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VERÃO 2018
Nº 303 – R$ 10,00
ISSN 2318-7107
Prezado Estudante Rosacruz,
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Como está em processo de preparação, esteja atento aos comunicados em nosso portal da GLP.
A GLP acredita no potencial desta ferramenta de comunicação e buscará disponibilizar de forma
gradativa o contato com todas as áreas da Grande Loja da Jurisdição de Língua Portuguesa.
Participe dos grupos e esteja atualizado da sua afiliação em tempo curto e em dia.
Sincera e Fraternalmente
Saudações Rosacruzes!
Com alegria prefacio mais uma rica edição da nossa revista “O Rosacruz”.
O artigo de abertura do nosso Imperator Frater Christian Bernard fala sobre
O Amor Universal. A forma como ele apresenta as suas ideias em torno do tema
permite-nos perceber a reflexão desenvolvida para absorvermos o seu pensamen-
to. Há no texto uma dialética que conduz a uma compreensão mais profunda da
expressão tão presente nos ensinamentos rosacruzes que é O Amor Universal.
O artigo do nosso ex-Imperator Frater Ralph M. Lewis sobre A filosofia da
Ciência aborda um tema assaz interessante para todos nós, na medida em que
levanta as questões do raciocínio indutivo e sua validade bem investigada pelo
Círculo de Viena (1929) que propõe o princípio de verificação como critério
de distinção entre proposições sensatas e proposições insensatas, de modo a tornar a linguagem um elemento
essencial no critério de significância. Essa abordagem do Círculo de Viena, chamada de neopositivista, critica
frontalmente a metafísica, pois dá valor somente às ciências empíricas que incluem não apenas a indução, mas a
causalidade, o estatuto das leis científicas, probabilidade etc. Com esse grupo vienense emergiu a expressão mo-
derna de filosofia da ciência como disciplina que pensa, investiga o progresso, o método e a validade da ciência.
Quando se aplica a palavra filosofia antes de um tema central, a exemplo da filosofia do direito, filosofia
da linguagem ou, neste caso, filosofia da ciência, devemos entender, de uma forma bem simples, que o termo
filosofia implica um olhar diferenciado significando uma reflexão profunda do objeto que a sucede. Assim,
filosofia da ciência é o “pensar” a ciência, assim como filosofia do direito, da linguagem são um “pensar” seu
objeto enquanto direito ou linguagem. Mas filosofia da ciência é muito mais do que um pensar porque em sua
análise do valor de uma verdade ela investiga o SER REAL, nas palavras do Frater Ralph M. Lewis, por várias
abordagens valorizando as teorias indutivas, dedutivas, empíricas e, de certo modo, até metafísicas com as
bases lógicas dos métodos.
Enfim, pensadores como Moritz Schlick, Otto Neurath, Rudolf Carnap, Gaston Bachelard, Ludwig Witt-
genstein, Karl Popper e Thomas Khun não podem ser esquecidos quando se fala em filosofia da ciência.
O artigo O tormento de São Jerônimo, do Frater Paulo Paranhos, me revelou um místico até então desco-
nhecido que, embora tenha declarado sentir-se encantado pela cultura clássica, e até mesmo sua obra transpa-
reça esta influência, foi marcado como um pensador cristão.
Ora, é um fato conhecido que desde a Odisseia e a Ilíada de Homero, até o início da filosofia patrística, nos
primórdios dos séculos III e IV, a cultura denominada clássica influenciou inúmeros pensadores ditos cristãos
que, a despeito de sua unio-mística, tiveram as suas bases nos gregos e romanos dos dez a doze séculos ante-
riores. O artigo parece nos remeter à antiga questão de razão x fé que põe em cheque se: 1) a crença depende do
pensamento? 2) os objetos da fé são primeiramente pensados? 3) há sujeitos que pensam, mas não creem?
4) todo sujeito que crê, pensa e fundamenta suas convicções em seu pensamento? Enfim, há separação epistê-
mica entre razão e fé? Sem pretender esgotar estes temas tão antigos da filosofia, recorro a um lumiar da filoso-
fia patrística para nosso esclarecimento.
Segundo Santo Agostinho, é necessário compreender para crer e crer para compreender (Intellige ut credas,
crede ut intelligas). Agostinho também declara que o ato de crer é um ato de razão: Quem não vê que primeiro é
pensar e depois crer? Ninguém acredita em algo, se antes não pensa no que há de crer. Embora certos pensamen-
tos precedam de um modo instantâneo e rápido a vontade de crer, e esta vem em seguida, e é quase simultânea ao
pensamento, é mister que os objetos da fé recebam acolhida depois de terem sido pensados. Assim acontece, em-
bora o ato de crer nada mais seja que pensar com assentimento. Pois, nem todo o que pensa, crê, havendo muitos
que pensam, mas não creem; mas todo aquele que crê, pensa, e pensando crê e crê pensando.
