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Orientado por
Professora Sandra Mourato
2018
Resumo
RESUMO
Com o decorrer dos tempos e devido ao crescimento da população mundial, o planeta Terra
tem vindo a sofrer significativas alterações. Problemas como o aquecimento global, o
aumento da poluição e o elevado ritmo de exploração dos recursos naturais começam cada
vez mais a ser sentidos, sobretudo no que diz respeito ao clima.
Torna-se, deste modo, essencial alterar não só os hábitos de produção e consumo da
sociedade como também a qualidade das construções, dotando-as de melhores materiais de
construção e formas de aproveitamento dos recursos naturais renováveis e inesgotáveis.
No presente projeto fez-se o levantamento de algumas medidas de adaptação às alterações
climáticas realizadas quer a nível internacional quer a nível nacional, bem como um
levantamento dos consumos e da produção de energia elétrica em Portugal, dando enfase
para a zona centro de Portugal, por forma a aferir como são atualmente e antever o seu
comportamento futuro.
Pretende-se, com o presente projeto, estabelecer cenários de climáticos para se comparar
com os cenários climáticos atuais, onde se usaram modelos climáticos regionais,
observações de temperaturas, cenários de concentração de emissões de gases de efeito
estufa, juntamento com indicadores de consumo de energia relacionados com o aquecimento
(graus dia de aquecimento) e arrefecimento (graus dia de arrefecimento) de edifícios, para
fazer uma análise das possíveis alterações que daí possam advir e de adaptações que
possam mitigar os impactos dessas alterações no sector energético.
ii
Índice
ÍNDICE
RESUMO .............................................................................................................................. ii
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 1
1.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 1
1.2 Objetivos do Projecto................................................................................................. 2
1.3 Organização do Texto ............................................................................................... 2
3 METODOLOGIA ............................................................................................................ 12
3.1 Caracterização do Caso de Estudo ......................................................................... 12
3.2 Análise da Produção e Consumo de Energia........................................................... 12
3.3 Enquadramento Legislativo ..................................................................................... 15
3.4 Definição de Cenários de Climas Futuros ................................................................ 15
5 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 27
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................. 28
iii
Índice
iv
Lista de Tabelas
SIMBOLOGIA E NOTIFICAÇÕES
AC Alterações Climáticas
APREN Associação de Energias Renováveis
CCDRC Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
DGAE Direção Geral das Atividades Económicas
DGEG Direção Geral de Energia e Geologia
DL Decreto-Lei
EIA Estudo de Impacto Ambiental
ENAAC Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas
ERSE Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
EUROSTAT Gabinete de Estatísticas da União Europeia
GDA Graus Dia de Aquecimento
GEE Gases de Efeito Estufa
GWh Gigawatt hora
IPMA Instituto Português do Mar e da Atmosfera
KWh Kilowatt hora
MW Megawatt
NUT Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos
PACA Provença-Alpes-Costa Azul
RCCTE Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos
Edifícios
RCM Modelo Climático Regional
RCP Representative Concentration Pathways
RECS Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de Comércio
e Serviços
REH Regulamento de Desempenho Energético dos Edifícios de
Habitação
REN Redes Energéticas Nacionais
RTE Rede de transportes da França
SCE Sistema Certificação Energética dos Edifícios
UE União Europeia
ZCI Zona Climática de Inverno
ZCV Zona Climática de Verão
ZED Zero Energy Development
v
Lista de Tabelas
LISTA DE TABELAS
vi
Lista de Figuras
LISTA DE FIGURAS
vii
Introdução
1. INTRODUÇÃO
1
Introdução
Este projeto tem por objetivo realizar um levantamento das boas práticas de adaptação às
alterações climáticas no sector da e apresentar um caso de estudo sobre a evolução do
consumo e produção de energia na zona centro de Portugal, tendo por base as necessidades
de aquecimento e arrefecimento dos edificios, propondo medidas específicas de adaptação
que se espera que permitam reduzir os seus impactos à escala regional e contribuir para um
maior conhecimento e consequente utilização educacional, direcionada para o público em
geral.
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Estado da Arte
2. ESTADO DA ARTE
As alterações climáticas (AC) atingem a totalidade do globo terrestre, sendo certo que as
características de cada região influenciam a maior ou menor intensidade desses fenómenos.
Este capítulo apresenta o levantamento das melhores iniciativas de adaptação às alterações
climáticas ao nível global relacionadas ao sector energético.
Foram escolhidos 3 exemplos de projetos práticos de adaptações às alterações climáticas
do levantamento efetuado por Ouranos(2016), que estudou 11 projetos.
O primeiro caso de estudo designado “Proteção de ativos de subestações contra um
crescente risco de inundações”, refere o processo de construção de uma subestação nas
proximidades do rio Jerrabomberra nos subúrbios de Camberra/Austrália. Com o contexto de
preservação de danos estruturais e materiais, mas também com o intuito de se manter o
sistema energético da região ativo perante uma grande inundação, a empresa AECOM (com
conhecimentos na gestão do risco de alterações climáticas), identificou os possíveis e
potenciais riscos associados às alterações climáticas daquela região da Austrália. Com base
numa base de dados nacional e num modelo matemático, desenvolveram uma matriz de
classificação dos riscos e projetaram as probabilidades de inundação do rio Jerrabomberra,
atingindo uma cota de 556,8 m, sendo que o local de instalação da subestação se situava
entre as cotas 558,1 m e 559,1 m, deixando uma margem de 1,3 m. O consórcio dono do
empreendimento, com base no estudo feito, decidiu investir numa margem mínima de 1m
(além dos 1,3 m de proteção natural), que será mantida para proteger a subestação contra o
crescente risco de inundações. Este projeto proporcionou uma melhor visão para as
implementações de adaptações às alterações climáticas e também expôs dificuldades, como
a obtenção de dados, principalmente quando se envolvem empresas privadas, que se
mostram avessas a divulgações temendo prejuízos económicos.
