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FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENERGIA
PROGRAMA DE RECURSOS HUMANOS EM SISTEMAS ELÉTRICOS INDUSTRIAIS – PRH-PB 214
MONITORAMENTO DE PARÂMETROS
DE MOTORES DE INDUÇÃO
_________________________________________________________
Prof. Dr. Marco Aurélio de Almeida Castro
Orientador no Programa PRH-PB 214 – UFJF
_________________________________________________________
Prof. Dr. Leandro Ramos de Araujo
Coordenador do Programa PRH-PB 214 – UFJF
_________________________________________________________
Prof.ª. Dr.ª Débora Rosana Ribeiro Penido Araujo
Professora – UFJF
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
RESUMO
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos que estiveram me apoiando ao longo desta jornada, me
dando forças, confiança e auxílio. Em especial dedico aos meus pais e a meu irmão.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida e pela força que nos faz
levantar cada dia para mais uma batalha nos dando suporte durante a caminhada
necessária.
Aos meus pais, Ernandes e Marilda, meus amigos e conselheiros. Ao meu irmão,
Rodrigo, amigo de todas as horas. Aos meus familiares, família doida, divertida e
empolgante. Agradeço por serem exatamente assim, sempre ativos e descontraídos.
A meus amigos e amigas, em especial, Jonatas e Camile. Vocês dois foram muito
importantes para mim durante a faculdade. Os conselhos da Camile foram de muita
ajuda, em difíceis momentos da minha vida, nos quais me deparei com obstáculos
desafiantes, em especial nesse fim de curso. Jonatas, meu melhor amigo nessa
faculdade, sempre estando presente nas horas de estudo, apoiando e auxiliando quando
necessário.
Agradeço aos professores, mestres e conselheiros. Sem eles, essa empreitada seria
realmente difícil. Graças a seus ensinamentos, competências e qualidades necessárias
objetivando se tornar um profissional qualificado foram desenvolvidas durante o curso.
Cabe a eu coloca-las em prática e fazer dar certo. Meus agradecimentos em especial ao
Prof. Dr. Marco Aurélio de Almeida Castro, pela excelente orientação e principalmente
pela paciência. Reconheço algumas dificuldades que passamos, mas no final das contas,
deu certo. Também ao Prof. Dr. Leandro Ramos de Araujo, pela oportunidade de
participação no Programa PRH-PB214. Seus ensinamentos dentro e fora de sala foram
únicos, umas das melhores aulas que assisti. Agradeço também ao Prof. Dr. Franciso
José Gomes, pelos ensinamentos e treinamento profissional e pessoal durante a minha
participação no Programa de Educação Tutorial, PET-Elétrica.
Por fim, agradeço a Petrobras e seu Programa de Formação de Recursos Humanos
em Sistemas Elétricos Industriais, PRH-PB214. Graças a este tive oportunidades
acadêmicas e de vida únicas, grande aprendizado e treinamento.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
ÍNDICE
3) Motores de Indução......................................................................................................................... 22
3.1 Introdução................................................................................................................................. 22
3.2 Modelagem Tradicional ............................................................................................................ 22
3.3 Modelo Equivalente de Thevenin Completo ............................................................................ 25
3.4 Modelo Equivalente de Thevenin Aproximado......................................................................... 27
3.5 Relação entre Fator de Potência e Escorregamento ................................................................. 28
3.6 Conclusão .................................................................................................................................. 30
5) Resultados ....................................................................................................................................... 45
5.1 Metodologia de Pesquisa .......................................................................................................... 45
5.1.1 Considerações Gerais ........................................................................................................... 45
5.1.2 Objetos de Estudo ................................................................................................................ 46
5.1.3 Validação dos Algoritmos ..................................................................................................... 48
5.1.4 Simulações ............................................................................................................................ 49
5.1.5 Validação das Equações ........................................................................................................ 51
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
6) Conclusão ........................................................................................................................................ 70
