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GOIÂNIA
2018
GILVAN DE BARROS PINANGÉ NETO
C01
GOIÂNIA
2018
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A fim de preservar a unidade territorial, estando o país dividido entre os Partidos Liberal
e Conservador, ocorre o golpe da maioridade e precocemente D. Pedro II torna-se Imperador
do Brasil. Em 1847 é estabelecido no Brasil o regime Parlamentarista. Contudo, ao contrário
do parlamentarismo clássico da Inglaterra (Legislativo exerce supremacia sobre o Executivo),
no Brasil ocorre o regime conhecido como “parlamentarismo às avessas”, pois era o
Imperador quem escolhia o primeiro-ministro. Este convocava eleições para compor o
Parlamento, as quais eram fraudadas, já que o voto era aberto.
Com forte inspiração no modelo presidencialista norte-americano, a Constituição de
1891 retirou do Legislativo a prerrogativa de demitir o ministério e definiu a legislatura em três
anos, transformando o Brasil em uma República Federativa Presidencialista. Em nível Federal,
Estadual e Municipal os membros do Executivo e Legislativo seriam eleitos pelo voto universal
masculino, direto e não secreto (exceções: menores de 21 anos, analfabetos, mulheres,
mendigos e militares sem patente). Constituído pelo Senado (três Senadores por Estado,
mandato de nove anos) e pela Câmara dos Deputados (Deputados proporcionais ao número de
habitantes de cada Estado, mandato de três anos), o Congresso Nacional possuía caráter
bicameral.
A política coronelista do “voto de cabresto” (aberto, não secreto e fraudulento) atingiu
seu ápice com a “República Café-com-Leite”, onde revezavam a presidência os Estados de
São Paulo (economia cafeeira) e Minas Gerais (economia pecuarista). A República Oligárquica
caracterizava-se pelo imobilismo político e domínio concentrado por famílias poderosas. Ainda
que encontrasse oposição de outras oligarquias (classe média, proletariado, movimento
tenentista etc.), foi a Revolução de 1930 que exterminou a República café-com-leite, iniciando
a “Era Vargas”.
Utilizando-se da heterogeneidade no país e de divergências ideológicas entre os próprios
grupos responsáveis pela revolução, Vargas promoveu rígida centralização política, nomeando
interventores de confiança nos Estados, governando através de decretos-lei e dissolvendo o
Congresso Nacional, absorvendo funções legislativas.
Promulgada com a Assembleia Nacional Constituinte ocorrida no mesmo ano, a
Constituição de 1934 inovou no campo social e ampliou direitos. Foram instituídos direitos
trabalhistas e foi criada a justiça do trabalho. Foi instituído o voto feminino e secreto (maiores
de dezoito anos) e as legislaturas aumentaram para quatro anos de duração. O Legislativo seria
exercido pela Câmara dos Deputados, com colaboração do Senado Federal, o qual também teria
função regulatória da República.
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