Nosso protagonista, São Jerônimo, teve sua revelação por um sonho onde, diante de um tribunal, tendo
como Juiz o Deus de Israel, lhe é feita a pergunta:
– Quem és?
06 O Amor Universal
Por CHRISTIAN BERNARD, FRC
10 A filosofia da Ciência
06
Por RALPH M. LEWIS, FRC
15 Os Justos
Por JORGE LUIS BORGES
24
Por PAULO PARANHOS, FRC
24 Sustentabilidade Socioambiental
O Ser Humano em xeque?
Por SUZY GOLDSTEIN, SRC
34 Integração e Autotransformação
30
Por GEORGE BULETZA, PhD, FRC
48 Sanctum Celestial
“auM, om, amém” por h. spencer lewis, frc
52 Ecos do passado
UMA HOMENAGEM À HISTÓRIA DA AMORC NO MUNDO
38
4 O ROSACRUZ · VERÃO 2018
O
s textos dessa publicação não representam a palavra oficial da
AMORC, salvo quando indicado neste sentido. O conteúdo dos
artigos representa a palavra e o pensamento dos próprios autores
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e Mística Ordem Rosae Crucis, AMORC – Grande Loja da Jurisdição de
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do mesmo gênero que a nossa: El Rosacruz, em espanhol; Rosicrucian
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nização internacional de caráter templário,
místico, cultural e fraternal, de homens e
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mulheres dedicados ao estudo e aplicação
como colaborar
prática das leis naturais que regem o uni-
verso e a vida.
Seu objetivo é promover a evolução da
humanidade através do desenvolvimento
das potencialidades de cada indivíduo e
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processos que conduzem à Iluminação. serão devolvidos.
Essa antiga e especial sabedoria foi cui-
dadosamente preservada desde o seu n No caso de fotografias ou ilustrações, o autor do artigo deverá providenciar
desenvolvimento pelas Escolas de Misté- a autorização dos autores, necessária para publicação.
rios Esotéricos e possui, além do aspecto
filosófico e metafísico, um caráter prático. n Os temas dos artigos devem estar relacionados com os estudos e práticas
A aplicação destes ensinamentos está ao rosacruzes, misticismo, arte, ciências e cultura geral.
alcance de toda pessoa sincera, disposta a
aprender, de mente aberta e motivação
positiva e construtiva. nossa capa
H. Spencer Lewis, ex-Imperator da Antiga
e Mística Ordem Rosae Crucis – AMORC,
além de místico e cientista, foi também um
excelente artista na criação de diversas obras.
A capa que ilustra esta edição de O Rosacruz
Rua Nicarágua 2620 – Bacacheri mostra uma de suas pinturas retratando um
82515-260 Curitiba, PR – Brasil dos templos egípcios, realizada a partir das
Tel (41) 3351-3000 / Fax (41) 3351-3065
www.amorc.org.br observações de suas viagens àquele país.
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O Amor
Universal
Por CHRISTIAN BERNARD, FRC – Imperator da AMORC*
F
ratres e sorores, eu os saúdo diante consideradas, o amor é a virtude que todos os
do símbolo Rosacruz e sob os auspí- messias e profetas pregaram a seus discípu-
cios do Amor Universal. Ninguém los e, de maneira geral, à humanidade como
pode dizer quantas vezes a palavra um todo. A frase mais famosa a este respeito
amor já foi pensada, escrita ou pronunciada, é certamente a que o Mestre Jesus disse no
mas, independentemente de línguas e épocas, decorrer de um de seus numerosos sermões,
ela provavelmente figura entre as palavras ou seja, amai-vos uns aos outros! Mas ele não
que mais têm sido usadas. Qual a razão foi absolutamente o único que falou assim.
disso? Simplesmente porque ela resume, por Akhenaton, Moisés, Zoroastro, Buda, Con-
si só, a razão de ser da humanidade e a meta fúcio, Gandhi e, genericamente, todos os ins-
para a qual ela está evoluindo. Com efeito, trutores que se dedicaram a guiar seus irmãos
sejam quais forem as tradições e religiões fizeram disso a base de seus ensinamentos.
