peixe deve ser colocado no aquário
hospital, tanto para o tratamento em si como para proteção dos outros. A água deve ter
os parâmetros adequados para a espécie, evitando-se, porém águas muito ácidas para
melhor ação dos antibióticos, no caso de usá-los. Eles em geral não funcionam bem em
meio ácido. Deve ser oferecida alimentação variada, vitaminada e de preferência com
alto teor de vitaminas A e D. A água deve ter boa aeração. Não pode ter filtração, ou
pelo menos nenhuma filtração química. A hidropsia, principalmente as infecciosas, tem
difícil cura, mas está provado não ser impossível. Como em qualquer doença, quanto
antes se iniciar o tratamento, mais possível se faz a cura. Como você vai saber se seu
peixe vai se curar? Só tentando. Se você ler que a cura é impossível, não acredite.
Tente. Há inúmeros relatos de sucesso. Nenhum sucesso em quem não tentou.

Contra a inchação do peixe, em si, para ajudá-lo a eliminar água, pode-se tentar o uso
do sal grosso - sem iodo. Evitar seu uso em peixes tipo cascudos, limpa-vidros, etc. O
uso de 1 colher, das de sopa, cheia de sal para 10 litros de água é recomendado por
alguns autores. Vamos nos referir ao tratamento da hidropsia por bactérias. O uso de
antibióticos é importante porque, matando os germes, basicamente causadores da
doença ou simples oportunistas (que se aproveitam das condições debilitadas do peixe),
o doente terá melhores condições de se recuperar. Vários antibióticos são usados. Há
aquaristas que relatam bons resultados com o uso de Aureomicina (clorotetraciclina)
na dose de 250 mg para cada 20 L de água durante 3 dias, renovando-se a solução após
este prazo, até o restabelecimento do peixe. A Terramicina (oxitetraciclina) também é
usada na dose de 50 mg por litro de água em banhos de 24 a 72 horas, renovando-se a
solução se estiver dando resultado. A Cloromicetina (cloranfenicol) também é usada
na mesma dosagem e tempo que a Terramicina. Há autores que referem bons
resultados mesmo com o uso de 5 a 10 mg por litro de água. Hoje usamos antibióticos
mais potentes para o combate à Pseudomonas em humanos. Na verdade não são mais
potentes, mas sim diferentes, pois a bactéria adquire resistência facilmente. Nas que
atacam no aquário, porém, não é de se esperar que esta resistência tenha ocorrido com
freqüência, pois aí o uso de antibióticos não é abusivo como nos humanos. Um desses
é o Ciprofloxacino. Não sei da experiência em peixes, mas correlacionando ao uso da
Aureomicina, seria possível usar 500 mg para 40 L de água, também até a cura, com
troca da solução em 2 ou 3 dias. Não conheço muitos estudos sobre a toxicidade dos
antibióticos sobre os peixes - só sobre bactérias e sobre humanos - mas autores que
fazem referências a bons resultados com o uso da Aureomicina, dizem que após a cura,
os peixes procriaram. Amaury De Togni

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Ictiofitiríase

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A doença conhecida por Ictiofitiríase, Pontos Brancos, ou, simplesmente, Íctio, é uma
das mais comuns e também uma das mais devastadoras enfrentadas pelos que lidam
com peixes de água doce. É causada por um protozoário, cujo nome científico é
Ichthyophthirius multifiliis Fouquet (que, ao pé-da-letra, em latim significa: piolho dos
peixes que produz muitos filhotes).

Índice

• 1 Razões imediatas do aparecimento da doença no aquário


• 2 Analise de sua anatomia
o 2.1 Analise da forma não-patológica
o 2.2 Analise da forma patológica
• 3 O ciclo de vida na forma patológica em aquário
o 3.1 Encubação
o 3.2 Maturação
o 3.3 Reprodução
o 3.4 Infestação
• 4 O perigo do círculo vicioso
• 5 O comportamento do hospedeiro
o 5.1 Estágio inicial
o 5.2 Estágio intermediário
o 5.3 Estágio avançado:
• 6 Os peixes mais sucetíveis
• 7 Tratamento
• 8 Medidas preliminares
• 9 Eliminação do Íctio no aquário ornamental
• 10 Os procedimentos no aquário hospital
• 11 A quimioterapia do Íctio
o 11.1 Lista dos remédios mais usados
• 12 A termoterapia exclusiva
• 13 A recuperação do peixe
• 14 Prevenções

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Razões imediatas do aparecimento da doença no aquário

Como o agente causador não se propaga pelo ar, a contaminação de um aquário sadio se
dá pela introdução de um hospedeiro, que, na maioria dos casos, pode ser um peixe
aparentemente com saúde, pedras e/ou cascalho, e, é claro, a água, provenientes de
outro aquário, tanque, ou loja de peixes.

Cistos de Íctio já foram encontrados, também, em plantas aquáticas, alimentos vivos, e


outros animais aquáticos: assim, não está descartada a hipótese de transmissão por
caramujos, ou vermes colhidos in natura (não-cultivados). Atenção especial deve-se dar,
também, às redes e puçás de captura, e demais objetos usados em aquariofilia que
entrem em contato com a água e permaneçam molhados.

A temperatura, sendo um dos fatores de grande importância na vida dos peixes,


contribui decisivamente para o aparecimento e desenvolvimento do Íctio. Isto explica
porque uma epidemia ocorre sempre que peixes tropicais infestados são mantidos em
temperaturas muito baixas ou, em alguns casos, peixes de água fria também infestada
em temperatura mais alta. Pelas mesmas razões, a maioria das infestações por Íctio em
peixes tropicais parece ocorrer, com mais freqüência, nas estações mais frias ou quando
os mesmos são manipulados indevidamente, sem considerar a temperatura.

Mas, o comportamento desse parasita em aquário nos traz, às vezes, surpresas, e outros
fatores também contribuem para o aparecimento e complicações da doença. O modus
operandi desse terrível protozoário é fator decisivo. É o que veremos a seguir.

Analise de sua anatomia

O agente causador do Íctio é um minúsculo animal unicelular muito primitivo, medindo,


quando adulto, entre 200 micra e 800 micra, um protozoário que, em uma de suas fases,
locomove-se na água por meio de cílios, dispostos em fileiras longitudinais. Ao
microscópio, ele aparece com formato ligeiramente ovalado, tendo um grande núcleo
escuro em forma de ferradura, e com um movimento giratório característico,
impulsionado pelo conjunto de cílios, o que não ocorre com o Oodinium limnecticum,
muito semelhante, e causador da doença do veludo.

Analise da forma não-patológica

O curioso desse parasita é que parece existir uma forma ou estado não-patológico: às
vezes, ele desaparece espontaneamente do aquário, mas reaparece quando um peixe
novo é aí colocado, mesmo que este esteja sadio. Outra situação curiosa é o fato de
peixes de aquário, que nenhuma doença apresenta nos meses de verão, venha a se cobrir
inteiramente de protozoários no inverno, mesmo não tendo sido efetuada a introdução
de qualquer elemento novo. E, mais curioso ainda, é não se ter registro da captura de
peixes em estado livre, em rios, lagos, etc., que estivessem doentes, tendo-se verificado
a ocorrência da doença apenas em cativeiro. Pouco mais se sabe sobre o assunto, mas,
isso leva muitos especialistas a acreditarem na existência de uma forma de vida
saprófita, o Íctio comodamente instalado na pele do peixe, inofensivamente,
alimentando-se exclusivamente de secreções e fragmentos de células mortas do epitélio
do hospedeiro, sem causar-lhe qualquer dano.

78
Analise da forma patológica

O Íctio começa a agir de maneira nociva no momento em que as condições de vida


tornam-se desfavoráveis até que a qualquer momento que as suas condições de vida
tornem-se desfavoráveis, este então irá agir de maneira nociva para garantir sua
sobrevivência, instalando-se mais profundamente na pele do hospedeiro, passando a
alimentar-se também do seu sangue, causando uma anemia cada vez mais profunda e,
finalmente, a morte; quando ataca as guelras, o peixe morre mais rapidamente, por
asfixia.

Outra informação importante é a de que se trata de doença essencialmente de peixes de


água doce, morrendo o parasita em água salgada. Existe um Íctio de água salgada,
porém, causado por um outro protozoário, o Cryptokaryon irritans, que causa
problemas de proporções igualmente desastrosas.

O ciclo de vida na forma patológica em aquário

Podemos dividir o ciclo de vida do Ichthyophthirius multifiliis em quatro fases bem


distintas: incubação, maturação, reprodução e infestação. O período de duração deste
ciclo dependerá, principalmente, da temperatura da água. Poderá ser de pouco menos de
duas semanas, com temperaturas entre 20ºC e 26º, e aumentará para cerca de oito
semanas, em temperaturas entre 10ºC e 15ºC. Em cada das fases, o parasita tem
tamanho, forma e comportamento também muito diferentes.

Encubação

Depois de perfurarem a pele do peixe hospedeiro, realizando movimentos rotatórios, os


esporos, medindo entre 30 micra e 50 micra, se instalam, preferencialmente, no tecido
mucoso que fica entre a derme e epiderme, camadas mais externas do corpo, próximas
às escamas. As células epiteliais do corpo do hospedeiro, como defesa, produzem uma
camada de tecidos epitelial e conjuntivo subcutâneo, incistando-se, isto é, cercar-se de
membrana semelhante a cisto ou quisto. Quando a penetração ocorre nas guelras, o ciclo
é interrompido pela morte prematura do hospedeiro em poucas horas por asfixia,
causada pela obstrução das brânquias devido às lesões causadas pela entrada dos
parasitas.

Alojados e protegidos nos cistos no corpo do peixe, passam então a alimentar-se de


células epiteliais e de glóbulos vermelhos, entrando em processo de crescimento e
maturação.

Maturação

Bem alimentados e tendo atingido seu tamanho máximo, entre 200 micra e 800 micra
(há casos em que chegam a atingir 1 mm!), eles começam a movimentar-se para
abandonar o hospedeiro a fim de se reproduzirem, o que só ocorre fora do corpo do
peixe. Tais movimentos provocam, no mesmo, forte reação orgânica com irritação,
inflamação e entumescimento dos tecidos, formando enormes pústulas. É aqui que
começam a aparecer, a olho nu, os famosos pontos brancos, que chegam a medir 5 mm
de diâmetro, e que são a reação patológica da pele e não propriamente os parasitas,
como alguns acreditam.

79
Entre o aparecimento dos pontos brancos e a saída dos parasitas, haverá um lapso de
tempo que deverá variar de acordo com a temperatura da água: aos 10ºC este período
será de um mês ou mais, caindo para 3 a 4 dias, com a água entre 21ºC e 26,5ºC. Assim,
quanto mais alta a temperatura, mais rápido eles sairão.