6.1 Considerações Finais ................................................................................................................. 70
6.2 Sugestões para Trabalhos Futuros ............................................................................................ 71
APÊNDICE ............................................................................................................................... 77
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
Figura 4.1: Circuito equivalente aproximado do motor de indução (CHAPMAN, 2005) ........................ 34
Figura 4.2: Diagrama de conexão do ensaio CC (CHAPMAN, 2005) ....................................................... 34
Figura 4.3: Diagrama de conexão do ensaio de rotor bloqueado (CHAPMAN, 2005) ........................... 35
Figura 4.4: Circuito equivalente do ensaio de rotor bloqueado ............................................................ 35
Figura 4.5: Circuito equivalente do ensaio a vazio ................................................................................. 37
Figura 4.6: Fluxograma de cálculo do XMR2 .......................................................................................... 40
Figura 4.7: Circuito utilizado para cálculo do chute inicial de XM........................................................... 43
Figura 4.8: Fluxograma do XXR2 ............................................................................................................ 41
CAPÍTULO 5
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
NOTAÇÕES E DEFINIÇÕES
► SIGLAS:
► SÍMBOLOS:
Gerais:
s – Escorregamento
nr – velocidade do rotor (rpm)
ns – velocidade síncrona do campo girante (rpm)
nesc – velocidade de escorregamento (rpm)
FP – Fator de potência
PELE – Potência elétrica de entrada trifásica (W)
PR1 – Perdas no cobre do estator (W)
PRC – Perdas no núcleo (W)
PAG – Potência de entreferro (W)
PR2 – Perdas no cobre do rotor (W)
PCONV – Potência convertida (W)
Patrito & ventilação – Perdas por atrito e ventilação (W)
Psuplementares – Perdas suplementares (W)
Pmec – Potência mecânica de saída (W)
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Ensaios:
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Capítulo 1
Considerações Iniciais
1.1 Introdução
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1.2 Relevância
1.3 Objetivos
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
1.4 Metodologia
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Capítulo 2
Manutenção Preditiva
“Aquele que não sabe fazer previsões e faz pouco caso de seus oponentes,
subestimando sua capacidade, certamente será derrotado por eles.”
Sun Tzu – A Arte da Guerra
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Aquecimento excessivo.
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espaço de estados do modelo αβ fixo no estator e trabalha com um método de ajuste das
matrizes de covariância. Assim, (LEITE, 2007) estima os valores da resistência
equivalente por fase (REQ) e reatância equivalente por fase (XEQ) em tempo real através
das técnicas de MQB (Mínimos Quadrados por Batelada) e MQR (Mínimos Quadrados
Recursivo), e a resistência do rotor (R2) e indutância mútua (LM) através do FKE.
Juntamente com a Norma IEEE-112 implementada em algoritmo, estes métodos
compõem o Módulo de Estimação de Parâmetros, uma etapa fundamental do sistema de
detecção e diagnóstico de falhas em motores de indução proposto em (LEITE, 2007):
Figura 2.2: Visão geral do sistema de diagnóstico de faltas proposto em (LEITE, 2007)
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Cada falha específica exige uma técnica também específica de análise. Por
exemplo, para detecção de falhas de desalinhamento angular ou desbalanceamento,
podemos utilizar análise de vibração (DIAS, 2009). Para a detecção (localização) de
faltas nos enrolamentos do estator (curto-circuito entre espiras que podem se agravar
para faltas mais danosas como curto-circuito de fase para fase e de espira para terra),
existem alguns trabalhos na literatura, que utilizam medição do fluxo axial, análise de
vibração ou ainda o Método de Componentes Sequenciais.
Um dos objetivos de (LEITE, 2007) é a elaboração de um sistema diagnóstico de
faltas nos enrolamentos do estator dos motores de indução. Para isso, o mesmo utiliza
um protótipo adequadamente desenvolvido para o qual realizar testes laboratoriais em
diversas condições operativas (saudáveis e faltosos), utilizando a estimação de
parâmetros para criar padrões de respostas que são guardados na forma de uma base de
dados utilizada para treinamento de Inteligência Computacional responsável pelo
reconhecimento de padrões.
Iremos seguir o mesmo princípio para tentarmos associar a variação de um dos
parâmetros a pequenas perturbações de variação de carga. Comparando as formas de
onda das respostas estimadas de modelos pré-determinados com as respostas da
simulação de uma máquina real, busca-se detectar o mesmo padrão de comportamento,
o que indica que aquele parâmetro é um forte candidato a ser o indicativo daquela
perturbação.
