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Bruna Toledo
Cíntia Faria
Lorruama
Maria Daiane
Noemir
Thais Augusto Moraes
RIO DE JANEIRO
2016
Introdução
Referência Bibliográfica:
Brasil (2005) Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE.
Coordenação Geral de Saúde Mental. Reforma Psiquiátrica e política de saúde
mental no Brasil.
Os principais desafios do CAPSad II – Mané Garrincha (Noemi)
... são muito mais homens que mulheres... cerca de 70% de homens para
30% de mulheres, a nossa faixa etária que é diferente dos outros CAPS ad
da cidade é de homens de 35 até 60 anos... quem são esses usuários de
álcool?... não temos pernas para saber isso, mas eu tenho as minhas
hipóteses... o usuário de álcool aqui nós vemos de tudo, muitas pessoas
são aposentadas aqui do bairro da tijuca ou que empobreceram muito ao
longo dos anos e começaram a intensificar o uso de álcool...
Recordemos Netto (2008) que ao tomar o texto de Friedrich Engels
(1820-1895) A situação da classe trabalhadora na Inglaterra apresenta que o
mesmo “se insere no debate social da época sobre um pauperismo sem
precedentes vivido pelos trabalhadores e agravado em tempos de recorrentes
epidemias de doenças infectocontagiosas...”
Ainda sobre o mesmo texto, a professora doutora Rita de Cássia Cavalcanti
Lima reafirma que há uma relação entre a Revolução Industrial e a embriaguez da
classe trabalhadora, em virtude da miséria e do pauperismo que esta era submetida
em virtude dos baixos salários e da piora na qualidade de vida. A equipe do CAPS
ad também possuem dificuldades em manter contato e encontrar o usuário do
serviço – quando este permanece muito tempo sem participar das atividades
planejadas no projeto terapêutico – e isto se dá porque o território que atendem até
começo do ano não era todo coberto pela saúde básica da família e desta forma, o
NASF – Núcleo de Atendimento à Saúde da Família – era incipiente e
extremamente limitado; atualmente a equipe de atenção primária ainda está em fase
de adaptação com o território e com o usuário tendo a participação nos conselhos
de saúde do bairro ainda de forma limitada – o que também dificulta cumprir
atividades e demandas do próprio CAPS, que são as visitas domiciliares, por
exemplo. durante a entrevista conhecemos a estrutura física da unidade que é muito
limitada e pequena e esta observação coincidiu com o principal desafio que foi posto
para a unidade: A falta de infraestrutura.
De acordo com as informações da entrevistada, atualmente eles atendem
240 usuários – que possuem distintos projetos terapêuticos, desde os intensivos até
os que só fazem acompanhamento período semanal (inclusive o horário estendido
da unidade é para contemplar o usuário que só consegue ir ao atendimento depois
do expediente de trabalho), destes usuários, muitos demandam acolhimento noturno
e por ser um CAPS II não conseguem suprir esta demanda e muitas vezes
necessitam encaminhar para a internação no hospital de referência. Outra demanda
dos próprios usuários é ter no CAPSad um espaço para tomar banho e lavar roupas
– possuir tanques e local para a roupa para secar.
Por fim, ao verificarmos o cotidiano da instituição – através da entrevista no
local – percebemos que o trabalho desenvolvido na unidade, assim como em
diversos espaços da saúde, é de qualidade e de fato busca atender as demandas
dos usuários de forma reflexiva e pautada na ética profissional e na superação de
estigmas, entretanto, enfrenta dificuldades e são postos desafios, que em parte
compete à gestão pública sanar mas, que de fato somente com a reestruturação da
sociedade será possível avançar em sua totalidade.
Referências
LIMA. Rita de Cássia Cavalcanti in: Serviço social e o método crítico dialético: uma
contribuição análise do uso de álcool e outras drogas. In: Temas Contemporâneos:
O Serviço Social em foco. Org. GUERRA, Yolanda. LEITE, Janete Luzia. ORTIZ,
Fátima Grave. 1ª ed. Outras Expressões. São Paulo, 2013.)