Reprodução

Após romperem as pústulas e deixarem o hospedeiro, os parasitas adultos procuram o


substrato (cama) do aquário onde tentam se encistar numa cápsula gelatinosa que eles
mesmos produzem que os fixam preferencialmente nas plantas aquáticas e pedras, no
interior da qual ocorre à reprodução frenética, por divisões celulares repetidas. Sob
determinadas condições, como a de terem sido arrancados prematuramente pelos
"esfregões" do peixe junto a plantas e pedras, alguns parasitas imaturos tem a
capacidade de formar esporos sem encistar-se.

É nesse ponto que o Íctio esta mais vulnerável: já foi observado que em temperaturas
acima dos 28ºC eles não conseguem se encistar para a reprodução, e morrem em poucas
horas.

Mas, encontrando temperatura ideal, iniciarão o processo de reprodução, cuja


velocidade também dependerá dela: entre 17ºC e 20ºC esta fase estará completa dentro
da faixa de 12 a 18 horas. Porém, sob determinadas condições (e isto já foi observado
na prática), os cistos do fundo poderão durar mais tempo.

Infestação

Uma vez completado o processo de reprodução, cada cisto se rompe liberando entre 600
e 1.200 esporos ciliados, medindo aproximadamente 30 mm cada, que passarão a nadar
ativamente à procura de um hospedeiro para reiniciar o ciclo. Observados ao
microscópio, vê-se um único vacúolo contrátil (ao contrário do adulto, que possui vários
deles), um macro-núcleo e um pequeno micro-núcleo esférico. O micro-núcleo não
aparece na forma adulta, e é proveniente do macro-núcleo no processo de divisão
celular, no interior do cisto. No adulto, este se funde finalmente ao macro-núcleo, agora
em forma de ferradura.

O perigo do círculo vicioso

De um modo geral, cerca de 36 horas após o protozoário maduro ter abandonado o


hospedeiro, os esporos já estarão livres, fora dos cistos. Nadando livremente, eles
morrerão, caso não encontrem um hospedeiro em tempo hábil: na temperatura de 20ºC
eles viverão, em média, entre 33 e 48 horas, havendo, porém, relatos cofiáveis de se ter
encontrado esporos vivos nadando depois de 55 horas, sob esta mesma temperatura.
Dentro de um ambiente fechado como um tanque de criação ou aquário, por maior que
sejam suas dimensões, é tempo suficiente para que eles encontrem um hospedeiro, que
poderá ser o mesmo peixe do qual saiu a mãe. Assim, sempre que as condições
permitirem, os parasitas deixarão os peixes para reprodução, retornando a eles, em
número cada vez maior, até a infestação total, formando um círculo vicioso.

80
Portanto, aos primeiros sintomas, o aquarista deverá agir rápido para evitar o desastre
eminente.

O comportamento do hospedeiro

No peixe contaminado, de acordo com os sintomas e aspecto geral, distinguimos três


estágios da manifestação da doença: inicial, intermediário, e avançado, intimamente
ligados às fases do ciclo de vida do parasita.

Estágio inicial

Para o observador prático, o início da doença ocorre quando os primeiros sintomas


aparecem no peixe. Tais sintomas coincidem com a fase de incubação e início da fase de
maturação do Íctio, mais exatamente quando o parasita, com seus movimentos, começa
a incomodar o hospedeiro. Neste estágio, o peixe se esfrega contra as plantas, pedras e
cama do aquário, fecham a nadadeira dorsal e caudal, permanece apático no fundo do
aquário como se estivesse deitado, movimenta nervosamente suas nadadeiras, e perde
suas cores mais vivas e o brilho dos olhos. Peixes atacados nas guelras começarão a
morrer já neste estágio, em poucas horas.

Estágio intermediário

Alguns dias após o aparecimento dos primeiros sintomas, quando já se define a doença,
no auge da fase de maturação, as reações orgânicas do peixe se manifestam através de
pontos brancos com até 1 mm de diâmetro, no corpo, nadadeiras e/ou guelras, como se
fosse salpicado com "pó-de-arroz". O quadro geral do peixe piora visivelmente, e os
sintomas verificados no estágio inicial intensificam-se, além da perda de apetite. Ainda
existem boas chances do peixe sobreviver de receber um tratamento mais rápido
possível.

Estágio avançado:

O início deste estágio corresponde à transição entre as fases de maturação e de


reprodução, quando os parasitas adultos abandonam o corpo do peixe. Neste estágio,
além dos problemas deixados pelo ataque dos protozoários em si, como anemia
profunda e fraqueza geral, o peixe enfrenta o ataque de bactérias e de fungos
concentrados nas feridas da pele, causadas pela saída dos mesmos. É a fase aguda da
doença: o peixe perde a coordenação dos movimentos ou nada de forma irregular,
cambaleando ou em círculos, se balançando todo sem sair do lugar; há um aumento
rápido e exagerado do número de pontos brancos, pelo retorno dos esporos vindo dos
cistos de reprodução, espalhados pelo aquário; apresenta respiração ofegante, com
movimentos rápidos dos opérculos, devido à perda de glóbulos vermelhos que
transportam o oxigênio no sangue, e há um aumento da secreção de muco por todo o
corpo. E, por fim, a morte, seguida pela infestação de fungos no cadáver.

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Os peixes mais sucetíveis

O parasita costuma atacar a maioria dos peixes ornamentais que conhecemos,


principalmente os em estado mais precário, sendo raros os casos de imunidade. Porém,
na maioria das vezes, os hospedeiros sofrem rapidamente os efeitos: os alevinos, por
exemplo, são muito sensíveis à infecção, morrendo aos milhares. Outros peixes, frágeis
por natureza, como o néon e demais caracídeos de águas tropicais também são vítimas
fatais, na maioria dos casos. Há, no entanto, alguns peixes cuja suscetibilidade
exagerada ao Íctio já foi observada por diversos estudiosos: um grupo, que antigamente
era classificado como silurídeos – peixes de couro – do qual fazem parte os bagres e
mandizinhos da família Pimelodidae, parece ter uma grande facilidade de contrair a
doença, que, no caso em questão, atinge os estágios mais graves em pouquíssimo
tempo.

Tratamento

Um peixe sadio e bem alimentado, mantido em condições favoráveis, infestado com


poucos parasitas, oferecerá relativa facilidade no tratamento e cura. Porém, com um
peixe estressado por capturas, manipulações e transporte inadequados, anêmico e com
baixa resistência orgânica por alimentação deficiente, iluminação precária e má
qualidade da água do aquário, com alterações metabólicas devido a temperatura
inadequada ou mudanças bruscas da mesma, teremos cura e recuperação dificultadas,
visto que o peixe reagirá mal aos tratamentos e não estará em condições de superar as
infecções das feridas satisfatoriamente. Antes de qualquer coisa, é preciso ter em mente
que não basta eliminar os parasitas do aquário: é necessário, também, evitar as
complicações causadas pela infecção das feridas provocadas pelo protozoário, e
recuperar a saúde e o estado geral do peixe após livrá-lo da doença propriamente dita.

Medidas preliminares

Uma vez diagnosticada a contaminação pelo Íctio, é preciso verificar se apenas um ou


alguns dos peixes apresentam os sintomas, ou se a contaminação é geral: isto nos dará
uma base aproximada acerca da quantidade de parasitas presentes no aquário, e
consequentemente, acerca da gravidade da situação (se bem que, num aquário onde
algum peixe venha a apresentar os sintomas, fatalmente teremos os restantes também
portadores do protozoário). Então, é preciso ter em mente que, se são poucos os peixes
afetados, devemos imediatamente separá-los, retirando-os do aquário comunitário para
o que chamamos de "aquário-hospital", com dimensões mais usuais de 40 x 25 x 20 cm
(com aproximadamente 18 litros), coberto parcialmente por uma tampa de vidro e que
deverá ser enchido, de preferência, com a mesma água do de origem, para evitar choque
térmico e/ou de pH, sendo desprovido de filtragem, plantas, cascalho ou pedras, e
equipado com uma pedra porosa ligada a um compressor, para fornecimento abundante
e ininterrupto de oxigênio, e o principal: um aquecedor com potência aproximada de 50
W, ligado a um termostato confiável, que garantirá a temperatura adequada ao
tratamento, sem a qual dificilmente teremos êxito. Esta temperatura, dita "ideal", deverá
variar de uma espécie para outra, pois, como sabemos, cada uma delas tem sua faixa de
tolerância térmica, ditada pela Mãe Natureza, conforme o habitat de origem. Você
deverá pesquisar, na literatura aquarística, ou mesmo junto ao lojista que a vendeu, se se
tratar de espécie exótica, pouco conhecida. No entanto, pela experiência, sabemos que a
grande maioria dos peixes originários de regiões tropicais e equatoriais (portanto, quase

82
a totalidade dos "peixes de aquário" conhecidos) suportam bem temperaturas entre 28ºC
e 30ºC, em cativeiro, por alguns dias.

Caso a infecção seja generalizada, ou seja, a maioria ou a totalidade dos peixes do seu
aquário ornamental apresente os sintomas, proceda de forma semelhante: retire todos os
peixes para o aquário-hospital, tendo o cuidado de não abarrotá-lo (se preciso for, use
mais aquários como o já descrito), evitando, assim, a adoção de quimioterapia (cura por
meio de produtos químicos) em seu aquário principal, pelos sérios prejuízos que
poderão ser causados às plantas aquáticas por alguns medicamentos, principalmente se
você estiver cultivando cabombas, criptocorines, aponogetons, equinodorus e
samambaias-d’água.

Eliminação do Íctio no aquário ornamental

Bem mais simples que curar os peixes doentes no aquário-hospital, a terapia do aquário
comunitário requer não somente um aquecedor na potência adequada, acoplado a um
bom termostato: deve-se elevar imediatamente a temperatura da água, se possível
gradualmente até acima dos 28ºC, ou, se as espécies que permaneceram suportarem tais
temperaturas, elevá-la aos 30ºC ou acima, mantendo nesse patamar por uma semana ou
mais. Caso todos os peixes tenham sido retirados, deve-se observar, então, a
temperatura máxima a ser aplicada de acordo com a faixa de tolerância térmica das suas
plantas aquáticas, a ser determinada de maneira semelhante à dos peixes, já citada
anteriormente. Evitar as mudanças bruscas na temperatura, pois além das plantas, não
devemos nos esquecer das preciosas bactérias do ciclo do nitrogênio, bastante sensíveis.

Alguns autores aconselham manter o aquário nestas condições em torno de três dias,
pois, neste prazo, os esporos resultantes da ruptura dos cistos já teriam morrido por não
encontrar um hospedeiro. Porém, não arrisque nada antes de, pelo menos, uns dez dias,
ou, mais precisamente, antes do tempo que durar o tratamento dos peixes no aquário-
hospital. Como vimos mais acima, o ciclo de vida do Íctio às vezes é meio incerto, e
pode trazer surpresas desagradáveis.