2.3 Conclusão
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Capítulo 3
Motores de Indução
3.1 Introdução
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onde:
(3.1)
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Deste diagrama, iremos obter as duas primeiras equações que foram utilizadas na
estimação de parâmetros, da seguinte forma: considere que os sinais de tensão e
corrente sejam conhecidos. Portanto, uma impedância equivalente pode ser obtida pela
divisão da tensão pela corrente.
( ) ( ) ( )
( )
( )
[ ( )] [ ( ) ]
[ ( ) ] [ ( ) ]
( ) ( ) ( ) (3.2)
( ) ( ) ( ) (3.3)
(3.4)
24
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onde:
2 3
2 3
( )
( )
(3.5)
Figura 3.4: Ponto onde será aplicado o Teorema de Thevenin (CHAPMAN, 2005)
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(3.6)
( )
( )
(3.7)
( )
onde:
* +
* +
( ) ( ) (3.8)
{ }
{ }
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
{ } * + (3.9)
{ } * + (3.10)
| | | | (3.11)
( ( * +) ( * +)) (3.12)
( ) (3.13)
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
( ) ( ) (3.14)
{ }
{ }
RTHA e XTHA são dados em (3.13). Portanto, as próximas duas equações que
podem ser utilizadas na estimação de parâmetros são:
{ } ( ) (3.15)
{ } (3.16)
28
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
(3.17)
(3.18)
(3.19)
Podemos observar na Fig. 3.2 que essa potência de entreferro seria dissipada na
resistência R2/s:
(3.20)
(3.21)
| |
√( ⁄ ) ( )
. /
(3.22)
√( ⁄ ) ( )
( ) (3.23)
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. /
(3.24)
( ⁄ ) ( )
Da equação (3.4):
| | . /
(3.25)
( ⁄ ) ( ) | |
3.6 Conclusão
( ) ( ) ( ) (3.26)
( ) ( ) ( ) (3.27)
{ } * + (3.28)
{ } * + (3.29)
{ } ( ) (3.30)
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{ } (3.31)
| | . /
(3.32)
( ⁄ ) ( ) | |
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Capítulo 4
Estimação de Parâmetros
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”
Albert Einstein
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Veremos nesta seção uma breve revisão bibliográfica acerca dos ensaios clássicos
em motores de indução (técnicas convencionais para se estimar os parâmetros do
modelo matemático) e, em seguida, serão detalhados os estudos desenvolvidos na
tentativa de se elaborar as técnicas propostas.
Os ensaios das máquinas elétricas em geral devem ser precisos, pois orientam
quanto ao emprego mais conveniente das mesmas ou auxiliam a comprovar se os
resultados obtidos na fabricação atendem aos pré-requisitos do projeto
(MARTIGNONI, 1980).
Para que o ensaio de uma máquina elétrica apresente bom resultado e sua
execução ocorra sem imprevistos, é necessário que o operador atue conforme uma
metodologia apropriada que consiste em (MARTIGNONI, 1980):
Ensaio CC do Estator
Ensaio de Rotor Bloqueado
Ensaio a Vazio
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Cada ensaio nos fornece um conjunto de informações que, quando analisas como
um todo, permite determinar os parâmetros de interesse, além das perdas da máquina.
(4.1)
O ensaio de rotor bloqueado permite, por sua vez, a determinação de R2, X1 e X2.
Neste ensaio, o eixo do motor de indução é travado para impedir que o rotor gire ao
alimentar os enrolamentos do estator (portanto, o escorregamento é unitário). A fonte de
tensão usada deve ser controlada para que a corrente de carga não ultrapasse o valor
nominal, danificando a máquina. Medem-se as correntes de linhas, a tensão de linha e a
potência ativa consumida.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
√ (4.2)
√
| | (4.3)
√
(4.4)
(4.5)
(4.6)
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(4.7)
A divisão de XBL entre os circuitos do estator e do rotor é dado pela Tabela 4.1,
variando para os diferentes tipos de classe de motores de indução.