O segundo caso de estudo sob a temática “Abordagem estratégica à resiliência das
alterações climáticas” apresentou como objeto a empresa estatal de energia da África do Sul,
Eskom Holdings SOC LTD. A África do Sul enfrenta as consequências das alterações
climáticas, registando temperaturas acima do normal em todo o país, tendo sido verificado
um aumento de 0,6° C durante o século passado, sendo certo que dias e noites quentes se
tornaram mais frequentes, o que resultou em recursos de água doce cada vez mais escassos.
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Estado da Arte
A Eskom, a partir de 2004 adotou uma Política de Alterações Climáticas e lançou um Plano
de seis pontos para lidar com as mesmas, nas seguintes áreas:
Diversificação de fontes e tecnologias de produção de energia;
Eficiência energética;
Adaptação;
Inovação através de demonstração e desenvolvimento de investigação;
Investimento em mercados de carbono;
A Eskom reconheceu que uma estratégia de adaptação efetiva deveria ser baseada em
ciência e investiu na investigação aplicada, criando um programa sobre adaptações às
alterações climáticas. Dentro de todos os casos de estudo, podemos mencionar o que
identificou a refrigeração a seco como uma solução de adaptação de curto prazo para todos
os novos ativos de produção térmica. Os recursos limitados de água doce da África do Sul
ajudaram a Eskom a justificar grandes investimentos em tecnologias alternativas de
refrigeração que dependem do ar e não da água.
Como lição aprendida, os estudos de caso concluídos e compartilhados em toda a empresa,
levantaram desafios associados à integração da resiliência climática na gestão de riscos
relacionando-se com a forma como os riscos das alterações climáticas são interpretados,
onde nem todos os riscos climáticos são abordados adequadamente.
O terceiro caso de estudo sob a temática “Avaliação das alterações climáticas para o
licenciamento de Projetos Hidroelétricos”, onde se estudou o projeto de construção de uma
central hidroelétrica Keeyask (695 MW) na bacia do Rio Nelson, localizada na província de
Manitoba/Canadá. A empresa Manitoba Hydro, responsável pelo empreendimento, teve que
durante o processo de licenciamento teve de desenvolver um estudo de impacto ambiental
que levasse em consideração as possíveis alterações climáticas, para que fosse garantido
que a nova instalação funcionasse de forma eficiente, aproveitando da melhor maneira os
recursos hídricos da região.
O estudo considerou três aspetos das alterações climáticas: o efeito do meio ambiente,
incluindo o clima, no Projeto, o efeito do Projeto sobre o meio ambiente, incluindo emissões
de gases de efeito estufa e a sensibilidade da avaliação das mudanças climáticas. Para
avaliar estes potenciais impactos, foram escolhidos 5 dos 109 modelos CMIP5 do IPCC AR5,
para representar projeções das alterações dos regimes hidrológicos até o ano 2050, cobrindo
um período de 35 anos de planeamento.
Outro ponto importante estudado, incide na questão do risco de secas prolongadas. A
Manitoba Hydro indicou ser capaz de lidar com a maior seca registada (mantendo no EIA os
piores períodos de seca constantes registados, enquanto as entradas médias anuais foram
modificadas usando as simulações dos modelos climáticos) e que aumentaria ainda mais a
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Estado da Arte
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Estado da Arte
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Estado da Arte
paliativa aos problemas de sobrecarga, em virtude de que a construção de uma nova rede
(ou rede de apoio) demoraria muito tempo a ser licenciada e contruída. O público regista-se
no site da empresa e assim recebe alertas (via SMS, e-mail, Facebook e Twitter) sobre o
sistema, e colabora diminuindo o consumo nestes momentos, mantendo o abastecimento em
normal funcionamento.
O programa tornou-se um sucesso devido à grande adesão da comunidade, das autoridades
locais e dos meios de comunicação que, sempre que haviam alertas de sobrecarga,
divulgavam a informação a um número maior de pessoas, não limitando a informação apenas
aos registados no site. Esta iniciativa não foi pensada exclusivamente na adaptação às
alterações climáticas, mas tornou-se uma ideia eficiente de adaptação no sector elétrico.
Este sub capítulo apresenta uma iniciativa de adaptação às alterações climáticas ao nível
português. O governo português, no ano de 2010, aprovou a Resolução do Conselho de
Ministros n.º 24/2010 onde criou a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações
Climáticas (ENAAC), com os objetivos de manter o conhecimento científico atualizado e
disponível; definir de forma integrada, medidas que Portugal deverá tomar para se adaptar e
minimizar as alterações climáticas; aumentar a consciencialização do público geral sobre as
alterações climáticas e seus impactos (Agência Portuguesa do Ambiente, 2018).