Nesse meio-tempo, não introduza peixes novos em seu aquário comunitário: faça
realmente um isolamento total. E aproveite esses dias para fazer uma boa limpeza no
cascalho da cama, sifonando-o vigorosamente, retire galhos mortos e folhas amareladas
das plantas, troque o material filtrante do seu filtro mecânico por um totalmente novo, e
por fim proceda a uma troca parcial da água, no limite máximo, corrigindo o pH, a
seguir. Ao final do tratamento, diminua gradualmente a temperatura da água, alterando
a regulagem do termostato (aproximadamente 0,5ºC por dia) até chegar ao patamar
térmico de costume. Com o aquário limpo e equilibrado, os peixes terão mais chances
de se recuperar dos danos causados pela doença, ao retornarem.

Os procedimentos no aquário hospital

O tratamento dos peixes infectados vem, como já vimos, precedido da elevação da


temperatura ao limite máximo permitido. Isto porque, com o calor, acelera-se o
desenvolvimento do Íctio e, consequentemente, apressa-se sua saída do peixe. Assim,
toda quimioterapia terá que vir acompanhada da correspondente termoterapia. Tal
medida se faz necessária, pois o parasita é invulnerável a qualquer medicamento quando
está protegido no corpo do hospedeiro ou dentro do cisto, se reproduzindo.

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Devemos atacá-lo, portanto, quando ele se encontra livre na água, depois de deixar o
corpo do peixe, ou quando abandona o cisto após a reprodução, onde ele é mais frágil.

Durante o tratamento, além de manter estável a temperatura da água, devemos tomar


alguns cuidados adicionais com os peixes:

¨ Como não existe (e nem deve existir) qualquer tipo de filtragem no aquário-hospital,
deve-se sifonar diariamente as fezes e restos de comida do fundo;

¨ Proceder à troca parcial periódica da água, para manter a sua qualidade em nível
aceitável, principalmente ao primeiro sinal de mal cheiro;

¨ Mesmo não havendo plantas aquáticas, devemos manter o aquário-hospital em local


iluminado, ou usar uma luminária, evitando, assim, o aparecimento de algas marrons,
prejudiciais aos peixes;

¨ E, por fim, aumentar a alimentação deles, sem, no entanto, exagerar na dose ou abusar
de alimentos muito gordurosos: o ideal é usar flocos do tipo "básico", ou artêmia salina
congelada, que é rica em proteínas.

A quimioterapia do Íctio

São muitos os produtos usados para combater a infecção, listados nos muitos livros e
revistas espalhados pelo mundo afora. Algumas dessas substâncias são meramente
profiláticas (preventivas), bactericidas e/ou fungicidas, agindo mais sobre os ferimentos
do que atacando o Íctio propriamente dito. Outros são extremamente tóxicos e precisam
ser utilizadas com cuidado: o ideal é testar, previamente, a tolerância do peixe, antes de
aplicar a dose máxima.

Lista dos remédios mais usados

AZUL DE METILENO – É o mais conhecido e mais fácil de encontrar, e também o que


parece dar melhores resultados. Deve ser ministrado em solução a 1%, na dose indicada
nas bulas que o acompanham (geralmente, 2 gotas para cada 5 litros d’água), que torna
a água ligeiramente azulada. Não exagerar na dose, pois o produto pode causar lesões
irreversíveis nos órgãos reprodutores dos peixes, esterilizando-os (cuidado, criadores de
guppies de qualidade). Nunca usá-lo em presença de plantas aquáticas, pois estas
definhariam até a morte.

CLORETO DE SÓDIO – O sal de cozinha, na forma de sal grosso (do tipo para
churrasco) também tem sido testado com bons resultados: como visto mais acima, a
água salgada é prejudicial ao Íctio. Deve ser ministrado em banhos de meia hora, sendo
a solução de 2 ou 3%. O maior problema é que nem todos os peixes de água doce
resistem a esse tratamento: os pimelodídeos e loricarídeos (bagres e cascudos,
respectivamente) não suportam qualquer quantidade de sal na água e podem morrer. Já
os poecilídeos (guppy, espada, platy e molinésia) parecem aceitar melhor este
tratamento. Mas, não se deve exagerar no sal, pois, levando em conta o fenômeno da
osmose, poderíamos causar-lhes desidratação: o ideal seria aplicar somente um banho
desses por dia.

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TRIPAFLAVINA – Produto não muito comum, mas que também tem a reputação de
dar bons resultados. Aplicar banhos na dose indicada na bula.

HIDROCLORETO DE QUININO – Tem a fama de não matar as bactérias do ciclo do


nitrogênio, se aplicado no aquário ornamental. Porém, deve ser ministrado sob a forma
de banhos em aquário separado, em solução de 12,5 ml para cada 5 litros, trocando-se a
água a cada 2 ou 3 dias.

SULFATO DE COBRE – Deve ser ministrado com cuidado, com solução entre 0,8 e 1
ml por litro, até a cura, trocando-se ¾ da água ao final do tratamento. Seu uso é, no
entanto, controvertido: alguns autores o acusam de causar danos irreversíveis aos
peixes, ao passo que outros o usam largamente, inclusive no combate a fungos, com
excelentes resultados.

TERRAMICINA – Age mais como bactericida, no combate à infecção dos ferimentos.


Recomenda-se o uso de 50 mg para cada 2 litros de água, junto com a aplicação do Azul
de Metileno, já mencionado. Em doses elevadas, pode causar esterilidade nos peixes.

AUREOMICINA – Usada geralmente após o banho em água salgada. A dosagem


indicada consiste em 10 mg por litro d’água.

ATEBRINA – Produto tóxico, que deve ser manuseado com cuidado. Usa-se 1 ml por
litro de água, que deve ser totalmente trocada após o fim do tratamento. Tem a péssima
reputação de afetar a fertilidade dos peixes tratados.

OUTROS PRODUTOS – Verde de Malaquita, Acriflavina, Formol e Permanganato de


Potássio também são citados por autores respeitados, como auxiliares no combate ao
Íctio.

A termoterapia exclusiva

Nem só com remédios tradicionais, porém, se tem combatido o causador do Íctio:


muitos aquaristas experientes tem usado o calor como terapia exclusiva no combate à
doença, quando os peixes infectados se encontravam em bom estado geral, submetendo
o aquário ornamental (com todos seus componentes usuais) a uma elevação da
temperatura da água a 28~29ºC, por um período de 12 a 15 dias, o que tem dado
excelentes resultados, com um índice de cura em torno dos 80%.

A recuperação do peixe

As feridas deixadas pelo Íctio após abandonar o corpo do hospedeiro são portas abertas
para a penetração de bactérias e fungos que, não raro, são mais fatais que a doença em
si, principalmente quando a saúde do peixe estiver abalada. O uso de substâncias
bactericidas e fungicidas, como algumas das mencionadas no item anterior, tem grande
significação na recuperação definitiva do peixe e podem ser usadas com mais
segurança, por já terem sido amplamente testadas: muitas curas obtidas ocorreram,
principalmente, neste ponto do tratamento. Além disso, a água com pH e dH adequados,
boa oxigenação, iluminação suficiente, alimentação farta e balanceada, e temperatura
ideal e estável, são pontos importantes para garantir e restabelecer a saúde do peixe,
quando em tratamento.

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Prevenções

Como em todos os casos, é muito melhor evitar uma doença grave, que tentar a sua
cura, algumas vezes penosa e inútil.

¨ Evite introduzir peixes novos em seu aquário nos meses mais frios do ano;

¨ Se tiver que fazer isso, porém, todos os peixes, adquiridos ou coletados diretamente
em rios ou córregos (principalmente estes), deverão ser mantidos em quarentena, num
aquário de isolamento, previamente, por períodos que variam conforme a natureza da
espécie: os de água fria devem ficar entre 1 e 2 meses, e os tropicais, entre 15 dias e 1
mês. Somente após esse isolamento, não tendo apresentado qualquer anormalidade,
devem então adentrar o aquário comunitário: isto vale também para outras
enfermidades.

¨ Ao comprar seus peixes na loja (conhecida, de preferência), evite aqueles com as


nadadeiras dorsal e caudal fechadas, com a coloração esmaecida, nadando
irregularmente, e que insistem em se isolar dos demais, algumas vezes próximos do
fundo. Peça ao lojista para colocar um pouco de ração no aquário onde estão estocados:
peixes normais geralmente tem apetite sempre aguçado, e logo avançam sobre a comida
com as nadadeiras bem abertas e com movimentos vivaços. E mais: verifique se não há
peixes mortos.

¨ Nunca deixe de desinfetar as plantas aquáticas récem-adquiridas antes de introduzi-las


no tanque definitivo: banhos rápidos em solução de Permanganato de Potássio ou
Cloreto de Sódio não devem ser ignorados. Cascalho adicional, e novos troncos e pedras
devem ser fervidos previamente.

¨ Se você possui muitos aquários, adquira redes e puçás para uso individual: não misture
equipamentos que entram constantemente em contato com a água, de um tanque para
outro, e desinfete-os sempre que puder.

¨ Alimente bem seus peixes e procure variar sempre a dieta. Porém, o uso de alimentos
vivos pode trazer complicações, principalmente os de procedência incerta: já foram
encontrados cistos, não só de Íctio, como também de outras doenças, em muitos deles.
Tubifex, "blood worms", e artêmia salina, por exemplo, podem ser encontrados em
formas mais saudáveis, desidratados ou congelados.

¨ E, por fim, ao equipar seu aquário, não se esqueça do sistema de aquecimento: tão
importante quanto os filtros e luminárias, os aquecedores jamais deveriam ser
esquecidos ou relegados a segundo plano. Infelizmente, na maioria dos casos de
aquários montados e mantidos por iniciantes, vemos a ausência desse importante item, o
que é difícil de explicar, pois trata-se de equipamento de fácil instalação e de baixo
custo de aquisição, se comparado ao custo total de um aquário de água doce. Ao
adquiri-lo, dê preferência aos modelos com o termostato em separado, pois cumprirão
seu papel de forma mais eficiente: instale-os, termostato e aquecedor, em pontos bem
diferentes e distantes entre si no aquário. O aquecedor poderá ficar próximo ao ponto de

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retorno da água do filtro externo, por exemplo. A temperatura mínima, regulada no
termostato. Considera-se 25º uma temperatura boa para peixes tropicais.

Obtido em "http://pt.wikipedia.org/wiki/Ictiofitir%C3%ADase"
Categorias: Medicina veterinária | Aquariofilia

Peixes em Cativeiro: a Questão Moral

Introdução

Você já parou para pensar se o que está fazendo como aquarista é certo ou errado do
ponto de vista moral? Já foi questionado com respeito a isso? Saberia defender a sua
posição? Esse é um assunto bastante complexo que precisa ser resolvido dentro da
cabeça de cada um, pois envolve muitos fatores culturais, religiosos e de criação
familiar.

