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RELIGADORES TELECOMANDADOS

Érica Helena de Lima1,Suéllen Celeste de Sousa²;


Luiz Roberto Nogueira³;
1,2,³
FEAU/UNIVAP, Estrada do Limoeiro 250, Jacareí-SP
1
erica.helena@gmail.com;²suellenceleste@gmail.com

Palavras-chave: Automação, celulose, depurador, separação de nós, segurança e meio ambiente.


Área do Conhecimento: III Engenharias

Resumo - Este trabalho apresenta os critérios para a aplicação de uma Religadora e o cálculo de ajuste
para uma aplicação especifica, distribuição aérea 13,8kV, 60Hz, visando descriminar esse equipamento
vastamente utilizado pelas concessionárias distribuidoras de energia elétrica, com o intuito de diminuição de
tempo nos desligamentos dos circuitos e melhoria na qualidade do serviço oferecido.

Introdução • Uma rápida e três retardadas;


• Duas rápidas e duas retardadas;
A definição do esquema de proteção • Três rápidas e uma retardada;
(Religador) para um sistema elétrico deve ser • Todas rápidas
efetuado com base em um estudo cuidadoso, • Todas retardadas.
fazendo os cálculos da potência e corrente de
carga do circuito, alimentado por 13.8KV (tensão Classificação dos Religadores
da distribuição área de energia). Com base
nesses dados se calcula o tempo de operação do Os religadores automáticos classificam-se de
sistema de proteção, que segue desde a acordo com as seguintes características:
identificação do problema (se há um efetivo curto-
circuito) até o bloqueio ou não, do circuito afetado • Monofásicos ou trifásicos;
(parte do sistema de distribuição de energia • Controle hidráulico ou eletrônico
elétrica).
• Interruptos a óleo ou a vácuo

Religadores Monofásicos
Religador Automático
São utilizados para proteção de linhas
É um dispositivo interruptor automático que
monofásicas ou ramais monofásicos de
abre e fecha seus contatos repetidas vezes na
alimentadores trifásicos.
eventualidade de uma falha do circuito por ele
Tais religadores podem ser utilizados também em
protegido.
circuitos trifásicos onde as cargas forem
predominantemente monofásicas.
Principio de Funcionamento
Religadores Trifásicos
O religador é um equipamento de proteção a
sobre correntes utilizado em circuitos aéreos de
Os religadores trifásicos são utilizados onde é
distribuição, que opera quando detecta correntes
necessário o bloqueio das três fases
de curto-circuito, desligando e religando
simultaneamente, para qualquer tipo de defeito
automaticamente o circuito um número pré
permanente, evitando-se que cargas trifásicas
determinado de vezes. Quando um religador
sejam alimentadas com apenas uma ou duas
sente uma condição de sobre-corrente, a
fases.
circulação desse é interrompida pela abertura de
seus contatos. Os contatos são mantidos abertos
Controle Hidráulico
durante determinado tempo, chamado tempo de
religamento, após o qual se fecham
Nos religadores com este tipo de controle, as
automaticamente para reenergização da linha.
correntes são detectadas pelas bobinas de
Se, no momento do fechamento dos contatos, a
disparo que estão ligadas em série com o circuito
corrente persistir, a seqüência
de distribuição.
abertura/fechamento é repetida até três vezes
consecutivas, após a quarta abertura, os contatos
Controle Eletrônico
se mantém travados.
As operações de um religador podem ser
Com este tipo de controle, o religamento
combinadas nas seguintes seqüências:
apresenta maior flexibilidade e facilidade para

