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Outra coisa que mudou por conta da Lei 11.706/08, foi a questão
relacionada a renovação do registro, as pessoas tiveram até o dia 31/12/08
para que precedessem a renovação de seus registros, as pessoas que tinham
registro de armas antes da lei 10.826/03, antes de dez/03, tiveram que
proceder a renovação de seus registros até 31/012/08, isso significa dizer que
quem tinha registro anterior e não procedeu ao registro está hoje em posse
ilegal de arma de fogo, e para renovação desse registro pela lei 11.706/03
deixou-se de exigir que a pessoa comprovasse o preenchimento daqueles
requisitos de que trata o art. 4º da lei, porque pela redação original da lei de
armas, mesmo as pessoas que antes de 2003 tinham registro de armas, elas
teriam que proceder a renovação e provar que tinham capacidade para
manuseio da armas, que eram idôneas, elas não precisam mais provar isso,
porque a lei com a atual redação da lei 11.706, dispensa dessa prova, vejam o
art. 4º.
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
Art. 5o O certificado de Registro de Arma de Fogo, com validade em todo o território nacional,
autoriza o seu proprietário a manter a arma de fogo exclusivamente no interior de sua
residência ou domicílio, ou dependência desses, ou, ainda, no seu local de trabalho, desde que
seja ele o titular ou o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa. (Redação dada pela
Lei nº 10.884, de 2004)
Art. 12 - As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei especial, se
esta não dispuser de modo diverso. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
E quem são as pessoas que a lei elenca? São as pessoas dos art. 6º, 7º e
8º da lei. São aquelas pessoas integrantes dos órgãos de segurança pública,
integrantes da guarda municipal, das escoltas de presos, das guardas
portuárias, o pessoal da receita federal, além desses, os caçadores, os
atiradores desportista.
Art. 6º É proibido o porte de arma de fogo em todo o território nacional, salvo para os casos
previstos em legislação própria e para:
II – os integrantes de órgãos referidos nos incisos do caput do art. 144 da Constituição Federal;
III – os integrantes das guardas municipais das capitais dos Estados e dos Municípios com mais
de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, nas condições estabelecidas no regulamento desta
Lei;
IV - os integrantes das guardas municipais dos Municípios com mais de 50.000 (cinqüenta mil)
e menos de 500.000 (quinhentos mil) habitantes, quando em serviço; (Redação dada pela Lei
nº 10.867, de 2004)
VI – os integrantes dos órgãos policiais referidos no art. 51, IV, e no art. 52, XIII, da
Constituição Federal;
VII – os integrantes do quadro efetivo dos agentes e guardas prisionais, os integrantes das
escoltas de presos e as guardas portuárias;
§ 1º As pessoas previstas nos incisos I, II, III, V e VI do caput deste artigo terão direito de portar
arma de fogo de propriedade particular ou fornecida pela respectiva corporação ou instituição,
mesmo fora de serviço, nos termos do regulamento desta Lei, com validade em âmbito
nacional para aquelas constantes dos incisos I, II, V e VI. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de
2008)
§ 2º A autorização para o porte de arma de fogo aos integrantes das instituições descritas nos
incisos V, VI, VII e X do caput deste artigo está condicionada à comprovação do requisito a que
se refere o inciso III do caput do art. 4o desta Lei nas condições estabelecidas no regulamento
desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
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§ 3º A autorização para o porte de arma de fogo das guardas municipais está condicionada à
formação funcional de seus integrantes em estabelecimentos de ensino de atividade policial e
à existência de mecanismos de fiscalização e de controle interno, nas condições estabelecidas
no regulamento desta Lei, observada a supervisão do Comando do Exército. (Redação dada
pela Lei nº 10.867, de 2004)
§ 4º Os integrantes das Forças Armadas, das polícias federais e estaduais e do Distrito Federal,
bem como os militares dos Estados e do Distrito Federal, ao exercerem o direito descrito no
art. 4o, ficam dispensados do cumprimento do disposto nos incisos I, II e III do mesmo artigo,
na forma do regulamento desta Lei.