Divisão de XBL
Tipo de rotor
X1 X2
Rotor Bobinado 0,5 XBL 0,5 XBL
Tipo A 0,5 XBL 0,5 XBL
Tipo B 0,4 XBL 0,6 XBL
Tipo C 0,3 XBL 0,7 XBL
Tipo D 0,5 XBL 0,5 XBL
Por fim, o ensaio a vazio irá nos fornecer o valor do parâmetro XM. O diagrama de
conexão é o mesmo do rotor bloqueado (Fig. 4.3), porém com o motor sem carga. Como
o motor de indução não possui carga acoplada, o mesmo irá acelerar até próximo da
velocidade síncrona. Neste caso, o escorregamento tende a zero (a corrente que passa
pelo rotor é praticamente nula).
Como não há carga acoplada, a potência mecânica é nula (e as perdas
suplementares também). As perdas serão referentes ao atrito, ventilação e perdas no
núcleo. Modelando estas por uma resistência RPERDAS, temos o seguinte circuito
equivalente da Fig. 4.5.
A resistência resultante é muito maior que XM de maneira que a corrente passa
quase que inteiramente pelo ramo magnetizante.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
| | (4.8)
√
( ) (4.9)
(4.10)
| | √ ( )
A este primeiro algoritmo foi dado o nome de “XMR2” devido ao fato dele visar a
estimação dos parâmetros XM e R2, dado um conjunto de premissas básicas baseadas
nas considerações de (SUL, 1989) e (SILVINO, 1993).
Segundo estes autores, os cinco parâmetros de interesse da máquina de indução
são LS (indutância própria do estator), LR (indutância própria do rotor refletida ao
estator), LM (indutância mútua entre o estator e o rotor, que referido ao primário compõe
a indutância de magnetização), R1 (resistência do estator) e R2 (resistência rotórica
refletida ao estator).
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
(4.11)
(4.12)
( ) ( ) ( ) (4.13)
Onde:
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( ) ( ) ( ) (3.26)
( ) ( ) ( ) (3.27)
( ) ( )
(4.14)
( ) 0( ) ( )( )1
(4.15)
0( ) ( ) 1
Esta equação fornece dois resultados para XM, sendo que um deles é descartado. A
solução factível pode ser negativa, o que é aceitável pelo fato de que o método de
resolução não possui restrições de não-negatividade. Este resultado factível é
substituído na equação (4.14) fornecendo assim um valor para R2. Constitui-se de um
método de estimação simples, mas que requere a realização de muitos cálculos.
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(4.16)
( ) (4.17)
(4.18)
(4.19)
( ) ( ) (4.20)
( ) (4.21)
( ) (4.22)
(4.23)
| | | | (4.24)
42
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Dessa relação, podemos extrair um valor para XM, que pelos cálculos para as
quatro máquinas resultou em números negativos. O módulo destes valores foram
considerados como valores iniciais.
Na prática, esses valores por si só não foram bons chutes. Um fator de correção
foi utilizado seguindo uma lógica baseada nos valores conhecidos das quatro máquinas
analisadas, como será demonstrado no item 5.3.1.
Este método escolhido para chute inicial é na verdade fruto de tentativas e
simulações sucessivas, buscando a convergência do método.
(4.25)
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
De fato, isso melhora os resultados de estimação, como pode ser visto na Tabela
5.14, referente à máquina 03 que apresentou os piores resultados. Esta nova informação
nos leva a pensar em calcular possíveis fatores de correção que permitam que as
equações sejam mais fiéis às condições operativas dos motores de indução, melhorando,
portanto, a acurácia da estimação.
A princípio, utiliza-se um valor médio para cada equação partindo dos resíduos
conhecidos das quatro máquinas analisadas. Os resultados desse algoritmo corrigido são
vistos na Tabela 5.16 e comparados com os anteriores na Tabela 5.17.
4.5 Conclusão
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Capítulo 5
Resultados
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( ) ( ) (5.1)
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Potência 1.5 HP
Velocidade Nominal 1715 rpm
Tensão RMS 220 V
R1 (Ω) 5
R2 (Ω) 4,02
X1 (Ω) 6,7398
X2 (Ω) 6,7398
XM (Ω) 111,8533
5.1.4 Simulações
(3.1)
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
∑
(5.2)
√(∑ ) (∑ )
∑
(5.3)
|∑ |
(5.4)
√
Pela descrição das equações, percebe-se que precisamos não só dos valores RMS
de tensão e corrente, mas também das fases. Para todos os cálculos, nossa referência é a
tensão de fase VAN. Pelo fator de potência acima calculado, temos a fase da corrente de
linha da fase A (I1).
