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Prefeitura Municipal de Porto Real

Plano Diretor de Desenvolvimento Produto 3 - Relatório de Análise da


Sustentável de Porto Real Situação Atual

Rio de janeiro, 08 de junho de 2010

2 Proposta de Prestação de Serviços


FGV Projetos Nº xxx/xx
Ficha Técnica

Projeto: Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável de Porto Real

Cliente: Prefeitura Municipal de Porto Real

Prazo: outubro 2010

Empresa Consultora: Fundação Getulio Vargas

Diretor do Projeto: Ricardo Simonsen

Supervisor: Francisco Eduardo Torres de Sá

Coordenador: Cláudia Martins Dutra

Corpo Técnico: Luiz Alberto Cordeiro


Sonia Helena T. de Camargo Cordeiro
Marcos Dias
Ricardo Valcarcel
José Eduardo de Carvalho Rezende
Sérgio Jund
Janaina de Mendonça Fernandes
Gisella Arantes

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO REAL

PREFEITO: JORGE SERFIOTIS

GRUPO GESTOR

Secretário de Administração e Fazenda – Presidente Célio Martins Gammaro


Departamento de Arrecadação Tributária – Secretária Renata Correa Monzo
Executiva
Secretária de Educação Maria Madalena Ferreira de Souza
Secretário de Desenvolvimento e Planejamento José Carlos Machado
Secretário de Obras e Infraestrutura Sérgio Hortz
Diretor do PROCON Carlos Cesar de Oliveira
Diretor de Arrecadação Tributária Leonardo Medeiros Couto
Diretora da Divisão da Comunicação Social Priscila Pineschi Ferreira

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GRUPO CONSULTIVO

Secretário de Administração e Fazenda Célio Martins Gammaro


Secretário de Desenvolvimento e Planejamento José Carlos Machado
Secretário de Meio Ambiente, Saneamento e Defesa Luis Tavares de Melo
Civil
Administração Municipal Nara Trés Copello Galito
Diretor de Arrecadação Tributária Leonardo Medeiros Couto
Departamento de Arrecadação Tributária Renata Correa Monzo
Administração Municipal Patrícia Vieira de Oliveira Souza
Administração Municipal Hélcio Guimarães de Souza Cunha
Administração Municipal Adriana Cláudia Bassoli Silva
Administração Municipal Glauce Cabral De Aquino Melo
Administração Municipal Marcelo Henrique De Almeida Luiz
Administração Municipal Márcia Reis
Vereador – Líder de Governo José Roberto Pereira da Silva
Vereador Luis Fernando Graciani
Vereador Jayme Da Silva Pereira
Grupo PSA Peugeot Citroën Brasil Tarcísio Telles
Grupo Porto Real Luis Eduardo t. Monteiro da Costa
Fundação Porto Real Maria Angélica A. Monteiro da
Costa –
Representante da FIRJAN José Oswaldo Nogueira da
Fonseca
Representante dos Produtores Rurais Silvio Marassi Neto
CDL Quatis/Porto Real Paulo Achiles de Carvalho Marassi
Representante de Associação de Moradores Jandir dos Santos Moura
Representante de Associação de Moradores Vicente Camilo De Souza –
Representante de Associação dos Moradores Aloizio Avelar Fernandes

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AGRADECIMENTOS

Aos Técnicos da Prefeitura Municipal De Porto Real.

Aos Participantes das Oficinas:

Grupo Porto Real Luis Eduardo T. Monteiro da Costa


Peugeot Citroën Brasil Lúcio Kazuo Sitimoyama
Peugeot Citroën Brasil Aglaé B. T. Rocha
Companhia Siderúrgica Nacional – CSN Gustavo N. Batista
Guardian Mauricio Fernandes de Jesus
Secretário de Planejamento da Prefeitura Municipal Alfredo de Oliveira
de Resende
Prevendo José Roberto Goffi Ozório
Prevendo Ricardo Zulques
Associação de Moradores do Freitas Soares Lúcio Cessonha
Associação de Moradores do Freitas Soares Vicente Camilo de Souza

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Sumário

Relação de Tabelas, Figuras e Quadros.................................................................................... 8


1. Conhecimento da Realidade Atual do Município ........................................................... 13
1.1 Aspectos Históricos......................................................................................................... 13
2. Inserção Regional ............................................................................................................ 18
2.1 Localização ....................................................................................................................... 18
2.2 Acessibilidade e Transportes .......................................................................................... 21
3. Aspectos Ambientais ....................................................................................................... 23
3.1 Aspectos Geofísicos ........................................................................................................ 26
3.1.1 Geologia e Geomorfologia............................................................................................... 26
3.1.2 Relevo e Declividade........................................................................................................ 27
3.1.3 Erodibilidade dos Solos................................................................................................... 27
3.1.4 Áreas de Empréstimo ...................................................................................................... 27
3.2 Recursos Hídricos............................................................................................................ 30
3.3 Clima ................................................................................................................................. 39
3.4 Cobertura Vegetal ............................................................................................................ 40
3.5 Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação ................................. 41
3.6 Opção Sustentável de Uso do Território ........................................................................ 42
3.7 Território Municipal .......................................................................................................... 42
3.7.1 Estrutura Fundiária .......................................................................................................... 42
3.7.2 Utilização da Terra ........................................................................................................... 43
3.7.3 Distritos e Núcleos Urbanos ........................................................................................... 44
4. Aspectos Urbanísticos..................................................................................................... 46
4.1 Evolução Urbana .............................................................................................................. 46
4.2 Configuração Urbanística ................................................................................................ 49
4.2.1 Cheios e Vazios Urbanos................................................................................................. 50
4.2.2 Harmonização das Demandas Econômicas e Ambientais por Espaço ........................ 56
4.2.3 Espaços Públicos e Privados de Uso Público ............................................................... 57
4.3 Estrutura Viária Urbana ................................................................................................... 58
4.4 Uso e Ocupação do Solo Urbano .................................................................................... 60
4.4.1 Ocupação Irregular .......................................................................................................... 62
4.5 Configuração Arquitetônica ............................................................................................ 64

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4.6 Habitação .......................................................................................................................... 67
4.7 Infraestrutura Básica e Serviços Urbanos...................................................................... 68
4.7.1 Comunicações.................................................................................................................. 68
4.7.2 Gás, Energia Elétrica e Iluminação Pública.................................................................... 68
4.7.3 Saneamento Ambiental .................................................................................................... 69
4.7.4 Abastecimento de Água Potável ..................................................................................... 69
4.7.5 Esgotamento Sanitário .................................................................................................... 71
4.7.6 Drenagem Pluvial ............................................................................................................. 73
4.7.7 Limpeza Urbana e Resíduos Sólidos .............................................................................. 73
4.7.8 Transportes e Mobilidade Urbana ................................................................................... 75
5. Aspectos Socioculturais.................................................................................................. 76
5.1 Dinâmica Populacional .................................................................................................... 76
5.2 Cultura .............................................................................................................................. 77
5.3 Educação .......................................................................................................................... 79
5.4 Esporte e Lazer ................................................................................................................ 86
5.5 Saúde ................................................................................................................................ 87
5.6 Equipamentos Comunitários de Educação, Esporte e Lazer e de Saúde .................. 104
5.7 Assistência Social .......................................................................................................... 108
5.8 Justiça e Segurança Pública ......................................................................................... 110
5.9 Índice de Desenvolvimento ........................................................................................... 113
6. Aspectos Econômicos ................................................................................................... 115
6.1 Agricultura e Pecuária ................................................................................................... 117
6.2 Horta Municipal .............................................................................................................. 119
6.3 Indústria .......................................................................................................................... 120
6.4 Comércio e Serviços ...................................................................................................... 122
6.5 Turismo ........................................................................................................................... 123
6.6 Emprego ......................................................................................................................... 125
6.7 Interação Econômica com os Municípios da Microrregião ......................................... 129
6.8 Perspectivas de Expansão Econômica ........................................................................ 130
7. Aspectos Político- Institucionais .................................................................................. 132
7.1 Estrutura da Gestão Municipal ...................................................................................... 132
7.2 Digitalização de Documentos ........................................................................................ 133
7.3 Certificação Digital ......................................................................................................... 135
7.4 Serviços .......................................................................................................................... 135

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7.5 Finanças Municipais ...................................................................................................... 136
7.6 Legislação Municipal ..................................................................................................... 144
7.6.1 Lei Orgânica de Porto Real ............................................................................................ 145
7.6.2 Conselhos Municipais ................................................................................................... 148
7.6.3 Código de Direito Ambiental ......................................................................................... 150
7.6.4 Lei de Uso e Ocupação do Solo .................................................................................... 152
7.6.5 Lei de Parcelamento do Solo Urbano ........................................................................... 153
7.6.6 Habitação de Interesse Social ....................................................................................... 154
7.6.7 Código Tributário ........................................................................................................... 155
7.6.8 Demais Leis Municipais ................................................................................................. 156
7.7 Terceiro Setor ................................................................................................................. 157
7.7.1 Associações de Moradores ........................................................................................... 157
7.8 Cursos............................................................................................................................. 158
8. Aspectos Relevantes para o Desenvolvimento ........................................................... 158
Glossário de Siglas................................................................................................................. 162

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Relação de Tabelas, Figuras e Quadros

Figura 1 – Lugar provável do Porto Real original, que seu nome à cidade ............................ 14
Figura 2 – Casa e balneário utilizados por D. Pedro II ............................................................. 14
Figura 3 – Sítio original onde foi criada a colônia de Porto Real ............................................ 15
Figura 4 – Primeiros colonos italianos ...................................................................................... 16
Figura 5 – Madonna Adolarata, padroeira da didade................................................................ 16
Figura 6 – Sede da Cia Fluminense de Refrigerantes .............................................................. 17
Figura 7 – Fotografia aérea de Porto Real................................................................................. 18
Figura 8 – Limites do Município ................................................................................................. 19
Figura 9 – região do Médio Paraíba ........................................................................................... 21
Quadro 1 – Distância dos principais centros urbanos e aeroportos ...................................... 22
Figura 10 – Vias de acesso a Porto Real ................................................................................... 23
Figura 11 - Área da planície de inundação do rio Paraíba do Sul por onde
geomorfologicamente a calha já deambulou ............................................................................ 25
Figura 12 - Processo erosivo da margem do rio Paraíba dos Sul, em Porto Real, decorrente
..................................................................................................................................................... 25
do aprofundamento do talvegue ................................................................................................ 25
Figura 13 - Margem do rio Paraíba do Sul erodida, mesmo tendo sido feito plantio de
bambu, ......................................................................................................................................... 26
com vistas ao controle estrutural .............................................................................................. 26
Figura 14 - Áreas de Empréstimo .............................................................................................. 28
Figura 15 - Geodinamismo dos processos erosivos em Área de Empréstimo contigua à
rodovia Presidente Dutra ........................................................................................................... 29
Figura 16 - Retirada de aterro da base do morro da caixa de água......................................... 29
Figura 17 - Antiga mineração não descomissionada (desativação dentro da técnica), ........ 30
Figura 18 - Mineração ativa em Quatis ...................................................................................... 30
Figura 19 – Vistas do rio Paraíba do Sul ................................................................................... 31
Figura 20 - Estreitamento da seção transversal da calha do rio Paraíba do Sul .................... 32
pela conformação do substrato rochoso dos morros.............................................................. 32
Figura 21: Antigo leito do rio Paraíba do Sul formando lagoas comuns e perenes na região
..................................................................................................................................................... 32
Figura 22: Propagação das cheias na planície de inundação/Porto Real, seus principais
agentes causais e amplitude da área inundada com maior e menor frequência. .................. 33

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Figura 23: Zonas com probabilidades distintas de sofrer inundação considerando a
ausência dos efeitos de regulação da Usina Hidrelétrica de Funil ......................................... 34
Figura 24 - Deplecionamento do nível de água da represa do Funil ....................................... 35
Figura 25 - Planície de inundação a montante do estreitamento da calha do rio Paraíba do
Sul ................................................................................................................................................ 35
Figura 26 - Margem direita do Paraíba do Sul com elevada cota proveniente do antigo
processo de sedimentação do rio. ............................................................................................ 37
Figura 27 - Casa antiga, sujeita a ficar abaixo do nível da água das cheias, devido a
reformas das ruas e ao alteamento descontrolado do território, observado nas indústrias
recentemente instaladas em áreas inundáveis próximas ao rio Paraíba do Sul. ................... 37
Figura 28: Área de Empréstimo rebaixando a cota do pequeno morro ao lado da Prefeitura e
do Hospital de Porto Real. ......................................................................................................... 38
Figura 29: Drenos construídos em Porto Real.......................................................................... 38
Figura 30 - Bases da estrada de ferro e Via Dutra represam água e geram brejos perenes . 39
Figura 31 - Distribuição dos fragmentos florestais e lagoas na antiga calha do rio,
consideradas atualmente como Áreas de Preservação Permanente - APP ........................... 41
Figura 32 – Mapa de Porto Real ................................................................................................. 43
Figura 33 – Utilização da terra ................................................................................................... 45
Tabela 1 – Número e Situação de Regularização dos Loteamentos de Porto Real................ 47
Tabela 2 – Número de imóveis prediais por área construída – 2010....................................... 48
Tabela 3 – Tipo e Número de imóveis inscritos, alíquota do IPTU, valor lançado e
arrecadado e valor médio do IPTU ............................................................................................ 49
Figura 34 – Vista aérea de parte do núcleo central de Porto Real........................................... 50
Figura 35– Vista parcial de Freitas Soares, Nossa Senhora de Fátima e São José ............... 51
Quadro 2 – Cheios e vazios urbanos......................................................................................... 52
Figura 36 - Esquema de integração e conectividade................................................................ 56
Figura 37 - Vertente em processo espontâneo de restauração florestal ................................ 57
Figura 38 – Praça urbana ........................................................................................................... 58
Figura 39 – Praça com quadra esportiva e Quiosque do Saber .............................................. 58
Figura 40 - Esquema viário com pontos de fragilidade............................................................ 60
Figura 41 – Ocupações irregulares............................................................................................ 63
Figura 42 – Unidades habitacionais no Jardim das Acácias para remoção de invasões ...... 64
Quadro 3 – Tipos diversificados de edificações....................................................................... 65
Figura 43– Fábrica da Coca-Cola ............................................................................................... 67

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Figura 44 - Igreja N. Sra. das Dores ........................................................................................... 67
Figura 45: Captação, tratamento e distribuição de água para abastecimento de Porto Real 70
Figura 46: Fonte alternativa e estratégica de abastecimento de água situada em Bulhões . 71
Figura 47: Coleta, condução e Estação de Tratamento de Esgoto ......................................... 72
Figura 48: Lagoa de estabilização da ETE de Porto Real, com lixo clandestino .................... 73
Tabela 4 - População Residente por Faixa Etária e Sexo - 2009 .............................................. 77
Figura 49 – Apresentação cultural de dança ............................................................................ 77
Quadro 4 – Calendário de eventos ............................................................................................ 78
Figura 50 – Mostra do artesanato local ..................................................................................... 79
Tabela 5 - Número de matrículas iniciais segundo tipo de ensino por dependência
administrativa – 2007 a 2009 ...................................................................................................... 81
Tabela 6 – Número de matrículas no ensino fundamental por turno e escola ....................... 82
Tabela 7 – Número de salas de aula segundo turno por unidade escolar .............................. 82
Figura 51 – Laboratório de informática das escolas municipais ............................................. 82
Tabela 8 – Dependências existentes nas escolas além das salas de aula ............................. 82
Tabela 9 – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica ................................................... 83
Figura 52 (a) – Quiosque do Saber ............................................................................................ 83
Figura 52 (b) – Quiosques do Saber .......................................................................................... 84
Quadro 5 - Cursos superiores relativos à economia regional nas universidades da região –
2008.............................................................................................................................................. 84
Quadro 6 – Rede física de saúde integrante do Sistema Único de Saúde .............................. 88
Quadro 7 - Participação das transferências do SUS e dos recursos municipais na saúde –
2005/2009 ..................................................................................................................................... 89
Tabela 10 – Procedimentos ambulatoriais por grupo – 2008 e 2009 ....................................... 89
Tabela 11 – Evolução do Programa de Saúde da Família – 1999 – 2009................................. 90
Tabela 12 – Equipes de Saúde da Família – 2009 ..................................................................... 90
Tabela 13: Número de consultas por gestante durante o pré-natal - 2007 a 2009.................. 91
Figura 53 – Evolução do atendimento pré-natal ....................................................................... 91
Figura 54 – Encaminhamento para atendimento especializado .............................................. 92
Tabela 14 – Ações do Programa de Saúde da Família - 2000 – 2009 ...................................... 93
Quadro 8 – Internações por unidade hospitalar ....................................................................... 96
Quadro 9 – Principais causas de internação hospitalar .......................................................... 96
Tabela 15 – Pessoas cadastradas por localidade – 2009 ......................................................... 97

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Quadro 10 – Evolução da produção ambulatorial do Programa de Saúde Bucal – 2008-2009
..................................................................................................................................................... 98
Quadro 11 – Evolução dos procedimentos ambulatoriais do CEO – 2008-2009 .................... 98
Figura 55- Imóveis positivos para Aedes. Aegypti – 2009 ....................................................... 99
Quadro 12 – Taxa de mortalidade por 1.000 habitantes pelos quatro principais grupos .... 102
Quadro 13 - Taxa de morbidade geral por 1.000 habitantes .................................................. 103
Quadro 14: Cobertura vacinal Campanhas de Multivacinação Infantil contra a Poliomielite
................................................................................................................................................... 103
Quadro 15 – Equipamentos comunitários de educação, cultura, esporte e lazer e de saúde
................................................................................................................................................... 105
Tabela 16 – Famílias por tipo de domicílio.............................................................................. 109
Tabela 17 – Distribuição das pessoas das famílias cadastradas por escolaridade ............. 109
Tabela 18 – Distribuição das ocorrências por localidade – 2006 a 2009............................... 112
Tabela 19 – Distribuição das ocorrências por tipo – 2006 a 2009 ......................................... 113
Quadro 16 - Os vinte primeiros no Índice de Qualidade Municipal - IQM ............................. 114
Quadro 17 – Os 20 principais Municípios classificados no IQM,por região de governo ..... 114
Quadro 18 – Número de empresas existentes e atuantes, pessoal ocupado e salário médio
mensal ....................................................................................................................................... 116
Quadro 19 – Valor agregado bruto e Produto Interno Bruto – 2007 ...................................... 117
Quadro 20 – Produção agropecuária – 2008 ........................................................................... 118
Figura 56 – Horta Comunitária ................................................................................................. 119
Figura 57 – Ponte de Ferro ....................................................................................................... 124
Figura 58 – Fábrica da Coca-Cola ............................................................................................ 124
Figura 59 – Cachoeira de Bulhões ........................................................................................... 125
Tabela 20 – Número de admissões e desligamentos de empregados celetistas ................. 125
Quadro 21 – Variação do emprego celetista a partir de 2005 ................................................ 126
Quadro 22 – Variação do emprego celetista na Indústria para as 20 ocupações mais
demandadas – 01/2005 a 03/2010 ............................................................................................ 126
Quadro 23– Variação do emprego celetista nos Serviços para as 20 ocupações mais
demandadas - 01/2005 a 03/2010 ............................................................................................. 127
Quadro 24 – Variação do emprego celetista no Comércio para as 20 ocupações mais
demandadas - 01/2005 a 03/2010 ............................................................................................. 128
Figura 60 – Sede da Administração Municipal........................................................................ 133

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Tabela 21 – Distribuição dos funcionários da Administração Municipal segundo
escolaridade .............................................................................................................................. 133
Quadro 25 – População, área e receita corrente dos Municípios da microrregião .............. 136
Tabela 22 – Composição Percentual da Receita Pública Municipal ...................................... 137
Tabela 23 – Evolução da Receita Pública Municipal .............................................................. 138
Tabela 24 - Composição da Despesa Pública Municipal ........................................................ 140
Tabela 25 – Evolução das Despesas por Função ................................................................... 140
Tabela 26 - PPA 2010 -2013 – Evolução da Receita ................................................................ 142
Tabela 27 – Previsão de investimentos públicos no período 2010-2013 .............................. 143

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1. Conhecimento da Realidade Atual do Município

1.1 Aspectos Históricos

O povoamento do território hoje ocupado por Porto Real, Resende e Itatiaia ocorreu em
consequência do ciclo do ouro, nos séculos XVII e XVIII, com a chegada dos bandeirantes e
aventureiros que se interiorizavam em busca das Minas Gerais.

A consolidação da ocupação, porém, só foi efetivada em 1744, com a chegada dos lavradores que
se estabeleceram na margem esquerda do rio Paraíba do Sul, em área próxima da atual região de
Agulhas Negras. Esse núcleo foi a origem do Município, em 1749, com sede no arraial de Campo
Alegre, hoje Resende.

D. João V concedeu ao capitão-mor Garcia Rodrigues Pais Leme "uma vila onde lhe parecer
conveniente, sobre a serra dos Órgãos para as Minas Gerais" segundo o Alvará de 1715,
registrado no livro II do Senado da Capital do Rio, em recompensa pelos importantes serviços
prestados à Coroa e pelo conhecimento do Caminho Novo.

Não foi possível ao capitão-mor nem ao seu filho Pedro Dias Pais Leme efetuar o erguimento da
vila. Coube ao Coronel Fernão Dias Pais Leme criar, no arraial de Campo Alegre, em 1801, a vila
de Resende, nome em homenagem ao Conde de Resende.

O fato de ser dada essa honraria à família Pais Leme não lhes dava automaticamente a posse da
terra. Já existiam proprietários no local há muitos anos e alguns plantavam café, fato incentivado
pelo Marquês de Lavradio, que isentou, em 1772, do serviço militar, os habitantes dessa zona que
plantassem certo número de pés de café.

Porto Real pertencia à região de Resende. É difícil encontrar, nos dias de hoje, qualquer menção
a Porto Real nos apontamentos históricos da Vila de Resende. A referência encontrada é sobre
um local conhecido como Minhocal, que em 1800 havia sido adquirido por certo "ajudante" de
nome José de Souza Marques. Que tipo de ajudante ou que pessoa seria esse José Marques não
se sabe. Por volta de 1822, herdeiros desse senhor entraram numa disputa sobre as linhas

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divisórias de suas terras. Solicitada a interferência do rei, foi dado ganho de causa aos herdeiros.
Estes, em agradecimento, doaram ao soberano uma grande porção dessa mesma terra.

Nessa área foi feito um desembarcadouro, às margens do rio Paraíba, denominado Porto Real
(Figura 1), devido à constante presença da Família Real, que costumava fazer uma parada no
lugarejo nos períodos de veraneio, quando chegava de Petrópolis, hospedando-se na mansão de
Conde Wilson, localizada na região. A viagem era feita de trem até o povoado de Floriano, depois
de barco pelo Rio Paraíba do Sul até a mansão do Conde Wilson.

Figura 1 – Lugar provável do Porto Real original, que seu nome à cidade

Figura 2 – Casa e balneário utilizados por D. Pedro II

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O Imperador D. Pedro II, por sua vez, passou a utilizar o Porto Real como ponto de parada e
descanso durante suas viagens, ali mantendo duas casas e um pequeno balneário (Figura 2).

Na década de 1870, a Província do Rio de Janeiro propôs à Câmara Municipal a instalação de um


engenho de cana de açúcar na região de Resende, com capital garantido pela Província. O
objetivo era o desenvolvimento do Município, até então produtor de café, mas com terrenos planos
e baixos, adequados ao plantio da cana.

O Governo Imperial criou, então, a Colônia de Porto Real (Figura 3), dando início à colonização
definitiva de Porto Real, a partir de 1875, quando, a convite de D. Pedro II, chegaram à região os
primeiros imigrantes italianos, vindos das cidades de Novi di Modena e Concordia Sulla Secchia,
província de Modena. O povoado já tinha um pequeno núcleo habitado por suíços e franceses,
que produziam cana de açúcar em pequena escala, além de milho, arroz e mandioca.

Figura 3 – Sítio original onde foi criada a colônia de Porto Real

As 50 famílias de colonos italianos tinham como destino inicial Santa Catarina, mas uma epidemia
de febre amarela no Rio de Janeiro obrigou-as a permanecerem em quarentena em Porto Real.
Passado esse período, foi requisitada ao governo a permanência dessas famílias na região
(Figura 4), dando surgimento à primeira colônia italiana do Brasil e à plantação de cana de açúcar
na região.

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Figura 4 – Primeiros colonos italianos

Figura 5 – Madonna Adolarata, padroeira da didade

De origem católica, os italianos trouxeram para o Brasil a imagem de Nossa Senhora das Dores
(Madonna Adolarata), que se tornou padroeira do Município e ganhou uma igreja (Figura 5).

Para beneficiar a cana produzida foi construída uma usina açucareira, a primeira indústria de
Porto Real.

Em 1895, o Conde Wilson comprou a empresa açucareira e iniciou a construção de uma linha
férrea para o transporte da cana, inaugurada em 1898. Na década de 1920, a fábrica de açúcar foi
adquirida pelo comendador Pedro Morgante. A partir de 1944, adquirida por Antônio França,
passou a se denominar Açucareira Porto Real.

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Em 1946, seu proprietário fundou a Companhia Fluminense de Refrigerantes (Figura 6),
vendendo-a a Renato Monteiro, em 1959, que a transformou numa das maiores empresas do
Município com o fabrico de Coca-Cola e outros refrigerantes.

Figura 6 – Sede da Cia Fluminense de Refrigerantes

O grande surto econômico durante o período imperial, provocado pelo cultivo do café, fez com que
o povoado prosperasse. Ao longo dos anos, a colônia não parou de crescer, transformando-se no
3º Distrito de Resende, criado por Deliberação de 31-12-1890 e Decretos Estaduais nº 1, de 08-
05-1892, e 1-A, de 03-06-1892, subordinado ao Município de Resende.

Devido ao seu constante crescimento, surgiu o anseio de maior autonomia, iniciando-se o


movimento pela emancipação política e administrativa do Município. Em 5 de outubro de 1995, foi
realizado um plebiscito, por meio do qual a população manifestou-se pela emancipação do
Distrito. A criação do Município de Porto Real foi oficializada em 28 de dezembro do mesmo ano,
com a assinatura da Lei 2.494, pelo então governador do Rio, Marcello Alencar. Em 3 de outubro
de 1996 foi realizada a primeira eleição municipal e em 1º de janeiro de 1997 o Município foi
oficialmente instalado com a posse do Prefeito e do Vice Prefeito.

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2. Inserção Regional

2.1 Localização

Localizado às margens da Rodovia Presidente Dutra, próximo a Resende, Barra Mansa e Volta
Redonda, o Município de Porto Real, com área de 50,9 km² e população de cerca de 16.000
habitantes, situa-se na região do Médio Paraíba, a uma altitude de 385 m acima do nível do mar,
latitude de 22º25'11" sul e longitude de 44º17'25" oeste (Figura 7).

Figura 7 – Fotografia aérea de Porto Real

Fonte: http://www.zonu.com/brazil_maps/Medio_Paraiba_Region_Map_Rio_Janeiro_State_Brazil_2.htm,
acesso junho de 2010

Limita-se com os Municípios de Resende ao sul, oeste e noroeste; com Barra Mansa, ao sul e
sudeste e com Quatis a leste, nordeste e norte (Figura 8).

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Figura 8 – Limites do Município

Fonte: http://www.google.com.br/, acesso em junho de 2010

Porto Real insere-se na microrregião do Médio Paraíba (Figura 9), cujo polo regional é a cidade de
Volta Redonda. Juntamente com Resende, Itatiaia e Quatis, faz parte da região turística
conhecida como Região das Agulhas Negras. Porto Real tem uma forte dependência,
especialmente nos setores de comércio e serviços, em relação a Resende.

Volta Redonda surgiu de um povoado com alguns estabelecimentos comerciais, no Município de


Barra Mansa. O anseio por sua emancipação teve início no final do século XIX, mas só em 1926 o
povoado transformou-se no oitavo Distrito de Barra Mansa. A instalação da Usina Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), em 1941, deu forte impulso ao desenvolvimento de Volta Redonda e
marcou as bases da industrialização brasileira. A partir de então, Volta Redonda experimentou um
crescente progresso, vindo a emancipar-se de Barra Mansa e a tornar-se um polo regional de
significativa expressão.

Originariamente um Município agrícola, baseado no trabalho escravo, tendo ocupado, no Segundo


Império, lugar de destaque entre as demais localidades fluminenses, Resende foi elevado à
categoria de cidade em 1848. Com a abolição da escravatura, a prosperidade de Resende viu-se
comprometida e o panorama econômico mudou completamente. Durante o governo do marechal

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Hermes da Fonseca, já na República, foram criados os núcleos de Visconde de Mauá e Itatiaia,
como uma tentativa de repovoar o Município. Esses núcleos, entretanto, não prosperaram como
se imaginava. Apenas quando se transferiu para Resende a Escola Militar (atualmente Academia
Militar de Agulhas Negras), é que se retomou o ritmo desenvolvimentista, tornando o Município um
dos mais prósperos da região.

A construção da Rodovia Presidente Dutra, por volta de 1950, cruzando o Município de leste a
oeste, e a implantação da Usina Hidrelétrica de Funil, trouxeram para Itatiaia indústrias de grande
expressão e o início da atividade turística. A criação do Parque Nacional de Itatiaia reforçou a
vocação turística do Município que conta, atualmente, com numerosas pousadas, hotéis e
estabelecimentos de entretenimento e lazer, atraindo um fluxo significativo de visitantes durante
todo o ano.

Quatis está separada de Porto Real apenas pelo rio Paraíba do Sul e as trocas econômicas e
socioculturais entre as duas cidades se fazem diariamente. Originalmente Distrito de Barra Mansa,
Quatis foi emancipada em janeiro de 1991, juntamente com dois outros Distritos: Falcão e
Ribeirão de São Joaquim.

Barra Mansa é outro Município com o qual Porto Real estabelece relações de troca permanente.
Desmembrado de Resende, o Município foi emancipado em 1832. Cerca de cem anos depois, na
década de 1930, teve início o processo de industrialização, com a implantação de indústrias
alimentares. A instalação da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN em Volta Redonda, que
levou à sua emancipação, transformou a região em importante polo de metalúrgica e mecânica,
conferindo a Barra Mansa um papel de destaque no desenvolvimento industrial regional.