§ 5º Aos residentes em áreas rurais, maiores de 25 (vinte e cinco) anos que comprovem
depender do emprego de arma de fogo para prover sua subsistência alimentar familiar será
concedido pela Polícia Federal o porte de arma de fogo, na categoria caçador para
subsistência, de uma arma de uso permitido, de tiro simples, com 1 (um) ou 2 (dois) canos, de
alma lisa e de calibre igual ou inferior a 16 (dezesseis), desde que o interessado comprove a
efetiva necessidade em requerimento ao qual deverão ser anexados os seguintes documentos:
(Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 6º O caçador para subsistência que der outro uso à sua arma de fogo, independentemente de
outras tipificações penais, responderá, conforme o caso, por porte ilegal ou por disparo de
arma de fogo de uso permitido. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 7º Aos integrantes das guardas municipais dos Municípios que integram regiões
metropolitanas será autorizado porte de arma de fogo, quando em serviço. (Incluído pela Lei nº
11.706, de 2008)
Art. 7º As armas de fogo utilizadas pelos empregados das empresas de segurança privada e de
transporte de valores, constituídas na forma da lei, serão de propriedade, responsabilidade e
guarda das respectivas empresas, somente podendo ser utilizadas quando em serviço,
devendo essas observar as condições de uso e de armazenagem estabelecidas pelo órgão
competente, sendo o certificado de registro e a autorização de porte expedidos pela Polícia
Federal em nome da empresa.
§ 3º A listagem dos empregados das empresas referidas neste artigo deverá ser atualizada
semestralmente junto ao Sinarm.
Em regra quem não está aí, e quem não está contemplado por lei
própria, como os membros da magistratura, dos membros do MP e dos
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membros da Defensoria Pública, por ex., que são os que mais afetam o nosso
dia-a-dia, todos eles têm direito a porte de arma, mas o porte de arma deles
não esta regulado pela lei 10.826, esse porte estará regulado na lei própria de
cada carreira.
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso
permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua
residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular
ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
E no art. 16, pú? Vamos dar um ex., eu possuo uma arma em casa e essa
arma está com o sinal de edificação suprimido ou raspado, é um revolver de
uso permitido. Qual é a minha conduta? Não importa, no pú do art. 16 cabem
todas as armas cujos sinais de identificação estejam suprimidos, inclusive, as
armas de uso permitido. Não interessa, sabe porque? Se eu suprimi a
edificação de uma arma de fogo eu não estou a tornando uma arma de fogo
proibida. Alguém tem autorização para possuir uma arma com numeração
raspada? Não. E ainda mais, o STF já disse que a arma raspada não precisa
estar municiada para que tenha crime, e você vai anotar aí, inf. 494 e 486 do
STF, onde foi veiculada decisão nesse sentido. Aqui vejam, nós temos o STF a
nosso favor.
Agora escutem só, outra coisa que é muito confundida, com relação ao
crime de posse de arma de fogo, nos temos hoje também trazida pela lei
11.706 uma nova redação para o art. 32.
Esse artigo nós disse que quando se tratar de arma que você devolva
espontaneamente, vai haver extinção da punibilidade pelo crime de posse de
arma de fogo. Não vamos confundir isso no crime de posse, e prestem atenção,
não interessa se é um revolver calibre 38 ou se é um fuzil AR15, se você possui
a arma ilegalmente, seja ela de uso permitido ou restrito, e você resolve
entregar a arma espontaneamente, você vai ter uma extinção da punibilidade.
Agora vai cair na prova a seguinte questão. O cara tinha na casa dele um
fuzil e resolve devolver, e sai com a arma na rua para entregar, e é preso pelo
policial, pergunto o que o policial deve fazer? Prender na hora por porte ilegal
de arma de fogo. Ele não estava mais possuindo, ele estava portando, e a
extinção da punibilidade é para posse. Mas então como ele vai devolver? De o
jeito dele, vá a alguém e peça para ir pegar a arma em casa, ou então consiga
um porte de transito para levar a arma a seu destino. Não pode sair com arma.