A análise realizada nesta seção busca responder a seguinte questão: “Será que as
equações (3.26) a (3.32) são boas aproximações do comportamento real da máquina?”.
Portanto, esta análise é a base para o critério de seleção das equações a serem utilizadas
no algoritmo XXR2 além de validar as equações utilizadas em XMR2.
O critério analisado para responder a este questionamento é a análise dos resíduos
das equações para os valores reais das quatro máquinas de testes. Em outras palavras,
idealmente as equações EQ1 a EQ7, quando suas variáveis X1, X2, XM e R2 forem
substituídas pelos valores reais em regime permanente (para condições nominais de
operação), devem ser nulas. Contudo, isso é muito improvável de ocorrer, restando um
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
valor de erro, denominado de resíduo. Entretanto, se esse valor for muito pequeno,
podemos dizer que as equações são boas aproximações.
Os dados das máquinas de testes são vistos na Tabela 5.1. Para a validação das
equações, coletamos nas simulações os valores de tensão, corrente, escorregamento e
fator de potência em regime permanente de cada uma das máquinas. Com estes valores
e a resistência do estator, temos as equações formuladas. Substituindo os valores dos
quatro parâmetros desejados em cada uma das equações para cada uma das máquinas,
temos os seguintes resíduos da Tabela 5.3.
Tabela 5.3: Resíduos das equações para os valores reais das máquinas de teste
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Apresentam-se para cada uma das quatro máquinas as curvas de REQ, XEQ, R2 e
XM para a simulação realizada. Foram simulados 500ms de operação, da partida até
atingir o regime permanente (varia com cada máquina testada). Todos os motores
partiram com carga nominal.
Ressalta-se que a estimação de parâmetros não se resume a determinar parâmetros
para certo modelo de um sistema. Na verdade, o processo deve englobar também as
seguintes etapas adicionais: estimativa de erros associados aos parâmetros e medidas
estatísticas da qualidade da resposta, ou seja, acurácia e confiabilidade dos resultados.
Pensando nisso, definem-se figuras de mérito que servem como indicadores do nível de
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
∫ ( ) (5.5)
∫ | ( )| (5.6)
Por se tratar de pontos discretos (a cada 1ms), definimos as figuras de mérito ISE
e IAE como somatórios ponto a ponto. Idealmente, os erros deveriam ser nulos e,
consequentemente, estes valores de ISE e IAE também. Os valores serão utilizados
como uma análise qualitativa para comparação, lembrando que quando mais próximo de
zero, menor a variação em torno do valor real e melhor a estimação. Os dados
comparativos entre as quatro máquinas simuladas são dadas abaixo:
1
Duração aproximada do transitório até atingir regime permanente
2
Duração aproximada na qual os valores estimados ainda podem ser negativos
3
Calculado para durante todo o intervalo de simulação
55
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
De acordo com a definição adotada para ISE e IAE, os valores estimados para XM
durante o estado transitório da máquina foram os que apresentaram maiores
discrepâncias comparado com as curvas de R2.
Figura 5.12: Entrada de carga em degrau levando a velocidade do motor a 95% do valor nominal
58
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Os resultados da estimação nesse caso podem ser vistos nas Figuras 5.13 a 5.15.
A princípio, o padrão de comportamento de XM para as máquinas 01 (10 HP) e 04
(200 HP) foram distintas das demais e o das máquinas 02 e 03 (50 HP e 100 HP,
respectivamente) foram similares entre si.
Porém fazendo uma análise mais minuciosa das formas de onda, podemos
perceber certos detalhes que garantem proximidade. Veja a Fig. 5.14, onde foi feita uma
análise visual mais detalhada entre as formas de onda de XM das máquinas 01 e 02. Os
pontos destacados sugerem um comportamento parecido, diferenciando a intensidade da
variação.