n Aprendamos a nos amar tais como somos, mas cuidemos de não fazer de nós mesmos o
centro de nossas preocupações;
n Se um dia tivermos de escolher entre ódio e neutralidade, optemos pela neutralidade, pois é
melhor não amar do que odiar;
n Respeitemos a liberdade dos outros, mas façamos oposição a todos aqueles que a empreguem
para escravizar os corpos e as consciências;
n Como a Vida é uma expressão do Amor Universal, respeitemos todas as formas de Vida,
vegetal ou animal;
n Que a tolerância oriente os nossos pensamentos, nossas palavras e ações, mas que ela nunca
seja pretexto para uma fraqueza que estaria em conflito com nossos ideais;
n Confiemos aos outros somente aquilo que eles sejam capazes de compreender, porque se
nossas confidências não forem controladas, farão de nossos irmãos inimigos;
n Todos os dias, esforcemo-nos para fazer pelos outros o que gostaríamos que eles fizessem por
nós, e aceitemos que eles façam por nós o que não soubemos fazer por eles;
n Sejamos sinceros e fiéis na amizade, e nunca esqueçamos um bem que tenhamos recebido.
Fratres e Sorores, que o Deus do Nosso na certeza absoluta de termos amado na medida
Coração nos ajude a aplicar cada um destes de nossa compreensão da Lei do Amor. 4
mandamentos e, quando chegar o dia de nossa * Mensagem proferida pelo Imperator, frater Christian Bernard,
transição, que possamos nos elevar ao Cósmico na XIV Convenção Nacional Rosacruz, em 19 de outubro de 1990.
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“
categórica, na qual todos indutivo; foi salientado
os fenômenos do uni- Pode a Ciência por Sir Francis Bacon,
verso se enquadrassem. que sentia a necessidade
A introdução à fugir a uma análise de investigar a Natu-
filosofia foi dialética, reza, ao invés de tentar
isto é, aquela que parecia filosófica de suas encontrar uma resposta
atividades?
”
lógica ao raciocínio para a sua operação
humano. O processo apenas pela abstração.
era dedutivo, partin- Em ação, portan-
do de uma concepção ou hipótese geral to, a introdução empírica ou objetiva ao
e racionalizando as particularidades que conhecimento, pela Ciência, é a filosofia de
deveriam se adaptar e se apoiar na norma como, em contraste com o método comum
contemplada. Basta que nos reportemos de filosofia, representado pelo abstrato por
aos pensamentos dos filósofos gregos, para quê. A Ciência, todavia, não pode estar
encontrar, pelos padrões contemporâne- completamente isenta do método deduti-
os, muitos enganos em suas conclusões. vo da filosofia. Ela não pode, naquilo que,
Aquilo que, todavia, era sempre auto- eventualmente, é chamado de ciência pura,
evidente para o raciocínio, não estagnava recusar a especulação em um estado pleno
nesse ponto. Havia pensadores que eram de realidade. Ela deve pensar naquilo que
provocados, pelo estímulo de seu pró- deveria existir, naquilo que poderia existir,
prio raciocínio, a tentar a objetivação ou para tornar-se capaz de preencher as lacu-
comprovação das ideias que abrigavam. nas em seu próprio sistema. Deve utilizar a
Talvez Tales tenha sido um dos primeiros imaginação, assim como a razão. Pela ima-
a entregar-se a essas excursões empíri- ginação, deverá receber a sugestão ou noção
cas à realidade, aos fatos. Aristóteles foi da probabilidade que estimula a pesquisa
um excelente exemplo da combinação específica com aquilo que já é conhecido.
O que deve
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ser pesquisado
Deverá chegar a ocasião em que o cientista
perguntará a si mesmo: “O que devo pesqui-
sar?”. Ele raciocinará dedutivamente, então,
sobre os princípios e potencialidades em
geral. Estes não serão fatos, a despeito de
quão convincentes possam parecer à razão. O
cientista não aceitará o seu raciocínio como
sendo infalível, à semelhança do que fizeram
muitos dos filósofos clássicos, unicamente
porque ele resistiu ao teste da lógica. Deseja-
rá a prova dos seus sentidos, combinada com
a técnica da matemática, seu instrumento
de confiança. O cientista que não recorre a
essas abstrações, a essas meditações, a essas
excursões pela imaginação, para estímulo,
raramente apresenta novos campos para
pesquisa. Alguém poderá duvidar da con-
tribuição de Aristóteles para a Ciência, isto
é, de sua verdade, do ponto de vista eviden-
cial, porém, sua classificação teórica dos
ramos do conhecimento tornou-se marco
para o início da investigação científica.
