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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ

SEMINÁRIO DE G2:

Acadêmicos:
Carol Tomasi
Juan Ersico
Leandro Vargas
Maicon Lemes
Maicon Marin
Marcio Mucelini
Mauro Fonceca
Naiana
Pedro A. Lima
Priscila Danieli da Cruz
Patrícia Scudella
Terezinha
Tiago

CURSO: Direito
DISCIPLINA: Filosofia Geral e Jurídica

Chapecó-SC, julho de 2011


UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ
Centro de Ciências Humanas e Jurídicas
Curso: Direito
Disciplina: Filosofia Geral e Jurídica
Professora: Luciano Jaeger

SEMINÁRIO DE G2:

Acadêmicos:
Carol Tomasi
Juan Ersico
Leandro Vargas
Maicon Lemes
Maicon Marin
Marcio Mucelini
Mauro Fonceca
Naiana
Pedro A. Lima
Priscila Danieli da Cruz
Patrícia Scudella
Terezinha
Thiago

Chapecó-SC, julho de 2011


1- Thomas Hobbes

Hobbes em seus ideais defende que a sociedade deveria permitir aos


membros a vida na sua liberdade natural, onde os indivíduos assegurassem a paz
interna e a defesa pelo bem em comum a todos. Necessitando de uma autoridade
que exerce esse papel, destacando o Leviatã uma autoridade inquestionável. Este
Leviatã se torna um livro e uma das suas obras mais conhecidas.
Escreveu Leviatã para atrair a atenção do novo amo ao seu país, com o nome
bíblico Leviatã designa a multidão popular submetida a um poder soberano. Nesta
obra faz a passagem do pensamento político para a modernidade política. O livro foi
escrito durante a guerra civil inglesa, onde a sociedade passava por conflitos aonde
o poder do mais soberano dominaria a todos.
O estado conquistando um poder absoluto e um dos ideais principais do
leviatã. O livro é dividido em quatro partes:
1ª- Natureza do homem e as leis naturais,
2ª- Natureza da Sociedade civil e os direitos do poder soberano,
3ª- Da sociedade cristã,
4ª- Do reino das Trevas,
Partindo de um princípio que os homens são egoístas é que o mundo não
satisfaz plenamente todos, defende que em um estado natural sem a existência da
sociedade civil exista a competição entre os homens pela riqueza, segurança e
gloria, “A guerra de todos contra todos”. Define também a natureza humana como
uma grande máquina, corpos em movimento, inteiramente descritos por leis
mecânicas.
No postulado do estado natural destaca a teoria política, e como o estado se
comportaria se não houvesse nenhuma autoridade para obrigar o comprimento das
leis. Esse comportamento seria uma luta entre os indivíduos uns contra os outros,
uma luta de poder sobre poder, tornando cada homem um inimigo para os demais.
Sendo que no estado natural não e possível à intervenção de nenhuma
expressão de justiça, sendo que nada poderia der injusto, portando as noções de
justiça e injustiça não teriam lugar. Cada individuo seria livre para fazer o que bem
entende, e a lei que importa á a preservação e a prosperidade da vida.
Neste estado de natureza não é possível à propriedade nem o domínio, ou
seja, a distinção, isto é seu e isso é meu, mas sim só pertencera aos homens aquilo
que eles serão capazes de conservar, sendo esta a situação encontrada por obra da
natureza. Mas Hobbes é realista em afirmar que o estado de natureza em geral
nunca predominou sobre o mundo.
Hobbes no leviatã projeta o estado natural justificando a necessidade do
homem artificial, analisando as condições objetivas em que os homens se
encontram no estado natural. Destacando o fato de que o homem enquanto iguais
por natureza, são capazes de causar um ao outro o maior dos males, a própria
morte.
O indivíduo natural encontra-se em situações de igualdades perante os
outros, nas capacidades e nas paixões. Os homens buscam o seu bem, não se
preocupando em melhorar as situações dos outros homens, levando sempre a
humanidade para o individualismo, sendo que pela natureza os homens não tentem
para o outro.
Ao afirmar que todos os homens são livres e iguais, Hobbes deduz que dois
ou mais homens podem querer a mesma coisa e então vivem em uma competição
constante, e dessa forma, podem levar a guerra.
“Que um homem concorde, quando outros também o façam, e na medida
em que tal considere necessário para a paz e para defesa de si mesmo, em
renunciar a seu direito a todas as coisas, em relação aos outros homens,
com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação a si
mesmo.” 1
As leis da natureza parte do momento em que o homem encontrava-se em
constantes guerras, e pelo direito da natureza cada individuo deve preservar a sua
vida, não se importando com os meios para atingir este fim.
A grande diferença entre as leis e o direito da natureza é que as leis
determinam e obrigam a fazer ou a omitir, e por outro lado o natural consiste
simplesmente na liberdade de fazer ou de omitir.