O ENAAC foi subdividido em sectores estratégicos e aqui apresenta-se o material
desenvolvido no sector relacionado às energias. Na primeira ação do Grupo de Trabalho, o
qual incluía representantes da Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG), Direção Geral
das Atividades Económicas (DGAE), Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos
(ERSE), Associação de Energias Renováveis (APREN) e empresas do sector de energias,
elaborou-se um relatório (ENAAC,2012), com uma caracterização das áreas de risco e
vulnerabilidades das infraestruturas lineares (transporte e distribuição de energia e
combustíveis) e fixas (locais de produção de energia elétrica) do sector energético,
juntamente com a identificação de medidas e ações de adaptação às alterações climáticas e
as suas barreiras a estas adaptações.
Dentro das conclusões deste relatório, cita-se que as maiores empresas do sector energético
a atuarem em Portugal já empreenderam algumas medidas, com investimentos financeiros
consideráveis, visando diminuir e mitigar o impacte das alterações climáticas nas suas
principais instalações. Mas também foram identificadas ações que deveriam ser postas em
prática, para que a adaptação às alterações climáticas se torne algo usual para as empresas
e para a sociedade num contexto geral. No anexo A apresentam-se as sugestões de
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Estado da Arte
adaptações as alterações climáticas previstas para Portugal que podem ser aplicadas no
sector energético.
As atividades envolvendo a ENAAC estão decorrendo dentro dos subgrupos sectoriais. No
relatório intercalar #1 (ENAAC, 2016) faz-se uma descrição das atividades desempenhadas,
das dificuldades e dos progressos atingidos no período 2015/2016. No anexo B apresentam-
se as principais ações iniciadas e propostas pelo subgrupo energia no decorrer do período
supracitado.
Na figura 1 observa-se que Portugal tem um parque eletroprodutor com uma participação
considerável das fontes renováveis (66,84%), tendo como destaque as centrais hídricas
(35,58% - 6 945MW) e as centrais eólicas (25,85% - 5 046 MW).
No anexo C mostram-se os valores de potência instalada correspondentes às fontes de
produção citadas na figura 1.
Analisando-se a produção e o consumo de energia elétrica em Portugal entre 2010 e 2016,
afere-se que os valores se mantiveram praticamente estáveis. Verifica-se, no entanto um
diferencial em 2016, que teve uma produção (55873 GWh) consideravelmente superior ao
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consumo (49269 GWh), e com a exportação de energia (7055 GWh) superando a importação
(1973 GWh), algo que ainda não havia ocorrido nesta década (REN, 2017).
Na figura 2, mostra-se a evolução da produção de energia elétrica em Portugal entre 2010 e
2016, a partir das várias fontes de produção.
Figura 2 - Evolução da produção de energia elétrica (2010-2016) – Fonte: adaptado (REN, 2017).
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18000
16000
CONSUMO ENERGIA ELÉTRICA (GWh) 14000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
Doméstico Não Indústria Agricultura Iluminação Edifícios do Outros
doméstico vias públicas Estado
2015 2016
Figura 3 - Consumo energia elétrica (tipo de consumo) 2015/2016 - Fonte: adaptado (Pordata_a, 2018)
Como se observa na figura 3, a indústria em Portugal é o sector que mais consome energia
elétrica, tendo em 2016 consumido 37,58% (17607,22 GWh), sendo seguido pelo consumidor
doméstico, cujo valor em 2016 correspondia a 27,93% (13086,68 GWh).
No anexo E apresentam-se os valores do consumo de energia elétrica por sector em Portugal
entre 2015 e 2016 correspondentes aos valores citados na figura 3.
Na figura 4, mostra-se a evolução da produção e consumo de energia elétrica entre 2015 e
2016, com as variáveis de importação e exportação de energia incluídas.
6000
ENERGIA ELÉTRICA 2015/2016 (GWh)
5000
4000
3000
2000
1000
0
Apr-15
Jun-15
Aug-15
Dec-15
Apr-16
Jun-16
Aug-16
Dec-16
May-15
Nov-15
May-16
Nov-16
Jan-15
Feb-15
Mar-15
Jul-15
Sep-15
Jan-16
Feb-16
Mar-16
Jul-16
Sep-16
Oct-15
Oct-16
Figura 4 - Cenário da energia elétrica em Portugal (2015/2016) – Fonte: adaptado (REN, 2018)
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Estado da Arte
Como se observa na figura 4, os maiores consumos de energia sobressaem nos meses dos
anos mais frios, entre dezembro e abril, com picos de consumo em janeiro (jan-15: 4468 GWh
e jan-16: 4413 GWh).
A produção de energia também acompanha a tendência dos consumos, com uma maior
produção nos meses de inverno, com o incremento de produção nas centrais hídricas. Este
fato explica-se pelo clima de Portugal Continental (conforme a classificação de Köppen)
possuir duas regiões climáticas, uma sendo de clima temperado com inverno chuvoso e verão
seco e quente (Csa) e a outra de clima temperado com inverno chuvoso e verão seco e pouco
quente (Csb) (IPMA, 2018).
No anexo F apresentam-se os valores da produção e consumo de energia elétrica entre 2015
e 2016, com as variáveis de importação e exportação de energia identificados na figura 4.
Consoante a importância da contribuição das fontes renováveis em Portugal, na figura 5,
mostra-se o desenvolvimento da produção de energia elétrica por fontes renováveis nos
principais países da UE, e também a média de todos os países que compõem o bloco
económico.