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Figura 9 – região do Médio Paraíba

Fonte: http://www.zonu.com/brazil_maps/Medio_Paraiba_Region_Map_Rio_Janeiro_State_Brazil_2.htm,
acesso junho de 2010.

Porto Real mantém intenso processo de trocas com esses Municípios. Diariamente, milhares de
pessoas vêm trabalhar nas indústrias de Porto Real, retornando ao final do expediente às suas
residências nas cidades vizinhas, onde há melhores condições de habitação. Por outro lado,
jovens universitários de Porto Real deslocam-se todos os dias para as faculdades localizadas
nessas cidades. Os moradores de Porto Real, com frequência, dirigem-se a elas para realizar
suas comprar ou em busca de serviços, inexistentes ou insuficientes em Porto Real.

2.2 Acessibilidade e Transportes

O acesso ao Município e à cidade de Porto Real é feito pelas rodovias BR-116 – Rodovia
Presidente Dutra, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo, BR-354, ligando Resende ao Sul de
Minas, e RJ-159 – Rodovia Geraldo Ribas, que liga o Município de Porto Real a Quatis e ao
Distrito de Floriano, pertencente ao Município de Barra Mansa (Figura 10).

A distância da sede municipal aos principais centros urbanos e aos principais aeroportos da região
é a seguinte:

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Quadro 1 – Distância dos principais centros urbanos e aeroportos
CIDADES DISTÂNCIA (km)
Resende 15
Barra Mansa 33
Volta Redonda 30
Rio de Janeiro 145
São Paulo 270
Belo Horizonte 462
AEROPORTOS DISTÂNCIA (km)
Resende 18
Galeão 140
Santos Dumont 152
Guarulhos 262
Santos 346
Pampulha 470

O transporte intermunicipal é feito pela Viação Falcão para Barra Mansa, Volta Redonda e
Resende. A população utiliza este meio de transporte para se locomover de um bairro a outro da
cidade.

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Figura 10 – Vias de acesso a Porto Real

Fonte: DNIT – Mapa rodoviário do Rio de Janeiro – site www.dnit.gov.br – consultado no dia 16 de março de 2010

3. Aspectos Ambientais

O Município de Porto Real é bastante influenciado por sua localização às margens do rio Paraíba
do Sul, que o “abraça” em quase metade do seu território.

A bacia do rio Paraíba do Sul abrange uma área de 57.000 Km2, banhando os Estados de São
Paulo (23,7%), Minas Gerais (39,6%) e Rio de Janeiro (36,7%), onde deságua. O rio corre no
sentido oeste – leste, a uma altitude média de 370m. Seus afluentes originam-se nas serras da
Mantiqueira e do Mar.

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O rio Paraíba do Sul é o principal manancial de águas do Estado do Rio de Janeiro, responsável
por cerca de 80% do abastecimento de água da região metropolitana do Rio de Janeiro, além de
contribuir com 20% da produção de energia hidrelétrica do Estado.

Porto Real encontra-se na parte média da bacia do rio Paraíba do Sul e tem aproximadamente
50% do seu território localizado na zona de influência da planície de inundação, que desempenha
importante papel hidrogeomorfológico para a bacia na medida em que:

 Favorece a laminação das cheias do rio;


 Promove a guarda e administração de água na calha, nos períodos de cheias e
estiagens, respectivamente;
 Contribui para garantir a perenidade do rio, principalmente nos períodos de estiagem; e
 Recebe influência dos Municípios a montante e mitiga as cheias aos de jusante, pois as
cheias se propagam em função do que ocorre nas planícies de inundação.

A parte entre a rodovia Presidente Dutra e a área sul do Município é plana (ou menos declivosa) e
já foi calha do rio Paraíba do Sul (Figura 11). Está sofrendo ajustes na seção transversal (Figura
12 e 13), dentro de uma perspectiva temporal com escala geomorfológica de tempo.

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Figura 11 - Área da planície de inundação do rio Paraíba do Sul por onde
geomorfologicamente a calha já deambulou

Figura 12 - Processo erosivo da margem do rio Paraíba dos Sul, em Porto Real, decorrente
do aprofundamento do talvegue

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Figura 13 - Margem do rio Paraíba do Sul erodida, mesmo tendo sido feito plantio de
bambu,
com vistas ao controle estrutural

A parte do território municipal não banhada pelo rio Paraíba do Sul apresenta relevo bastante
ondulado, o que dificulta a sua ocupação de forma adensada.

3.1 Aspectos Geofísicos

3.1.1 Geologia e Geomorfologia

Os solos, nas áreas planas do Município de Porto Real, são orgânicos e úmidos, com grande
frequência de oligochetas, subclasse de anelídeos. Apresentam pequenas depressões, onde é
comum o cultivo de espécies adaptadas à umidade. São de natureza sedimentar, enquanto nas
áreas declivosas predominam os solos argissolos, revelando intenso uso, no passado, e onde,
atualmente, se pratica a pecuária extensiva.

A configuração geomorfológica contemporânea evidencia os efeitos das cheias do rio Paraíba do


Sul nas áreas planas. Os solos são de natureza orgânica, com lençol freático alto. Na parte alta,
os solos apresentam niveis de fragilidade a processos erosivos similares em toda a região,
evidenciando a presença de formação geológica uniforme, dada a simetria entre as vertentes em
suas microbacias.

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3.1.2 Relevo e Declividade

Porto Real apresenta duas configurações de relevo bastante distintas. A porção ao norte da
rodovia Presidente Dutra é constituída por uma planície de inundação, com relevo suave, de
pouca ondulação.

A parte sul, ao contrário, caracteriza-se por ter um relevo bastante ondulado, com algumas áreas
de declividade bastante acentuada. Essa parte do território, quase totalmente desocupada, não
oferece condições adequadas para a ocupação urbana, a não ser em alguns poucos trechos, nos
quais se poderiam instalar núcleos de baixíssima densidade populacional.

3.1.3 Erodibilidade dos Solos

Os solos das áreas planas não apresentam propensão a processos erosivos resultantes de
chuvas, mas sim de escoamento superficial, decorrente das superfícies das áreas de captação a
montante. Existem cicatrizes de processos erosivos lineares, formando voçorocas pequenas,
principalmente na parte norte do Município.

Na parte sul, devido aos usos do passado, os solos encontram-se mais fragilizados, com risco de
erosão, agravado pelo relevo acentuado. Há indícios de processos erosivos laminares,
evidenciando o empobrecimento lento e gradual dos solos para fins agrícolas, mas admitindo a
ocupação urbana de baixa densidade.

3.1.4 Áreas de Empréstimo

As Áreas de Empréstimos de Porto Real encontram-se distribuídas em todas as regiões (Figura


14). Elas foram abertas para atender à demanda de aterro nas partes baixas, para fins de
elevação de cota de novos empreendimentos. Constituem a principal fonte de problema da região,
pois o geodinamismo dos processos erosivos ativos, mesmo após várias décadas, leva ao
aterramento das antigas drenagens.

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Essas áreas continuam causando erosão, pois não foram revegetadas, mesmo as mais antigas
(Figura 15). Os sedimentos produzidos são conduzidos para a planície de inundação e para o rio
Paraíba do Sul, constituindo um sério passivo ambiental, ainda não solucionado pelo Município.

A retirada de material para recapeamento de vias de acesso, sem planejamento, (Figura 16)
também é fonte de problemas futuros, como se observa na base do morro do reservatório de água
do Município. Constata-se que essa prática tem sido frequente em Porto Real.

Figura 14 - Áreas de Empréstimo

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Figura 15 - Geodinamismo dos processos erosivos em Área de Empréstimo contigua à
rodovia Presidente Dutra

Figura 16 - Retirada de aterro da base do morro da caixa de água

Além dos problemas causados pelas Áreas de Empréstimo, há antigas áreas de mineração, no
território do Município, que ainda causam passivos ambientais importantes, como uma cava
abandonada que afeta a produtividade dos ecossistemas da região e gera voçorocas(Figura 17),
pela dificuldade em administrar o escoamento das chuvas. Empreendimentos mais recentes
continuam apresentando os mesmos problemas (Figura 18) na microrregião.

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Figura 17 - Antiga mineração não descomissionada (desativação dentro da técnica),

Figura 18 - Mineração ativa em Quatis

3.2 Recursos Hídricos

Pelo fato de boa parte do território de Porto Real situar-se em terras planas e baixas, as
inundações das partes ribeirinhas do rio Paraíba do Sul não raramente atingem áreas utilizadas
para atividades agropastoris ou para usos urbanos.

As inundações frequentes e os problemas de drenagens constituem os principais problemas


ambientais a serem equacionados para que haja desenvolvimento sustentável no Município.

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O impacto da degradação atinge de forma irreversível o potencial econômico e turístico do rio,
além de trazer prejuízos permanentes à diversidade da fauna e flora original.

A vegetação ciliar às margens do rio Paraíba do Sul encontra-se bastante alterada e degradada,
em consequência da sua utilização indevida pela agropecuária e do crescimento desordenado da
ocupação pelas populações ribeirinhas (Figura 19).

Figura 19 – Vistas do rio Paraíba do Sul

As cheias que ocorrem em Porto Real independem dos usos e atividades desenvolvidas no
Município, sendo causadas, em especial, pelos seguintes fatores:

 Chuvas intensas que precipitam a montante (Resende, Itatiaia e São Paulo);


 Cheias que se propagam de montante (Resende, Itatiaia e São Paulo);
 Estreitamento da seção transversal da calha do rio Paraíba (Figura 20) a jusante (Barra
Mansa);
 Relevo movimentado do Município de Quatis, confinando Porto Real dentro da planície
de inundação; e
 Antigos leitos ainda abaixo no nível da água atual do Paraíba dentro da planície de
inundação (Figura 21).

Os processos erosivos observados na margem do rio decorrem do aprofundamento do talvegue e


provocam maior erosão das margens situadas no Município de Porto Real, uma vez que o
Município de Quatis apresenta relevo e estruturação geomorfológica típicos de terrenos menos
úmidos (Figura 12). Mesmo quando há tratamento para o controle estrutural dessas margens,
como o plantio de bambus (Figura 13), a erosão ainda persiste.

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Figura 20 - Estreitamento da seção transversal da calha do rio Paraíba do Sul
pela conformação do substrato rochoso dos morros

Figura 21: Antigo leito do rio Paraíba do Sul formando lagoas comuns e perenes na região

A formação rochosa dos morros promove maior resistência ao modelado do terreno e aumento da
resistência aos processos erosivos, o que faz com que estas partes rebaixem menos, ou seja,
contribui para que o talvegue (fundo do rio) fique menos baixo (ou mais elevado), contribuindo
para a redução da velocidade do escoamento da água em seção mais estreita. Estes fatores
promovem estrangulamento e formação de acúmulos, que são armazenados em zonas baixas
remontante, aumentando a frequência de inundação. Em Porto Real isto ocorre na região da
divisa (Rio da Divisa).

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A dinâmica das cheias no Município de Porto Real é regida pelo efeito da redução da seção a
jusante, que promove o represamento da vazão, formando retenções que crescem de jusante
para montante, podendo inundar as áreas baixas de sul para norte, próximas à divisa com Quatis
e à linha férrea (Figura 22- azul claro para inundações mais frequentes e azul escuro para
inundações esporádicas).

Figura 22: Propagação das cheias na planície de inundação/Porto Real, seus principais
agentes causais e amplitude da área inundada com maior e menor frequência.

Com a redução da vazão, há represamento da água que continua chegando de montante, da


parte alta da bacia do Paraíba. Ao não conseguir escoar pela calha, essa água entra na parte
norte do Município, retomando a calha original do rio Paraíba do Sul (Figura 23 – linha vermelha).

A combinação dessas duas variáveis, associada ao fato de a parte baixa da planície de inundação
estar localizada no Município, faz com que este seja um dos principais desafios para a ocupação
do território.

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Figura 23: Zonas com probabilidades distintas de sofrer inundação considerando a
ausência dos efeitos de regulação da Usina Hidrelétrica de Funil

Relatos de antigos moradores evidenciam a magnitude dos problemas que existiam na região
antes da entrada em operação da Usina Hidrelétrica do Funil, que exerce grande capacidade de
regulação artificial da vazão, uma vez que busca manter níveis de vazão com capacidade de
geração ininterrupta de energia durante todo o ano. O deplecionamento do nível de água da
represa do Funil (Figura 24 - marcas nas margens) evidencia a sua importância como elemento
artificial de regulação hídrica do rio Paraíba do Sul.

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Figura 24 - Deplecionamento do nível de água da represa do Funil

As soluções para equacionar as inundações devem, necessariamente, passar pelo adequado


ordenamento do uso e ocupação do território municipal. Áreas com maior ou menor probabilidade
de inundação devem ter tratamento urbanístico diferenciado (Figura 25). Devem ser regulados e
disciplinados os aterros, prevendo-se a não retenção da água captada pelas chuvas nas suas
bacias. Esse disciplinamento deve permitir que haja condução das cheias por calhas alternativas,
sem a interferência de construções, fator adicional de acúmulo de água, o que gera
transbordamentos para outras áreas menos altas do Município.

Figura 25 - Planície de inundação a montante do estreitamento da calha do rio Paraíba do


Sul

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Nestes últimos 50 anos, o Município esteve sob a influência da plena capacidade de regulação
hídrica da Usina Hidrelétrica de Funil, não havendo registros do processo de inundações
anteriores à sua construção. Entretanto, cabe destacar os seguintes fatos:

 Atualmente ainda se constata a existência de extensa área sujeita a inundações (Figura


22, detalhe azul claro);
 A altura das cheias é variável, mas há locais onde fica inviabilizado o tráfego nas vias;
 Em área contígua ao atual traçado do rio Paraíba do Sul, onde o antigo leito deixou
margem alta, há construções residenciais de boa qualidade (Figura 26) e atividades
agrícolas bem desenvolvidas;
 A não observância de um planejamento que norteie a expansão urbana e industrial do
Município acarretará prejuízos para a população (Figura 27);
 A proliferação de Áreas de Empréstimo nas partes altas das áreas inundáveis poderá
acarretar o alteamento das várzeas e o rebaixamento dos morrotes, causando prejuízo
para todos (Figura 28);
 A construção de sistemas de esgotamento de cheias com base nos limites dos imóveis
é fonte de entrada das cheias, por refluxo do rio Paraíba do Sul, causando impactos
negativos no Município (Figura 29); e
 A falta de manutenção dos drenos contribui para o aumento do tempo de permanência
da água dentro da planície de inundação.

Estas constatações revelam a necessidade de o Município promover o adequado ordenamento de


seu território, observando as características e os efeitos do regime de cheias e inundações do rio
Paraíba do Sul.

De fato, o planejamento territorial de Porto Real deve atentar para a necessidade de se priorizar a
elevação da parte menos baixa, seguida das partes mais baixas, de forma a se dar tratamento
harmônico entre as cheias e as áreas a serem ocupadas.

As cheias do rio Paraíba do Sul são elementos que devem ser assimilados e gerenciados,
mediante adequado planejamento territorial, de forma a que sejam estabelecidas zonas de
inundações, conferindo-lhes uso compatível. Estas zonas deverão contemplar a entrada,
condução e liberação das cheias, impedindo que os riscos de inundação se disseminem pelo
território do Município.

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Figura 26 - Margem direita do Paraíba do Sul com elevada cota proveniente do antigo
processo de sedimentação do rio.

Figura 27 - Casa antiga, sujeita a ficar abaixo do nível da água das cheias, devido a
reformas das ruas e ao alteamento descontrolado do território, observado nas indústrias
recentemente instaladas em áreas inundáveis próximas ao rio Paraíba do Sul.

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Figura 28: Área de Empréstimo rebaixando a cota do pequeno morro ao lado da Prefeitura e
do Hospital de Porto Real.

Figura 29: Drenos construídos em Porto Real

As demais questões hidrológicas envolvendo o uso indevido da planície de inundação derivam do


traçado não harmônico da ferrovia e da rodovia Presidente Dutra, construídas com grande
proximidade, o que gerou uma área com restrição de circulação da água. Funcionam como diques
que cortam diagonalmente o rio Paraíba do Sul e a planície, promovendo captação das cheias e
dificultando o esgotamento dos fluxos rápidos (fluxos superficiais) e lentos (fluxo subsuperficiais),

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o que gera aumento do tempo de permanência da água no terreno e contribui para a formação de
ambientes paludosos (Figura 30). Em termos práticos, esta situação ocasiona:

 Dificuldade para o uso da área entre a ferrovia e a rodovia;


 Desvalorização do espaço;
 Favorecimento de usos marginais (crescimento desordenado), podendo depreciar a
região próxima à Via Dutra;
 Criação de um dique captador das cheias e fluxos subsuperficiais, que atue no sentido
contrário ao dos defletores, estruturas que não deixam as cheias se propagarem nas
planícies e facilitar o esgotamento, utilizando a própria força da correnteza; e
 Limitação de drenagem de extensas áreas entre as vias e a região com elevações
devido ao dique que contribui para reduzir a capacidade de esgotamento da planície de
inundação.

Figura 30 - Bases da estrada de ferro e Via Dutra represam água e geram brejos perenes

3.3 Clima

O clima é subtropical de altitude, com temperatura média anual oscilando entre 18ºC e 23ºC.

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3.4 Cobertura Vegetal

A formação vegetal original da região é a Floresta Ombrófila Densa, atualmente representada por
pouquíssimos fragmentos florestais de pequeno tamanho, na área da planície de inundação, pois,
apesar de a mesma não ser intensamente ocupada, há grande pressão de uso para
aproveitamento agrícola.

A porção norte do território municipal é, atualmente, coberta por vegetação característica de


várzea ou por pastagens. Cabe lembrar que a pecuária extensiva prejudica a recarga dos freáticos
e provimento das nascentes.

A porção sul do território municipal é coberta por vegetação Floresta Ombrófila Densa com
marcada influência estacional, apresentando forte caducifólia (perdas de folhas), evidenciando
déficit hídrico local, principalmente nas partes altas.

Estas áreas apresentam pecuária extensiva que, associada aos intensos usos no passado,
inclusive de mineração, prejudicam a recarga dos freáticos e provimento das nascentes, onde se
encontra a bacia hidrográfica da única opção de captação alternativa à do rio Paraíba do Sul.

A mata ciliar e os fragmentos florestais estão distribuídos de forma rareada no território (Figura
31), onde se observam árvores frutíferas e espécies nativas plantadas em quintais das
residências da zona urbana.

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Figura 31 - Distribuição dos fragmentos florestais e lagoas na antiga calha do rio,
consideradas atualmente como Áreas de Preservação Permanente - APP

3.5 Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação

As Áreas de Preservação Permanente correspondem às margens do rio Paraíba do Sul e demais


cursos de água do Município, além de encostas de morros com inclinação acentuada, situadas na
parte ao sul da Rodovia Presidente Dutra.

Não há Unidades de Conservação no Município, embora existam ecossistemas que prestam


relevantes serviços ambientais e que merecem ser transformados em Unidades de Conservação.
Dentre eles, merecem destaque a área mais sujeita a inundações na planície e a bacia de
captação de água da região de Bulhões.

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Observam-se alguns fragmentos nativos e de estágio médio (secundária tardia), com serrapilheira
espessa e sub- bosque denso, localizados numa área da antiga calha do rio Paraíba, que, nas
enchentes, ainda funcionam como calha, pois o rio as retoma para conseguir escoar toda a sua
vazão, tendo em vista tratar-se de uma planície de inundação natural.

Tais áreas devem ser preservadas para cumprir dois papeis: proteção ambiental e amortecimento
das cheias, evitando inundações nas áreas urbanizadas e utilizadas para as atividades
econômicas do Município.

3.6 Opção Sustentável de Uso do Território

A melhor opção de uso da parte norte do Município, localizada entre o rio Paraíba do Sul e a
Rodovia Presidente Dutra, deve privilegiar a utilização das partes altas; admitir o uso das partes
intermediárias, desde que se façam aterros controlados para elevar o terreno; proteger as partes
mais baixas da antiga calha do rio Paraíba do Sul (criação de Unidade de Conservação), de modo
a administrar as cheias e a possibilitar o seu retorno à calha, quando o nível de água refluir.

Os drenos de esgotamento, construídos a critério dos proprietários, devem ser suprimidos e


trocados por poucos drenos estratégicos, compostos por estruturas hidráulicas capazes de
impedir a entrada do refluxo das cheias do Paraíba do Sul.

A parte ao sul da Via Dutra pode ser usada, sem maiores restrições, nas partes altas, à exceção
das declividades mais acentuadas, conforme a legislação vigente. O mesmo é aplicável às
várzeas das suas bacias hidrográficas. A várzea baixa deve receber obra hidráulica para dissipar
as cheias e facilitar o esgotamento das águas pluviais, podendo ter, posteriormente, os mesmos
usos do que a parte norte.

3.7 Território Municipal

3.7.1 Estrutura Fundiária

Há expressiva concentração da propriedade das terras do Município de Porto Real, sendo poucos
os proprietários, donos de grande parte do território municipal.

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Não há problemas significativos de regularização fundiária das terras rurais no Município. Situação
diversa é encontrada na área urbana, havendo loteamentos inteiros nos quais os moradores não
têm a titularidade dos seus terrenos, apesar de os terem adquirido e pago por eles.

3.7.2 Utilização da Terra

O território municipal está dividido, quase ao meio, pela rodovia Presidente Dutra, apresentando,
cada qual das duas porções, características completamente distintas (Figura 32).

Figura 32 – Mapa de Porto Real

A parte ao norte da rodovia, um pouco maior do que a localizada ao sul, é formada por terrenos
baixos e planos e se conforma como que “abraçada” pelo rio Paraíba do Sul. Apresenta grandes
áreas alagadiças, tanto pelas enchentes desse rio quanto pelo efeito das chuvas, mostrando-se
impróprias à ocupação urbana, conforme analisado no item 3 – Aspectos ambientais.

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Nesta porção do território localizam-se dois dos núcleos urbanos que compõem a cidade e uma
pequena área rural, utilizada para o plantio de feijão, mandioca, inhame, milho e cana-de-açúcar.

Nos núcleos urbanos aí situados encontram-se o Polo Empresarial, criado para abrigar pequenas
e médias empresas, mas ainda não ocupado, e uma área na qual se concentram várias indústrias
de Porto Real, fora desse Polo Empresarial.

A porção ao sul da Rodovia Presidente Dutra é formada pelo terceiro núcleo urbano, conhecido
como região de Bulhões, formado por dois loteamentos, e por uma extensa área rural, pouco
explorada. Essa parte do Município apresenta relevo mais ondulado e não está sujeita aos efeitos
das cheias do rio Paraíba do Sul, como a parte norte.

3.7.3 Distritos e Núcleos Urbanos

Porto Real é constituído apenas pelo Distrito Sede. Conta com três diferentes núcleos urbanos. O
primeiro deles agrupa os loteamentos do Centro, Nova Colônia, Ettore, Jardim Real, Vila Real,
Novo Horizonte, Village Porto Real, Vila Romana, Bela Vista, Imperial Center, Village II, Colinas
de Porto Real e Chácara das Palmeiras; o segundo, próximo à divisa com o Distrito de Floriano,
em Barra Mansa, e à Rodovia Dutra, normalmente chamado região de Freitas Soares, por ser
esse loteamento o mais consolidado do núcleo, é formado pelos bairros Freitas Soares, Nossa
Senhora de Fátima, São José, Jardim das Acácias, e o terceiro, situado do outro lado da rodovia
Presidente Dutra, conhecido como região de Bulhões, reúne os seguintes loteamentos: Santo
Antônio e Vila Marina.

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Figura 33 – Utilização da terra

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4. Aspectos Urbanísticos

4.1 Evolução Urbana

Com apenas 15 anos de existência e população em torno dos 16 mil habitantes, Porto Real é uma
cidade singular por suas características geográficas e históricas. Com alguns aspectos de uma
típica cidade interiorana, registra uma indiscutível pujança industrial, comparável a de grandes
centros. Unidades produtivas da Peugeot-Citroën, Guardian e Galvasud ( atualmente CSN –
Companhia Siderúrgica Nacional), entre outras, instalaram-se na cidade nos últimos 10 anos,
somando-se à Cia Fluminense de Refrigerantes, mais antiga. Novas empresas têm manifestado
interesse por Porto Real, estando algumas em negociações com o Poder Público visando à sua
instalação no Município.

O polo industrial de Porto Real trouxe para a cidade uma população flutuante estimada em cinco
mil (5.000) pessoas que, embora residentes nas cidades vizinhas, principalmente em Resende e
Barra Mansa, trabalham e consomem diariamente em Porto Real.

O assentamento original de Porto Real teve início no sítio onde atualmente se encontram os
loteamentos Centro e Nova Colônia, local onde os primeiros italianos se instalaram.

Os primeiros loteamentos foram feitos quando Porto Real ainda era o 3º Distrito de Resende. Os
dois primeiros foram o Parque Mariana e a Morada do Sol, aprovados em 1979 (Tabela 1). São
também da época do 3º Distrito os loteamentos Jardim Porto Real, Parque Freitas Soares, Jardim
das Acácias, Nossa Senhora de Fátima, Nova Colônia, Parque Viaduto, Morada do Sol e
Humberto Ettore.

O clima agradável e a terra fértil atraíram novos contingentes de trabalhadores e, aos poucos, foi-
se dando a miscigenação entre os italianos e os brasileiros. O crescimento do povoamento
continuou e começaram a surgir algumas residências mais confortáveis, ao mesmo tempo em que
se instalavam as primeiras unidades produtivas industriais.

Posteriormente vieram os mineiros que se dedicaram à lavoura e pecuária e foram se instalando


mais próximos à rodovia, criando dois núcleos urbanos espacialmente separados.

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Dos 27 loteamentos existentes (Tabela 1) 09 estão aprovados e apenas 01 tem sua situação
perfeitamente regularizada e aceita pela Administração Municipal. Dois têm aceite parcial, o que
indica não terem cumprido todas as exigências em relação à regularização do parcelamento do
solo.

Tabela 1 – Número e Situação de Regularização dos Loteamentos de Porto Real


LOTEAMENTO ANO APROVAÇÃO ANO ACEITE Nº LOTES

01 Colinas de Porto Real 2001 Parcial – 2003 1.379

02 Village de Porto Real 1996 Total 411

03 Jardim Real Resende 269

04 Parque Freitas Soares Resende – 1994 990

05 Jardim das Acácias Resende 1.436

06 Nossa Sra. de Fátima Resende 294

07 Village Calvino 2002 Nova Aprov. 82

08 Morada Vale do Ypê 2009 26

09 Parque Mariana Resende – 1979 258

10 Nova Colônia Resende 301

11 Parque Viaduto Resende 445

12 Vila Romana 32

13 Bela Vista 191

14 Imperial Center 2001 Parcial 65

15 Chácara das Palmeiras 1998 Sem aceite 38

16 Morada do Sol 1979 966

17 São José 205

18 Ribeirão da Divisa 298

19 Humberto Ettore Resende 42

20 Village II 2003 Aceite 28

21 Projeto 50 50

22 Projeto 18 18

23 Novo Horizonte 284

24 Santo Antônio 87

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LOTEAMENTO ANO APROVAÇÃO ANO ACEITE Nº LOTES

25 Vila Marina 77

26 Vila Real 46

27 Remon – em frente a PMPR 2003 04

Subtotal 8.322

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real

A quantidade de imóveis prediais no Município, atualmente, está em torno de 3.300 (Tabela 2),
dos quais é cobrado o Imposto Predial. Os imóveis territoriais são da ordem de 5.700 (Tabela 3),
tendo ambos os tipos se mantido praticamente estáveis entre 2009 e 2010.

Tabela 2 – Número de imóveis prediais por área construída – 2010


Área construida Número de imóveis

Até 50 m² 580

De 51 m² a 100 m² 1.258

De 101 m² até 150 m² 768

De 151 m² até 200 m² 342

De 201 m² até 250 m² 188

De 251 m² até 300 m² 75

Igual ou maior que 301 m² 128

TOTAL 3.339

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real

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Tabela 3 – Tipo e Número de imóveis inscritos, alíquota do IPTU, valor lançado e
arrecadado e valor médio do IPTU
Especificação 2009 2010

Quantidade Alíquota (%) Quantidade Alíquota (%)

Territorial 5.756 2,402 5.773 0,295

Predial 3.337 0,452 3.339 0,060

Total 9.093 9.112

Valor lançado R$ 639.935,53 R$ 667.029,97

Valor arrecadado R$ 414.147,92 R$ 288.567,03

Valor médio IPTU R$ 78,64 R$ 80,90

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real

Admitindo que 70% dos imóveis territoriais sejam destinados a habitações unifamiliares e
adotando o tamanho médio de 3,2 pessoas por família, há disponibilidade de terrenos, já
parcelados, para abrigar uma demanda adicional por habitação de, aproximadamente, 12.930
pessoas, ou seja, quase 80% a mais que a população atual, o que elevaria a população de Porto
Real para cerca de 30.000 pessoas.

4.2 Configuração Urbanística

A ocupação do território conferiu a Porto Real as características de uma cidade polinucleada,


formada por diferentes loteamentos organizados em três núcleos urbanos claramente definidos,
como já mencionado no item 3.7.3, nos quais prevalece o uso residencial, mesclado com alguns
estabelecimentos de comércio e serviços, além de dois (02) núcleos industriais, próximos um do
outro, porém não contíguos. Um deles é o Polo Empresarial, oficialmente criado pela Lei Municipal
nº 286, de 2006, no qual deveriam se instalar pequenas e médias empresas, o que, todavia, ainda
não ocorreu. O outro corresponde a um espaço urbano no qual várias indústrias instalaram-se,
sem configurar qualquer setor ou bairro oficialmente instituído.

Além disso, ainda existem mescladas no tecido urbano, áreas de produção rural, principalmente
de cultivo de mandioca.

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Figura 34 – Vista aérea de parte do núcleo central de Porto Real

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real – site WWW.portoreal.rj.gov.br – consultado no dia 15 de março de 2010

4.2.1 Cheios e Vazios Urbanos

São muito numerosos os vazios urbanos. Na verdade, a cidade mistura espaços ocupados com
áreas desocupadas, muitas das quais utilizadas para atividades rurais.

Os loteamentos mais adensados são Freitas Soares, Nossa Senhora de Fátima, Jardim das
Acácias e São José, constituintes do 2º núcleo urbano mencionado no item 3.2.3.