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Olha o que pode cair, uma mistura de direito intertemporal com crime de
arma. No dia 30/12/08 José estava com sua arma de fogo na sua casa quando
chegou a policia, por conta de uma notícia anônima, e encontra a arma.
Pergunto. Praticou José conduta criminosa? É típico, é antijurídico, é culpável?
Pela lei 11.706 a pessoa até o dia 31/12 tinha duas possibilidades quanto as
armas sem registro, ou ela faz a devolução até o dia 31 ou faziam o registro,
agora é óbvio que só pode fazer o registro quem tem como comprovar a
origem da arma por todos os meios em direito admitidos. O que eu posso falar
da conduta do meu amigo? Gente eu não tenho conduta típica nesse caso,
porque até o dia 31/12 quem tinha uma arma de uso permitido, esta naquele
período que se convencionou denominar abolitio criminis temporária, ou
vacatio legis indireta. Então não tinha nem conduta típica a ser imputada. Isso
só para as armas de uso permitido porque no dia 31/12 já não havia mais
abolitio para armas de uso restrito ou proibido.
Olhem só a diferença, o cara foi pego dia 30, arma sem registro, atípico,
o cara foi pego no dia 01/01, arma sem registro, típico, o cara foi pego no dia
31, arma sem registro, atípico, no dia 01/1 ele devolveu a arma, típico,
antijurídico, culpável, mas não punível. Porque depois do dia 31 o que se
afastou foi a punibilidade, a conduta era típica, antijurídica e culpável, mas não
era punível, essa é a regra que vamos seguir até que surja nova medida
provisória colocando esse prazo mais para frente.
Tem outra, quero saber o seguinte, vamos imaginar que eu tenha uma
casa grande e chame os meus alunos para um churrasco, e eu coloquei minha
arma na cintura e fiquei andando dentro da minha chácara, podia ser o que
fosse, casa, apartamento, casa pequena, arma na cintura, indo para lá e para
cá, e a minha arma não está registrada. Qual é o meu crime? Posse? Não é
não, porque posse é quando está na sua casa guardada ou no estabelecimento
comercial, de que seja proprietário ou responsável, mas guardada. Mas se você
está trazendo consigo é porte. Mesmo na dependência da minha casa? Sim
porque hoje nos temos duas modalidades de porte, intramuros e o porte
extramuros, ao contrário do que tínhamos na lei de contravenções penais, no
art. 19 da LCP.
Art. 19. Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem licença da autoridade:
Pena – prisão simples, de quinze dias a seis meses, ou multa, de duzentos mil réis a três
contos de réis, ou ambas cumulativamente.
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§ 2º Incorre na pena de prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de duzentos mil
réis a um conto de réis, quem, possuindo arma ou munição:
b) permite que alienado menor de 18 anos ou pessoa inexperiente no manejo de arma a tenha
consigo;
c) omite as cautelas necessárias para impedir que dela se apodere facilmente alienado, menor
de 18 anos ou pessoa inexperiente em manejá-la.
Existe uma ação que foi proposta pela Defensoria Pública da União, em
que eles sustentam que posse de munição sem arma não representa o bem
jurídico tutelado pela lei 10.826, qual seja, a paz social. A segurança pública é
uma das vertentes da paz social, não existe paz social sem segurança. Agora o
que está errado é dizer que é atípico portar munição sem autorização porque
isso fere o princípio da lesividade. Hoje está sendo discutido no bojo de dois
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Mas que fique bem claro, quando o STJ modifica a sua orientação, ele
deixa bem claro o seguinte, todavia o STF considera atípico o porte de arma
sem munição, apesar de suspenso o julgamento do HC 90075, em razão do
pedido de visto, por isso os votos vencedores reconheceram a ausência de
atipicidade, porque já que o STF tem decido assim, tiveram por bem dizer que
atípico, porque de nada adiantaria dizer que é típico. Já que o STF tem decido
assim, o STJ por uma questão de economia processual e não ficar gastando
essa discussão para frente, para o cara não recorrer de novo e chegar no STF,
e este dizer que é atípico. Isso é importante porque evidencia que a decisão do
STJ foi política, o STJ foi na onda do STF, o que adianta o STJ dizer que é típico
se vai chegar no STF e este dizer que é atípico. Você na sua prova vai ter que
dizer em 8 linhas que há essa discussão, e dizer que o STJ mudou de
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orientação, mas você vai dizer que todavia não concorda, e porque não, e vai
dizer com coragem que isso está errado.