1.1- Contrato social

Hobbes afirmar que os seres humanos são essencialmente maus e viviam no


estado de natureza, numa guerra de todos contra todos. E para que essa “guerra”
finalize, estabelece um contrato social, que tem como objetivo expressar “se queres
isto, faça aquilo”.
1
- Leviatã, Capítulo XIV, p. 114.
Vendo assim o contrato social como forma de superar a violência e a
insegurança coletiva existente no estado da natureza. Assegurar o bem estar da
coletividade é o objetivo do contrato.
O estado de natureza é um estado de liberdade completa, mas é um estado
inseguro. E o estado civil pelo contrario, limita a liberdade natural, deixando poucas
possibilidades da liberdade, mas e um reino de paz e segurança.
A liberdade tem um destaque especial para Hobbes, pois os indivíduos são
livres, mas são impedidos de fazer o que tem vontade, conforme suas capacidades,
e só conseguem atingir a liberdade total no estado natural, uma liberdade absoluta e
desenfreada.
O direito de natureza a que os autores geralmente chamam jus naturalismo é
a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder para a preservação
de sua própria vida, conseqüentemente fazer tudo aquilo que seu julgamento e sua
razão lhe indiquem como meios adequados a esse fim.
Por liberdade entende-se a ausência de impedimentos externos que tiram de
cada um o poder de fazer o que quer. Uma lei de natureza é um preceito ou regra
geral, estabelecida pela razão proibindo ao homem fazer tudo o que possa destruir
sua vida ou privá-la dos meios necessários para preservá-los
O direito e lei são distintos, o direito consiste na liberdade de fazer ou de
omitir já a lei obriga e determina. Todo homem tem direito a todas as coisas incluindo
o corpo dos outros. Que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que
tenha esperança de conseguir e caso não a consiga pode procurar e usar outras
vantagens ou ajuda da guerra.
Renunciar ao direito a alguma coisa é o mesmo que privar-se da liberdade de
negar ao outro o beneficio de seu próprio direito. Apenas se afasta do caminho do
outro para que ele possa gozar de seu direito original, sem que haja obstáculos da
sua parte, mas não que haja obstáculos da parte dos outros. Conseqüência que
redunda para um homem da desistência de outro. Seu direito é simplesmente uma
diminuição equivalente dos seus próprios direitos originais.
A transferência mútua de direitos é aquilo a que se chama de contratos. Há
uma diferença entre a transferência do direito de uma coisa e a transferência ou
translação, ou seja, a coisa pode ser entregue juntamente com a translação do
direito, como na compra e venda a vista, ou na troca de bens que pode ser entregue
algum tempo depois.
2- David Hume

