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H. Le Caron
É inútil nos iludirmos. O que aconteceu depois do último Concílio prova que "o
progressismo cristão", condenado pelos papas precedentes com diferentes
qualificativos (L'Avenir por Gregório XVI; os "católicos liberais" por Pio IX; o
"americanismo" por Leão XIII; o "modernismo" e o Sillon de Marc Sangnier por Pio
X), terminou por intoxicar grande parte da Igreja, até os mais altos escalões.
O espírito pós-conciliar, na realidade, é o espírito progressista. O verdadeiro
espírito pós-conciliar, fundado no respeito à doutrina e à tradição, se é que
chegou a existir, foi abafado há já muito tempo.
A atual mutação da Igreja foi desejada e preparada desde Lamennais, isto é,
desde há 150 anos.
Depois de ter caminhado de maneira subterrânea, a heresia progressista chegou à
tona no momento do Concílio; o que até então eram raízes perniciosas,
desabrochou e deu os frutos envenenados que surpreenderam e envolveram bom
número de padres conciliares (os que não pertenciam à minoria ativa, que, ela
sim, sabia perfeitamente o que fazia).
Não é fácil discernir o vírus progressista — freqüentemente não se descobre sua
presença a não ser constatando seus efeitos (como numa doença). Seus efeitos
são múltiplos, o que engana muitas vezes os católicos fiéis.
São Pio X, que o desmascarou de maneira extraordinária, constatava:
"Combinando em si o racionalismo e o catolicismo, eles (os modernistas) o fazem
com tal refinamento de habilidade, que transviam os espíritos desprevenidos...
Ah! se se tratasse somente deles, poderíamos, talvez, contemporizar; mas é a
religião católica e sua segurança que estão em jogo."
[1] Se você tem sentimentos revolucionários, projete esses sentimentos no objeto que é
Cristo, e ele se tornará um precursor de Fidel Castro ou de Che Guevara. Se você tiver
teorias científicas, como Teilhard de Chardin, projete um Cristo cósmico etc.
[2] A Salvação também é individual. Ela não é nem nunca será coletiva.
[3] Na nova liturgia: "O vinho, fruto do trabalho do homem".
[4] Costumam apresentá-lo como um homem dilacerado, mas pode-se permanecer dilacerado
durante tanto tempo?
[5] Lembremo-nos de que Paulo VI (12/1/1966) fez a seguinte declaração: "Dado o caráter
pastoral do Concílio, evitou-se proclamar, de maneira extraordinária, dogmas dotados da
nota de infalibilidade."
(do Courrier de Rome nº169, tradução de Maria Tereza Ferreira da Costa e Anna
Luiza Fleichman, e publicado na Revista Permanência, ano XII, nº 124/125, 1979.)