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7/15/2018 'Evito redes sociais pela mesma razão que evito drogas', diz criador da realidade virtual - 29/11/2017

idade virtual - 29/11/2017 - Tec - Folha de S.Paulo


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'Evito redes sociais pela mesma razão leia também

que evito drogas', diz criador da Os brasileiros que doam sêmen para
inseminações caseiras
realidade virtual
Getty Images futuro digital

APARELHOS INTELIGENTES

Internet das coisas se aproxima da


realidade e já ajuda saúde e varejo

Jaron Lanier, criador da realidade virtual

DA BBC BRASIL

29/11/2017   17h18

SEGURANÇA DIGITAL
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Selfie vira senha para cartão de
crédito com uso de biometria
Jaron Lanier é uma das vozes mais respeitadas do mundo tecnológico. Um
visionário, ele ajudou a criar nosso futuro digital e cunhou o termo realidade
Amar se Aprende
virtual, nos idos dos anos 1980. Além de ser um filósofo da internet, Lanier é
Amando
um músico clássico, que tem uma coleção de mais de mil instrumentos.
Poesia de Convívio e
de Humor

https://www1.folha.uol.com.br/tec/2017/11/1938880-evito-redes-sociais-pela-mesma-razao-que-evito-drogas-diz-criador-da-realidade-virtual.shtml 1/6
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A despeito do visual alternativo –com longos dreads Por R$ 49,90
nos cabelos que lembram o estilo rastafari– e de se
comportar como um hippie, Lanier nunca usou Comprar

drogas. Nem quando era amigo de Timothy Leary, o


pioneiro do alucinógeno sintético LSD. Leary o
chamava de "grupo de controle", por sua rejeição a
químicos.

Lanier é autor de vários livros sobre o impacto da


tecnologia nos indivíduos e no comportamento coletivo. Neste mês, lançou
The Dawn of the New Eveything ("O Despertar de Todas as Novas Coisas", em
tradução livre).
Robôs que fazem sexo ficam mais
O título se refere ao momento em que o autor colocou, pela primeira vez, um reais e já respondem a carícias
desses capacetes que nos levam ao mundo da realidade virtual –momento que
descreve como "transformador" e como a "abertura de um novo plano de especiais
experiência". FACEBOOK  TWITTER  FEEDS

Ele foi um dos primeiros a desenvolver produtos voltados à realidade virtual,


no final dos anos 1980 e início dos anos 1990.

Mas, embora seja um dos protagonistas da história do Vale do Silício, é um


crítico dos valores propagados por empresas como o Facebook e o Google,
além de dizer que evita as redes sociais.

"Evito as redes pela mesma razão que evito as drogas –sinto que podem me
fazer mal," diz.

Lanier manifesta preocupação com o efeito "psicológico" do Facebook sobre


os jovens, especialmente na formação da personalidades dos adolescentes e APPLE, 40
na construção de relacionamentos. Conheça as quatro décadas da
empresa fundada por Steve Jobs
"As pessoas mais velhas, que já têm vários amigos e perderam contato com
eles, podem usar o Facebook para se reconectar com uma vida já vivida. Mas PUBLICIDADE
se você é um adolescente e está construindo relacionamentos pelo Facebook,
você precisa fazer a sua vida funcionar de acordo com as categorias que o
Facebook impõe. Você precisa estar num relacionamento ou solteiro, tem que
clicar numa das alternativas apresentadas", explica.

"Isso de se conformar a um modelo digital limita as pessoas, limita sua


habilidade de se inventar, de criar categorias que melhor se ajustem a você
mesmo."

Ele também critica a forma como Facebook, Google, Twitter e outros sites
utilizam os dados de usuários.

"Existem dois tipos de informações: dados a que todas as pessoas têm acesso
e dados a que as pessoas não têm acesso. O segundo tipo é que é valioso, EM TEC

porque esses dados são usados para vender acesso a você. Vão para terceiros, + LIDAS + COMENTADAS ÚLTIMAS

para propaganda. E o problema é que você não sabe das suas próprias
Teste de 'eu não sou um robô' não será
informações mais." 1 mais necessário, anuncia Google

Reprodução

Apple perde mais de metade do público
2 no Brasil em 2016

YouTube lança acervo de músicas
3 gratuitas e isentas de direitos autorais

Smartphones respondem por 55% das
4 vendas mundiais de celulares no 3º
trimestre

Banir celular pode melhorar notas na
5 escola, diz estudo; veja prós e contras

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Livro de Jaron Lanier

BUSCA POR UM MUNDO ALTERNATIVO?

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Lanier entrou pela primeira vez em contato com a ideia de realidade virtual
na década de 1980. A empresa dele, a VPL, criada em 1985, foi pioneira em RECEBA NOSSA NEWSLETTER
"capacetes com tela", desenvolvidos para mostrar mundos gerados por Bgegrc qcs ck _gj,,,   enviar
computadores que enganam o cérebro.

Desde o primeiro momento, Lanier reconheceu que a realidade virtual teria


duas "faces"- uma com "potencial para o belo" e outra "vulnerável ao
horripilante".
Reprodução

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realidade virtual. Mas também é uma autobiografia de um homem cujos
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Para atender a uma inesperada ganância, ela comprou um automóvel novo da Comprar
cor que Lanier escolheu. Mas, no dia em que foi aprovada no exame de
direção, morreu num acidente que, depois se saberia, foi causado por uma
falha mecânica daquele modelo de carro.