Figura 5 - Evolução Fontes Renováveis na Europa (2010/2016) - Fonte: adaptado (EUROSTAT, 2018)
Como se pode observar na figura 5, Portugal figura entre os países onde mais se produz
energia elétrica a partir de fontes renováveis, contribuindo sensivelmente para as questões
da diminuição das emissões dos GEE, um dos principais causadores das alterações
climáticas atuais.
Visto que Portugal atualmente tem quase 36% do seu parque eletroprodutivo baseado na
geração hídrica, pode-se afirmar que, devido às alterações climáticas, nomeadamente às
secas prolongadas (Lopes et al, 2012), esse quadro poderá sofrer alterações, talvez por se
compensar a baixa na produção de energia elétrica hídrica por fontes não renováveis.
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Metodologia
3 METODOLOGIA
A zona centro de Portugal atualmente possui muitas formas de produzir energia elétrica,
sendo certo que os seis distritos produzem com uma potência total combinada de 5263,04
MW. Na tabela 1 mostra-se a potência instalada na zona centro, sendo pormenorizada a
informação por fonte de produção e por distrito. Outro dado importante é que a região possui
uma participação de 26,96% no parque electroprodutor de Portugal.
12
Metodologia
Tabela 1 - Potência instalada na Região Centro de Portugal – Fonte: adaptado (EEP, 2018)
Como se pode observar na tabela 1, as centrais eólicas têm uma participação notável
(57,78% - 3041,12 MW) no parque eletroprodutivo da zona centro, e os distritos de Coimbra
(33,05% - 1739,64MW) e Viseu (30,98 % - 1630,63 MW) a maior participação no parque
eletroprodutivo.
A nível mundial, a dependência energética é tendencialmente superior e, por conseguinte, o
consumo também aumenta de forma significativa em todos os sectores económicos. Em
Portugal, e mais especificamente na região centro, o consumo de energia elétrica mantém-
se relativamente estável nos últimos anos. Na tabela 2 mostra-se a evolução do consumo de
energia elétrica na região centro entre os anos de 2010 e 2016, referente à NUTIII.
NUT III - OESTE 1669,5 1601,77 1486,82 2538,84 2611,09 1458,26 2742,06
NUT III - BEIRA BAIXA 504,21 483,65 475,04 293,82 286,61 471,87 298,5
NUT III - MÉDIO TEJO 1189,59 1216,37 1132,91 1437,6 1464,87 1111,3 1500,31
13
Metodologia
Como se pode observar na tabela 2, as regiões de Aveiro e Coimbra ao longo desses anos
têm contribuído mais significativamente para o consumo de energia elétrica na região centro
de Portugal. No ano de 2016, a região consumiu 24,90% de toda energia produzida em
Portugal neste mesmo ano. A partir dos dados de potência instalada e consumo da região,
apesar da produção de energia elétrica ser muito condicionada pelos fatores climáticos,
principalmente pelos ventos e pelas precipitações e de não nos ter sido possível socorrer de
dados precisos de produção específica da região, supõe-se que a região centro de Portugal,
é autossuficiente em energia elétrica e ainda fornece o seu excedente ao resto do país
Analisa-se também para a região e faz-se um comparativo com Portugal, o consumo médio
de energia elétrica por habitante, para se identificar melhor o perfil de consumo da região
centro. Na tabela 3 mostra-se a evolução do consumo entre os anos de 2010 a 2016,
especificando por cada região.
NUT II - REGIÃO
5552,20 5423,40 5227,80 5131,50 5231,10 5348,30 5451,50
CENTRO DE PORTUGAL
NUT III - OESTE 4609,00 4416,40 4109,00 3978,10 4059,60 4067,50 4136,30
NUT III - BEIRA BAIXA 5623,80 5450,20 5428,70 5418,70 5471,20 5614,50 5914,00
NUT III - MÉDIO TEJO 4788,40 4926,10 4627,10 4575,20 4556,80 4659,40 4809,40
14
Metodologia
Para analisar até que ponto as alterações climáticas poderiam influenciar as questões
energéticas, como um possível aumento de consumo considerando o tão referido aumento
da temperatura, utilizaram-se projeções de modelos climáticos para cenários futuros, para se
comparar as zonas climáticas já estabelecidas em Portugal pelo DL n.º 80/2006 (RCCTE).
Deste modo podem ser projetadas as possíveis zonas climáticas na região.
Segundo a legislação portuguesa (DL n.º 80/2006), existem as Zonas Climáticas de Inverno
(ZCI) e Verão (ZCV). As ZCI são divididas em três zonas, I1, I2 e I3, onde I1 necessita de
menor aquecimento interno, I2 necessita um aquecimento interno intermédio e I3 necessita
um aquecimento interno maior. As ZCV são divididas em três zonas, V1, V2 e V3, onde V1
necessita menor arrefecimento interno, V2 necessita um arrefecimento interno intermédio e
V3 necessita um arrefecimento interno maior.
