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SOCIOLOGIA – LIVRO 3 – FRENTE A

Cap. 6: Karl Max e a luta de classes

 Karl Max ficou conhecido por fazer uma análise econômica da vida social, pois, para ele, o trabalho é a
atividade básica do ser humano.
 Podemos compreender o pensamento sociológico de Karl Marx sob a perspectiva de que nos tornamos
seres humanos quando participamos do processo de transformação da natureza.
 Se para Durkheim a sociedade é uma formação que está acima de todos os indivíduos, e para Weber a
sociedade se forma a partir das ações individuais, na Sociologia de Karl Marx os principais agentes sociais
são as classes.

1. Karl Marx e materialismo histórico


 Os seres humanos transformam a realidade ao buscarem satisfazer suas necessidades para sobreviver.
Em conjunto com outros indivíduos, eles desenvolvem modos de transformar a natureza ao seu redor.
Dessa maneira, as necessidades básicas da vida material, como comer, beber, vestir e ter um local para
se abrigar, são satisfeitos.
 Para Karl Marx, os indivíduos, ao buscarem a satisfação de suas necessidades, passam a exercer domínio
sobre a natureza, e a partir desse domínio, passam a produzir os bens materiais necessários à sua
existência. Assim, para Marx, a estrutura de uma sociedade surge como consequência da produção
desses bens e da forma como os indivíduos se organizam para realizar essa produção.
 Essa estrutura, que são as formas como se dão as relações econômicas de uma sociedade, pode ser
entendida como a relação entre dois conceitos importantes na teoria de Marx: forças produtivas e
relações sociais de produção.
 As forças produtivas são o modo como os homens obtêm da natureza o que é necessário à sua
subsistência.
 As relações sociais de produção se refere diretamente ao modo como se dá a organização dos
indivíduos em torno das atividades produtivas. São essas relações sociais de produção que
determinam quem são os proprietários das matérias-primas e dos instrumentos necessários à
execução do trabalho; quem são os que terão que vender sua força de trabalho.
 Se na Antiguidade as relações de produção eram escravistas, atualmente, em sua maioria as relações de
produção são relações capitalistas, com mão de obra assalariada. Nota-se, então, que o desenvolvimento
das sociedades humanas estaria relacionado ao estágio econômico em que se encontraria tal sociedade.

O materialismo histórico é a explicação da história por meio de fatores materiais. Marx explica que é a
base econômica da sociedade que determina a organização da vida humana. O materialismo histórico
busca compreender o desenvolvimento das sociedades humanas por meio dos fatos materiais, sejam
eles econômicos ou históricos.
 E como se daria o desenvolvimento de uma sociedade considerando o seu estágio econômico? De acordo
com Marx, as mudanças sociais se dariam quando as forças produtivas entrassem em contradição com
as relações sociais de produção. Por exemplo: o modo de produção feudal teria sido enfraquecido a partir
do momento em que as forças produtivas chegaram a tal ponto que as relações sociais de produção do
período não mais poderiam conviver. Por esse motivo, Marx procurou compreender os diferentes modos
de produção vivenciados pela sociedade ocidental.

2. Os modos de produção
 O modo como o ser humano satisfaz as suas necessidades de sobrevivência é variável ao longo do tempo.
Assim, as sociedades humanas apresentaram modos de produção diferentes ao longo da história, isto é,
em cada época os seres humanos produzem a existência de modos diferentes.
 Marx, então, estudou as características dos modos de produção que existiram antes do capitalismo. Ao
longo da história, as sociedades ocidentais conheceram três modos de produção, que indicam três
modos diferentes pelos quais os homens estabelecem suas relações: o antigo, o feudal e o burguês.
 O antigo: a produção se baseava em um sistema escravagista, ou seja, o trabalho era tarefa dos
escravos;
 No sistema feudal: o trabalho era pelas relações de servidão, que se diferenciava da escravidão, por
exemplo, pelo fato de que o servo estava ligado à terra/feudo, não podendo trocá-lo mesmo que
houvesse troca de proprietário (no caso, de senhor feudal);
 O burguês: se caracteriza por transformar os trabalhadores (a mão de obra) em assalariados.
 Cada um desses modos de produção citados acima estabelece uma forma específica de relação entre
forças produtivas e relações sociais de produção.
 Quando há um descompasso entre as forças produtivas e as relações sociais de produção, tem-se s
superação do modo de produção existente. Por exemplo: com o declínio do modo de produção feudal,
começaram a surgir as relações sociais capitalistas que possibilitaram a formação de duas classes sociais:
a burguesia e o proletariado.
 Essas duas classes se tornaram classes opostas e a relação entre elas se tornaram o “motor da história”,
segundo Marx.

3. As classes sociais no capitalismo


 O sistema capitalista é um modo de produção que se caracteriza pela separação entre aqueles que são
proprietário dos meios de produção e aqueles que necessitam vender suas força de trabalho para
garantir a sobrevivência. Por isso, segundo Marx, no capitalismo é impossível existir a igualdade entre os
homens.
 Por que as classes sociais somente passaram a existir no modo de produção capitalista? Porque há uma
relação entre burguesia e proletariado, ou seja, uma relação baseada na propriedade dos meios de
produção e na venda da força de trabalho. E a produção de bens no capitalismo é uma produção que
não tem como objetivo principal a garantia da sobrevivência daqueles que trabalham diretamente na
produção. Pois o bens produzidos no sistema capitalista são pensados para serem vendidos no mercado.
 O desenvolvimento das forças produtivas gera a especialização de mão de obra e, assim, a divisão social
do trabalho em uma sociedade se torna cada vez maior.
 As classes burguesia e proletariado são antagônicas por apresentarem interesses opostos e
inconciliáveis. Pois a burguesia visa sempre aumentar seus lucros, explorando ao máximo a classe dos
trabalhadores; já o proletariado tem por objetivo frear essa exploração, buscando melhores salários,
melhores condições de trabalho e maior participação nos lucros produzidos.
 Porém, ainda que as classes tenham interesses opostos dentro do sistema capitalista, essas classes são
forças complementares entre si. Pois não haveria possibilidade de o proletariado vender sua força de
trabalho no mercado se não houvesse donos dos meios de produção dispostos a comprá-la.
 Mais-valia: é a parcela de lucro que é obtida pelo capitalista com o trabalho dos empregados/proletários.
Por exemplo: 10 operários: salário total R$ 6.000,00.
Cada operário faz 10 cadeiras/dia, e vende todas elas (10/dia = R$ 500)
R$ 500,00 x 10 operários = R$ 5000/dia x 30 dias = R$ 150.000,00 mês.

A fábrica gasta R$25, 05/cadeira.


Se cada um dos 10 operários fabrica 10 cadeiras/dia, então são 100
cadeiras no dia, e 3000 cadeiras no mês. Então o gasto da fábrica para
produzir é R$ 75.510,00 no mês.

Receita/Mês: Despesa/Mês:
Venda: R$150.000,00 Salários: R$ 6.000,00
Material: R$ 75.510,00
Infraestrutura: R$ 5.000,00
TOTAL: R$ 86.510,00

Esse valor excedente


Então: 150.000 – 86.510 = R$ 63.490
produzido pelo operário
é o que Marx chama
de MAIS-VALIA.

 Aos fenômenos não materiais da vida humana, como valores e crenças, Marx dá o nome de
superestrutura. Já a estrutura diz respeito ao modo de produção de uma sociedade, em seus aspectos
materiais.

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