Também estão consolidados alguns dos loteamentos que formam o núcleo central,
particularmente aqueles mais antigos.

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Figura 35– Vista parcial de Freitas Soares, Nossa Senhora de Fátima e São José

Para evidenciar melhor os cheios e vazios urbanos, os três núcleos foram divididos em quatro
grupos e onze módulos (1400 mts x 1400 mts), assim distribuídos:

 Núcleo 1 – Grupo A - Área central – Módulos 1 e 2, 3, 4 e 5;


 Núcleo 1 – Grupo B - Área industrial – Módulos 6 e 7;
 Núcleo 2– Grupo C - Área de Freitas Soares – Módulos 6 e 7; e
 Núcleo 3 – Grupo D - Área de Bulhões – Módulos 10 e 11.

Cada um desses módulos foi analisado em relação ao volume de cheios e vazios existentes e às
possibilidades de ocupação (Quadro 2)

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Quadro 2 – Cheios e vazios urbanos
Nº LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS CONSIDERAÇÕES
Território Municipal
Divisão dos núcleos urbanos
em 11 módulos de 1400 mts x
1400 mts:
• Núcleo 1 – Grupo A -
Área Central – Módulos
1, 2, 3, 4, 5;
• Núcleo 1 – Grupo A -
0 Área Industrial – Módulos
6 e 7,
• Núcleo 2 – Grupo C -
Área de Freitas Soares –
Módulos 8 e 9.
• Núcleo 3 – Grupo D -
Área de Bulhões –
Módulos 10 e 11.
Núcleo 1– Grupo A - Área Central

• Bairros de Vila Real, Village,


Jardim Real, Novo Horizonte,
Colinas de Porto Real.
• Avenida Renato Monteiro –
importante para a integração
1 dos bairros. Há potencial de
ocupação comercial ao longo
da mesma.
• Franja A – Vazio urbano.
• Francha B – Baixa ocupação
urbana.

• Bairros de Nova Colônia e


Bela Vista.
• Centro histórico, social, e
administrativo da cidade
(Igreja N.S. das Dores,
2 Mercado, Cerâmica Porto
Real, Centro Real Futebol
Clube, Câmara Municipal,
Secretarias Municipais)
• Av.D.Pedro II – principal via
de integração, com vocação
comercial
Nº LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS CONSIDERAÇÕES
Núcleo 1– Grupo A - Área Central

• Distrito Industrial Municipal -


Guardian a leste.
3
• Av. P.L.Tavernari (3)–
Potencial de ligação entre
importantes vias de

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Nº LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS CONSIDERAÇÕES
integração do Município
(Industrial x Residencial) –
Av.Dona Betina(2) e Rua
José dos Santos(1).
Potencial de ocupação industrial e
de serviços na parte leste.

• Bairro de Ettore.
• Limite do rio Paraiba do Sul e
da rodovia RJ 159 ao sul.
• Av. Renato Monteiro –
ligação entre a área central e
a área industrial; Choque de
4 fluxos de veículos.
• Alternativa de acesso a Porto
Real pela via da ETA Centro.
• Área prioritária para a
consolidação urbana – A
• Potencial para área de
proteção ambiental - D

• Acesso Principal da cidade


• Fábrica da Coca Cola.
• Áreas de ocupação irregular
entre a RJ159/R.Andre Luis e
o rio Paraíba do Sul
• Prioridade de ocupação:
5 Áreas A, B e C como
consolidação da Av. D.Pedro
II -.
• Potencial de proteção
ambiental – D e E.
Desconexão entre a Av. D Pedro II
e a Ponte de ferro sobre o rio
Paraíba..

Nº LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS CONSIDERAÇÕES


Núcleo 1 – Grupo B – Área industrial

• Limite de expansão, pela


6 divisa municipal, entre a
fábrica da PSA Peugeot-
Citroën e Fábrica da MAN

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Nº LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS CONSIDERAÇÕES
(Volkswagen);
• A área industrial prolonga-se
pelo território de Resende,
podendo formar um polo
integrado entre os
Municípios;

• Potencial para ocupação


industrial – A.

• Área Industrial
• Desconexão espacial com o
Distrito Industrial Municipal.
• Prioridade de consolidação A
7 e B.
• C - Cemitério e vazio urbano
em volta, com possibilidade
de. ocupação sujeita a
restrições sanitárias

Núcleo 2 – Grupo C - Área de Freitas Soares

• Bairro Jardim das Acácias:


ocupação mais dispersa na
parte oeste
• Limites para expansão:
Ferrovia ao sul e topografia
8 acidentada ao norte
• Bairro Freitas Soares:
ocupação mais adensada na
parte leste
• Limites da Ocupação: Rua
Amazonas a Leste e Av. B a
oeste.
Nº LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS CONSIDERAÇÕES
Núcleo 2 – Grupo C - Área de Freitas Soares

• Bairros de N. Sra. de Fátima


e Freitas Soares
• Franja “A” - ocupação não
recomendada entre a ferrovia
9 e a Rodovia Presidente
Dutra.
• Limites e afastamentos
comprometidos.
• Franja “B” – Área com

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Nº LOCALIZAÇÃO ANÁLISE CHEIOS E VAZIOS CONSIDERAÇÕES
possível ocupação de vazios
urbanos

Núcleo 3 – Grupo D - Área de Bulhões

• Bairro de Vila Marina.


• Dificuldade de acesso direto.
• C - Área de topografia
acidentada;
1
• A e B – Possibilidade de
0
ocupação junto a ferrovia e
Rodovia Dutra – facilidade de
acesso, escoamento de
produção e transporte de
funcionários.
• A - Área alagadiça.

• Bairro – Santo Antônio.


• Área pouco adensada.
• Área A – passível de
ocupação, com potencial de
1 ocupação Industrial.
1
• Área B – topografia
acidentada, admite ocupação
de baixíssima densidade.

Elaboração própria

A análise dos cheios e vazios na ocupação urbana de Porto Real deixa claro que:

 Sobra espaço e falta integração – Em todos os grupos e módulos analisados nota-se


a existência de uma ou mais áreas parceladas e desocupadas, assim como fica evidente
a mescla das áreas urbana, rural e industrial;
 Área Central - Grupo A (Módulos 1, 2, 3, 4 e 5) - mantém seu significado de
importância histórica, social, administrativa e ambiental, porém não apresenta uma clara

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situação de integração interna (entre os loteamentos que a compõem) nem com os
demais grupos;
 Área Industrial - Grupo B (Módulos 6 e 7) - ainda não se encontra totalmente
estruturada e se compõe de duas porções do território ainda desconexas. Há
deficiências no sistema viário, dificultando o transporte de insumos para as indústrias e o
escoamento da produção;
 Região de Freitas Soares, Grupo C (Módulos 8 e 9) – apresenta ocupação
desordenada e irregular, ao longo do leito da ferrovia, junto ao Bairro São José; e
 Região de Bulhões - Grupo D (Módulos 10 e 11) - mantem-se isolada das demais
ocupações urbanas pela ferrovia, pela via Dutra e pela malha viária municipal;

Para o desenvolvimento sustentável de Porto Real será necessário promover a integração e


conectividade entre essas áreas (Figura 36), de forma a se criar um conjunto orgânico no qual as
diferentes atividades se complementem e contribuam para o bem estar da população.

Figura 36 - Esquema de integração e conectividade

4.2.2 Harmonização das Demandas Econômicas e Ambientais por


Espaço

Apesar de o Município ter sido intensamente utilizado no passado, com sinais de desgaste das
terras, como os observados através das tênues sequelas manifestadas nos carreados de
escoamento da produção de café nas encostas (Figura 37), os ecossistemas manifestam

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tendência inercial de recuperação, e espécies como a Clidemia urceolata desempenham suas
funções espontâneas de facilitação na restauração ambiental.

Assim como a natureza está tentando se ajustar à nova fase em que os ecossistemas se
encontram, a ocupação do espaço pelo homem deve dar-se de forma a garantir o
desenvolvimento econômico em harmonia com a proteção ambiental, do que resulta a
sustentabilidade dos ecossistemas do Município. Fica claro que a água é o principal elemento da
planície de inundação, podendo recuperar ou prejudicar os ecossistemas, enquanto a porção sul
do território municipal não padece dessa limitação, mas apresenta relevo e declividade
significativamente acentuados, dificultando uma ocupação adensada. Caberá, portanto, aos
planejadores e gestores encontrar formas e mecanismos de atender a demanda por território de
forma estratégica a fim de que o desenvolvimento de Porto Real se dê de forma sustentável.

Figura 37 - Vertente em processo espontâneo de restauração florestal

4.2.3 Espaços Públicos e Privados de Uso Público

Os espaços públicos resumem-se a algumas praças com uma quadra esportiva, junto à qual, por
vezes, encontra-se um Quiosque do Saber e um pequeno parque infantil.

Não se observa espaços privados de uso público nem praças ajardinadas para recreação e
convivência entre os moradores, como tradicionalmente ocorre nas cidades brasileiras.

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Figura 38 – Praça urbana

Figura 39 – Praça com quadra esportiva e Quiosque do Saber

4.3 Estrutura Viária Urbana

A estrutura viária urbana de Porto Real é constituída por vias não hierarquizadas, de pequenas
dimensões, a maioria pavimentada e com calçadas estreitas. Não existe sinalização viária
horizontal ou vertical.

Apesar disso, alguns eixos destacam-se na trama viária (Figura 40):

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 a Avenida Pedro II, que corta o núcleo central no sentido sudeste-norooeste,
interligando os loteamentos Ettore, Nova Colônia, Vila Romana, Jardim Real, Imperial
Center e Village;
 a Avenida Renato Monteiro, que faz ligação direta entre o núcleo central e a área
institucional na qual está situada a Prefeitura Municipal, prolongando-se até a área das
indústrias e o Tecnopolo e fazendo a ligação dessa área industrial à via Dutra,
margeando o rio Paraíba do Sul;
 a rodovia RJ 159 - na entrada na cidade, a partir de Floriano, margeando o rio Paraíba
do Sul e levando à ponte de ferro para Quatis, com prolongamento pela rua André Luiz,
na parte norte da cidade;
 a rua José dos Santos, que se prolonga pela Rua Fernando Bernardelli, cruzando o
núcleo central no sentido nordeste-sudoeste, desde a proximidade do rio Paraíba do Sul
até o Distrito Industrial Municipal; seu prolongamento leva aos loteamentos Jardim das
Acácias e Freitas Soares;
 Rua Prof. Julia Graciano Marassi, continuando como rua Prof. D. Betina até a rótula de
acesso ao Distrito Industrial Municipal, formando um binário com a rua José dos Santos;
 Rua que margeia a ferrovia, na região de Freitas Soares, e liga o loteamento de São
José a Freitas Soares e N. Sra. de Fátima; e
 Rua que faz a ligação de Vila Marina e Santo Antônio à via Dutra e à parte norte do
Município.

Percebe-se alguns pontos de fragilidade no sistema viário atual (Figura 40), por conflito de tráfego
de veículos leves e transporte de carga, rótulas inadequadamente dimensionadas, pontos de
estrangulamento e dificuldade de transposição da via Dutra para ligar os diferentes núcleos
urbanos.

59
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Figura 40 - Esquema viário com pontos de fragilidade

As ruas não pavimentadas localizam-se, principalmente, no Jardim das Acácias e no Parque


Mariana e apresentam difícil acesso e trajetos ruins.

Não há ciclovias, apesar do grande número de bicicletas existentes, nem qualquer cuidado em
relação à circulação de pedestres ou de pessoas com necessidades especiais de locomoção.

4.4 Uso e Ocupação do Solo Urbano

Como não existe lei municipal que regulamente o uso e ocupação do solo urbano, a aprovação
das edificações é feita com base no disposto no antigo Plano Diretor de Resende em relação ao

60
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seu 3º Distrito, o que não é suficiente para a solução de todas as questões relativas ao uso e
ocupação do solo urbano na cidade.

Na parte mais consolidada do núcleo central predomina o uso residencial, com os


estabelecimentos de comércio e serviços concentrados ao longo da Avenida Pedro II e em alguns
conjuntos comerciais.

Na região conhecida como Freitas Soares, que engloba os loteamentos do 2º núcleo urbano
considerado neste Relatório, percebe-se o uso misto mais generalizado. Nos dois loteamentos da
região de Bulhões, o comércio e os serviços estão quase que totalmente distribuídos ao longo da
rua principal, enquanto que as quadras são predominantemente residenciais.

Os estabelecimentos institucionais de educação e saúde distribuem-se por todos os bairros. O


Poder Executivo está instalado em área claramente institucional, reunindo a Administração
Municipal, com várias Secretarias Municipais, além do Hospital Municipal, em fase final de
construção. Entretanto, há algumas Secretarias localizadas em outras áreas da cidade.

As indústrias estão situadas junto à divisa com o Município de Resende, em área que abriga a
PSA Peugeot - Citroën, a Companhia Siderúrgica Nacional - CSN e o Tecnopolo, onde se
encontram várias indústrias relacionadas com a indústria automobilística. Do lado de Resende, a
MAN, fabricante de caminhões Volkswagen representa a extensão desse polo industrial.

Próximo a essa área encontra-se o Polo Empresarial, vizinho à Guardian, fabricante de vidros
planos e espelhos.

Não se observa uma distinção clara entre o urbano e o rural em Porto Real. Permeando o tecido
urbano, com os usos mencionados, quase todo na parte norte do Município, há áreas
desocupadas ou utilizadas para atividades rurais, como a pecuária e o plantio de feijão, mandioca,
inhame, etc.

A parte do território municipal ao sul da Rodovia Presidente Dutra é quase exclusivamente rural, à
exceção da região de Bulhões, com os dois loteamentos citados, localizados bem próximos à
rodovia.

61
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A maioria dos lotes é destinada a uma única habitação, embora se verifique a existência de mais
de uma, em vários deles, como será comentado adiante.

A verticalização ainda não chegou a Porto Real, onde a grande maioria das construções é térrea
ou assobradada, principalmente no núcleo urbano central. Na região de Freitas Soares há alguns
edifícios de três ou quatro pavimentos.

4.4.1 Ocupação Irregular

São apenas três as ocupações irregulares na área urbana, situadas, respectivamente, na Rua 1 e
Av. B, no Jardim das Acácias; em São José, próximo à ferrovia e à rodovia Presidente Dutra; e em
parte do Parque Mariana (Figura 40).

Para solucionar a primeira, a Prefeitura Municipal, em convênio com o Estado do Rio de Janeiro,
está construindo 54 casas no alto do Jardim das Acácias (Figura 41).

62
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Figura 41 – Ocupações irregulares

Para a segunda invasão, não há, ainda, solução em andamento. A terceira invasão, no Parque
Mariana, localizada próximo à PSA Peugeot-Citroën, conta com algumas dezenas de edificações,
não se constatando, até o momento, solução para esta questão.

63
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Figura 42 – Unidades habitacionais no Jardim das Acácias para remoção de invasões

Apesar de apresentar um número reduzido de ocupações irregulares urbanas, é preciso salientar


que, em Porto Real, tem sido praticado o fracionamento de lotes, o que leva à construção de mais
de uma habitação por terreno. A inexistência de legislação própria sobre o uso e ocupação do solo
urbano deixa margem para esse tipo de prática, pouco recomendável por provocar um
adensamento desaconselhável e não planejado, podendo sobrecarregar a infraestrutura básica e
comprometer a qualidade dos serviços urbanos.

A aprovação das edificações pela Administração Municipal padece da inexistência de legislação


específica. A análise e aprovação dos projetos são feitas, como já mencionado, utilizando-se
como parâmetro o disposto no antigo Plano Diretor de Resende, relativo ao antigo 3º Distrito.

4.5 Configuração Arquitetônica

Não se percebe um estilo arquitetônico predominante em Porto Real. Convivem, lado a lado,
construções características do período de colonização européia, encontradas em outras cidades
da serra fluminense e em Estados do sul e construções mais recentes, térreas ou assobradadas,
com laje, cobertura em telha cerâmica ou de cimento amianto (Quadro 3). Na maioria dos casos, o
fechamento frontal é feito com grades vazadas, o que garante a permeabilidade visual dos
terrenos e a visualização das edificações. As habitações mais requintadas, entretanto, já
começam a adotar muros altos como fechamento, o que empobrece a paisagem urbana.

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Quadro 3 – Tipos diversificados de edificações
ÍNDICE DE
Nº TIPOS EM DESTAQUE CARACTERÍSTICAS
IDENTIFICAÇÃO
• Nome: Companhia • Alto – localizada na entrada
Fluminense de da cidade, tem importância
Refrigerantes histórica e é reconhecida
• Uso: Industrial como uma marca da
• Valor histórico: Alto cidade.
1 • Materiais empregados:
tijolo maciço telha de barro,
vidro.
FÁBRICA DA COCA-COLA • Incidência: baixa
• Características gerais:
edifício singular
• Nome: Quiosque do Saber • Alto – a comunidade
• Uso: Cultural/Comunitário apropria-se dos Quiosques
• Valor histórico: baixo do Saber como extensão
• Materiais empregados: para atividades sociais e
estrutura metálica, educacionais.
2 alvenaria
• Incidência: Média (4 em
14 bairros)
QUIOSQUE DO SABER • Características gerais:
quiosques de acesso livre à
Internet,
• Nome: Instituto • Baixo
Educacional Porto Real
• Uso: Educacional
• Valor histórico: baixo
• Materiais empregados:
3
alvenaria, esquadrias
metálicas
• Incidência: baixa
INSTITUTO EDUCACIONAL • Características gerais:
PORTO REAL estabelecimento escolar

ÍNDICE DE
Nº TIPOS EM DESTAQUE CARACTERÍSTICAS
IDENTIFICAÇÃO
• Nome: Prefeitura de Porto • Baixa – sem conectividade
Real com o conjunto
• Uso: Institucional arquitetônico local
• Valor histórico: Baixo
• Materiais empregados:
4 alvenaria, esquadrias de
PREFEITURA PORTO alumínio.
REAL • Incidência: baixa
• Características gerais:
edifício público com várias
unidades administrativas

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ÍNDICE DE
Nº TIPOS EM DESTAQUE CARACTERÍSTICAS
IDENTIFICAÇÃO
• Nome: Cerâmica Porto • Média
Real
• Uso: Comercial
• Valor histórico: alto
• Materiais empregados:
5
alvenaria, telhas
cerâmicas,
CERÂMICA PORTO REAL • Incidência: média
• Características gerais:
indústria tradicional
• Nome: Residência Popular • Média
• Uso: Residencial
• Valor histórico: baixo
• Materiais empregados:
6 alvenaria, telha cerâmica,
esquadrias metálicas
• Incidência: alta
• Características gerais:
RESIDÊNCIA POPULAR residência típica da
colonização

ÍNDICE DE
Nº TIPOS EM DESTAQUE CARACTERÍSTICAS
IDENTIFICAÇÃO
• Nome: Residência popular • Baixa.
• Uso: Residencial
• Valor histórico: baixo
• Materiais empregados:
7 telha de concreto, alvenaria
• Incidência: média
• Características gerais:
residência, sem qualquer
RESIDÊNCIA POPULAR elemento característico de
um estilo específico.

Há poucas edificações com mais de dois andares, mas elas se distribuem entre o núcleo central e
Freitas Soares. Não ultrapassam os 4 pavimentos e, na maioria dos casos, destinam-se ao uso
habitacional.

Como monumentos, podem ser citados a Igreja de N. Sra. das Dores, a fábrica da Coca-Cola e a
edificação de uma antiga cerâmica, localizada no núcleo central da cidade, além da mina de D.
Pedro, situada próximo às margens do rio Paraíba do Sul. A Igreja de N. Sra. das Dores e a Praça
Vittorio Emanuelle, localizada em frente a ela, são tombadas pelo Município.

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Figura 43– Fábrica da Coca-Cola

Figura 44 - Igreja N. Sra. das Dores

4.6 Habitação

A política habitacional do Município está a cargo da Secretaria Municipal de Ação Social, Trabalho
e Habitação. Atualmente, o Departamento de Habitação dessa Secretaria está acéfalo. Porto Real
tem um cadastro das famílias interessadas em programas habitacionais, bem como dos benefícios
pretendidos por elas.

A construção de unidades habitacionais, por parte do Município, tem sido feita mediante
convênios com o Estado ou União e se restringiram à área urbana. Além da construção, o
Município tem um programa de oferta de materiais para a autoconstrução.

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Observam-se, em Porto Real, situações de várias famílias ocupando domicílios distintos em um
único lote e de habitações subnormais em alguns bairros, principalmente nos situados fora do
núcleo central.

Cabe salientar o expressivo número de trabalhadores em Porto Real, não residentes na cidade. A
pouca oferta de habitação, aliada às carências verificadas no comércio e serviços, não tem
contribuído para que esses trabalhadores e suas famílias optem por morar em Porto Real.

4.7 Infraestrutura Básica e Serviços Urbanos

4.7.1 Comunicações

O Município conta com telefonia fixa e móvel, possibilitando ligações locais, DDD, DDI, terminais
individuais e troncos PABX. Não há disponibilidade para novas linhas.

O acesso à INTERNET é possível, inclusive por meio de banda larga. Existe uma rede de fibra
óptica para comunicação nas áreas industriais.

4.7.2 Gás, Energia Elétrica e Iluminação Pública

O Município é rota de passagem de gasoduto, insumo consumido pelas principais indústrias


locais, em especial pela Guardian, que é um dos maiores consumidores deste insumo no País.

A energia elétrica é gerada pela Usina Hidrelétrica do Funil e distribuída pela AMPLA, em diversas
tensões. Entretanto, há oscilações frequentes no fornecimento para uso residencial.

Há iluminação pública em todos os bairros, mas, em vários deles, diversas ruas ainda não estão
iluminadas e os moradores se queixam da escuridão.

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4.7.3 Saneamento Ambiental

Porto Real dispõe, desde 2007, de um Plano Diretor de Saneamento que visa caracterizar
intervenções e investimentos para a prestação adequada dos serviços de abastecimento de água
e coleta e tratamento de esgoto.

Este plano considera um horizonte de 30 anos e faz projeções até 2037, contemplando:

 Relatório de salubridade ambiental, com a identificação das demandas atuais e futuras,


incluindo outros aspectos relevantes da prestação dos serviços;
 As prioridades e as metas temporais;
 A identificação e a seleção de alternativas para ampliação, a melhoria e a atualização
da oferta dos serviços públicos de saneamento básico e seus respectivos custos;
 Os planos de investimentos;
 A definição dos elementos necessários à sustentabilidade econômica e financeira dos
serviços, incluindo as políticas de sua remuneração e de subsídios para garantia do
acesso universal e integral; e
 Os critérios para organização ou melhoria da prestação dos serviços, especialmente
com a previsão e a identificação dos instrumentos de regulação, de fiscalização e de
avaliação.

O Plano Diretor de Saneamento previa sua complementação com estudos e proposições para os
serviços de resíduos sólidos e drenagem pluvial, a serem desenvolvidos oportunamente.Tais
estudos ainda não foram realizados.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável, ora em elaboração, deverá avaliar as


proposições do Plano Diretor de Saneamento e o seu nível de implementação, com vistas a
garantir a continuidade do processo e a qualidade dos serviços prestados à população.

4.7.4 Abastecimento de Água Potável

O Município dispõe de duas captações situadas no Rio Paraíba do Sul (Figura 45), com estações
de tratamento primário, e uma em Bulhões. Em uma das estações de tratamento, existe sistema

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complementar de fluoretação para desinfecção. A rede de canalização para abastecimento de
água tratada cobre toda a área urbana e atende a 100% da população residente na cidade.

A Estação de Tratamento de Água de Freitas Soares tem capacidade nominal de recalque de


100m3/h, elevando a água até o reservatório principal, de onde é distribuída por gravidade. A outra
Estação de Tratamento de Água, no núcleo central, distribui a água através de bombeamento
direto da rede.

Os maiores fragmentos florestais encontram-se em áreas declivosas, de difícil acesso, o que


contribui para constituir um ecossistema capaz de manter a única fonte de água para
abastecimento independente do rio Paraíba do Sul (Figura 45). Essa captação, embora em estado
precário de conservação, atende à região de Bulhões.

Figura 45: Captação, tratamento e distribuição de água para abastecimento de Porto Real

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Figura 46: Fonte alternativa e estratégica de abastecimento de água situada em Bulhões

4.7.5 Esgotamento Sanitário

Há coleta de esgoto em toda a área urbana e 92% do esgoto coletado é tratado em cinco
estações de tratamento, localizadas nos loteamentos do Centro, Jardim Real, Freitas Soares,
Santo Antônio e Vila Marina. Ao todo, existem em Porto Real 19 elevatórias.

As Estações de Tratamento de Esgoto seguem as normas preconizadas pelo Instituto Estadual de


Ambiente - INEA. Três delas estão próximas ao rio Paraíba do Sul (Figura 47), onde as lagoas de
estabilização apresentam riscos de inundação. Não raramente, verifica-se o lançamento
clandestino de lixo nessas lagoas (Figura 47).

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Figura 47: Coleta, condução e Estação de Tratamento de Esgoto

Em Vila Marina, devido ao fato de o terreno ser, em algumas partes, plano e baixo e o lençol
freático muito raso, há problemas para o esgotamento em alguns pontos, nos quais ocorrem
transbordamentos. Nesses pontos, faz-se necessária a sucção do esgoto por caminhões
adequados para esse fim.

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Figura 48: Lagoa de estabilização da ETE de Porto Real, com lixo clandestino

Nas demais áreas do Município, esse tipo de ocorrência só se verifica, eventualmente, quando da
manutenção das elevatórias.

O efluente industrial é tratado de acordo com as normas estabelecidas pelo Instituto Estadual do
Meio Ambiente - INEA.

4.7.6 Drenagem Pluvial

A rede de drenagem pluvial ainda é bastante reduzida e insuficiente para atender a toda a cidade.

4.7.7 Limpeza Urbana e Resíduos Sólidos

Desde 2007, a Prefeitura de Porto Real tem um Termo de Convênio firmado com a Prefeitura de
Resende, para o tratamento e destinação final dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e dos
Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS).

O aterro sanitário, para o qual são destinados os resíduos, está localizado na Estrada Resende -
Bulhões – KM 3,5, em Resende.

O transporte dos Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) é feito por veículos do tipo furgão, com
cápsulas estanque, com vistas a atender às exigências legais (RDC) 306 da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária - ANVISA e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

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A coleta dos resíduos sólidos domiciliares é terceirizada, sendo feita de forma seletiva. Há,
portanto, coleta separada de lixo orgânico, de materiais recicláveis e de resíduos infectantes.

Para esse serviço, são utilizados os seguintes equipamentos:

 01 Caminhão compactador para coleta de resíduos domiciliares;


 01 Pick-up, com fiscal, para coleta de resíduos em locais de difícil acesso;
 01 Caminhão hospitalar, totalmente vedado e equipado, segundo as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT;
 01 Caminhão compactador especial, com guarnições e sacos plásticos transparentes; e
 20 Caçambas de 5m3, dispostos em locais pré-determinados, com utilização de um
caminhão poliguindaste.

A coleta do lixo reciclável é feita porta a porta, em recipiente próprio fornecido pela Administração
Municipal aos moradores. Todo o material recolhido é levado para a Usina de Triagem, localizada
em Porto Real, onde é separado, prensado, embalado e vendido.

A coleta e o tratamento do lixo reciclável, por outros que não a Prefeitura, dependem de
licenciamento da Prefeitura

Há lotes vagos onde é frequente serem usados como depósito de lixo ou entulhos, apesar da
existência do serviço de coleta dos resíduos sólidos. Não é raro moradores depositarem lixo
nesses terrenos logo após a passagem do caminhão de coleta.

A poda das árvores, normalmente, é feita por equipe da Prefeitura Municipal, a não ser no caso de
árvores junto às redes de distribuição de energia elétrica. Para esses casos, há um convênio de
poda com a AMPLA. O corte de árvores em terrenos particulares depende de autorização da
Secretaria de Meio Ambiente.

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4.7.8 Transportes e Mobilidade Urbana

O transporte urbano municipal é feito por empresa privada, por meio de autorização precária da
Administração Municipal, e atende aos diferentes bairros por meio de uma linha circular servida
por dois (02) ônibus.

O transporte urbano municipal é subsidiado pela Administração Municipal e a passagem,


apelidada de cinquentinha, custa R$ 0,50 (cinquenta centavos).

Os ônibus intermunicipais atendem também ao deslocamento entre bairros ou localidades do


Município, por não existir concessionárias do transporte municipal. Os estudantes da rede pública
e privada de ensino, os adultos maiores de 60 anos, as pessoas com deficiência física e os
policiais são isentos de pagamento de passagem nestes ônibus.

Não há Conselho Municipal de Transporte.

Não existe transporte coletivo informal na cidade, mas os catorze (14) pontos de taxi em Porto
Real são informais, sem qualquer regulamentação por parte do Poder Público.

Estão registrados no Município 3 mil veículos circulantes.

O transporte escolar é feito por 8 ônibus, que atendem aos alunos da rede municipal de ensino. O
transporte dos universitários de Porto Real às faculdades fora do Município (Resende, Barra
Mansa e Volta Redonda) é oferecido gratuitamente pela Administração Municipal, sendo utilizados
6 ônibus.

A topografia plana da cidade favorece o uso das bicicletas, embora não existam ciclovias na
cidade. Porto Real é considerada a cidade onde mais se utiliza este meio de transporte no Estado
do Rio de Janeiro. As motos também são muito utilizadas por causa da distância entre os bairros,
mas não existe um levantamento sobre o número desses veículos no Município.

Os veículos de tração animal são utilizados quase exclusivamente nas áreas rurais.

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5. Aspectos Socioculturais

5.1 Dinâmica Populacional

De acordo com o Censo Demográfico de 2000, a população total em Porto Real era de 12.095
habitantes; a contagem da população de Porto Real, realizada pelo IBGE em 2007, registrou um
total de 14.503 habitantes, todos na área urbana. A estimativa populacional para 2009, também
feita pelo IBGE, foi de 16.248 habitantes, sendo 49,3% a população masculina. A densidade
demográfica prevista foi de 319,3 hab/km².

Com esses dados, verifica-se que o crescimento da população, entre 2000 e 2009, foi de pouco
mais de 4.000 pessoas,

O Tribunal Regional Eleitoral registrou 9.155 eleitores em 2008.

