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Deitei-me para dormir muito angustiada porque via no templo as movimentações das Ninfas na

escolha das Falanges e ninguém interessava-se pela falange que pertenço, a abnegada falange
das Ciganas Aganaras. Uma imensa tristeza tomava conta de mim e eu, mentalmente,
perguntava ao pai Seta Branca porquê?" eu que me dedicava tanto à Doutrina não tinha uma
falange no meu Templo de Ciganas Aganaras para junção de nossas forças, na união bendita de
irmãs irmanadas numa mesma vibração. E, no silêncio da noite, dormi, ainda com as lágrimas
escorrendo pelomeu rosto, molhando o travesseiro.

De repente me vi sentada à porta da casa de Tia Neiva, no Templo Mãe e, olhando à esquerda,
vi a movimentação de muitas Aganaras; "Não estou com minha indumentária"- pensei com
tristeza. Neste instante uma Ninfa se destacou do grupo e veio em minha direção, parecia que
eu a conhecia, mas não tinha certeza. Fiuei muito preocupada que ela viesse me convidar para
me juntar a elas, porque não tinha minha indumentária para vestir e me juntar à Falange.
Comecei a chorar. Era a primeira vez que via tantas Aganaras reunidas e não podia participar!
Porquê? estaria numa falange errada? Será que eu não era aceita na Falange das Ciganas
Aganaras? Uma grande inquietação começou a tomar conta de mim.

À medida que a Ninfa se aproximava, alguma coisa acontecia e pude ver que a indumentária ia
se transformando numa roupa de jaguar e a Ninfa era Tia Neiva!

_ Salve Deus, minha filha. Por que está chorando? - perguntou meigamente.

_ Ah, Tia (uma das poucas vezes que a chamei assim), são tantas coisas! Veja, sou uma Cigana
Aganara e não posso me juntar à Falange porque estou sem minha indumentária. A Senhora
sabe, sou de um distante e não a trouxe na viagem!

_ É, filha, isto é uma falta porque a indumentária deve acompanhar a ninfa onde quer que ela
vá. Não se sabe quando será necessário o trabalho. E há trabalho que só uma Aganara é capaz
de fazer.

_ Mas, Tia, porque quando observamos as falanges, percebemos que a Falange das Aganaras
é bem menor do que outras?

_ Isto te aborrece, filha? Você acha que a quantidade é importante? Você acha que ser uma
Aganara é uma bênção? Não é não, é um resgate, um reajuste pelas bênçãos de Deus.

Neste momento lembrei-me tina saído da Falange, vestida de indumentária de Aganara, só


apareceu de jaguar quando chegou bem perto de mim.

-Tia, perguntei- Você estava com a indumentária de Cigana Aganara...

_ Minha filha, eu vivi na tribo cigana como Natasha, esqueceu? E lembre-se a falange das Ciganas
Aganaras não é pior nem melhor do que outra, é uma Falange diferente.

_ Diferente, porquê? - Pergntei.

_ Primeiro, filha, é preciso que minhas filhas missionárias saibam que aquela ninfa que julgar a
sua falange superior à das suas irmãs não tem conduta doutrinária, nem exerce a humildade, de
forma correta, deixando-se conduzir pela vaidade e competição. E eu já disse tudo na carta às
Ninfas Consagradas pelo Reino central, em 18 de fevereiro de 1981. Cada Ninfa integra uma
falange considerando sua jornada cármica. E as Aganaras não são diferentes. São muito
ligadas à justiça e Espiritualmente tem muita força interior e fé de verdade; sempre buscando
a essência da Doutrina. São agitadas e alegres, mas compenetradas nos trabalhos. Não é
qualquer Ninfa que pode assumir esta falange... mas é certo que uma Aganara equilibrada,
em perfeita sintonia, liberta Legiões com sua conduta e com o seu canto. Filha, continue sua
missão com fé em nosso Divino e amado Mestre e no Pai Simiromba. Não deixe que as
dificuldades da personalidade desviem sua missão. Eu, sua Mãe Koatay 108, sempre estou
presente no decorrer de sua jornada.

E se afastando juntou à Falange, que entrou no Templo, pelo Turigano, cantando Maianti.

Tinha aprendido outra lição.

Este texto faz parte do livro " De Mãe para filha- Minhas palestras com tia Neiva"

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