Não estou falando isso como promotora, estou dizendo como estudiosa
do direito, professora, e nesse caso a palavra da professora vale para o MP,
porque eles se fulcram numa suposta ausência de potencialidade lesiva, o que
demonstra que eles não sabem nada de Direito Penal. que historia de ausência
de potencialidade lesiva é essa? Primeiro, ausência de potencialidade lesiva
porque? Eles vão responder, porque uma arma desmuniciada não pode
disparar, não pode matar, não pode ferir. Por acaso o bem jurídico tutelado é a
vida de alguém? Por acaso o bem jurídico tutelado é a integridade física de
alguém? Porque eu não posso de antemão dizer se algo tem ou não tem
potencialidade lesiva. Para o crime de homicídio uma arma de fogo
desmuniciada pode ser meio? Não, como arma de fogo, pode enquanto objeto
contundente. A função precípua dela é deflagrar projeteis. Por ex., eu chego
em casa e pego numa arma, mas desmuniciada, e tento matar alguém, houve
tentativa de homicídio? Não , é meio absolutamente ineficaz, eu não tenho
como matar uma pessoa com uma arma desmuniciada. Mas porque? Porque ali
o bem jurídico tutelado é a vida. Por ex., num assalto, a tutela do bem jurídico
é o patrimônio e a liberdade individual, eu chego com uma arma desmuniciada
na cabeça da vitima e digo para passar tudo. No estupro se eu chegar com
uma arma desmuniciada para a vitima e a obrigar a manter conjunção carnal,
ela vai se deixar levar porque ela vai ter medo de ser morta. Se a arma
desmuniciada é objeto absolutamente ineficaz do homicídio, ela é eficaz para a
sua liberdade sexual, a sua liberdade individual.
Então eu não posso falar que uma arma desmuniciada não tem
potencialidade lesiva, para eu dizer se tem ou não a primeira coisa que eu
tenho que verificar é o bem que se tutela. E o bem jurídico que se tutela no
porte de arma é a paz pública, ou melhor a segurança pública. Então, existir
alguém portando uma arma com ou sem munição é existir alguém que fora do
controle das autoridades tem uma arma transitando por ai, de mão em mão, e
comprometendo sim a segurança pública, porque a gente não vai saber se a
pessoa tem ou não condição de portar arma, e não vamos ter condição de
monitorar a arma, tem lesividade sim contra a segurança pública. Aí uns mais
céticos poderiam perguntar: Discordo, _________________, . aí a questão é a
seguinte, eu não concordo, porque li num livro que portar a arma é trazer a
arma com você, sob a tua disponibilidade e em condição de pronta utilização,
como é que eu vou portar a arma se ela não está em condição de pronta
utilização. Abram o art. 14. Que crime pratica a pessoa que empresta a arma
fora das determinações regulamentares? Porte de arma. Que crime pratica
uma pessoa que compra uma arma fora das determinações regulamentares?
Porte de arma. Que crime pratica uma pessoa que tem em depósito uma arma
fora das determinações legais e regulamentares? Porte de arma. Que crime
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Então para o núcleo verbal portar, é preciso sim que arma esteja
municiada ou condição de pronto municiamento, por ex., eu posso estar com a
arma num bolso e o carregador no outro. Se para o núcleo portar é importante
que a arma esteja municiada para os outros núcleos não. Outra coisa, não
confundam possuir com guardar ou ter em depósito. Porque guardar ou ter em
depósito é porte, por ex., uma pessoa fala para mim guardar a arma dela na
minha casa, que crime eu estou praticando? Porte na modalidade guarda.
