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Fórum de Secretários de
Recursos Hídricos do
Nordeste e Minas Gerais
ATLAS NORDESTE
ABASTECIMENTO URBANO DE ÁGUA
Diretoria Colegiada
José Machado - Diretor-Presidente
Benedito Braga
Oscar Cordeiro Netto
Bruno Pagnoccheschi
Dalvino Troccoli Franca
ATLAS NORDESTE
ABASTECIMENTO URBANO DE ÁGUA
Estado do Piauí
Estado de Minas Gerais
Secretaria do Maio Ambiente e Recursos Hídricos - SEMARH
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável -
Dalton Melo Macambira – Secretário SEMAD
Milcíades Gadelha de Lima– Diretor de Recursos Hídricos
José Carlos de Carvalho - Secretário
Paulo Teodoro de Carvalho – Diretor Geral do IGAM
Estado do Ceará
Secretaria de Recursos Hídricos - SRH
Ednardo Ximenes Rodrigues – Secretário
Mário Fracalossi Júnior – Coordenador Geral da Unidade de Gerenciamento de Projetos
Especiais
Colaboradores:
Maranhão Piauí Ceará
Ana Lúcia F. Braga Muniz- SEDECID Adolfo Moraes- SEPLAN Ana Paula Magalhães Mansueto- COGERH
Clenylson Novaes- CAEMA Adriana Chagas Barreto- SPA Andréa Carla Gusmão Pinto- COGERH
Eneida Erre Rodrigues- CAEMA Albérico Benvindo Rosal- AGESPISA Batista Araújo- CAGECE
Felipe Pinheiro Fernandes- CAEMA Ana Célia Aragão- SEMAR Carlos Rossas Mota Filho- CAGECE
Carlos Honildo B. Pegado- PREF. de PICOS Christian Joseph Mendes Quezado- CAGECE
Francisco Ribeiro Corrêa- CAEMA
Chimi Narita Nunes- SEMAR Deborah Mithya Barros Alexandre- COGERH
Gerson Mendes do Nascimento- CAEMA
Cleodon Urbano Filho- COMDEPI Eduardo Moreira- CAGECE
Jeferson Sousa Corrêa- CAEMA Expedito Galba Batista- CAGECE
Douglas Silva Luna- CPRM
João José Serra- CAEMA Eldelita Águida Pereira Franco- FAEPI/SENAR Gentil Maia Lima- CAGECE
Jorge Daniel Nogueira- CAEMA Elisângela Martinelis- AGESPISA Giovana Lima- COGERH
Jorge Luiz Pereira Mendes- CAEMA Flávio Jorge de Oliveira- AGESPISA Giunni Peixoto B. Lima- COGERH
José de Ribamar R. Pereira- PROAGUA Francisco Batista Teixeira- CPRM João Batista Araújo- CAGECE
José Ribamar R. Fernandes- CAEMA Francisco da Costa- SEMAR João Rodrigues Neto- CAGECE
Milne Silva Jorge- CAEMA Francisco Ferreira Lima- APPM José Airton Pereira Lima- CAGECE
Milton Gonçalves da Silva Junior- PROAGUA Francisco Galvão Rodrigues- SEMAR José Fernandes - CAGECE
Francisco Lages Correia Filho- CPRM/ABAS José Ribamar Souza França - CAGECE
Nirondes Tavares- CAEMA
Francisco Sobrinho Amorim de Araújo- FURPA Joseilton Ferreira Lima- ON BBJ
Paulo Regis M. de Alencar- BNB
Francisco Tavares Barbosa- DNOCS Liana Peixoto Brandão- CAGECE
Pedro Afonso Costa Lima- CAEMA Luiz Alberto S. Campos- CAGECE
Gabriel Araújo dos Santos- SEMAR
Robson Luís e Silva- SEMA João Renato Mello Soares- SEMAR Marcelo Gutierres- CAGECE
Joaquim Arcoverde Filho- COMDEPI Márcio Normando Borges Coelho- CAGECE
José de Araújo Dias- AGESPISA Maria das Graças Pequeno- CAGECE
Paraíba José de Ribamar de S. Rocha- UFPI Mércia Cristina Sales- SRH
Adauto Montenegro- CAGEPA José Ivan Barbosa- EDRA SANEAMENTO Norberto Benevides- CAGECE
Daniel Osterne Carneiro- AESA José Maria de C. Freitas- AGESPISA Paulo Miranda Pereira- COGERH
Elton Cruz- SEMARH Josélia de Carvalho Leão- SEMAR Rafael Aguiar Pereira- UM - MTO