Os dados do IBGE indicam um aumento populacional de 4.158 pessoas, ou uma taxa média
geométrica de crescimento populacional de 4,23% ao ano, contra 1,38% na região e 1,30% no
Estado do Rio de Janeiro, e apresentam uma taxa de urbanização é de 94,2%.

A distribuição da população por faixa etária (Tabela 4) mostra uma predominância dos adultos
jovens, entre 20 e 29 anos, seguidos dos adultos entre 30 e 39 anos. A população idosa, dos 60
anos ou mais, não passa de 1.293 pessoas, equivalentes a 7.96% da população total. A
distribuição por sexo desse grupo é praticamente homogênea, havendo apenas 17 mulheres a
mais que homens na faixa entre 70 e 79 anos.

As crianças abaixo de 10 anos representam 17,26% da população total, quase o mesmo que o
grupo que vai de 10 a 19 anos, correspondente a 17,62% da população total. Até os 14 anos, há
um ligeiro predomínio do sexo masculino, enquanto na faixa entre 15 e 19 anos, há 15 mulheres a
mais que os homens. Entre os adultos jovens há uma leve predominância de homens, mas, de um
modo geral, a distribuição por sexo é bastante equilibrada.

Cabe destacar, ainda, que o IBGE informa, para 2009, 9.338 ocupações remuneradas no
Município; se for considerada uma família média de 3 pessoas, esses dados sinalizam que cerca
de 28.000 têm seu sustento garantido por atividades econômicas exercidas em Porto Real. Como

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a população é de, aproximadamente, 16.000 pessoas, há um contingente de cerca de 12.000
pessoas de fora do Município que dependem das atividades econômicas de Porto Real para o seu
sustento.

Tabela 4 - População Residente por Faixa Etária e Sexo - 2009


Sexo
Faixa Etária Total
Masculino Feminino
Menos de um 121 115 236
1a4 557 522 1.079
5a9 789 700 1.489
10 a 14 731 701 1.432
15 a 19 708 723 1.431
20 a 29 1.471 1.369 2.840
30 a 39 1.345 1.301 2.646
40 a 49 1.113 1.119 2.232
50 a 59 801 769 1.570
60 a 69 372 372 744
70 a 79 194 211 405
80 e + 72 72 144
Ignorada - - -
Total 8.274 7.974 16.248
Fonte: IBGE – Estimativa Populacional

5.2 Cultura

Figura 49 – Apresentação cultural de dança

Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real

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O calendário de eventos da cidade evidencia que eles são bem distribuídos ao longo do ano e
pelos diferentes bairros de Porto Real (Quadro 4). Além das festas religiosas, há várias
celebrações relacionadas com a colonização e a cultura local. As festas das comunidades são
organizadas pelos presidentes de Associações de Moradores.

Desse calendário, merecem destaque as festas juninas nas escolas, frequentadas pelos alunos e
seus familiares, chegando a movimentar um público de 6.000 pessoas, e a Semana da Cultura
Italiana, com cerca de 3.000 expectadores. A Festa da Colônia Italiana, promovida pela
Associação Vittorio Emanuelle, acontece durante a realização da Semana da Cultura Italiana,
criada por lei municipal e organizada pela Administração Municipal, com atividades de educação,
esporte e lazer, entre outras.

Quadro 4 – Calendário de eventos


DATA EVENTO Bairro
Janeiro - 20 Festa de São Sebastião Freitas Soares
Fevereiro Carnaval Fátima
Abril - 1ª quinzena Festa do Feijão
Maio – 2ª quinzena Festa de São José São José
Maio – 2º domingo Festa da Mulher Centro
Maio – 3ª semana Festa de N. Sª de Fátima Fátima
Junho – 1ª semana Festa da Colônia Italiana Centro
Junho - 13 Festa de Santo Antônio Bulhões
Julho– 2ª quinzena Fest Real Centro
Agosto – 1ª quinzena Festival de Inverno
Agosto - Festa da Chita Fátima
Setembro - 15 Festa N. Sª das Dores Centro
Outubro - 12 Festa N. Sª Aparecida Jardim Real / Jardim das Acácias
Novembro - 5 Expo Porto Real Parque de Exposições
Novembro - 20 Festa da Consciência Negra Parque de Exposições
Dezembro – 1ª quinzena Festa de S. Francisco de Assis Novo Horizonte
Dezembro – 2ª quinzena Festa do mineiro Jardim Real
Dezembro - 31 Reveillon Parque de Exposições

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Figura 50 – Mostra do artesanato local

Merecem destaque, como patrimônio arquitetônico de valor histórico-cultural, a Igreja Matriz de


Nossa Senhora das Dores (1910, as Ruínas da Mina de Porto Real (1800) e a Ponte de Ferro
(1818).

A gastronomia é outro aspecto interessante em Porto Real. Da colonização italiana ficou o gosto
pelas massas. A contribuição mineira também é muito presente na culinária local.

5.3 Educação

Todas as escolas do Município estão situadas na área urbana. São nove escolas municipais
ministrando a educação infantil e o ensino fundamental e apenas uma escola estadual de nível
médio, o Centro Educacional República Italiana, localizado no Centro. Existe, ainda, uma escola
particular com educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, além da educação de jovens
e adultos.

Há duas creches municipais, uma em Freitas Soares, atualmente desativada, e outra no Novo
Horizonte. Há, ainda, uma escola infantil privada em Nova Colônia.

A comparação das matrículas, entre 2007 e 2009, (Tabela 5) evidencia um ligeiro aumento na
creche, um leve crescimento na pré-escola, entre 2007 e 2008, permanecendo quase estável em

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2009, uma queda progressiva nos anos iniciais do ensino fundamental e no ensino médio,
enquanto os anos finais do ensino fundamental apresentaram um pequeno avanço.

A educação de jovens e adultos experimentou queda, tanto na modalidade presencial quanto na


semipresencial, bem mais acentuada na primeira. Não há educação profissional no nível técnico e
a educação especial só aparece nas escolas municipais, com um número muito reduzido de
matrículas.

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Tabela 5 - Número de matrículas iniciais segundo tipo de ensino por dependência administrativa – 2007 a 2009
Ensino Educação EJA
Ed. Infantil Educação Especial (alunos de escolas especiais, classes especiais e incluídos)
Adminis- fundamental Ensino Profissional EJA Semipresencial
Ano tração Pré- Anos Anos Médio Nível Presencial Pré- Anos Anos Ensino Educação EJA EJA EJA
Creche Técnico Fundamental Médio Creche
escola iniciais finais escola iniciais finais Médio Profissional Presencial Fundamental Médio
Estadual 0 0 35 382 299 0 0 60 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0
Municipal 66 444 1.476 785 0 0 267 193 0 0 0 1 13 18 0 0 12 2
2009
Privada 0 53 117 75 39 0 0 22 0 0 0 0 1 1 0 0 0 0
Total 66 497 1.628 1.242 338 0 267 275 0 0 0 1 14 21 0 0 12 2
Estadual 0 0 56 337 327 0 0 151 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0
Municipal 58 444 1.624 827 0 0 340 210 0 0 0 5 32 9 0 0 9 0
2008
Privada 0 55 81 76 34 0 0 14 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0
Total 58 499 1.761 1.240 361 0 340 375 0 0 0 5 34 13 0 0 9 0
Estadual 0 0 63 303 350 0 143 0 0 0 0 0 3 1 0 0 0 0
Municipal 57 457 1.691 661 0 0 584 0 0 0 2 8 16 0 0 0 3 0
2007
Privada 0 25 63 64 35 0 31 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total 57 482 1.817 1.028 385 0 758 0 0 0 2 8 19 1 0 0 3 0
Fonte: Censo Escolar – INEP – MEC – 2007, 2008 e 2009

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Segundo a Secretaria Municipal de Educação, em 2009 as matrículas do ensino fundamental na
rede municipal de ensino somavam 3.051 alunos, distribuídos nos três turnos (Tabela 6)

Na creche municipal havia 70 alunos e na educação de jovens e adultos, 219.

Tabela 6 – Número de matrículas no ensino fundamental por turno e escola


Unidade Escolar Manhã Tarde Noite Total
CIEP Brizolão 487 Oswaldo Luiz Gomes 315 249 279 843
Esc. Mun. Cruz e Sousa 218 150 0 368
Esc. Mun. José Ferreira da Silva 117 85 0 202
Esc. Mun. Maria Hortência Nogueira 330 267 0 597
Esc. Mun. Marina Graciani Fontanezzi 119 0 53 172
Esc. Mun. Patrícia Pineschi 143 131 0 274
Esc. Mun. Professora. Eliana Provazi 229 202 0 431
Esc. Mun. Sebastião Barbosa de Almeida 100 64 0 164
TOTAL 1.571 1.148 332 3.051
Fonte: INEP – Censo Escolar 2009

O número de docentes no ensino fundamental era de 214, enquanto havia 43 professores no


ensino médio.

Tabela 7 – Número de salas de aula segundo turno por unidade escolar

As escolas municipais Maria Hortência Nogueira e Noturno de Porto Real funcionam em uma
mesma edificação, a primeira no período diurno e a segunda, no noturno.

A Administração Municipal fornece a todos os alunos da sua rede de ensino os benefícios de


uniforme, todo o material escolar, merenda e transporte. O transporte escolar também é oferecido
para os universitários das faculdades localizadas em Resende, Barra Mansa e Volta Redonda.
Figura 51 – Laboratório de informática das escolas municipais

Tabela 8 – Dependências existentes nas escolas além das salas de aula


Apesar de o Município oferecer vaga nas escolas para toda a população em idade escolar, dispor
de instalações e recursos complementares às salas de aula nas escolas e fornecer aos alunos os
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benefícios já mencionados, o IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de Porto
Real ainda não pode ser considerado um indicador de boa qualidade do ensino (Tabela 8). Serão
necessários esforços na capacitação continuada dos profissionais da educação, na
disponibilização de substitutos igualmente preparados no caso de impedimentos dos professores
titulares, bem como atenção permanente em relação aos currículos das disciplinas e às atividades
desenvolvidas com os alunos, para que esse índice possa avançar para o nível de excelência
pretendido para a educação básica no Município.

Tabela 9 – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica

Os dados nacionais do IDEB evidenciam que os melhores índices alcançados no ensino


fundamental e no ensino médio referem-se à rede federal e à rede privada, enquanto a rede
municipal apresenta os índices mais baixos.

Em relação aos anos iniciais do ensino fundamental, Porto Real apresenta índices mais baixos
que os alcançados no total do nível federal. Se for considerada apenas a rede municipal, percebe-
se um avanço de 0,6 pontos percentuais, entre 2005 e 2007, no Brasil, ultrapassando a meta
estabelecida para 2007, enquanto Porto Real não alterou o seu índice, ficando abaixo do nível
nacional em 2007, sem alcançar a meta prevista.

Atualmente há quatro Quiosques do Saber localizados nos loteamentos Nossa Senhora de


Fátima, São José, Jardim Real e Santo Antônio, que funcionam no período da manhã, de 7h às
12h, no período da tarde, de 13h às 18h e à noite, de 19h às 22h.
Figura 52 (a) – Quiosque do Saber
Além das bibliotecas das escolas e dos quiosques do saber, Porto Real conta a Biblioteca
Municipal Áurea Liói Macias, situada em Nova Colônia, funcionando de segunda-feira à sexta-feira
de 8h às 17h.

Em Porto Real não há escolas técnicas nem de nível superior. Neste último caso, há cursos à
distância de Administração e Gestão Financeira, oferecidos pela Universidade Paulista. Os jovens
precisam deslocar-se para as cidades vizinhas para os cursos oferecidos pelas faculdades da
microrregião, nas quais existem diversos cursos superiores relacionados com a economia regional

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(Quadro 5). A Administração Municipal, como já mencionado, oferece o transporte para os
universitários.

Figura 52 (b) – Quiosques do Saber

Quadro 5 - Cursos superiores relativos à economia regional nas universidades da região –


2008
Curso Barra Mansa Resende Volta Redonda Porto Real
Faculdade de
Ciências
Econômicas, Centro Universitário
Administrativas e da de Volta Redonda
Computação Dom
Centro Universitário
Bosco
de Barra Mansa
Universidade
Centro Universitário
Anhanguera -
Administração Geraldo di Biase Universidade Paulista
UNIDERP
Universidade Castelo Universidade Sul
Branco Fluminense
Universidade do Universidade
Tocantins Anhembi Morumbi
Universidade
Universidade Estácio Universidade Federal
Anhembi Morumbi
de Sá Fluminense
Universidade Federal Universidade

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Curso Barra Mansa Resende Volta Redonda Porto Real
Rural do Rio de Luterana do Brasil
Janeiro
Universidade
Universidade
Metodista de São
Luterana do Brasil
Paulo
Faculdade de
Automação
Engenharia de
Industrial
Resende
Centro Universitário
Economia
Geraldo di Biase
Faculdade de
Engenharia Engenharia de
Resende
Engenharia de
Centro Universitário
Controle e
de Barra Mansa
Automação
Faculdade de
Engenharia Centro Universitário
Engenharia de
Elétrica de Volta Redonda
Resende
Centro Universitário
Engenharia de Volta Redonda
Mecânica Universidade Federal
Fluminense

Curso Barra Mansa Resende Volta Redonda Porto Real


Centro Universitário
de Volta Redonda
Gestão da Faculdade de Faculdade de
Centro Universitário
Produção Tecnologia Tecnologia
de Barra Mansa
Industrial Internacional Internacional
Universidade Sul
Fluminense
Faculdade de
Centro Universitário
Tecnologia
Geraldo di Biase
Internacional
Gestão Universidade
Universidade Faculdade de Universidade Paulista
Financeira Anhembi Morumbi
Anhanguera - Tecnologia
UNIDERP Internacional
Universidade Castelo Universidade

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Curso Barra Mansa Resende Volta Redonda Porto Real
Branco Anhembi Morumbi
Universidade
Luterana do Brasil
Universidade
Universidade
Luterana do Brasil
Metodista de São
Paulo
Centro Universitário
Manutenção de Volta Redonda
Industrial Universidade Sul
Fluminense
Mecatrônica Universidade Sul
Industrial Fluminense
Centro Universitário
Faculdade de Geraldo di Biase
Tecnologia Faculdade de
Internacional Tecnologia
Processos Universidade Internacional
Gerenciais Anhembi Morumbi Universidade
Anhembi Morumbi
Universidade Castelo
Universidade
Branco
Metodista de São
Paulo
Processo
Universidade Estácio
Industrial e
de Sá
Automotivo
Fonte: IBGE / MEC

5.4 Esporte e Lazer

Há, em Porto Real, dois Ginásios Poliesportivos, sendo um municipal e o outro de propriedade
particular, no Centro. Como instalações esportivas municipais há dois campos de futebol society,
um deles de grama sintética, e dois campos de futebol, além do campo do Centro Real Futebol
Clube, no Jardim Real. Além disso, existem 11 quadras poliesportivas, sendo seis cobertas,
distribuídas no Jardim Real, Vila Real, Village, São José, Vila Marina e Santo Antônio, e cinco
descobertas, localizadas em Ettore, Novo Horizonte, Jardim das Acácias e duas em Freitas
Soares.

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Além dessas quadras, há mais 07 outras, localizadas nas seguintes escolas:
 CIEP Brizolão 487 Oswaldo Luiz – coberta;
 E. M. Cruz e Sousa – descoberta;
 E. M. José Ferreira da Silva – coberta;
 E. M. Maria Hortênsia Nogueira – coberta;
 E. M. Professora Eliana Provazi – coberta;
 Colégio Estadual República Italiana – coberta; e
 Instituto Educacional Porto Real – descoberta e particular.

Porto Real tem três clubes: Náutica Porto Real, particular, com sede social, piscina e campo de
futebol society; Porto Real Country Clube, particular, com sede social, piscina, quadra descoberta,
e o Estádio Renato Ribeiro; e o Centro Real Futebol Clube, municipal, com sede social e campo
de futebol.

5.5 Saúde

A Secretaria Municipal de Saúde é responsável pelas ações de atenção básica e pelas


ações básicas de vigilância em saúde; oferece também suficiência em ações de média
complexidade e de alta complexidade.

Para a realização de todas as ações na área da saúde, Porto Real elaborou o Plano Municipal de
Saúde 2006-2009. O efetivo da Secretaria é de 445 profissionais, sendo 238 estatutários, 31
comissionados, 57 contratados, 07 cedidos por outros órgãos e 112 terceirizados.

A Secretaria Municipal de Saúde dispõe de uma frota de 15 veículos, sendo 6 carros de passeio
(3 Gol, 2 Peugeot, 1 caminhonete), 1 van, utilizada pelo Tratamento fora do Domicílio - TFD, 1
Odontomóvel, 5 ambulâncias comuns e 2 ambulâncias UTI

A rede física de estabelecimentos assistenciais que integram o Sistema Único de Saúde em Porto
Real (Quadro 6) é composta por 16 unidades municipais e 6 unidades privadas. O Município
dispõe, ainda, de oito ambulâncias e um odontomóvel. O total de pacientes atendidos nessa rede,
em 2009, foi de 4.815 pessoas com 21.040 atendimentos.

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Quadro 6 – Rede física de saúde integrante do Sistema Único de Saúde
Unidade Esfera administrativa
USF Bairro Bulhões Municipal
USF Bairro Jardim das Acácias Municipal
USF Jardim Real Municipal
USF Novo Horizonte Municipal
USF São José Municipal
USF Freitas Soares Municipal
Posto de Saúde de Bulhões Municipal
Centro Policlínico Jardim das Acácias Municipal
Centro Policlínico Bairro de Fátima Municipal
CEO - Centro de Especialidade Odontológicas Municipal
Centro de Atenção Psicossocial Municipal
Unidade de Saúde Mental Municipal
Unidade de Vigilância Sanitária Municipal
Centro de Diagnóstico e Tratamento Municipal
Maternidade Nova Vida Municipal
Unidade Mista Hospitalar S. Francisco de Assis Municipal
SEGOB - Serviço Especializado em Ginecologia Privada
e Obstetrícia
Damaris Guimarães Salles Privada
IGM Análises Clínicas Privada
Marcelo Ribeiro e Freire Privada
Orto Núcleo Odontológico Privada
Policlínica de Porto Real Privada
Fonte: Secretaria Municipal de Saude>

O Hospital Municipal – Unidade Hospitalar São Francisco de Assis, é credenciado no SUS,


construído com recursos municipais e capacidade para 47 leitos, para atender aos moradores da
cidade e dar suporte emergencial aos Municípios vizinhos. São quase 3 mil metros quadrados de
área construída para atendimento de emergência 24 horas, centro cirúrgico, 38 leitos, laboratório
e farmácia.

Os recursos oriundos das transferências do SUS representaram uma média de 13% (treze por
cento) do total dos recursos aplicados em saúde no Município no decorrer dos últimos cinco anos
(Quadro 7). A União é responsável por 100% das transferências de recursos para o SUS. O
percentual da receita própria aplicada em saúde, conforme a Emenda Constitucional 29 de
13/09/2000, apresentou crescimento significativo no período, variando de 18,28% em 2005 para
26,39% em 2009.

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Quadro 7 - Participação das transferências do SUS e dos recursos municipais na saúde –
2005/2009
Ano % Transferência SUS % Recursos Municipais
2005 10,89 18,28
2006 13,02 19,42
2007 9,40 25,14
2008 17,46 22,19
2009 14,74 26,39
Fonte: SIOPS/MS

As ações e procedimentos ambulatoriais de saúde realizados em Porto Real no âmbito do


Sistema Único de Saúde podem ser resumidos sob a forma dos grupos de procedimentos
propostos pela Tabela Descritiva de Procedimentos, aprovada pela PT GM/MS 1.230 de
14/10/1999. No período compreendido entre 2008 e 2009, é a seguinte evolução desses grupos
de procedimentos (Tabela 10), de acordo com o Banco de Dados do SIA/SUS da Secretaria
Municipal de Saúde.

Tabela 10 – Procedimentos ambulatoriais por grupo – 2008 e 2009


Grupo de Procedimento 2008 2009
01 – Ações de promoção e prevenção em saúde 56.602 136.636
02 – Procedimentos com finalidade diagnóstica 33.094 66.313
03 – Procedimentos clínicos 142.699 190.860
04 – Procedimentos cirúrgicos 8.085 10.913
07 – Órteses, próteses e materiais especiais 245 282
08 – Ações complementares de atenção à saúde 13 12.035
Fonte: DATASUS/Ministério da Saúde

A implantação do Programa de Saúde da Família em Porto Real ocorreu em 1999, estruturado a


partir da Unidade Básica de Saúde, com a atenção a 935 famílias (Tabela 11). Atualmente o
Município conta com 06 equipes completas de Saúde da Família, em atendimento a uma
população cadastrada de 17.156 pessoas, perfazendo o percentual de 100% da população do
Município. É interessante observar que essa população é um pouco superior à estimativa feita
pelo IBGE para o ano.

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Tabela 11 – Evolução do Programa de Saúde da Família – 1999 – 2009

Modelo de População Famílias


Ano
atenção Cadastrada Cadastradas
1999 PSF 3.531 935
2000 PSF 7.616 1.990
2001 PSF 11.590 3.033
2002 PSF 11.855 3.135
2003 PSF 12.164 3.223
2004 PSF 12.706 3.297
2005 PSF 14.034 3.885
2006 PSF 15.106 4.116
2007 PSF 15.552 4.271
2008 PSF 16.516 4.480
2009 PSF 17.156 4.626
Fonte: Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB/2010.

Atualmente cada equipe mínima é composta por: 01 médico generalista, 01 enfermeiro, 02


auxiliares de enfermagem, 01 dentista, 01 auxiliar de consultório dentário, 01 assistente
administrativo, 01 auxiliar de serviços gerais, 04 a 06 agentes comunitários de saúde (Tabela 12).
Todas as Unidades contam com 01 digitador para o sistema de informática e com o atendimento
semanal de 01 nutricionista. As Unidades de Saúde da Família Novo Horizonte e Jardim Real,
atualmente contam com o atendimento clínico e matricial em pediatria.

Tabela 12 – Equipes de Saúde da Família – 2009

Unidade Famílias Pessoas Equipes Microárea


Jardim Real 975 3.533 01 06
Novo Horizonte 850 3.033 01 05
Jardim das Acácias 732 2.826 01 05
Freitas Soares 875 3.356 01 05
São José 825 3.078 01 05
Bulhões 369 1.330 01 03
TOTAL 4.626 17.156 06 29
Fonte: Sistema de Informação Atenção Básica – SIAB/2010.

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As ações do Programa evoluíram significativamente na década (Tabela 11), praticamente
triplicando em várias modalidades, entre as quais o pré-natal (Figura 52). Cabe destacar a
capacidade de resolutividade das Unidades, pelo número de atendimentos realizados que foram
encaminhados ao atendimento especializado (Figura 54).

O número de consultas de pré-natal no ano de 2009 revela 84.62% de cobertura em mulheres


com 7 ou mais consultas por gestação, realizadas no Município (Tabela 13). Cabe destacar que o
número de mulheres com 1 a 3 consultas de pré-natal são as que vieram residir no Município em
estado avançado de gravidez e por isso começaram a fazer o pré-natal tardiamente.

Tabela 13: Número de consultas por gestante durante o pré-natal - 2007 a 2009.
Consultas 2007 2008 2009
Nenhuma 01 00 00
1a3 03 05 04
4a6 13 12 12
7 ou mais 123 132 153
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde

Figura 53 – Evolução do atendimento pré-natal

Evolução da Consulta Pré-natal


2008-2009

OBS.: O gráfico reflete o aumento do número de atendimentos pré-natal de baixo risco


no ano de 2009.
Fonte: SIAB/Dez 2009

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Figura 54 – Encaminhamento para atendimento especializado

Referência para Especialidades


Ano 2009

2.238
Consultas Médicas

21.840 Enc. Atendimento


Espc.

OBS.: O gráfico demonstra a média de 10% de encaminhamentos à especialistas.


Isso reflete uma capacidade de resolutividade de 90% dos atendimentos realizados.
Fonte: SIAB/Dez 2009

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Tabela 14 – Ações do Programa de Saúde da Família - 2000 – 2009
Encaminha Intern
Pré- mento Hospit
Visitas Domiciliares Gestantes
Família Pessoa Consulta Pueri- Total natal Atendimen Encami
Ano Grupos Preventivos to Espec. nhamento
Cadast Cadast Médica cultura Consultas
Aux.
Médico Enferm ACS < 20 Total
Enf.
2000 1.990 7.616 8.616 311 8.927 13 1.837 96 53 18.221 130 01 24 150 762 08
2001 2.666 11.590 15.139 319 15.458 144 3.031 1.702 0 36.802 57 25 108 135 1.328 32
2002 3.135 11.855 18.478 627 19.105 188 2.355 1.368 2.981 39.705 760 29 99 275 1.386 92
2003 3.223 12.164 23.614 682 24.296 262 2.906 1.372 2.466 40.888 1.078 24 118 473 1.602 71
2004 3.297 12.706 23.808 995 24.803 195 2.403 1.620 1.762 40.529 1.431 12 88 516 2.093 28
2005 3.885 14.034 25.285 661 25.946 280 1.898 1.692 3.747 47.608 1.666 37 122 894 2.453 26
2006 4.116 15.106 26.788 844 27.632 281 2.260 1.694 6.139 55.577 2.769 19 117 1.179 2.945 31
2007 4.271 15.552 25.946 524 26.470 491 1.860 1.008 5.574 58.679 4.248 20 96 838 3.232 26
2008 4.480 16.516 23.175 304 23.479 433 1.803 1.102 6.096 80.659 1.358 32 132 926 2.430 24
2009 4.626 17.156 21.840 922 22.762 629 1.858 1.139 6.448 74.554 1.663 32 147 1.298 2.338 24
Total - - 212.689 6.189 218.878 2.916 22.211 12.793 35.266 493.222 15.160 231 1.051 8.701 20.569 362

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As internações hospitalares em Porto Real são realizadas em cinco unidades vinculadas ao
Sistema Único de Saúde (Quadro 8), distribuídas entre Porto Real, Quatis e Resende:

Quadro 8 – Internações por unidade hospitalar


Unidade Hospitalar Esfera Administrativa
Maternidade Vida Nova Abela Aba Bernardelli Municipal - Porto Real
Hospital São Lucas de Quatis Municipal - Quatis
Hospital Municipal de Emergência Municipal - Resende
Santa Casa de Misericórdia de Resende Privada/Filantrópica - Resende
APMIR Privada/Filantrópica - Resende
Fonte:CNES

As principais causas de internação (Quadro 9) dos residentes em Porto Real nas unidades
hospitalares fora do Município foram:

Quadro 9 – Principais causas de internação hospitalar


Causa de internação hospitalar 2008 2009
Doenças do aparelho circulatório 107 111
Gravidez, parto e puerpério 103 102
Doenças do aparelho respiratório 68 92
Doenças do aparelho digestivo 60 77
Transtornos mentais e comportamentais 92 81
Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas 40 64
Lesões envenenamento e consequência de causas externas 67 46
Doenças do aparelho geniturinário 28 38
Neoplasias (tumores) 33 23
Algumas doenças infecciosas e parasitárias 14 22
Doenças do sistema osteomuscular e tecido conjuntivo 25 21
Doenças da pele e do tecido subcutâneo 19 17
Contatos com serviços de saúde 09 10
Doenças do sangue, órgãos hemat e transt. imunit. 13 04
Sint.sinais e achada norm ex clinica e laboratorial 06 04
Doenças do ouvido e da apófise mastóide - 04
Doenças do olho e anexos 06 03
Algumas af originadas no período perinatal 06 02
Doenças do sistema nervoso 10 01
Malformação congênita, deformidades e anomalias cromossômicas 02 01
Fonte:CNES

Além da Atenção Básica à Saúde e do Programa de Saúde da Família, o Município mantém os


seguintes programas:

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PROGRAMAS DE SAÚDE

PROGRAMA SISVAN - SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL

O SISVAN cadastrou 914 pessoas no ano de 2009, distribuídas por diferentes localidades (Tabela
15).

Tabela 15 – Pessoas cadastradas por localidade – 2009


Localidade Pessoas Cadastradas
Bulhões 65
Freitas Soares 236
Jardim das Acácias 102
Jardim Real 142
Novo Horizonte 180
Posto de Saúde de Bulhões 95
São José 94
Total 914

PROGRAMA DE CONTROLE E TRATAMENTO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL E DIABETES


MELLITUS

O Município tem o cadastro e faz o acompanhamento médico de 213 pessoas com hipertensão,
02 com diabetes tipo 1, 3 com diabetes tipo 2 e 75 com hipertensão e diabetes.

PROGRAMA DE ATENÇÃO AO IDOSO

As ações de atenção à saúde do idoso ainda são fragmentadas e necessitam ser estruturadas em
um programa específico que contemple, dentre outras, a programação das ações e a definição de
recursos orçamentários e financeiros necessários ao atendimento das responsabilidades
institucionais estabelecidas na Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.

PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA - AÇÕES DE SAÚDE BUCAL

O Município de Porto Real está qualificado para as Ações de Saúde Bucal no âmbito do Programa
Saúde da Família em 05 (cinco) unidades básicas, e a população é atendida pelas Equipes de

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Saúde da Família. O atendimento em 2009 foi consideravelmente maior que em 2008 (Quadro
10), o que mostra uma evolução significativa das ações.

Quadro 10 – Evolução da produção ambulatorial do Programa de Saúde Bucal – 2008-2009


Produção ambulatorial – 2008/2009
Procedimento 2008 2009
Ação Coletiva de Escovação Dental supervisionada 8977 12210
Aplicação tópica flúor 631 1827
Primeira consulta odontológica programática 1775 2639
Restauração dente decíduo 1260 1314
Restauração dente permanente anterior 1647 1612
Restauração dente permanente posterior 2937 4275
Fonte: MS/SIA-SUS

CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS

O Centro de Especialidades Odontológicas conta com diversas especialidades em odontologia e é


a unidade de referência para a realização de procedimentos especializados nessa área (Quadro
11) que, tal como as ações de saúde bucal, também apresentaram um significativo aumento no
último ano.

