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1ª corrente
A primeira posição é que se deve analisar o caso concreto, para saber se a
substancia é ou não é psicotrópica, uma vez que a portaria está sempre defasada
em relação à criatividade do homem. Esta é a visão de Vicente Grecco, que fere o
princípio da taxatividade, dando uma liberdade muito grande ao Juiz para decidir o
que será droga ou não.
2ª corrente
Sendo assim, melhor é o posicionamento que considera a expressão “droga”
como uma norma penal em branco, pois a portaria é que dirá o que é considerado
como droga. Portanto, hoje, droga é aquilo que estiver rotulado na portaria da
Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde SVS/MS 344/98.
2) PROPORCIONALIDADE;
1ª corrente
O art. 28, lei 11.343/2006 narra conduta que é verdadeiramente um crime. E esta
corrente se vale dos seguintes fundamentos para explicar seu posicionamento
(que deve ser utilizado em primeira fase de concurso):
Art. 101, ECA. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade
competente poderá determinar, dentre outras, as seguintes medidas:
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade;
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários;
III - matrícula e freqüência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino
fundamental;
IV - inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao
adolescente;
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime
hospitalar ou ambulatorial;
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento
a alcoólatras e toxicômanos ;
VII - abrigo em entidade;
VIII - colocação em família substituta.
Parágrafo único. O abrigo é medida provisória e excepcional, utilizável como forma
de transição para a colocação em família substituta, não implicando privação de
liberdade.
2ª corrente
O artigo 28 refere-se a uma infração penal sui generis; este entendimento da
segunda corrente é embasado de acordo com os seguintes fundamentos
expostos:
Art. 48, lei 11.343/2006 - § 2 o Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei,
não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente
encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a
ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando -se as
requisições dos exames e perícias necessários.
3ª corrente
Por fim, esta terceira corrente entende que o artigo 28 não é crime, mas sim fato
atípico na seara penal; e tal posicionamento se desdobra nos seguintes
fundamentos, listados abaixo:
SUJEITO ATIVO
SUJEITO PASSIVO
O sujeito passivo que é atingido com a prática do crime do artigo 28 é a
coletividade.
NÚCLEOS DO TIPO
Art. 28, lei 11.343/2006 - Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
TENTATIVA
Art. 28, lei 11.343/2006 - Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou
trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo
com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas :
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. (...)
PRESCRIÇÃO
TRÁFICO DE DROGAS
ANÁLISE DO ARTIGO 33, LEI 11.343/2006
TRÁFICO
Caput PROPRIAMENTE
DITO
TRÁFICO POR
§1º
EQUIPARAÇÃO
Tráfico
(art. 33, lei
11.343/2006)
§2º e §3º FORMAS ESPECIAIS
§4º PRIVILÉGIO
Art. 33, lei 11.343/2006 - Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar,
adquirir, vender, expor à venda, oferecer, ter em depósito, transportar, trazer
consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas,
ainda que gratuitamente, sem autorização ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar: (TRÁFICO PROPRIAMENTE DITO)
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a
1.500 (mil e quinhentos) dias -multa.
Existem dois bens jurídicos que são protegidos com a tipificação do artigo
33, lei 11.343/2006:
Sujeito ativo
Sujeito passivo
Art. 243, ECA. Vender, fornecer ainda que gratuitamente, ministrar ou entregar, de
qualquer forma, a criança ou adolescente , sem justa causa, produtos cujos
componentes possam causar dependência física ou psíquica , ainda que por
utilização indevida:
Pena - detenção de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, se o fato não constitui crime
mais grave. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
29 de agosto de 2009
Núcleos do tipo
Quantidade de drogas
Não é a quantidade de droga que pauta a tipificação do crime em crime de
tráfico ou crime de porte de drogas. Há um rol de circunstâncias que deve ser
analisado pelo Delegado no momento do indiciamento; pelo Promotor na
apresentação da denúncia; e pelo Juiz no momento da sentença (art. 52, lei
11.343/2006):
Art. 52, lei 11.343/2006 - Findos os prazos a que se refere o art. 51 desta Lei, a
autoridade de polícia judiciária, remetendo os autos do inquérito ao juízo:
I - relatará sumariamente as circunstâncias do fato, justificando as razões que a
levaram à classificação do delito, indicando a quantidade e natureza da substância
ou do produto apreendid o, o local e as condições em que se desenvolveu a ação
criminosa, as circunstâncias da prisão, a conduta, a qualificação e os antecedentes
do agente; ou
II - requererá sua devolução para a realização de diligências necessárias.
