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PENITENCIÁRIA
CORPO DE BOMBEIROS MILITAR
COMANDO GERAL
Portaria n. 286/2017
RESOLVE:
PUBLIQUE-SE E CUMPRA-SE
Colaboradores do CETESB
Edson Haddad – Técnico CETESB
Anderson Pioli – Técnico CETESB
Fotógrafia
Comunicação Social – CBMGO/BM-5
Foto de Capa
1º Sgt/Combatente Aylon Ferreira Serbêto
Sd QP/Combatente Alessandro Moreira Ribeiro
Participação nos fluxogramas
Cb QP/Combatente Aistein Alves Oliveira
Goiânia/GO
2017
M294 Manual operacional de bombeiros: produtos perigosos /Corpo de Bombeiros Militar do
Estado de Goiás. – Goiânia: - 2017.
123 p. : il.
Colaboradores.
CDU: 616-083.98
PREFÁCIO
Objetivos
Apresentar a importância do atendimento e a padronização do atendimento
envolvendo produtos perigosos; e
Apresentar a evolução dos acidentes envolvendo produtos perigosos no estado
de Goiás, atendidas pelo CBMGO.
Finalidade
Este presente manual tem como finalidade estabelecer procedimentos
necessários para aqueles que respondem a emergências envolvendo produtos
perigosos - PP e a padronização dos termos aplicados nessa atividade no âmbito do
Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás.
Estatística
Os acidentes envolvendo produtos perigosos - PP são uma preocupação de
política pública, das empresas que fazem o seu manejo, dos locais de pesquisa, da
população e do meio ambiente que sofrem os maiores riscos de contaminação
(OLIVEIRA, 2011), seja pelo material perigoso encontrado nos acidentes em seus
estados físicos, como: sólido, líquido ou gasoso. Conforme documentação de
acidentes envolvendo PP registrados no estado de Goiás pelo Corpo de Bombeiros
Militar no dia a dia (SIAE, 2017), observou-se uma grande quantidade de
ocorrências envolvendo este tipo de material, consequentemente provocando danos
e prejuízos ao meio ambiente.
No entanto, por serem ocorrências de alta periculosidade e de riscos
específicos, é necessário que as pessoas envolvidas na produção, no transporte,
armazenamento, na utilização e no descarte do produto químico, conforme seu ciclo
químico (FUNDACENTRO, 2017), tenham o mínimo de conhecimento do risco que
corre ao fazer o seu uso inapropriado.
No sentido de ilustrar a problemática social que resulta da falta de
conhecimentos no manuseio de produtos químicos, trazemos alguns dados
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Química é uma ciência que tem como objeto de estudo a matéria e suas
transformações. Matéria é tudo aquilo que possui massa e ocupa lugar no espaço
(Atkins & Jones, 2006). Entre os vários tipos de matérias existentes, tem se aquelas
que se enquadram como Produtos Perigosos.
A unidade fundamental da matéria é o átomo. Quando dois ou mais
átomos se unem por meio de ligações químicas, podem formar moléculas,
compostos íonicos ou metais. Essas moléculas e compostos podem interagir entre si
e formar uma substância. Quando duas ou mais substâncias se misturam, temos o
que chamamos de materiais (Santos, 2005).
Um Produto Perigoso, quando na forma de substância ou material, pode
ser encontrado nos estados sólido, líquido e/ou gasoso, e apresentar propriedades
físicas tais como: ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade e viscosidade.
Substâncias Material
(mistura de
Substância Substância Substância duas ou mais
atômica iônica molecular substâncias)
Figura 4 – Líquidos com viscosidades diferentes. Da esquerda para a direita aumenta a viscosidade.
Fonte: http://www.manutencaopreditiva.com.
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Seção 4 – Glossário
Objetivos:
Elencar termos específicos e as definições para emergências envolvendo produtos
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perigosos.
CAPÍTULO 3 – IDENTIFICAÇÃO
Objetivos:
Identificação de Produtos Perigosos no Brasil e no mundo;
Familiarizar a tropa com as simbologias de identificações de PP.
1 – Identificação ONU
1.1 – Painel de Segurança: figura de cor laranja que é utilizado para o transporte
rodoviário de PP. Possui a parte inferior destinada ao número de identificação do
produto (Número ONU) e a parte superior destinada ao número de risco.
Observações:
Número de risco
Número ONU
Figura 7 – Painel de segurança.
