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62 + sittin dn dou Referéncias bibliografieas (CHUBB, Karine VAN DIJK, Lats (2001), Botieen Anger and the Hope South Apia s Youth andthe Trath and Reconaatlon Commission. 30: hhannesburg, Witwatersrand University res. DOXTADEA, Erik e VILLA-VIVENGIO, Charles (org). (2008), To Re- pair the Ireparable: Reparation and Reeonsiruction in South Africa {Claremont David Philip GIBSON, James L200), Overcoming Apartheid: Can Truth Recondle ‘Divided Nation? Cape Town: wsne Press. LEEMGRUDER, Juta, MUSUMECT, Leonardo e CANO, Ignacio. (2005), ‘Quem Faia 05 Viglas? Rio de Janeiro, Edliora Recor LE ROUX, Len, RUPIVA, Martine NGOMA, Nason. (2008), Guarding the Guardtans: Paritamentary Oversight and Civitmilitar Relations ‘The Challenges or sve: Insite for Security Studies. LODGE, Tom. (2008), Potts in South Aca: From Mandela to Mbe i Indiana University Press, SCHONTEICH, M, (1099), Uashaokling the Grime Fighters ~Inerea sing Private SerorInvoldament inthe South African Criminal Justice System. 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[Naquele plano havia uma sego sobre a drea de defesa e seguranga nacional em que os ministros dos trés pafses con- cordavamn em iniciar exerefcios e treinamento conjunto para 1 participagio em aperagies de manutencao da paz, entfati- ‘ando a importincia de se fortalecer a capactdade das Nacies Unidas e da Unido Afleana na érea de prevencio © resolugéo {ae conflites. Também concordaram em cooperar no combate ‘ao trfico de armas legais e naresticas, bem como no trnsito maritime de produlos quimicos t6xios ¢ lixo radioativo nos ceanos fndico e Atlantico. (0 plano de ado menciona ainda possiveis acordos entre as instituigées de pesquisa na frea de defesa dos trés paises, SSR cata arte er mance sl e-manre petal Hee or ret tz Seer Pe A ne god artis, peg de {Ehud eatuegse Segue inemacoa me ran Oo Naturales Seach enests conse cae sua ab ne nse 4 + best nse Kendo a2 sobretudo visando a desenvolver atividades de treinamento ‘em comum, Finalmente, o plano levantava a possibilidade e 6 interesse em construir projetos conjuntos entze as industrias de material bélico dos trés paises. No entanto, as avangos ob- servados nessa agenda de cooperacao de defesa e seguranca ‘a0 longo dos tltimas anos foram bastante modestos em com- parago com as demals areas técnicas de cooperago previs- tas, ainda que tenham sido positivo. Em particular, yale mencionar como desdobramento po- sitivo a proposta de eriagio do Comité Conjunto de Defesa indo-brasilelro em 2007 ¢ a decisio de designar adidos mi- Iitares as respectivas embaixadas, um passo necessério para relomar as inicativas trilaterais langadas pelos ministros de Defesa dos trés pafses em sua reunido de Pretéria, em feve- reiro de 2004. A realizacfo da Primeira Reuniio do Diélogo Bstratégico Brasil-India em 2007 fo! um passo a mais em um rocesso paulatino de constragdo institucional, Assim eomo © Acordo de Defesa Brasil-Afviea do Sul, assinado na Cidade do Cabo em 2005, 0 qual fol aprovado pelo Senado brasileiro apenas em 2005. Também 0s Comités Conjuntos de Defesa previstos nos acordos de dofese bilaterais 66 passarann a fun- cionar com alguma efetividade apés a I Reunigo de Cipula do ts, em 2007. Dados 0 resultados obtidos até aqui com esse projeto Conjunto de desenvolvimento de material bélico, eabe ava- liar neste artigo também algumas possibilidades adiclonais de cooperagao nesta érea, sobretudo bilaterais. Afinal, embora tena havido um interesse creseente entre os pesquisadores Ubrasilettos em explicar as eausas e os impactos preliminares do Forum de Didlogo India, Brasll e Africa do Sul nas éreas ‘de melhor desempeno (comércio, investimentos e coopera- Sepieag ceaecopeaie Sal Sol + 65 ‘gio técnica), mesmo os autores brasileiros mais otimistas em. relagio aos demais aspectos da agenda trilateral tendem a en- fatizar as limitagdes potenciais do 1aas na drea de seguranca € dofesa+ u sefa, para uma compreensio adequadla sobre as pers- Pectivas de cooperacio na drea de seguranga entre a [nda Africa do Sul e o Brasil € necessério considerar mais detida- ‘mente pelo menos rés ordens de fendmenos intertigados, a sa- ‘her: 1) 0 contexto regional de seguranga para os tes pafses; 2) as caracteristicas instituclonais da seguranga nacional (defese, ‘ordem pilica e inteligéneta) em cada um dos tés paises; 5) a ‘capactdade militar instalada de cada um dos tés patses, Cada ‘uma dessas ordens de consideragbes corresponde a uma das -seg0es em que se divide este trabalho. Annatureza e o aleance da cooperagao sul-sul nie decorre apenas dos constrangimentos sistémicos colocados no amt to global ¢ regional. Ela depende também de decisées politi- eas que podem ou nfo ser faclitadas pela existencia de uma institucionalidade de seguranca nacional capaz de processar InformagGes relevantes sobre custos de oportunidade associ fos a esses constrangimentos sistémicos, além da existéncia de capacidades estatais complementares (ligadas ao fendmeno bélico) que produzam estruturas de incentives positivas para 4 cooperacao, Essas possibilidades, avalladas a partir dos trés Cconjuntos de fatores, constituem o tema das consideragies f= nals do artigo. 