Quadro 11 – Evolução dos procedimentos ambulatoriais do CEO – 2008-2009


ProcedP Procedimentos ambulatoriais(CEO) – 2008-2009
Procedimento 2008 2009
Coroa provisória 2 13
Prótese parcial mandibular removível 89 65
Prótese parcial maxilar removível 57 47
Prótese total mandibular 35 23
Prótese total maxilar 48 38
Próteses coronárias 14 90
Fonte: MS/SIA-SUS

IEC- INFORMAÇÃO, EDUCAÇÃO E COMUNICAÇÃO EM SAÚDE

O Setor IEC - Informação, Educação e Comunicação em Saúde atua na articulação entre essas
áreas, para a construção e difusão de conhecimentos através dos meios de comunicação de
massa ou de grupos específicos, em consonância com a Política Estadual de Promoção da
Saúde.

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SERVIÇO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Estabelecido pela Lei 300/2007, o Código Sanitário trata da proteção e recuperação da saúde,
regulando em especial as vigilâncias sanitária, epidemiológica, ambiental e da saúde do
trabalhador, envolvendo a permanente atuação do Poder Público, da iniciativa privada e da
sociedade em geral.

A Vigilância Sanitária cuida do controle das condições ambientais, da qualidade da água, do


controle da zoonose e de ações correlatas objetivando a boa qualidade de saúde pública. Dentre
suas áreas de atuação, estão:

COMBATE À DENGUE

Feita por meio da fiscalização dos imóveis para verificar a presença do vetor de transmissão da
doença e da orientação quanto às formas de combate ao mesmo. Em Porto Real, o principal foco
de Ae. Aegypti encontra-se nas residências (Figura 55)

São feitas inspeções e tratamento nas indústrias e outras empresas, campanhas educativas,
arrastões de limpeza nas diferentes localidades, palestras e dramatizações, além de 28.000
visitas anuais pelos agentes de endemias, sendo cerca de 6.000 visitas a cada dois meses.

Figura 55- Imóveis positivos para Aedes. Aegypti – 2009

Fonte: Vigilância Ambiental Porto Real

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MEIO AMBIENTE/SANEAMENTO

O trabalho consiste em mutirões de limpeza em todos os loteamentos do Município e no


recolhimento e destinação à empresa de reciclagem de todos os pneus provenientes de
borracharias e terrenos baldios do Município

FISCALIZAÇÃO

Corresponde ao controle e fiscalização de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se


relacionam com a saúde como alimentos; medicamentos humanos e veterinários; saneantes;
cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumaria; e produtos agropecuários.:

CONTROLE DA QUALIDADE DA ÁGUA DE CONSUMO HUMANO

Feito por meio de coletas mensais para análises físico-químicas de amostras de água e análises
mensais dos relatórios de controle de potabilidade. A análise dos resultados de amostras de água
analisadas é feita pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento Urbano e Defesa
Civil. Além disso, são feitas inspeções sanitárias anuais nas Estações de Tratamento de Água.

CONTROLE DE ZOONOSES

O controle de zoonoses é feito por meio da vacinação de cães e gatos, do acompanhamento de


animais domésticos agressores, do controle e prevenção da leptospirose, mediante o combate a
roedores, do combate a insetos e pragas urbanas, da inspeção e tratamentos em indústrias do
Município, no que tange à antropozoonoses e do atendimento a reclamações, entre outras
atividades.

ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA

A Assistência Farmacêutica garante a correta dispensação de medicamentos à população, bem


como a orientação de como utilizá-los, priorizando o uso racional e buscando o controle da
automedicação. Além disso, faz o acompanhamento do retorno desses pacientes ao sistema, no
tempo certo.

100
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Todo o atendimento é baseado nos históricos de consumo e atendimento médico das unidades
básicas e indicadores epidemiológicos. No exercício de 2009 foram disponibilizados 222
medicamentos.

A Farmácia Municipal realizou, no ano de 2009, um total de 23.608 atendimentos aos munícipes,
56.726 retiradas somando 3.532.070 unidades (comprimido, frasco, blister, etc) fornecidos à
população.

SERVIÇO DE TRATAMENTO FORA DO DOMICÍLIO

O Tratamento Fora do Domicílio foi estruturado em 2009, sendo responsável pelo


encaminhamento de pacientes a outras unidades de saúde para tratamento médico fora da sua
microrregião, quando esgotados todos os meios de tratamento na localidade de residência/estado,
limitado ao período estritamente necessário e aos recursos orçamentários existentes.

Em 2009 foram realizadas 739 viagens, para atendimento a 1.611 pacientes, com 1.362
acompanhantes.

ATENÇÃO À SAÚDE MENTAL

O Programa de Atenção à Saúde Mental de Porto Real vem construindo, ao longo dos anos,
diretrizes e ações determinantes para substituir o velho modelo de atenção, o hospitalocêntrico,
por um modelo voltado para o cuidado intensivo e integral que favorece a inclusão social ao invés
da exclusão e confinamento.

O CAPS I possui 217 pacientes matriculados ativos e não ativos, produzindo uma média de 140
APCS mensais, divididas em regime de tratamento intensivo, semi-intensivo e não intensivo,
totalizando 18.261 procedimentos durante o ano. A assistência prestada pelo CAPS inclui as
seguintes atividades: atendimento individual (medicamentoso, psicoterápico e de orientação),
atendimentos em grupos (medicamentoso, psicoterápico, atividades de suporte social etc),
atendimento em oficinas terapêuticas de artes, artesanato em madeira, cinema, pintura de pano
de prato, visitas domiciliares, atendimento às famílias, atividades comunitárias, assembléias,
passeios, festas, confraternizações e fornecimento de refeições diárias de acordo com o turno de
permanência no CAPS.
101
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AMBULATÓRIO DE SAÚDE MENTAL

O Ambulatório de Saúde Mental, no ano de 2009, totalizou 2.537 procedimentos envolvendo 3.241
atendimentos aos usuários referenciados ao serviço ambulatorial. Dentre os procedimentos de
2009, foram realizadas 239 triagens (grupo de recepção), 37 visitas domiciliares, 1556
atendimentos individuais em psicoterapia, 615 atendimentos individuais em psiquiatria, 90 grupos
de psicoterapia envolvendo 758 atendimentos.

DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLÓGICO

Em Porto Real é possível avaliar os indicadores de mortalidade infantil, mortalidade geral por
causas, taxa de incidência de doenças de notificação compulsória, cobertura vacinal e
atendimento de pré-natal.

Em Porto Real, em 2009, a taxa de mortalidade infantil foi de 5.74 por mil nascidos vivos,
classificada como baixa. Percebe-se uma redução das taxas de mortalidade infantil ao longo dos
últimos 5 anos, o que pode refletir a melhoria das condições de vida e o efeito positivo das
intervenções públicas nas áreas da saúde, saneamento e educação. No ano de 2009 ocorreu um
ligeiro aumento devido a um óbito de uma criança que residia ha pouco tempo no Município.

A série histórica da mortalidade geral nos últimos quatro anos (Quadro 12) mostra um quadro sem
grandes variações, tendo sido observada que se manteve a quantidade normal de ocorrência de
óbitos durante os anos.

Quadro 12 – Taxa de mortalidade por 1.000 habitantes pelos quatro principais grupos
Grupos de causas 2006 2007 2008 2009
Doenças do aparelho circulatório 0,39 1,07 1,5 1,66
Causas externas 0,19 0,06 0,37 0,49
Neoplasias 0,13 0,06 0,50 0,49
Doenças do aparelho respiratório 0,13 0,44 0,69 0,55
Fonte: SIM Municipal

A morbidade geral no Município apresenta a conjuntivite como o agravo de maior ocorrência


dentre as doenças de notificação compulsória e de importância epidemiológica nos últimos 2 anos
(Quadro 13).

102
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Quadro 13 - Taxa de morbidade geral por 1.000 habitantes
Agravo 2008 2009
Conjuntivite 8,37 9,29
DST 5,73 5,78
Varicela 2,33 1,41
Dengue 1,70 0,00
Tuberculose 0,37 0,18
Hanseníase 0,06 0,18
Doenças exantemáticas 0,18 0,00
Leptospirose 0,12 0,00
Acidente de trabalho 0,00 0,12
Meningites 0,06 0,00
Sífilis congênita 0,00 0,06
Fonte:SINANNET Municipal

Em Porto Real, onde funcionam 09 salas de vacina, a cobertura vacinal em crianças menores de 1
ano de idade, no ano de 2009, atingiu índice acima de 100% para a vacina Triviral (contra
sarampo, rubéola e caxumba), Tetravalente (contra difteria, tétano, coqueluche e haemóphilus
influenza tipo B), Anti-hepatite B, Anti-pólio e BCG.
1

Todos os anos o Ministério da Saúde realiza, em parceria com as Secretarias Estaduais e


Municipais de Saúde, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza Sazonal para idosos
e a Campanha de Multivacinação Infantil contra a Poliomielite para crianças menores de 5anos.
Em Porto Real, nos últimos 5 anos a cobertura tem alcançado índices acima de 100% (Quadro
14). Esta conquista se dá por parcerias com as Unidades Básicas de Saúde, Secretaria de
Educação, Secretaria de Comunicação, Rádio Comunitária, Igrejas etc.

Quadro 14: Cobertura vacinal Campanhas de Multivacinação Infantil contra a Poliomielite


Etapas 2005 2006 2007 2008 2009
1ª 117,84 101,00 102,97 112,11 104,22
2ª 103,58 102,74 103,26 107,34 100,15
Fonte:API/PNI Municipal

1
As taxas de mortalidade infantil podem ser classificadas em altas (50 óbitos ou mais por 1.000 nascidos vivos), médias (20 a 49
óbitos por 1.000 nascidos vivos) e baixas (menos de 20 óbitos por 1.000 nascidos vivos).
103
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PROGRAMA DE CONTROLE E TRATAMENTO DA TUBERCULOSE

As ações são executas no Centro Policlínico do Bairro de Nossa Senhora de Fátima, como
referência municipal, que realiza as ações de controle, diagnóstico e tratamento da tuberculose. O
Centro conta com um médico pneumologista, um técnico de enfermagem e uma assistente social.

PROGRAMA DE IMUNIZAÇÃO

As ações de combate às doenças evitáveis por imunização são realizadas em todas as unidades
básicas de saúde. Na Maternidade Municipal, o recém-nascido recebe a 1ª dose contra a Hepatite
B nas primeiras 12 horas de vida e também a Vacina BCG.

PROGRAMA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER E DA CRIANÇA

Tem como unidade de referência a Maternidade Vida Nova Abela Aba Bernardelli, onde se
realizam ações de planejamento familiar com encaminhamento para realização de vasectomias e
laqueaduras tubárias. A maternidade possui ambulatório de patologia cervical e realiza orientação
nutricional para gestantes e crianças de baixo peso.

Apesar da rede física bem distribuída e dos diferentes programas desenvolvidos na área da saúde
pelo Município, ainda há queixas dos moradores quanto a eventuais demoras no atendimento e à
falta de equipamentos suficientes em alguns dos postos de saúde. Também há insatisfação
quanto à maneira como são, por vezes, tratados pelos profissionais de saúde.

5.6 Equipamentos Comunitários de Educação, Esporte e Lazer e de


Saúde

Os equipamentos comunitários de educação, cultura, lazer e saúde existentes em Porto Real


foram avaliados segundo índices e indicadores recomendados por organismos nacionais e
internacionais de planejamento. Como resultado, são apresentadas, a seguir, algumas
recomendações e condicionantes de forma a possibilitar ao Município melhor atendimento à
população atual (Quadro 15), bem como prepará-lo para a demanda futura, decorrente do
crescimento populacional.

104
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Quadro 15 – Equipamentos comunitários de educação, cultura, esporte e lazer e de saúde
Ponto de Situação
Equipamento Condicionantes
saturação encontrada
Deverão estar em
locais tranquilos,
distantes pelo
menos 400 m
(quatrocentos
metros) de
instalações
EDUCAÇÃO industriais,
Centro de hospitais, cadeias,
Alunos: até 300
Educação Infantil depósitos de
Alunos/Sala:15-
explosivos e casas
Atende a crianças 25
de diversão.
na faixa etária de 0 Raio de
Devem ser
a 6 anos, influência
próximos às áreas
abrangendo máximo: 300 m
residenciais,
creche , maternal e permitindo o
jardim de infância. acesso direto
residência /
escola, sem os
Escolas movimentos de
cruzamentos e os
01. IEPR – Instituto Educacional Porto Real ruídos do sistema
02. Escola Municipal Sebastião Barbosa viário principal.
Centro de Ensino 03. Escola Municipal Maria Hortência Nogueira
Fundamental 04. Escola Municipal Eliana Provazi
05. Escola Municipal Patrícia Pineschi
Serviço 06. Escola Municipal Cruz e Souza
educacional básico Alunos: até 07. Escola Municipal José Ferreira
local e 1.200 08. Colégio Estadual República Italiana
indispensável, que Alunos/sala: 09. Colégio Arco Iris Devem estar
atende a crianças 35/40 10. Escola Municipal Marina Graciani próximos às áreas
de 7 a 14 anos, Raio de Fontanezzi residenciais, para
sendo que nas Influência 11. FAETEC favorecer o acesso
quatro séries finais máximo: 12. CIEP Brizolão 487 a pé à escola.
atende também a 13. Creche Jardim das Acácias Devem também
jovens e adultos. Ensino possibilitar fácil
fundamental: acesso pelo
Centro de Ensino 800m transporte coletivo
Médio
Ensino médio: local.
Atende a todo o 1.500 m
ensino médio Salas: 15
propedêutico /
profissionalizante
de adolescentes,
jovens e adultos.

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Ponto de Situação
Equipamento Condicionantes
saturação encontrada

Devem atender, na
medida do possível,
aos diversos níveis
CULTURA de mobilidade
requeridos pelos
Polos culturais População:
vários grupos de
locais 20.000
pessoas que
Área Mínima:
Espaços, utilizam estes
2.500 m² (pode
estabelecimentos espaços. É
ser dissociada
ou instalações interessante a
em terrenos
culturais localização destes
menores,
destinados à equipamentos junto
formando um
cultura típica e/ou ao comércio e
complexo).
uso cultural serviços, para
especializado. formar eixos
secundários de
animação no espaço
Quiosques do Saber, localizados em: livre de uso público.
1. Santo Antônio (Bulhões)
2. N. Sra. de Fátima
3. São José
4. Jardim Real
ESPORTE E
LAZER
Parques Devem estar
Esportivos localizados em
áreas que possuam
Equipamento de uma multiplicidade
caráter esportivo, População:
de uso: comercial,
devendo conter 20.000 /
institucional,
quadras Raio máximo de
habitacional etc., de
poliesportivas para influência:
maneira a
basquete, vôlei, 2.400 m
possibilitar a
peteca, tênis e utilização por um
futebol de salão, maior número de
campos de futebol pessoas.
e, eventualmente,
ginásios e
piscinas.
Devem ser
distribuídas junto à
LAZER hierarquia viária
Praças públicas correspondente ao
seu raio de
LAZER influência; ou seja,
Parques de as praças com
População:
vizinhança características
10.000
locais vinculadas às
Raio máximo de
Servem a jogos e a vias locais, e as
influência: 600m
brincadeiras de definidas em áreas
crianças até 14 de âmbito global,
anos e ao lazer de relacionadas a uma
pessoas mais hierarquia coerente
idosas. a este nível de
abrangência.
Devem ser livres de
106
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Ponto de Situação
Equipamento Condicionantes
saturação encontrada
cruzamentos viários
e, se possível,
próximos às escolas
de 1° grau e às
áreas residenciais.
Em torno das praças
de âmbito mais
global, no centro
urbano, deve-se ter
uma maior
diversidade de usos.
SAÚDE
Posto de Saúde Devem estar
próximas as áreas
Unidade mais residenciais e aos
simplificada dos centros de
níveis de educação infantil do
atendimento do Município.
Plano Nacional de Os edifícios devem
Saúde. mostrar eficiência
Destina-se a Pop: até 3.000
quanto a possíveis
prestar assistência Raio máximo de
expansões,
médico – sanitária influência: 800
flexibilidade de uso,
à população, m
modularidade,
desenvolvendo baixo custo de
atividades de implantação e
orientação nas manutenção, além
áreas de de aspectos
alimentação, inerentes à
nutrição materno- humanização da
infantil, vigilância arquitetura.
epidemiológica, 1. Hospital;
etc. 2. Maternidade;
3. PSF Bulhões Santo Antônio; Devem estar
SAÚDE
4. PSF Freitas Soares localizados em
Hospital Pop: 200.000 5. PSF Jardim das Acácias; pontos de fácil
Raio: regional 6. PSF Bairro de Fátima acesso, com áreas
Destinado a Pela Portaria 7. PSF Bairro Jardim Real; de estacionamento
prestar assistência 1.101/2002 do 8. PSF Bairro Nova Colônia próprio e ter
médica em regime Ministério da entradas
de internação e Saúde, deve independentes para
emergência, nas haver urgências e
quatro 15 leitos / 5.000 emergências
especialidades habitantes.
básicas Segundo a
associadas OMS:
àquelas 1 médico /1000
consideradas habitantes e
estratégicas e 26 leitos /
necessárias para 10.000
sua área habitantes.
programática. A Recomendação
maioria desses da OPAS:
estabelecimentos 100
mantém um pronto leitos/10.000
socorro com habitantes.
atendimento de 24
horas.

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A análise da distribuição dos equipamentos sociais de educação, cultura, lazer e saúde em Porto
Real mostra que:

 os equipamentos de saúde são os mais bem distribuídos, seguidos dos de educação e


de esporte e lazer.Os equipamentos culturais são os menos presentes nos loteamentos
habitacionais, particularmente no núcleo central;
 a qualidade dos equipamentos esportivos deixa a desejar, seja pelos componentes,
pois, na maioria das vezes, resumem-se a uma quadra esportiva sem qualquer
instalação de apoio, seja pela manutenção insuficiente;
 a utilização dos equipamentos esportivos é baixa, talvez pela não existência de um
calendário de atividades e de animadores desses espaços;
 os “Quiosque” do Saber” mostram-se eficientes como equipamentos culturais
comunitários, tendo seu valor adicionado pelos “Quiosques do Sabor” a eles acoplados,
que funcionam como ponto de convivência comunitária;
 trechos da orla do rio Paraíba do Sul mostram-se particularmente favoráveis para a
implantação de parques lineares, por suas condições de fragilidade ambiental que não
permitem ocupação adensada, mas se prestam à criação de espaços de convivência
cidadã e de integração entre os diferentes núcleos urbanos, além do papel de
amortecedores das enchentes que esses trechos desempenham; e
 a baixíssima incidência de praças tradicionais de convivência entre os moradores pode
ser corrigida pelo melhor aproveitamento dos espaços nos quais estão as quadras
esportivas, ampliando as possibilidades de sua utilização.

5.7 Assistência Social

As ações sociais desenvolvidas pela Administração Municipal são fundamentadas em Cadastro


Único que identifica e caracteriza as famílias necessitadas de algum tipo de atenção. De acordo
com as variáveis verificadas é que se estabelecem os programas de assistência a elas.

O Cadastro Único mantido pela Administração Municipal tem registradas 1.729 famílias, das quais
918 são atendidas pelo Programa Bolsa Família. A distribuição dessas famílias, por domicílio, tem
a seguinte composição (Tabela 16).

108
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Tabela 16 – Famílias por tipo de domicílio

Tipo de domicílio Nº de famílias


Próprio 895
Alugado 342
Arrendado 02
Cedido 406
Financiado 34
Invasão 38
Outra 01
Não informado 11
Total 1.729
Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real

Há predominância da mulher como chefe da família. Em 908 dos casos, é ela quem assume esse
papel.

A grande maioria das pessoas dessas famílias tem baixa escolaridade, principalmente no caso
das mulheres (Tabela 17):

Tabela 17 – Distribuição das pessoas das famílias cadastradas por escolaridade


Crianças Adolesc Jovens Adultos Idosos Total
Escolaridade 0a6 7 a 11 12 a 17 18 a 25 26 a 59 60 ou +
H M H M H M H M H M H M H M
Analfabeto 229 257 23 25 03 03 03 01 37 55 32 54 327 395
Até 4ª série incompleta 113 105 418 389 220 145 26 17 192 298 59 65 1.028 1.019
Com 4ª série completa 02 - 05 03 15 20 146 210 18 21 186 254
De 5ª à 8ª série incomp. 12 08 297 367 182 153 240 477 08 11 739 1.016
Ens. Fundamental comp 02 16 29 87 128 03 - 106 159
Ens. Médio incompleto 19 67 96 136 69 120 - 01 184 324
Ens. Médio completo 02 52 97 128 250 03 185 347
Superior incompleto 02 03 03 06 01 06 09
Superior completo 03 02 04 - 02 07
Especialização 01 01
Não informado 01 07 06 01 07 01 01 09 15
Total 342 362 455 422 546 588 399 465 905 1.556 125 153 2.772 3.546
Fonte: Prefeitura Municipal

Os Programas mantidos pela área social são os seguintes:

 Programa de Enfrentamento à Pobreza;


 Sai da Rua, Menino, e vem para o Circo;
 Agente jovem;
 Curumim – Novo Tempo;
 Ação Criança;
 Vem Dançar Comigo;

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 Banda Musical de Porto Real; e
 Nova Geração na Melhor Idade.

Em Porto Real há um Centro de Atividades da Melhor Idade, para atendimento aos idosos. Os
Programas Sai da Rua, Menino, e Vem para o Circo, Vem Dançar Comigo e Banda Musical
funcionam em espaço físico cedido pelo CIEP. O Programa Curumim – Novo Tempo funciona em
espaço cedido pela Paróquia Santo Antônio, na região de Bulhões, enquanto o Programa Agente
Jovem conta com a parceria do Conselho Tutelar do Município.

5.8 Justiça e Segurança Pública

Porto Real é sede de comarca única Porto Real e Quatis.

A segurança pública é exercida pelas Polícias Civil e Militar e pela Guarda Civil Militar.

A Polícia Civil conta com a 100ª Delegacia de Polícia Legal, dotada de duas viaturas Mégane
caracterizados e cinco veículos Volkswagen Gol, três deles descaracterizados.

O efetivo policial é formado por quinze (15) policiais, sendo oito policiais civis (investigadores), e
sete (07) militares. Os policiais civis se distribuem da seguinte maneira: três (03) do Setor GIC, um
(01) do Setor SIP, dois (02) do SESOP e dois (02) investigadores por plantão de vinte e quatro
(24) horas.

A Polícia Militar é composta por um Destacamento de Policiamento Ostensivo – DPO, com um


efetivo de sete (07) policiais, assim distribuídos:

 um (01) policial militar em permanência no DPO por vinte e quatro (24) horas;
 um (01) policial militar, administrativo, no período de 10h às 17h;
 dois (02) policiais militares, em viatura operacional, no período de vinte e quatro (24)
horas;
 um (01) policial militar de motocicleta, no período de 10h às 17h; e
 dois (02) policiais militares, no centro da cidade, próximo aos bancos, no período de 10h
às 17h.

110
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O Destacamento de Policiamento Ostensivo – DPO dispõe de um veículo Volkswagen GOL em
operação por 24 horas e uma motocicleta, no período das 10h às 17h.

A Guarda Civil Municipal dispõe de um efetivo concursado de trinta e seis (36) guardas civil
municipais, onze (11) porteiros, e vinte e nove (29) vigias patrimoniais e de cinquenta e quatro
(54) vigias patrimoniais contratados.

Os serviços prestados pela Guarda Civil Municipal são a segurança patrimonial pública, a
segurança pública em parques e próprios municipais, rondas escolares, orientação e educação do
trânsito e apoio à Defesa Civil, Conselho Tutelar e outras instituições.

O índice de criminalidade é baixo, comparativamente com outras municipalidades. A área com


maior incidência de ocorrências policiais compreende os loteamentos de Freitas Soares, Jardim
das Acácias e São José, aproximadamente correspondente ao segundo núcleo urbano
considerado neste relatório. Nesse núcleo vivem aproximadamente 54% da população municipal e
a maior parte dos serviços policiais é prestada nesta área.

Do total de 1.911 delitos ocorridos nos últimos quatro anos, 44,9% ocorreram na região de Freitas
Soares e apenas 5,7% na região de Bulhões, o terceiro núcleo urbano considerado neste relatório.

Em 2009, 55,8% dos crimes registrados na 100ª Delegacia de Polícia de Porto Real ocorreram na
região de Freitas Soares, 22,1% no núcleo central, 3,2% na região de Bulhões e 18,9% não foram
informados pelo comunicante.

Chama a atenção o fato de a região de Freitas Soares, ao mesmo tempo em que registra o maior
número de ocorrências policiais, ser a beneficiária da maioria dos programas sociais existentes no
Município.

O monitoramento das ocorrências policiais em Porto Real evidencia uma ligeira queda dos
registros de 2006 (463) para 2007 (424) e um aumento no ano seguinte (512), mantendo-se o
mesmo número de registros em 2009.

Ao longo desses 4 anos, novembro foi o mês com maior número de registros (10,3%) e junho,
com menor número de registros (6%).

111
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Em Freitas Soares foram registrados 403 casos, representando 21,1% do total de 1.911 ocorridos
nos quatro anos analisados (Tabela 18). Em seguida, aparece o Centro, com 223 casos (11,7%) e
Jardim das Acácias, com 213 (11,1%). A localidade com menor número de registros foi Colinas,
com apenas 4 ocorrências (0,2%), seguido pelo Parque Mariana, com 8 registros (0,4%).

Tabela 18 – Distribuição das ocorrências por localidade – 2006 a 2009


Ocorrências
Localidade
Número %
BNH 107 5,6
Bulhões 108 5,7
Centro 223 11,7
Colinas 4 0,2
Ettore 114 6,0
Freitas Soares 403 21,1
Jardim das Acácias 213 11,1
Jardim Real 107 5,6
Nova Colônia 38 2,0
N. Sra. de Fátima 159 8,3
Parque Mariana 8 0,4
São José 85 4,4
Tecnopolo 11 0,6
Vila Real 20 1,0
Village 47 2,5
Via Dutra 22 1,2
Não informado 242 12,7
TOTAL 1.911 100,0
Fonte: Secretaria de Administração e Fazenda - Guarda Civil Municipal

As ocorrências mais comuns são furtos, seguidos de lesões corporais e acidentes de trânsito
(Tabela 19). Os homicídios e a violência sexual registram o menor número de ocorrências, em que
pese este último tipo de crime ser o de maior cifra negra, ou seja, a diferença entre o número de
crimes cometidos e aqueles que não chegam ao conhecimento da polícia. Boa parte das vezes,
por diferentes formas de constrangimento, as vítimas de violência sexual não notificam o delito
sofrido.

Percebe-se, pelos dados, que o Município ainda apresenta baixos níveis de violência, oferecendo,
portanto, condições de uma vida tranquila a seus habitantes. É importante, entretanto, destacar
que o efetivo e os equipamentos são insuficientes para uma atuação policial mais efetiva. Não é
possível realizar rondas ou outro tipo de policiamento preventivo, e até mesmo o atendimento a

112
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chamadas pode ficar prejudicado por esse reduzido número de profissionais e quase nenhuma
frota disponível.

Tabela 19 – Distribuição das ocorrências por tipo – 2006 a 2009


2006 2007 2008 2009 Total
Ocorrências
Nº % Nº % Nº % Nº % Nº %
Acidentes de
89 19,2 96 22,6 93 18,2 72 14,1 350 18,3
trânsito
Crimes com
18 3,9 11 2,6 12 2,3 06 1,2 47 2,5
armas
Crimes com
22 4,8 15 3,5 16 3,1 20 3,9 73 3,8
entorpecentes
Crimes contra o
21 4,5 09 2,1 11 2,1 22 4,3 63 3,3
patrimônio
Furto 140 30,2 102 24,1 102 19,9 150 29,2 494 25,8
Homicídio 03 0,6 05 1,2 06 1,2 01 0,2 15 0,8
Lesão corporal 97 21,0 101 23,8 84 16,4 89 17,4 371 19,4
Roubo 24 5,2 20 4,7 24 4,7 27 5,3 95 5,0
Violência sexual 04 0,9 07 1,7 04 0,8 11 2,1 26 1,4
Outros 45 9,7 58 13,7 160 31,3 114 22,3 377 19,7
TOTAL 463 100,0 424 100,0 512 100,0 512 100,0 1.911 100,0
Fonte: Secretaria de Administração e Fazenda - Guarda Civil Municipal

5.9 Índice de Desenvolvimento

Segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, o Índice de
Desenvolvimento Humano - IDH-M de Porto Real, em 2000, era de 0,743, o que indica médio
desenvolvimento.

De acordo com a Fundação CIDE, Porto Real se incluiu entre os vinte Municípios com melhores
Índices de Qualidade Municipal - IQM do Estado do Rio de Janeiro, em 2005, data do último dado
disponível (Quadro 16).

Na Região do Médio Paraíba, Porto Real apareceu, em 2005, numa posição intermediária, abaixo
de Volta Redonda e Resende e acima de Piraí e Barra Mansa (Quadro 17), e ocupava o 7º lugar
entre os vinte Municípios fluminenses com melhor Índice de Qualidade Municipal - IQM.