2 Gás
3 Líquido inflamável
4 Sólido inflamável
5 Substâncias oxidantes ou peróxidos orgânicos
6 Substância tóxica
7 Substância radioativa
8 Substância corrosiva
0 Ausência de risco
1 Explosivo
2 Emana gás
3 Inflamável
4 Fundido
5 Oxidante
6 Tóxico
7 Radioativo
8 Corrosivo
Perigo de reação violenta resultante da decomposição espontânea ou de
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polimerização
CORES SIGNIFICADO
Vermelho Inflamável
Verde Gás não inflamável/não tóxico
Laranja Explosivo
Amarelo Oxidante
Vermelho/amarelo Peróxido
Azul Perigoso quando molhado
Branco Venenoso/tóxico/infectante
Preto/branco Corrosivo
Amarela/branco Radioativo
Vermelho/branco Combustão espontânea
Vermelho/branco listrado Sólido inflamável
Quadro 2 - Código de cores – NBR 7500/2012
Classe 1 – Explosiva
Classe 2 – Gases
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2 – Diamante de Hommel
3 – Pictogramas
Sistema de classificação de modelo europeu, criada pela Comunidade
Europeia em Bruxelas, em 1993, muito encontrado em laboratórios de pesquisa.
Fonte:DESENVOLVIMENTO..Disponível.em:<.http://www.desenvolvi
mento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=818>. Acesso
em: 04 de Janeiro, 2013.
Figura 11: Transporte inadequado e erro de identificação no painel de segurança e rótulo de risco.
Fonte: Daniel Campos Correia.
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Objetivos:
Apresentar os níveis de capacitação;
Saber os limites de atuação de cada profissional.
Nível I – Básico/Alarme/Reconhecimento
Ao término do Curso de Formação de Praças – CFP e Estágio de Adaptação
de Cabos - EAC, na qual esses militares do CBMGO farão a atividade de
reconhecimento do evento. Entretanto, é o pessoal que no exercício de suas
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Nível II – Operações
Ao término do Curso de Aperfeiçoamento de Sargentos – CAS e Estágio de
Adptação de Sargentos - EAS, o militar respondedor é responsável pelo primeiro
atendimento ou resposta a emergências com produtos perigosos, tendo capacidade
de:
a) proteger-se;
b) empregar métodos formais de identificação de PP e recipientes envolvidos, além
de prever seus comportamentos e condições que a cercam;
c) realizar preventivamente o isolamento específico do PP do incidente, sem
participação direta no controle de vazamento;
d) definir as áreas de proteção;
e) planejar resposta inicial, empregando ações defensivas, empregando os materiais
e sua adequação para emergência com PP;
f) estabelecer e aplicar procedimentos de controle de cena, incluindo zonas de
controle, a descontaminação de emergência e comunicações; e
g) auxiliar os técnicos em emergência com PP.
Nível IV – Especialista
Suporte técnico avançado e independente nas emergências. São Oficiais e
Praças, que se habilitam na função de consultoria e assessoria para os Técnicos e
Comandantes de Incidentes HAZMAT, auxiliando no processo de tomada de
decisões. Realiza atividades de salvamento complexo, uso de equipamentos de
proteção respiratória compatíveis com a realidade da ocorrência, monitoramento
ambiental, transbordo e descontaminações.
a) desenvolvimento de estratégias;
b) desenvolvimento de táticas;
c) comando de execução das estratégias planejadas; e
d) comando de execução das táticas planejadas.
Objetivos:
Informar cada função dos respondedores no Zoneamento de Área de Trabalho -
ZAT.
Chefe de
Operações
Agente de
Segurança
Equipe de Intervenção
Equipe de
– atendimento Equipe de Suporte
Descontaminação
– reconhecimento
Líder de
Líder de Intervenção Líder de Suporte
Descontaminação
Auxiliares de Auxiliares de
Intervenção Descontaminação
Ajudantes de
Descontaminação
Auxiliares de
Auxiliares de
Proteção
Comunicação
Respiratória
Auxiliares de
Auxiliares de Análises
Operações de
Laboratoriais
Defesa Civil
Auxiliares de
Auxiliares de
Emergências
Meteorologia
Médicas
Auxiliares de
Logística
Quadro 3: Sistema de trabalho.
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da OBM da área.
Objetivos:
Identificação;
Isolamento;
Salvamento;
Contenção/confinamento; e
Descontaminação.