O DL n.º 80/2006 estabelecia condições para definir os períodos onde é necessário o
aquecimento nos edifícios (ZCI) e períodos onde é necessário o arrefecimento nos edifícios
(ZCV). Para melhor se trabalhar os dados que obtivemos, definimos períodos fixos, onde
para o período de aquecimento estipulamos entre 1 de outubro até 30 de abril (8 meses) e
15
Metodologia
Figura 6 - Pontos da malha do modelo regional de clima Alladin-53 na Região Centro de Portugal
16
Metodologia
Tabela 4 - Equações para cálculo dos dias graus de aquecimento – Fonte: adaptado (Spinoni et al., 2017)
T Máxima ≤ T Base
1 GDA = T Base - T Média
(dia uniformemente frio)
T Média ≤ T Base < T máxima GDA = [(T Base - T Mínima) /2] - [(T Máxima -
2
(dia predominantemente frio) T Base) /4]
17
Metodologia
A partir dos dados de temperaturas projetados para o cenário climático entre 2021 e 2050
podem-se avaliar possíveis alterações nos consumos energéticos domésticos na região
Centro de Portugal.
18
Apresentação e Discussão de Resultados
Considerando as projeções climáticas para cenários futuros, pode-se verificar que haverá um
provável aumento das temperaturas nesta região de Portugal, decorrente principalmente da
contínua emissão excessiva de gases de efeito estufa.
Iniciaremos com os resultados relativos ao período onde se verifica as condições de
aquecimento dos edifícios. A legislação portuguesa (DL n.º 80/2006 e n.º 118/2013) define 3
classificações (I1, I2 e I3) para as zonas climáticas de inverno, onde as mesmas possuem
necessidades crescentes de aquecimento para os edifícios.
Na figura 7 mostra-se as ZCI referidas no DL n.º 80/2006 e as ZCI projetadas a partir do
cenário climático para o período 2021 a 2050, utilizando duas temperaturas base de
referências diferentes, como explicado anteriormente.
19
Apresentação e Discussão de Resultados
Pelos dados obtidos, pode-se observar que os aumentos de temperatura serão mais notáveis
nos municípios localizados na costa ocidental e na parte central da região centro de Portugal.
Para ilustrarmos melhor essa condição, nas figuras 8 e 9 mostra-se a evolução dos GDA para
o município de Aveiro no período 2021 a 2050, com as duas temperaturas base de referência
diferentes. Escolheu-se esta localidade, por a mesma apresentar dentro da região centro de
Portugal um maior consumo de energia elétrica e por ser então uma potencial região a ser
mais atingida pelas alterações climáticas, visto o comportamento de consumo energético.
2100
GRAUS DIA DE AQUECIMENTO ANUAIS -
2000
TBASE 20O C - MUN. DE AVEIRO
1900
1800
1700
1600
1500
1400
2021
2022
2023
2024
2025
2026
2027
2028
2029
2030
2031
2032
2033
2034
2035
2036
2037
2038
2039
2040
2041
2042
2043
2044
2045
2046
2047
2048
2049
2050
20
Apresentação e Discussão de Resultados
1700
1500
1400
1300
1200
1100
1000
2021
2022
2023
2024
2025
2026
2027
2028
2029
2030
2031
2032
2033
2034
2035
2036
2037
2038
2039
2040
2041
2042
2043
2044
2045
2046
2047
2048
2049
2050
Figura 9 - GDA para o município de Aveiro - T base 18º C - Período 2021-2050
Ao longo dos 30 anos projetados obteve-se valor médio de GDA de 1790,24 (T base 20º C)
e 1366,06 (T base 18º C), valores estes acima e um pouco abaixo (respetivamente) do valor
constante no DL n.º 80/2006, que é de 1390. Para ambos os cenários projetados houve
mudanças significativas, indicando-nos também uma mudança no zoneamento climático de
inverno (I1 para I2 nos dois cenários) devido às possíveis diminuições de temperaturas na
localidade. Como referido anteriormente, com o aumento da necessidade de aquecimento
nos edifícios da região de Aveiro, poderá haver um desequilíbrio no sistema e nas estruturas
da rede elétrica durante o período de inverno.
Neste ponto mostram-se os resultados relativos ao período onde se verificam as condições
de arrefecimento dos edifícios. A legislação portuguesa (DL n.º 80/2006 e n.º 118/2013)
define 3 classificações (V1, V2 e V3) para as zonas climáticas de verão, onde as mesmas
possuem necessidades crescentes de arrefecimento para os edifícios.
Na figura 10 mostra-se as ZCV referidas no Decreto Lei nº 80/2006 e as ZCV projetadas a
partir do cenário climático 2021/2050 e utilizando as definições do DL n.º 118/2013.
21
Apresentação e Discussão de Resultados
Como se pode observar na figura 10, existiram mudanças mais significativas no zonamento
climático de verão, indicando que as temperaturas tenderão a aumentar mais no período
entre 1 de maio e 30 de setembro. Na tabela 7 mostra-se a quantificação do zonamento por
número de municípios, prevista nos mapas gerados.
Pelos dados obtidos, pode-se observar que os aumentos de temperatura serão mais notáveis
nos municípios localizados na costa ocidental da região centro de Portugal. Esse elevado
aumento nas zonas V3 (25 para 74), poderão acarretar aumentos nos consumos devido às
necessidades maiores de arrefecimento nos edifícios e também causar um certo
desequilíbrio no sistema de produção/consumo em Portugal, visto que os períodos de maior
produção estão concentrados no período de inverno.