Então você membro do MP não pode nunca sustentar que arma desmuniciada
é atípico, porque não é, porque não tem nada de crime bobo. Num crime de
porte de arma o legislador faz aquilo que a doutrina chama de antecipação da
barreira penal. o que significa isso? Ele não permite, ele não espera a pessoa
que porta arma, usar a arma para matar, para roubar, para estuprar, ele não
espera esse momento, antes disso ele já está incriminando o comportamento
de portar, já está tutelando o bem jurídico coletivo que é a segurança pública,
para que o comportamento não avance e venha a atingir os bens individuais.
Outra coisa, essa coisa de dizer que porte está absorvido por outros
crimes, é uma besteira. Que isso professora quer dizer que o homicídio não
absorve o porte? Pode estar ou não, existe uma diferença em portar para
praticar outro crime e portar e praticar outro crime. A grande maioria já foi
meu aluno e já deve ter ouvido, a historia da SKOL, é emblemática,
rapidamente, a mulher tinha um bar, e chega um cara com arma na cintura,
para beber cerveja, e ele pergunta para a mulher, eu quero uma SKOL, ela diz
só tem SKIN, ele com a arma na cintura e começa a beber SKIN, muito
chateado, no fim da tarde, chega um cara bobão, e pede SKOL, e ela diz que
não tem, terminou desde ontem, quando derrepente ela abre o freezer, e eis
que no cantinho tinha uma garrafinha solitária de SKOL, e o cara diz, eu sabia
que você era minha camarada, e SKIN é para otário, aí o cara chegou para
mulher e disse, quer dizer que para mim que sou otário só tem SKIN, para o teu
amiguinho tem SKOL, e matou a mulher. Eu pergunto, nesse caso o porte está
absorvido pelo homicídio? Não esta não, ele não saiu de casa portando a arma
para matar a mulher, ele já tinha uma questão de porte de arma
consubstanciada, formada, independente de matar a mulher, ele matou a
mulher, ele vai responder porque? Por homicídio em concurso material.
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Intervalo.
Outra coisa, questão inteligente é a que mistura tudo, e quer que você
saiba de 3 ou 4 temas. O promotor foi pego com uma arma de fogo, essa arma
não estava registrada no seu nome, sequer tinha registro. Foi flagrado durante
uma blitz por um policial militar. Praticou conduta típica? Poderia ter sido preso
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Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências,
em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a
prática de outro crime:
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)
Então pela leitura do art. 15, o que fica é que só existe o crime de
disparo de arma de fogo quando a pessoa dispara por disparar, se ela dispara
para matar, se ela dispara para lesionar, eu não vou ter mais o crime de
disparo, vou ter outro crime. Só que tem um problema, eles erraram feio
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quando não repetiram o que tinha na lei 9.417, porque lá o crime de disparo
era subsidiário, mas dizia salvo se o disparo não tiver por objetivo crime mais
grave. Aqui eles não repetiram isso, eles não colocaram crime mais grave,
colocaram qualquer outro crime. E aí temos um problema serio, a questão do
disparo para causar lesão de natureza leve. Como fica essa questão do disparo
para efetuar uma lesão leve? Porque parece em que o Brasil é o único lugar em
que se eu der um tiro no pe eu estou bem, mas se der um tiro para o auto eu
sou burra. Porque se disparo para o alto a minha pena é de 2 a 4 anos, se
disparo no pé a pena é máxima é 1 ano só. Por isso é óbvio que isso é uma
impropriedade, foi um lapso muito grande do legislador, e agora cabe a todos
nos resolver essa questão? Para essa questão existem 3 correntes possíveis.
1ª. Corrente. Só responde por disparo, que é o crime mais grave. Crítica:
não é isso que a lei diz.
2ª. Corrente. Só responde por lesão leve. Crítica: é o que a lei diz, mas é
um absurdo.
