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algumas reflexões filosóficas de Jurgen Habermas, as quais podem contribuir com

uma boa fundamentação argumentativa em sua redação.

Os conceitos apresentados podem ser utilizados em diversos temas, tais como:


valorização da razão, ação comunicativa (importância do debate), resistência à lógica
instrumental capitalista, ética, democracia, etc.

Habermas é um notório filósofo e sociólogo de nossa atualidade – nasceu em 1929


e ainda está vivo =)

Assim como os demais pensadores que fizeram parte da Escola de Frankfurt,


presenciou os regimes fascistas e nazistas, contexto este que influenciou os
teóricos frankfurtianos.

Jurgen Habermas discordou de vários pontos (uso da razão, verdade, cultura e


democracia) dos filósofos Adorno e Horkheimer, tentando superar o pessimismo
deles, uma vez que estes defendiam que a lógica capitalista entranhou toda a
produção humana (Indústria Cultural) e de que não havia mais o que fazer.

Se para Adorno e Horkheimer a razão emancipatória estava sufocada pela lógica


capitalista, que teria absorvido a consciência do proletariado, Habermas vai
defender que esta postura de uma crítica radical à modernidade poderia levar
ao irracionalismo e a um projeto de sociedade esvaziado, sem perspectiva. Para
ele, a razãonão pode ser reduzida à sua perversidade utilitarista, já que ela traz
consigo uma função comunicativa. Ainda, Habermas defende que o projeto de
modernidade não se concretizou e há um potencial para a racionalização do mundo.
Devido a essa postura, Habermas rompeu com a Escola de Frankfurt e é considerado
o “último grande racionalista”.

Habermas também fez críticas a vários pontos da teoria marxista, como a


centralidade do trabalho e a identificação do proletariado como agente de
transformação, elaborando uma nova perspectiva centrada na razão e na ação
comunicativa, que se fundamenta no diálogo e na argumentação entre os agentes
interessados em determinada situação.
A ação comunicativa, isto é, o uso da linguagem e da conversação como meio
de conseguir o consenso será uma de suas propostas. A linguagem é
considerada em sua teoria uma forma de ação, na qual os indivíduos compartilham
um mundo objetivo, um mundo social e um mundo subjetivo. Defende que a verdade
seja entendida como uma verdade intersubjetiva (entre sujeitos diversos) e não
mais como uma adequação do pensamento à realidade ou de uma verdade
subjetiva. No diálogo de ação comunicativa há regras: a não contradição, a
clareza de argumentação e a falta de constrangimentos de ordem social.

Nesta perspectiva, tanto verdade como razão deixam de ser valores absolutos,
mas construção consensual entre as partes. Esse diálogo é aperfeiçoado na
prática democrática. Dessa forma, procura por meio da razão comunicativa fazer
uma resistência à razão instrumental (lógica capitalista e de interesse
individual) e resgatar a importância da razão para avanços na sociedade. Neste
sentido, há uma ética discursiva, isto é, em vez de um sujeito buscar influenciar
outros e criar leis universais, precisa desenvolver uma discussão na qual as questões
morais sejam objeto de debates, portanto, uma norma ética só é válida se for
discutida. Essa ética da discussão se realiza nas esferas públicas, nas quais,
talvez, o mais importante não é convencer, mas abrir espaço para ser
convencido de ideias melhores.

Em resumo, lutar por espaços livres nos quais existam discussões para a construção
de verdades e soluções intersubjetivas é sinônimo de democracia.

Assista a este pequeno trecho da entrevista com Jurgen Habermas, no qual ele
afirma sua Teoria Comunicativa e sua respectiva relação com o fortalecimento da
democracia.
https://www.youtube.com/watch?time_continue=200&v=AfmlYOkOuIo

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