Essa “diferença de intensidade” pode ser causada pelos parâmetros próprios das
máquinas, mas claro que isso é uma especulação, sendo necessária uma investigação
mais profunda desse tópico. Contudo, esse comportamento similar pode um indicador
da perturbação da máquina.
A curva de variação de R2 apresenta resultados mais interessantes do ponto de
vista de padrão de comportamento. Como por ser visto na Fig. 5.15, as variações nas
quatro máquinas são similares em suas formas de onda.
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Máquina 5
Valor Real (Ω) 4,02
R2 Valor Estimado (Ω) 4,01995
Diferença (%) 0,0012
Valor Real (Ω) 111,8533
XM Valor Estimado (Ω) 111,853131
Diferença (%) 0,0002
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Máquina 05
Transitório (ms) 70
Presença de Valor Negativo
30
(ms)
ISE ( ) 1,3636
R2
IAE ( ) 1,4146
ISE ( ) 2,0892
XM
IAE ( ) 4,6842
Os valores de ISE e IAE para a máquina 05 foram maiores que a das simuladas.
Portanto, em grau de comparação, a estimação proposta apresentou maior variação para
a máquina real durante o estado transitório da mesma.
Em relação ao padrão de comportamento sob pequenas perturbações (análise da
resposta ao degrau), a máquina 05 (1,5 HP) apresentou um comportamento distinto de
XM, porém um similar de R2. Sendo assim, podemos supor uma associação do
parâmetro R2 à identificação de entradas de carga do tipo degrau.
Figura 5.17: Variação dos parâmetros da máquina 05 após a entrada de degrau aos 350ms
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Valores Valores
Iniciais ( ) Reais ( )
Máquina 01 0,3797 0,451 1,1879 0,45
Máquina 02 0,0460 0,05837 1,2682 0,05
Máquina 03 0,0193 0,02215 1,1483 0,02
Máquina 04 0,0086 0,009956 1,1541 0,01
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Valores Valores
Iniciais ( ) Reais ( )
Máquina 01 4,5544 1,5653 0,34 1,4
Máquina 02 1,2456 0,3269 0,26 0,4
Máquina 03 0,4145 0,1466 0,35 0,1
Máquina 04 0,2417 0,0716 0,30 0,07
Valores Valores
Iniciais ( ) Reais ( )
Máquina 01 282,6067 56,0209 0,198 39,6
Máquina 02 139,5306 11,4568 0,082 19,5
Máquina 03 43,4630 6,2731 0,144 6,0
Máquina 04 32,7888 3,5494 0,108 4,6
Valores
Iniciais ( )
R2 (Ω) 2,36 1,2 2,8 3,81
X1 (Ω) 24,4853 0,31 7,6 -
XM (Ω) 958,9415 0,14 134 -
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O algoritmo XXR2 utiliza as equações EQ3, EQ4 e EQ7 para compor seu sistema
a ser resolvido. Os resultados diretos, ou seja, sem os fatores de correção mencionados
na descrição do algoritmo, são demonstrados a seguir.
Máquina 01
X1 e X2 XM R2
Valor Real 1,5653 56,0209 0,451
Valor Estimado 1,1446 50,6055 0,4608
Diferença Percentual 26,9% 9,7% 2,2%
Máquina 02
X1 e X2 XM R2
Valor Real 0,3269 11,4568 0,05837
Valor Estimado 0,2062 10,5239 0,0599
Diferença Percentual 36,9% 8,1% 2,6%
Máquina 03
X1 e X2 XM R2
Valor Real 0,1466 6,2731 0,02215
Valor Estimado 0,0857 5,1938 0,0229
Diferença Percentual 48,4% 17,2% 3,4%
Máquina 04
X1 e X2 XM R2
Valor Real 0,0716 3,5494 0,009956
Valor Estimado 0,0375 3,0667 0,0102
Diferença Percentual 47,6% 13,6% 2,5%
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Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia Elétrica – 2013.1
Tabela 5.14: Valores estimados com os fatores de correção específicos da máquina 03 inseridos
X1 e X2 XM R2
Valor Real 1,5653 56,0209 0,451
Valor Estimado 1,6086 56,6703 0,45
Diferença Percentual 2,77% 1,16% 0,22%
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Máquina 01
X1 e X2 XM R2
Valor Real 1,5653 56,0209 0,451
Valor Estimado 1,5656 56,0254 0,451
