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Acidentes e Complicações em Cirurgias

“Se caracteriza pela quebra do planejamento cirúrgico que venha a ocorrer no trans-
operatório”. Gregori, 1988

Prevenção

 A prevenção é a melhor forma para evitar que ocorra uma complicação cirúrgica.
 Os dentistas devem realizar cirurgias que estejam dentro das limitações de suas
habilidades.
 “O cirurgião não pode perder o controle”.  Grande causa de insucesso.

Falhas:

o Planejamento do procedimento cirúrgico.


- História médica e Anamnese completa.
o Radiografias inadequadas ou falta delas.
- Devem incluir ápices das raízes, estruturas anatômicas locais e regionais – canal
alveolar inferior e seio maxilar.
o Verificar anatomia radicular e patologias como Anquilose, entre outras.
o Planejamento cirúrgico (técnica, instrumental, soluções anestésicas, entre outros).
o Pós operatório (controle da dor e ansiedade, instruções e modificações da atividade
normal do paciente).
o Princípios cirúrgicos básicos: visualização clara e acesso ao campo operatório, luz
adequada, afastamento e observação ideais dos tecidos moles, adequada aspiração.
o Avaliação de Ostectomia e Odontossecção.
o Controle da força; deve-se ter Habilidade e não Força.
o Seguir princípios de Assepsia.
o Seguir os princípios de Hemostasia.
o Seguir os princípios de Sutura.

LESÕES DE TECIDOS MOLES

o Acesso inadequado e uso excessivo de força.

Laceração do Retalho Mucoso

o Lesão mais comum.


o Inadequado tamanho do retalho envelope inicial (laceração no término da incisão).
o Prevenção:
- Retalho de tamanho adequado.
- Controlar a força.
- Incisões relaxantes quando indicado.
o Se ocorrer laceração durante o procedimento deve-se estender a incisão.
o Laceração irregular (excisão das margens para deixar regular).

Feridas Perfurantes

o Uso incontrolado da força.


o Instrumental pode escorregar do campo cirúrgico e perfurar ou lacerar os tecidos moles
adjacentes.
o Usar apoio do dedo ou suporte da mão contrária.
o Ferida perfurante: hemostasia, compressão no local.
Esmagamento ou Abrasão

o Abrasão ou queimadura dos lábios, comissuras orais ou dos retalhos – resultados do


atrito da haste dos instrumentais com os tecidos moles.
o O Cirurgião e o Assistente deve estar atento na localização da haste.
o Usar pomada antibiótica na área traumatizada (NEBACETIN 15G OU 50G).
o 5 a 10 dias para cicatrizar.
o Uso de vaselina no trans- cirúrgico para diminuir atrito.

COMPLICAÇÕES COM UM DENTE DURANTE SUA EXTRAÇÃO

Fratura da Raiz

o Raízes longas, curvas e divergentes em osso denso (maior facilidade de fraturar).


o Usar técnicas de extração aberta, retalho, ostectomia e odotossecção.
o Primeiro Pré- Molar superior  com raízes longas e finas; mais fácil remover a raiz
Vestibular do que a Palatina, usa-se mais força em direção a raiz vestibular do que a
raiz palatina.

Deslocamento da Raiz

o Excesso de pressão apical com alavancas pode deslocar a raiz dos molares para dentro
dos seios maxilares.
o Raízes dos molares superiores mais facilmente deslocadas para dentro dos seios
maxilares.
o Deslocamento da raiz para dentro dos seio maxilar (Avaliar):
- Tamanho.
- Infecção do dente ou tecidos periapicais.
- Condição do seio maxilar se esta ou não cronicamente infectado.
o Fragmento pequeno 2 a 3mm e sem infecção pré existente – breve tentativa para
remover a raiz, fazendo primeiramente uma radiografia para saber localização e
tamanho, seguido de irrigação com soro a abertura do ápice do alvéolo e sugar a
solução via alvéolo, podendo sair junto o fragmento, fazendo novamente uma nova
radiografia para ver se saio o fragmento. Caso não saia, deve ser deixado no seio, sem
infecção e pequeno provavelmente não causará problema. Receitar spray nasal,
antibiótico, recomendações pós- operatórias. Normalmente o ápice fibrosa dentro da
membrana do seio, com nenhum outro problema.
o Paciente com sinusite crônica ou fragmento infectado – encaminhar a um cirurgião
BMF para acesso de Caldwell- Luc.
o Fragmento Grande ou todo o dente for deslocado este deverá ser deslocado.
o Acesso de CALDWELL- LUC; região da fossa canina e em seguida remoção do dente.
o 3º Molares superiores é mais comum o deslocamento para dentro do espaço
infratemporal/ fossa infratemporal, o dente está quase sempre lateral a lâmina
pterigoide lateral e inferior ao músculo pterigóideo lateral, tentar o uso de uma pinça
hemostática. Caso não recuperado, fechar a incisão e informar o paciente, prescrever
antibióticos e orientações pós- operatórias dadas, encaminhar para um cirurgião BMF.
o 3º Molares inferiores pode ser deslocada através da lâmina cortical lingual e para
dentro do espaço submandibular. O dedo indicador da mão esquerda é inserido sobre a
face triangular do assoalho da boca na tentativa de colocar pressão contra a face lingual
da mandíbula e forçar a raiz de volta para dentro do alvéolo. Caso não de certo,
encaminhar para o BMF.
Dente Perdido na Faringe

