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ESCOLA DE MINAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
DEGRADAÇÃO E POLUIÇÃO AMBIENTAL
AMB118
DESASTRE AMBIENTAL
Estudo de caso – Recanto dos Pássaros,
Paulínia/SP
Shell Brasil S.A. – Divisão Química
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RESUMO
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1. INTRODUÇÃO
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2. DRINS
a. ALDRIN
Fórmula química: C12H8Cl6
O aldrin se metaboliza rapidamente em dieldrin em animais e plantas;
portanto, raramente são encontrados resíduos desse agrotóxico em
alimentos e animais. Apresenta efeitos tóxicos em humanos. A dose letal em
adultos foi estimada em 5g, equivalente a 83 mg/kg peso corporal
(SUASSUNA, 2001 p.17).
Dentre os sinais da intoxicação por aldrin tem-se: dor de cabeça, tontura,
náusea, mal-estar, e vômitos, seguido de contração muscular, congtrações
musculares e convulsões.
b. DIELDRIN
Fórmula química: C12H8Cl6O
A dose letal em adultos foi estimada em 10 mg/kg peso corporal/dia
(SUASSUNA, 2001 p. 17). O fígado é o principal órgão alvo da intoxicação,
juntamente com o sistema nervoso central.
Fonte: www.cetesb.sp.gov.br
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c. ENDRIN
Fórmula química: C12H8Cl6O
Estudos com animais mostram que o endrin pode afetar o sistema nervoso,
causando tremores e convulsões. Existem relatos de diminuição do ganho de
peso e danos histopatológicos no fígado e rins de animais expostos por via
oral por curto prazo.
Em seres humanos a exposição aguda a altas doses pode levar rapidamente
a sinais e sintomas de intoxicação, como excitabilidade e convulsões, e a
morte pode ocorrer entre 20 minutos e 12 horas após a exposição. Não foram
observados efeitos em trabalhadores sob exposição crônica ao endrin por via
respiratória e dérmica.
A principal fonte de exposição do endrin para a população geral é resíduos
em alimentos; no entanto a ingestão média atual está abaixo da ingestão
diária tolerável de 0,0002 mg/kg peso corporal recomendada pela FAO/OMS.
Fonte: www.cetesb.sp.gov.br
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3. REGULAÇÃO:
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4. CASO SHELL
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No referido acordo a Shell também deveria efetuar o monitoramento da área no
extremo oeste da planta descrita como “Incinerador” e “Formulação” em virtude
da identificação no solo de Drins (Aldrin, Dieldrin e Endrin). A companhia ficou
obrigada a monitorar solo e águas subterrâneas por um período de três anos,
com a finalidade de confirmar a hipótese levantada pela empresa, de que os
produtos encontrados no solo não migrariam para o aquífero.
Em 2000, por pressão dos moradores das chácaras da região, que alegavam
haver odor forte na água proveniente do lençol freático, a Cetesb coletou
amostras de fora da área da fábrica. Foi constatado, então, que a contaminação
havia extrapolado os limites da fábrica.
Figura 4
Área da fábrica
de agrotóxicos
Área residencial
evacuada
Rio Atibaia
Fonte: https://maps.google.com.br
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aquífero e a Shell seria responsável pelo monitoramento da qualidade da água
nas áreas próximas de onde ficava o incinerador e das unidades de formulação.
Mas após algum tempo foi constatado que a medida não era suficiente para
evitar que a contaminação chegasse até o rio Atibaia. O sistema conseguia tirar
os drins da água, mas lançava-os direto na atmosfera sem o tratamento da
fumaça. Uma estação de tratamento de água mais adequada foi construída e
começou a operar apenas em 2005.
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5. VAZAMENTOS
Três vazamentos no tanque de armazenamento de líquidos residuais da fábrica
instalado em uma das unidades, foram oficialmente registrados durante os anos
de produção. Em 1978 as inspeções acusaram estufamento do revestimento
interno do tanque, em 1982 foi novamente constatado tal problema. Em 1985,
mais uma vez detectou-se o vazamento e realizada impermeabilização de tal
tanque com um filme plástico de PVC.
6. INCINERAÇÃO
Na área oeste da planta funcionava um incinerador de líquidos para queima de
resíduos industriais. Tal incinerador recebeu três advertências da CETESB por
operação fora dos padrões aceitáveis na época. Os incineradores são
reconhecidos por ampla bibliografia internacional como fonte emissora, dentre
outros compostos tóxicos, de dioxinas e furanos além de metais pesados.
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7. CONTAMINAÇÃO
A vigilância sanitária da Prefeitura de Paulínia produziu, em 2003, um estudo
com 181 moradores (aproximadamente 70% da população) do bairro Recanto
dos Pássaros, onde a fábrica estava instalada. No sangue de muitas dessas
pessoas foram detectados metais pesados – como chumbo, cádmio e arsênico
– e os agrotóxicos DDT e Aldrin.
