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ELETROESTIMULAÇÃO EM PACIENTES INTERNADOS EM UNIDADE DE

TERAPIA INTENSIVA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA


Eletroestimulation in patients inside in intensive therapy unite: a systematic
review

Ana Ravene Bezerra Amorim1, David José Barbosa Filho2, Evelin Soleane Cunha
Ferreira3, Ivo Saturno Bomfim 4

1. Faculdade Inspirar (Unidade Cariri/ Juazeiro do Norte/ Ceará/ Brasil)


anaravene21@gmail.com
2. Faculdade Inspirar (Unidade Cariri/ Juazeiro do Norte/ Ceará/ Brasil)
david.jose.100@hotmail.com
3. Faculdade Inspirar (Unidade Cariri/ Juazeiro do Norte/ Ceará/ Brasil)
evelim_soleane@hotmail.com
4. Especialista em Terapia Intensiva adulto (Unidade Fortaleza / Faculdade Farias
Brito/ Fortaleza/ Ceará/ Brasil) ivosaturno@gmail.com

RESUMO

A Estimulação elétrica neuromuscular (EENM) utiliza a corrente elétrica para promover


estimulação no nível motor, gerando contração muscular. Atualmente a EENM, é muito
utilizada na UTI para a prevenção e manutenção da força muscular em pacientes críticos.
Metodologia: Este estudo trata-se de uma revisão sistemática de literatura baseada no
guideline PRISMA. A busca se limitou a artigos escritos em inglês, português e espanhol
publicados entre os anos de 2010 a 2017, nas seguintes bases de dados: MedLine/PubMed,
LILACS, SciElo e PEDro, fazendo uso dos descritores: “electric stimulation”, “physiotherapy”
“intensive care unit” e “randomized controlled trials”. Resultados: Foram incluídos 7 ensaios
clínicos. Dos artigos analisados, 6 indicaram resultados significativos benéficos com relação
a estimulação elétrica neuromuscular em pacientes internados em uti. Conclusão: AEENM
proporciona resposta benéfica, principalmente na melhora na força muscular periférica e
respiratória, funcionalidade ou espessura de perda da camada muscular, em pacientes
internados em unidade de terapia intensiva.

Palavras-chaves: Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea, Fisioterapia, Unidade de


Terapia Intensiva.

ABSTRACT

The neuromuscular electrical stimulation (NMES) uses the electric current to promote
stimulation at the motor level, generating muscular contraction. Currently, NMES is widely
used in the ICU for the prevention and maintenance of muscle strength in critically ill patients.
Methodology: This study is a systematic literature review based on PRISMA guideline. The
search was limited to articles written in English, Portuguese and Spanish published between
the years 2010 to 2017, in the following databases: MedLine / PubMed, LILACS, SciElo and
PEDro, using the descriptors: "electric stimulation", "physiotherapy "" Intensive care unit "and"
randomized controlled trials ". Results: Seven clinical trials were included. From the articles
analyzed, 6 indicated significant beneficial results regarding neuromuscular electrical
stimulation in patients hospitalized in uti. Conclusion: AEENM provides a beneficial response,
mainly in the improvement in peripheral and respiratory muscle strength, functionality or
thickness of muscle layer loss, in patients admitted to an intensive care unit