Parágrafo único. A remessa dos autos far-se-á sem prejuízo de diligências
complementares:
I - necessárias ou úteis à plena elucidação do fato, cujo resultado deverá ser
encaminhado ao juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e
julgamento;
II - necessárias ou úteis à indicação dos bens, direitos e valores de que seja titular o
agente, ou que figurem em seu nome, cujo resultado deverá ser encaminhado ao
juízo competente até 3 (três) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
Consumação
1. Guardar;
2. Manter em depósito;
3. Trazer consigo; etc.
1ª corrente
Prevalece o entendimento que a quantidade de núcleos do tipo do crime de tráfico
tornou a possibilidade de tentativa inviabilizada. O que antes poderia ser tentativa,
com tantos núcleos, tem-se como a conduta já consumada de tráfico.
2ª corrente
Na prova da Polícia Federal o entendimento da minoria foi adotado, pois se
compreende nesta corrente que no núcleo “tentar adquirir”, poderia ser
configurado o crime de tráfico na modalidade tentada.
Autoria e participação
“A” traz consigo drogas; “B” fica vigiando o local para ver se nenhum policial
aparece. O policial “C” simula compra com “A”, como se fosse consumidor de
drogas. Como será realizada a denúncia pelo Promotor neste caso?
Concurso de crimes
Como a pena disposta no art. 33, lei 11.343/2006 é mais grave do que a
que era cominada na lei 6368/1976, esta pena não será aplicada aos fatos
pretéritos a ela.
Princípio da insignificância
E o que ocorre com o agente que planta para uso próprio? Novamente
deve haver a análise do que ocorria antes e o que passou a ocorrer depois da
edição da lei 11.343/2006:
Art. 243, CF - As glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas
ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente
destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e
medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
Existem dois núcleos do tipo dentro do inciso III, art. 33, lei 11.343/2006,
sobre esta modalidade de tráfico por equiparação:
Esta é a nomenclatura utilizada pela doutrina para conceituar o art. 33, §3º,
lei 11.343/2006. Não é propriamente um crime de uso, senão estaria inserido no
artigo 28. É uma forma especial do crime de tráfico.
Núcleo do tipo
Não pode haver finalidade de lucro. Por isso negativo este elemento, ele
deve ser ausente para que seja configurado o tipo do §3º. Estando este elemento
presente, o agente incorrerá nas penas do art. 33, caput.
Consumação
TRÁFICO PRIVILEGIADO
1. Espécie da droga;
2. Quantidade da droga;
3. Análise das circunstâncias judiciais (art. 59, CP).
1ª corrente
Tratando de retroatividade benéfica, admite-se a retroatividade da lei 11.343/2006
aos atos pretéritos. Esta corrente é adotada pela 2ª turma do STF.
2ª corrente
A diminuição retroage, mas deve respeitar um saldo mínimo de 01 ano e 08
meses (redução máxima, de 2/3 sobre a pena mínima do crime, de 05 anos do
crime de tráfico). Esta pena mínima é mais benéfica que a da pena mínima de 03
anos da lei antiga. STJ inaugurou esta corrente.
3ª corrente
Não se admite a retroatividade, pois essa operação implica na combinação de leis
(tipo penal previsto na lei antiga e dosagem da pena na lei nova) e o Juiz não
pode combinar leis. Corresponde ao entendimento da 1ª turma do STF. A decisão
da primeira turma é a mais recente dada pelos Ministros do Supremo.
