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INTRODUÇÃO
3 Foi optado manter a escrita mais próxima da fala encontrada na Paraíba. Se houver necessidade de
compreensão, as palavras exempladas são “desgraça”, “derrota”, “miséria”.
extremamente periférico. Suas abrandações 4, entretanto, são melhores aceitas, pois até as
pessoas mais “letradas” usam disgrama, mizura, mizinga, etc. Essa é mais ou menos uma
explicação do que ocorre quando os dois falantes têm o conhecimento compartilhado do teor
dessas palavras e dos seus usos. Há algo diferente, entretanto, quando há o contato com um
falante de outro lugar e tomarei como exemplo um falante gaúcho.
No léxico do gauchês, esses palavrões que foram supracitados, não parecem ocorrer
com frequência, ou a frequência é até zero. O uso dessas palavras tem um contexto
diferenciado no léxico de um gaúcho e o sentido que é tido por um paraibano se perderá
quase que totalmente, se o seu objetivo é xingar alguém que porventura é gaúcho – ou vice
e versa, já que também o “léxico tabu” dos gaúchos é diferente do léxico dos paraibanos,
assim como também dos catarinenses ou até dentro do próprio estado –. Sendo mais
específico e entrando no léxico pelotense, por exemplo, se encontra palavras como chinelo e
bagaceiro e que trazem mais um estigma social e que são ofensivas, no entanto, aos ouvidos
de um paraibano, essas palavras não fazem sentido e também se perderia o objetivo de um
insulto, por exemplo, se o palavrão fosse usado para proferir um interlocutor que não é do
mesmo lugar e não compartilha desse conhecimento conjunto
CONSIDERAÇÕES FINAIS
4 Segundo Mansur Guérios (1955), abrandações são o recurso empregado são meios indiretos e meios diretos
dissimulados, i. é., substitutos que velem de qualquer modo o ser sagrado-proibido.
vista comunicativo, é uma expressão da bela e diversificada variação linguística da Língua
Brasileira.
ARAGÃO, Maria do Socorro Silva de. Do baianês ao piauiês: a onda de dicionários regionais
nordestinos. Revista do GELNE (Grupo de Estudos Linguísticos do Nordeste), Fortaleza,
n. 1, v. 2, p. 53-59, 2000. ISSN 1517-7874. Disponível em:
<http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/31705>. Acesso em: 18 jul. 2018.
MANSUR GUÉRIOS, R. F.. TABUS LINGÜÍSTICOS. Revista Letras, [S.l.], v. 4, dez. 1955.
ISSN 2236-0999. Disponível em: <https://revistas.ufpr.br/letras/article/view/20050>. Acesso
em: 18 jul. 2018. doi:http://dx.doi.org/10.5380/rel.v4i0.20050.