ensinando com

sucesso
Orientações Para o Professor

fascículo 15
OS COMPONENTES
BÁSICOS DE UM
PLANEJAMENTO

TEMA GERAL
É o assunto que será apresentado, co-
locado de modo amplo, geral.
TÓPICO ESPECÍFICO
Refere-se à abordagem que fará do
tema geral escolhido; é como dizer: “meu
tema escolhido é tão amplo que preciso
ir mais ao ponto, preciso focalizar apenas
uma parte desse tema.” Especificar o tópi-
co permite concentrar a discussão, fugin-
do da tentação de querer falar de tudo,
e, no final, não falar de nada. O tópico
específico trata da Bíblia como fonte de
inteligência de acordo com Ellen G. Whi-
te. A respeito da oração, poderia propor o
seguinte tópico específico: Os benefícios
da oração intercessora.
MATERIAIS NECESSÁRIOS
Nesta parte do planejamento devem
constar os objetos ou coisas que ajuda-
rão no processo de ensino-aprendizado.
Essa lista pode conter Bíblia, dicionários,
o livro Educação, pincel, cartolina; mas
você também poderá precisar de mapas,
tecido, fita adesiva e computador. Tudo
depende do tema e das atividades plane-
jadas. Por que devemos usar objetos ou
coisas em nossa lição? Porque objetos
ou materiais podem facilitar a compre-
ensão de verdades ou temas abstratos.
Por exemplo: ao tratar do tema oração
para cada membro da sua classe. Ou
ao falar de pureza, você pode entregar
um pedaço de tecido de linho branco,
como símbolo de uma vida limpa, pura.
OBJETIVOS DESEJADOS
Toda vez que queremos sair de fé-
rias, temos objetivos em mente: ir até
uma praia, ou passar alguns dias num
hotel-fazenda. Na medida do possível,
esses objetivos são específicos; por isso,
em vez de dizer “vou tirar férias no mês
de julho”, preferimos planejar assim: “va-
mos sair de férias no dia 7 de julho, e
retornaremos para casa no dia 28 de ju-
lho, à noite”. Os que são mais detalhistas
esquematizam um roteiro de viagem,
que inclui os hotéis, carro a ser alugado,
parques a serem visitados, etc.
No planejamento de uma aula não
poderia ser diferente: todo professor
precisa ter clareza dos objetivos que
pretende alcançar. Como nos lembra
Donald Griggs, “o que queremos alcan-
çar com os nossos alunos deve ser o
mais específico possível. Devemos po-
der verificar, no fim da aula, ou da uni-
dade de estudo, se os objetivos formu-
lados foram atingidos ou não”.
 Para que os objetivos sejam eficazes,
precisam ter pelo menos três caracterís-
ticas:
1. Os objetivos devem dizer o que
se espera do aluno, e não o que o pro-
fessor fará. Por isso, quando afirmamos
“descrever o que é inteligência”, estamos
dizendo que o aluno deve ser capaz de
fazer essa descrição. O verdadeiro ensino
ocorre não quando o professor explica o
assunto, mas quando o aluno faz a expli-
cação.
2. Os objetivos esperados nos alu-
nos devem ser descritos em termos
observáveis; ou seja, o professor deve
ser capaz de observar o aprendizado do
aluno. No exemplo dado anteriormente
como modelo, espera-se que o aluno
conheça o texto, contexto e significado
da citação de Ellen G. White sobre a Bí-
blia como fonte de inteligência. Pode-se
verificar facilmente se esse objetivo foi
alcançado: basta pedir ao aluno que dis-
corra sobre o assunto. Se a explicação for
satisfatória, então o professor saberá que
seu aluno chegou onde ele planejou que
chegasse.
3. Os objetivos devem ser descri-
tos de modo específico. Alguns obje-
tivos são demasiado vagos, e, portanto,
difíceis de serem observados e mesmo
cobrados; é o caso deste objetivo: “Cons-
cientizar-se da importância da oração”.
Conscientizar-se é algo amplo, geral, di-
fícil de ser medido, avaliado e observado;
como saber que uma pessoa se cons-
cientizou de algo? Em contrapartida, no
exemplo citado acima se pede algo espe-
cífico, direto ao ponto, muito fácil de ser
verificado: “Comprometer-se a ler a Bíblia
diariamente, mantendo um cronograma
de leitura, o qual deve ser partilhado se-
manalmente com a classe”.
Considerando que temos uma com-
preensão integral e holística do ser huma-
no, os objetivos precisam contemplar os
aspectos cognitivo (saber), afetivo-emo-
cional (sentir) e físico (fazer). E a realização
dessas atividades redundará no cumpri-
mento do aspecto social, enquanto que
a discussão do tema religioso contempla
o aspecto espiritual. Vamos a uma breve
descrição da natureza de cada objetivo
específico.
 Saber - Conhecimento: es-
ses objetivos têm a ver com
recordar, compreender, me-
morizar, listar, analisar, avaliar,
etc.
Sentir - Atitudes, valores, com-
promissos: esses objetivos têm a ver
com prestar atenção, participar, gas-
tar tempo, praticar, imitar, criar, desen-
volver, administrar, etc.
Fazer - Habilidades e comportamen-
tos: esses objetivos têm a ver com reagir,
aceitar, valorizar, rejeitar, louvar, priorizar,
alegrar-se, amar, concordar, internalizar,
comprometer-se, etc.
Ao elaborar os três tipos de objetivos
mencionados acima, o professor da Es-
cola Sabatina precisa ter em mente que
o conhecimento é ensinado, fundamen-
tando a crença das pessoas; isso mostra
a importância de se ensinar um bom
conteúdo. Por sua vez, atitudes e valores
são capturados e apreendidos; ou seja,
eles não dependem apenas do discurso
de quem ensina, mas da participação
consciente de quem aprende. Por outro
lado, habilidades e comportamentos são
adquiridos, o que reforça a necessidade
de um ensino-aprendizado envolvente e
participativo.
Estratégia
Refere-se a “qualquer situação de en-
sino-aprendizagem em que se articula
meios para facilitar a consecução dos
objetivos”. Uma estratégia, então, é um
modo ou técnica usado pelo professor
para conduzir a aula. Nos capítulos seis
e sete deste livro você encontra alguns
exemplos de estratégias adequadas para
serem usadas na Escola Sabatina.
Tempo
É fundamental que o professor saiba
quantos minutos gastará com cada ativi-
dade, a fim de que tenha noção clara de
sua intervenção com o grupo. Ao mesmo
tempo, é necessário que o professor de
Escola Sabatina saiba controlar o tempo
que tem, e usá-lo de modo proveitoso,
pois é extremamente desagradável e
frustante ter que terminar a lição quando
ainda se está na metade.
Atividade
Esse último elemento do plano pro-
posto se refere a “situações criadas pelo
professor para que o aluno viva certas
experiências julgadas necessárias para
acarretar mudanças intelectuais, afetivas
e motoras”.