5 ear ren ime 055 «Oi, nae Ole (29629, Une avacto nna soe us perpen esas copra eat de ‘suber er por oat 89 0} Fre was age ae pon ‘ae ts eeprom fr rs nra sw ea Se Operon us (ot) vr nt 0027S) Pare ame coterie do poses ‘lament seed Yeti 2 90, (66 + etna net su 1, Distribuigdio de poder global e complexos regionais de seguranca ‘A distribuisgo de poder no sistema Internactonal durante a Guer- 1a Fri fol em grande medida determinada pela posse de arma- ‘mentos termonucleares ¢ pela capacidade de segundo ataque retaliatério a partir de foreas estratégicas baseadas na triade formada pelos shams (Submarine-Lauched Ballistic Missiles), rons (Inter-Continental Ballistic Missiles) © bombardetzos de Jongo sleance. Se durante a primeira década apés 0 fim da Guer- +1 Fria o tema central em tomo da questo nuclear foi a prolfe- ‘ragdo horizontal de armas de destruigio em massa (Weapons of ‘Mass Destruction ~ wasp) ¢ seus regimes dle controle, na década atual,o desafio central seria explicar as causas, deserever as me- ccanismos e analisar as implicagées normativas da possvel obten- ‘¢fo da primazia nuclear por parte dos Estados Unidos? Ainda que ndo seja possivel desenvolver 0 ponto aqui, vale registrar a hipétese de que mesino que os Estados Unidos viessem 4 obter de fat tal primaza, ela no seria suficiente para garantir luna distibuieio unipolar de poder entre as virias unidades que ‘complem o sistema internacional, mantendo-se a atualdistbui- ‘glo global de poder, de upo multipolar desequilibrada, Nesse tipo de distibuigio de poder caracteristion do pertodo pés-Guerra Fria, os Bstados Unidos seguem sendo a tinica grande poténeia «que tem hegemonia regional, a qual tenta impedir a formagéo de ‘uma alianca contrabslangante e/ou 0 apareeimenta de outro pais hegemdnico regional na Europa ou na Asia, ‘uals a fees ps eronoleres cmt sg sag ‘Stes pds nr de seas senate cn ae ‘seen inane ota ea te ogra Ge P-ordiph do Baie racine nC fds QU © Barn Seqroge mcostecopent sl + 67 Do ponto de vista da dontrina raiitar ¢ das estruturas de ‘comando ¢ controle, @ principal consequéncia da redistribul- ‘gio de poder em curso no sistema internacional ¢ 0 fato de que ‘mesino uma guerra eventual entre as grandes poténcias dota- das de armas nucleares seria devidida na esfera das operagbes. Serdo 08 exércits, forgas aéreas, esquadras navais e demais Forgas Armadas que decidirgo uma eventual guerra entre as grandes poténcias. Essa & uma importante contratendéncia em relagio ao pensamento estratégico dominante desde a Se- gunda Guerra Mundial, de que as armas nucleares seriam as principais fladoras da paze também seviam as armas decisivas nna eventualidade da guerra entre as poténelas nucleaves. Do mesmo modo, apéso fm da Guerra Fria tornou-se do- ‘minante nos meios estratégicos a nogo de que as Forgas Ar- ‘madas dos demais paises seriam empregadas tipleamente em tissGes de paz da onv, com as consequentes diretrizes de pro- Issionalizacao, reduedo de efetivos e transformagao dos proje- tos e estruturas de forga. No entanto, dada a relevineta das balanas regionals de poder para as condigses logistices e operacionais de qualquer hhipotese de guerra envolvendo as grandes potncias termont- cleares, a diseussdo sobre a conperagio entre os paises do ras, na drea de seguranca nacional precisa partir de uma avaliago sobre o grau de consisténcia entre as presses sistémicas, re- Glonais e domésticas as quais cada um dos trés Estadas esti sulmmetido e as respectivas respostas em termos de desenho Insttueional ¢ eapacidade malitar (Sabni, 2000). © desenho institucional e as capacidades materiais das tres potencias regionals analisadas (India, Africa do Sul e Brasil) refetem uma diffeuldade comum, doutrinéria ¢ insti- tucional, em lidar com as pressdes sistémicas de uma ordem ‘multipolar desequilbrada, Essa realidade comum, entretanto,

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