O estudo ainda pondera que, se a população do bairro tivesse sido retirada do
bairro pelo “risco potencial” à saúde quando, em 1995, a companhia reconheceu
perante à prefeitura os danos ambientais causados, quase metade (47%) dos
moradores não teriam sido expostos aos contaminantes, pois haviam nascido ou
se mudado para o Recanto dos Pássaros depois de 1995.
A Associação dos Trabalhadores Expostos a Substâncias Químicas (ATESQ)
levantou que, desde 2007, com o início do processo na Justiça, mais de 60 ex-
trabalhadores já faleceram e tinham, em média, 55 anos de idade. Ao menos 20
óbitos foram registrados em decorrência de algum tipo de câncer.
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PROVAS
A exposição das pessoas junto às substâncias contaminantes presentes no local
da fábrica estudada há anos está vastamente documentada nos autos do
processo. Instituições como Unicamp, MPT, Centro de Apoio Operacional das
Promotorias de Justiça do Meio Ambiente, Ministério da Saúde, CUT, Cedec,
Dieese, Unitrabalho e a empresa holandesa Haskoning/IWACO – contratada a
pedido da própria Shell – deram seus pareceres quanto ao caso.
Em razão de um termo de ajustamento de conduta firmado perante a Promotoria
do Trabalho em 2007, o Cerest (Centro de Referência Regional em Saúde do
Trabalhador) de Campinas examinou 69 ex-trabalhadores das empresas
acusadas e enviou um relatório, juntado aos autos do inquérito, sobre os
atendimentos realizados. O resultado apontou uma média de seis diagnósticos
por indivíduo analisado.
Dos 17 casos de neoplasia diagnosticados, 10, ou seja, 58,8% foram de
neoplasia maligna, chamando atenção os casos de cânceres de próstata e de
tireoide. Houve ainda um caso de síndrome mielodisplásica. Quanto às doenças
endócrinas, o Cerest verificou que 67,9% dos diagnósticos foram dislipedimias
somadas às doenças da glândula tireoide.
Dos 34 casos de doenças do aparelho circulatório, 21 foram casos de doenças
hipertensivas. Dentre as doenças do aparelho digestivo, destacaram-se as
doenças do fígado, além da ocorrência de casos de doença diverticular do cólon
e um caso de metaplasia intestinal em esôfago. Em 30 casos houve
predominância de lesões por esforços repetitivos, enquanto 56 ex-trabalhadores
apresentaram problemas sérios no aparelho gênito-urinário.
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CONCLUSÃO
A Shell trouxe os Drins para o Brasil após a proibição da produção nos Estados
Unidos em 1975.
A Shell estava ciente dos males dos drins quando os trouxe para o Brasil. Não
havia uma lei a respeito desse produto proibindo a sua produção e
comercialização.
A Shell não tomou qualquer cuidado com o manuseamento e com o
armazenamento dos materiais recebendo por várias vezes atuações da
CETESB, não resolvendo da forma correta os problemas ocorridos nas fabrica,
como por exemplo, o incinerador que por não possuir filtro, expelia ar
contaminado diretamente na atmosfera e as cinzas dos produtos incinerados
eram enterrados em aterros sem qualquer tipo de proteção. A estocagem
também não foi feita de maneira correta, os barris com agrotóxico ficavam ao ar
livre e em contato direto com o solo, causando não só a contaminação do solo
como também dos lençóis freáticos e como consequência, a contaminação do
rio Atibaia. Existem, inclusive, relatos de ex-funcionários de que havia tanques
clandestinos.
Medidas simples, como fornecimento de EPI’s e de informação aos funcionários
poderiam ter evitado e/ou minimizado os efeitos tóxicos dos DRINS. A falta de
uma política ambiental efetiva e de um plano de proteção ambiental, fez com que
grande área, moradores, trabalhadores, fauna e flora tenham sido afetados de
maneira severa.
A Shell utilizou-se da falta de fiscalização o Brasil e das brechas legais do país
para cometer diversos crimes ambientais.
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REFERÊNCIAS
<www.cetesb.sp.gov.br> Acesso: 30/07/2014
<http://ambiente.hsw.uol.com.br/substancias-toxicas5.htm> Acesso: 02/07/2014
<http://reporterbrasil.org.br/> Acesso: 02/007/2014
SUASSUNA, Karen. Contaminação em Paulínia por Aldrin...
SHELL DO BRASIL S.A. Campanha de Substâncias e Tecnologias Tóxicas,
Greenpeace Brasil. São Paulo, 24 de abril de 2001. Disponível em
<http://www.conjur.com.br/dl/relatorio-shell-greenpeace.pdf> Acesso:
02/07/2014
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