David Hume defende que as crenças morais estão intrinsicamente


motivantes: se você acredita que matar é errado, você estará motivado "ipso facto" a
não matar e em criticar o ato de matar. Também diz que a razão por si só não motiva
ninguém: a razão descobre os fatos e a lógica, mas ela depende dos nossos desejos
e preferências quanto à percepção daquelas verdades e se isso nos motiva.
Conseqüentemente, a razão por si não produz crenças morais. Hume propôs que a
moralidade depende ultimamente do sentimento, sendo o papel da razão apenas o
de preparar o caminho para os nossos sensíveis julgamentos por análise da matéria
moral em questão. Na questão da razão no julgamento do comportamento, Hume
argumenta que o comportamento imoral não é imoral por ser contra a razão.
Na filosofia o empirismo é um movimento que acredita nas experiências como
principais formadoras das idéias, discordando, portanto, da noção de idéias inatas.
Hume foi o principal filósofo da corrente de pensamento empirista moderna.
Propõe que todo conhecimento deriva dos sentidos, opondo-se ao racionalismo
cartesiano, que acreditava que o conhecimento derivava da razão. Para Hume, no
início do conhecimento, estão as percepções:
Podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes
ou tipos, que se distinguiram pelos diferentes graus de força e vivacidade.
As menos intensas e vivas são comumente designadas pensamentos ou
idéias. O outro tipo carece de nome em nossa língua, usaremos, pois, de
um pouco de liberdade e chamemos-lhes de impressões. (HUME, 1998,
p.24)
Para ele as percepções provocam impressões e estas são mais intensas e
presentes, e as idéias derivam delas, ou seja, são produzidas a partir das
impressões, como se fossem cópias das impressões guardadas na memória. As
impressões que se tem são impressões simples e destas derivam as idéias, como
por exemplo a impressão de azul e idéia de azul. Mas Hume questiona sobre como
é possível se ter idéias complexas como: bola azul, e chega a conclusão de que
estas são compostas por associação das idéias simples e compostas, sejam elas
feitas por semelhança.
Portanto, o conhecimento para Hume é todo baseado na experiência, partindo
e derivando da mesma. Observa-se na ciência moderna aspectos da proposta
empirista. Pode-se ver que o trabalho da ciência gira em torno da busca de
experimentos, após tê-los realizado e testada sua eficácia, é estabelecida uma
teoria. Como por exemplo um remédio X para acabar com uma dor de cabeça,
depois de ser experimentado por uma pessoa e tiver eficácia, provavelmente a
pessoa voltará a usá-lo quando tiver dor .

3- Francis Bacon

Francis Bacon nasceu no dia 22 de janeiro de 1561 na York House, Londres.


Vindo de família importante, freqüentou a universidade de Cambridge e viveu em
paris. Foi político e jurista, exercendo diversos cargos, entre eles, advogado,
membro do conselho particular, chanceler do reino. Porém foi acusado de
concussão e condenado a pagar multa. Perdoado pelo rei voltou às suas terras para
estudar. Sua obra principal foi a instaurio magma Scientarum, que era a reforma do
saber com três faculdades: memória, fantasia, razão. Apesar de Bacon não
abandonar, ele deixa de lado a revelação cristã e religiosa. Bacon fez ainda alguns
ensaios sobre diversos assuntos pelos quais se mostra dividido entre a vida política
e a vida filosófica.
Os principais ideais de Bacon era servir o homem e dar-lhe poder
sobre a natureza. O objetivo baconiano é constituir uma nova maneira de estudar os
fenômenos naturais. Para Bacon, assim como Hume, a descoberta de fatos
verdadeiros não depende da razão e sim da experiência.