"Choramos durante anos", escreveu Lanier sobre sua própria reação e a do


pai. A tristeza foi agravada pelo antissemitismo e a intimidação de vizinhos e
colegas de classe. Um professor disse que a mãe dele "merecia" o que
aconteceu, por ser judia.

Depois que sua casa ardeu em chamas por um incêndio criminosamente


provocado, foram viver em uma tenda de acampamento até que o pai sugeriu
que ele desenhasse uma casa para os dois.

"Estava convencido de que nosso lar deveria ser feito de estruturas esféricas
similares as que encontramos nas plantas", conta, no livro.

Ele recorda que projetou modelos com cigarros, seu pai obteve permissão das
autoridades para construir e, juntos, montaram uma edificação com formato
de bola de golfe.

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7/15/2018 'Evito redes sociais pela mesma razão que evito drogas', diz criador da realidade virtual - 29/11/2017 - Tec - Folha de S.Paulo
O pai de Lanier viveu naquela casa durante 30 anos. Um ano depois da
construção, quando tinha 13 anos, Lanier foi à universidade local fazer um
curso de verão de química.

Quando terminou, continuou assistindo às aulas durante o semestre, até que


os professores não tiveram outra escolha senão aceitá-lo como estudante
universitário. Ele aprendeu a fazer queijo de cabra para vender e pagar os
custos com sua educação, e costurava suas próprias roupas.

REALIDADE ALTERNATIVA

Seria natural pensar que, depois de tudo o que viveu, Lanier quisesse se
dedicar a criar realidades alternativas, com cálculos e pixels no Vale do Silício.

Mas, ele nega que o objetivo tenha sido fugir do mundo real. Para Lanier, "a
maior virtude da realidade virtual é que, quando você regressa, de repente
percebe a realidade com frescor, como se fosse nova".

"Em vez de conceber a realidade virtual como um lugar a que se vai para
deixar algo para trás, a mim me parece que ela está subordinada à realidade",
explicou à BBC.

SER LAGOSTA

Enquanto estudava informática, leu o trabalho de Ivan Sutherland, que, na


década de 1960, foi uma das primeiras pessoas a criar um capacete com tela
que permitia a uma pessoa ver um mundo digital por meio de programas de
computador.

Depois de uma temporada em Nova York, Lanier se mudou para a Califórnia e


se uniu à incipiente indústria dos videogames. Com o dinheiro que ganhava,
financiava experimentos de realidade virtual com outros matemáticos - junto
com alguns deles fundou a empresa VPL.

Numa ocasião, Lanier e sua equipe ficaram obcecadas com a criação de


avatares não humanos.

As lagostas representavam um grande desafio, pela quantidade de


extremidades, mas eles descobriram que o cérebro humano se adapta a usar
apêndices (como antenas, patas e garras) com muita rapidez.

"A maioria das pessoas aprende a ser uma lagosta com relativa facilidade",
escreve. "Para mim, foi mais fácil ser uma lagosta que comer uma."

UM FUTURO VIRTUALMENTE REAL

A empresa de realidade virtual de Lanier durou somente cinco anos, mas o


legado dessa tecnologia se evidencia em cada vez mais áreas.

Por causa do alto custo, a realidade virtual não se desenvolveu de forma


massiva. No entanto, fabricantes de automóveis e aviões (para provar novos
desenhos de cabines), os médicos (para treinamento e tratamentos, como
terapia para transtorno de stress pós-traumático), e os militares, continuam a
usar a essa tecnologia.

Mas, para Lanier, a realidade virtual ainda está "presa ao passado" e não se
desenvolveu plenamente.

"O que a maioria tem visto é uma versão de videogame ou um filme (com
tecnologia de realidade virtual). Isso é típico de novos meios. No início, o
cinema se parecia com uma peça de teatro. A realidade virtual ainda não teve
a oportunidade de se libertar e ser o que é."

O filósofo da internet também faz projeções preocupantes sobre o futuro, com


o crescimento da automação e o desaparecimento de empregos.

Para ele, é preciso mudar o modo como a economia está organizada, para
evitar que a robótica crie uma massa de pessoas com fome e sem ocupação.

"Uma ideia é criar um contrato social, pelo qual pagamos uns aos outros por
coisas que nos interessam online. O objetivo é garantir o sustento das pessoas
quando as máquinas forem boas o suficiente para dirigir os onibus e
caminhões", sugere.

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"Ou nós monetarizamos o que as pessoas fazem ou adotamos o socialismo...
Ou deixamos um monte de gente passar fome, porque não achamos que elas
servem mais. A terceira opção parece ser a que está sendo adotada, pelo
menos nos Estados Unidos."

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JOAO CLAUDIO PINHEIRO 30/11/2017 00h28   0    0    Denunciar  COMPARTILHAR

Brilhante! O Facebook não tem razão de existir. É um entretenimento inútil, invasivo, tolo. Que o
Zucker aproveite, porque não irá durar muito mais.
O comentário não representa a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem

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