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ajustes e ensaios, além de maior precisão 6. A temporização deve possibilitara
comparativamente ao religador de controle coordenação com outros equipamentos
hidráulico. de proteção a jusante e a montante;
7. A corrente nominal da bobina-série, no
Interruptores a óleo caso de religador, deve ser dimensionada
de acordo com a corrente máxima do
Neste ripo de interruptor, o óleo é utilizado para alimentador, incluindo manobras usuais,
as seguintes finalidades: e com previsão de acréscimo de carga;
8. A bobina de fechamento, no caso de
- isolação; religador, deve ter tensão nominal igual a
- meio dielétrico para a interrupção do arco. tensão entre fases do circuito;
9. O nível do isolamento deve ser
No caso específico de religadores hidráulicos o compatível com o do sistema;
óleo é utilizado, além das finalidades acima 10. Quanto a proteção de falhas fase-terra,
descritas, para: para o caso de sistemas não-
efetivamente-aterrado, com as correntes
- temporização; de curto-circuito fase-terra apresentam
- contagem de operações. intensidades muito pequenas, é
recomendado o uso de dispositivos
Interruptores a vácuo eletrônicos para disparo do neutro. Esse
dispositivo, normalmente é composto dos
Neste tipo de interruptor, o vácuo é utilizado seguintes elementos: transformador de
como meio elétrico, apresentando como corrente, bobina de disparo e circuito
vantagem principal a necessidade mínima de eletrônico de disparo.
manutenção em comparação com os
interruptores à óleo.

Critérios para seleção de equipamentos de


Proteção

• Religadores ou Disjuntores:
Para a seleção de religadores ou disjuntores,
devem ser levados em consideração os seguintes
requisitos:

1. Corrente nominal do equipamento deve


ser superior à máxima corrente do
alimentador, convenientemente medida
ou avaliada na situação de maior carga
do circuito, e deve prever futuros Figura 1 – Tabela de Religadores automáticos.
aumentos de carga. (Referência n°4)
2. A tensão nominal deve compatível com a
do sistema; Para tais religadores os valores das correntes
3. A capacidade de interrupção deve ser das bobinas série e terra poderão ser escolhidos
maior que a máxima corrente de curto independentemente, por exemplo, ao fixar-se 100
circuito, trifásica ou fase-terra, calculada A para bobina série de um religador tipo KF,
no ponto de sua instalação; pode-se escolher a bobina terra com corrente
4. A corrente de curto-circuito máxima nominal de 140 A, 100 A ou 70 A
simétrica no ponto de instalação deve ser
menor que a corrente de interrupção Métodos e materiais
simétrica do religador correspondente ao
valor X/R no ponto; Aplicação
5. As correntes de disparo devem ser O religador R da Figura 3 é do tipo KF e
menores do que as correntes de curto- possui as características nominais e ajustes
circuito na zona de proteção do abaixo descritos:
equipamento, incluindo sempre que
possível os trechos a serem adicionadas
quando se realizarem manobras - bobina série 100A;
consideradas usuais. - bobina terra 70A;

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- seqüência de operação: 1 (uma) rápida e 3
(três) retardadas;
- graduação da característica de operação
temporizada: curva C (Figura 02);
- tempo de religamento: 2 seg.

Para um curto-circuito entre fases com valor igual


a 600A teremos:

a) Primeira operação rápida num tempo máximo


de 0.080 seg. conforme mostra a Figura 02.
b) Segunda operação: após o tempo de
religamento de 2 seg. admitindo-se que a falta
permaneça no circuito, haverá fechamento e
posterior abertura do religador após o tempo
determinado pela característica temporizada
curva C da Figura 2 para a mesma corrente de
falta.

- Tal tempo corresponde ao valor de 0,9 seg.


com tolerância de 10%, ou seja, entre 0.81s e
0.99s.

c) Admitindo-se que o curto-circuito permaneça, a


terceira e Quarta operações serão realizadas de
forma similar à Segunda operação descrita no
item b, havendo bloqueio após a Quarta abertura
do religador.

Figura 3 – Religador Tipo KF


(Referência n°4)

Tal seqüência de operações é representada na


Figura 3.
O tempo de desligamento do circuito contado a
partir do instante de ocorrência da falta no ponto
1 será:

- TMIN = 0,080 + 2,0 + 0,81 + 2,0 + 0,81 + 2,0 +


0,81 = 8,51seg., admitindo-se tolerância negativa
para t3.