3ª. Corrente. Que você vai defender no MP, Capez, lesão leve e disparo
em concurso formal, para dar uma solução ao que é sem solução.
Ateste o que o Capez disse, porque entre Capez, e você como promotor
sustentar que se o cara der um disparo para o alto a pena é maior que der um
tiro no pé, só Jesus.
Agora uma outra coisa. Vista a questão do disparo, nos já vimos o art. 16,
porque nos já vimos a questão do art. 14 e art. 16, pelo menos no caput, só
muda porque o art. 14 é arma de uso permitido e o art. 16 arma de uso
restrito. Mas veja o parágrafo do art. 16.
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar
arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização
ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;
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IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou
qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição
ou explosivo a criança ou adolescente; e
Art. 242. Vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança
ou adolescente arma, munição ou explosivo:
Pena - reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos. (Redação dada pela Lei nº 10.764, de 12.11.2003)
Esse artigo hoje está totalmente prejudicado, esse artigo hoje só tem
relevância jurídico penal no que tange as armas brancas, e se for arma de fogo
e munição, não interessa nem o calibre e nem a classificação, vai entrar lá no
art. 16 pú. Como uma cola permitida, vá no art. 16 pú e coloque não art. 242
do ECA.
Pergunta.
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar,
montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito
próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou
munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:
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Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo,
qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino,
inclusive o exercido em residência.
Crime continuado
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe
a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em
qualquer caso, de um sexto a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou
grave ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a
conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias,
aumentar a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo,
observadas as regras do parágrafo único do art. 70 e do art. 75 deste Código.(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Então prática dois ou mais crimes, crime continuado não é um crime só,
são vários crimes que na hora da pena serão considerados um só, porque para
o crime continuado usamos a Teoria da Ficção jurídica, eu não considero um
crime só, eu considero vários crimes, mas na hora da pena eu aplico uma pena
só, por uma exasperação.
Vejam que para esse crime do art. 17 não importa para fins de tipificação
a classificação legal da arma. Por ex., aquele cara da loja de armas de
Copacabana e que vendeu um 38, o cara que vendeu um fuzil, para fins de
tipificação é a mesma coisa, art. 17. porem o calibre da arma não vai funcionar
como circunstância desfavorável, vai funcionar como causa de aumento de
pena, descrita no art. 19.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a arma de
fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer
título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:
Porque que crime responde o funcionário público que violando seu dever
funcional facilita o contrabando de mercadorias quaisquer? Prática o crime do
art. 318 do CP.
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática de contrabando ou descaminho
(art. 334):
Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de
27.12.1990)
ajuda a trazer as armas, porque crime ele responde? Responde pelo art. 318 do
CP. Se o cara é comerciante de armas e está trazendo armas direitinho para o
território nacional, e não pagou tributo, o problema não é mais entrada e saída
ilícita de mercadoria, o problema não é mais contrabando, o problema agora é
descaminho, e se o problema agora é descaminho, por acaso o art. 18
descreve descaminho? Não. Onde esta o descaminho? Art. 334, se ele facilitou
o art. 334 porque crime ele responde? Art. 318 do CP. Então preste atenção.
Saiba como fazer a diferença entre contrabando e descaminho, se a transação
é licita e o problema se relaciona a pagamento de tributos, a questão não é
mais contrabando, é descaminho, e o art. 18 não descreve descaminho. Onde
está essa questão? Está no livro do Capez, livro para estudar leis especiais é
esse, volume 4. O livro do Nucci é muito fraco.
Agora vejam, a questão do art. 19, o calibre da arma vai importar para o
art. 18? Vai, mas não para a tipificação e sim para a pena. Outra coisa, lembra
da questão do promotor que estava com uma arma que não estava registrada
no nome dele. Vamos colocar agora o policial. Agora quem está portando arma,
o policial, inspetor trafegando pela linha amarela em seu veiculo, quando foi
parado numa blitz, e o PM disse documentação do veiculo, o policial diz que
está armado, e o PM pede a documentação da arma. Podia pedir a
documentação da arma? Podia e devia. Quando pega a arma do policial, o
revólver 38, calibre permitido, não tinha registro em nome do policial, pronto.