Diferença Percentual 0,02% 0,008% 0%
Máquina 02
X1 e X2 XM R2
Valor Real 0,3269 11,4568 0,05837
Valor Estimado 0,333 11,5111 0,0583
Diferença Percentual 1,87% 0,47% 0,12%
Máquina 03
X1 e X2 XM R2
Valor Real 0,1466 6,2731 0,02215
Valor Estimado 0,1249 5,8834 0,0224
Diferença Percentual 14,8% 6,2% 1,13%
Máquina 04
X1 e X2 XM R2
Valor Real 0,0716 3,5494 0,009956
Valor Estimado 0,0624 3,4007 0,01
Diferença Percentual 12,8% 4,2% 0,4%
MNR X1 e X2 XM R2
Original 26,9% 9,7% 2,2%
Máquina 01
Corrigido 0,02% 0,008% 0%
Original 36,9% 8,1% 2,6%
Máquina 02
Corrigido 1,87% 0,47% 0,12%
Original 48,4% 17,2% 3,4%
Máquina 03
Corrigido 14,8% 6,2% 1,13%
Original 47,6% 13,6% 2,5%
Máquina 04
Corrigido 12,8% 4,2% 0,4%
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X1 e X2 XM R2
Valor Real 6,7398 111,8533 4,02
Valor Estimado 8,1243 115,9543 3,8987
Diferença Percentual 20,5% 3,7% 3,02%
X1 e X2 XM R2
Valor Real 6,7398 111,8533 4,02
Valor Estimado 8,6446 117,7174 3,8533
Diferença Percentual 28,3% 5,2% 4,15%
A ideia de se utilizar fatores de correção nas equações é viável, mas não podemos
generalizar para todas as máquinas. Alguma técnica de obtenção destes valores deve ser
construída para cada máquina específica.
Portanto, o método estudado não apresenta resultados satisfatórios de estimação
que o qualifique para ser utilizado na monitoração de variáveis de operação.
5.4 Conclusão
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Capítulo 6
Conclusão
“Toda palavra ou conceito, por mais claros que possam parecer, possuem
apenas uma gama limitada de aplicabilidade”
Werner Heisenberg
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71
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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(IEEE-112, 2004) IEEE-112, IEEE Standard Test Procedure for Plyphase Induction
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(LAUDERINO, 2008) LAUDERINO, H. R. V.; GERMANO, N. S. J.; “A Importância
da Manutenção Preditiva em Motores Elétricos – Estudos de Caso em uma Indústria
Sucroalcoleira”. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação/FEJAL-AL, 2008.
(LJUNG, 1996) LJUNG, L.; “Development of System Identification”, 13th IFAC World
Congress, San Francisco, USA, p.141-146.
(LJUNG, 1999) LJUNG, L.; “System Identification: Theory for the User”, Prentice-
Hall, Upper Saddle River, NJ.
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(PINTO, 1998) PINTO, A. K.; XAVIER, J. N.; “Manutenção: função estratégica”. Rio
de Janeiro: Qualitymark, 1998.
(RAO, 2009) RAO, S. S.; “Vibrações Mecânicas”. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2009.
(SEN, 1997) SEN, P. C.; “Principles of Electric Machines And Power Electronics”.
John Wiley & Sons, Second Edition, 1997.
(SUL, 1989) SUL, S. K.; “A novel technique os rotor resistance estimation considering
variation of mutual inductance”, IEEE Transactions on Industry Applications, vol.25,
no.4, pp. 578 587, 1989.
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APÊNDICE
Método de Newton-Raphson
( ) ( ) ( )
( ) ( ) (I.1)
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) (I.2)
( ) ( ) ( )
[ ( )] (I.3)
( ) ( ) ( ) (I.4)
( ) ( )
| | (I.5)
( )
( )
(I.6)
( )
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( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
( ) ( )
( ) ( ) ( )
( ) ( )
( ) ( ) ( ) (I.7)
( ) ( )
[ ] [ ]
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
[ ]
( ) ( ) ( )
[ ] [ ( )] [ ] (I.8)
( )
Onde ( ) é a matriz jacobiana.
78