Art. 34, lei 11.343/2006 - Fabricar, adquirir, utilizar, transportar, oferecer, vender,
distribuir, entregar a qualquer título, possuir, guardar ou fornecer (núcleos do tipo),
ainda que gratuitamente, maquinário, aparelho, instrumento ou qualquer objeto
destinado à fabricação, preparação, produção ou transformação de drogas (objetos
materiais), sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou
regulamentar (elemento indicativo da ilicitude) :
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e p agamento de 1.200 (mil e duzentos)
a 2.000 (dois mil) dias -multa.
É um crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. A vítima é
a coletividade.
Consumação e tentativa
Penas
Art. 35, lei 11.343/2006 - Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de
praticar, reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e
§ 1 o , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.200 (mil e duzentos) dias -multa. (...)
Consumação e tentativa
Este crime se consuma com a reunião dos agentes com o ânimo de praticar
o crime de tráfico ou de maquinário para a produção de drogas. Não precisa haver
a consumação da efetiva prática do tráfico ou de maquinário.
A maioria da doutrina não entende admissível a tentativa. Enviar carta para
que seja realizada a associação é mero ato preparatório.
Art. 288, CP Art. 35, lei 11.343/2006 Art. 35, p. único, lei 11.343/2006
Mínimo de 04 pessoas Mínimo de 02 pessoas Mínimo de 02 pessoas
Reunidas as pessoas Reunidas as pessoas de Reunidas as pessoas de forma
de forma permanente e forma permanente e permanente e duradoura.
duradoura. duradoura.
Finalidade: cometer Finalidade: cometer crime de Finalidade: financiar o tráfico de
crimes em geral. tráfico de drogas ou drogas (nos termos do art. 36, lei
maquinários. 11.343/2006)
FINANCIAMENTO DO TRÁFICO
ANÁLISE DO ARTIGO 36, LEI 11.343/2006
Art. 36, lei 11.343/2006 - Financiar ou custear a prática de qualquer dos crimes
previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 20 (vinte) anos, e pagamento de 1.500 (mil e
quinhentos) a 4.000 (quatro mil) dias -multa.
Por duas maneiras poderá o agente incorrer neste tipo do art. 36, lei
11.343/2004:
Consumação
1ª corrente
O crime de financiamento do tráfico não é habitual consumando-se com o efetivo
sustento do tráfico, ainda que realizado através de uma só conduta. Esta é a
corrente que prevalece.
2ª corrente
O crime é habitual, exigindo comportamento reiterado para a caracterização do
delito. Professor Rogério Sanches entende que o crime é habitual, de acordo com
os seguintes fundamentos:
Art. 40, lei 11.343/2006 - As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são
aumentadas de um sexto a dois terços, se:
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, reiteradamente
ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, caput e § 1 o , e 34 desta Lei:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos, e pagamento de 700 (setecentos) a
1.200 (mil e duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. Nas mesmas penas do caput deste artigo incorre quem se associa
para a prática reiterada do crime definido no art. 36 desta Lei .
Custear é pagar uma vez só; financiar é pagar diversas vezes. Decorre de
uma interpretação lingüística este argumento.
Tentativa
CRIME CULPOSO
Art. 38. Prescrever ou ministrar, culposamente, drogas, sem que delas necessite o
paciente, ou fazê-lo em doses excessivas ou em desacordo com determinação legal
ou regulamentar:
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e pagamento de 50 (cinqüenta)
a 200 (duzentos) dias-multa.
Parágrafo único. O juiz comunicará a condenação ao Conselho Federal da categoria
profissional a que pertença o agente.
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva ;
O traficante tem de saber que pratica o crime em face destas pessoas: que
é criança, que é adolescente, que é pessoa sem capacidade de entendimento
envolvidas na prática do crime.
Parágrafo único. Nos crimes previstos no caput deste artigo, dar -se-á o livramento
condicional após o cumprimento de dois terços da pena, vedada sua concessão ao
reincidente específico.