Guarda Municipal –
Polícia Rodoviária
Aterro Sanitário –
Órgão Ambiental
Órgãos
Transportador
Polícia Militar
Prefeitura
ABIQUIM
Trânsito
Militar
CNEN
Atividades
Identificação Sim Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Sim
Isolamento Sim Sim Sim Sim Não Não Não Não Sim
Salvamento Sim Não Não Não Não Não Não Não Não
Contenção Sim Não Não Não Sim Não Sim Sim Sim
Descontaminação Sim Não Não Não Sim Não Sim Não Sim
Zona Quente/Exclusão Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não
Zona Morna/Redução de
Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não
contaminação
Zona Fria/Apoio Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim Sim
Quadro 4: Atribuições legais.
Objetivos:
Controlar os níveis de contaminação no atendimento às ocorrências.
Figura 15 – ZAT.
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Seção 3 – Isolamento
Objetivos:
Apoiar na segurança dos respondedores, das vítimas, do patrimônio e do meio
ambiente, garantindo a permanência de gerações futuras.
Deverá ter inicialmente de 50 a 100 metros de raio, e posteriormente serem
reavaliados para fins de segurança dos respondedores, vítimas, população e
equipamentos. Os fatores que irão influenciar no aumento ou diminuição do raio de
isolamento inicial são:
Zona Quente
Zona morna
Zona fria
Posto de
Comando
O L
Observação:
- O manual da ABIQUIM poderá ser utilizado, devendo ser consultada a tabela de
isolamento (guia verde);
- Quando o produto for identificado, a Ficha de Informação de Segurança do Produto
Químico – FISPQ é de uso obrigatório. Porém, para o melhor atendimento, faz-se
necessário obter todas as informações do PP, podendo ser consulado o manual
NIOSH – National Institute for Occupational Safety and Health, do Instituto Nacional
de Segurança e Saúde Ocupacional e dentres outras formas de identificação.
Seção 4 – Estacionamento
Objetivos:
Posicionar de forma segura as viaturas de emergências para a efetivação do
atendimento.
Cuidados devem ser tomados quanto ao posicionamento de viaturas no local
dos eventos com produtos perigosos, pois existem peculiaridades específicas de
ocorrências dessa natureza:
Seção 5 – Descontaminação
Objetivos:
Reduzir a contaminação dos respondedores, vítimas, equipamentos e dentre outros.
Retirada do
Sacos plásticos
6 EPR
e banqueta
Água, sabão Lavagem de
7 neutro, mesa, campo
toalhas e roupão
Figura 20 – Layout H.
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Figura 29 – Corredor de redução de contaminação, básico, risco leve com sete estações.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
Objetivos:
Selecionar os níveis de proteção conforme o risco;
Saber os equipamentos a serem utilizados para cada traje;
Observar os fatores de risco na escolha correta do traje.
e) dielétrica/isolante;
f) proteção contra poeiras químicas, biológicas e radioativas;
g) não acumular calor interno; e
h) não impedir movimentação ou comunicação.
Observação:
As roupas de proteção contra contaminação foram desenvolvidas para
proteger a pele do usuário da contaminação acidental. No entanto, não existe
tecido capaz de resistir a todos os materiais perigosos, assim será utilizada de
acordo com o risco existente no acidente e deve-se definir o grau de proteção
exigido na operação independente do estado físico do PP.
NÍVEIS DE PROTEÇÃO
d) botas com resistência química com palmilha e biqueira de aço, ou bota interna ou
externa de proteção química;
– Nível D:
Traje utilizado somente como uniforme ou roupa de trabalho e em locais não
sujeitos a riscos de contaminação, não prevenindo contra riscos envolvendo
produtos perigosos.
Figura 33 – Nível D.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
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Objetivos:
Direcionar o atendimento aos órgãos responsáveis;
Executar o atendimento de forma segura.
Objetivos:
Acionar outras instituições caso necessário;
Executar sequência correta do atendimento conforme sua natureza.
Objetivos:
Saber utilizar substâncias de baixo custo para contenção.
Otimizar o uso de equipamentos e o efetivo.
Utilizar a melhor técnica de contenção.
Observações:
O vazamento/derramamento de um material perigoso líquido tenderá a
acumular-se no solo, dando origem à formação de uma poça. O tamanho dessa
poça dependerá da sua taxa de alimentação, das características do produto, do
tipo de solo e da presença de obstáculos.
