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LEI DE EXECUÇÃO
PENAL - LEP
(lei 7.210/1984)
FINALIDADE DA LEI DE EXECUÇÕES PENAIS
Art. 1º, LEP - A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença
ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do
condenado e do internado.
Afere-se por meio desta finalidade que são as sentenças que terão meios
propostos na LEP para que sejam integralmente cumpridas:
a) Sentença condenatória;
Pena em
Prevenção geral
abstrato
Prevenção
especial
Pena em
Finalidades da concreto
pena
Retribuição
Concretização da
pena em
Pena na abstrato
execução
Ressocialização
1) PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Art. 3º, LEP - Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não
atingidos pela sentença ou pela lei. (...)
2) PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Art. 6º, LEP - A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que
elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das penas
privativas de liberdade e restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade
competente, as progressões e regr essões dos regimes, bem como as conversões .
Art. 6 o , LEP - A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que
elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao
condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 194, LEP - O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será
judicial, desenvolvendo -se perante o Juízo da execução.
Os incidentes da LEP serão decididos pelo Poder Judiciário (art. 194, LEP).
A autoridade administrativa somente pode determinar pontos secundários da
execução da pena, tais como, horário do banho de sol, condições da cela do
preso, alimentação, etc.
6) PRINCÍPIO REEDUCATIVO
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
SEÇÃO II
Da Assistência Material
Art. 13, LEP - O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos
presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de
produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.
SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a
assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante
autorização da direção do estabelecimento.
§ 3 o Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré -
natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de
2009)
SEÇÃO IV
Da Assistência Jurídica
Art. 15, LEP - A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem
recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16, LEP - As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica
nos estabelecimentos penais.
SEÇÃO V
Da Assistência Educacional
Art. 18, LEP - O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando -se no sistema escolar
da Unidade Federativa.
Art. 20, LEP - As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com
entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos
especializados.
Art. 21, LEP - Em atendimento às condições locais, dotar -se-á cada estabelecimento
de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros
instrutivos, recreativos e didáticos.
SEÇÃO VI
Da Assistência Social
Art. 22, LEP - A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado
e prepará-los para o retorno à liberdade.
SEÇÃO VII
Da Assistência Religiosa
Art. 24, LEP - A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos
presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados
no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
SEÇÃO VIII
Da Assistência ao Egresso
Art. 27, LEP - O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a
obtenção de trabalho.
7) PRINCÍPIO DA HUMANIDADE
Art. 105, LEP - Transitando em julgado a sentença que aplicar pena privativa de
liberdade, se o réu estiver ou vier a s er preso, o Juiz ordenará a expedição de guia
de recolhimento para a execução.
Art. 171, LEP - Transitada em julgado a sentença que aplicar medida de segurança,
será ordenada a expedição de guia para a execução.
2) EXECUTADO
EXECUÇÃO PROVISÓRIA
Art. 84, LEP - O preso provisório ficará separado do condenado por sentença
transitada em julgado.
§ 1° O preso primário cumprirá pena em seção distinta daquela reservada para os
reincidentes.
§ 2° O preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça
Criminal ficará em dependência separada.
COMPETÊNCIA
A competência do Juiz da Execução inicia-se com o trânsito em julgado da
sentença condenatória ou absolutória imprópria.
Esta regra é extraída do art. 2º e 3º da lei 11.671/2008, lei que trata sobre
as transferências dos presos em presídios federais.
“ESTATUTO DO PRESO”
A doutrina chama o rol de direitos, deveres e a disciplina que deve ser
observados pelo sentenciado de estatuto do preso.
Com base no artigo 3º, LEP entende-se que os deveres do preso
encontram-se como rol taxativo e os direitos do preso são entendidos como um rol
exemplificativo.
Art. 3º, LEP - Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não
atingidos pela sentença ou pela lei.
Parágrafo único. Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa
ou política.