Porque crime responde o policial? É afiançável ou inafiançável? Porte ilegal de
arma. Crime inafiançável. Qual é a condição dele? Policial, ele está descrito no
art. 6º, o que acontece com a pena do boneco? Aumenta da metade. Então
qual é a pena mínima para policial quando prática um crime porte ilegal de
arma de uso permitido? 3 anos, o crime é o que? Inafiançável. Cuidado com o
art. 20, ele trás uma causa de aumento de pena, todas vezes que as pessoas
dos art. 6º, 7º e 8º, a suas penas serão aumentadas da metade. Você poderia
perguntar porque o promotor não? Porque o promotor não está nos art. 6º, 7º e
8º da lei. Uma causa de aumento de pena há de ser interpretada de forma
restritiva, se a lei não falou de promotor, magistrado, defensor, deputado, não
se pode aplicar a eles.
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da metade se
forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta
Lei.
Pergunta.
Resposta. O que fala o art. 17. consumado ele tem em depósito, se você
já tem o art. 17 consumado para que ir para o art. 18.
do art. 18 da metade, mas ele é policial está no art. 20, aumento de pena da
metade. A minha pergunta é: nesse caso haverá duas causas de aumento de
pena que poderiam incidir nesse exemplo? O fato de ser policial e fato da arma
de uso restrito. Eu aplico as duas causas de aumento de pena? Não, nesse caso
eu uso o art. 68, pú do CP.
Cálculo da pena
Art. 68 - A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida
serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de
diminuição e de aumento. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
Art. 4º Para adquirir arma de fogo de uso permitido o interessado deverá, além de declarar a
efetiva necessidade, atender aos seguintes requisitos:
Eu pergunto: promotor tem que provar que é idôneo para comprar uma
arma? Nem promotor nem funcionário público nenhum porque se presume a
sua idoneidade. Promotor precisa mostrar ocupação laborativa licita? Não.
Precisa comprovar a necessidade? Claro que não, a partir do momento que a
lei dá porte de arma, reconhece a necessidade. Agora precisa comprovar
capacidade técnica para o manuseio da arma? Olha só como é a compra de
armas hoje, você prova isso tudo, recebe uma autorização para comprar,
compra e registra no SINARM. O promotor para conseguir portar uma arma ele
precisa comprar a arma, quando ele compra ele tem que provar isso tudo? Eu
sempre vou achar que sim, mas na prova de vocês, vocês vão dizer que não.
Eu não tenho a menor dúvida disso, eu sou promotora e não formação
nenhuma no manuseio de arma. É diferente do policial, na sua formação
profissional ele tem o manuseio de arma, o promotor não. Na academia de
concurso tem aula de tiro. Então é o que eu penso mas não o que vocês vão
colocar em prova, mas qual é o fundamento? Vão dizer que nós promotores
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Aula 13 – Penal Leis Extravagantes – Prof. Claudia Barros
MASTER – INTENSIVO MPRJ – 18/02/2009
não temos o nosso porte regulado pela lei 10.826/03, o porte é regulado pela
lei nossa Lei Orgânica Nacional, e nela não se faz essa exigência.
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos,
se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Aumento de pena
Art. 5º Considera-se autoridade, para os efeitos desta lei, quem exerce cargo, emprego ou
função pública, de natureza civil, ou militar, ainda que transitoriamente e sem remuneração.
ativo, é qualquer pessoa que pode ser sujeito ativo do crime de abuso de
autoridade? Não. Então só pode ser sujeito ativo do crime de abuso de
autoridade a autoridade nos termos do art. 5º, então ele é um crime próprio,
porque demanda uma especial qualidade do sujeito ativo. Agora quando o
critério de classificação disser respeito a _____ da justiça comum ou justiça
especial, ele é um crime comum, ele é um crime sempre da competência da
justiça comum.
Fim da aula.