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Direito Constitucional | Material Complementar

Professor Cristiano Lopes

Remédios Constitucionais – Parte II


Habeas Data
O Habeas Data, inicialmente previsto no art. 5º, LXXII da Constituição Federal de 1988, poderá ser
impetrado “para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes
de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público” ou “para a retificação de
dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo”.

I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do


impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais
ou de caráter público.
HABEAS DATA
Conceder-se-á

II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo


sigiloso, judicial ou administrativo.

III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou


explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência
judicial.

Entende-se, dessa forma, que o Habeas Data tem natureza dúplice, servindo para ter acesso às
informações pessoais constantes em bancos de dados de caráter público e estando essas informações
incorretas, serve para que o indivíduo possa pedir sua retificação.
De início, observe-se que o Habeas Data tem natureza de ação constitucional de caráter civil e
tramita pelo rito sumário.
Quando à legitimidade ativa, o Habeas Data poderá se ajuizado tanto por pessoa física, brasileira ou
estrangeira, quanto por pessoa jurídica.
Não obstante, através do Habeas Data só podem os indivíduos pleitear informações relativas a eles
mesmos, ou seja, as informações só devem ser fornecidas à própria pessoa do impetrante, nunca a outrem. Por
isso, diz-se que essa ação constitucional tem qualidade personalíssima.
A súmula nº 2, do Superior Tribunal de Justiça, informa que não cabe o habeas data se não houve
recusa de informações por parte da autoridade administrativa. As jurisprudências dos Tribunais Superiores
se firmam no sentido da necessidade de negativa da via administrativa para justificar o ajuizamento do
Habeas Data, sob pena de indeferimento da petição inicial por falta de interesse de agir.
Poderão ser sujeitos passivos do habeas data as entidades governamentais, da administração pública
direta ou indireta, bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas que prestem serviços para o público
ou de interesse público, desde que detenham dados referentes a pessoas físicas ou jurídicas.
No que concerne a competência para julgar o habeas data, tem-se que o art. 102, I, “d” da Carta Magna
de 1988, determinou que compete ao Supremo Tribunal Federal, processar e julgar, originariamente o
Habeas Data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal.
E, pelo disposto no seu art. 105, I, “b”, ao Superior Tribunal de Justiça, processar e julgar,
originariamente, os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e
da Aeronáutica ou do próprio Tribunal.

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FIQUE LIGADO!!!

Segundo a doutrina e jurisprudência dominantes, a recusa na expedição de certidões é combatida por


meio de mandado de segurança e não habeas data. Isso porque direito de certidão (ainda que de
interesse pessoal) não se confundiria com direito de informação.

O Habeas Data é gratuito. Assim como o Habeas Corpus, o Habeas Data não possui prazo
prescricional ou decadencial determinado para sua impetração, porém, diversamente do Habeas Corpus faz-
se preciso o impetrante nomear procurador (advogado) para o ajuizamento da ação constitucional.

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