113
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Quadro 16 - Os vinte primeiros no Índice de Qualidade Municipal - IQM
1998 2005
1- Rio de Janeiro 1- Rio de Janeiro
2- Niterói 2- Niterói
3- Resende 3- Macaé
4- Volta Redonda 4- Volta Redonda
5- Macaé 5- Resende
6- Casimiro de Abreu 6- Rio das Ostras
7- Petrópolis 7- Porto Real
8- Três Rios 8- Casimiro de Abreu
9- Campos dos Goytacazes 9- Campos dos Goytacazes
10- Santo Antônio de Pádua 10- Duque de Caxias
11- Cabo Frio 11- Piraí
12- Barra Mansa 12- Petrópolis
13- Piraí 13- Cabo Frio
14- Miguel Pereira 14- Barra Mansa
15- Itatiaia 15- Vassouras
16- Teresópolis 16- Nova Iguaçu
17- Bom Jesus do Itabapoana 17- Três Rios
18- Araruama 18- Armação dos Búzios
19- Duque de Caxias 19- São Gonçalo
20- Itaguaí 20- Itaguaí
Nota: Em amarelo e verde, os que, respectivamente, saíram e entraram no grupo dos vinte primeiros.
Fonte: Fundação CIDE – Índice de Qualidade Municipal – site acessado em 11/03/2010

Quadro 17 – Os 20 principais Municípios classificados no IQM,por região de governo


1998 2005
Regiões de Governo Regiões de Governo e
IQM Classificação IQM Classificação-
e Municípios Municípios

Região Metropolitana Região Metropolitana


Rio de Janeiro 1,0000 1 Rio de Janeiro 1,0000 1
Niterói 0,7090 2 Niterói 0,8129 2
Duque de Caxias 0,3505 19 Duque de Caxias 0,4528 10
Nova Iguaçu 0,4053 16
São Gonçalo 0,3748 19

Região Noroeste Região Noroeste


Fluminense Fluminense
Santo Antônio de
0,3931 10 - - -
Pádua
Bom Jesus do
0,3514 17
Itabapoana

Região Norte
Região Norte Fluminense
Fluminense
Macaé 0,4789 5 Macaé 0,6386 3
Campos dos 0,4245 9 Campos dos Goytacazes 0,4585 9
114
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1998 2005
Goytacazes

Região Serrana Região Serrana


Petrópolis 0,4666 7 Petrópolis 0,4323 12
Teresópolis 0,3635 16

Região das Baixadas Região das Baixadas


Litorâneas Litorâneas
Casimiro de Abreu 0,4705 6 Rio das Ostras 0,5189 6
Cabo Frio 0,3919 11 Casimiro de Abreu 0,4618 8
Araruama 0,3508 18 Cabo Frio 0,4308 13
Armação dos Búzios 0,3818 18

Região do Médio
Região do Médio Paraíba
Paraíba
Resende 0,6022 3 Volta Redonda 0,5619 4
Volta Redonda 0,4980 4 Resende 0,5464 5
Barra Mansa 0,3876 12 Porto Real 0,4664 7
Piraí 0,3759 13 Piraí 0,4358 11
Itatiaia 0,3693 15 Barra Mansa 0,4164 14

Região Centro-Sul Região Centro-Sul


Fluminense Fluminense
Três Rios 0,4324 8 Vassouras 0,4101 15
Miguel Pereira 0,3702 14 Três Rios 0,4044 17

Região da Costa
Região da Costa Verde
Verde
Itaguaí (1) 0,3504 20 Itaguaí 0,3735 20
(1) Em 1998, Itaguaí fazia parte da Região Metropolitana.
Fonte: Fundação CIDE – Índice de Qualidade Municipal – site acessado em 11/03/2010

6. Aspectos Econômicos

Porto Real tornou-se um polo industrial de grande expressão no Estado do Rio de Janeiro. O
desenvolvimento industrial do então Distrito de Resende teve início com a instalação da
Companhia Fluminense de Refrigerantes e a posterior criação, na década de 1970, pelos
proprietários dessa indústria, de um polo industrial privado, para atrair novas empresas.
Consolidou-se com a instalação, a partir de 1999, em área cedida pelo grupo Porto Real, da PSA
Peugeot - Citroën, atualmente o sexto maior produtor mundial de automóveis, com participação de
5 % no mercado nacional.

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A PSA Peugeot - Citroën iniciou a fabricação de veículos em 2001 e atraiu diversos fornecedores
para Porto Real, que se instalaram no Tecnopolo, em área contígua à empresa. É, atualmente, a
maior empregadora e a principal geradora de recursos para as finanças públicas locais, via
transferência de recursos estaduais do ICMS.

O Cadastro Central de Empresas de 2008, mantido pelo IBGE, indica que Porto Real contava com
376 estabelecimentos, número ligeiramente maior que o registrado em Quatis e cerca de 10 vezes
menor que o de Barra Mansa e Resende ou 20 vezes menor que o de Volta Redonda (Quadro
18). Entretanto, quando se examinam os totais das pessoas ocupadas, percebe-se que Porto Real
apresentou a maior relação ocupados/empresas atuantes, 24,31, enquanto o valor para essa
mesma relação em Barra Mansa é de 9,13; em Itatiaia, de 8,40, em Quatis, de 5,41, em Resende,
de 10,33 e em Volta Redonda, de 10,69.

A relação população/emprego também se mostra bastante mais favorável em Porto Real, onde há
um emprego para cada 1,78 habitantes, enquanto que, no extremo oposto, Quatis registra 1
emprego para cada 7,7 habitantes.

Vale, ainda, destacar que os rendimentos auferidos pelos trabalhadores em Porto Real também
estavam, à época, muito acima dos verificados nos Municípios vizinhos (Quadro 18). Enquanto o
salário médio mensal em Porto Real era de 4,9 salários mínimos, nos demais Municípios estava
bem abaixo desse valor.

Quadro 18 – Número de empresas existentes e atuantes, pessoal ocupado e salário médio


mensal
Cadastro Central de Empresas Barra Porto Volta
Itatiaia Quatis Resende
2008 Mansa Real Redonda
Unidades locais 3.917 784 376 322 3.043 6.722
Empresas atuantes 3.808 770 375 315 2.941 6.420
Pessoas ocupadas 34.783 6.471 9.116 1.705 30.377 68.628
Pessoas assalariadas 29.809 5.440 8.731 1.337 26.733 60.467
Salário médio mensal (em sal. mín) 2,4 3,1 4,9 1,9 3,4 3,3
População/Emprego 5,09 5,50 1,78 7,70 4,29 3,81
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ acesso em junho de 2010

A comparação dos valores agregados brutos ou do PIB – Produto Interno Bruto, entre Porto Real
e os Municípios vizinhos, também se mostra favorável para Porto Real (Quadro 19). Pelo fato de
contar com uma população bem menor que a dos demais Municípios, apesar de no montante os
valores agregados ou o PIB serem maiores em Barra Mansa, Resende e, principalmente, Volta

116
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Redonda, o PIB per capita de Porto Real, registrado em 2007, foi mais de 5 vezes maior que o de
Resende e Volta Redonda, mais de 9 vezes o de Itatiaia, mais de 12 vezes o de Barra Mansa e
mais de 19 vezes o de Quatis, seu vizinho mais próximo.

É preciso, entretanto, ressaltar que apesar de esses números evidenciarem a pujança econômica
de Porto Real, sua população não chega a usufruir, plenamente, dos benefícios dessa situação
privilegiada. Na verdade, a baixa qualificação profissional dos moradores de Porto Real faz com
que esmagadora maioria dos postos de trabalho gerados pelas empresas locais seja ocupada por
profissionais dos Municípios vizinhos ou trazidos de outras regiões. Tanto uns quanto outros têm
seus rendimentos originados em Porto Real, mas consomem nos outros Municípios, por não
residirem na cidade que, aliás, não está preparada, no momento, para abrigar todo esse
contingente de trabalhadores, sofrendo uma evasão constante de capital.

Quadro 19 – Valor agregado bruto e Produto Interno Bruto – 2007


Produto Interno Bruto - Barra Volta
Itatiaia Porto Real Quatis Resende
2007 Mansa Redonda
Valor adicionado bruto
7.463,00 1.904,00 537.000,00 3.392,00 13.212,00 3.883,00
agropecuária
Valor adicionado bruto
535.898,00 234.884,00 1.091.871,00 14.610,00 1.366.214,00 2.168.394,00
indústria
Valor adicionado bruto
1.434.830,00 217.023,00 426.793,00 73.247,00 1.365.923,00 3.420.840,00
serviços
PIB a preços correntes 2.186.386,00 503.926,00 2.215.585,00 95.864,00 3.228.454,00 6.733.188,00
PIB per capita 12.471,00 16.159,00 152.767,00 7.968,00 27.234,00 26.337,00
Fonte: http://www.ibge.gov.br/ acesso em junho de 2010

6.1 Agricultura e Pecuária

Porto Real apresenta agricultura familiar constituída por pequenos produtores, que se dedicam às
culturas de feijão, milho, inhame, hortaliças, jiló, quiabo, mandioca e abóbora. Em 2005, a
Prefeitura de Porto Real iniciou os Programas: Feijão e Milho, resgatando sementes de feijão
carioca, variedade Porto Real, desenvolvida pela PESAGRO-RIO, para as condições do Sul
Fluminense.

Em 2009 foram fornecidos aos produtores de feijão cerca de 1500 kg de sementes, assim como
equipamentos para arar, roçar, gradear e plantar, nos quais foram utilizadas cerca de 4000 mil
horas homens/máquina. Para os produtores de feijão que têm auxílio da Prefeitura, são fornecidas

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embalagens plásticas caracterizadas, mas o produtor deve pagar ao embalador o valor relativo a
10% desta embalagem.

A pecuária envolve 98 produtores rurais e rebanho de aproximadamente 6.200 cabeças de gado


bovino para a produção de leite (extensivo e semi-intensivo) e corte (regime extensivo). Nas
pequenas propriedades são produzidos ovos, aves, caprinos, ovinos e suínos, complementando a
renda dos agricultores do Município.

Os valores obtidos na produção rural, entretanto, não são significativos para a economia local. Os
estabelecimentos agropecuários ocupam área de cerca de 2.500 hectares, aproximadamente 50%
da área total do Município, mas o setor, segundo o IBGE, emprega não mais que 120 pessoas,
sendo 90 homens e 30 mulheres.

Além do programa de incentivo à produção de grãos, a Prefeitura desenvolve, também, um


programa de incentivo à produção hortifrutigranjeira, fornecendo insumos a preços baixos, assim
como assistência veterinária aos criadores.

Na Horta Municipal são produzidos maracujá, inhame, jiló, feijão, mandioca, pimentão, pimenta,
berinjela, chuchu, cebolinha e salsinha (quadro 20). No viveiro, as mudas são vendidas aos
produtores a preços muito acessíveis.

No setor de veterinária existe atendimento emergencial para animais de pequeno porte (no ano de
2009 foi prestado atendimento, em média, por período de 4 horas diárias, abrangendo cerca de
100 animais). Os animais de grande porte, dos produtores de leite, recebem assistência técnica
gratuita.

Quadro 20 – Produção agropecuária – 2008


Produto Produção anual Destinação
Cana de Açúcar 800 toneladas 680 t para ração e 120 t para aguardente
Leite 2.600.000 litros Comercialização
Arroz 40 toneladas Comercialização
Feijão carioca e preto 40 toneladas Comercialização
Mandioca 15 toneladas Comercialização
Milho 05 toneladas Ração animal
Inhame 04 toneladas Comercialização
Maracujá 500 quilos Comercialização

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6.2 Horta Municipal

A Administração Municipal mantém uma horta comunitária (Figura56) para abastecimento das
unidades de saúde e fornecimento de parte da merenda escolar.

São três hectares de área plantada, nos quais são cultivados abóbora, abobrinha, banana,
berinjela, cana-de-açúcar, feijão, figo, goiaba, inhame, mandioca e maracujá. Tudo que é colhido
destina-se ao abastecimento dos hospitais, do programa de saúde mental, da creche municipal e
das escolas da rede municipal.

A produção é baseada em critérios técnicos e supervisionada por especialistas qualificados,


inclusive em estudos genéticos de aprimoramento de espécies vegetais. Em função disso, a Horta
Municipal tem potencial para experiências pedagógicas com grupos de alunos e também para a
formação e especialização de profissionais ligados à agronomia e agricultura, entre outras
possibilidades.

Figura 56 – Horta Comunitária

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6.3 Indústria

A indústria é, atualmente, a principal atividade econômica de Porto Real, maior geradora de


emprego e renda, e de recursos para o setor público.

Coexistem no Município indústrias tradicionais como uma cerâmica e uma fábrica de velas,
empregadoras de mão de obra não necessariamente qualificada, com indústrias modernas e
dinâmicas, como grandes indústrias automotivas, de autopeças e outros componentes para
veículos, de refrigerantes, de produção de vidros planos, de transporte, químicas, metalúrgicas, de
artefatos de concreto, de tintas, materiais de construção, entre outras. Estas últimas têm um
parque industrial moderno, competitivo nacional e internacionalmente, exigindo mão-de-obra
qualificada, sendo que as quatro maiores indústrias absorvem cerca de 40% do contingente
empregado no Município, assim distribuídos: PSA Peugeot-Citroën, com aproximadamente 4.500
empregados; Cia. Fluminense de Refrigerantes, com aproximadamente 1.000 empregados; CSN
Galvasud com cerca de 440 empregados e Guardian, com cerca de 430 empregados.

Há sete (07) empresas de transporte e transportadoras em Porto Real, uma delas fazendo o
transporte de pessoas dentro do Município e para os Municípios vizinhos.

As indústrias instaladas geraram efeitos para trás (backward linkages), atraindo empresas
produtoras de seus insumos, num processo que continua em andamento – novos fornecedores
estão sendo atraídos.

A Peugeot Citroën prevê, para os próximos dois ou três anos, a ampliação da sua linha de
produção, por meio de um projeto de cerca de US$ 1,4 bilhão, que deve gerar, aproximadamente,
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1.000 novos empregos diretos. Outra indústria, a CSN Galvasud, está verticalizando sua
produção, passando a produzir chapas galvanizadas ao invés de bobinas galvanizadas, fato que
deverá gerar 120 novos empregos e aumento de trinta por cento no faturamento atual.

Há um projeto para implantação de um Polo Empresarial com capacidade para abrigar cerca de
15 empresas de pequeno e médio porte, visando a empregar mão-de-obra local, com baixa
exigência de qualificação, preferencialmente do sexo feminino.

Com a ampliação das empresas instaladas e a implantação de projetos de fornecedores destas


empresas, a Prefeitura espera aumentar seu orçamento em 110%, entre 2009 e 2013.

Cabe ressaltar duas questões de significativa importância para o desenvolvimento industrial e dos
demais setores econômicos em Porto Real: a baixíssima oferta de mão-de-obra qualificada e o
gargalo no sistema de transporte para o recebimento da matéria-prima e o escoamento da
produção.

Como não há escolas técnicas de nível médio ou superior em Porto Real, o recrutamento de
pessoal para as empresas é feito em outros Municípios. A indisponibilidade de moradia e de rede
hoteleira, e a pouca diversidade ou insuficiência do comércio e serviços fazem com que esses
trabalhadores optem por morar em uma das cidades próximas. Segundo declarações dos
dirigentes das empresas, o transporte dos empregados residência – trabalho – residência é o
segundo benefício social de maior custo.

Em relação ao segundo ponto, apesar de as indústrias estarem muito próximas à via Dutra, os
acessos a essa rodovia e o sistema viário do Município não favorecem o tráfego pesado de
caminhões ou carretas que trazem matéria-prima para elas ou que levam a sua produção para os
destinos de comercialização. A ferrovia poderia ser uma alternativa, mas encontra-se atualmente
desativada. As indústrias pleiteiam a reativação de ramal ferroviário que liga Porto Real a Barra
Mansa e Volta Redonda, permitindo a redução de custo de transporte de seus insumos e
futuramente, talvez, permitindo o escoamento dos veículos produzidos.

Os comerciantes locais apontaram a importância da antiga ponte ferroviária, atualmente utilizada


para transporte rodoviário, que liga Porto Real a Quatis, hoje desativada. Esta ponte é
fundamental para a integração dos dois Municípios, pois reduz a distância entre os mesmos, pela
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metade. Foi citada, também, a necessidade de asfaltamento de trecho de rodovia de 17 km, que
liga Falcão (Distrito de Quatis) a Rio Preto, na divisa com Minas Gerais.

Esses dois pontos – qualificação profissional e facilidade no sistema de transporte - devem


merecer atenção especial na análise das alternativas de desenvolvimento, de forma a se construir
uma visão de futuro que favoreça o desenvolvimento industrial, possibilite aos trabalhadores
morarem em Porto Real e evite conflitos entre o trânsito urbano normal e o tráfego pesado de
carga. A solução a ser implementada deverá considerar a questão microrregional, uma vez que os
benefícios dela advindos se estenderão aos Municípios vizinhos com os quais Porto Real mantém
forte sinergia.

As empresas se ressentem, também, da inexistência de serviço de combate a incêndio, sendo


que a unidade mais próxima está instalada em Resende. Tendo em vista o porte das empresas
instaladas, há uma reivindicação geral pela instalação de um posto do Corpo de Bombeiros em
Porto Real.

6.4 Comércio e Serviços

O comércio local, atualmente, é pouco dinâmico e atende apenas às necessidades básicas da


população. Sofre a concorrência do dinamismo comercial das cidades vizinhas, onde é bem mais
estruturado e diversificado, podendo oferecer maior diversificação. A disponibilização, pela
Administração Municipal, de transporte interurbano subsidiado favorece a ida dos moradores de
Porto Real a essas cidades para realizar suas compras e buscar serviços ainda não disponíveis
em Porto Real.

Porto Real conta com cinco (05) mercados para o suprimento da população, além de lojas de
diferentes produtos necessários à vida das pessoas, tais como papelarias, sapatarias, lojas de
tecidos, roupas, farmácias, armarinhos, bijuterias, material fotográfico, eletroeletrônicos, móveis,
etc.

Operam na cidade de Porto Real o Banco do Brasil, o Bradesco e o Banco Real.

O setor de Serviços está, de certa forma, vinculado às atividades industriais e deverá manter a
sua expansão como decorrência da expansão da indústria em ramos como logística e prestação
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de serviços de manutenção predial, limpeza e vigilância. Existem na cidade alguns restaurantes,
vários bares e lanchonetes, oficinas mecânicas e de reparação de aparelhos, além de outros
serviços diversos.

6.5 Turismo

Porto Real começa a investir na área de turismo, acreditando na possibilidade de desenvolver o


turismo cultural e de natureza.

Há um projeto para a construção de um Centro Cultural “Casa do Imigrante”, onde serão


expostos diversos objetos, documentos, filmes e outros artefatos dos primeiros imigrantes que
colonizaram esta área. Este projeto está em fase final de aprovação para liberação de verbas por
parte da Caixa Econômica Federal. O objetivo deste Centro é atrair turistas para a cidade, hoje
considerada a primeira colônia italiana do Brasil.

Há também um programa em parceria com o SEBRAE e o Instituto Idéias para preparar as


mulheres da cidade para serem micro empreendedoras. São cerca de 30 mulheres que já
passaram por vários cursos, desde o fortalecimento da autoestima, incentivo à criatividade,
iniciação a Recursos Humanos, cálculos de custos de produtos, como calcular lucros, etc.
Atualmente, elas aguardam liberação de verba para a compra de um forno especifico para a
realização dos treinamentos relativos ao curso de produção de Cristais de Murano.

Porto Real tem uma localização privilegiada, pois se insere em uma das melhores regiões
turísticas do Rio de Janeiro, está próxima dos principais emissores nacionais e as cidades
vizinhas têm uma população com bom poder aquisitivo.

Como principais atrativos podem ser mencionados a Mina de D. Pedro, a Ponte de Ferro, a
Cachoeira de Bulhões, o rio Paraíba do Sul.

Construída em 1874, com estrutura totalmente em ferro, a Ponte de Ferro faz a ligação entre as
cidades de Quatis e Porto Real. Tendo sida considerada uma marca na arquitetura local e
representando a união entre os dois Municípios, a ponte, que servia para a travessia de veículos
em apenas uma pista, encontra-se interditada ao trafego, por estar em reforma e revitalização.

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Figura 57 – Ponte de Ferro

Além da importância para a mobilidade local, a ponte representa a história do


desenvolvimento da atividade açucareira e agropecuária da região. Foi muito utilizada no
escoamento da produção e na consolidação econômica dos Municípios que interliga. Dela
pode-se observar a grandiosidade do rio Paraíba, a cidade de Quatis e a antiga “Indústria
Açucareira”, hoje fábrica da Coca-Cola, que guarda as características originais e serve como
cartão postal da cidade e orgulho para os moradores.

Figura 58 – Fábrica da Coca-Cola

Localizada em Bulhões, a cachoeira, praticamente abandonada, é um atrativo potencial. Há, no


rio, uma espécie de “poção” no qual, segundo os moradores locais, as pessoas se banham no
verão; na sequência, surgem duas pequenas quedas d’água que formam uma corredeira de
aproximadamente 100 metros de extensão

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Figura 59 – Cachoeira de Bulhões

As margens do rio são propícias para que visitantes possam tomar sol e aproveitar as delícias das
águas. Percebe-se claramente já ter havido alguma tentativa anterior de urbanização, visando à
melhoria do acesso. Trilhas de acesso são visíveis, assim como caminhos e espaço para
estacionamento. Ao lado da possível entrada para a cachoeira existe apenas uma residência.

6.6 Emprego

Segundo dados do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do MTE –


Ministério do Trabalho e Emprego, em janeiro de 2010, 8.085 pessoas trabalhavam em Porto Real
em empregos formais (com carteira assinada). Este nível de emprego foi alcançado em uma
evolução constante das admissões nos últimos cinco anos (Tabela 20), apesar de ter havido uma
ligeira retração em 2009, como consequência da crise econômica ocorrida em 2008.

Tabela 20 – Número de admissões e desligamentos de empregados celetistas


Ano Admitidos Desligados Saldo
2005 2.143 1.361 782
2006 1.244 1.001 243
2007 3.167 1.635 1.532
2008 4.157 2.907 1.250
2009 2.044 2.172 -128
2010 (jan/março) 1.480 738 742
Total 14.235 9.814 4.421

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Ao se comparar a evolução do nível de emprego em Porto Real com a ocorrida na microrregião do
Vale do Paraíba Fluminense (Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende,
Rio Claro e Volta Redonda) (Quadro 21), percebe-se um crescimento do nível de emprego local a
taxas muito acima das registradas na microrregião: enquanto a microrregião registrava uma
expansão de 25,95%, o nível de emprego em Porto Real cresceu 91,27%.

Quadro 21 – Variação do emprego celetista a partir de 2005


Movimentação Porto Real Microrregião
Admissões 14.235 273.221
Desligamentos 9.814 245.673
Variação absoluta 4.421 27.548
Variação relativa 91,27% 25,95%
Número de empregados formais 8.085 135.029
Fonte: MTE – CAGED

Adicionalmente, cabe considerar que, apenas no primeiro trimestre de 2010, já foram criados mais
742 empregos em Porto Real e, tendo em vista os planos de expansão das empresas instaladas
no Município, espera-se que neste ano sejam criados mais empregos do que em qualquer um dos
cinco anos anteriores.

O setor mais dinâmico foi a Indústria, responsável pelo maior número de contratações e com o
maior nível salarial, no período janeiro/05 – março/10 (quadro 22). Consideradas apenas as 20
ocupações mais demandadas, foram criados 2.806 empregos, de um total de cerca de 3.000
empregos criados no setor industrial.

Quadro 22 – Variação do emprego celetista na Indústria para as 20 ocupações mais


demandadas – 01/2005 a 03/2010
Ocupação Sal.médio Admissões Desligamentos Saldo
mensal(R$)
725505 Montador de veículos (linha de 1.008,15 1.071 506 565
montagem)
721210 Operador de máquinas operatrizes 676,56 1.119 667 452

724315 Soldador 943,52 786 334 452


782220 Operador de empilhadeira 957,77 643 314 329
784205 Alimentador de linha de produção 645,85 664 432 232

811610 Operador de carro de apagamento 812,23 217 102 115


e coque
723320 Pintor de veículos (fabricação) 977,91 175 76 99
251220 Economista industrial 3.639,39 76 13 63

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Ocupação Sal.médio Admissões Desligamentos Saldo
mensal(R$)
521125 Repositor de mercadorias 492,58 216 154 62
813125 Operador de produção (química, 754,1 78 16 62
petroquímica e afins)
862150 Operador de máquinas fixas, em 763,46 97 47 50
geral
411005 Auxiliar de escritório, em geral 658,1 153 104 49

783215 Carregador (veículos de 566,64 191 145 46


transportes terrestres)
214905 Engenheiro de produção 4.902,88 100 54 46
725510 Operador de time de montagem 604,06 117 75 42

391125 Técnico de planejamento de 3.345,14 80 44 36


produção
911305 Mecânico de manutenção de 678,72 188 159 29
máquinas, em geral
782130 Operador de ponte rolante 882,2 60 33 27
721220 Operador de usinagem 1.271,62 29 3 26
convencional por abrasão
514210 Faxineiro (desativado na 442,33 61 37 24
competencia 01/2009)
Fonte: MTE – CAGED

O setor de Serviços, em decorrência de suas vinculações com a Indústria, aparece como o


segundo gerador de emprego (Quadro 23) no mesmo período considerado para a Indústria.

Quadro 23– Variação do emprego celetista nos Serviços para as 20 ocupações mais
demandadas - 01/2005 a 03/2010
Salário médio
Ocupação mensal (R$) Admissões Desligamentos Saldo
517420 Vigia 646,99 1.150 632 518
514210 Faxineiro
(DESATIVADO NA
COMPETENCIA 01/2009) 448,64 738 533 205
514110 Garagista 771,07 76 27 49
411005 Auxiliar de escritório,
em geral 606,81 153 106 47
782510 Motorista de caminhão
(rotas regionais e
internacionais) 1.002,17 174 131 43
811735 Confeccionador de
velas por moldagem 478,32 74 32 42
783215 Carregador (veículos
de transportes terrestres) 694,69 74 34 40
414105 Almoxarife 694,75 71 48 23

127
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Salário médio
Ocupação mensal (R$) Admissões Desligamentos Saldo
991405 Trabalhador da
manutenção de edificações
(desativado na competencia
01/2009) 463,33 36 14 22
422105 Recepcionista, em
geral 690 29 7 22
411010 Assistente
administrativo 929,2 108 87 21
510110 Administrador de
edifícios 415,85 40 20 20
513435 Atendente de
lanchonete 520,37 106 87 19
414215 Conferente de carga e
descarga 753,62 55 37 18
513205 Cozinheiro geral 554,62 48 31 17
783110 Manobrador 787 36 19 17
782220 Operador de
empilhadeira 736,99 109 93 16
231210 Professor de nível
superior do ensino
fundamental (primeira a quarta
série) 615,9 20 5 15
511210 Despachante de
transportes coletivos (exceto
trem) 559,81 102 88 14
513405 Garçom 515,9 20 6 14
Fonte: MTE – CAGED

Somente nestas vinte ocupações, foram criados 1.1182 empregos, de um total de cerca de 1.250
empregos criados no setor de Serviços.

Quadro 24 – Variação do emprego celetista no Comércio para as 20 ocupações mais


demandadas - 01/2005 a 03/2010
Ocupação Salário médio mensal Admissões Desligamentos Saldo
(R$)
782510 Motorista de caminhão (rotas 793,67 84 60 24
regionais e internacionais)
521110 Vendedor de comércio varejista 435,91 69 54 15

141410 Comerciante varejista 316,35 26 13 13


991405 Trabalhador da manutenção de 431,29 21 10 11
edificações (desativado na competencia
01/2009)
411005 Auxiliar de escritório, em geral 538,22 37 28 9

723315 Pintor de estruturas metálicas 675,62 16 7 9

128
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Ocupação Salário médio mensal Admissões Desligamentos Saldo
(R$)
514210 Faxineiro (desativado na 383,75 32 26 6
competencia 01/2009)
517420 Vigia 393,89 9 3 6
953115 Eletricista de instalações (veículos 737,96 25 20 5
automotores e máquinas operatrizes,
exceto aeronaves e embarcações

311710 Colorista têxtil 403,17 12 7 5


811735 Confeccionador de velas por 407,56 39 35 4
moldagem
411010 Assistente administrativo 1.491,09 11 8 3
722305 Macheiro, a mão 656 4 1 3
142305 Gerente comercial 700 3 0 3
252205 Auditor (contadores e afins) 3.800,00 3 0 3
252545 Analista financeiro (instituições 1.593,33 3 0 3
financeiras)
724435 Funileiro industrial 666,67 3 0 3
991315 Pintor de veículos (reparação) 800 3 0 3
223405 Farmacêutico 1.188,20 5 3 2
212415 Analista de sistemas de 2.190,00 2 0 2
automação
Fonte: MTE – CAGED

O Comércio, em decorrência do fato de a grande maioria dos trabalhadores dos outros setores
residirem fora do Município, não foi muito beneficiado pela expansão da economia local e, em
consequência, foi pouco gerador de emprego (Quadro 24).
Note-se, portanto, que no período de 5 anos, foram criados apenas 132 empregos no setor
Comércio nestas 20 ocupações. O total de empregos formais criados não ultrapassou 150 postos
de trabalho.

Nos demais setores econômicos, a criação de empregos foi baixa, cerca de 100 empregos na
Construção Civil e desempenho negativo da Agricultura e Pecuária.

6.7 Interação Econômica com os Municípios da Microrregião

Aparentemente, o desempenho econômico de Porto Real independe do desempenho econômico


da microrregião na qual este Município está inserido. As suas principais indústrias destinam seus
produtos para o mercado nacional e internacional, em especial a indústria automobilística,
conforme discriminado a seguir:

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 A Peugeot Citroën é a principal indústria do Município e detém cerca de 5% do mercado
nacional de veículos de passeio. Exporta parte de sua produção e comercializa veículos
de suas marcas procedentes de outros países, principalmente da Argentina;
 A unidade de galvanização de chapas de aço da CSN – Galvasud - tem como seu
principal cliente a Fiat Automóveis, além de fornecer para outros fabricantes de veículos
automotores, como a Ford e a General Motors. O percentual de sua produção destinado
à Peugeot Citroën é pequeno;
 A BMB customiza veículos produzidos pela Volkswagen/Man em fábrica situada no
Município de Resende, exatamente na divisa com Porto Real;
 A grande maioria das empresas situadas no Tecnopolo é supridora da Peugeot/Citroën,
para a qual destinam a quase totalidade de suas produções; e
 A Guardian tem como mercado final de sua produção de vidros, principalmente, o
mercado nacional de construção civil, podendo ocorrer intercâmbio com suas outras 23
unidades situadas no exterior, como decorrência do desempenho dos mercados locais.
A empresa possui também uma unidade industrial no Município de Tatuí – SP,
implantada recentemente.

A única grande empresa situada no Município de Porto Real que tem como destino final a
microrregião é a indústria de refrigerantes do Grupo Porto Real, fabricante da Coca Cola. Desta
forma, variações na atividade econômica nos Municípios vizinhos não afetariam significativamente
a demanda dos produtos fabricados em Porto Real. Pode-se afirmar que o desempenho
econômico de Porto Real está relacionado diretamente com fatores macroeconômicos, como a
demanda interna e a política cambial, principal determinante da competitividade de seus produtos
no exterior.