3.1- Modernidade

A modernidade foi um período histórico no qual ocorreram muitas


transformações políticas, sociais e econômicas, entre o inicio do século XIX até os
dias atuais. Entre um século cheio de guerras políticas e religiosas, a modernidade
surge com a idéia de trazer melhoras. Porém apesar de ter o lado bom de seu
surgimento, ela não consegue alcançar os seus objetivos.
Pelo contrário vivemos um grande dilema em relação aos paradoxos de nossa
época, na produção aflitiva da violência do nosso século, nos surpreendentes
avanços tecnológicos em contraste com a miséria e o analfabetismo de grande parte
da população, na crise com os paradigmas que durante tanto tempo tomamos como
verdade e que atualmente não respondem satisfatoriamente as nossas indagações,
no modo como somos orientados a possuir e a conquistar o mundo e seus luxos ao
mesmo tempo em que somos dificultados e impossibilitados de conseguir, no desafio
de conviver com o diferente e com a multiplicidade de versões e na ambigüidade
constante entre o que consideramos velho e ultrapassado e o novo muitas vezes
difícil de ser identificado, ou trazendo dentro dele parte do velho.
Seriam esses os casos dos móveis e tecnologias confortáveis e hagilizadoras
das quais apenas fabricamos, porém jamais a possuímos, e a própria visão de ética
e moral, modos de viver, pensar, agir que foram ultrapassados. Exemplo: o modo de
vestir, e a forma usada para conseguir enriquecer sem princípios, porém vista por
jovens como normal.
Todas essas “falsas conquistas” nos trazem o mal estar da modernidade. O
paradoxo do sentimento de conquista frustrado pelo sentimento de perda, que as
vezes é muito maior e nos derrubam. Um desses mal atuais é o mal da depressão,
que atinge nos dias de hoje mais de 450 milhões de pessoas, e até 2030 é pra ser
disparada a maior causa de perdas do mundo.

3.2- Empirismo

Empirismo é o conceito de filosofia que afirma que o conhecimento vem da


experiência, ou seja, empirismo é a dependência da evidência. Sendo assim, as
afirmações vem de alguma experiência ou observação. Dessas experiências vem as
explicações sobre o que acerca o nosso mundo. Segundo o empirismo, observações
envolvem percepção e compreensão de como as coisas funcionam.
O iniciador do empirismo é Francis Bacon. Enalteceu ele a experiência e o
método dedutivo de tal modo, que o transcendente e a razão acabam por
desaparecer na sombra. Falta-lhe, no entanto, a consciência crítica do empirismo,
que foram aos poucos conquistando os seus sucessores e discípulos até Hume.
Ademais, Bacon continua afirmando - mais ou menos logicamente - o mundo
transcendente e cristão; antes, continua a considerar a filosofia como esclarecedora
da essência da realidade, das formas, sustentáculo e causa dos fenômenos
sensíveis. É uma posição filosófica que apela para a metafísica tradicional, grega e
escolástica, aristotélica e tomista. Entretanto, acontece em Bacon o que aconteceu a
muitos pensadores da Renascença, e o que acontecerá a muitos outros pensadores
do empirismo e do racionalismo: isto é, a metafísica tradicional persiste neles todos
histórica e praticamente ao lado da nova filosofia, tanto mais quanto esta é menos
2
elaborada, acabada e consciente de si mesma.
Bacon Propôs o domínio da natureza em favor do homem e assim vem
acontecendo cada vez mais, a ponto de chegarmos à uma degradação ambiental
alarmante. O homem, para Bacon, só deve prestar contas ao Estado e a Deus. Se
deus existe na natureza e dominamos ela, quem parará o homem? É o começo de
um processo que tirou o mágico da mente humana em favor da razão e da
transformação da matéria e culminou no capitalismo industrial.
Podemos considerar empírico qualquer coisa que tenha sua veracidade ou
falsidade verificada pelos resultados de experiências e observações. O iniciador do
empirismo foi Francis Bacon, que enalteceu a experiência e o método dedutivo onde
a razão acaba por desaparecer na sombra.

4- Contrato Social – Jean-Jacques Rousseau

No terceiro livro Do Contrato Social, Rousseau trata do governo.


