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das indústrias
O serviço é agora o instrumento das fábricas para reter
clientes; a distinção entre empresas industriais e de serviços
perdeu validade
Por Koen Bouckaert, Daniel Deneffe e Herman Vantrappen
Já se sabe que várias empresas industriais vêm investindo no Escolha algumas indústrias
fornecimento de serviços a seus clientes, entre as quais General Electric, líderes de mercado. Agora feche os
Siemens e Xerox. Mas como elas têm feito isso? A que custo? olhos e tente visualizar suas opera-
ções. Que imagens vêm a sua mente?
Com que consequências?
É provável que você tenha
Os resultados têm sido extremamente favoráveis em termos de imaginado laboratórios de pesquisa
aumento de vendas, como menciona este artigo. Diante disso, os autores e desenvolvimento (P&D) brilhan-
mostram o caminho das pedras para a transformação de uma empresa do e fábricas funcionando a todo o
exclusivamente industrial em uma prestadora de serviços. Eles identificam vapor, alimentadas por impecáveis
as forças propulsoras da mudança, descrevem três tipos de estratégias cadeias de suprimentos. Ou seja,
para isso (veja quadro na página 52) e definem os cinco fatores de “máquinas industriais” muito bem
sucesso essenciais para a empreitada (veja quadro na página 56), azeitadas, equipadas para fabricar
tudo com exemplos reais. produtos de alta tecnologia, com
excelente qualidade e preços compe-
titivos, para clientes cada vez mais
exigentes. Também é provável que
você tenha escolhido empresas
como ABB, General Electric, Otis,
Koen Bouckaert é consultor da Arthur D. Little, Inc. em Bruxelas, Bélgica,
Renault, Siemens, Xerox e similares.
com especialização em mudanças empresariais no setor industrial e de serviços de utilidade
O que talvez você não saiba, no
ESTRATÉGIA
pública.
entanto, é que muitas dessas empre-
Daniel Deneffe também é diretor da Arthur D. Little em Bruxelas e professor da sas estão acabando com a distinção
Arthur D. Little School of Management. Tem especialização em questões estratégicas para aplicação entre indústrias e prestadoras de
em vários setores de atividade. serviços, distinção essa cada vez mais
Herman Vantrappen é diretor-adjunto da Arthur D. Little em Bruxelas e possui vasta artificial. Tais fabricantes estão se
experiência em implementação de estratégias nos setores de produtos eletrônicos, tornando também fornecedores de
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automóveis e serviços de utilidade pública. serviços, uma vez que essa atividade
está rapidamente se transformando mentos industriais –sistemas médi- industrial pode se dar ao luxo de
na base de sua estratégia de relacio- cos, turbinas de avião, sistemas de ignorar os benefícios potenciais –e
namento com os clientes. geração de eletricidade, locomotivas. os custos– de fazer a transição da
Cerca de dois terços da receita da E quanto aos principais fabricantes simples fabricação de produtos para
Otis Elevator, por exemplo, são pro- de equipamentos motrizes, como a a fabricação de produtos acrescida
venientes de serviços e manutenção. Siemens e a GEC Alsthom, os servi- de fornecimento de serviços. Para
A General Electric espera obter, no ços respondem hoje por cerca de fazer essa transição com sucesso, as
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ano 2000, mais de US$ 18 bilhões de 50% da receita –e por uma porcenta- indústrias precisam entender as
receitas com os serviços prestados a gem ainda maior dos lucros. forças que impulsionam a transfor-
sua imensa base instalada de equipa- Atualmente nenhuma empresa mação, as estratégias de prestação 51
E S T R A T É G I A S D E S E R V I Ç O S
PRIMEIRA GERAÇÃO SEGUNDA GERAÇÃO TERCEIRA GERAÇÃO
Parte que assume o risco Cliente Fabricante e intermediário Todas as partes assumem