Para o município de Aveiro mantém-se a tendência de maiores arrefecimentos supra
identificados, com uma mudança do zoneamento climático de verão, passando de uma zona
V1 para uma zona V3. Essa mudança também no período de verão, coloca esta região como
uma propícia localidade para investimentos e investigação de medidas de adaptações às
alterações climáticas no sector energético. No anexo G mostram-se os dados utilizados para
construir os mapas do zoneamento climático para a região centro de Portugal.
22
Apresentação e Discussão de Resultados
A partir dos resultados obtidos, e considerando o cenário em que a temperatura base para
os GDA são 20ºC, temos épocas em que as necessidades de aquecimento serão maiores do
que atualmente no inverno e as temperaturas serão superiores no verão levando a que os
edifícios necessitem de uma maior capacidade de aquecimento e arrefecimento, ou seja, a
um maior consumo de energia global. Para o cenário em que a temperatura base para os
GDA são 18ºC as necessidades de aquecimento de inverno vão ser praticamente as
mesmas, sendo que essa necessidade de energia, em qualquer um dos casos, pode ser
colmatada com a consciencialização da necessidade de haver uma utilização racional de
energia e também com a implementação de sistemas que tenham um menor consumo.
Tendo em conta que na União Europeia 40% da energia produzida é consumida por edifícios
e que 75% dos edifícios existentes foram construídos antes da entrada em vigor de qualquer
regulação para o uso de energia(Joyce,2018), pode se afirmar que grande parte deste
consumo se deve à ineficiência energética dos mesmos, tornando a sua reabilitação uma das
mais importantes medidas de adaptação para a diminuição do seu consumo.
Para reduzir os consumos energéticos num edifício é possível intervir a vários níveis, pois
são vários os fatores que contribuem para o consumo, sendo certo que um deles é o
comportamento térmico do edifício. O comportamento térmico é maioritariamente afetado
pela localização, orientação e pelos materiais utilizados na construção do mesmo.
Uma boa escolha destes fatores na construção de um edifício consegue reduzir
significativamente o consumo de energia, por exemplo, no inverno, se estiver orientado de
forma a aproveitar as horas de sol com isolamento térmico correto, reduz as necessidades
de aquecimento, e da mesma forma se forem feitas palas de sombreamento, no verão, o
edifício irá estar mais fresco.
Em edifícios já construídos também é possível melhorar o seu comportamento térmico, e em
Portugal o projeto More-Conecte (Barbosa et al, 2018) pretende a remodelação de
habitações de forma a que estas tenham o mínimo de consumos e uma das medidas é a
aplicação de painéis modulares exteriores com isolamento térmico em edifícios antigos os
quais possibilitam uma poupança global de 25% da energia consumida e reduzindo ainda o
nível de humidade no interior do edifício.
Outro dos fatores importantes para melhoria térmica são os vãos envidraçados, que
representam 25 a 30% das perdas de calor de uma habitação (Energia e Edifícios, 2008), a
23
Apresentação e Discussão de Resultados
escolha correta de caixilharia e tipo de vidro a utilizar pode representar 50% da diminuição
destas perdas de calor por essa fonte.
Para além da climatização uma grande parte da energia é gasta com iluminação, que
atualmente há uma vasta gama de iluminarias que conseguem poupanças de até mais de
50% e, para além das lâmpadas, também existem dispositivos reguladores da intensidade
da luz que permitem reduzir a mesma conforme a presença de luz natural diminuindo assim
ainda mais o consumo de eletricidade. Da mesma forma que é gasta muita energia com
iluminação também é gasta muita energia com equipamentos que, não raras vezes podem
ser substituídos por outros mais eficientes reduzindo a fatura elétrica.
Uma outra forma de reduzir o consumo de energia é através da utilização de energias
renováveis, por exemplo para aquecimento em vez da utilização de caldeiras ou aquecedores
é possível utilizar-se um painel solar de aquecimento que se bem dimensionado ou mesmo
em conjunto com outros sistemas como cogeração e esquentadores, consegue suprir as
necessidades de aquecimento de uma habitação e dependendo do equipamento o mesmo
sistema solar consegue tanto produzir calor como frio fazendo assim face às necessidades
de aquecimento como de arrefecimento (Vimasol, 2018). O contra destes equipamentos de
aquecimento e arrefecimento são os custos de aquisição que muitas vezes não compensam
o investimento.
Para além destas medidas que diminuem o gasto de energia, designadas de medidas
passivas, também existem várias medidas ativas, ou seja, equipamentos que produzem
energia. Atualmente, discute-se muito os sistemas de autoconsumo normalmente
constituídos por painéis solares fotovoltaicos como forma de diminuir os consumos de
energia. Para além de painéis fotovoltaicos, há também micro aerogeradores que aproveitam
o vento para produzir energia e que, em muitos casos podem ser mais proveitosos do que os
painéis, mas são também mais dispendiosos.
Pelo mundo há vários casos de urbanizações Zero Energy Development (ZED), que
consistem na construção ou reabilitação de vilas de forma a serem carbono positivas,
sustentáveis e que levem a um estilo de vida saudável (BioRegional, 2018). Um desses
exemplos é a Eco-Viikki, em Helsínquia na Finlândia que foi construído entre 1999 e 2004
(figura 11).