Primeiramente, reconhece duas causas para uma determinada ação: a causa moral,
ou seja, a vontade de se realizar esta ação, e a outra é a física, ou seja, o esforço
físico, a potência que é necessária para que a ação seja realizada. Trazendo esse
conceito para o mundo político, podemos facilmente reconhecer a força moral como
sendo o poder legislativo e a força física como sendo o poder executivo.
De acordo com ROUSSEAU (2007, p. 60):
Governo é um corpo intermédio, estabelecido entre os vassalos e o
soberano, para a mútua correspondência deles, encarregado da
execução das leis e de manutenção da liberdade, tanto civil como
política.
O autor propõe também a divisão do legislativo do executivo, de modo que
um mesmo governante não possua os dois poderes, pois isso faria com que o

2
www.mundodosfilosofos.com.br/bacon.htm
governante desse uma maior prioridade para sua vontade, ao invés de priorizar a
vontade do povo em geral.
Além de propor essa divisão, Rousseau ainda ressalta que os governantes,
ou magistrados, não devem ser numerosos, uma vez que isso poderia causar um
enfraquecimento do governo, pois quanto mais se atua sobre si mesmo, menos se
tem influência sobre o todo, uma vez que na pessoa do magistrado podemos
perceber três vontades diferentes: a do indivíduo, a vontade comum dos
magistrados e a vontade do povo, que deve ser tomada como principal.
Para Rousseau cada tipo de governo se adapta à um tipo de estado, variando
de acordo com sua extensão. Porem, o que deve prevalecer sempre em todas as
formas de governo é a vontade geral e o direito nato de liberdade.
Na monarquia existe uma distancia enorme entre o monarca e seu súdito, na
Aristocracia esta distancia quase não é significativa.
Existem três tipos de Aristocracia: natural, eletiva e hereditária. Rousseau
aponta que a forma certa é a eletiva, onde o povo escolhe quem deve alcançar o
poder.
Rousseau afirma, ainda, que a verdadeira democracia não existe de fato, pois
para que ela exista, é necessário que nesse estado deva haver igualdade de classe,
e a fortuna deve ser a mesma e não deve existir luxo nessa sociedade, ou seja, não
podem haver grandes desigualdades sociais.
Diz também que cada forma de governo se diferencia das outras
apresentadas. A democracia, por exemplo, mostra-se mais eficiente em cidades
pequenas, enquanto a aristocracia em Estados médios e a monarquia é melhor
inserida em grandes Estados.
Infelizmente o abuso de alguns governos podem acabar levando à
degeneração do Estado e à desorganização da sociedade política o que, por sua
vez, acaba desencadeando uma crise que pode, na maioria das vezes, levar o
Estado à falência.
Um principal ponto que é observado por Rousseau, é o fato de que para que
um estado possa se manter, o mesmo deve evitar ter uma população muito grande,
e concluiu a observação citando como exemplo Roma, que possuía uma população
vasta e acabou entrando em crise e extinguindo-se.
Ao concluir o estudo à respeito dos governos, o autor ainda ressalta que, um
fato primordial para o sucesso de um estado, é o de que os governantes devem
sempre dar toda a importância para os desejos do povo que governam e não para
as vontades próprias, nem para usurparem vantagens de um cargo privilegiado.
Por fim, podemos perceber claramente a idéia que Rousseau tem à respeito
do governo e também a idéia de que a instituição do governo não é somente
estabelecer as leis, mas também possibilitar meios para que as mesmas possam ser
cumpridas. Para ele, todas as leis fundamentais do Estado se podem revogar,
dependendo apenas da união dos cidadãos