Keywords: Transcutaneous Eletric Nerve Stimulation, Physical Therapy Specialty,


Intensive Care Units.
1 INTRODUÇÃO

Segundo Pinheiro e Christofoletti (2016), estudos atuais mostram que o emprego


dos avanços tecnológicos vem demonstrando um aumento da sobrevida de pacientes
que se encontram no ambiente hospitalar, especialmente aqueles internados nas
unidades de terapia intensiva (UTI). Porém, apesar de todos esses avanços ainda é
possível observar de maneira muito frequente a fraqueza muscular adquirida na UTI,
que ocorre de maneira difusa e simétrica, agredindo toda a musculatura axial,
apendicular e estriada esquelética. Essa fraqueza é bastante agravada por conta do
imobilismo, que determina um grande impacto no tratamento do paciente crítico,
podendo gerar um agravo da doença base, além de estender o tempo de internação.
Análises demonstram que, o músculo que por ventura permanecer no estado de
repouso por um período prolongado, tende a perder cerca de 10% a 15% de força por
semana e 50% entre três e cinco semanas. Os músculos que são mais atingidos são
os chamados músculos antigravitacionais. (SILVA et al., 2016).
Existe uma gama de profissionais atuantes nas UTIs, que formam uma equipe
multidisciplinar de extrema importância para o tratamento desses pacientes. Em meio
a estes profissionais, a fisioterapia se mostra como uma especialidade bastante
apropriada para o tratamento desta disfunção, em especial, pois faz uso de inúmeras
técnicas bastantes eficazes como a mobilização precoce, treino de força e de marcha,
a eletroestimulação e muitos outros (FERREIRA; VANDERLE E VALENTE, 2013).
Estimulação elétrica neuromuscular (EENM) é o emprego de determinados
aparelhamentos que utilizam a corrente elétrica para promover estimulação no nível
motor, gerando desta forma contração. Ao contrário dos aparelhos usados para a
eletroanalgesia, que atuam no limiar sensitivo, a EENM percorre pelo limiar sensitivo,
mas atua essencialmente no limiar motor, e por isso faz uso de uma corrente com
pulsos mais duradouros. A literatura relata inúmeros efeitos provocados pela utilização
da EENM, como manutenção e/ou restauração da forca muscular, da hipotrofia e da
flacidez, além de ser outra alternativa à cinesioterapia. Atualmente os equipamentos
mais utilizados para essa finalidade são o de Corrente Aussie, Corrente Russa e a
Estimulação Elétrica Funcional (FES) (FUKUDA et al. 2013).
A eletroestimulação (EE) vem sendo altamente empregada como uma
alternativa eficaz, a mobilização e ao exercício ativo, principalmente em pacientes
muito debilitados e com insuficiência respiratória, isso porque ela aumenta a
resistência dos pacientes, induz o crescimento do músculo e aumenta a força
muscular (MIRANDA et al, 2013).
Contudo a literatura pertinente e os estudos que apontam os benefícios e os
malefícios dessa eletroestimulação no paciente da UTI não são muitos referidos ao se
buscar nas bases de dados. Sendo assim, o objetivo do presente estudo é realizar
uma Revisão Sistemática que possa elucidar melhor os resultados obtidos pelo
emprego da EE em pacientes internados em uma UTI.

2 METODOLOGIA

Este estudo trata-se de uma revisão sistemática de literatura baseada no


guideline PRISMA.
A busca dos artigos foi realizada nas seguintes bases de dados: Medical
Literature Analysis and Retrieval Sistem Online (MedLine/PubMed), Literatura Latino-
Americana e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific
Eletronic Library Evidence Database (SciElo) e Physiotherapy evidence database
(PEDro). Os artigos foram obtidos por meio dos seguintes descritores: “electric
stimulation”, “physiotherapy” “intensive care unit” e “randomized controlled trials” com
o descritor boleano “and”.
A busca se limitou a artigos escritos em inglês, português e espanhol
publicados entre os anos de 2010 a 2017, no período de agosto a setembro de 2017.
Foram incluídos apenas os ensaios clínicos que abordaram a realização de
alguma modalidade de EENM em pacientes internados em UTI. Trabalhos de revisão,
dissertações, teses e relatos de caso foram excluídos, bem como modelos que
utilizaram estudos com crianças ou animais.
Dando seguimento à análise qualitativa dos estudos selecionados, com
apresentação dos dados sob a forma de uma tabela, com a descrição das seguintes
características: autor, características da amostra, intervenção, principais variáveis de
desfecho e resultados significativos.
3 RESULTADOS

Foram encontrados 46 estudos relevantes dos quais 39 foram excluídos por


não possuírem o delineamento estipulado nessa pesquisa. Assim, foram incluídos 7
ensaios clínicos que contemplaram os critérios estabelecidos para o desfecho
pretendido.
Figura 1 – Fluxograma do método de seleção dos artigos.