Durante a construção deste bairro foram tidos em conta alguns critérios ecológicos que
guiaram o projeto, como a redução de poluentes, o uso de recursos naturais e renováveis
com o objetivo de reduzir os combustíveis fósseis e a energia adquirida, a melhoria do clima
interior das habitações, da ventilação natural e do aproveitamento da luz solar, entre outros.
Para a eficiência energética foram colocados dois sistemas de aquecimento solar que servem
um total de 10 edifícios e a rede de aquecimento urbano foi feita com base em cogeração,
isto é, um processo de produção e de utilização combinada de calor e eletricidade que
24
Apresentação e Discussão de Resultados
permite aproveitar mais de 70% da energia térmica proveniente dos combustíveis utilizados
nesse processo. Além disso, um dos blocos de apartamentos possui painéis de energia solar
que permitem que essa mesma energia seja convertida em eletricidade e sirva as habitações.
Com estas medidas e face às habitações convencionais, o bairro de Eco-Viikki apresenta
valores de emissões de dióxido de carbono 50% inferiores e sendo que para energia de
aquecimento necessária os valores são cerca de 30% dos necessários para as habitações
convencionais (Energie Cities, 2018).
Para haver uma diminuição do consumo de energia é necessário que as pessoas tenham a
noção da importância da sua racionalização e dos benefícios que isso pode trazer e a partir
de um pensamento resiliente, a adoção de boas práticas se tornará muito mais fácil.
Na tabela 8 apresentam-se alguns exemplos de medidas para reabilitação e diminuição dos
custos energéticos em edifícios em geral.
25
Apresentação e Discussão de Resultados
ENVIDRAÇADOS DE ELEVADO
DESEMPENHO TÉRMICO
AQUECIMENTOS/ARREFECIMENTO
ADOÇÃO DE SISTEMAS SOLARES
PASSIVOS SISTEMAS DE COGERAÇÃO EM
CONJUNTO COM SISTEMAS SOLARES
PAINÉIS FOTOVOLTAICOS
MICRO AEROGERADORES
APROVEITAMENTO DE FONTES
RENOVÁVEIS AQUECIMENTO POR QUEIMA DE
PELLETS
APARELHOS E ELETRODOMÉSTICOS DE
CLASSE A OU SUPERIOR
UTILIZAR REGULADORES DE
INTENSIDADE
26
Conclusões
5 CONCLUSÕES
Com o presente projeto pretendeu-se prever a possível variação das temperaturas para o
período de 2021 a 2050 e também apresentar medidas que de alguma forma possam
minimizar o consumo de energia nesses cenários.
A elaboração deste trabalho passou primeiramente pela análise da produção e dos consumos
de energia da zona centro de Portugal, e foi neste âmbito que se fez a previsão de cenários
de climas futuros.
Para a estação de inverno realizou-se a modelação para dois cenários. Num deles a variação
das zonas climáticas era bastante visível havendo um aumento das zonas I3, representando
assim um aumento geral das necessidades de aquecimento dos edifícios e
consequentemente o gasto de mais energia. No outro caso as zonas climáticas mantiveram
se praticamente as mesmas, não havendo mudanças significativas, o que leva a consumos
parecidos aos atuais. Essa diferenciação das zonas climáticas nos dois cenários se explica
pelas diferentes temperaturas bases adotadas nos DL n.º 80/2006 (20º C) e n.º 118/2013
(18ºC), que apontam necessidades distintas de aquecimento nos interiores dos edifícios.
No caso do verão nota-se uma variação muito grande nas zonas climáticas havendo um
aumento significativo da zona V3 revelando que irá haver um aumento significativo das
necessidades de arrefecimento.
Dado estes cenários conclui-se que é extremamente necessária uma mudança de
comportamento em relação ao uso de energia e também uma reabilitação do parque
edificado português, tendo em conta que a maioria dele está construído de forma ineficiente
em relação ao consumo energético. Medidas como palas de sombreamento, envidraçados
com elevado desempenho térmico ou a utilização racional da energia têm potencial de
poupança económico muito elevado.
27
Bibliografia
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29
Bibliografia
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Cambridge University Press,2007.pp.1-2.
30
Anexos
Anexos
31
Anexo A - Sugestões de adaptações as alterações climáticas previstas para Portugal no setor energético
INFRAESTRUTURAS LINEARES
> Redução da potência nominal > Identificação dos principais pontos fracos do
> Redução da flexibilidade na sistema e realizar de estudos complementares para
Temperatura /
gestão das redes avaliar a possível expansão do sistema em termos da
Aumento da temperatura
sua resiliência, nomeadamente através de sistemas
/ Operação de subestações em anel ou de interligações.
>Inundações;
> Redução da segurança do >Identificação das instalações sujeitas a riscos de
abastecimento. inundação;
Precipitação / > As subestações podem ficar > Avaliação técnico-económica de eventuais
Precipitação intensa, inoperacionais, conduzindo á investimentos a realizar nestas instalações para a
inundações redução da segurança no redução dos riscos, como a colocação de muros, a
abastecimento. instalação de bombas, a colocação de equipamentos
a cota superior, entre outros.
/ Operação de subestações
>Instabilidade das
>Identificação das instalações sujeitas a riscos de
infraestruturas. As subestações
erosão;
podem ficar inoperacionais,
Precipitação / > Avaliação técnico-económica de eventuais
conduzindo á redução da
Aumento da erosão investimentos a realizar nestas instalações para a
segurança no abastecimento.
redução dos riscos, como a instalação de estruturas
de contenção de movimento de terras, entre outras.