Para um Estado ser forte e sólido, necessita que o povo seja unido em suas
idéias e convicções, e para isso a vontade geral precisa prevalecer. Muitos homens
reunidos são considerados um só corpo, e eles tendo uma única vontade
estabelece-se a vontade geral. Um Estado assim governado não necessita de
muitas leis, e a necessidade de constituir novas leis se da naturalmente. O
enfraquecimento do Estado se dá quando a sociedade começa a ficar desunida,
priorizando interesses particulares onde as pequenas sociedades começam a
prevalecer sobre as grandes.
[...] quando o Estado, perto de sua ruína, não subsiste mais senão por uma
forma ilusória e vã, quando o vínculo social esta rompido e o mais vil
interesse ostenta descaradamente o nome sagrado do bem público, então a
vontade geral torna-se muda; todos guiados por motivos secretos, não
opinam mais como cidadãos, como se o Estado nunca tivesse existido, e
são aprovados, sob o nome de leis, decretos iníquos que têm por finalidade
apenas o interesse particular. (ROUSSEAU, 2010, p.116)
Para Rousseau quando isso acontece, a vontade geral não foi aniquilada ou
corrompida, ela continua inalterável, porém ela está subordinada a outras vontades
que prevalecem sobre ela. A maneira que as questões gerais são tratadas é um forte
indicativo de como anda a política, quanto maior a concordância em assembléias e
quanto mais unânimes, maior é a vontade geral, já debates intermináveis, a não
concordâncias seguidas de tumultos são sinais de declínio do Estado.
Nasce à necessidade de regulamentar a maneira de contar os votos para
comparar as opiniões, e segundo o autor há uma única lei que ao natural exige um
consentimento unânime, que é o pacto social. “Pois a associação civil é o ato mais
voluntário do mundo, tendo todo o homem nascido livre é senhor de sim mesmo,
ninguém pode sob qualquer pretexto que seja sujeita-lo sem seu consentimento”
(ROUSSEAU, 2010, p.118). Se caso o pacto social tiver opositores, sua oposição
não invalida o contrato, apenas impede que sejam compreendidos nele, como
estrangeiros vivendo entre os cidadãos.
O voto da maioria em uma assembléia, sempre obriga aos vencidos a aceitar
a decisão, e isso é uma conseqüência do contrato. O questionamento é que como
um homem pode ser livre tendo que concordar com as decisões que não foram
suas? Segundo Rousseau em sua obra O contrato social, quando isso acontece
prova somente que o vencido estava enganado, o que julgava ser a vontade geral
não era, e que a decisão da maioria representa a vontade geral. Em referência ao
número proporcional dos sufrágios para declarar essa vontade também foi
apresentada por Rousseau “A diferença de um único voto rompe a igualdade, um
único opositor rompe a unanimidade; porém, entre a unanimidade e a igualdade há
varias divisões desiguais, a cada uma delas pode-se fixar um numero conforme o
estado e as necessidades do corpo político.” (ROUSSEAU, 2010, p.120). Seguindo
esse raciocínio, quanto mais importante for à decisão, mais perto da unanimidade
tem que chegar, mas quando se tratar de uma decisão não tão importante como
exemplo de decisões que devem ser tomadas imediatamente, um voto de diferença
basta.
A respeito das eleições, há dois caminhos, a saber: a escolha e o sorteio. As
duas maneiras foram usadas em diversas Repúblicas. Para vários autores o sufrágio
pelo sorteio é da natureza da Democracia, pois é o modo de eleger que não aflige
ninguém. Quando as duas maneiras se encontram, a escolha deve preencher
cargos que necessitem de qualidades próprias e a do sorteio aquelas que bastam