O evento subsequente quando se forma a poça, é a evaporação do produto,
diluindo no meio ambiente. A taxa de evaporação dependerá do tamanho da poça,
da troca térmica com o ar e o solo, da velocidade do vento, do tipo de solo e
das características do produto, como a volatilidade e pressão de vapor do
material.
Quanto maior o tamanho da poça maior será a taxa de evaporação do
produto. No entanto, torna-se fundamental conter o líquido derramado,
propiciando uma taxa elevada de evaporação e a formação de uma nuvem muito
concentrada na atmosfera.
A velocidade do vento também influencia a taxa de evaporação. Uma maior
velocidade do vento propicia uma maior remoção dos vapores acima do líquido,
acelerando o processo de evaporação.
Este manual apresentará três técnicas para o controle de derramamentos de
produtos líquidos, como desvio, dique de contenção e retenção de produto.
A técnica de desvio consiste no deslocamento controlado de um líquido de
uma área para outra, na qual os efeitos ao homem e ao ambiente possam ser
reduzidos. A técnica de dique de contenção consiste na utilização de uma ou mais
barreiras, para conter ou controlar o deslocamento de líquidos de uma área para
outra. Na técnica de retenção consiste na contenção temporária de um líquido em
uma determinada área.
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3.1 – Desvio
Podem ser utilizados diversos substratos como barreira (terra e areia), para
desviar material perigoso. O desvio é realizado antes da chegada do líquido ao local
a ser protegido, a utilização desses materiais é muito prática e quase sempre,
estarão disponíveis.
O desvio deve ser construído de maneira adequada. Um pequeno desvio,
cada respondedor deverá utilizar ferramentas para cavar e preparar o solo. No
mesmo momento em que um respondedor prepara o solo, o segundo respondedor
recolhe e amontoa o material recolhido nos locais escolhidos e um terceiro
respondedor realiza a sua compactação. Assim, continuar até que o desvio esteja
terminado.
Poderão ser utilizados equipamentos pesados para a construção de um
desvio, em casos envolvendo grandes derramamentos de líquido.
– Características:
A primeira característica na construção do dique de contenção é que poderá
ser construído com qualquer material disponível nas proximidades do
derramamento/vazamento, mas o respondedor deverá tomar cuidado para que o
produto perigoso a ser contido não reaja com o material do dique. Entretanto, podem
ser utilizados na construção materiais comuns como areia, terra, pedras,
substâncias compatíveis de baixo custo (cimento, cal virgem e entre outros)
ou detritos diversos, sendo assim, é uma atividade de baixo custo e que exigirá
pouca mão de obra, contando com duas a quatro pessoas.
Figura 37 – Acidente atendido pelo CBMGO em Quirinópolis envolvendo ácido clorídrico, com o uso
de pá mecânica na contenção.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
Cuidado:
Em sitações com inflamáveis, não se deve utilizar Roupas
confeccionadas em plástico, a menos que ofereçam também proteção térmica
contra “Flash Over”, caso contrário, somente usar roupa de proteção térmica
com EPRA.
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3.3 – Retenção
Em ocorrência envolvendo PP, não havendo a possibilidade de construção de
um desvio ou de diques, torna-se a melhor opção a retenção do produto
derramado/vazado em uma vala/bacia/tanque de contenção.
Logo, a retenção consiste em uma contenção temporária de um líquido em
uma determinada área, onde o mesmo poderá ser absorvido/adsorvido,
neutralizado, diluído ou transferido para outro local.
Devido o fluxo do produto e do pequeno número de respondedores em
campo, não é viável a construção de um desvio ou de um dique. Assim, a retenção
do material perigoso é a técnica mais indicada, podendo ser realizada de duas
maneiras:
- Critérios:
1ª ação: É o revestimento da caixa com uma lona, a qual deverá ser escorada por
objetos pesados ou areia e pedra.
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- Finalidades:
1ª - Impedir que o produto atinja a tubulação de saída da caixa;
2ª - Minimizar a contaminação da caixa, reduzindo a geração de resíduos.
Observação:
Produto contido na caixa poderá evaporar, criando um risco adicional. Em
casos de pequenas quantidades tenham sido derramadas, pode-se cobrir o produto
com lonas. Para o caso de grandes derramamentos, pode-se aplicar espuma sobre
o material contido, para prevenir a sua evaporação.