Por outro lado, tendo em vista o baixo contingente de mão-de-obra de moradores de Porto Real
empregado nos Municípios vizinhos, a redução do nível de emprego nestes Municípios, teria um
efeito não muito grande na redução de demanda nos setores comercial e de serviços em Porto
Real.

6.8 Perspectivas de Expansão Econômica

Duas visões distintas quanto a estratégias de expansão econômica foram expostas nas
entrevistas realizadas com tomadores de decisão no Município, a saber:
130
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 O Município já tem instaladas as empresas líderes no processo de crescimento
econômico e deve pautar seu crescimento na expansão destas indústrias e na atração
de empresas supridoras de insumos para as empresas já instaladas.
 O Município deve continuar com sua política de incentivos fiscais, com vistas a atrair
novas indústrias e instalar um polo empresarial de empresas que demandem mão-de-
obra menos qualificada, especialmente feminina, visando à melhoria da renda familiar e
à redução do nível de desemprego no Município.

Na escolha da melhor alternativa devem ser considerados a limitação geográfica do Município,


com apenas 50 quilômetros quadrados de área, e os problemas de meio ambiente decorrentes do
fato de parte dessa área ser inundável.

131
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7. Aspectos Político- Institucionais

7.1 Estrutura da Gestão Municipal

A Administração Pública Municipal é exercida pelo Prefeito, auxiliado por Secretários, Procurador
Geral e Assessores.

A estrutura administrativa da Prefeitura de Porto Real é composta dos seguintes órgãos,


diretamente subordinados ao Prefeito Municipal:

 Órgãos colegiados;
 Órgãos de assessoramento; e
 Órgãos - meio e órgãos - fim.

São órgãos colegiados os diversos Conselhos Municipais, criados com a finalidade de cuidar de
aspectos específicos da Administração Municipal, como a Educação, Saúde, Desenvolvimento
Rural, Meio Ambiente e Ecologia, Urbanismo e Arquitetura, Defesa Civil, Cultura, Emprego, entre
outros. Atualmente existem 34 Conselhos Municipais.

Atuam como órgãos de assessoramento a Secretaria Municipal de Governo, a Secretaria


Municipal de Desenvolvimento e Planejamento, a Procuradoria Geral e Advocacia Geral do
Município e uma Assessoria Especial.

O Município conta com a Secretaria Municipal de Administração e Fazenda e a Controladoria


Geral do Município como órgãos - meio e com 5 secretarias como órgãos - fim, a saber: Secretaria
Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Obras e Infra-Estrutura, Secretaria Municipal de
Educação, Cultura, Esporte e Lazer, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Saneamento Urbano
e Defesa Civil e Secretaria Municipal de Ação Social, Trabalho e Habitação.

A Administração Municipal dispõe de uma sede moderna, localizada no núcleo central (Figura 60)
onde funcionam o Gabinete do Prefeito, e algumas das Secretarias.

132
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Figura 60 – Sede da Administração Municipal

As demais Secretarias estão instaladas em edificações localizadas no núcleo urbano central.

A administração direta tem um total de 1.262 funcionários (Tabela 21), com a seguinte
distribuição:

Tabela 21 – Distribuição dos funcionários da Administração Municipal segundo


escolaridade
Grau de Escolaridade
Regime 3
Sem Ensino Ensino Ensino Pos- Total
jurídico 1 2
instrução fundamental Médio Superior graduação
Estatutários 05 235 136 156 39 571
Celetistas 00 30 18 21 05 74
Somente
00 42 68 27 18 155
comissionados
Estagiários 00 61 00 00 00 61
Sem vínculo
00 00 86 280 35 401
permanente
Total 05 307 369 484 97 1.262
Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros - Gestão Pública 2008

1
Pessoa que não frequentou escola ou, se frequentou, não concluiu a 1ª série do Ensino Fundamental
2
A declaração de escolaridade referente ao ensino fundamental refere-se ao primeiro grau completo ou incompleto. Quanto às demais
escolaridades, considerou-se apenas o curso completo
3 Inclusive os sem declaração de escolaridade

7.2 Digitalização de Documentos

A Prefeitura de Porto Real é uma das pioneiras em adotar um sistema de Gerenciamento


Eletrônico de Documentos - GED/ECM, em sua administração, juntamente com o processo de

133
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certificação digital de documentos, dando valor legal aos seus documentos digitalizados e
agregando confiabilidade e agilidade no trâmite dos documentos dentro da própria instituição e
também fora dela.

O processo de digitalização da Prefeitura Municipal de Porto Real é dividido em três etapas:


preparação do documento físico para ser digitalizado; a digitalização propriamente dita e a
indexação desse documento digitalizado no sistema.

A preparação do documento físico consiste em se preparar o mesmo para ser digitalizado em um


scanner.

O objetivo da digitalização é converter os documentos em meio impresso em documentos


eletrônicos. Essa atividade aperfeiçoa a pesquisa e transferência (possibilidade de enviar
documentos por e-mail), além de tornar o armazenamento e recuperação mais eficaz.

A indexação consiste em inserir este documento digitalizado dentro de um sistema, associar os


dados referentes ao documento (índices de pesquisa) com a imagem do documento digitalizado,
permitindo assim que o mesmo possa ser localizado mais tarde de forma fácil e intuitiva, bastando
apenas saber um dos índices para a sua localização dentro do sistema como, por exemplo, o
número do documento ou o seu assunto.

O sistema GED/ECM utilizado pela Prefeitura de Porto Real faz o gerenciamento das imagens
digitalizadas mantendo sua segurança contra cópias ou impressões indevidas. O sistema divide
os documentos por tipos e os usuários cadastrados no sistema apenas visualizam os documentos
que a eles forem permitidos, não podendo acessar documentos de outros setores. O sistema
também permite acesso via internet para os funcionários da Prefeitura cadastrados no mesmo
através do portal da Prefeitura.

O sistema GED/ECM possibilita a consulta através da internet, possibilitando, assim, que um


documento possa ser visualizado pelo usuário dentro ou fora do País. O sistema também se torna
muito prático em possibilitar que o documento seja enviado por e-mail para uma determinada
ação, eliminando a necessidade de se tirar cópias em papel e praticamente anulando o gasto com
papel, cópia, conta de telefone para envio por fax, custos com Correios, Sedex, etc..

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7.3 Certificação Digital

A Certificação Digital é mais uma das tecnologias que complementam o GED/ECM implantado na
Prefeitura de Porto Real. Através da utilização das tecnologias de GED/ECM, aliadas ao uso da
certificação digital, é possível garantir a autenticidade e integridade das informações eletrônicas
armazenadas no sistema.

A Certificação Digital é a tecnologia que garante mais segurança às comunicações e as


transações eletrônicas, permitindo também a guarda segura de documentos. Com a utilização de
um certificado digital pode-se garantir a integridade e a segurança das transações e dos
documentos eletrônicos.

O Certificado Digital é um documento eletrônico que identifica a pessoa ou empresa e é utilizado


para comprovar sua identidade perante terceiros. Funciona como uma carteira de identidade
eletrônica, que tem por objetivo conferir segurança no envio e troca de informações através de
meios eletrônicos.

Os documentos digitalizados na Prefeitura de Porto Real, após serem tratados e digitalizados, são
enviados para serem assinados digitalmente em cartório especializado e certificado ICP Brasil,
ganhando assim validade legal de originalidade e autenticidade.

7.4 Serviços

Dentre outros serviços já comentados nos itens anteriores, relacionados com aspectos específicos
da dinâmica sociocultural, a Administração Municipal oferece os seguintes serviços à população:

Balcão de Empregos
O Balcão de Empregos de Porto Real já conseguiu recolocar no mercado de trabalho mais de
2.500 pessoas.

Núcleo Jurídico

O Núcleo Jurídico de Porto Real realiza cerca 40 atendimentos gratuitos por dia, prestando
orientação para a população.
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7.5 Finanças Municipais

A receita corrente municipal per capita de Porto Real é quase três vezes maior do que a receita
corrente per capita do Município da microrregião que dele mais se aproxima, Volta Redonda
(Quadro 25). Este índice mostra a elevada capacidade de realização de investimentos públicos
em Porto Real, fato que, além do mais, é bastante facilitado pela diminuta extensão territorial e
pequena população, reduzindo a necessidade de investimentos em infraestrutura básica,
equipamentos urbanos e comunitários e serviços urbanos.

Quadro 25 – População, área e receita corrente dos Municípios da microrregião


Espec/Municipio Porto Real Quatis Resende Itatiaia B. Mansa V. Redonda
População 16.253 13.137 130.035 35.577 176.899 261.403
Área (Km2) 50 286 1.114 225 547 182
Receita Corrente 80.620 21.691 179.979 -x- 205.830 442.900
Receita Corrente/População 4.960 1.651 1.384 -x- 1.163 1.696

A participação das Receitas Próprias nas Receitas Correntes é baixa (7% em 2009) e tem
tendência declinante. A principal fonte de receita é a Cota Parte de ICMS que representa cerca de
63% das Receitas Correntes, participação esta que vem crescendo nos últimos anos (Tabela 22).
Com a continuidade da expansão industrial do Município esta tendência deverá persistir nos
próximos anos, conforme será visto ao se analisar o PPA 2010-2013.

Este dois fatos decorrem, em parte, do êxito da política industrial e, em parte, da falta de apetite
arrecadador do Município. Os tributos municipais incidem sobre uma base tributária baixa, as
isenções de impostos são generalizadas, não são cobradas taxas existentes em outras
municipalidades, há carência de corpo de fiscais, a cobrança da Dívida Ativa não é atuante.

Conforme informação do Demonstrativo de Receitas de 2009, no qual consta o desmembramento


do Imposto Predial e Territorial Urbano- IPTU, a parcela desta receita referente ao IPTU Predial é
de R$ 133.752,24, enquanto a do IPTU Territorial é de R$ 172.886,82. Este fato, aparentemente,
decorre da isenção fiscal de cerca de 2.000 imóveis, conforme informação constante do site da
Prefeitura Municipal.

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Tabela 22 – Composição Percentual da Receita Pública Municipal

Especificação 2007 % 2008 % 2009 %


Imposto Predial 422 0,52% 464 0,47% 317 0,32%
Imposto Territorial Rural 0,00% 0,00% 0,00%
Imposto Retido Fonte 1.047 1,29% 1.233 1,24% 1.342 1,34%
ITBI 80 0,10% 124 0,12% 124 0,12%
ISSQN 2.396 2,96% 4.275 4,28% 3.501 3,49%
Total Impostos 3.945 4,87% 6.096 6,11% 5.284 5,27%

Água e Esgoto 148 0,18% 165 0,17% 177 0,18%


Outras taxas 75 0,09% 90 0,09% 89 0,09%
Total Taxas 223 0,28% 255 0,26% 266 0,27%

Contribuição. Pavimentação 164 0,20% 264 0,26% 40 0,04%

Contribuição Iluminação
Pública 529 0,65% 563 0,56% 463 0,46%

Recuperação Dívida Ativa 249 0,31% 239 0,24% 307 0,31%


Remuneração Depósitos
Bancários 126 0,16% 489 0,49% 880 0,88%
Leilão Folha Pagamento 3.350 4,13%
Outras Receitas Correntes 142 0,18% 107 0,11% 137 0,14%
Outras Receitas Próprias 3.867 4,77% 835 0,84% 1.324 1,32%

Receita Própria 8.728 10,77% 8.013 8,03% 7.377 7,36%

FPM 5.221 6,44% 6.539 6,55% 6.212 6,20%


SUS 1.369 1,69% 2.184 2,19% 2.605 2,60%
ITR 3 0,00% 3 0,00% 2 0,00%
LC 87/96 369 0,46% 382 0,38% 383 0,38%
Royalties petróleo 1.873 2,31% 4.446 4,46% 3.459 3,45%
CEX 218 0,27% 727 0,73% 0,00%
Fundo Especial Petróleo 57 0,07% 87 0,09% 63 0,06%
FNDE 705 0,87% 799 0,80% 944 0,94%
Outras Transferências União 0,00% 0,00% 520 0,52%
Total Transferência União 9.815 12,11% 15.167 15,20% 14.188 14,15%

Cota parte ICMS 49.992 61,68% 59.289 59,42% 63.486 63,34%


Cota parte IPVA 4.302 5,31% 4.361 4,37% 3.884 3,87%
IPI Exportação 1.344 1,66% 1.766 1,77% 1.472 1,47%
Compensação Financeira
Petróleo 2.888 3,56% 4.336 4,35% 3.299 3,29%
OutrasTansferênciasEstaduais 80 0,10% 240 0,24% 134 0,13%
Total Transferência Estado 58.606 72,31% 69.992 70,15% 72.275 72,10%

FUNDEB 3.088 3,81% 4.162 4,17% 4.980 4,97%


FUNDEF 27 0,03% 30 0,03%
137
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Especificação 2007 % 2008 % 2009 %
Transferências
Multigovernamentais 3.115 3,84% 4.192 4,20% 4.980 4,97%

Convênios 354 0,44% 837 0,84% 1.416 1,41%

Receitas Correntes 80.618 99,47% 98.171 98,39% 100.236 100,00%


Receitas de Capital 428 0,53% 1.602 1,61% 0,00%
Receita total 81.046 100,00% 99.773 100,00% 100.236 100,00%
Deduções da Receita 9.618 12.982 15.023
Receita Total Líquida 71.428 86.791 85.213
Fonte: Prefeitura Municipal

A receita municipal vem crescendo a taxas muito superiores à taxa de inflação do País (Tabela
23). Enquanto a taxa do IGPI no período 2007/2009 foi de cerca de 9%, o crescimento da receita
municipal de Porto Real foi de cerca de 24%.

Tabela 23 – Evolução da Receita Pública Municipal


Série nominal Índice nominal
Especificação 2007 2008 2009 2007 2008 2009
Imposto Predial 422 464 317 100 109,95 75,12
Imposto Territorial Rural
Imposto Retido Fonte 1.047 1.233 1.342 100 117,77 128,18
ITBI 80 124 124 100 155,00 155,00
ISSQN 2.396 4.275 3.501 100 178,42 146,12
Total Impostos 3.945 6.096 5.284 100 154,52 133,94

Água e Esgoto 148 165 177 100 111,49 119,59


Outras Taxas 75 90 89 100 120,00 118,67
Total Taxas 223 255 266 100 114,35 119,28

Contribuição
Pavimentação 164 264 40 100 160,98 24,39

Contribuição
Iluminiação Pública 529 563 463 100 106,43 87,52

Receita Dívida Ativa 249 239 307 100 95,98 123,29


Remuneração Depósitos
Bancários 126 489 880 100 388,10 698,41
Leilão Folha Pagamento 3.350 100 0,00
Reembolso SUS 82 100 0,00
Outras Receitas
Correntes 60 107 137 100 178,33 228,33
Outras Receitas
Próprias 3.867 835 1.324 100 21,59 34,24

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Série nominal Índice nominal
Especificação 2007 2008 2009 2007 2008 2009
Receita Própria 8.728 8.013 7.377 100 91,81 84,52

FPM 5.221 6.539 6.212 100 125,24 118,98


SUS 1.369 2.184 2.605 100 159,53 190,28
ITR 3 3 2 100 100,00 66,67
LC 87/96 369 382 383 100 103,52 103,79
Royalties Petróleo 1.873 4.446 3.459 100 237,37 184,68
CEX 218 727 333,49 0,00
Fundo Especial Petróleo 57 87 63 100 152,63 110,53
FNDE 705 799 944 100 113,33 133,90
Outras Transferências
União 520
Total Transferências
União 9.815 15.167 14.188 100 154,53 144,55

Cota parte ICMS 49.992 59.289 63.486 100 118,60 126,99


Cota parte IPVA 4.302 4.361 3.884 100 101,37 90,28
IPI Exportação 1.344 1.766 1.472 100 131,40 109,52
Compensação Financeira
Petróleo 2.888 4.336 3.299 150,14 114,23
Outras Transferências
Estaduais 80 240 134 100 300,00 167,50
Total Transferência
Estado 58.606 69.992 72.275 100 119,43 123,32

FUNDEB 3.088 4.162 4.980 100 134,78 161,27


FUNDEF 27 30 100 111,11 0,00
Total Transferências
Multigovernamentais 3.115 4.192 4.980 100 134,57 159,87

Convênios 354 837 1.416 100 236,44 400,00

Receitas Correntes 80.618 98.171 100.236 100 121,77 124,33


Receitas de Capital 428 1.602 100 374,30 0,00

Receita total 81.046 99.773 100.236 100 123,11 123,68


Fonte: Prefeitura Municipal

As Despesas Municipais apresentaram estabilidade real, no período 2007/2008, e apresentaram


um crescimento real de cerca de 8%, no período 2007/2009. Este crescimento foi inferior ao
crescimento real da Receita que foi de cerca de 15%. A participação das atividades
Administrativas e Fazendárias cresceram de cerca de 22% para um patamar de 25% do total das
Despesas Municipais, no período entre 2007 e 2009 (Tabela 24).

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Tabela 24 - Composição da Despesa Pública Municipal
1 - Demonstrativo de Execução de Despesas por Função (R$ mil)

Função/Ano 2007 % 2008 % 2009 %

Legislativa 2.244 3,19% 2.355 3,07% 2.586 3,18%


Governo 2.846 4,05% 2.913 3,80% 3.636 4,46%
Administração e Fazenda 15.436 21,95% 19.522 25,48% 20.348 24,98%
Desenvolvimento e Planejamento 1.183 1,68% 1.272 1,66% 1.231 1,51%
Saúde 17.560 24,97% 19.885 25,96% 21.970 26,98%
Educação 15.364 21,84% 15.383 20,08% 14.635 17,97%
Cultura 268 0,38% 251 0,33% 608 0,75%
Esporte e Lazer 602 0,86% 337 0,44% 376 0,46%
Obras e Infraestrutura 10.177 14,47% 9.320 12,17% 10.967 13,47%
Procuradoria 549 0,78% 369 0,48% 521 0,64%
Controladoria 301 0,43% 229 0,30% 310 0,38%
Ação Social, Trabalho e Habitação 1.710 2,43% 1.780 2,32% 1.950 2,39%
Meio Ambiente, Saneamento e Defesa
Civil 2.097 2,98% 2.994 3,91% 2.303 2,83%
Outros 0,00% 0,00% 0,00%
Total 70.337 100,00% 76.610 100,00% 81.441 100,00%
Fonte: Prefeitura Municipal

Dos gastos mais significativos devem se destacar os aumentos reais de 16% nos gastos com
Saúde, (que aumentaram a sua participação na Despesa de 25% para cerca de 27%), e de 22%
na Administração e Fazenda. Os gastos com Cultura, embora de pequena monta, cresceram em
111% (Tabela 25). Em contrapartida, os gastos com Educação diminuíram cerca de 11%, em
termos reais, caindo do patamar de 22% para 18% das Despesas Municipais.

As demais despesas apresentam uma relativa estabilidade e têm menor significação no valor total.
As exceções foram Esporte e Lazer que teve sua participação reduzida pela metade e a Cultura,
cuja participação dobrou, no período considerado.

Tabela 25 – Evolução das Despesas por Função


140ndices
Valor (R$ mil) nominais 140ndices reais
Função/Ano 2007 2008 2009 2007 2008 2009 2007 2008 2009
Legislativa 2.244 2.355 2.586 100,0 104,9 115,2 100,0 96,2 107,2
Governo 2.846 2.913 3.636 100,0 102,4 127,8 100,0 93,8 118,8
Administração e Fazenda 15.436 19.522 20.348 100,0 126,5 131,8 100,0 115,9 122,6
Desenvolvimento e
Planejamento 1.183 1.272 1.231 100,0 107,5 104,1 100,0 98,5 96,8
Saúde 17.560 19.885 21.970 100,0 113,2 125,1 100,0 103,8 116,3
Educação 15.364 15.383 14.635 100,0 100,1 95,3 100,0 91,8 88,6
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Cultura 268 251 608 100,0 93,7 226,9 100,0 85,8 211,0
Esporte e Lazer 602 337 376 100,0 56,0 62,5 100,0 51,3 58,1
Obras e Infraestrutura 10.177 9.320 10.967 100,0 91,6 107,8 100,0 83,9 100,2
Procuradoria 549 369 521 100,0 67,2 94,9 100,0 61,6 88,2
Controladoria 301 229 310 100,0 76,1 103,0 100,0 69,7 95,8
A. Social Trab. e
Habitação 1.710 1.780 1.950 100,0 104,1 114,0 100,0 95,4 106,0
M. Ambiente, Saneamento
e Defesa Civil 2.097 2.994 2.303 100,0 142,8 109,8 100,0 130,9 102,1
Outros
Total 70.337 76.610 81.441 100,0 108,9 115,8 100,0 99,8 107,7
Indice deflator: IGP-DI – FGV: 2007 = 100,00; 2008 = 109,11; 2009 = 107,54
Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real

Por exigência legal, as Administrações Municipais devem elaborar um Plano Plurianual para um
quadriênio, ajustando-o ano a ano. Obedecendo às normas legais, e antes da elaboração do
Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável, a Prefeitura de Porto Real elaborou um PPA para
o período 2010-2013, cujos principais dados são apresentados a seguir.

A partir de dados de previsão da evolução da atividade industrial no Município, o PPA estima que
a Receita Total evolua de R$ 100.236 mil em 2009, para R$ 211.711 mil em 2014, com um
crescimento nominal de cerca de 110%, em 5 anos. (Tabela 26)

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Tabela 26 - PPA 2010 -2013 – Evolução da Receita
Especificação 2010 % 2011 % 2012 % 2013 %

Receitas Tributárias 4.979 3,80% 5.266 3,17% 5.570 3,02% 5.846 2,76%

Receitas Contribuições 800 0,61% 840 0,51% 882 0,48% 926 0,44%

Receitas Patrimoniais 254 0,19% 259 0,16% 264 0,14% 267 0,13%

Receitas de Serviços 454 0,35% 479 0,29% 504 0,27% 530 0,25%

Receita Própria 6.487 4,95% 6.844 4,12% 7.220 3,91% 7.569 3,58%

Transferências
Correntes 123.794 94,49% 158.724 95,44% 176.640 95,69% 203.392 96,07%

Outras Rec. Correntes 544 0,42% 550 0,33% 557 0,30% 564 0,27%

Alienação de Bens 1 0,00% 1 0,00% 1 0,00% 1 0,00%

Receitas de Capital 185 0,14% 185 0,11% 185 0,10% 185 0,09%

Receita total 131.011 100,00% 166.304 100,00% 184.603 100,00% 211.711 100,00%

Deduções da Receita (21.011) -16,04% (27.601) -16,60% (30.972) -16,78% (36.045) -17,03%

Receita Total Líquida 110.000 83,96% 138.703 83,40% 153.631 83,22% 175.666 82,97%
Fonte: Prefeitura Municipal

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Este crescimento deverá ocorrer principalmente em decorrência das Transferências Correntes dos
Governos Federal e Estadual, que aumentarão a sua participação, na Receita Total, de 91,22%,
em 2009, para 96,07%, em 2014. Por sua vez, a Receita Própria reduzirá sua participação de
7,36% para 3,58%, no período considerado, em especial como decorrência da redução das
Receitas Tributárias de 5,27% para 2,76 %.

Um crescimento da Receita desta natureza permitiu a previsão de investimentos públicos de


grande porte no Município (Tabela 27).

Tabela 27 – Previsão de investimentos públicos no período 2010-2013


Especificação Investimento(R$ mil)
Construção da sede da Câmara Municipal 5.500
Construção do Clube do Servidor 4.500
Conclusão do Hospital Municipal 1.000
Construção de Postos de Saúde da Família 1.345
Reforma e reequipamento de escolas 6.896
Construção de Quiosques do Saber 1.264
Construção de estádio de futebol 18.000
Urbanização de vias públicas 30.000
Construção de ciclovias 2.079
Construção de pórticos 827
Construção de praças 1.885
Expansão da Iluminação Pública 2.400
Construção de 200 moradias 6.300
Água, esgoto e estações tratamento 2.150
Equipamentos para a Câmara de Vereadores 840
Novo polo industrial (500.000m2) 10.000
Criação do horto florestal 3.000
Centros de fisioterapia e Saúde da Mulher 850
Terreno para a rodoviária municipal 500
Construção de Parque de Exposições 2.100
Construção do Anfiteatro 2.600
Moradias do servidor público 3.196
Construção de escola e equipamento 2.125
Lavanderia hospitalar 435
Total dos principais investimentos 109.792
Fonte: Prefeitura Municipal de Porto Real

Na Tabela acima foram considerados apenas os principais investimentos e, particularmente,


aqueles que aumentam a disponibilidade de bens públicos à disposição dos cidadãos. Trata-se,
portanto, de um programa de investimentos total de cerca de R$ 115 milhões, em quatro anos,
com uma média anual de R$ 28,75 milhões, aos quais devem ser acrescidos os custos de

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manutenção destes novos equipamentos urbanos. Somente os investimentos representam cerca
de 20% da Receita Líquida prevista para estes quatro anos.

Tendo em vista o porte de alguns destes equipamentos (estádio de futebol, novo polo industrial,
horto florestal, anfiteatro, parque de exposições, etc.), é necessário que sejam estabelecidas
diretrizes urbanísticas para a localização dos empreendimentos.

Cabe considerar, também, que a partir da análise dos outros investimentos – construção de
somente uma escola a mais, porte do programa de expansão dos serviços de saneamento e
saúde, entre outros dados, infere-se que o PPA considera a projeção de crescimento populacional
prevista no Plano Diretor de Saneamento, isto é, que em 2014, Porto Real deverá contar com
cerca de 22.000 habitantes. Esta previsão poderá ter que ser alterada, pois o crescimento ocorrido
no período de 2006 a 2010 ficou um pouco abaixo das previsões, mas os investimentos públicos
previstos, caso efetivados, poderão gerar um processo migratório para a cidade.

7.6 Legislação Municipal

O Município de Porto Real foi criado em 28 de dezembro de 1995, através da Lei Estadual nº
2.494, em território compreendido pelo 3º Distrito do Município de Resende, passando a ter como
sede a cidade de Porto Real, anteriormente denominada Vila de Porto Real.

A Lei Estadual estabeleceu os limites intermunicipais com Quatis, Barra Mansa e Resende e
determinou que o “Município de Porto Real, enquanto não contar com a legislação própria, reger-
se-á pela do Município de Resende, obedecidas as disposições da Lei Complementar nº 59, de
22 de fevereiro de 1990” ( art. 6º).

De fato, uma vez criado o Município, os procedimentos relativos à sua instalação passam a ser
regidos pela Lei Complementar Estadual nº 59, de 22 de fevereiro de 1990, que trata da criação,
incorporação, fusão e desmembramento de Municípios. Esses procedimentos dizem respeito,
entre outros aspectos, aos prazos para a elaboração da Lei Orgânica Municipal (art. 27), de 06 (
seis) meses. A de Porto Real, cujo prazo venceria em 27 de junho de 1996, foi aprovada apenas
em 18 de dezembro de 1997.

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Uma questão relevante é a da aplicabilidade do dispositivo que permite ao Município de Porto
Real utilizar-se da legislação de Resende. Passados 15 (quinze) anos da emancipação de Porto
Real, ainda são utilizadas leis daquele Município, como as de uso e ocupação do solo urbano; de
parcelamento do solo urbano; as normas relativas às posturas municipais e as normas de
edificação e obras ( em que pese a edição de algumas leis pontuais e decretos para regulamentar
a matéria), o que caracteriza uma interpretação muito extensiva do disposto na lei de criação do
Município.

A lei estadual estabelece os procedimentos para o processo de instalação dos novos Municípios,
ou seja, são dispositivos válidos para a etapa de transição, até que o Poder Executivo e
Legislativo se estruturem e passem a cumprir suas competências constitucionais. Por sua vez, a
Lei Orgânica de Porto Real estabeleceu um prazo para a elaboração do Plano Diretor e da
legislação necessária à sua implementação, de 01 (hum) ano após sua promulgação, ou seja, até
dezembro de 1998 (art. 260).

O fato de o Município ainda não ter completado a edição de sua legislação própria evidencia,
portanto, a existência de uma situação de fragilidade legal e institucional, em que pesem alguns
avanços já efetuados, como a aprovação de legislação ambiental, administrativa e tributária
bastante completa e atualizada.

7.6.1 Lei Orgânica de Porto Real

A Lei Orgânica do Município de Porto Real foi aprovada em 18 de Dezembro de 1997, através da
Resolução n° 027.

Cabe, desde logo, apontar a impropriedade da aprovação de Lei Orgânica Municipal mediante
Resolução, que é ato de iniciativa exclusiva da Mesa Diretora, em se tratando de questões de
organização interna da Câmara de Vereadores. Ademais, segundo o artigo 29 da Constituição
Federal, as Leis Orgânicas devem observar um rito especial para sua aprovação, a saber:

“Art. 29. O Município reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos, com o
interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços dos membros da Câmara
Municipal, que a promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição, na
Constituição do respectivo Estado”.

145
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COMPETÊNCIAS MUNICIPAIS

A Lei Orgânica de Porto Real estabelece, como principais competências do Município (Capítulo II ,
artigo 9º), relativamente à matéria pertinente ao Plano Diretor, entre outras:

IX – promover o adequado ordenamento territorial mediante planejamento e controle do uso, do


parcelamento e da ocupação do solo urbano;

X- promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observadas a legislação e a ação


fiscalizadora federal e estadual;

XI – elaborar e executar a política de desenvolvimento urbano, com o objetivo de ordenar as


funções sociais das áreas habitadas do Município e garantir o bem estar de seus habitantes;
XII – elaborar e executar o Plano Diretor Físico, como instrumento básico da política de
desenvolvimento e de expansão urbana.

Observe-se a denominação Plano Diretor Físico, contrastando com o disposto no artigo 120,
Capítulo IV - Da Política Urbana - que faz menção apenas ao Plano Diretor. Por sua vez, o artigo
258 menciona que o Plano Diretor Urbano deverá ser elaborado e aprovado no prazo de até 1 (
hum) ano após a promulgação da Lei Orgânica.

Há, portanto, uma falta de coerência na denominação do Plano Diretor, sugerindo-se que haja a
compatibilização dessa terminologia, alterando-se os artigos correspondentes da Lei Orgânica.
Observe-se, ainda, que o Plano Diretor, ora em elaboração, denomina-se Plano Diretor de
Desenvolvimento Sustentável.