EENM: estimulação elétrica neuromuscular

A partir dessa pré-seleção, os avaliadores analisaram os textos que se


encontravam disponíveis na íntegra, com aplicação dos critérios de inclusão e
exclusão; sendo selecionados, no total, para análise. As informações acerca dos
estudos estabelecidos localizam-se simplificadas na tabela 1, abaixo.
Tabela 1 – Caracterização dos ensaios clínicos selecionados, abordando a EENM em
pacientes internados em unidade de terapia intensiva.
AUTOR CARACTERÍSTICAS INTERVENÇÃO PRINCIPAIS RESULTADOS
DA AMOSTRA VARIÁVEIS DE SIGNIFICATIVOS
DESFECHO
Dall’Acqua et n= 10 (sexo masculino e GC= ENMES + Força Muscular ENMES associado
al., 2017 feminino) fisioterapia Periférica. à fisioterapia
Pacientes que foram convencional convencional
hospitalizados por mais GE= ENMES obteve resultados
de 15 dias e recebeu placebo + na espessura
pelo menos 24h de VMI. fisioterapia muscular de tórax e
convencional reto abdominal do
lado dominante.
Tempo: 30
minutos, 1 vez ao
dia, durante 7 dias.
Ozturk et al., n= 120 (18 a 65 anos = Grupo A = bloqueio Analgesia Bloqueio

2016 Grupo A: 38; Grupo B: paraesternal + controlada pelo paraesternal foi


40 e Grupo C: 37)) infiltração de paciente. mais eficaz do que o
Pacientes agendados levobupivacaína e manejo do TENS
para reparo eletivo da analgesia intermitente na dor
válvula ou by-pass da pós-operatória.
artéria coronária. Grupo B = TENS +
analgesia

Grupo C =
analgesia
Kho et al., n = 36 ( GE: 16; GC: 18) GE= ENMES em Força Muscular Os pacientes não

2015 Pacientes que se extremidades Periférica obtiveram resultado


encontravam em inferiores (bilateral) significativo com
ventilação mecânica e GC= ENMES relação a descarga
tiveram alta hospitalar. placebo simulado de peso de
em extremidades membros inferiores.
inferiores (bilateral)

Tempo: 60 minutos
por dia, durante 45
dias.
Cipriano Jr. et n= 38 (GE: 20; GC: 18) GE: TENS Estimulação A utilização da
al., 2014 Pacientes com pós- GC: TENS placebo Nervosa Elétrica TENS foi associado
operatório de cirurgia Transcutânea à efeitos
de revascularização do Tempo: 5 dias, 4 (TENS) sobre a analgésicos e maior
miocárdio que foram vezes/dia (30 região ganglionar. exercício funcional
encaminhados para a minutos de pós-cirurgia.
primeira intervenção
CABG devido a Doença
da Artéria Coronária em
um centro terciário.
Vieira et al., n= 20 (GE: 11; GC: 09) GE: utilização do Aspectos Em comparação
2014 Pacientes com DPOC ENMES no fisiopatológicos da com o grupo
(Doença Pulmonar quadríceps DPOC controle, o GE, teve
Obstrutiva Crônica) (bilateral) e melhora na NMES
cinesioterapia de quadríceps e na
respiratória. condição
GC: falsa aplicação respiratória.
do ENMES e
cinesioterapia
respiratória.

Tempo: 8
semanas, 5 vezes
por semana com
duração de 60min
por sessão.

Galea et al., n=188 (GE: 94; GC: 94) GE: Ciclismo Potência de A realização de

2013. Pacientes pós assistido por FES, estimulação do exercícios para todo
lesionados de medula bem como tronco e FES o corpo, no grupo
espinhal, há pelo exercícios de controle, teve efeito
menos 6 meses. extremidade significativo na
inferior. melhora dos
GC: exercícios da pacientes com
extremidade lesão medular.
superior.
Tempo: 12
semanas, 3
vezes/dia.
Harvey et al., n= 78 (GE: 39; GC: 39) GE: cuidados Força muscular, A eficácia de um

2011 Pacientes tetraplégicos habituais + sensibilidade e programa de 8


programa intensivo qualidade de vida. semanas de
dirigido à mão-alvo, treinamento
por meio da intensivo com
estimulação estimulação elétrica
elétrica funcional. funcional na mão de
tetraplégicos.
GC: cuidados
habituais
Tempo: 8
semanas, 5
vezes/semana.
GC : Grupo Controle; GE: Grupo Experimental; EENM: estimulação elétrica neuromuscular; CABG: enxerto por
meio do by-pass da artéria coronária.