Procedimentos:
1º procedimento:
- Aplicação de uma neblina d’água sobre a nuvem na atmosfera, de modo a
restringir ao máximo o seu espalhamento no ambiente. Esta neblina d´água deve
estar posicionada entre a nuvem e a população a ser protegida.
Figura 38 – Acidente atendido pelo CBMGO em Goiânia/GO envolvendo gás tóxico, com o uso de
neblina d‟água na contenção, 2009.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
A eficiência desta ação será maior quando o produto envolvido for solúvel
em água, como ocorre com a amônia, ou se o produto reagir com a água, como
ocorre com o cloro, cuja reação gera a formação de ácido clorídrico. Ao se aplicar
neblina d‟água sobre a nuvem ocorrerá a sua solubilização e deposição do resíduo
no solo.
Já quando envolve materiais insolúveis em água, como o GNV/GLP, a
neblina d'água deverá ser utilizada, pois atuará como um bloqueio físico ao
deslocamento da nuvem.
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2º Procedimento:
Procedimentos:
A contenção de PP é realizada por meio de barreiras de contenção e
materiais absorventes. Esse procedimento será realizado quando o corpo d´água
apresenta reduzidas dimensões e/ou vazões.
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3.6 – Estanqueidade
Procedimentos que podem ser utilizados vários equipamentos, como
batoques, massas de vedação, tiras de borracha, fitas adesivas especiais e
equipamentos improvisados. Esses recuros podem ser utilizados para estancar
vazamentos em tanques, tambores e tubulações.
Figura 44 – Acidente atendido pelo CBMMS com a utilização de massa de vedação - sabão.
Fonte: Nayara de Souza Olarte, 2017.
3.6 – Absorvente/adsorventes
Observação:
Em geral possuem capacidade de absorção, em média até 70 vezes o seu
peso em óleo enquanto que os absorventes orgânicos naturais ou
manufaturados absorvem no máximo 15 vezes o seu peso em óleo.
Objetivos:
Atender ocorrência utilizando ferramentas e técnicas aplicáveis sem correr risco de
explosão/inflamabilidade;
Na operação de transbordo de combustível em caminhão tanque envolvido
em acidente, devem-se observar fatores importantes que alteram a inflamabilidade
de tanques, tais como:
Figura 48 – Acidente atendido pelo CBMGO em Goiânia (Anel Viário) envolvendo álcool anidro,
com o uso de LGE.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
Aterramento de Emergência
Transferência da Carga
Destombamento/Içamento
O destombamento ou içamento de cargas e veículos consiste no emprego de
guinchos e/ou guindastes, com o objetivo de colocar em posição de rodagem
veículos que tenham tombado por ocasião de acidentes. Trata-se de operações
delicadas, que envolvem riscos como o rompimento dos vasos, a queda ou o
solavanco do recipiente, ou o rompimento dos cabos, que podem chicotear.
Para equipamentos de transporte de carga contendo líquidos, guinchos
potentes podem ser utilizados, porém deve-se evitar ao máximo a ocorrência de
arraste e atrito, inclusive dos cabos com o tanque.
O tranco ocasionado pela operação de destombamento deve ser minimizado,
pois mesmo tanques transbordados de material inflamável e aparentemente vazios
contêm vapores inflamáveis. Para aumentar a segurança no trabalho com
recipientes vazios que antes continham material inflamável, deve-se aplicar espuma
para abater os vapores inflamáveis.
Para minimizar o solavanco durante a operação de destombamento, deve-se,
dentro do possível e quando utilizado guincho, contrapor um segundo guincho na
direção oposta àquela para a qual o equipamento de transporte de carga será
destombado. Dessa forma, ele exerce uma força contrária que minimizará os efeitos
da tração exercida pelo guincho.
Deve-se evitar o arraste de veículos tombados, pois o atrito do metal com o
substrato pode ocasionar ignição, a qual pode ser evitada aplicando-se uma camada
de espuma na área de arraste do equipamento de transporte de carga.
Em todas essas situações, convém que, durante essas operações, mesmo as
pessoas diretamente envolvidas com o atendimento emergencial mantenham uma
distância segura do local.
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Contenção Final
A absorção é um processo físico em que um material coleta e retém o outro,
com a formação de uma mistura, podendo ser acompanhado de uma reação
química.