o Se isso ocorrer, o paciente deverá estar voltado para o cirurgião e colocado na posição
com a boca na direção do chão o quanto possível, encorajando ele a tossir e cuspir no
chão.
o Aparelho de sucção pode ajudar a remover o dente.
o Se o paciente não tem tosse ou desconforto é possível que o dente foi deglutido e
passado pelo esôfago e ido para o estomago.
o Se o paciente tiver tosse ou respiração curta, pode ter ido para na traqueia e para
dentro dos brônquios.
o Em qual quer caso deverá ser solicitado radiografias de tórax e abdômen.
o Administrar oxigênio.
o Levar o paciente ao pronto socorro.

Aspiração ou Deglutição de corpo estranho

Deglutição:

o Será expelido naturalmente, devendo ser monitorado.


o Deglutição de objetos pontudos pode ocorrer perfuração do intestino e possível
hemorragia.

Aspiração

o Podem ocorrer acessos de tosse, espasmos glótico, edemas em laringe e brônquios,


asfixia.
o

LESÕES A DENTES ADJACENTES

o Atenção às estruturas adjacentes.

Fratura ou Deslocamento de uma Restauração Adjacente

o Orientar e prevenir o paciente sobre a possibilidade de fratura durante a extração do


dente ou restauração fragilizada.
o Alavanca deve ser usada com cautela, inserida dentro do espaço do Ligamento
Periodontal.
o Se a restauração for fraturada – ter certeza que esta fora da boca ou retira-la.
o Prevenção: evitar o uso excessivo de força, luxar o dente com força apical,
vestibulolingual e rotacional para evitar o excesso de tração.

Luxação de um dente adjacente

o Luxação ou avulsionado completamente – reposicionar e estabilizar para cicatrizar;


chegar a oclusão para ver se não tem uma supra e traumática oclusão.
o Fixação rígida com fio e barra em arco resulta em maior chance de reabsorção
externa da raiz e anquilose do dente (evitar).

Extração do Dente Errado

o Causa comum de ações judiciais.


o Atenção no planejamento e execução do tratamento.
o Solicitação de extração do ortodontista deve-se ter uma boa comunicação.
o Dente errado extraído – percebe imediatamente deve-se recoloca-lo no alvéolo.
o Extração com finalidade ortodôntica – Contactar imediatamente o ortodontista e discutir
se o dente que foi removido pode substituir o dente que deveria ser retirado, se o
ortodontista quer a extração correta do dente, o dente deve ser reimplantado e esperar de
4 a 5 semanas para uma nova avaliação.

LESÕES A ESTRUTURAS ÓSSEAS

Fratura do Processo Alveolar

o Extração dental – osso alveolar circunjacente seja expandido para ter um trajeto livre
para remoção do dente.
o Causa mais comum para fratura – Força excessiva.
o Se necessitar de força excessiva para remover um dente deverá ser feito retalho e
remoção de osso circunjacente.
o Lâminas prováveis de fratura óssea – Lâmina cortical vestibular sobre o canino
superior, lâmina cortical vestibular sobre os molares superiores (especialmente 1º
molar), assoalho do seio maxilar junto com molares superiores, tuberosidade maxilar e
o osso vestibular dos incisivos inferiores.
o Todas as lesões ósseas são causadas por força excessiva do fórceps.
o Avaliar: radiografias, espessura óssea, quantidade de força, uso de retalho e osteotomia,
forma das raízes, proximidade com seio maxilar.
o Osso de pacientes mais velhos é menos elástico tendo mais possibilidade de fraturar.
o