Dos 7 artigos inclusos nesta revisão, 6 mostram benefícios relevantes acerca


da aplicação de EENM em pacientes internados na UTI, como aumento na força
muscular periférica e capacidade respiratória, funcionalidade ou espessura de perda
da camada muscular.

4 DISCUSSÃO

Foi constatado resposta benéfica com relação á aplicação de modalidades de


EENM em pacientes observados em UTI. Constatou-se, também, que em um deles
foi interrompido no meio do estudo, e por esse motivo possa não ter obtido resultados
satisfatórios.
Dall’Acqua et al. (2017) em um trabalho duplo-cego realizado a partir de agosto
de 2013 até agosto de 2014 na UTI HCPA, em Porto Alegre; foram elegíveis os
pacientes com idade ≥ 18 anos que tivessem sido hospitalizados por mais de 15 dias
e que haviam recebido pelo menos 24h de Ventilação Mecânica Invasiva (VMI). Os
pacientes (n=10) foram aleatoriamente designados para receber ENMES + fisioterapia
convencional e o outro ENMES placebo + fisioterapia convencional por 30 minutos,
1x/dia durante 7 dias. Resultados significativos foram encontrados com relação à
diminuição nas medidas de reto abdominal e espessura muscular do tórax em
pacientes criticamente doentes no grupo de intervenção.
Na pesquisa de Ozturk et al. (2016) que demonstrou o efeito analgésico e
redução dos requisitos de opióides no pós-operatório precoce de pacientes
submetidos a cirurgia cardíaca nas pontuações de dor registrada depois de 4h, 5h,
6h, 7h e 8h. Durante as primeiras 24h após a esternotomia mediana ss pacientes
foram distribuídos em 3 grupos: I - Bloqueio paraesternal associado com infiltração de
levobupivacaína e analgesia controlada, II - Aplicação TENS intermitente e analgesia
e Grupo controle composto apenas de analgesia. Sendo assim, nesse estudo a
diferença entre a aplicação da TENS e levobupivacaína não obteve significância,
podendo estar associada ao curto período da aplicação do protocolo da EENM.
Outro estudo, Cipriano Jr. et al. (2014), analisou a estimulação elétrica
transcutânea do nervo femoral após cirurgia de enxerto da artéria coronária por meio
de bypass (CABG), onde os pacientes foram identificados antecipadamente em
instituições de ambulatório com Doença da Artéria Coronária de moderada à grave.
Os investigadores eram informados quando o paciente era admitido, de forma eletiva,
para a CABG. Após o 5º dia da intervenção cirúrgica começou a ser utilizada a TENS
ou estimulação simulada, fisiológica ou clínica, em que a frequência selecionada tinha
intuito de provocar forte sensações de parestesia, mas sem dor ou contrações
musculares. A região a ser estimulada foi a região ganglionar que objetivava redução
da superestimulação simpática e melhora do fluxo sanguíneo femoral. A associação
da TENS houve uma redução da dor, de opióides e maior capacidade de estimulação
simulada. Resultados satisfatórios foram associados a efeitos analgésicos e de maior
capacidade funcional, como por exemplo reabilitação cardíaca precoce (fase I) na pós-
cirurgia.
O estudo de Galea et al. (2013), consistiu em um trabalho de duplo-cego
realizado o recrutamento a partir de janeiro de 2011 no site da SCIPA, na Austrália e
Nova Zelândia; foram elegíveis os pacientes com idade > 18 anos, que tivessem uma
lesão completa ou incompleta da medula espinhal entre C6 e T12 e que são capazes
e dispostos a participar de um programa de exercícios três vezes por semana durante
12 semanas. Os pacientes (n=188) foram aleatoriamente designados (1:1) para
realizar ciclismo assistido por FES, bem como tronco e exercícios de extremidade
inferior. Já o outro grupo realizava exercícios só para a extremidade superior do corpo
durante 5 vezes por semana, em um periodo de 8 semanas. Os resultados deste teste
determinarão a eficácia de um programa de 12 semanas de exercício intensivo para
todo o corpo para melhorar a recuperação neurológica após lesão da medula espinhal.
O estudo de Harvey et al. (2011), consistiu em um trabalho multicêntrico