A filosofia tem sido criticada sob a alega-
ção de que é totalmente individualista. Tem
sido afirmado que não há normas, univer-
salmente aceitas, pelas quais a prova de uma
doutrina filosófica possa ser estabelecida, e convincente que embargará a iniciativa
que, portanto, a filosofia é totalmente subje- de uma pessoa, de maneira a impedi-
tiva. Dois sistemas filosóficos, tendo, ambos, -la de investigar mais profundamente
clareza em sua apresentação e atração para o o desconhecido e de encontrar, por
raciocínio, podem, não obstante, opor-se um este meio, a verdade. Afirma-se que
ao outro. Cabe, então, ao estudante, decidir a pessoa que está convicta da firmeza
qual o que melhor satisfaz à sua maneira de do seu raciocínio pode achar muito
pensar, ou mesmo, as suas emoções. Assim, conveniente evitar o labor tedio-
embora a filosofia recomende a busca da so da experimentação científica.
verdade e do conhecimento, pode, muitas Há muita parcialidade nessas
vezes, confundir o homem pelo estabeleci- acusações contra a filosofia. Muitos
mento de uma série de crenças opostas. sistemas filosóficos cegam a mente.
Uma outra crítica levantada contra a Os seus seguidores manifestam uma
filosofia, é que ela pode difundir uma crença paixão por seus próprios pensamentos
sionar por um eremita de nome Malco, em com a alma inundada de amargura, a carne
quem, segundo ele mesmo, se veria no futuro. quebrantada e sem força, coberto com um
Estabeleceu-se, por fim, no deserto de grosseiro saco, o rosto bronzeado como o de
Cálcis, na Síria, no ano de 373, onde viveu um etíope, chorava e gemia o dia inteiro... E eu
como um asceta, lutando contra tentações, as que, por medo do inferno, me havia conde-
quais afugentava com penitências e mortifi- nado a esta prisão, habitada por serpentes e
cações. Jejuava, padecia e se autoflagelava, tra- tigres, sentia-me transportado na imaginação
vando uma grande luta interior entre a carne ao meio das danças das donzelas romanas7.
e o espírito, entre a sublimação e a sensuali- Paralelamente, debatia-se entre o amor
dade dos tempos de adolescente em Roma, aos clássicos (Cícero, Homero, Platão, Virgí-
cuja sombra teimava em lhe acompanhar. lio, Horácio e Tácito, entre outros) e à leitura
Segundo o professor J. do Amaral Gurgel, profana e o respeito aos livros sagrados, cujo
durante os três anos de deserto, Jerônimo estilo, no entanto, considerava pobre e mono-
entregou-se com o entusiasmo que imprimia cromático. É quando, extenuado pela prática
a tudo que fazia, à penitência e ao estudo. continuada de sacrifícios e doente, tem o
No entanto, mesmo na solidão, a sua ima- sonho que revela mais tarde em carta à Santa
ginação ardente o torturava, trazendo-lhe Eustóquia (na obra Ad Eustoquium), sonho
à memória coisas do passado6. Em uma de este que o iria orientar definitivamente em
suas Epístolas, Jerônimo comentou que, seus esforços para o conhecimento, interpre-
por essa época, assentado sozinho, na cela, tação e tradução da Bíblia e textos correlatos.
O sonho
E aqui exsurge o místico, pois este tem
consciência de que a sua grande tarefa é
alcançar o Ser, a Vida Eterna, a união com
o Único, o retorno ao coração do Pai, uma
iluminação graças à qual contempla um
mundo mais real, aliada a uma união com
o Ser, um inefável e puro amor que se cha-
ma conhecimento de Deus, conforme nos
ensinou a professora Evelyn Hunderhill8.
E acontece a contemplação para Jerônimo
através do sonho, onde se encontra diante
de um tribunal presidido pelo Deus de Israel
como magistrado inflexível que lhe indaga:
“A Visão
de São – Quem, és?
Jerônimo”, – Um cristão – respondeu.
por Orazio
Borgianni – Mentes, és de Cícero e não de Cristo.
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-se. Naquele cenário onírico, prometeu
nunca mais se debruçar sobre uma página
profana, ainda que seu encantamento pela
cultura clássica tenha influído sumamente
em sua obra, o que o levou a justificar-se
em outra epístola: Se a sabedoria profana
me encanta, é que duma escrava e duma
cativa quero fazer uma filha de Israel. A
partir daí, revela: Desde aquela hora me
entreguei com tanta atenção e diligência
a ler as coisas divinas, como jamais havia
lido nas humanas. Era o conflito que ardia
entre o profano e o sagrado; entre a ne-
cessidade de optar entre Cícero9 e Cristo,
como se um excluísse o outro. Essa dico-
tomia íntima de Jerônimo não era ser ou
não ser, mas ser e não ser, Cícero e Cristo, Vulgata
Clementina,
o não e o sim, na feliz expressão do poeta edição de
português Teixeira de Pascoaes10. Ainda 1714
em 1459 e 1464, além de algumas cartas de * Paulo Paranhos é historiador, membro do Instituto
Histórico e Geográfico de MG e Conselheiro da URCI.