Everaldo Pinheiro do Egito- CAGEPA Kleberson Martins de Carvalho- AGESPISA Rômulo Saboya- COGERH
Faustino José da Costa Filho- CAGEPA Lúcia Araújo- Semi-árido Theresa Cristina Rêgo- SRH
João Paulo Neto- CAGEPA Manoel R. Silveira Neto- IBAMA Tibúrcio Valeriano S. Diniz- CAGECE
Laudízio Diniz- CAGEPA Marcelo Moreira- SEMAR
Marilo Costa- AESA Marcos Vinicius Medeiros Costa- AGESPISA
Reinaldo Bastos C. Lima- SEINFRA Maria Cleoneide de Souza Braga- SEMAR
Roberto Araujo- SEPLAG Maria do Socorro C. Mello Sales- AGESPISA
Milcíades Gadelha- SEMAR
Natalidade Barbosa- SEDUC
Pernambuco Nestor Aquino- SEMAR Alagoas
Abigail Barros Silveira- SECTMA Paulo Borges da Cunha- CEFET Alexandre Portela de H. Cavalcanti- CASH
Aluisio Barbosa Filho- SEIN Paulo Regis M. de Alencar- BNB Fernando A. Dantas da Silva- SEINERA
Ana Carolina Farias C. Camara- SECTMA Paulo Roberto Rebelo Lages- SEMAR Hamilton Bastos- SEMARHN
Ana Paula H. A. de Melo- PROÁGUA Pedro Marwell Filho- SEMAR José de Oliveira- SEMARHN
Anderson Luiz R. de Paiva- SECTMA Raimundo José da Silva Freitas- AGESPISA José Dória Ferreira- SEMARHN
Antônio Batista de S. Filho- COMPESA Ricardo Alexandre A. Silva- AGESPISA Luiz Emanuel F. Costa- CASAL
Antonio Sergio Torres- COMPESA Ricardo Monteiro da Silva- PREF. de FLORIANO Marcus José de Oliveira Lopes- CASAL
Emanuel Vale Araujo- SECTMA Roberto José Amorim Rufino Fernandes- SEMAR Maria de Fatima Acioly de Castro- CASAL
Francisco Neves dos Santos- SECTMA Robério Luiz B. Alexandrino- SEMAR Mauricio José P. Malta- SEMARHN
Frederico Meira- COMPESA Sebastião Ferraz- SEMPLAN Rheostato Ewerton Barreto- SEMARHN
Gerson Aguiar- SECTMA Teresinha de Jesus Alves Aguiar- SEMAR
Jacques Henriques Souto Maior- SEIN Wilson Marques C. Júnior- Defesa Civil
José de Assis Ferreira- IPA Sergipe
José Mazio C. Bezerra- SECTMA Arivaldo F. de Andrade Filho- DESO
Lucynara R. de Godoy Andrada- SECTMA Carol Madureira- ASCOM/SEPLAN
Nilce Helena Gondim- SEIN Frederico José Santos Silva Lima- DESO
Paula Marilia de Aquino Fontes- COMPESA João Carlos Santos da Rocha- SEPLAN
Paulo Arruda Ferreira- COMPESA José Cláudio de Lima Costa- SEPLAN
Sandra Ferraz de Sá Wanderley- SECTMA Nilton Oliveira Matos- DESO
Sandra Rezende Florentino da Silva- SECTMA Rui Souza Mendonça- UEGP
Simone Rosa da Silva- SECTMA Sergio Leite- DESO
Vaneza Andrea Lima de Freitas- SECTMA
Equipe de elaboração e execução:
Rio Grande do Norte
Consórcio Engecorps | Projetec | Geoambiente | Riverside
Antonio Rafael de V. Galvão Sobrinho- CAERH
Carlos Alberto Martins- SERHID
José de Arimatéia da Cunha- IGARN
Danny Dalberson de Oliveira- Coordenador Técnico Nacional
Josildo Lourenço dos Santos- CAERN
Marcelo Augusto de Queiroz- CAERN João Joaquim Guimarães Recena- Coordenador Técnico Regional
Maria de Fátima de Freitas Rêgo- SERHID Marcio Alexandro Santana- Coordenador Técnico de Banco de Dados e Website
Maria Geny Formiga de Farias- IGARN
Paulo Bezerra Fernandes- SERHID Marcos Oliveira Godoi
Rafael Galvão- CAERN Paulo Jannuzzi
Sergio Bezerra Pinheiro- SERHID José Orlando P. Silva
Tâmara Soares Medeiros- SERHID Luiz Benoni Manzochi
Valmir Melo da Silva- CAERN Ricardo Lazzari Mendes