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Objetivos:
Saber atender ocorrência envolvendo várias modalidades de acidentes com GLP,
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- No envasamento do GLP:
AÇÕES A SEREM REALIZADAS
– Colete o maior número de informações possíveis relativas à ocorrência de
todas as fontes possíveis;
– Informe ao Centro de Operações da chegada ao local da ocorrência (caso
A
necessário, solicite apoio);
– Todos os militares deverão estar devidamente equipados; e
– Avalie a necessidade de expansão operacional conforme SCI.
– Estabeleça uma linha de combate a incêndio por medida de segurança,
devendo ter alcance sobre os bombeiros em atuação;
– Realize o corte de demanda de gás, por meio de fechamento da chave de
distribuição, válvula de corte ou similar; e
B
– Constatada a presença de vítima no local, inicialmente priorize a segurança
dos bombeiros, adentrando após estabilizar e confinar o incêndio, com o
emprego de técnicas de resgate a vitimas em ambientes confinados (resgate
rápido e instável).
– Se houver incêndio no local, propicie o resfriamento dos cilindros
adjacentes ou daqueles armazenados, além de garantir o isolamento físico
entre a área afetada e os demais materiais. Evite o combate com jatos de
C
água diretamente em pontos de vazamento ou dispositivos de segurança, pois
poderá haver congelamento, com consequente vulnerabilidade das peças que
compõem o cilindro.
– Caso não seja constatada a presença de chamas no ambiente, sempre que
possível, antes de adentrar no local sinistrado, utilize o detector de gás; e
– Caso a válvula de segurança do cilindro P-13 (plug-fusível) ainda não tenha
rompido, utilize o estancador de gás para o transporte rápido e seguro até
D
área externa e ventilada.
– No caso de cilindros danificados ou expostos a riscos diversos, utilize o
estancador de gás para transporte, rápido e seguro, propiciando o isolamento
em relação aos demais recipientes.
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– No transporte do GLP:
AÇÕES A SEREM REALIZADAS
Figura 61 – Acidente atendido pelo CBMGO envolvendo transporte a granel de gás inflamável.
Fonte: Wanderley Valério de Oliveira.
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Objetivos:
Informar os cuidados a serem tomados quando houver incêndio urbano, no sentido
de liberação de substâncias perigosas devido à combustão, e PP encontrados
armazenados.
- Procedimentos:
A intervenção das guarnições deverá ser realizada por EPI de combate a
incêndio e luvas;
Deve-se considerar que todo incêndio há uma chance em potencial de envolver
materiais perigosos, nos quais sempre existirá risco de flash, explosão,
contaminação, intoxicação, dentre outros; portanto, tais vestimentas oferecerão
proteção parcial no caso dessas ocorrências:
Objetivos:
Saber quais os equipamentos a serem utilizados em diferentes modalidades de
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ocorrências;
Conhecer formas de atendimentos/procedimentos conforme o risco do vazamento.
- EQUIPAMENTOS de proteção
Em ambientes confinados ou fechados a roupa de proteção para a entrada da
equipe de intervenção na zona quente, deverá ser realizada com o Nível de
Proteção A (Encapsulado Valvular), com ar fornecido por Equipamento de Proteção
Respiratória Autônomo (EPRA), devido a concentração do gás em caso de
vazamentos ser capaz de superar os limites admissíveis de exposição.
Figura 64 – Acidente atendido pelo CBMGO envolvendo gás refrigerado amônia em edificação
industrial de alimentos em Senador Canedo/GO.
Fonte: Wanderley Valério Oliveira.
Figura 66 – Fluxograma simplificado para atendimento a ocorrência envolvendo gás tóxico amônia.
Fonte: Aldo Nahum Cardoso/Artigo Científico, 2017.
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BOMBEIROS
Deve-se regular a angulação dos esguichos para obter o jato mais largo,
assim como realizar rápidas e amplas rotações com o esguicho para aumentar o
taxa de absorção. A equipe de intervenção deve forçar os vapores para baixo,
porém evitar passar pelas poças de amoníaco. Chegando próximo à fonte, o líder da
equipe de intervenção, ou o responsável técnico da empresa deve fechar a válvula
que controla o fluxo do gás.
O procedimento também pode ser usado como auxílio, protegendo os
respondedores enquanto realizam o salvamento de vítimas que podem estar sob a
nuvem tóxica.
É possível variações na composição da equipe de intervenção e no número
de linhas de mangueiras, dependo da dimensão do vazamento.
em sincronia para cobrir o vazamento, sendo também ação importante para fornecer
ar fresco para as vítimas que podem estar sob o gás.