/ Operação de subestações
>Instabilidade das
infraestruturas. As instalações
>Identificação das infraestruturas sujeitas a riscos
podem ficar inoperacionais,
de erosão;
conduzindo a perda de
Precipitação / >Avaliação técnico-económica de eventuais
resiliência do sistema e perdas
Aumento da erosão investimentos a realizar nestas instalações para a
no abastecimento.
redução dos riscos, nomeadamente soluções
diferentes de traçado das redes, etc.
/ Operação de cabos
subterrâneos elétricos
32
Anexo A - Sugestões de adaptações as alterações climáticas previstas para Portugal no setor energético
INFRAESTRUTURAS FIXAS
Centrais hídricas (CH); Centrais térmicas (CT); Parques eólicos (PE); Postos de redução de pressão de gás natural
(PRGN); Refinarias/armazenagem e/ou distribuição de produtos petrolíferos (PP); Postos de redução e medida de
gás (PR/MG); Unidades Autónomas de regaseificação de gás natural liquefeito (UA)
33
Anexo A - Sugestões de adaptações as alterações climáticas previstas para Portugal no setor energético
Centrais hídricas (CH); Centrais térmicas (CT); Parques eólicos (PE); Postos de redução de pressão de gás natural
(PRGN); Refinarias/armazenagem e/ou distribuição de produtos petrolíferos (PP); Postos de redução e medida de
gás (PR/MG); Unidades Autónomas de regaseificação de gás natural liquefeito (UA)
34
Anexo A - Sugestões de adaptações as alterações climáticas previstas para Portugal no setor energético
Centrais hídricas (CH); Centrais térmicas (CT); Parques eólicos (PE); Postos de redução de pressão de gás natural
(PRGN); Refinarias/armazenagem e/ou distribuição de produtos petrolíferos (PP); Postos de GPL (PGPL)
Centrais hídricas (CH); Centrais térmicas (CT); Parques eólicos (PE); Postos de redução de pressão de gás natural
(PRGN); Refinarias/armazenagem e/ou distribuição de produtos petrolíferos (PP); CT – Biomassa
CT – Biomassa
> Alteração da
> medidas de adaptação da floresta, atual e do
disponibilidade e da dispersão
futuro, e da sociedade (que será quem implementará
geográfica de biomassa
a adaptação) de modo a fazer face às perspetivas
residual florestal, fruto da
> Apesar do impacte relacionado com as pragas
diminuição potencial da
afetar positivamente a produção de eletricidade em
produtividade, do aumento dos
centrais termoelétricas a biomassa, terá outras
fogos e das pragas
Conjugação de diversos consequências muito mais gravosas, pelo que deverá
> Aumento da atividade de
agentes climáticos ser mitigado, através de criação de mecanismos de
pragas florestais, devido ao
monitorização e do controlo do risco de entrada de
aumento da temperatura,
novos agentes bióticos através das importações e da
diminuição da precipitação e
promoção de uma gestão florestal ativa e a
aumento da área ardida,
promoção da investigação e desenvolvimento para o
resultando em maior
desenvolvimento de novas (e mais eficazes) medidas
disponibilidade de biomassa
de combate às pragas florestais
para queima
35
Anexo B - Ações e Medidas Propostas pelo Subgrupo Energia (ENAAC)
Tabela 10 - Ações e medidas propostas pelo subgrupo Energia – Fonte: adaptado (ENAAC, 2016)
36
Anexo C – Potência instalada em Portugal
37
Anexo D – Produção energia elétrica em Portugal (2010-2016)
Tabela 12 - Evolução da produção de energia elétrica (2010-2016) – Fonte: Fonte: adaptado (REN, 2017)
38
Anexo D – Consumo de energia elétrica por tipo de consumo (2015/2016)
Tabela 13 - Consumo de energia elétrica por tipo de consumo (2015/2016) - Fonte: adaptado (Pordata_a, 2018)
Consumo de energia eléctrica por tipo de consumo (GWh)
39
Anexo F – Dados Utilizados para Geração dos Cenários Futuros
Tabela 14 - Cenário da energia elétrica em Portugal (2015/2016) – Fonte: adaptado (REN, 2018)
Produção/Consumo/Exportação/Importação de energia eléctrica em Portugal 215/2016 (GWh)
Ano - 2015 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Produção 4468 4731 4420 4428 4058 3707 4097 3764 3821 4625 4083 4214
Consumo 4713 4231 4166 3728 3940 3966 4281 3908 3883 3985 3973 4189
Exportação 118 396 277 160 155 104 63 78 134 494 168 137
Importação 617 183 278 418 276 500 449 460 377 152 356 482
Ano - 2016 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Produção 5629 5474 5011 4960 4790 4372 4563 4435 4307 4204 4709 4939
Consumo 4413 4205 4344 3981 3866 3859 4254 4022 3988 3932 4082 4325
Exportação 1006 1081 547 813 722 481 357 370 366 297 515 502
Importação 105 62 188 61 86 79 245 133 173 327 230 285
40
Anexo F – Dados Utilizados para Geração dos Cenários Futuros
41
Anexo F – Dados Utilizados para Geração dos Cenários Futuros
42
Anexo F – Dados Utilizados para Geração dos Cenários Futuros
43