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Doenças infecciosas e

parasitárias
Petain Ferreira

Petain Ferreira alunos.petain@gmail.com


Doenças
 Doenças são manifestações patogênicas que influenciam na
nossa qualidade de vida. Dependendo de sua gravidade, podem
levar à morte.
 Dolentia = causar dor, afligir-se...
 Doença = falta de saúde (OMS)
 Tipos de doenças
 Câncer
 Doenças cardíacas
 Sistema digestório
 Doenças psicológicas
 Etc.
Aspecto geral
 Parasitismo envolvido que desloca o parasita de um
reservatório para outro (transmissão).
• O parasitismo é uma relação simbiótica onde
um determinado ser (parasita) se beneficia de • Controle de populações naturais (fator de

recursos (energéticos, materiais e resistência ambiental).

comportamentais) fornecidos por outro ser  No caso de parasitoses humanas:


(hospedeiro), provocando algum tipo de
• muito comum em regiões tropicais.
prejuízo para quem com ele participa da
• indicador de qualidade de saúde pública.
relação.
• determinantes de ações públicas de
• É uma relação que evolui ao equilíbrio, pois a
saúde.
perda do hospedeiro é danosa também ao
parasita.

• Pode apresentar um vetor, ou seja, um terceiro


• Vírus (Influenza, HIV, etc.)
 Parasitas e hospedeiros
• Bactérias (Clostridium, Vibrião colérico, etc.)
Exemplos de • Platelmintos (tênias e esquistossomos)
parasitas e
• Nematódeos (lombrigas e ancilóstomos)
seus níveis
taxonômicos • Anelídeos (sanguessugas).

• Artrópodes (piolhos e carrapatos).

• Cordados (lampreias)
Conceitos em parasitoses
 Parasitas e hospedeiros plasmódio é o protozoário causador da malária.

 Reservatórios naturais: Locais ocupados pelo  Hospedeiro definitivo: Ser onde ocorre o
parasita fora do organismo humano, processo sexuado do parasita.
principalmente hospedeiros naturais (não são Ex.: O ser humano é o hospedeiro definitivo da
vetores). Ex.: Tatu é reservatório natural do Taenia solium.
tripanosomas.  Hospedeiro intermediário: Ser onde ocorre o
 Vetores: Espécies que funcionam como processo assexuado do parasita.
transporte do parasita de um reservatório a outro Ex.: O porco é o hospedeiro intermediário da
(em humanos, transmissor). Ex.: A fêmea do Taenia solium.
mosquito anófeles é o vetor da malária.

 Agente etiológico: Organismo causador dos


sintomas associados à parasitose. Ex.: O
Fatores que induzem a alta incidência de doenças parasitária em populações
humanas:

• Saneamento básico precário.


• Alimentação e/ou nutrição deficiente.
• Condições naturais e/ou antrópicas que facilitam o nicho ecológico do parasita.
• Baixo nível de escolaridade e cultural da população.
• Recursos econômicos e/ou políticos insuficientes ou não prioritários para ações de
saúde pública.
• Dificuldade em relação às ações médicas e/ou de acesso a medicamentos.
Parasitas e hospedeiros
Aspectos relacionados com a transmissão:
Quanto ao tipo de penetração:
• Ativa – Ocorre pelos recursos e/ou pelas ações do parasita (larvas e/ou
embrião). Ex.: As larvas do ancilóstomo e do esquistossomo penetram
ativamente pela pele.
• Passiva – Na transmissão não ocorre a participação direta do parasita em
sua introdução no organismo do hospedeiro.
• A participação de vetores na transmissão como no caso dos mosquitos
hematófagos.
• Veiculação por meio de água e/ou alimentos (cistos e ovos).
Parasitas e hospedeiros
Aspectos relacionados às medidas de combate pela saúde pública:
• Endemias – Parasitoses comuns a uma ou mais regiões, equilibradas em número de casos e
localização geográfica. Exigem medidas prolongadas de médio a longo prazo no sentido de manter ou
diminuir a sua incidência.
• Epidemias – Parasitoses que aparecem com considerável número de casos onde não existiam ou
ainda que superam de forma expressiva o número de casos e/ou seus limites geográficos, exigindo
medidas relativamente rápidas e incisivas sobre seus mecanismos de transmissão.
• Pandemias – Parasitoses que aparecem com expressivo número de casos, estendendo seus limites a
vários países, principalmente superando oceanos e com manifestações na maioria dos cinco
continentes. Exigem ações semelhantes às adotadas nas epidemias, associadas ao controle de
estradas, portos e aeroportos, muitas vezes associando ações conjuntas de várias entidades mundiais
de saúde sob o controle da OMS da ONU.
Parasitas e hospedeiros
Adaptações evolutivas comuns aos parasitas:
• Desaparecimento e/ou aquisição de estruturas.
• As tênias:
• não apresentam sistema digestório;
• possuem ventosas para fixação.
• Grande capacidade reprodutiva.
• Uma tênia durante o seu ciclo vital produz mais ovos que a soma de indivíduos da
população humana.
• Mecanismos de resistência:
• ao ambiente no caso de ovos, cistos e larvas externas.
• aos sucos do hospedeiro bem como aos seus mecanismos de defesa.
Vacinação
 Vacinas Obrigatórias disponíveis
 BCG