Pelo mundo afora vamos encontrar gente de todo tipo, desde os que não estão nem aí
se um peixe está sendo maltratado ou não pois 'afinal é só um peixe', até os que
santificam qualquer animal como sendo uma criatura 'divina' e portanto não cabe ao
homem decidir sobre a vida e a morte deles. Entre estes dois extremos existe uma vasta
faixa de possibilidades para você se posicionar moralmente, mas o problema é que
muita gente acaba formando sua opinião ou 'moral', pendendo para um lado ou para
outro, sem sequer ter um mínimo de informação que fundamente a sua posição ou, pior
ainda, baseado em mitos e conceitos simplesmente errados. O dilema moral de um
aquarista responsável e preocupado na verdade são dois:

2) Um peixe mantido em
1) Ao comprar os peixes não estamos
cativeiro, sem liberdade de ir
sustentando um ramo de atividade que
onde quiser, não leva uma vida
promove exploração da natureza?
infeliz?

Neste artigo vou expor um pouco da minha própria visão no assunto, que obviamente
vai pender em favor do aquarismo responsável e consciente que é a proposta geral
deste site inteiro, mas espero também conseguir te dar alguns elementos menos
subjetivos para você pensar e tirar as suas próprias conclusões.

Criação vs. Coleta.

Para abordar corretamente o primeiro dilema, a primeira coisa importantíssima a se


perceber é a distância ENORME que existe entre um peixe criado em cativeiro e um
peixe coletado da natureza. Como infelizmente ambos os tipos são vendidos sem
distinção nas lojas, é comum que o aquarista não perceba a importância desta

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diferença.

É preciso entender que no caso de criações, os peixes têm tanto a ver com a natureza e
ecologia quanto aquele frango ou boi que você comeu no almoço de hoje! Esses peixes
foram CRIADOS por nós humanos em aquários ou grandes tanques de reprodução,
com o objetivo bem específico de serem vendidos para alguém que vai obter satisfação
por tê-lo em sua casa, e em troca gerar receita ao seu criador e ao comerciante que o
vendeu. A única diferença dele em relação ao frango ou ao boi é o objetivo final ao
qual ele é destinado. Nesse aspecto os peixes ornamentais devem ser encarados no
mesmo nível de cães e gatos domésticos. Acho que estão até em vantagem em relação
ao frango e ao boi, exceto é claro os pobres peixinhos que vão parar em aquários
totalmente impróprios (a discussão sobre mitos do aquarismo e o que é um aquário
apropriado para cada espécie fica para outro artigo).

Felizmente, pelo menos no aquarismo de água doce, uma fração enorme das espécies
mais comumente encontradas nas lojas já são criadas em larga escala, e portanto um
aquarista procurando posicionar-se moralmente pode perfeitamente curtir o hobby
comprando apenas espécies já criadas em cativeiro, equiparando o seu hobby com a
criação de cães e gatos como já mencionado, e sem nenhum impacto na natureza. Uma
boa loja de aquarismo sempre saberá dizer a você quais espécies das disponíveis
provém de criadores comerciais e quais são coletadas.

Um argumento a mais e extremamente positivo para quem deseja posicionar-se desta


maneira é que já existem diversas espécies de peixes que estão seriamente ameaçadas e
algumas já até extintas na natureza, não por causa de coleta excessiva mas devido à
redução ou destruição do seu ambiente natural pelo avanço da civilização em nome do
'progresso' (leia-se desmatamento, poluição, etc) e estas espécies só continuam
existindo e tendo chances de um dia serem reintroduzidas na natureza devido à criação
comercial delas em cativeiro para o aquarismo!

Já no caso do aquarismo marinho a situação geral se inverte...a esmagadora maioria das


espécies ainda é coletada da natureza. Ainda estamos engatinhando no lento processo
de compreensão e desenvolvimento das técnicas de como reproduzir peixes marinhos
em cativeiro, por isso o nível de conscientização e responsabilidade do aquarista
marinho deve ser bem maior.

Este segundo caso, dos peixes que pertenciam ao mundo natural e foram coletados para
manutenção em aquários domésticos, inegavelmente afeta a natureza em maior ou
menor grau. Ainda assim, não devemos imediatamente condenar a prática sem antes
entender alguns aspectos importantes sobre ela. São necessários estudos cuidadosos
para saber se a natureza está sendo capaz de repor essa perda sem prejuízo a longo
prazo para ela. Isto é o que se chama desenvolvimento sustentável, um termo bastante
atual em quase todos os ramos que fazem exploração de uma forma ou de outra dos
recursos naturais.

A prática questionável acontece quando a exploração (no nosso caso, a coleta dos
peixes) é feita demasiadamente ou descontroladamente, (por exemplo, em épocas de
acasalamento), o pode que levar certas espécies a reduzirem continuamente a sua
população até passarem a sofrer risco de extinção. Felizmente existem estudiosos,
entidades e órgãos governamentais (por exemplo, o IBAMA) que dentre outras coisas

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estão fazendo esforços sérios e concretos para entender a situação de cada espécie,
regulamentar melhor a atividade de coleta e garantir o desenvolvimento sustentável
com respeito a elas. A Era de Aquários já foi inclusive consultada pelo IBAMA a esse
respeito e estará sempre à disposição para ajudar no que puder.

Pois bem, mesmo o peixe sendo coletado, como eu já disse acima, se isso for feito de
tal modo que a natureza seja capaz de repor a perda em longo prazo (e a natureza tem
um capacidade fantástica de fazer isso, basta usar o bom senso e não abusar dela), é
possível resolver o dilema moral da exploração dos recursos naturais, e ficar apenas
com o dilema moral da qualidade de vida do peixe em si, que estará no cativeiro.

Liberdade e Felicidade

Neste ponto entra uma segunda confusão muito comum, principalmente entre leigos e
conservacionistas radicais, que é a armadilha do "antropomorfismo". Essa palavra
complicada significa transferir aos animais (ou qualquer outra coisa) nossos conceitos,
características e valores humanos. Simplificado para o nosso caso em questão, é o
seguinte: a gente tem um conjunto de valores, expectativas, metas, etc, características
da raça humana, e quando essas coisas nos são reprimidas ou negadas, ficamos
infelizes. Aí, olhamos para um animal e se ele parecer estar sendo negado um valor que
para nós humanos é importante, automaticamente concluímos que ele só pode estar
infeliz também.

Mas isso não é necessariamente verdade, é preciso saber se aquele valor ou expectativa
é realmente importante para o animal em questão. Só pra dar um exemplo bem gritante,
imagine alguém achar que um cachorro deve ser infeliz porque só bebe água a vida
toda, e nunca experimentou nada delicioso como um guaraná ou um suco de laranja.

De maneira geral, as expectativas dos animais na vida são MUITO, mas MUITO
menos complexas que a de nós humanos. Eu me lembro de ter visto um estudo
americano de comportamento de cães, demonstrando que o conceito de "paraíso" para
um cão parece ser realmente nada mais que ficar deitado o dia todo, a vida toda, sem
precisar fazer absolutamente nada, o que para um ser humano típico seria um suplício a
longo prazo.

Voltando aos peixes em aquário, é muito importante não cair na armadilha de imaginar
como "nós" nos sentiríamos se estivéssemos na mesma situação deles, mas sim buscar
indícios de que eles estejam tendo as suas expectativas razoavelmente preenchidas. E
isso obviamente não é muito fácil de identificar, mas de maneira geral podemos dizer
que, se o peixe tem uma alimentação satisfatória, apresenta uma saúde boa, tem uma
interação normal com os seus companheiros de aquário (podendo até formar pares e
acasalar, mas isso não é um requisito necessário, pois também não acontece para todos
na natureza), e o aquário é tal que ele tem um desenvolvimento normal, então esse
peixe está verdadeiramente "feliz".

Não estou aqui querendo dizer que peixes ou quaisquer outros animais sejam meros
autômatos, escravos da programação dos seus instintos. Muito pelo contrário, como
todo criador de peixes com alguns anos de estrada, posso identificar perfeitamente
(sem 'antropomorfismo') a presença de humores individuais em muitos dos peixes que
crio, conferindo a cada um uma personalidade única característica de um ser superior,

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inteligente e emocional. Mas repito apesar do assunto ser atual e polêmico, me parece
bastante razoável supor que os peixes em geral têm expectativas muito mais simples e
básicas do que nós: comer, dormir, acasalar, e pouco mais. Ou seja, um peixe não vai
daqui até ali na natureza porque ele quer regozijar na sua liberdade e no seu arbítrio de
poder fazê-lo, nem porque ele quer apreciar o trajeto até lá enquanto discute com os
companheiros o milagre da sua existência. Ele vai até ali porque quer ficar longe de
potenciais predadores, achar comida, ou talvez uma companheira. Se a comida e a
companheira estiverem aqui mesmo e os predadores não estiverem, melhor! Pra que ir
até lá? "Liberdade" é um valor racional e bastante humano, é preciso tomar muito
cuidado ao transferi-lo para um animal.

Enfim, já tendo passado por crises e até abandonado o hobby por um tempo no passado
por causa de dilemas morais assim, baseado nos argumentos expostos aqui neste artigo
hoje em dia eu tenho a convicção de que os meus aquários são tais que os peixes
gostam de onde estão morando, e tenho também a convicção de que o esforço coletivo
dos aquaristas responsáveis, em particular os que têm presença forte na internet, está
tendo um efeito muito mensurável no avanço do nosso hobby. O importante é ter essa
preocupação em mente todo dia ao olhar como estão nossos peixes, e sempre fazer o
possível pra manter e melhorar no que puder.

Marcos A. Avila

Agradecimentos: Obrigado a Flávia Carvalho, Amaury De Togni, Damian Jones e


William Banik pelas sugestões que ajudaram a melhorar esse texto!

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O Ciclo do Nitrogênio
"Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" - Lavoiser.

As primeiras semanas de um aquário novo são fundamentais para o sucesso dele. Antes
de pensarmos em adquirir peixes para colocarmos em nossos aquários, devemos
primeiramente preparar a "casa" para eles. Um aquário é um pequeno mundo vivo em
miniatura, e preparar a casa significa estabelecer neste mundinho toda a biologia
necessária, que possibilitará vida saudável em um ambiente fechado e pequeno. As
fezes, a alimentação não consumida, os dejetos dos peixes e qualquer outra matéria
orgânica que se acumula não desaparecem do aquário por efeito de magia. Eles são
decompostos por microorganismos, muitas vezes resultando em substâncias tóxicas.
Mas como a natureza é sábia existem seres que nada mais querem do que transformar
essa matéria decomposta em outros compostos que possam ser novamente aproveitados
por outros seres. Uma das mais importantes classes de compostos que resultam da
decomposição são os nitrogenados, e o processo pelo qual eles são gradativamente
transformados é chamado de Ciclo do Nitrogênio.