Sisto IV e a Encíclica Spiritus Paraclitus, de
Benedito XV, dizem literalmente: Os restos Notas: 1. Misticismo: estudo sobre a natureza e o desenvol-
vimento da consciência espiritual no ser humano. Curitiba:
do Doutor Máximo, depostos na gruta que Ordem Rosacruz, AMORC, 2002, p. 12; 2. Idem; 3. Confis-
por tanto tempo ele habitara e que a nobre sões, Livro I, capítulo IV, p. 18; 4. Obra citada, p. 89; 5. O
embrião do monaquismo cristão é identificado por alguns
cidade de Davi se rejubilava de possuir em nas antigas comunidades dos essênios, onde era praticada
outra época, tem hoje Roma a felicidade a virgindade e uma certa forma de vida em comum; 6. São
Jerônimo. São Paulo: Saraiva, 1950, p. 38; 7. Epístola XXII, no
de possuí-los na basílica de Santa Maria, 7; 8. Obra citada, p. 93; 9. Marco Túlio Cícero foi imperador
a Maior, junto ao Presépio do Senhor16. romano (63 a 43 a.C.), filósofo, divulgador do pensamento
grego. Algumas de suas obras nos remetem ao conhecimento
Seus biógrafos são unânimes em afirmar da filosofia grega, enquanto outras influenciaram profunda-
mente a Ética; 10. São Jerônimo e a trovoada. Porto: Lello
que Jerônimo era pessoa de temperamento & Irmãos, 1936, p. 18; 11. A tradução da Bíblia para o grego
facilmente irritável, mas não desconhecem ocorreu por volta do ano 270 a.C. e ficou conhecida como
Septuaginta, ou “tradução dos setenta”, pois foram 70 sábios
que a ele não faltavam justiça e caridade para convocados pelo rei Ptolomeu Filadelfo (281 a 246 a.C.)
com os amigos e até mesmo para com os que fizeram essa tradução para o conhecimento dos judeus
egípcios de Alexandria dos escritos sagrados. Foi assim que
inimigos. Foi um dos mais eruditos Padre e o mundo grego passou a conhecer o judaísmo; 12. Citado
Doutor da Igreja, deixando uma herança for- por Francisco Moreno, in São Jerônimo, a espiritualidade do
deserto. São Paulo: Loyola, 1992, p. 29; 13. Idem; 14. Obra
midável no campo dos estudos religiosos. 4 citada, p. 154; 15. Obra citada, p. 319; 16. Obra citada, p. 176.
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alguns de nós começaram a se preocupar Agenda 21, em alusão ao século XXI, que
com o nosso futuro. Por um lado, a perspec- propõe ações em diversos âmbitos. Naquele
tiva de falta de espaço na Terra para tanta documento, podemos encontrar indicações
gente, de falta de alimentos que supram para amenizar, regular e até mesmo reverter
as necessidades de cada um dos humanos, impactos em âmbitos os mais diversos da
de falta de água doce, o excesso de lixo, as vida no Planeta. Construir as nossas casas
moléstias; por outro lado, o declínio nas com menor impacto ambiental, cuidar do
relações entre as pessoas, em que elas pou- nosso lixo e das águas, lidar com as nossas
co se conhecem e não são, em sua maioria, relações socioeconômicas, e mesmo cons-
cooperativas, bem como as condições de truir novas relações econômicas mais justas,
degradação para que está se encaminhando são todos itens ali abordados. Essa foi a
boa parte do nosso meio ambiente natu- semente plantada para a criação de ecovilas,
ral. Esse quadro acendeu o alerta vermelho e elas são muitas pelo mundo afora, em busca
para pessoas atentas e para pesquisadores. de uma maior sustentabilidade no Planeta,
As catástrofes ambientais, os cataclis- para os humanos na relação com o seu meio
mos, as viroses prestes a sair de controle, a ambiente natural, social e mesmo econômico.