Nelson Luis A. Gama Rodrigues
Walter Machado Jr
Elisabete F. Santarosa
Bahia
Eduardo Kohn
Aldo Carvalho Andrade- SRH
Rosa E. Rodrigues Gonçalves
Alberto de Magalhães Ferreira Neto- EMBASA
Ana Paula Raimundo
Altamirano Vaz Lordêllo- SRH
Jim Ishikawa
Amaury Xavier V. Carvalho- SRH
Christiane Spörl
Amarildo Evaristo B. Moreno- EMBASA
Cristiano Roberto de Souza
Antônio Carlos Fiscina Mesquita- EMBASA
Ualfrido Del Carlo Jr.
Cícero de C. Monteiro- EMBASA
Clearto Paiva Germano- EMBASA Aída Maria Andreazza
Glauco Cayres de Souza- EMBASA Rui dos Santos Silva
Inês Maria Peixoto Barreto- EMBASA Alexandro Pereira Angelo
Jorge Humberto C. Almeida-EMBASA Antonio Rodrigo Estelita Lins
José Henrique Iglesias- EMBASA Breno Ferreira de Souza Correia
José Henrique Lago- EMBASA Flávio Régis de Holanda Bezerra
José Luiz Lima de Oliveira- EMBASA Ione Cardoso Alencar
José Barbosa Neto- ASSESSOR Luiz Antonio de Meneses Cavalcante
Letícia Oliveira- SRH Artur Dias Medeiros
Luiz Carlos Costa Reis- EMBASA Dário Hernani de Souza Vizeu
Nilson Alves Bahia- EMBASA Roberta Guedes Alcoforado
Pedro Avelino de Oliveira Neto- CERB Patrícia Santana
Polyana Duarte Carvalho- EMBASA Ronaldo Sobreira Bitu Filho
Rodolfo Garcia de Aragão- EMBASA Emerson Medeiros Emerenciano
Silvio Murta Martins- EMBASA José Almir Cirilo
Thiago Antonio A. de Oliveira Pinto- EMBASA Manoel Sylvio C. Campello Netto
Zilda Maria Lima Machado de Carvalho- EMBASA Marcelo Cauás Asfora
Carlos Eduardo de Oliveira Dantas
Hildeberto Bernardes Lacerda Júnior
Minas Gerais Osvalcélio Mercês Furtunato
Alberto Simom Schvartsman- IGAM Jaime Joaquim da Silva Pereira Cabral
André dos Anjos Cardoso- COPASA Anderson Luiz Ribeiro de Paiva
Hermes Evaristo dos Reis- COPASA Guilherme Peplau
Joaquim Carlos Ribeiro da Fonseca- COPASA Suzana Maria Gico Lima Montenegro
Luiz Henrique Ramos Mazeo- COPASA
Sylvana de Melo Santos
Luiza de Marillac Camargo- IGAM
Aerton Zamboni Maia
Márcia Aparecida Coelho- IGAM
José Ricardo Rocha Cantarelli
Maria Carvalho de Melo- IGAM
Valdevino Siqueira Campos Neto
Maria Célia Passos Simões Moreira- SEPLAC
Tiago Pinheiro
Maurício Paulo Pereira- COPASA
Alexandre Massaharu Hashimoto
Mônica Botelho- COPASA
Rodrigo Luiz de Oliveira
Nádia Antônia Pinheiro Santos- IGAM
Jezer Ferris
Roberto de Souza- IGAM
Rogério Grandivon Sperling-COPASA Bruno Rodrigues Paravatti
Ronaldo de Luca F. Gonçalves- COPASA Michelle Rocha de Araújo
Tarcio de Souza- SEMAD Fábia Antunes Zaloti
Vera Lúcia Neves- IGAM Thaís Vianna Bentes
Vicente de Paulo Seabra da Rocha- COPASA Silvia Luiz
Walter Vilela- COPASA Ulisses Elisio Costa
Açude Boqueirão- Cariri- PB
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................... 11
MANANCIAIS E SISTEMAS PRODUTORES DE ÁGUA ............ 38 Capacidade dos sistemas produtores urbanos de água- 2005 .................... 41
Municípios atendidos pelos principais mananciais de superfície ................. 42
PROPOSIÇÃO DE SOLUÇÕES..................................... 49 Status das outorgas dos sistemas de abastecimento de água- 2005 .......... 43
Qualidade da água ..................................................................................... 45