- Descontaminação
c) Diques também podem ser feitos para conter derrames, podendo ser utilizados
solo fino e areia.
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- Liberação do local
Objetivos:
Conhecer formas de atendimentos conforme os riscos e as fases de procedimentos.
Introdução:
O grau mais alto de cuidados e precaução é exercido pelos responsáveis pela
fabricação, manuseio e transporte de explosivos. No entanto, também é
essencial ter um conhecimento geral sobre explosivos e princípios operacionais para
atendimento inicial e combate a incêndios envolvendo esse tipo de produto. Isso
ocorre porque a 'pessoa responsável' pode não estar no local na hora do sinistro ou
pode não ser conhecedor de todo o complexo de atendimento a grandes
ocorrências. Portanto, diante de uma ocorrência envolvendo produtos explosivos,
deve ser feito contato com os responsáveis pelo material (proprietários e
transportadores), visando assessoria técnica e mobilização de recursos necessários
para atender a ocorrência.
Em situações de crime deve-se acionar grupamentos especializados. No
geral as ocorrências que envolvam explosivos são atendidas pelos esquadrões
anti-bombas da Polícia Militar, principalmente referente a roubos a bancos, que
são mais frequentes. Em locais específicos, como aeroportos e em eventos que
envolvam crime internacional, a competência é da Polícia Federal. E em algumas
situações específicas, como grandes eventos, como a Copa do Mundo de Futebol,
Olimpíadas e Copa das confederações, o Exército Brasileiro – EB pode ser
encarregado da segurança relacionado a explosivos.
A explosão é um fenômeno muito rápido, para o qual não há tempo de
reação. Assim, as ações durante a emergência deverão ser preventivas e incluem o
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controle dos fatores que podem gerar um aumento de temperatura (calor), choque e
fricção.
8.1 – Segurança
• Deve-se sinalizar e isolar a área num raio mínimo de 100 (cem) metros se não
houver fogo. No caso de fogo e/ou explosão isolar a área num raio mínimo de 600
(seiscentos) metros. Isole as áreas em torno da zona suspeita de risco e mantenha
controle estrito sobre o acesso a ela. Se for confirmado que os explosivos estão
envolvidos em incêndio, uma zona de exclusão avaliada pelo risco deve ser
montada e todos devem retirar-se da mesma;
•.Essas distâncias podem ser aumentadas ou diminuídas uma vez que as
informações foram recolhidas e uma avaliação de risco realizada. Todo o pessoal
não essencial deve ser excluído da zona de risco;
• Avaliar riscos devidos a sistemas de segurança como cercas eletrificadas e cães
de guarda;
• Identificar distâncias seguras para estabelecer zonas de risco teóricas associadas
à quantidade permitida, divisão de perigo, e dentre outros;
• Verificar e explorar a existência de barreiras fixas e maciças que possam ser
utilizadas como reforço de segurança em caso de explosão com emissão de
projéteis. Considerar, porém que paredes e veículos, em caso de explosão, podem
oferecer pouca proteção uma vez que só param projéteis pequenos e qualquer onda
de explosão pode virar veículos, demolir paredes e, ao fazê-lo, criar mais projéteis;
• Utilizar os equipamentos de proteção necessários para assegurar a proteção
adequada, considerando que os EPI‟s de combate a incêndio oferecem proteção
limitada. Considerar ainda riscos secundários das substâncias explosivas, como
toxicidade. Fazer sempre o uso de equipamento autônomo de proteção respiratória
com pressão positiva;
• Nenhuma transmissão de radiofrequência deve ser permitida dentro de um raio
de 10 metros do dispositivo eletro-explosivo. Os serviços de emergência que utilizem
conjuntos de veículos com uma potência radiada efectiva superior a 5 watts não
devem transmitir a menos de 50 metros do equipamento danificado. Todos os
transmissores não essenciais devem ser desligados ou removidos a uma distância
superior a 50 metros;
•.Todos os recursos devem ser dispostos de maneira que permitam sua
movimentação e retirada de forma ordenada e rápida, considerando a altura livre
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8.2 – Avaliação
• Verificar/avaliar as características ou riscos estruturais que as operações de
combate a incêndio ou salvamento possam estar sendo submetidas, incluindo o
potencial de propagação do incêndio ou de produção de grandes quantidades
de fumaça e de produtos tóxicos; existência ou inexistência de compartimentação;
aberturas desprotegidas; áreas subterrâneas; possibilidade de colapso estrutural e
distância para residências e outras edificações ou riscos.