Como e quem faz essas transformações? São seres microscópios chamados bactérias
nitrificantes, cuja função na natureza é de decompositores dos compostos nitrogenados.
Ao montarmos um aquário novo, essas bactérias só existem em quantidades muito
pequenas (aquelas poucas que por acaso vieram junto com a água, com o cascalho, etc.).
Portanto é fundamental, nas primeiras semanas, fazer com que esta colônia de bactérias
se multiplique até atingir uma quantidade que seja capaz de processar os dejetos dos
peixes que virão a seguir. Assim, dependemos da formação de uma boa colônia de
bactérias nitrificantes para que possa haver vida saudável em nossos aquários. Na
linguagem do aquarismo, esse período inicial de formação da colônia costuma ser
chamado de ciclagem do aquário. Um aquário só estará pronto para receber a população
principal de peixes quando ele estiver devidamente ciclado. Este processo normalmente
leva entre 2 e 6 semanas para se completar.

Vamos entender melhor como é este ciclo. O nitrogênio (N) é um elemento químico que
entra na constituição de duas importantíssimas classes de moléculas orgânicas:
proteínas e ácidos nucléicos. Embora esteja presente em grande quantidade no ar, na
forma de gás nitrogênio (N2), poucos seres vivos o assimilam nessa forma. Apenas
alguns tipos de bactéria, principalmente cianobactérias (antigamente conhecidas como
algas azuis ou cianofíceas), conseguem captar o N2, utilizando-o na síntese de
moléculas orgânicas nitrogenadas. Essas bactérias são denominadas fixadoras de
nitrogênio. Eles acabam sendo comidas por outros organismos, que por sua vez são
comidos por outros animais, e assim por diante até que os compostos nitrogenados
estejam espalhados por todos os seres vivos.

Quando esses compostos nitrogenados são liberados, (pela morte de um organismo, ou


parte dele, ou pelas suas excreções), eles são processados por bactérias decompositoras,
e um dos principais produtos dessa decomposição é o gás Amônia (NH3). A amônia,
em contato com a água, forma o Hidróxido de Amônio (NH4OH), uma substância
altamente tóxica que em grandes concentrações tem o efeito de uma base altamente
corrosiva. A amônia é uma substância muito perigosa para os peixes, e a sua toxicidade
depende da temperatura, do pH e da salinidade da água. Por exemplo, quanto mais ácido
for o pH, mais Hidróxido de Amônio é neutralizado e portanto diminui a toxicidade da

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amônia. Por outro lado, quanto mais alcalino o pH mais perigosa é a Amônia.
Felizmente, essa substância é consumida por bactérias do gênero Nitrosomonas, que na
presença de oxigênio transformam a amônia em Nitrito (NO2-) obtendo energia através
do seguinte processo:

2 NH3 + 3 O2 ----> 2 HNO2 + 2 H2O + Energia

O HNO2 (ácido nitroso) dentro da água se dissolve liberando o íon nitrito (NO2-). O
nitrito é mais uma substância altamente tóxica para plantas e animais, mas felizmente
ele também não se acumula em um aquário bem montado, pois logo as bactérias do
gênero Nitrospira o transformam em Nitratos (NO3-), também obtendo energia pela
reação:

2 HNO2 + O2 ----> 2 HNO3 + Energia

Agora sim, o nosso nitrogênio que partiu das moléculas orgânicas decompostas
finalmente assumiu uma forma bem menos tóxica. No aquário, o nitrato vai lentamente
acumulando como resultado desse processo. Mas não devemos deixá-lo acumular muito
porque isso acaba levando ao crescimento excessivo de algas que o aproveitam como
nutriente. Para evitar isso, fazemos regularmente trocas parciais de água e, melhor
ainda, colocamos plantas naturais no aquário, pois o nitrato é prontamente consumido
por elas. Aliás, as plantas também são boas consumidoras de amônia, e portanto ajudam
muito a manter essa toxina sob controle.

As bactérias nitrificantes irão fixar-se em qualquer local onde haja uma boa oxigenação
(visto que o processo principal do ciclo é aeróbico, ou seja, com a presença de
oxigênio). Porém, as colônias serão mais prósperas em locais onde não haja muita luz, e
onde a corrente de água não as moleste em demasia. Esta é a parte mais importante do
Ciclo do Nitrogênio em termos de aquarismo, mas na verdade ele não para por aqui. Por
exemplo, se faltar oxigênio na água o Nitrato pode ser transformado novamente em
Nitrito ou então, por um processo chamado denitrificação, ele volta a ser transformado
por bactérias anaeróbicas em nitrogênio gasoso (N2), e o ciclo fica completo.

Agora que sabemos como é o Ciclo do Nitrogênio, podemos entender melhor como
devemos proceder em um aquário novo para garantir um ambiente saudável para os
peixes. O processo de colonização dessas bactérias ocorre sem que seja necessária a sua
intervenção, basta que haja uma fonte de matéria orgânica. Uma vez montado o aquário,
colocada a água e ligados os filtros, precisamos fornecer um pouco de amônia para dar
início ao processo de ciclagem. Às vezes a própria água de torneira já vem com amônia,
mas em geral é melhor incentivar o processo. Mais uma vez, uma ótima maneira de
começar é colocando plantas naturais. O seu próprio metabolismo e as folhas que caem
fornecem o nitrogênio inicial, e como já dissemos elas ajudam a evitar que o nivel de
amonia suba demais. Também se pode colocar uma pitada de ração, ou um pequeno
pedaço de peixe ou camarão, e existem produtos comerciais incentivadores do ciclo.
Outro bom procedimento é usar um pouco de cascalho e/ou água de um aquário já
maturado, que esteja seguramente em boas condições.

É muito comum colocar "peixes cicladores" para acelerar o processo também.


Acrescentam-se uns 2 ou 3 peixes resistentes (paulistinhas, por exemplo) para viver no
aquário enquanto este está passando pela ciclagem. Mas este não é um bom

92
procedimento, pois se está submetendo estes peixes a um stress desnecessário. O ideal é
comprar um kit de testes completo de água doce (pH, amonia, nitrito, nitrato) e
acompanhar as subidas e descidas da amônia e do nitrito. Quando o nitrito cair a zero
depois de ter subido, o aquário está pronto para iniciar a colonização dos peixes. Mas
mesmo assim a população deve ser aumentada gradualmente, para permitir que a
quantidade de bactérias também vá se adaptando ao aumento da carga biológica.

Vany Devos, Tiago Beltrão e Marcos Ávila

Glossário Aquarístico

Um guia de referência rápida para expressões comumente usadas por aquaristas...

Aqui está uma listagem de alguns dos jargões, acrônimos, abreviações, expressões e
outros termos usados por aquaristas em geral ou neste site em particular. As definições
e explicações apresentadas aqui procuram ser sucintas e claras, mais do que completas
e precisas, de modo que você possa rapidamente familiarizar-se com a idéia básica do
termo que está procurando. Em alguns casos leitura complementar é sugerida e, como
sempre, você pode fazer uma pesquisa no site (veja o link debaixo da barra-título ao
topo) para encontrar onde e como aquele termo é usado no site.

Absorção – É a capacidade de um sólido em fixar um gás ou um líquido, ou a de um


líquido em fixar um sólido. A substância absorvida se infiltra na substância que a
absorveu. Ex: Uma esponja absorve água.

Adsorção – Ligação ou retenção de moléculas ou íons nas superfícies de partículas


sólidas, causado por cargas eletrônicas nessas superfícies. Ex: o carvão ativado adsorve
vários elementos e moléculas.

Aclimatação – Processo de ajustamento gradual de um tipo de água para outro, para


que o peixe não sofra choques de temperatura, pH, salinidade, etc. ao ser transferido.

Ácida/Acídica – Água ou solução com pH abaixo de 7,0.

Ácidos – Compostos contendo o íon H+ e que liberam este íon quando dissolvidos na
água.

Actínica – Lâmpada fluorescente que emite naturalmente uma luz azulada, usada
principalmente para realçar o tom azul e dar a impressão de ambiente marinho.

Adiposa – Veja Nadadeira Adiposa.

Aeração – Introdução de oxigênio (O2) na água do aquário através de bombas de ar


ou bombas submersas.

93
Aeróbico – Processo ou ambiente onde há abundância de oxigênio. Também se diz do
organismo que prolifera neste ambiente.

Água Dura – Água que contém uma quantidade relativamente grande de íons e
minerais dissolvidos nela, principalmente Carbonatos de Cálcio e Magnésio.

Água Mole – Água que contém uma quantidade relativamente pequena de íons e
minerais dissolvidos nela, por exemplo, água destilada ou deionizada.

Água Salobra – Água que contém uma quantidade de sal dissolvido intermediária
entre água doce e água do mar, comum nos estuários de rios.

Água Verde – Água com grandes concentrações de algas Diatomáceas, ideal para
alimentação de alevinos e alimentos vivos aquáticos. Em aquários comuns indica
excesso de nutrientes na água. Vejam Diatomáceas.

Albino – Animal caracterizado pela ausência de pigmentação na pele, geralmente


apresenta-se branco com olhos avermelhados.

Alcalinizante – Material ou solução com características que tendem a alterar o pH


fazendo-o subir, frequentemente aumentando também a dureza da água.

Algas – São seres aquáticos e autotróficos (que produzem energia para sobreviver)
pela fotossíntese, sendo em sua grande maioria seres unicelulares.

Alcalina – Também Básica. Água ou solução com pH acima de 7,0.

Alcalinidade – também Poder Tampão. Representa a capacidade de uma água de


resistir a variações de pH, através de certas reações de equilíbrio dos íons tamponadores
dissolvidos nela.

Alevino – Peixe recém nascido.

Amônia – Gás com fórmula NH3 que é um dos primeiros produtos da decomposição
de matéria orgânica, e é bastante tóxico para peixes e outros animais, aquáticos ou não.

Amônio – Íon (NH4)+ que normalmente se forma quando a amônia está dissolvida na
água.

Ampulárias – Caramujos de água doce.

Anabantídeos – Grupo de peixes asiáticos, dentre os quais estão os bettas,


tricogásters, colisas e beijadores. A maioria tem um órgão na cabeça chamado labirinto,
que lhes permite absorver oxigênio diretamente do ar, perto da superfície.

Anaeróbico – Processo ou ambiente onde há muito pouco ou nenhum oxigênio.


Também se diz do organismo que prolifera neste ambiente.

Anual – Veja Killifish.

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Aquapaisagismo – Arranjo decorativo de plantas aquático-anfíbias dentro de um
aquário, paludário ou lago.

Aquário Biótipo – Aquele que procura reproduzir um determinado nicho ou habitat


existente na natureza, em termos das características físicas, visuais e de espécies
encontradas. Veja também Biótopo.

Aquário Natural – Conceito de aquário plantado onde se procura recriar alguma


paisagem natural idealizada (não necessariamente aquática), próximo ao conceito de
jardinagem japonesa.

Aquário Holandês – Conceito de aquário plantado onde se procura criar um aspecto


de jardim planejado ou arranjo de plantas, ao estilo de jardinagem holandês-francesa.

Aquário Hospital – Aquário normalmente equipado apenas com aerador e aquecedor,


onde peixes doentes podem ser isolados para receber tratamento adequado.

