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O objetivo deste trabalho é promover o conhecimento das técnicas da

psicologia humanista. Para este fim, a proposta é elaborar uma intervenção


fictícia, utilizando cenas de um filme, para representar situações em que uma
determinada técnica possa ser utilizada.
Para a escolha da técnica a ser trabalhada fez-se necessário
compreender o que é a Psicologia Humanista e suas principais teorias.
A Terceira Força ou Psicologia Humanista originou-se através de
ideias de diversos autores, que apesar das formas diferentes em que eram
apresentadas, continham vários pontos convergentes, que defendiam uma
psicologia compreensiva, capaz de considerar o ser humano em sua
singularidade e totalidade. (WB. Gomes, AF. Holanda, G. Gauer, 2004)
No Brasil, cinco teorias foram mais claramente associadas ao termo
psicologia humanista: Existencialismo, Fenomenologia, Abordagem Centrada na
pessoa, Gestalt Terapia e Logoterapia. (WB. Gomes, AF. Holanda, G. Gauer,
2004)
A técnica escolhida para ser abordada neste trabalho é utilizada na
Guestalt terapia. Para compreender melhor o objetivo da técnica, é importante
entender o conceito de awareness, que é entrar em contato com o mundo, é o
reconhecimento do ambiente, é o processo de estar em vigilante contato com os
eventos mais importantes do campo indivíduo- ambiente, é também a
experiência de estar em contato com a própria existência. Aceitação da realidade
possível, realidade que ela pode contatar (TOBEN et all, 1999).
Para atingir esse objetivo utilizamos, como auxilio nesse processo, a
seguinte técnica: transformar perguntas em afirmações. Ela nos ajuda a declarar
realidades internas e a mobilizar recursos.
Segundo Fretz Perls, A maioria das perguntas são feitas
simplesmente para torturar os outros ou nós mesmos. A maneira de
desenvolvermos nossa inteligência é transformar toda pergunta em afirmação.
Se vocês transformarem sua pergunta em uma afirmação, o background a partir
do qual surgiu a pergunta se abre, e as possibilidades são encontradas pelo
próprio questionador.
Como exemplo, utilizaremos o filme “E se eu ficar”, que conta a
história de Mia Hall que é uma prodigiosa musicista que vive a dúvida de ter que
decidir entre a dedicação integral à carreira na famosa escola Julliard e aquele
que tem tudo para ser o grande amor de sua vida, Adam (Jamie Blackley). Após
sofrer um grave acidente de carro, a jovem perde a família e fica à beira da morte.
Em coma, ela reflete sobre o passado e sobre o futuro que pode ter, caso
sobreviva.
A cena do filme que inicia o dilema da personagem já nos traz a dúvida
central, e consequentemente, o exemplo que daremos neste trabalho.
A trama acontece em um dia de neve que onde a personagem e sua
família sair de casa. Porém, um acidente acontece no meio do caminho. Mia
acorda em seu corpo, sem nenhum arranhão, e começa a entender o que
aconteceu. Aos poucos, ela percebe que o carro da família está em pedaços, e
começa a correr atrás da mãe, do pai e do pequeno irmão, por quem nutre um
amor incondicional. Só que, na busca por eles, ela encontra a si mesma, no
chão, inconsciente e sendo amparada por enfermeiros para dentro de uma
ambulância.
Quando a personagem encontra a si mesma no filme, ela realmente
se vê, estando de forma do seu corpo, mas olhando para ela. Porém, podemos
fazer uma analogia desse acontecimento com a psicologia humanista partindo
do principio de que podemos estar olhando para nós de fora para dentro, nos
observando, através das nossas reflexões, através de um olhar critico sobre nós,
buscando conhecer nosso íntimo, e quando isso acontece, entramos em contato
com nós mesmos, o que permite nos tornarmos conscientes de nós e fazermos
as escolhas fiéis a quem somos.
Voltando a cena do filme, Sem que ninguém possa vê-la ou ouvi-la,
Mia acompanha seu próprio corpo sendo submetido a vários exames enquanto
viu pessoas queridas e muitos parentes indo visitá-la. Ao mesmo tempo, ela sofre
com a perda de pessoas da sua família. Mia tem uma decisão importante a
tomar: ficar ou ir embora deste mundo. Se ficar, ela viverá sem as pessoas que
tanto ama; e se for embora, deixará para trás tantas pessoas queridas, em
especial Adam, que ainda mexe com seu coração.
Neste momento a utilização da técnica de transformar perguntas em
afirmações permitirá a personagem entrar em contato com a realidade da
escolha a ser feita e assim, ter maior convicção e confiança de como deve agir,
pois ela tornará consciente as consequências, boas ou ruins, da escolha que
fizer, pois teria entrado em contato com a realidade das suas emoções em
relação a escolha.
Personagem tem então a questão: e se eu ficar e conviver com a
perda de toda minha família, mas por um lado continuar a viver o amor do seu
namorado Adam?
Utilizando a técnica e transformando a pergunta em resposta ela
adotaria a afirmação: ficarei e enfrentarei a morte da minha família ao lado
namorado que ama. Dessa forma ela irá dar um passo a frente e pensará em
como seria esse processo e não ficará somente com a dúvida.
PERLS, F. Gestalt Terapia explicada. São Paulo: Summus, 1977

https://amenteemaravilhosa.com.br/5-tecnicas-da-gestalt-crescimento/

https://www.ufrgs.br/lafec/wp-content/uploads/2017/07/Primordios-da-
psicologia-humanista-no-Brasil.pdf

http://igestalt.psc.br/princip.htm

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