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Direitos fundamentais

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Direitos fundamentais referem-se àqueles direitos do ser humano que são reconhecidos
e positivados na esfera do direito constitucional positivo de um
determinado Estado (caráter nacional). Diferem dos direitos humanos - com os quais são
frequentemente confundidos - na medida em que os direitos humanos aspiram à validade
universal, ou seja, são inerentes a todo ser humano como tal e a todos os povos em todos
os tempos, sendo reconhecidos pelo Direito Internacional por meio de tratados e tendo,
portanto, validade independentemente de sua positivação em uma determinada ordem
constitucional (caráter supranacional).[1]

Índice

 1Colisão de direitos fundamentais


 2Eficácia horizontal dos direitos fundamentais
 3Referências
 4Referências

Colisão de direitos fundamentais[editar | editar código-fonte]


Partindo do pressuposto de que não existe hierarquia entre as diversas normas
constitucionais, não há conflito entre as normas constitucionais no plano normativo. Por
exemplo, não existe conflito entre as normas que garantem o direito à liberdade de
imprensa e o direito à intimidade. O que pode ocorrer é que a incidência delas sobre uma
dada situação gere uma colisão entre os direitos fundamentais.[2]
Conforme Canotilho, "considera-se existir uma colisão autêntica de direitos fundamentais
quando o exercício de um direito fundamental por parte do seu titular colide com o
exercício do direito fundamental por parte de outro titular."[3]
Considerando que não existem direitos fundamentais absolutos, para resolver uma colisão
entre direitos fundamentais é necessário proceder à compatibilização entre os mesmos.
Isso pode ser feito mediante o emprego do princípio da proporcionalidade, ou mediante o
emprego da concordância prática. Com a aplicação da concordância prática, pode ocorrer
o exercício conjugado dos direitos fundamentais com a redução do âmbito de aplicação de
ambos (colisão com redução bilateral) ou, caso não seja possível a aplicação da primeira
técnica, o também exercício conjugado destes através da relativização de apenas um
deles (colisão com redução unilateral). Pode acontecer ainda que a realização
concomitante dos direitos em colisão torne-se impossível, pois o exercício de um deles
exclui o de outro, ocorrendo então a colisão excludente.[4][5][2][6]

Eficácia horizontal dos direitos fundamentais[editar | editar


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Como os direitos fundamentais a princípio são direitos subjetivos perante o Estado e,
como tradicionalmente é concebido, teriam efeitos diretos apenas na relação particular-
Estado, enquanto que nas relações entre particulares teriam efeitos apenas indiretos. A
teoria da eficácia horizontal dos direitos fundamentais (em alemão: Drittwirkung) propõe a
incidência destes nas relações entre particulares também de maneira direta. Portanto, a
palavra eficácia é empregada no sentido de “âmbito”, “extensão”, “alcance”.[7]
O tema está longe de ser incontroverso em diversos países do mundo, como
a Alemanha, França, e EUA, mas, no Brasil, o STF já chegou a reconhecer o efeito direto
dos direitos fundamentais nas relações privadas.[8]
Referências[editar | editar código-fonte]
1. Ir para cima↑ SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. 6ª ed.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006, p. 35 e 36.
2. ↑ Ir para:a b Luciano Sampaio Gomes Rolim. «Colisão de direitos fundamentais e
princípio da proporcionalidade». Consultado em 27 de janeiro de 2010.
3. Ir para cima↑ GOMES CANOTILHO, J. J. Direito Constitucional e Teoria da
Constituição, 3ª edição, Almedina, 1999, p. 1191.
4. Ir para cima↑ Luzivan Falcão Cabral Magalhães. «A ilicitude probatória em conflito:
a proporcionalidade como meio de superação». Consultado em 27 de janeiro de
2010.
5. Ir para cima↑ Consultor Jurídico. «Liberdade de imprensa pode ser limitada em
casos de seqüestro». Consultado em 27 de janeiro de 2010.
6. Ir para cima↑ Eliana Descovi Pacheco. «Colisão entre direitos fundamentais e
formas de solucioná-los». Consultado em 27 de janeiro de 2010.
7. Ir para cima↑ Alessandro Pombo dos Santos. «Breves notas sobre a "Eficácia
Horizontal Dos Direitos Humanos"». Consultado em 20 de janeiro de 2010.
8. Ir para cima↑ Fernanda Mendonça dos Santos Figueiredo (Conjur). «Direitos
fundamentais aplicam-se a relações privadas». Consultado em 20 de janeiro de
2010.

Referências

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