Aquário Marinho – Aquário que simula a água do mar na temperatura, salinidade,


densidade, pH, KH e demais parâmetros próximos a dos oceanos.

Aquário de Recife – aquário marinho que simula o ambiente semelhante aos recifes
de corais, em especial quanto a iluminação e circulação forte.

Aquário Plantado – Aquário onde o foco principal é o cultivo e propagação de


plantas aquáticas, como também a recriação de jardins aquáticos ou paisagens naturais.

Aquário de Quarentena – Veja Quarentena.

Aquário Temático – Equivalente menos rigoroso do aquário biótopo procura reunir


peixes e/ou plantas vindos de diferentes biótopos, mas de uma mesma região geral, ex.
"Tema Amazônico" ou "Tema Sul-Asiático".

Aquecedor – Aparelho usado para aquecer a água do aquário, geralmente composto


por uma resistência elétrica embutida em vidro.

Aragonita – Mineral natural à base de Carbonato de Cálcio (CaCO3). Tem


características alcalinas e por isso é um bom substrato para aquários marinhos e de
ciclídeos africanos.

Areia de Filtro de Piscina – Material inerte de granulometria baixa, favorável para


compor o substrato de aquários plantados.

Aroeira – Árvore cujo tronco é utilizado comumente como decoração em aquários,


por ser bastante denso e ter uma decomposição muito lenta quando submerso. Também
conhecida como urundeúva, aroeira-do-sertão, aroeira-do-campo, aroeira-da-serra,
urindeúva, arindeúva.

Artêmia – Pequeno crustáceo (Artemia salina) que vive em águas salobro-marinhas e


é um dos mais populares alimentos vivos para peixes. Veja também Ovos de Artêmia.

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Ativado – Veja Carvão Ativado.

Banho de Água Salgada – Tratamento preventivo ou curativo baseado no mergulho


de um peixe de água doce por alguns minutos em um recipiente com água salgada.

Banho de Água Doce – Tratamento preventivo ou curativo baseado no mergulho de


um peixe de água salgada por alguns minutos em um recipiente com água doce.

Barbatana – Veja Nadadeira.

Básica – Veja Alcalina.

Beteira – Aquário geralmente pequeno e/ou compartimentado, onde são mantidos e


criados peixes Betta.

Bexiga Natatória – Órgão que auxilia os peixes a manterem equilíbrio e


flutuabilidade, através do controle da sua densidade relativa à da água. É um saco de
paredes flexíveis, e pode expandir-se ou contrair de acordo com a pressão.

Bio-balls – Grades plásticas em forma de bolinhas que servem de substrato para


fixação e desenvolvimento de bactérias aeróbicas, utilizadas em filtros do tipo wet-dry e
trickle filter ("cascata").

Biótopo – uma região ou espaço geográfico natural que apresenta característica


relativamente uniforme de ambiente e de populações animais e vegetais, das quais é o
habitat.

Bio-wheel – Substrato giratório, semelhante a uma roda d'água, para fixação e


desenvolvimento de bactérias aeróbicas em filtros externos.

Black Water Extract – Solução comercial que introduz na água do aquário taninas e
outras substâncias características de águas moles e ácidas, onde há bastante
decomposição de matéria vegetal (como a do Rio Negro).

Bloat – Doença que afeta principalmente os ciclídeos africanos herbívoros,


supostamente causados por dieta inadequadamente rica em proteínas.

Blood Worms – Larvas de quironomídeos, verme usado como alimento vivo rico em
proteínas.

Bomba de Ar – Equipamento que usa um pequeno motor elétrico e um diafragma de


borracha para produzir ar sob pressão, que será injetado no aquário ou num filtro através
de mangueiras plásticas.

Bomba Submersa – Equipamento que usa um motor elétrico selado e um rotor


acoplado a um ímã, para criar um fluxo de água sob pressão. Usada em filtros ou
simplesmente como circuladoras de água no aquário.

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Brânquias – ou Guelras, são os órgãos da respiração dos peixes e outros animais
aquáticos, ou seja, é nelas que ocorrem as trocas gasosas entre a água e o sangue ou
linfa do peixe. Geralmente situadas dentro das duas aberturas logo atrás e abaixo dos
olhos.

C ou °C – Graus Celsius. Escala de temperatura decimal onde 0°C equivale ao ponto


de congelamento da água e 100°C ao ponto de ebulição desta ao nível do mar. Para
converter de Celsius para Fahrenheit: (C/5)=(F-32)/9.

CA's – Abreviação de Ciclídeos Africanos, geralmente usado apenas para referir-se


aos ciclídeos dos grandes lagos rochosos no leste da África (Malawi, Tanganyika,
Vitória).

CAC – Comedor de Algas Chinês, nome comum do Gyrinocheilus aymonieri.

CAS – Comedor de Algas Siamês, nome comum do Crossocheilus siamensis.

CO2 – Fórmula química do gás carbônico, que é um produto final da respiração de


seres vivos e também um item vital na fotossíntese das plantas.

Canister – Termo inglês que significa "embalagem hermética". Em aquarismo é um


filtro externo onde o meio filtrante é acondicionado num vasilhame hermeticamente
lacrado. A circulação de água com o aquário é feita por meio de mangueiras e acionada
por uma bomba.

Calha – Parte de luminária onde são fixadas as lâmpadas fluorescentes, normalmente


confeccionadas em material reflexivo.

Camada Fértil – Camada do substrato, geralmente a mais profunda, onde encontram-


se os nutrientes necessários para o desenvolvimento das plantas aquáticas.

Camada Inerte – Camada superior do substrato geralmente composta de cascalho


fino e constituída de material neutro, como areia de filtro de piscina (quartzo moído).

Caracídeos – Grupo de peixes principalmente da América do Sul (mas também da


América Central e África) que inclui os tetras, pacus, piranhas, borboletas, lápis e
outros. Em geral costumam ter escamas muito diversificados e uma nadadeira adiposa.

Cardume – Agrupamento de peixes, de uma mesma espécie ou não, que costumam


nadar de forma sincronizada. Veja também Grupo.

Carga Biológica – Representa o nível de produção de amônia e outros compostos,


gerados pelo conjunto de seres vivos no aquário, que precisará ser processada pela
filtragem biológica.

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Carvão Ativado – Carvão que passou por um tratamento térmico deixando-o
altamente poroso, sendo assim capaz de realizar filtragem química retendo compostos
químicos nestas porosidades por adsorção.

Carnívoro – Ser cuja dieta é composta principalmente de carne animal.

Cascalho – Conjunto de pedras granuladas usadas para cobrir o fundo do aquário.

Cascalho Fino – Cascalho que tem tamanho típico do grão (granulometria) da ordem
de 1-3 mm.

Cascalho Grosso – Cascalho que tem tamanho típico do grão (granulometria) da


ordem de 5-10 mm.

Cascudo – Nome comum de alguns peixes que pertencem à Família Loricaridae


(Loricarídeos), que tem casca grossa ou pele dura. Veja também Pleco.

Cerâmica (Anéis de) – Material poroso utilizado em filtros para a fixação das
bactérias benéficas atuantes no ciclo do nitrogênio.

Ciclagem – Período inicial de formação da colônia de bactérias que realizarão a


filtragem biológica no novo aquário, geralmente levando de 2 a 6 semanas para
completar-se.

Ciclagem Sem Peixes – Método moderno que usa uma fonte de amônia para dar
início à ciclagem, e testes químicos de NH3 e NO2 para acompanhar a evolução desta,
evitando assim submeter peixes às toxinas e ao stress inevitável quando eles estão
presentes em um aquário que ainda está ciclando.

Ciclado – Diz-se do aquário que já formou a colônia inicial de bactérias nitrificantes,


estando assim apto a receber gradativamente os primeiros peixes e outros seres como
habitantes.

Ciclo do Nitrogênio – Processo no qual os compostos nitrogenados vão


transformando-se em outros compostos nitrogenados através da ação de
microorganismos.

Circulação – Movimentação de água dentro de um aquário, geralmente com o


objetivo de simular uma correnteza e/ou enriquecer o teor de oxigênio na água através
do maior contato de toda ela com a superfície.

Cloramina – (NH2Cl). Substância composta por cloro e amônia utilizada por algumas
empresas de água e esgoto no lugar de cloro, por ser mais estável e ter efeito mais
duradouro. É um sério problema para aquaristas, requerendo neutralizadores que ajam
não só sobre o cloro (à base Tiosulfato de Sódio) mas também sobre a amônia para não
elevar o nível de toxinas e poluentes nitrogenados na água do aquário.

Cloro – Elemento químico #17, símbolo Cl, mas também refere-se à sua molécula
gasosa Cl2. É dissolvido em água encanada nas estações de tratamento para torná-la

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potável aos humanos, mas é tóxico para os peixes e por isso precisa ser retirado antes de
usar no aquário.

Coleta – Ato de capturar animais e plantas vivas em rios, lagos e mares, para serem
distribuídos e comercializados no hobby.

Coluna D'Água – Distância vertical entre a superfície da água e o fundo.

Comunitário – Aquário destinado a abrigar variadas espécies de boa convivência.


Diz-se também do peixe adequado a este tipo de aquário.

Condicionador – Aditivo de água destinado a alterar alguma propriedade dela para


torná-la ideal a determinado grupo de peixes.

DI – Deionizador. Elemento filtrante que retira íons dissolvidos na água.

DIY (Do It Yourself) – Faça Você Mesmo (FVM). Termos usados para representar
projetos e soluções caseiras na montagem de aquários, equipamentos e acessórios.

Dry/Wet – Veja Wet/Dry

Dáfnia – Conhecido popularmente como pulga d'água, são pequenos crustáceos que
medem de 2 a 4 mm de comprimento, usados como alimento vivo para peixes. São ricos
em iodo, fósforo e cálcio e têm ao alto valor de vitamina A.

Densidade Específica – Relação entre a massa de um material ou solução, e a massa


de uma mesma quantidade de água pura em determinada temperatura. A gravidade
específica da água a 4ºC é de 0,999973 g/cm3.

Desnatador de Espuma – Veja Skimmer

Desova – Colocação dos ovos pela fêmea, geralmente seguida pela fecundação destes
pelo macho.

Diapausa – Capacidade ainda não completamente compreedida dos ovos de algumas


espécies de permanecerem adormecidos (sem desenvolvimento) durante um longo
período de tempo, sendo subtamente reativados por mudanças climáticas ou biológicas.

Diatomáceas – Algas clorofiladas verdes ou pardas, microscópicas, que fazem parte


do fitoplâncton. Em condições favoráveis (geralmente desequilíbrio biológico no
aquário, excesso de fosfatos, etc.) têm crescimento acelerado e deixam a água verde e
opaca.

Dimorfismo Sexual – Distinção de cor, padronagem, tamanho e/ou forma entre ambos
os sexos de uma mesma espécie. Note que a palavra correta é Dimorfismo e não
Diformismo.

