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Objetivos
Observar, usando circuitos simples, o comportamento de dispositivos de resistência
constante e/ou variável.
Introdução
A resistência de um elemento de circuito ao qual se aplica uma diferença de
potencial é, em corrente contínua, o fator determinante do valor da corrente. O mais
simples dos circuitos é constituído por uma fonte de tensão e um elemento de circuito –
não necessariamente um resistor puro e simples -, no qual, por sua vez, sua resistência
determinará a corrente.
Para um resistor metálico, temos que a resistência é dependente da substância,
comprimento e seção reta: R = ρ.L/A ( ρ= resistividade elétrica; L= comprimento do fio; A=
seção reta). Quando ligada a um circuito R = V/i (V= ddp nos terminais do resistor; i =
corrente no resistor)
L
Mas, a) Nem sempre as condições de operação permanecem inalteradas –
pressão e temperatura, por exemplo; b) temos necessariamente um resistor metálico.
Utilizaremos no experimento um circuito simples para investigar o comportamento de
alguns componentes.
Um condutor é ôhmico se obedecer a duas condições: a) conduzir igualmente em
qualquer direção; sua resistência ser independente da tensão aplicada e da corrente que
a atravessa.
Material
01 fonte universal 30 V CC (ajustável)
01 voltímetro CC
01 miliamperímetro CC
01 lâmpada de 6 V
01 resistor de 47
01 diodo semicondutor
cabos de ligação
Procedimento
O circuito abaixo está automaticamente montado se simplesmente conectarmos o
componente à fonte. Note que a tensão de saída indicada pela fonte é a mesma nos
terminais do componente (há casos em que pode ser diferente?). A fonte também
indica a corrente. Não estranhem o comportamento do diodo.
Montar o circuito abaixo e variando a tensão de saída completar a tabela.(Obs. A
fonte já indica a tensão aplicada - que por sinal é a mesma que nos terminais dos
componentes (há casos em que pode ser diferente?) e a corrente. Não estranhem o
comportamento do diodo.
Metais tendem a ser bons condutores de eletricidade, já que normalmente possuem "elétrons
livres", que conseguem se mover facilmente entre os átomos e a eletricidade envolve o fluxo de
elétrons. Apesar de os cristais de silício terem aparência metálica, não são, de fato, metálicos. Todos
os elétrons externos em um cristal de silício estão envolvidos em ligações covalentes perfeitas, de
forma que não podem se mover entre os átomos. Um cristal de silício puro é praticamente um
isolante, muito pouca eletricidade passa por ele.
É possível alterar o comportamento do silício e transformá-lo em um condutor dopando-o.
Na dopagem, mistura-se uma pequena quantidade de impurezas a um cristal de silício.
Existem dois tipos de impurezas:
Tipo N - Na dopagem tipo N, o fósforo ou o arsênico é adicionado ao silício em pequenas
quantidades. O fósforo e o arsênico possuem cinco elétrons externos cada um, de forma
que ficam fora de posição quando entram no reticulado de silício. O quinto elétron não tem a
que se ligar, ganhando liberdade de movimento. Apenas uma pequena quantidade de
impurezas é necessária para criar elétrons livres o suficiente para permitir que uma corrente
elétrica flua pelo silício. O silício tipo N é um bom condutor. Os elétrons possuem uma
carga negativa, daí o nome tipo N.
Tipo P - Na dopagem tipo P, o boro ou o gálio é o dopante. O gálio e o boro possuem
apenas três elétrons externos cada um. Quando misturados no reticulado de silício, formam
"buracos" ou "lacunas" na treliça e um elétron do silício não tem a que se ligar. A ausência
de elétron cria o efeito de uma carga positiva, daí o nome tipo P. Lacunas podem conduzir
corrente. Uma lacuna aceita muito bem um elétron de um vizinho, movendo a lacuna em um
espaço. O silício tipo P é um bom condutor.
Uma quantidade minúscula de dopagem tipo N ou tipo P leva um cristal de silício de bom
isolante a um condutor viável, mas não excelente - daí o nome "semicondutor".
Os silícios tipo N e tipo P não são tão impressionantes sozinhos; mas quando você os coloca
juntos, consegue um comportamento bem interessante na união dos dois.
O diodo é o dispositivo semicondutor mais simples possível. Um diodo permite que a
corrente flua em uma direção, mas não na outra. Você já deve ter visto catracas em um estádio ou
em uma estação de metrô, que deixam as pessoas passarem em apenas uma direção. Um diodo é
uma catraca de sentido único para elétrons.
Quando você coloca juntos o silício tipo N e tipo P como mostrado nesse diagrama, obtém
um fenômeno bem interessante, que dá ao diodo suas propriedades únicas.
Mesmo que o silício tipo N e o silício tipo P sozinhos sejam condutores, a combinação
mostrada no diagrama não conduz eletricidade. Os elétrons negativos no silício tipo N são atraídos
para o terminal positivo da bateria. As lacunas positivas no silício tipo P são atraídas para o
terminal negativo da bateria. Nenhuma corrente flui pela junção, pois as lacunas e os elétrons estão
se movendo na direção errada.
Se você inverter a bateria, o diodo conduz a eletricidade muito bem. Os elétrons livres no
silício tipo N são repelidos pelo terminal negativo da bateria. As lacunas no silício tipo P são
repelidas pelo terminal positivo. Na junção entre o silício tipo N e o silício tipo P as lacunas e os
elétrons se encontram. Os elétrons preenchem as lacunas. Ambos deixam de existir e novas lacunas
e elétrons surgem em seu lugar. O efeito é que a corrente flui pela junção.
Um dispositivo que bloqueia a corrente em uma direção, enquanto a deixa fluir em outra, é
chamado de diodo. Os diodos podem ser utilizados de diferentes maneiras. Um dispositivo que
utiliza pilhas, por exemplo, normalmente contém um diodo que o protege se você inserir as pilhas
ao contrário. O diodo simplesmente bloqueia qualquer corrente que tente deixar a pilha se ela
estiver ao contrário; isso protege os sensíveis componentes eletrônicos no dispositivo.
Se polarizado inversamente, um diodo ideal bloquearia toda a corrente. Um diodo real
deixa passar 10 microampéres, o que não é muito, mas ainda assim não é perfeito. Se você aplicar
suficiente tensão (V) invertida suficiente, a junção se quebra e deixa a corrente passar. Geralmente,
a tensão de quebra é muito maior do que o circuito jamais receberá, então é irrelevante.
Quando polarizado diretamente, uma pequena quantidade de tensão é necessária para fazer
o diodo funcionar. No silício, essa tensão é de cerca de 0,7 volts. Essa tensão é necessária para
iniciar o processo de combinação lacuna-elétron na junção.