bom senso, a justiça e integridade, pois um Estado bem constituído essas
qualidades são comuns em todos os cidadãos. (ROUSSEAU, 2010)
Dos comícios Romanos se herdou sua história e formas de civilização
principalmente por sua cultura e força, já representada pelo seu nome Roma que
veio de Romulus no qual significava força. Após a fundação de Roma pelo exército
do fundador, compostos por albanos, sabinos e estrangeiros, foram divididos em três
classes, que denominaram tribos. Estas tribos onde também sofreram divisões que
foram chamadas de cúrias. Dessa primeira divisão surgiram alguns inconvenientes,
pois algumas tribos cresceram mais do que as outras, em um curto espaço de
tempo, principalmente a tribo dos estrangeiros. A solução encontrada por Sérvio foi
mudar a divisão, substituindo a das raças que foi abolida, por outra baseada por
lugares que as tribos ocupavam. A partir desta mudança se criou uma quarta tribo,
pois cada uma ocupava uma das colinas de Roma, assim causando uma
desigualdade para o futuro.
Segundo Rousseau existia a necessidade criar uma mediação entre as partes
constitutivas do Estado.
[...] Esse corpo, que chamarei de Tribunato, é o conservador das leis e do
poder legislativo. Ele serve às vezes para proteger o Soberano contra o
Governo, como faziam em Roma os tribunos do povo, às vezes para
sustentar o Governo contra o povo. (ROUSSEAU, 2010, p.133)
Isso era para manter o equilíbrio tanto para um lado como para outro no que
se refere aos poderes legislativo e executivo. O tribunato equilibrado é a mais firme
estrutura para uma constituição, por menor que seja a força ela é capaz de derrubar
tudo. Tanto o tribunato como o governo pode enfraquecer pela multiplicação de seus
membros, e a melhor maneira de prevenir seria não fazer o corpo permanente e
criando intervalos para as mudanças, para evitar os abusos que o tempo pode criar.
Da Ditadura expõe o que a inflexibilidades das leis interfere para crise do
Estado, onde a lentidão das formalidades necessita um tempo que nem sempre as
circunstâncias do momento podem esperar, pois em muitos casos o legislador não
consegue prever todos os inúmeros casos que pode acontecer. Para os ditadores
“jamais se deve sustar o poder sagrado das leis, senão quando se trata da salvação
da pátria”, na verdade os ditadores só pensavam em eleições, e não pensavam e
reformular leis e criação de projetos novos.
“Assim como a declaração da vontade geral se faz pela lei, a declaração do
julgamento público se faz pela censura” (ROUSSEAU, 2010), a opinião pública é
uma espécie de lei e isso conservava os costumes. A Religião sempre foi usada para
facilitar a dominação de um povo, através da fé e da crença em deuses. Isso
aconteceu desde a Grécia, onde existiam tantos deuses que se criou o politeísmo.
Para dominar um povo era necessário ter uma religião por trás, e a partir disso se
criou um número tão grande de religiões com vários deuses, que muitos povos
morreram defendendo a sua, trazendo essas diferenças até os dias atuais.
Para Rousseau “O homem é bom e puro, é a sociedade que o corrompe”. O
homem em seu estado natural nasce bom, e em seu estado artificial se faz
corromper pela sociedade, ao contrário de Hobbes que defende que o homem em
seu estado natural nasce mau e a sociedade vai amenizando essa maldade,
tornando um homem melhor. Tanto Hobbes como Rousseau concordam com o fato
do ser humano ter o direito de preservar a si, porém discordam nos meios soberanos
para este fim. São muitos os questionamentos existentes entres estes dois autores
com certas igualdades e muitas diferenças, que se contrapõem.
5- JUSNATURALISMO