CAPÍTULO IV
Dos Deveres, dos Direitos e da Disciplina
SEÇÃO I
Dos Deveres
Art. 38, LEP - Cumpre ao condenado, além das obri gações legais inerentes ao seu
estado, submeter-se às normas de execução da pena.
VIII - indenização ao Estado, quando possível, das despesas realizadas com a sua
manutenção, mediante desconto proporcional da remuneração do trabalho;
SEÇÃO II
Dos Direitos
Observação: professor Rogério Sanches diz que existem três direitos mais
importantes dispostos neste rol. Macete utilizado: são os incisos que são múltiplos
de cinco. São os únicos direitos que poderão ser restringidos ou suspensos, por
decisão motivada do diretor do estabelecimento prisional.
Art. 41, LEP - Constituem direitos do preso:
IV - constituição de pecúlio;
XI - chamamento nominal;
SANÇÕES DISCIPLINARES
As prisões são verdadeiros agrupamentos humanos. E como todo grupo
humano, necessita de ordem e disciplina.
A disciplina é conquistada com recompensas para o bom comportamento e
aplicação de sanções disciplinares para a falta de disciplina. É alterando entre a
recompensa e as sanções é que o estabelecimento terá a disciplina que tanto
almeja.
A lei de execução penal, ao tratar das recompensas para o bom
comportamento só faz previsão ao elogio e a concessão de regalias. Na verdade
não instrumentos extra-penais que tratam destas recompensas.
Como está na resolução 14 do Conselho Nacional de Político Criminal e
Penitenciária que trata em seu artigo 55 sobre estas recompensas:
Art. 55, RESOLUÇÃO 14 - Em cada estabelecimento prisional será instituído um
sistema de recompensas, conforme os diferentes grupos de presos e os diferentes
métodos de tratamento, a fim de motivar a boa conduta, desenvolver o sentido de
responsabilidade, promover o interesse e a cooperação dos presos.
II - fugir;
VII – tiver em sua posse, utilizar ou fornecer aparelho telefônico, de rádio ou similar,
que permita a comunicação com outros presos ou com o ambiente externo. (Incluído
pela Lei nº 11.466, de 2007)
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica -se, no que couber, ao preso
provisório.
É importante que seja observada esta mais nova falta grave que foi inserida
no inciso VII do art. 50, LEP.
Art. 51, LEP - Comete falta grave o condenado à pena restritiva de direitos que:
III - inobservar os deveres previstos nos incisos II e V, do artigo 39, desta Lei.
REGIME DISCIPLINAR DIFERENCIADO (RDD)
Art. 52, LEP - A prática de fato previsto como crime doloso constitui falta grave e,
quando ocasione subversão da ordem ou disciplina internas, sujeita o preso
provisório, ou condenado, sem prejuízo da sanção penal, ao regime disciplinar
diferenciado, com as seguintes características : (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)
III - visitas semanais de duas pessoas, sem contar as crianças, com duração de duas
horas; (Incluído pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
1. Art. 52, caput, LEP: crime doloso quando ocasione subversão da ordem
e disciplina internas do estabelecimento prisional.
Para evitar o direito penal do autor, não basta ser considerado o preso de
alto risco. Só irá o sujeito para o RDD se este alto risco se materializar em algum
fato. Exemplo: descoberta de plano de fuga arquitetado por este preso de alto
risco.
Art. 57, LEP - Na aplicação das sanções disciplinares, levar -se-ão em conta a
natureza, os motivos, as circunstâncias e as conseqüências do fato, bem como a
pessoa do faltoso e seu tempo de prisão. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de
1º.12.2003)
Parágrafo único. Nas faltas graves, aplicam -se as sanções previstas nos incisos III a
V do art. 53 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003)
Art. 45. Não haverá falta nem sanção disciplinar sem expressa e anterior previsão
legal ou regulamentar.
§ 3º São vedadas as sanções coletivas.