 Hepatite B
 Penta - tétano, coqueluche, meningite, hepatite B
 Poliomielite

 Pneumocócica 10 valente
 Rotavírus

 Meningocócica

 Febre Amarela
 Trivalente viral e tetravalente viral
Doenças transmitidas por vírus
Vírus  Hospedeiros específicos
 Vírus = Veneno Ligantes celulares
 Parasitas  Penetração na célula
intracelulares hospedeira
obrigatórios
Injeção de Ácido
 Célula infectada por
vírus = Infecção Viral Nucleico
 Viroses Fusão do envelope
 Gripe
viral
 Dengue Endocitose

 SIDA (AIDS)  RNA e/ou DNA


 De 10 a 500 genes em média
 Sarampo
 Poliomielite
Doenças causadas por vírus
Doenças causadas por Arbovírus
“ARthropod BOrne VIrus”

 Togavírus
 Bunyavirus
 Flavivírus
 Dengue
 Chikungunya
 Febre Amarela
 Vírus do Oeste do Nilo
Dengue

 Agente etiológico:
Dengue Vírus (RNA)
 Vetor: Aedes aegypti
 Ciclo heteroxeno
 Profilaxia: Evitar
deixar água parada
Febre amarela
 Agente etiológico: Vírus
Sintomas da Febre Amarela (RNA)
 Dores nas costas, no  Reservatório natural:
abdômen ou nos Macacos
músculos, calafrios,  Vetores: Aedes aegypti,
fadiga, febre, mal-estar Haemagogus sp.
ou perda de apetite,
náusea ou vômito,  Ciclo heteroxeno
delírio, dor de cabeça,  Profilaxia: Evitar deixar
pele e olhos amarelados água parada, macacos
ou sangramento podem servir como
indicadores
Rubéola
 Coriza,
 dor de cabeça,
 gânglios cervicais aumentados,
 manchas avermelhadas no corpo
 vermelhidão nos olhos
Tratamento dos sintomas
 Prevenção: Vacina, evitar contato com doentes
 PERIGO: Rubéola Congênita
Catapora (ou Varicela)
Sintomas
 No corpo: fadiga, febre, mal-estar ou
perda de apetite
 Na pele: bolha, manchas vermelhas,
sarna ou úlceras
 Também é comum: coceira, dor de
garganta ou pus
Prevenção
 Vacina, evitar contato com doentes,
altamente contagiosa
Procariotos
Bactérias
Classificação, Genética e Estrutura das
Bactérias Classificação das Bactérias
 Procariotos
 Procariontes
 Archea
 Unicelulares  Eubacteria
 Bactérias pluricelulares?  Gram +
 Autotróficas ou  Gram –
Heterotróficas
Recombinação genética
bacteriana
 Transformação
 Transdução
 Conjugação
Nutrição bacteriana
Doenças transmitidas por Bactérias
Doença Agente Etiológico Sintomas Tratamento/prevenção Transmissão

Cólera Vibrio cholerae Dores abdominais, diarreia Antibiótico, ingestão de Água e comida
grave, desidratação, líquidos/ferver água e contaminada
convulsões alimentos
Salmonelose Salmonella sp. Vômitos, diarreia, dores Antibiótico/ferver Comida contaminada
abdominais, náuseas, febre, alimentos (ovos)
desidratação
Leptospirose Leptospira sp. Diarreia, náusea, calafrios, Antibiótico, Urina do rato(comum em
fadiga ou febre alta, olhos reidratação/combate a enchentes)
vermelhos roedores
Hanseníase Mycobacterium Manchas claras ou vermelhas, Antibiótico e esteroides/ Exposição prolongada
leprae dormência hábitos saudáveis
Meningite Neisseria Dor de cabeça, febre e Antibiótico Secreção respiratória
meningocócica meningitidis torcicolo, náusea ou vômito,
manchas vermelhas

Pneumonia Haemophillus Dor nas costas e peito, febre, Antibiótico; repouso. Gotículas de saliva
influenzae; fadiga, calafrios, tosse seca, contaminadas
pele fria e úmida.