O jusnaturalismo é uma doutrina segundo a qual existe e pode ser conhecido


um "direito natural", ou seja, um sistema de normas de conduta intersubjetiva diverso
do sistema constituído pelas normas fixadas pelo Estado chamado de direito
positivo. Este direito natural tem validade em si, é anterior e superior ao direito
positivo e, em caso de conflito, é ele que deve prevalecer. O jusnaturalismo é por
isso uma doutrina antitética à do "positivismo jurídico", segundo a qual só há um
direito, aquele estabelecido pelo Estado, cuja validade independe de qualquer
referência a valores éticos.

5.1- Thomas Hobbes

Para HOBBES, no ESTADO DE NATUREZA todos nasciam livres e iguais,


mas agiam por suas emoções, eram anti-sociais, ou seja, eram violentos, arbitrários
e vingativos por medo de represálias. Temiam uns aos outros.
Surgiu com isso a necessidade de se fazer um acordo visando a preservação
da vida, nesse acordo denominado PACTO as pessoas cederam e transferiram
todos os direitos a um homem ou a uma assembléia de homens firmando assim o
CONTRATO, a partir disso surgiu o estado e com ele o poder soberano do monarca,
as leis, os crimes, os julgamentos e as penalidades,limitando a liberdade dos
indivíduos. Dessa forma as pessoas deixaram de temer uns aos outros e passaram
a temer a punição do estado.

5.2- Jhon Locke

JHON LOCKE, diz que no ESTADO DE NATUREZA todos nascem livres e


iguais, porém não é violento, vive numa sociedade que não é civil nem política, é
natural, sujeito as leis da natureza. Para ele o homem é racional e vive do trabalho
que lhe traz riqueza e gera propriedade que é privada.
Sobre o governo, ele diz que existe um auto-governo, não existe um poder
comum que seria o estado o que existe é o interesse coletivo que ainda está sem
poder. Por isso surge o PACTO de consentimento que gera um Contrato que é o
estado liberal mínimo, ou seja, um estado com poucas atribuições, dito o mal
necessário porque da segurança jurídica, resolve conflitos, julga, puni e da
segurança externa e interna. O governo é formado por representantes eleitos pelos
votos da maioria e os indivíduos não abrem mão de seus direitos naturais. Esse
governo visando assegurar a eficácia de seus julgamentos e a paz na comunidade
desdobrasse em vários poderes, o federativo, executivo, e o principal o legislativo,
sendo que o poder judiciário esta dentro do executivo.

5.3- Jean-Jacques Rousseau

ROUSSEOU, afirma que no ESTADO DE NATUREZA todos nascemos livres


e iguais. A propriedade é comum a todos (é de natureza comunal) todos são donos
de tudo e tudo pertence a todos. Visando proteger a propriedade foi instituído o
PACTO/CONTRATO fundando o estado civil.
A partir da propriedade nasceu a sociedade civil, usando como exemplo a
parábola que diz que o primeiro homem que cercou um pedaço de terra foi o
verdadeiro fundador da sociedade civil, o homem foi corrompido e tornou-se um
indivíduo sem moral política e a sociedade da desigualdade se forma e traz com ela
problemas sociais causados pela falta ou presença da propriedade, pois nascemos
livres e iguais mas nos encontramos aprisionados em nossas propriedades, nesse
caso o homem não vive livre e sim em função do que tem.
E mesmo com a presença do estado o homem ainda é agressivo e muitas
vezes ainda age por instinto, é violento ,comete delitos, crimes e mesmo havendo os
ias de hoje muitas leis e normas a serem cumpridas percebe-se que nem mesmo
com o poder punitivo dos estados os homens ainda transgridem as leis impostas
pela sociedade .
6- Modernidade (Mauro, Marcio)
REFERÊNCIAS

HUME, David. Investigação sobre o entendimento humano. Lisboa: Edições 70,


1989. 168 p.

ROUSSEAU, Jean-Jaques, O contrato social, apresentação João Carlos Brum


Torres Trad. Paulo Neves. Porto Alegre, RS : L&PM, 2010.

WOLLMANN, Sérgio. O conceito de liberdade no leviatã de Hobbes. 2. ed. Porto


Alegre: EDIPUCRS, 1994. 100 p.

http://www.gamaon.com.br/pdf/vol9/juciano-artigo.pdf.

http://gballone.sites.uol.com.br/hlp/hobbes.html.

http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/contratualistaschaui.html.

http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_14442/artigo_sobre_uma_an
%C3%81lise_comparativa_entre_as_teorias_pol
%C3%8Dticas_de_thomas_hobbes_e_john_locke_no_contexto_filos
%C3%93fico_moderno.

http://www.lobbying.com.br/www_cpolitica/artigos/jusnaturalismo.htm

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