• Quem é a pessoa responsável pelo local e quais os contatos existentes em caso
de não permanência dos especialistas no local e horário do incidente, como em
acidentes durante o transporte ou fora do horário de expediente e feriados;
• Acesso a uma cópia atualizada do plano de emergências;
• O uso de equipamentos de comunicação móvel criaria um perigo?
•.Reúna todos os dados técnicos que forneçam informações gerais sobre as
propriedades e a natureza física das substâncias;
• Verificar o acesso e as saídas seguras, como rotas de fuga, dentro da edificação
ou cenário e nas suas intermediações;
•.Verificar os sistemas preventivos existentes na edificação, como chuveiros
automáticos, exaustores/controle de fumaça, hidrantes, compartimentação e
segurança estrutural, instalações de apoio, EPI‟s e dentre outros;
•.Verificar a segurança dos locais para estabelecimento de áreas de suporte e
atendimento a vítimas;
Fase 4 – Resposta
Considerações à medida que o incidente se desenvolve e o plano de resposta
é implementado:
• Assegurar que todo o pessoal tenha conhecimento do sinal para evacuação;
• Se uma explosão ocorreu, explosões secundárias podem ocorrer por algum
tempo considerável depois;
• O combate a incêndios secundários após uma explosão inicial não deve ocorrer até
que haja confirmação de que não existem mais explosivos no local;
• O combate a incêndios devem ser realizado de modo a evitar a propagação do
fogo;
102
• Esteja ciente de que explosivos que foram submetidos à onda de explosão podem
ter permanecido intactos. Não se aproxime ou manuseie esses explosivos não
detonados;
• Se tratar de um incidente no local do operador de uma exposição de fogo de
artifício, o local deve ser tratados como se potencialmente contenha explosivos da
Subclasse 1.1, a não ser que haja confirmação confiável de que eles não contêm
explosivos ou contêm apenas explosivos da Subclasse 1.4;
Particularidades
Sob nenhuma circunstância as tampas do recipiente devem ser abertas
durante o combate a incêndios, mesmo que o fogo pareça estar somente do lado de
fora. As tampas/portas dos recipientes não devem ser abertas durante pelo menos
24 horas e o recipiente deve ser tratado como uma fonte potencial de explosão
104
Objetivos:
Realizar procedimentos de primeiros socorros envolvendo ocorrências com produtos
perigosos.
- não jogar água no produto perigoso caso esteja no estado sólido (pó) e reduzir a
contaminação utilizando pano seco;
106
Objetivos:
Realizar a sequência procedimentos de atendimento envolvendo ocorrências com
produtos perigosos.
Introdução:
A primeira resposta no atendimento à ocorrência envolvendo produtos
perigosos poderá ser realizada por qualquer OBM da respectiva área de atuação,
pois todos os bombeiros militares têm capacidade técnica de formação e
aperfeiçoamento, o que equivale ao Nível de Atendimento/Capacitação II. Os
Oficiais de Comando e Administrativos formados a partir de 2006 têm formação
equivalente ao Nível de Capacitação III – Técnico, podendo assim realizar vários
procedimentos especificados acima. Entretanto, a resposta especializada/
gerenciamento será acionada pelo Coordenador de Operações quando o evento
fugir do controle, exigindo atuações mais técnicas e específicas. Quando acontecer
o acidente ambiental envolvendo produtos perigosos, sempre que possível o órgão
ambiental responsável pela região deverá ser acionado imediatamente, para fins de
fiscalização e atendimento.
1.7 – Corredor de redução de contaminação: para montá-lo com suas estações, são
exigidos vários fatores, como a complexidade ou dimensão do acidente, seleção do
local ideal de fácil locomoção, direção do vento, capacitação técnica, equipamentos,
efetivo, dentre outros fatores. Antes de usar as soluções para descontaminação, é
mais aplicável retirar o excesso de material perigoso, em atenção aos estados
físicos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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da-noticia/2014/11/educacao-em-seguranca-quimica-sera-tema-de-seminario-no-rj>.
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<http://www.vtt.fi/inf/julkaisut/muut/2015/Safety-guide-of-ammonia.pdf>. Acesso em:
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Segurança e Saúde Ocupacional).
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