pobreza, o desaparecimento de espécies, as Mais recentemente, em setembro de 2015,
mudanças climáticas que ameaçam mudar aconteceu a Cúpula das Nações Unidas para
o rumo da vida no Planeta, a degradação o Desenvolvimento Sustentável, em New
do ser humano pelas suas escolhas. Tudo York, Estados Unidos. Nela, foi produzido
isso clama por atenção e por soluções. um documento intitulado Agenda de Desen-
Foi com esse cenário que o termo “busca volvimento Sustentável pós-2015/2030, que
por sustentabilidade” surgiu. Eventos ficou conhecida como Agenda 2030. Quais
internacionais alertando sobre o problema seus objetivos? A erradicação da pobreza
aconteceram, e têm acontecido desde então extrema e, quiçá, o término da pobreza no
pelo mundo afora; grupos com esse pro- mundo, de forma mais genérica, no período
pósito de buscar soluções se formaram em da nova Agenda, com a consequente trans-
todos os lugares, fóruns têm sido realizados formação de vidas, buscando encontrar for-
em toda parte. Dentre eles, a Eco-92, Con- mas de proteger o Planeta, enquanto aquele
ferência Internacional das Nações Unidas objetivo primordial for se realizando. Nesses
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, termos, ficaram também contempladas,
que aconteceu no Rio de Janeiro, em 1992. naquele documento como nos anteriores, as
Como um dos resultados daquela Conferên- dimensões social, econômica e ambiental
cia, foi produzido um documento intitulado das relações dos seres humanos entre si
e para com o meio ambiente. Em outras coerência e de menor impacto para a Vida,
palavras, trata-se de um plano de ação para afloram alguns aspectos especiais sobre os
melhorar a vida das pessoas, preservando quais precisamos refletir. Mesmo quando os
o Planeta e promovendo a prosperidade, seres humanos tomam a iniciativa de fazer
o que se mostra um enorme desafio. diferente, num movimento de conscienti-
No lançamento da Agenda 2030, Ban zação que os leva a deixar as suas vidas em
Ki-moon, secretário geral da ONU à época, cidades e optar por viver, por exemplo, em
se pronunciou, expressando grande esperan- ecovilas ou em outros conglomerados vol-
ça ao dizer: Podemos ser a primeira geração tados para as Agendas propostas pela ONU,
a erradicar a pobreza extrema e a última problemas os mais diversos também ali se
geração que pode evitar os efeitos adversos da apresentam, seja por crenças arraigadas, pela
mudança do clima. Assim, unamo-nos a ele falta de confiança no Outro, pela busca de
em esperança e ação, embora saibamos das status, por não se abrir mão de confortos
dificuldades em, por um lado, conciliar a e consumos ambientalmente impactantes,
erradicação da pobreza, o que implica maior ainda que as pessoas estejam conscientes
consumo, com um menor impacto ambiental das consequências provocadas por suas
e, por outro, em amenizar a tendência das ações. Sim, esta se mostra uma característica
pessoas, dos grupos, das corporações, pelo bastante relevante a ser levada em conta.
mundo, em olhar apenas para o próprio O que falta para que haja uma maior
umbigo e agir estritamente em causa harmonia e coerência nas inter-relações
própria e em nome do próprio prazer. humanas e para com o meio ambiente
Nesse diapasão, um fato preocupante, natural, mesmo quando escolhemos cons-
mas curioso, se apresenta: a infinita capaci- cientemente e filosoficamente caminhos
dade humana de tirar proveito tem levado menos impactantes ou formas de agir mais
setores diversos a aproveitar o impacto acon- coerentes, que se mostram acertadas e
tecido em torno do termo “sustentabilidade”, voltadas para ações de qualidade superior,
que inicialmente tanto nos mobilizou, como como se apresenta a disposição de viver em
necessidade incondicional para a preser- comunidades que causem menor impacto
vação da vida. Assim, esse termo cunhado socioambiental e econômico, por exemplo?
exclusivamente para aquele fim, e até com A resposta parece estar nas ideologias que
um traço poético projetado num âmbito nos perpassam... nas histórias pessoais,
de necessidade existencial, foi tomado por nas idiossincrasias e mesmo nas heranças
instituições e pelas mídias como ferramen- de uma sociedade materialista, utilitarista,
ta de impacto, convencimento e aceitação egoísta e sem o fomento à espiritualidade.
para as mentes pouco atentas. Termos como Mas também há luz nesses processos
sustentabilidade política, sustentabilidade desordenados de viver. É encantador ver a
financeira, sustentabilidade profissional, quantidade de pessoas dispostas a ajudar em
midiática ou mesmo sustentabilidade de casos de catástrofes, atentados, ou mesmo
ideias são expressões com as quais aqui e ali no dia a dia, nas ruas. Filas para a doação de
nos defrontamos. Tudo isso para convencer o sangue, oferecimento das suas próprias casas
ouvinte sobre a importância daqueles temas. para abrigar vítimas dos atentados, doações
Mas, continuemos em nossa linha de infinitas para pessoas desabrigadas por
análise, com mais um fato curioso. Na intempéries. Mesmo no auxílio a cegos, ao
busca pela instituição de modelos de maior vizinho em alguma necessidade urgente ou
bientais e em um precei-
comunidades to rosacruz
voltadas para muito especial,
o crescimen- que indica
to qualitativo que as trevas
do Ser, em que são a ausência
uma postura mais de Luz. Unamo-
participativa é -nos, pois, em busca
vivenciada. Naqueles dessa Luz. E que ela
ambientes, crianças e nos guie nas escolhas e
jovens aprendem a ser coo- mude nossos pensamentos,
perativos, a crescer levando em nossos comportamentos. Que essa
conta o seu semelhante ou respeitando a Luz fomente um caminho de cooperação e
Natureza em sua integridade. Por sua vez, de não destruição e que, por fim, instaure
instituições filosóficas, voltadas para o a tão cantada e imprescindível sustentabili-
estudo do Ser e do Universo, como a nossa dade socioambiental, para o bem dos seres
Ordem Rosacruz, preparam o ser para as das mais diversas categorias e ordens. 4
suas realidades interior, coletiva e universal.