Tuberculose M. tuberculosis Tosse (às vezes, com sangue), Antibiótico Contato com pessoas
dores no peito, perda de contaminadas (ar)
peso, sudorese noturna e
febre
Doença Agente Etiológico Sintomas Tratamento/prevenção Transmissão
Botulismo Clostridium Paralisia muscular, Injeção de antitoxina e Cuidados com a
botulinum dificuldades de respirar, assistência alimentação, evitar
deglutir e falar respiratória; cuidados consumo de
com alimentação alimentos enlatados.
Tétano (mal de Clostridium tetani Febre, espasmos musculares Transfusão de sangue, Evitar cortes em
7 dias) e rigidez muscular, pressão Antibiótico, Penicilina objetos suspeitos
alta, dificuldades de e Sedativo; Prevenção
movimentar músculos pós-exposição

Difteria (toxina) Corynebacterium Mal estar, dor de garganta, Antibiótico. Evitar Transmissão feita
diphtheria febre baixa com presença contato com doentes. pelo ar
de placas nas amígdalas e Vacinação
estruturas vizinhas
Doença de Lyme Borrelia Eritema ao redor da picada, Antibióticos; Evitar Picada de carrapato
burgdorferi mal-estar, febre, dor de contato com contaminado com o
cabeça, dor muscular e nas carrapatos (silvestre e microrganismo.
articulações doméstico); controle
dos roedores
Febre Maculosa Rickettsia Febre, dores de cabeça, dor Antibióticos Minimizar contato
rickettsii; no corpo, calafrios, edema com animais
Amblyomma dos olhos e conjuntiva; domésticos com
cajennense (vetor) lesões de pele carrapato
Cólera
Cólera
Distribuição da
hanseníase no
mundo até 2017
Protozoários
 Protozooses – ciclos
Protozooses comuns no Brasil: Doença de Chagas
Dados da doença:
• Agente causador: Trypanosoma cruzi
• Transmissor: Triatoma infestans, Panstrongylus megistus,Triatoma sordida, Rhodnius neglectus.
(barbeiros)
• Principal reservatório natural – Tatus.

Principais sintomas
Chagas aguda: Chagas crônica:
Sinal de Romaña (Chagoma) – • Intensa cardiopatia (cardiomegalia e
Conjuntivite com edema de pálpebra. insuficiência cardíaca).
• Megacólon e Megaesôfago.
 Doença de Chagas
Transmissão dos tripanossomídeos
 Doença de Chagas
Ações profiláticas

• Controle da população de barbeiros – Desinsetização periódica de habitações (existem estudos para o


controle biológico).
• Melhorar condições habitacionais.
• Casas em alvenaria.
• Sem frestas ou perfurações.
• Tetos com lajes ou forros.
• Evitar coberturas de palha.
• Uso de telas em janelas e/ou mosquiteiro sobre a cama.
• Controle em centros de doação de sangue.
• Cuidados com alimentos e bebidas associados ao ciclo vital do barbeiro, como o açaí e a cana-de--
açúcar (ingestão de garapa em Santa Catarina em 2005 e de açaí em 2007 no Amapá).
• Medicamentos são eficazes na fase aguda da doença, curando ou reduzindo as chances de cronicidade (Nifurtimox,
Alopurinol e Benzonidazol).
• Tratamento na fase crônica ainda é incipiente, quase sempre associado à sintomatologia.
 Protozooses – ciclos

Protozooses comuns no Brasil: Malária


• Agente causador: Plasmodium sp no Brasil - P. vivax, P. falciparum, P. malarie
(Esporozoários)
• Transmissor: Mosquito prego - Gênero Anopheles.
• Hospedeiros:
• definitivo: Mosquito.
• Intermediário: Ser humano.
• Endoparasitas hematológicos intracelulares (hemácias).
• Sintomas principais:

Febres periódicas com suor frio e tremores,


hepatopatias de diversos níveis.
 Protozooses
Ciclo do plasmódio
 Protozooses
Ciclo hematológico x ciclo febril
 Profilaxia

• Combate aos criadouros dos mosquitos (drenagem de águas, construção de


aterros e controle biológico).
• Desinsetização em área urbana.
• Mosquiteiros e telas de janelas para a proteção de domicílios.
• Evitar os reservatórios de água desnecessários e cobertura dos
necessários.
• Uso prévio de medicamentos para malária. (Não muito indicado devido à
seleção de protozoários resistentes aos medicamentos.)
• Tratamento dos doentes (redução de fontes de contaminação).
• Redução de desmatamentos de áreas naturais.
 Abrangência da malária no Brasil e no mundo
Amebíase
• Agente causador: Entamoeba histolytica (pseudópode ou sarcodina).

• Transmissão: Ingestão de água e alimentos crus infestados com cistos.

• Hospedeiro: Ciclo monoxeno (apenas um hospedeiro – ser humano).

• Parasitas intestinais.

• Sintomas principais:
Dores abdominais, irritabilidade, modificação no fluxo e intensidade da
defecação, fezes com muco e sangue (disenteria).
 Amebíase
 Profilaxia

• Destino adequado às fezes e medidas de saneamento básico.


• Cuidados com a água a ser ingerida e com alimentos crus como
verduras e frutas.
• Orientação à população em relação aos cuidados com a higiene
pessoal (diminuir a autoinfestação).
• Tratamento dos portadores do parasita (diminuição das fontes de
infestação).
Outras protozooses
Outras protozooses
Outras protozooses

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