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Diurno – Animal cuja fase mais ativa encontra-se no período do dia em que a
claridade do sol se faz presente.

Dolomita – Mineral cristalizado composto de Carbonato de Cálcio e Magnésio, usado


na forma de cascalho ou pedras maiores para alcalinizar o pH e como decoração.

Elementos Traços – Elementos químicos usados em quantidades pequenas pelas


plantas, também conhecidos como micro-nutrientes. Apesar disso, se faltarem podem
tornar-se limitantes no crescimento das plantas e até mesmo matá-las. Elementos traços:
Cloro, Boro, Cobalto, Cobre, Ferro, Manganês, Sódio, Niquel, Silício, Molibdênio e
Zinco.

Endoparasita – Parasita que vive dentro do corpo do peixe/hospedeiro.

Enquitréias – Pequenos vermes de cor branca, com até 2 cm de comprimento e 2 mm


de espessura, cultivados em recipientes preparados e usadas na alimentação de peixes
ornamentais. Têm grande valor energético pois são ricas em gorduras e por isso devem
ser usadas apenas como complemento da dieta.

Escola – Veja Cardume.

Escolar – Nadar em Cardume.

Espirulina – Designação de algas cianofíceas do gênero Spirulina, com espécies tanto


dulcícolas quanto marinhas, com talo em forma de filamento helicoidal, utilizadas como
complemento alimentar por serem ricas em proteínas e sais minerais.

Esponjas (1) – Invertebrados (na sua grande maioria marinho) que se alimentam por
filtração, bombeando a água através das paredes do corpo e retendo as partículas de
alimento nas suas células.

Esponja (2) – Material plástico flexível e poroso usado comumente como meio
filtrante em filtros para aquários.

Explosão de Algas – Termo normalmente empregado pelo aquarista quando, devido a


algum desequilíbrio no aquário, este é tomado por um ou mais tipos de alga
proliferando em grande quantidade no ambiente.

FBF – Filtro Biológico de Fundo – Sistema de filtragem interna que consiste em criar
um fluxo d'água passando pelo substrato do aquário (onde são retidos os resíduos e
realizada a filtragem biológica) e saindo por uma ou mais torres.

FBF Reverso – FBF onde o fluxo é revertido em relação ao sentido usual, ou seja, a
água entra pelas torres e sai pelo substrato.

FVM – Faça Você Mesmo. Veja DIY.

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Ferro (Fe) – Um dos mais importantes micro nutrientes para as plantas, age como
catalisador de diversas reações químicas nos vegetais. Veja Elementos Traços.

Fertilizante – Conjunto de compostos químicos ou orgânicos que visam suprir as


deficiências no aquário dos nutrientes vitais ao bom desenvolvimento dos vegetais.

Filtragem Biológica – Aquela realizada na presença de oxigênio por colônias de


organismos vivos (normalmente bactérias nitrificantes) fixadas em meios filtrantes de
grande superfície como esponjas, anéis cerâmicos e cascalhos.

Filtragem Química – Aquela feita por meios filtrantes como Carvão Ativado ou
Resinas Iônicas, que retiram resíduos de nível molecular como poluentes químicos e
medicamentos.

Filtragem Mecânica – Aquela onde os resíduos mais grosseiros são retidos


fisicamente por meios filtrantes como a lã de perlon ou esponjas.

Filtro – Aparelho que purifica a água do aquário, retirando destes compostos nocivos
aos seus habitantes.

Filtro de Areia – Filtro biológico baseado na passagem da água por areia em


suspensão, cuja grande superfície total é favorável à fixação de bactérias.

Filtro de Placas – Veja FBF.

Filtro Externo – Filtro acoplado do lado de fora do aquário, geralmente pendurado


sobre a borda deste.

Filtro Interno – Filtro que se mantém inteiramente submerso dentro do aquário.

Filtro UV – ou Filtro Esterilizador UV. Filtro que consiste em fazer a água circular
em um recipiente fechado que é iluminado por uma lâmpada UV, cuja radiação tem
ação esterilizante eliminando esporos e cepas de algas, bactérias e demais
microorganismos. Veja UV.

Fitoplâncton – Vegetais microscópicos em suspensão na água.

Fluorescente – Veja Iluminação Fluorescente

Fluvial – Pertencente ou referente a um rio.

Fosfato – Íon ou composto contendo fósforo e oxigênio, importantes nutrientes para


plantas, mas que em excesso causam surtos de algas no aquário.

Fotossíntese – Processo pelos quais os vegetais, na presença de luz, fixam o CO2 em


compostos orgânicos, liberando O2.

101
GH – Dureza Geral ou Total. Quantifica a concentração de minerais dissolvidos na
água, principalmente Cálcio e Magnésio.

GPH – Galões por Hora. Unidade de vazão/circulação comumente usada em filtros e


bombas de origem americana. Equivale a 3.78541 Litros por Hora (L/H).

Galão – Unidade de volume. Um galão americano (US-gal) corresponde a 3,78541


litros (L) e um galão inglês (B-gal) corresponde a 4,546 litros (L).

Gonopódio – Nadadeira anal transformada em órgão reprodutor masculino nas


espécies vivíparas como Guppies, Molinésias, Espadas e Platis.

Gram-negativo/Gram-positivo – Classificação das bactérias (Eubactérias), com base


em sua resposta ao Teste de Gram, em decorrência das características de sua parede
celular.

Gravidade Específica – Veja Densidade Específica.

Grupo – Conjunto de peixes que apreciam a companhia de semelhantes, mas sem


nadar de forma tão sincronizada como Cardumes.

Guelras – Veja Brânquias.

HO – High Output. Lâmpada fluorescente de potência acima do padrão para seu


comprimento.

HQI – Lâmpada cuja luz é produzida pela passagem da corrente elétrica através de um
vapor de gás sob alta pressão.

Halógeno(a) – veja Iluminação Halógena.

Haps/Haplocromídeos – Grupo de peixes dos lagos Malawi e Victoria na África


Oriental, que vivem afastados da costa e tem como característica principal o fato de
viverem em cardumes, freqüentemente formado por diversas espécies e comumente
possuindo milhares de indivíduos em uma mesma região.

Herbívoro – Que tem a alimentacão principal à base de vegetais e/ou algas.

Hidropsia – Também barriga d'água. A Hidropsia não é uma doença, mas um


conjunto de sintomas e sinais que surgem no decorrer de certas doenças. Holandês –
veja Aquário Holandês.

Hospital – veja Aquário Hospital.

Híbrido – Indivíduo (animal ou vegetal) originado a partir da reprodução entre duas


ou mais espécies biológicas distintas.

Hidrômetro – Aparelho que mede a vazão de líquidos.

102
Húmus – Adubo resultante do metabolismo de minhocas. Quando tratado
devidamente pode ser usado na camada fértil de um substrado de aquário plantado.

Íctio – Doença decorrente da infestação dos peixes pelo protozoário Ichthyophtirius


multifiliis, também chamada ictiofitríase ou "doença dos pontos brancos".

Iluminação Fluorescente – Gerada por lâmpadas em que a luz é produzida pela


passagem de uma corrente elétrica através de gases em baixa pressão dentro de tubos
lacrados. As moléculas excitadas dos gases emitem luz ultravioleta, que é convertida em
luz visível ao atravessar o revestimento do tubo, feito de pó fosforoso de variadas
formulações.

Iluminação Halógena – Gerada por lâmpadas constituídas de um filamento metálico


(tungstênio) que emite luz pela passagem de corrente elétrica. Por ação dos gases
contidos no bulbo e da corrente elétrica, partes das partículas desprendidas do filamento
são novamente regeneradas no filamento.

Iluminação Incandescente – Gerada por lâmpadas constituídas de um bulbo


evacuado contendo um filamento metálico que, ao receber uma corrente elétrica, atinge
elevadíssimas temperaturas e "incandesce", emitindo calor e luz.

Incandescente – veja Iluminação Incandescente.

Infusórios – Minúsculos organismos (protistas e alguns nematóides, briozoários e


rotíferos) encontrados em infusões de material orgânico decomposto, e normalmente
utilizados na alimentação de alevinos.

Invertebrados – Animais multicelulares que não têm coluna vertebral.

K / Kelvin – Unidade de temperatura no sistema internacional (SI): K = °C (Celsius) +


273.15. Também usada para descrever a Temperatura de Cor de uma fonte luminosa.

KH – Dureza de Carbonatos. Quantifica a concentração dos íons HCO3- e CO32- na


água.

Killifish – Peixes da ordem dos Ciprinodontiformes, geralmente pequenos e coloridos,


lançam seus ovos em substratos ou em plantas flutuantes. Existem os anuais ou os não
anuais, sendo que os primeiros caracterizam-se pela Diapausa no desenvolvimento dos
ovos. Veja Diapausa.

L/H ou LPH – Litros por Hora. Unidade de vazão usada para caracterizar o poder de
circulação de bombas e filtros de aquário.

103
Labirintídeo – Veja Anabantídeo.

Labirinto – Órgão presente nos peixes da família Anabantidae, altamente


vascularizado, assemelhando-se a uma árvore. É uma modificação das brânquias que
permite aos Anabantídeos retirar oxigênio diretamente do ar atmosférico (na superfície).

Lacustre – Pertencente ou referente a um lago.

Laterita – Mineral natural rico em ferro e abundante no Brasil, usado como parte do
substrato de aquários plantados.

Linhagem – Padrão de cores e formas bem definidas dentro de uma mesma espécie de
peixe, equivale às "raças" dos cães e gatos.

Loricarídeos – Grupo de peixes de fundo da família Loricariidae, que inclue os


Cascudos e Otocinclus.

Macronutrientes – Elementos químicos que um ser vivo necessita absorver em


grande quantidade (além dos óbvios C, O, H). No caso de plantas aquáticas os mais
importantes são N, P, K, e em menor grau Ca, Mg e S.

Micronutrientes – Elementos químicos que um ser vivo necessita absorver em


pequena quantidade. No caso de plantas aquáticas os mais importantes são Fe, Mn, Cu,
Zn, Mo, B.

Marinho(a) – Pertencente ou referente a um mar ou oceano.

Mbuna – Pronuncia-se "Ambuna". A palavra tem origem no dialeto Chitumbuku


falado ao norte do Malawi e significa "peixe das rochas". Grupo de peixes encontrados
a profundidades entre 0,5 e 40 metros ao longo de toda costa rochosa do lago Malawi.
São os mais populares nos aquários de Ciclídeos Africanos.

Medusa – Forma livre (móvel) dos Cnidários (Águas-vivas, Caravelas, Hydras)

Meio Filtrante – Material utilizado para realizar um ou mais dos diferentes tipos de
filtragem de um fluido.

Microvermes – São nematódeos com tamanho entre 1 e 3 mm de comprimento,


excelentes como alimento vivo para alevinos.

Muco Protetor – Camada oleosa transparente que cobre toda a superfície externa de
um peixe e ajuda a protegê-lo contra parasitas.