A formação das pessoas com base em * Soror Maria Suely Oliveira Goldstein (Suzy Goldstein) é advo-
respeito, em consciência e em aprendizagem gada e linguista, doutora em Análise de Discursos pelo Instituto
de Estudos da Linguagem da Unicamp. Autora do primeiro
holística mostra-se o caminho que fará com livro brasileiro sobre sustentabilidade e ecovilas, intitulado “Um
que uma transformação no pensamento e Fazer Diferente: Vida em Ecovila”. Professora de cursos de
Direito e também de Linguagem e Discurso em universidades
nas atitudes venha a ser efetiva. O Indivíduo do Estado de São Paulo e pesquisadora da URCI Campinas.
Espírito, Alma e
Energias Vitais
A teoria energética de
Carl Gustav Jung
Por JUNE SCHAA, SRC
Auto
Por GEORGE BULETZA, PhD, FRC*
© THINKSTOCK.COM
O Salon de
la Rose+Croix
e a Arte Simbolista
Por MÁRCIO WILLIAM FRANÇA AMORIM, FRC
O
Museu cem anos por iniciativa de
© COMMONS.WIKIMEDIA.ORG
”
mente, sendo a última no ano de 1897.
Por decisão expressa de Péladan o re- percepção…
gulamento dessas exposições determinava
que as obras de arte exibidas não poderiam
reproduzir assuntos banais como paisagens, hoje poderia ser chamado de “instalação”,
cenas domésticas ou históricas, marinhas, tão comum na programação dos gran-
pinturas de animais e naturezas mortas, des museus. Por exemplo, no Salon de
uma vez que estas eram meras representa- 1892 foi apresentada a abertura da ópera
ções da vida material, apoiadas e incentiva- Parsifal, de Richard Wagner, e a trilha
das pela Escola de Belas Artes francesa. O sonora do compositor rosacruz Erik Sa-
objetivo principal do Salon era apresentar tie feita para a peça Le Fils des Étoiles (O
trabalhos artísticos mediante os quais os vi- Filho das Estrelas), escrita por Péladan.
sitantes fossem induzidos a níveis transcen- Um dos temas mais presentes nas pintu-
dentes de consciência e percepção expressos ras do Salon era o Mito de Orfeu. Segundo
na simbologia das pinturas, esculturas, a lenda, Orfeu era um médico e poeta filho
músicas e dramas teatrais, transcendendo do rei Éagro, da Trácia, ou, em algumas
o mundo material. Sendo assim, os temas versões, de Apolo, deus da música, com Ca-
deveriam girar em torno de mitos, alegorias líope, a musa da poesia. Ao tocar a lira que
ou imagens místicas de cunho espiritual, havia recebido como presente de seu pai os
pois na Seção II do Regulamento da exposi- pássaros e animais paravam para escutá-
ção constava: “O Salon de la Rose+Croix de- -lo, enquanto as árvores se curvavam ao
seja arruinar o realismo, reformular o gosto som e as pedras moviam de lugar, tal era o
latino e criar uma escola de arte idealista”. encantamento que a melodia possuía. Após
O evento também foi inovador por a morte prematura de sua amada Eurídice,
acrescentar pela primeira vez a uma ele ficou tão transtornado que decidiu ir
mostra de pintura outras manifestações ao mundo subterrâneo tentar resgatá-la.
artísticas como música, teatro e litera- Lá chegando, cantou para o próprio Hades,
tura, interagindo com o público, no que senhor dos mortos, que, comovido pela sua
A
Senda Mística é, por analogia e de- Aquilo que, hoje, parece claro e definitivo po-
finição, progressiva, dinâmica, evo- derá se transformar em dúvida depois, susci-
lutiva. Há, até, a belíssima firmação tando uma nova descoberta, que tenha alguma
de que o objetivo é o caminho (na consistência e traga conforto ao caminhante.