realizando o recrutamento a partir de dezembro de 2009 e terminou em julho de 2011
na SCI, na Austrália e Nova Zelândia; foram elegiveis os pacientes com idade > 16
anos, que tivessem uma lesão medular incompleto ou incompleto no nível neurológico
de C2 a T1, com possibilidade de agarrar com a mão alvo e que seja capaz de tolerar
FES suficiente para permitir a mão lesionada entenda o comando de liberar. Os
pacientes (n= 78) forarm aleatoriamnte designados (1:1) para realizar exercicio na
mão alvo, que consistia no treinamneto na estação de trabalho em conjunto com o
FES, onde eram reproduzidos jogos de computadores e realizavam tarefas funcionais
e tambem eram realizados cuidados habituais, já no outro grupo, era so realizado
cuidados habituais e não recebiam estimulação eletrica, esse programa de tratamento
se deu durante 8 semanas, 5 vezes por semana, durante uma hora. Os resultados
deste estudo determinou a eficácia de um programa intensivo de 8 semnas de
treinamento muscular atraves da estimulação eletrica funcional, em mãos acomentida
por paralisia devido a tetraplegia, mostrando a melhora na força e funcionalidade da
mão alvo.
O estudo de Vieira et al. (2014), consistiu em um trabalho duplo-cego onde
foram encaminhados por uma clínica de fisioterapia privada por dois investigadores
que eram cegos à ordem de alocação de pacientes, em San Diego, Califórnia; foram
elegíveis os pacientes com diagnóstico de DPOC com VEF1 <50% previsto de acordo
com as diretrizes de GOLD PARA DPOC e dispneia auto relatada e/ou fadiga do braço
durante pelo menos uma AVD. Os pacientes (n=20) foram aleatoriamente designados
para receber NMES no quadríceps bilateral e cinesioterapia respiratória e no grupo
controle só cinesioterapia respiratória durante 8 semanas, 5 dias por semana, duas
vezes por dia, 45 min por sessão. Em comparação com o grupo controle, o NMES
aumentou FEV1 e FEV1 / FVC reduzido e, além disso, o NMES reduziu o TNF-a e
aumentou os níveis de b-endorfina, em comparação com o grupo controle.
Knoh et al. (2015) em seu estudo encontraram resultados que não corroboram
com os demais supracitados. O mesmo visava comparar à estimulação elétrica em 3
UTIs médicas e cirúrgicas no Hospital Johns Hopkins, através de dois grupos: I:
utilização da NMES e II – utilização da NMES de efeito placebo em pacientes pós alta
hospitalar que se encontravam em ventilação mecânica, onde a maioria foram
admitidos com sepse; aplicado em 3 grupos musculares da extremidade inferior
(bilateral): quadríceps, tibial anterior e gastrocnêmio durante 60 minutos, em duas
sessões diárias. Os pacientes em ventilação mecânica não melhoraram
significativamente a força dos membros inferiores, no entanto obtiveram uma
caminhada média significativamente maior da distância no momento da alta
hospitalar. Vale salientar que esse estudo foi interrompido antes do previsto devido à
falta de recursos financeiros.
Como limitações pautadas nesse estudo foram os diferentes períodos de
aplicação empregadas para a estimulação bem como suas intervenções, quantidade
da amostra investigada reduzida e diversidade dos desfechos analisados.

5 CONCLUSÃO

O emprego da utilização de eletroestimulação proporciona resposta benéfica,


sendo pontuada: melhora na força muscular periférica e respiratória, funcionalidade
ou espessura de perda da camada muscular e dor em pacientes internados em
unidade de terapia intensiva. Os resultados mais adequados foram obtidos quando a
estimulação neuromuscular foi aplicada associada à cinesioterapia respiratória.
Sendo assim, a EENM é de fácil implementação e viável no ambiente intensivo
auxiliando na diminuição do tempo de permanência na UTI bem como no
restabelecimento das neuropatias periféricas. Em suma, é notório que novos estudos
devam ser realizados na área, para que desta forma possa se aprofundar o
conhecimento dos efeitos da EENM.
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