NO - Normal Output. Lâmpada fluorescente de potência comum (padrão).

NH3 – Veja Amônia.

104
NO2 – Veja Nitrito.

NO3 – Veja Nitrato.

NPK – Conteúdo relativo de nitrogênio (N), fósforo (P) e potássio (K) de um


fertilizante.

Nadadeira Adiposa – Pequena nadadeira situada na parte de cima de alguns peixes


(como os tetras) entre as Nadadeiras Dorsal e a Caudal.

Nadadeira Anal – Nadadeira na região ventral (parte de baixo do peixe), logo atrás do
ânus.

Nadadeira Caudal – Nadadeira na extremidade posterior (traseira) do corpo do peixe,


também conhecida popularmente como Cauda o Rabo.

Nadadeira Dorsal – Nadadeira (podem ser até três), situadas no dorso do peixe (parte
de cima logo atrás da cabeça).

Nadadeira Peitoral – Par de nadadeiras com a base situada na lateral do corpo, logo
atrás das guelras. É a nadadeira que mais se movimenta na maioria dos peixes.

Nadadeira Pélvica/Ventral – Par de nadadeiras localizadas na parte de baixo do


corpo, logo à frente do ânus.

Nano – Aquário avançado de dimensões reduzidas (tipicamente 30 L ou menos).

Ninho – Estrutura construída ou local escolhido por animais para colocarem seus ovos
e fornecerem proteção aos recém-nascidos.

Ninho de Bolhas – Ninho formado por alguns anabantídeos na superfície da água,


soltando bolhas de misturadas com um muco onde os ovos irão fixar-se.

Nitrato – Íon (NO3)-. Tende a acumular-se na água do aquário como produto final da
filtragem biológica, sendo normalmente retirado através de trocas parciais

Nitrito – íon (NO2)-. Produto do consumo de amônia pelas bactérias Nitrossomonas, é


tóxico para plantas e peixes, mas em aquários equilibrados é transformado em Nitrato
pelas bactérias Nitrobacter.

Nome Comum – Nome popular ou comercial pelo qual uma espécie costuma ser
referida.

Nome Científico – Identificação científica de uma espécie por meio de dois nomes em
latim ou latinizada: o gênero (com primeira letra maiúscula) seguido da espécie (em
letras minúsculas). Ex: Betta splendens.

Noturno – Animal cuja fase mais ativa se encontra no período em que não há
claridade do Sol.

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Ofegante – Peixe que apresenta dificuldades para respirar, movendo as guelras
rapidamente.

Onívoro – Ser cuja dieta regular é composta tanto de matéria animal como vegetal.

Ovíparo – Animal cujos embriões se desenvolvem dentro de um ovo sem ligação com
o corpo da mãe.

Ovovivíparo – Animal cujos embriões se desenvolvem em um ovo alojado dentro do


corpo da mãe, recebendo proteção desta mas desenvolvendo-se a partir de material
nutritivo próprio.

Ovopositor / Ovipositor – Genitália externa das fêmeas de algumas espécies,


responsável pela postura de ovos.

Ovos de Artêmia – São pequenos ovos do crustáceo Artêmia salina que permanecem
em diapausa e são comercializados secos. Eclodidos, eles geram os Cistos de Artêmia,
excelentes para nutrição de alevinos e peixes de pequeno porte.

PO4 – Veja Fosfato.

pH – Potencial de hidrogênio iônico (H+). É uma escala indicadora da acidez,


neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.

PPM – Parte Por Milhão. Unidade usada para quantificar pequenas concentrações de
uma substância misturada ou dissolvida em outra. Para soluções aquosas geralmente
equivale a 1 mg/L.

Paisagismo Aquático – Veja Aquapaisagismo.

Paludário – Montagem de aquário não convencional composta de uma parte submersa


e outra emersa. Também chamado Aquaterrário.

Parâmetros da Água – Conjunto de grandezas fisico-químicas relevantes para


caracterizar as propriedades da água de um aquário. Exemplos: Temperatura, pH, KH,
GH, NH3, NO2, NO3, Salinidade, etc.

Pedra Porosa – Feita de material mineral neutro ou de madeira prensada, é usada para
quebrar os gases injetados no aquário (Ar, CO2) em bolhas pequenas, otimizando a
dissolução dos gases.

Piscívoro – Predador que come peixes vivos como dieta preferida.

Plâncton – Conjunto do fitoplâncton e do zooplâncton. Microorganismos aquáticos


flutuantes muito importantes na cadeia alimentar e no equilíbrio ecológico.

106
Pleco – Abreviação de Plecostomus, antigo gênero ao qual os cascudos Hypostomus
pertenciam. Hoje é usado como sinônimo de Cascudo para referir-se à maioria dos
Loricarídeos.

Pólipo – Forma séssil (imóvel) dos Cnidários (Águas-vivas, Caravelas, Hydras).

Poder Tampão – Veja Alcalinidade.

Quarentena – Período de isolamento e observação de animais (geralmente os recém-


adquiridos) em um aquário separado, para salva-guarda contra introdução de doenças no
aquário principal.

Quelado – Também Quelatado. Quelar refere-se à capacidade de se manter um


mineral disponível para processos orgânicos, antes que o mesmo se torne indisponível
devido a processos inorgânicos.

R/O ou RO – Reverse Osmosis = Osmose reversa. Sistema que faz que água
pressurizada transponha uma membrana retentora de íons dissolvidos, resultando numa
água de alta pureza.

Reator (1) – dispositivo que favorece a reação de dissolução de determinado


composto na água do aquário. Os mais comuns são o Reator de CO2 e o Reator de
Cálcio.

Reator (2) – Equipamento eletrônico usado na montagem de lâmpadas fluorescentes e


outras.

Reef – Recife de corais natural, ou aquário que procura simular um.

Refúgio – Caixa ou aquário conectado ao aquário principal, que serve para o


desenvolvimento de fauna sem que haja predação, permitindo assim que haja uma fonte
constante de alimentação viva.

Reverso – Veja FBF Reverso.

Rizoma – É o caule subterrâneo, rastejante ou epífido de algumas espécies de plantas,


rico em reservas e de onde são emitidas folhas e raízes.

Rocha Viva – Esqueletos de corais impregnados com microorganismos marinhos


capazes de realizarem filtragem biológica.

Sal grosso – Cloreto de sódio ou simplesmente Sal comum em forma bruta, o mesmo
usado para churrascos, com ou sem adição de Iodo.

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Salinidade – Medida da quantidade de sais dissolvidos em um volume de água.

Salobra – Água que tem salinidade intermediária entre a água doce e a dos oceanos,
geralmente encontrada em estuários de rios

Sifão – Tubo conectado a uma mangueira para alcançar o fundo do aquário,


permitindo uma melhor sifonagem.

Sifonagem – Sucção (por mangueira ou equivalente) dos detritos que encontram-se


depositados sobre e/ou dentro do substrato. É um procedimento fundamental para quem
usa FBF, e geralmente é feita no momento de realizar as trocas parciais.

Skimmer – Também Desnatador de Proteínas ou de Espuma. Dispositivo de filtragem


que, através da formação de espuma, retira diversos compostos orgânicos em suspensão
na água salgada. Não funciona em água doce devido à sua baixa densidade específica.

Spirulina – Veja Espirulina.

Stress – Tensão/Nervosismo resultante de estar-se vivendo sujeito a condições


desfavoráveis por períodos estendidos. Animais estressados apresentam
comportamentos anormais, ficam imunologicamente debilitados e suscetíveis a doenças.

Substrato – Camada de cascalho ou areia que tem função bioquímica específica no


aquário, como desenvolver raízes de plantas ou alterar/manter pH e dureza da água.

Sump – Caixa de circulação. Sistemas de filtragem que utiliza uma caixa externa onde
ficam as médias filtrantes (perlon, cerâmica, carvão ativado, areia, etc.)

TPA's – Trocas Parciais de Água.

Tamponamento – Veja Alcalinidade.

Termostato – Aparelho usado para manter estável a temperatura em um aquário,


geralmente vem acoplado a um Aquecedor.

Trocas D'Água – Veja Trocas Parciais.

Trocas Parciais – Substituição de parte da água do aquário (geralmente entre 10% e


50%) por água nova, previamente tratada, para repor compostos benéficos mas
principalmente retirar compostos nocivos à fauna e flora, que tendem a acumular na
água com o tempo.

Tronco – Peça de madeira apropriada (ex: Aroeira), devidamente tratada, para uso no
aquário como elemento decorativo.

Turfa – Material formado por vegetais em decomposição. Utilizado na camada fértil


do substrato ou como acidificante da água do aquário, nos filtros.

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UGJ / Under Gravel Jets – "Jatos sob o cascalho". Sistema de circulação que faz a
água passar por tubos debaixo do cascalho e sair deste em diversos pontos de circulação
deficiente, na forma de jatos. Usado em aquários que exijam intensa movimentação de
água, como aquários de Ciclídeos Africanos.

UV – Ultra Violeta. Faixa do espectro luminoso que nós não enxergamos, mas forma
grande parte da radiação solar e é nocivo ou fatal a quase todos os seres vivos em altas
doses.

VHO – Very High Output. Lâmpada fluorescente de potência bem acima do padrão
para o seu comprimento.

Variante – Sub-grupo de uma espécie animal ou vegetal com características bem


definidas e transmissíveis aos descendentes, mas que não caracteriza nova espécie
distinta. Ex: coloração diferente, nadadeiras alongadas, etc.

Vivíparo – Animal cujo embrião se desenvolve dentro do corpo da mãe, numa


placenta que lhe fornece alimento e retira os produtos de excreção.

Volume – Capacidade do aquário em litros. Em aquários comuns pode ser estimado


multiplicando seu comprimento, largura e altura em centímetros e dividindo o resultado
por 1000.

W/L – Watts por Litro. Unidade baseada no quociente entre o consumo de energia de
uma lâmpada fluorescente comum e o volume bruto do aquário, usada para facilitar ao
aquarista iniciante o dimensionamento do seu sistema de iluminação com este tipo de
lâmpada. Portanto os valores não são válidos para lâmpadas incandescentes, HO's,
VHO's e HQI's.

WPG – Watts por Galão. Usado principalmente pelos americanos, equivale a 0,264
W/L.

Wet/Dry – Sistema de filtragem biológica que deixa as bactérias nitrificantes expostas


à água e ao ar alternadamente, realizado, por exemplo, nas bio-wheels, e nos filtros
externos tipo sump, onde ocorre à aspersão de água por gravidade sobre bio-balls.

Xaxim – Material vegetal obtido à partir do tronco de Dicksonia sellowiana, ou


samambaiuçu, utilizado como meio filtrante e acidificante. Infelizmente esta espécie
está ameaçada de extinção, por excesso de coletas para cultivo de orquídeas, bromélias
e pteridófitas.

Zooplâncton – Animais microscópicos que vivem em suspensão na água.

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