Deslocamento de dentes para regiões circunvizinhas

o
o Espaço látero faríngeo

Deslocamento de dentes para o Seio maxilar

o Diagnóstico: Exame radiográfico ...


o Incisão de Caldwel Lukck

ALEOLITE

o Diagnóstico: Dor irradiada após 48 a 72 horas, alvéolo necrótico ou vazio, odor fétido.
o Trat. Alveolite SECA: anestesia, cureta para formar coágulo, irriga com soro, irriga com
água oxigenada 10 volumes e faz bochecho (irrigar abundantemente) não sutura e bota
um curativo pra alveolite (alveosan, alveolex, alveolitem), antibiótico, Tilex (analgesia),
e antiinflamátorio, Clorexidina 0,12% para bochecho 2 X ao dia .
o Trat. Alveolite ÚMIDA: Anestesia, irriga com soro, irrga com água oxigenada 10
volumes, e Clorexidina 0,12%, antibiótico amocixilina e metronidazol ou amoxilina e
clavulanato, Tilex (analgesia), antiinflamatório Clorexidina 0,12 para bochecho 2X ao
dia.
o Causas: seca, por corpo estranho, falta de técnica asséptica.
o Tratamento: 1 Anestesia, 2 curetagem, 3 irrigação, 4 Preenchimento do alvéolo com
sangue/ coágulo, 5 Sutura. Medicação:
o Causas: Falha no planejamento, não observância da técnica asséptica, falta de higiene
do paciente, Imunossupressão sistêmica do paciente, Pericoronarite (Terceiros molares).

Infecção da Ferida

o Tratamento: Antibioticoterapia, calor local até estabelecer ponto de flutuação e


drenagem do abscesso.

Edema

o “Acumulo de fluidos no espaço intersticial devido a transudação de vasos lesados ou


obstrução linfática".
o Causa: Trauma excessivo durante a exodontia, resposta inflamatória exacerbada de
origem infecciosa.
o Tratamento: Medicação antiinflamatória, Fisioterapia com o frio (crioterapia – até 3
dias, constante nas primeiras 12 horas) e calor (após o quarto dia se ainda tiver edema
fazer terapia com calor). Cataflam gel no local.

Hematoma

o Sangue extravasado para os espaços teciduais subcutâneos.


o Causas: Falhas na hemostasia, fragilidade vascular, distúrbios de coagulação.
o Tratamento: Medicação antiinflamatória, Fisioterapia com frio e calor, medicação
Trombofobigel.

Luxação da Articulação Têmporo- Mandibular

“Se caracteriza pelo deslocamento do côndilo mandibular para fora da cavidade


glenóide, ultrapassando a eminência articular, ali se fixando”.

Causas: Distensão acentuada das estruturas da ATM, com excesso de mobilidade


condilar.

Prevenção: Dosar a força empregada durante a extração, usar a mão oposta ou a do


auxiliar como calço da mandíbula.

Bandagem no mínimo 72 horas, passar da região do mento por todo crânio, bem firme
para não sair do local. Orientar o paciente se ele for bocejar ele mesmo segurar a mandíbula
para não abrir muito a boca. Caso for tomar banho e molhou a bandagem, deve-se trocar
novamente.

Arcoxia 90mg pra luxação (melhor), ou ibuprofeno e analgésico, gelo, e após o quarto
dia calor úmido.

Disco articular trava na eminência... CONTINUAR


Exame para avaliar o disco Ressonância ...

Usar borrachinha de mordida no lado contralateral do operatório para ajudar a não luxar a
articulação. Auxiliar segurar no ângulo da mandíbula firmando bem para não luxar a
articulação.

Anestesia ---- ....

Movimentos para por a mandíbula no lugar - Baixo, posterior e anterior

Quando for fazer um siso, avaliar a ATM.

Hemorragia

 Avaliação pré-operatória
- Hist. Anterior de hemorragia
- Uso de anticoagulante sistêmico?
- Hist. Familiar
- Uso de antibióticos de largo espectro (síntese de Vit. K – Ex: Canaquion, intra
muscular 1 por dia).
- Pacientes alcoólatras
 Tipos de Hemorragia
- Arterial
- Venosa
- Capilar

Paciente com Anemia - Medicamento: Transamim 250 mg VO 8/8 horas. Sulfato ferroso,
Hematologista.

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