Senda) não o seu final. Assim, nesta caminhada, Daqui se depreende que a caminhada na
terá que haver, a cada passo, uma transformação. Senda é Dialética, cada degrau ou cada passo
“Quando
descrença, de desconfor- seja praticado por uma úni-
to com aquilo que, num ca pessoa, é um ato próprio
determinado ponto, parecia
conclusivo, definitivo.
uma alma se da sua condição de membro
dessa Humanidade. O erro é
Nesta linha, também eleva, todas as uma possibilidade humana.
dialeticamente, coloco uma É uma falha em um pon-
destas questões para reflexão: almas com ela to de um único e imenso
se elevam.
”
é uma constante, nos textos corpo. Assim, quando uma
da AMORC e em diversos alma se eleva ou decai, isso
de seus rituais, a necessidade afeta o todo humano.
de visualização e vibração pela Humanidade Concluindo: por que faz sentido vi-
e pelo planeta Terra como um todo. Duran- brarmos em uníssono pela Redenção da
te tais práticas, ou antes, ou mesmo depois Humanidade? Ora, se todos fazemos parte
delas, pode nos assaltar uma dúvida sobre de um mesmo grande organismo, aqueles
a efetividade destes trabalhos. Embora nós que vibram pelo Bem são como um órgão
saibamos que vivemos mergulhados em um de um mesmo corpo que luta pela cura de
oceano de energia, como os peixes no mar, um outro órgão desse mesmo corpo, para
o que explica a proposta de efetividade das que todo o organismo volte a ser sadio.
práticas veiculadas nos rituais, nas mensagens, Ora, há glândulas do nosso corpo que,
nas monografias e em publicações espe- quando uma falha ou falta, substituem a
ciais, ou na Telepatia ou na Criação Mental, função desta última até que o equilíbrio se
muitas vezes podem nos assaltar dúvidas. restabeleça. É por aí. Pode-se, refletindo,
Ora, vamos refletir: existe um Ser, uma pesquisando e meditando encontrar outras
Mente, Deus, o Grande Arquiteto do Uni- razões para vibrar pela Redenção de toda a
verso, a Alma Universal, qualquer que seja Humanidade, mas esta questão fica para a
a natureza deste Ser ou Sua denominação, reflexão dos que me leem. Assim seja! 4
D
entre todas as pa- das. Elas são devidamente pode ser útil abordar este
lavras místicas que aplicadas a certos princípios assunto com mais detalhe.
se encontram nos e corretamente associadas a Bem poucos cristãos, no
ensinamentos, rituais e sim- certas leis. Talvez, de todos mundo ocidental, que usam
bolismo das diversas escolas os movimentos místicos do a palavra Amém, parecem
místicas do Oriente e do Ocidente, os Rosacruzes compreender que estão
Ocidente, as palavras Aum, sejam os que usem estas empregando uma pala-
Om e Amém (latim: Amen), palavras mais precisamente, vra mística muito antiga e
são as mais frequentemente em seus estudos e princí- perceber que sua maneira de
usadas e mais generalizada- pios místicos. No entanto, a usá-la é mais ou menos in-
mente reconhecidas. julgar pelas perguntas que correta e, com toda certeza,
Mas o estudante comum de vez em quando nos são equivocada. E, por estranho
de misticismo, no Ociden- dirigidas, por Membros que pareça, pouquíssimos
te, em verdade pouco sabe e por não-Membros que cristãos sabem que o próprio
a respeito da origem ou leem nossas publicações, é Jesus era cognominado “O
natureza destas palavras. evidente que algum mistério Amém”, conforme é revelado
Nos rituais e ensina- ainda é desnecessariamente num trecho da Bíblia. Isto
mentos Rosacruzes, várias associado a estas palavras, vem mostrar que palavras
palavras como estas são usa- de maneira que sinto que místicas podem ser associa-
S.I.
A
humanidade recebe de tempos em tempos persona-
lidades-alma que são “divisoras de águas”, ou seja,
o mundo é um antes delas e outro após elas.
Como verdadeiros mensageiros de Luz a serviço da
humanidade, esses seres receberam do Cósmico a missão de
causar uma forte influência na sociedade em que estavam
inseridos, recebendo postumamente o reconhecimento pela
visão, liderança e iluminação que abrangeram todo o nosso
mundo. Vieram para mudar, romper paradigmas e deixar
os seus pensamentos, palavras e ações como exemplos de
seres humanos especiais.
Esta capa da revista “O Rosacruz” é dedicada a esses seres
de luz que, como Mestres, nos ensinaram o sentido da vida.