XIII – exigir do proprietário do solo não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova o seu
adequado aproveitamento, na forma do Plano Diretor Físico.

Esta competência diz respeito à exigência de que o Poder Público adote mecanismos, com base
no Plano Diretor, para a adequada utilização de imóveis vazios ou subutilizados, na área urbana
do Município de Porto Real. É uma importante diretriz a ser observada, devendo ser considerada
como um dos instrumentos para pôr em prática as diretrizes e estratégias do Plano Diretor, ora em
elaboração.

146
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QUESTÕES TRIBUTÁRIAS E ORÇAMENTÁRIAS

A Lei Orgânica, ao tratar das questões tributárias e orçamentárias (Título IV) estabelece, entre
outros dispositivos:

 será assegurada a participação popular, através do Orçamento Participativo, a ser


realizado anualmente junto à comunidade; (art. 87, parágrafo único);
 o plano plurianual será elaborado de forma regionalizada, estabelecendo as diretrizes,
objetivos e as metas para a Administração Pública municipal, prevendo as despesas de
capital e outras dela decorrentes, bem como as relativas aos programas de duração
continuada; (Art. 95, § 1º);
 os planos e programas serão elaborados em consonância com o plano plurianual e
apreciados pela Câmara Municipal; ( Art. 95,§ 4º); e
 a lei de diretrizes orçamentárias definirá as metas e prioridades da Administração
Pública municipal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro
subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as
alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de fomento.

A compatibilidade entre as diretrizes, estratégias e programas de ações contidas no Plano Diretor


e o disposto nas leis orçamentárias do Município é mecanismo essencial para que o Plano Diretor
de Porto Real seja efetivamente colocado em prática.

POLÍTICA URBANA

No tocante à política urbana do Município, a Lei Orgânica transcreve, em grande parte,


dispositivos já constantes da Lei Federal 10.257, de 10/07/2001, o Estatuto da Cidade.
Alguns dispositivos merecem destaque, a saber:

 prevê-se a instituição de áreas especiais de interesse turístico, ambiental, histórico e


urbanístico, com legislação própria visando à sua ocupação e utilização, voltadas à
proteção ambiental e do patrimônio histórico (art.121);
 o Município deverá estabelecer, mediante lei, diretrizes para a localização e integração
das atividades industriais, considerando os aspectos ambientais, locacionais, sociais,

147
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econômicos, atendendo ao melhor aproveitamento das condições naturais urbanas ( art.
126);
 as áreas contíguas às estradas terão tratamento específico através de disposições
urbanísticas de defesa da segurança dos cidadãos e do patrimônio paisagístico e
arquitetônico da cidade ( art. 129); e
 o Município somente aprovará conjuntos habitacionais com mais de 100 (cem) unidades
desde que assegurem, na planta, espaços apropriados para a instalação de creches e
lavanderias coletivas, vinculando-se a concessão do “habite-se” ao efetivo cumprimento
deste artigo, importando o seu descumprimento em crime de responsabilidade (art. 131,
cujo teor é o mesmo do artigo 257).

A lei disporá sobre a instalação de creches, escolas oficiais na construção de loteamentos e


conjuntos habitacionais (Parágrafo único do art. 131).

PARTICIPAÇÃO POPULAR

A participação popular é assegurada na Lei Orgânica, mediante os seguintes dispositivos:

 é garantida a participação popular, através dos Conselhos Populares e entidades


representativas da sociedade civil, nas fases de elaboração e implementação do Plano
Diretor (art. 130);
 o Município buscará a cooperação das associações representativas no planejamento
municipal (art. 139), como tal considerado qualquer grupo legalmente organizado,
independentemente de seus objetivos ou natureza jurídica (parágrafo único do artigo
139); e
 fica assegurado o direito de a população dispor sobre prioridade de execução de obras
públicas em seus bairros e distritos, mediante assembléia de moradores que, de fato,
representem a vontade da maioria (art. 143).

7.6.2 Conselhos Municipais

A Lei Orgânica determina a criação de numerosos Conselhos Municipais (apesar da denominação


diversa, conclui-se que são os Conselhos Populares mencionados no artigo 130).

São 27 (vinte e sete) Conselhos (art. 263), cobrindo uma variedade de temas, observando-se
diversas sobreposições temáticas entre os mesmos, como por exemplo, entre:

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 O Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente (item III) e o Conselho Municipal de
Ecologia e Meio Ambiente (item XXII); e
 O Conselho Municipal de Assistência Social (item XIX), o Conselho Municipal do Bem
Estar Social (item XXIV) e o Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social
(item XXVI).

Muitos dos Conselhos citados poderiam ser agrupados, reduzindo-se sua especificidade. Por
exemplo, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (item VIII), o Conselho de
Desenvolvimento Industrial e Comercial (item IX) e o Conselho Municipal de Emprego (item XX)
poderiam compor um único Conselho voltado às atividades econômicas e de geração de emprego
e renda. Da mesma forma, outros Conselhos poderiam ser agregados em torno de temas mais
amplos e abrangentes.

Apesar dessa pluralidade de Conselhos, mediante Lei datada de 29 de outubro de 2003 (Lei nº
187), ao estabelecer nova estrutura administrativa para a Prefeitura de Porto Real, foram listados
como órgãos colegiados 34 (trinta e quatro) Conselhos.
Foram mantidos os originalmente citados na Lei Orgânica, acrescentando-se 7 (sete) Conselhos,
a saber:

 Conselho Municipal de Fiscalização e Acompanhamento do Fundo de Desenvolvimento


do Ensino Fundamental;
 Conselho Municipal de Assistência e Orientação Agropecuária e Industrial;
 Conselho Municipal de Ciência (desmembrado do originalmente denominado Cultura e
Ciência);
 Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Programa de Garantia de
Renda Mínima;
 Conselho Municipal da Unidade de Gestão Energética;
 Conselho Municipal de Saúde Animal; e
 Conselho Municipal de Política Urbana.

Leis posteriores criaram ou estabeleceram normas com relação aos seguintes Conselhos:

 Conselho da Cidade do Município de Porto Real – Lei nº 269, de 21 de junho de 2006


(apesar da criação do Conselho Municipal de Política Urbana pela Lei nº 187, de 2003);

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 Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente – Lei nº 270, de 21 de junho de 2006
que, de acordo com o disposto no artigo 11 do Código Ambiental, aprovado em 2008, é
o órgão colegiado autônomo de caráter consultivo do Sistema Municipal de Meio
Ambiente – SIMMA;
 Conselho Municipal de Transporte e Trânsito – Lei nº 271, de 21 de junho de 2006 , que
normatiza o Conselho criado pela Lei nº 187, de 2003;
 Conselho Municipal de Turismo - Lei nº 275, de 23 de agosto de 2006 – normatiza o
Conselho criado pela Lei nº 187, de 2003;
 Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural – Lei nº 276, de 23 de agosto de 2006,
normatiza o Conselho, já previsto na Lei Orgânica e criado pela Lei nº 187, de 2003;
 Fundo Municipal de Habitação de Interesse Social e Conselho Municipal de Habitação
de Interesse Social – Lei nº 309, de 03 de dezembro de 2007; e
 Conselho Municipal de Acompanhamento e Controle Social do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação
– Conselho FUNDEB- Lei nº 293, de 29 de março de 2007, normatizando o Conselho
criado pela Lei nº 187, de 2003.

Em suma, observa-se que o Município conta com número muito grande de Conselhos, atuando
em temas muito específicos e com atribuições pulverizadas, a exemplo dos Conselhos de
Farmácia ou da Saúde Animal. Vários deles atuam em áreas afins, como os de Política Urbana e
os de Urbanismo e Arquitetura, de Transporte Coletivo e Trânsito.

Sugere-se que seja feita uma avaliação da pertinência de o Município ter tal número de
Conselhos. Trata-se de conferir maior racionalidade às atividades consultivas desses órgãos, de
forma a que contribuam, de forma efetiva, para a formulação e implementação das políticas
publicas municipais.

7.6.3 Código de Direito Ambiental

Aprovada em 08 de outubro de 2008, a Lei 322 institui o Código de Direito Ambiental de Porto
Real, também denominado Código Municipal de Meio Ambiente. Dispõe, entre outros temas,
sobre:

 os princípios e objetivos da política municipal de meio ambiente;

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 o Sistema Municipal de Meio Ambiente – SIMMA, composto pela Secretaria Municipal
de Meio Ambiente, Saneamento Urbano e Defesa Civil, como órgão de coordenação,
controle e execução da política ambiental; pelo Conselho Municipal de Defesa do Meio
Ambiente - COMDEMA, como órgão consultivo; Fundo Municipal de Conservação
Ambiental – FUMCAM; e organizações da sociedade civil voltadas à questão ambiental;
 os instrumentos da política municipal de meio ambiente;
 o controle ambiental (trata da qualidade ambiental e do controle da poluição; do ar; dos
recursos vegetais e da arborização; da água; do solo; do controle da emissão de ruídos;
do controle da poluição visual; do controle das atividades perigosas); e
 o poder de política ambiental (trata dos procedimentos administrativos e das
penalidades a serem adotadas nos casos de infrações à legislação ambiental).

No que se refere aos instrumentos da política de meio ambiente (item III), estão previstos os
seguintes:

 I - zoneamento ambiental: deverá estabelecer áreas em função de suas características


e atributos; será aprovado mediante lei e “incorporado, no que couber, ao Plano Diretor
Urbano – PDU, podendo o Poder Executivo alterar seus limites, ouvido o
COMDEMA”(art. 15 e parágrafo único).
 As diversas categorias de zonas ambientais a serem instituídas pelo zoneamento
ambiental são estabelecidas na referida Lei;
 II – espaços territoriais especialmente protegidos, como tal consideradas as Áreas de
Preservação Permanente, as Unidades de Conservação; as áreas verdes públicas e
particulares; os morros e montes e os afloramentos rochosos;
 III - estabelecimento de parâmetros e padrões de qualidade ambiental;
 IV- avaliação de impacto ambiental;
 V - licenciamento ambiental;
 VI - auditoria ambiental e monitoramento ambiental;
 VII - sistema municipal de informações e cadastros ambientais;
 VIII - Fundo Municipal de Conservação Ambiental;
 IX - Plano Diretor de Arborização e Áreas Verdes;
 X- educação ambiental; e
 XI - benefícios e incentivos à preservação ambiental; fiscalização ambiental.

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Como se pode observar, trata-se de legislação atualizada e bastante completa, cobrindo os
principais temas relevantes para a política e a gestão ambiental do Município.

7.6.4 Lei de Uso e Ocupação do Solo

A legislação de uso e ocupação do solo, bem como a de parcelamento do solo urbano em vigor
em Porto Real, está baseada no conjunto de leis que integram o Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano- PDDU do Município de Resende, aprovado em 29 de dezembro de
1992.

O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Resende é um conjunto composto pelas


seguintes Leis:

 Lei Municipal nº 1796, de 29 de dezembro de 1992, que dispõe sobre o zoneamento de


uso e ocupação do solo, do perímetro urbano da sede e Distritos do Município de
Resende;
 Lei Municipal nº 1797, de 29 de dezembro de 1992, que dispõe sobre a política de
promoção do desenvolvimento urbano do Município de Resende;
 Lei Municipal nº 1798, de 29 de dezembro de 1992, que institui Normas Gerais relativas
às Edificações no Município de Resende – (Código de Obras e Edificações);
 Lei Municipal nº 1799, de 29 de dezembro de 1992, que dispõe sobre o parcelamento
do solo urbano do Município de Resende; e
 Lei nº 1031, de 08 de junho de 1977, que institui o Código de Posturas de Resende
(normas sobre a higiene pública, bem-estar público e localização e funcionamento de
estabelecimentos comerciais, industriais e prestadores de serviços e fiscalização de
posturas municipais, infrações e penalidades correspondentes).

Tendo como base o disposto na Lei de Zoneamento de Uso e Ocupação do Solo aplicável, à
época, ao 3º Distrito de Resende, os índices urbanísticos (que estabelecem os tipo de uso e os
parâmetros de ocupação dos imóveis) sofreram algumas alterações trazidas por leis e decretos
que, de forma pontual, promoveram a adequação dessa legislação à situação do Município de
Porto Real.

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Cite-se, em especial:

 Lei nº 014, de 14 de agosto de 1997- alterou os limites da área urbana, estabeleceu a


Zona Industrial e autorizou a criação do Polo Urbo Agro Industrial de Porto Real (em
Anexo está o memorial descritivo do perímetro da área de expansão urbana e da zona
industrial do Porto Real);
 Lei nº 42, de 08 de dezembro de 1998 - aprovou a mudança de parte da Zona Industrial,
transformando-a em Zona Residencial 2- ZR2;
 Lei nº 230, de 05 de setembro de 2005 - aprovou a alteração no zoneamento de parte
do perímetro da ZR 2, considerando-a como Zona Industrial; e
 Lei nº 282, de 08 de novembro de 2006 - autorizou a mudança e a classificação de parte
da ZR 1 para Zona Industrial, de acordo com a delimitação constante de seu Anexo.

É clara, portanto, a insuficiência da legislação de uso e ocupação do solo no Município de Porto


Real e, especialmente, a carência de uma proposta de ordenamento territorial que norteie as
decisões referentes aos limites e à localização das áreas industriais e residenciais.

7.6.5 Lei de Parcelamento do Solo Urbano

À falta de legislação municipal sobre o parcelamento do solo urbano, os loteamentos aprovados


no Município são objeto de Decretos específicos, para cada empreendimento, determinando a
execução de Plano Urbanístico contendo os requisitos urbanísticos, como as exigências para a
abertura das vias, a demarcação dos lotes, quadras e logradouros; obras de infra-estrutura
necessárias, entre outras exigências a serem cumpridas pelo loteador.

Os seguintes Decretos ilustram os procedimentos adotados pela Prefeitura de Porto Real para a
aprovação de parcelamento do solo em seu território:

 Decreto nº 771, de 04 de agosto de 2005 - Dispõe sobre a aceitação das obras de


infraestrutura da Etapa 1-A do loteamento Colinas de Porto Real;
 Decreto nº 1218, de 20 de abril de 2009 - Aprova a execução do Plano Urbanístico do
Loteamento Morada Vale do Ypê;
 Decreto nº 225, de 25 de abril de 2000 – Aprova a execução do Plano Urbanístico do
"Condomínio Residencial Jardim Real"; e

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 Decreto nº 096, de 12 de maio de 1998 – Aprova a execução do Plano Urbanístico do
loteamento Village Porto Real.

Como resultado da fragilidade da legislação em vigor e da inexistência de Plano Diretor que


norteie o processo de uso e ocupação do solo no território do Município, constata-se, há algum
tempo, a ocorrência de inúmeros empreendimentos, seja de parcelamento do solo urbano, seja de
edificações, que não respeitam regras técnicas adequadas ou que são realizados sem a devida
aprovação do Poder Público. Para coibir a aceleração do processo de uso e ocupação do solo
urbano, sem a devida observância de normas e procedimentos que assegurem a qualidade do
tecido urbano, foi editado o Decreto nº 1319, em 19 de abril de 2010, proibindo o “parcelamento
do solo urbano no Município de Porto Real por tempo indeterminado ou até que sobrevenha
legislação especial tratando da matéria”.

Trata-se de assegurar que as propostas e medidas legais, a serem formuladas no decorrer da


elaboração do Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável, possam ser adotadas de forma
coerente, evitando-se que se instalem práticas de especulação imobiliária ou de aprovação
açodada de empreendimentos que venham a comprometer as propostas e diretrizes que
constarão do referido Plano Diretor.

7.6.6 Habitação de Interesse Social

O Município conta com legislação que trata da habitação de interesse social, a saber:

 Lei nº 309, de 07, de 03 de dezembro de 2007, que cria o Fundo Municipal de Habitação
de Interesse SociaI - FMHIS, e institui o Conselho Municipal do FMHIS, com vistas à
implantação de política habitacional voltada à população de menor renda.
 O Conselho Municipal de Habitação é o órgão deliberativo, com composição paritária,
entre representantes da sociedade civil e do Poder Público, com a atribuição de
determinar as prioridades e ações da política municipal de habitação de interesse social.
 Lei nº 330, de 24 de novembro de 2008 – Cria o setor de Engenharia Pública, junto à
Secretaria de Obras e Infraestrutura, com o objetivo de prestar assistência técnica
gratuita a projetos, construções, acréscimos e legalizações de moradia com até 80m²
(oitenta· metros quadrados), localizada em área de especial interesse social.
 Decreto Municipal 901, de 13 de setembro de 2006 - Dispõe sobre o fornecimento de
"planta popular" às pessoas de baixa renda no Município de Porto Real.

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 Trata-se do fornecimento de planta “popular”, sem ônus, para a obtenção da devida
licença, de projetos de construção de prédios residenciais para pessoas de baixa renda,
como tal consideradas as que não tenham renda familiar superior a 3 (três) salários
mínimos e não possuam outro imóvel residencial no Município; e
 Lei nº 227, de 08 de Agosto de 2005- Dispõe sobre a erradicação de sub habitação –
Trata-se de programa municipal para fornecer material de construção para famílias de
baixa renda, criando, para tanto a Comissão Especial de Erradicação da Sub-Habitação.

7.6.7 Código Tributário

A Lei nº 189, de 29 de dezembro de 2003, dispõe sobre o Código Tributário do Município


de Porto Real. Trata-se de lei bastante atualizada e completa, cabendo destacar alguns
dispositivos, face à relevância para o Plano Diretor de Desenvolvimento Sustentável, em
especial no tocante à disciplina do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana- IPTU.

Constata-se que a Prefeitura Municipal de Porto Real não tem uma arrecadação expressiva em
relação ao IPTU, tanto em termos quantitativos como em termos do universo de contribuintes
desse tributo. De fato, a base de cálculo é de baixo valor, tendo em vista a falta de atualização da
Planta de Valores do Município. Para ilustrar este fato, mencione-se o valor médio do IPTU
cobrado, no exercício de 2009, que foi de R$ 78,64 (setenta e oito reais e sessenta e quatro
centavos) por ano, o que corresponde à média mensal de R$ 6,55 (seis reais e cinquenta e cinco
centavos), por imóvel. No ano de 2010, estima-se que a média anual será de R$ 80,90 (oitenta
reais e noventa centavos), o que equivale à média mensal de R$ 7,49 (sete reais e quarenta e
nove centavos) por imóvel.

A política tributária do Município também está baseada em grande número de isenções


relativamente à cobrança do IPTU. Nesse sentido, dispõe o Código Tributário do Município, em
seu artigo 158, § 5º:

§5º. O imposto predial que recair sobre o imóvel cujo proprietário de um único imóvel no
Município nele residir, será reduzido de 50% (cinquenta por cento), mediante requerimento
e comprovação do interessado, devendo ser requerido até o mês de outubro para vigorar
no exercício seguinte.

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§6º. A autoridade fazendária deverá comprovar a veracidade das informações, sendo que,
a qualquer tempo, comprovado que o proprietário do imóvel não tinha ou deixou de ter
direito à redução de que trata o §5º, será exigida a parcela não paga, acrescida de multa
de mora e atualizada monetariamente, na forma do art. 166 deste Código.

Observe-se que se trata de regra geral, não se exigindo o cumprimento de nenhuma outra
exigência, por parte do proprietário, que não seja a comprovação de que não possua outro imóvel
no Município e que resida no referido imóvel.

Além da isenção estipulada no Código Tributário, a Lei nº 251, de 28 de dezembro de 2005,


determinou a extensão dessa isenção às pessoas físicas que sejam proprietários, titulares de
domínio útil ou possuidores, a qualquer título, de imóveis residenciais ou lotes urbanizados, desde
que não sejam possuidores de outro imóvel no Município, nas seguintes hipóteses:

 ser servidor público municipal efetivo;


 ser, o titular, ex-integrante da Força Expedicionária Brasileira;
 ter o imóvel área edificada que não ultrapasse oitenta metros quadrados (80m2); e
 ser, o titular, aposentado por invalidez.

A isenção aplica-se, ainda, a todos os imóveis com área edificada de mais de 80 (oitenta) metros
quadrados, hipótese em que a isenção será de 50 % (cinquenta por cento) do valor
correspondente a área que exceder os referidos 80 m2 (oitenta metros quadrados).

Finalmente, os lotes urbanizados e não edificados, situados em logradouro dotado de calçamento


ou pavimentação, murados, com calçada, emboçados, pintados e limpos, terão o imposto
reduzido em 30 % (trinta por cento).

Observa-se, portanto, que o Município adota uma política bastante permissiva de isenção
tributária, com relação ao IPTU.

7.6.8 Demais Leis Municipais

 Lei Municipal n° 193, de 14 de Abril de 2004 - Inst itui penalidade pecuniária para os
proprietários que não mantenham seus terrenos limpos e cercados;

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 Lei Municipal nº 188, de 24 de novembro de 2003 – Dispõe sobre a utilização do solo e
subsolo de propriedade do Município de Porto Real e autoriza a cobrança pela sua
utilização;
 Lei Municipal nº 294, de 16 de abril de 2007 - Dispõe sobre o tombamento de bens
localizados em Porto Real; e
 Lei Municipal nº 226, de 01 de agosto de 2005 – Institui o Programa de Apoio ao
Trabalhador – Objetiva facilitar e incentivar a inserção do trabalhadores de Porto Real no
mercado de trabalho da região Sul Fluminense, sobretudo os de renda de até 2(dois)
salários mínimos, com medidas tais como: qualificação profissional; auxílio transporte
para deslocamentos intermunicipais na região entre os Municípios de Volta Redonda e
Itatiaia; organização de cadastro de trabalhadores residentes no Município, de empresas
estabelecidas na região e de vagas disponíveis no mercado.

7.7 Terceiro Setor

7.7.1 Associações de Moradores

São as seguintes as Associações de Moradores existentes em Porto Real:

 Associação de Moradores dos Bairros Centro, Ettore e Nova Colônia;


 Associação de Moradores do Bairro Novo Horizonte ;
 Associação de Moradores do Bairro Colinas (AMACOL);
 Associação de Moradores do Bairro Village (AVILLAGE);
 Associação de Moradores do Bairro Vila Real;
 Associação de Moradores do Bairro Freitas Soares;
 Associação de Moradores do Bairro de Fátima;
 Associação de Moradores do Bairro São José;
 Associação de Moradores e Amigos do Bairro Jardim das Acácias (AMAJA);
 Associação de Moradores do Bairro Parque Mariana (AMAPM);
 Associação de Moradores do Bairro Bulhões; e
 Associação Vittorio Emanuelle II.

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7.8 Cursos

Há alguns cursos fornecidos para a população, por meio de parcerias com instituições não
governamentais, tais como:

 Cursos de inseminação artificial, em convênio com o SENAR;


 Cursos de tecnologia em alimentos de origem animal – módulo lactei, para as
merendeiras da rede municipal de ensino, em convênio com Universidade de Barra
Mansa;
 Curso de tecnologia em alimentos de origem animal – módulo lácteo, para os alunos de
ensino fundamental, em convênio com Universidade de Barra Mansa - UBM; e
 Palestras sobre boas práticas de ordenha e higiene para os produtores de leite de Porto
Real, em convênio com o SEAPPA.

8. Aspectos Relevantes para o Desenvolvimento

A situação atual do Município mostra aspectos altamente favoráveis ao seu desenvolvimento


sustentável simultaneamente a alguns fatores limitantes que precisam ser sanados para garantir o
crescimento econômico associado ao desenvolvimento sociocultural, o que resultará melhor
qualidade de vida aos cidadãos de Porto Real.

Cumpre destacar:

 Porto Real apresenta situação geográfica privilegiada, pois está localizado à margem de
uma das principais rodovias e próxima aos dois maiores centros econômicos do País,
além de se inserir em uma região de significativa expressão industrial;
 O território municipal está cortado quase ao meio pela Rodovia Presidente Dutra e por
uma ferrovia, apresentando características bastante distintas nas duas porções
separadas por essas vias, e completamente dissociadas entre si. A transposição dessas
vias é um fator dificultador da integração entre essas porções;
 Enquanto a porção ao norte das vias, “abraçada” pelo rio Paraíba do Sul, é formada, em
quase toda a sua extensão, por terrenos planos e baixos, acomodando uma vasta
planície de inundação, a porção sul é mais seca, mas apresenta relevo bastante
acentuado, com declividades inadequadas à ocupação adensada. Esses dois tipos de

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formação geomorfológica reduzem as possibilidades de grande expansão populacional
do Município;
 As Áreas de Preservação Permanente estão bastante degradadas, não restando quase
nada das matas ciliares ao longo dos cursos de água;
 Os drenos construídos pelos proprietários de terrenos próximos às margens do rio
Paraíba do Sul muitas vezes acabem funcionando de forma inversa ao desejado,
trazendo água do rio para os terrenos ao invés de escoar a água destes para o rio,
acentuando o caráter alagadiço dessas áreas;
 As condicionantes limitadoras do uso do solo levaram à formação de uma cidade
polinucleada e não articulada, com três núcleos urbanos, predominantemente
habitacionais bem caracterizados, seja na sua localização, seja pelo tipo de edificação
ou pela densificação populacional: núcleo central, região de Freitas Soares e região de
Bulhões.
 As indústrias agrupam-se em uma área própria, próxima aos dois primeiros núcleos
habitacionais, com ligação direta à Via Dutra;
 A utilização da ferrovia poderia favorecer significativamente as indústrias, tanto no
recebimento de matéria-prima e insumos quanto no escoamento da produção, além de
reduzir o volume do tráfego rodoviário pesado no espaço urbano;
 O parque industrial de Porto Real está intimamente articulado com o Município de
Resende, que tem uma fábrica de caminhões junto à divisa com Porto Real, utilizando-
se do acesso viário deste Município e estocando a sua produção em terrenos de Porto
Real, no qual se localizam as transportadoras de veículos que atendem tanto à Peugeot-
Citröen, de Porto Real, quanto à MAN Volkswagen, de Resende. Não há como
considerar esse parque industrial dissociando os dois Municípios;
 Apesar de alta empregabilidade do Município, resultante principalmente do número de
indústrias aí instalado, a população local não tem sido favorecida. A baixa qualificação
profissional impede que cidadãos de Porto Real ocupem as vagas oferecidas pelas
empresas, a não ser as de menor qualificação;
 Em decorrência da pouca capacitação profissional da população local, existe uma
população flutuante de cerca de 5.000 pessoas que trabalha em Porto Real, mas reside
nas cidades vizinhas, gerando um custo, em benefícios de transporte, significativo para
as empresas e reduzindo as oportunidades de dinamização do comércio e serviços
locais;

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 Há previsão de novos investimentos das empresas já instaladas,como também de
instalação de novas empresas no Município. Esses fatos poderão provocar aumento de
demanda por habitação, comércio e serviços, em quantidade e qualidade;
 A atual população flutuante, acrescida da prevista em função da ampliação das
empresas, representa um mercado consumidor importante para investimentos
imobiliários, bem como para o surgimento de novos negócios de comércio e serviços,
além as de educação e saúde de qualidade;
 Os atuais loteamentos apresentam uma elevada taxa de imóveis não construídos, que
poderiam abrigar uma população adicional de quase 13.000 pessoas, considerando uma
família média de 3,2 pessoas;
 Paralelamente aos terrenos não construídos, há um número considerável de lotes com
vários domicílios, decorrentes da prática não recomendável de “fracionamento” do lote,
que sobrecarrega a infraestrutura básica e os serviços urbanos;
 A não existência de legislação urbanística e edilícia do Município tem feito com que as
análises e aprovações de parcelamentos ou edificações se fundamentem na legislação
de Resende, referente ao antigo 3º Distrito, hoje Porto Real. Também tem impedido uma
política mais efetiva em relação ao uso e ocupação do solo;
 Não se evidencia qualquer nível de hierarquização do sistema viário urbano, que
apresenta alguns pontos de estrangulamento por dimensionamento inadequado de vias
e rótulas e pelo conflito do trânsito de veículos leves com o tráfego pesado das
indústrias;
 Não há qualquer priorização para a circulação de pedestres ou ciclistas, ainda que em
Porto Real a bicicleta seja um meio de transporte altamente utilizado;
 O transporte público municipal é inadequado para atender às necessidades da
população, pela insuficiência de veículos e não existência de trajetos diversificados, pois
só há dois ônibus em uma linha circular para atender a todos os moradores;
 Apesar de a rede física de educação e saúde ser bem dimensionada e bem distribuída,
tendo-se em conta a demanda atual da população, e dos benefícios oferecidos pela
Administração Municipal nessas duas áreas, há uma manifestação generalizada de
insatisfação quanto à qualidade dos serviços prestados, quanto à capacitação técnica
dos profissionais e à forma de atendimento;
 A cidade é bastante tranquila, apresentando baixos níveis de criminalidade;

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 Embora o Município tenha uma excelente arrecadação e um PIB per capita bastante
elevado, a grande maioria da população não usufrui da riqueza municipal, a não ser
indiretamente, pelos benefícios oferecidos pela Administração Municipal; e
 A participação popular no processo decisório é bastante reduzida e circunstancial,
ocorrendo apenas nos momentos em que determinada comunidade tem uma
reivindicação efetiva a fazer.

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Glossário de Siglas

AMPLA – Ampla Energia e Serviços Ltda.


CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e
Emprego
CAPS - Centros de Atenção Psicossocial
CIEP- Centros Integrados de Educação Pública
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional
DST- Doença Sexualmente Transmissível
EJA – Educação de Jovens e Adultos
ETA – Estação de Tratamento de Água
Fundação CIDE – Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro
FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação
FPM – Fundo de Participação dos Municípios
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMS - Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços
de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação
ICP Brasil - Infra-Estrutura de Chaves Públicas Brasileira
INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira do Ministério da
Educação
IPI Exportação – Imposto sobre Produtos Industrializados, repassado aos Municípios,
proporcionalmente aos produtos por eles exportados
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículo Automotor
ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITBI – Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis
ITR – Imposto Territorial Rural
LC 87/96 – Lei Complementar 87/96
OMS – Organização Mundial da Saúde
PIB – Produto Interno Bruto

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PMPR- Prefeitura Municipal de Porto Real
PPA – Plano Plurianual
PSF – Programa de Saúde da Família
SEAPPA – Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de
Janeiro
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas
SENAR – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
SUS – Sistema Único de Saúde
UTI – Unidade de Tratamento Intensivo

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