- TMAX = 0,080 + 2,0 + 0,99 + 2,0 + 0,99 + 2 + =


9,05 seg. admitindo-se tolerância positiva para t3.
Figura 2 – Curva
Tempo da seqüência de operação X Corrente de Na realidade Tmin e Tmax poderão ser
carga ligeiramente inferiores que os calculados
(Referência Bibliográfica n°4) anteriormente, pois o tempo t3 (curva rápida A)
possui tolerância negativa. Na ocorrência de um
curto-circuito à terra no ponto 1 da Figura 2 com
magnitude de 150 A, o religador desempenhará
da seguinte forma:

a) Primeira operação: rápida num tempo entre


0,09 seg. (+10%) e 0,15 seg. (-10%) pois sendo a
corrente nominal do circuito menor que a corrente
nominal do religador (100 A), os capacitores do
circuito de disparo estarão parcialmente
carregados.
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b) Segunda operação: após o tempo de corrente carga, entendimento dos gráficos, entre
religamento de 2 seg., admitindo-se que o curto- outros, foi alcançado na visita técnica a
circuito permaneça haverá fechamento e abertura Concessionária de Energia Elétrica da cidade
do religador após o tempo determinado pela local (Bandeirante de Energias).
característica temporizada 6. Tal tempo Um dos consideráveis rendimentos para
corresponderá a um valor aproximado de 3,4 execução do artigo, foi obtido nas aulas da
seg., pois nesta situação os capacitores estariam Graduação, na matéria de Sistemas de Proteção,
totalmente descarregados devido o religamento lecionada pelo próprio orientador, dando uma
do circuito estando o mesmo em curto-circuito. O visão ampla sobre os tipos de sistema de
tempo de 3,4 seg. inclui uma tolerância negativa proteção, a importância deles para sistema de
de 10% conforme dados do fabricante. distribuição de energia elétrica, vinculando a
c) Admitindo-se que o curto-circuito permaneça, a parte mais importante, os cálculos pra cada
terceira e a Quarta operação serão realizadas sistema, base do artigo.
similarmente à Segunda operação descrita no
item b, havendo bloqueio após a Quarta abertura Tem-se como vantagem deste sistema, a
do religador. identificação rápida do problema e bloqueio do
circuito se constatado após as 3 seqüências de
Tal seqüência de operações é representada na operação, o curto-circuito, caso contrario, se o
Figura 4. curto é desfeito por alguma circunstância, o
O tempo total para o bloqueio a partir da circuito passa funcionar normalmente.
ocorrência da falta vale: A desvantagem é seu alto custo devido à baixa
concorrência comercial, somente sendo possível
TMIN = 0,99 + 2,0 + 3,06 + 2,0 + 3,06 + 2,0 + ser instalado em circuitos de grande extensão,
3,06 = 15,18 seg. com potência e corrente de carga elevada.

TMAX = 0,135 + 2,0 + 3,4 + 2,0 + 3,4 + 2,0 + 3,4


= 16,33 seg. Conclusão
A realização do estudo de proteção de
Para coordenação de proteção deve-se um sistema de distribuição de energia elétrica é
considerar o caso mais desfavorável que, de extrema importância para evitar acidentes,
dependendo de cada situação, poderá ser o limite todavia seu desenvolvimento vai além de
superior ou limite inferior da característica de religadoras, essas mesmas trabalham em
operação, com as respectivas tolerâncias, sejam conjunto com chaves tipo base-fusivel, reles de
elas positivas ou negativas. sobre corrente temporizados, reles instantâneos,
todos visando confiabilidade o sistema de
distribuição.

Agradecimentos

A Bandeirante Energias do Brasil, através de


seus colaboradores, pelas informações cedidas
que foram de suma importância para a
elaboração deste trabalho.

Referências

1 - BANDEIRANTE – (TEDIS) – Manual de


técnicas de distribuição – Secção 02 – Linhas e
Redes Aéreas;
2 - ELETOBRÁS – Proteção de Sistemas Aéreos
de Distribuição – Editora Campus, 1982
3 - N 8.02.01, Modernização de Religadores
Figura 4 – Tempo de Atuação no caso de falha Automáticos - Tipo KF - para Circuitos Primários
(Referência n°4) de Distribuição Classe 15 kV, Norma Setorial
Técnica – Bandeirante Energia S/A, Vigência
Resultados 11/2005
Os resultados obtidos tiveram na sua
4 - NTBD 3.01-0, Proteção de Redes de
execução, uma relevante dificuldade, por ser um
equipamento pouco divulgado. Distribuição Aérea Primária – Bandeirante
O entendimento efetivo sobre o equipamento, tal Energia S/A, Vigência 12/1987;
como base (circuito) para calculo de potência e
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