DIRETRIZES E CRITÉRIOS ADOTADOS .................................. 51
Criticidade dos sistemas e mananciais ....................................................... 48
TIPOLOGIAS DE SOLUÇÕES TÉCNICAS ................................ 52
Tipologias de soluções técnicas- Cenário otimista 2015 ............................. 53
JOSÉ MACHADO
DIRETOR PRESIDENTE
1
Não foram incluídas a Região Metropolitana de Belo Horizonte e a área do Distrito Federal
pertencente à bacia do rio São Francisco, ambas consideradas em outro estudo específico
da ANA.
Gerais Específicos
Diagnosticar a situação da oferta de água bruta no conjunto das sedes municipais Determinar potencialidades e efetivas disponibilidades hídricas da área de
da área de estudo; estudo, tanto superficiais como subterrâneas, bem como demandas hídricas, e
avaliar a pressão sobre os recursos hídricos superficiais;
Identificar eventuais conflitos pelo uso da água para abastecimento urbano e
para outras demandas relevantes para o desenvolvimento regional; Avaliar, de maneira crítica, a partir de dados existentes, pesquisa institucional
e visitas de reconhecimento, as condições dos mananciais e dos sistemas de
Identificar e propor alternativas técnicas com garantia hídrica para atender às
produção de água das sedes municipais, estabelecendo: a capacidade atual de
atuais e futuras demandas das populações nos horizontes de planejamento
oferta de água bruta; a produção de água bruta e tratada (total e per capita);
definidos;
e as necessidades e condições de suprimento das demandas futuras, com base
Observar a sustentabilidade hídrica e operacional das obras identificadas, em projeções demográficas;
conforme Decreto nº 4.024/2001; e
Identificar as principais alternativas técnicas em nível de pré-concepção
Subsidiar o processo decisório para a aplicação de recursos na área de (manancial, captação, adução e tratamento) e avaliar as propostas
abrangência. preexistentes, de modo a suprir os planejadores com dados que lhes permitam
desenvolver um plano de investimentos para o setor;
Como o foco é a garantia da oferta de água, as alternativas técnicas dizem respeito
Estimar os custos de implantação das obras;
ao sistema de produção, coincidindo com a parcela do sistema referente à área de
recursos hídricos.
Sítio na internet: trata-se de um produto que pode ser acessado pelo website da
ANA, com nível de detalhamento que permite consultas ao Banco de Dados. São
disponibilizados resultados consolidados para a região e por Estado, além de um
conjunto de fichas de alternativas técnicas para cada município.
RECURSOS HÍDRICOS -
OFERTA E DEMANDA
Adutora Amélia Rodrigues- BA
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
OFERTA DE RECURSOS HÍDRICOS
Águas Superficiais
Para definir um panorama amplo da área de abrangência do ATLAS, em REGIÕES HIDROGRÁFICAS
termos de suas condições hidrológicas e de oferta de recursos hídricos,
inicialmente, foram mapeadas todas as bacias hidrográficas da região,
bem como os reservatórios existentes com capacidade de acumulação
igual ou superior a 10 hm3, considerados como passíveis de fornecer água
com garantia de 100% na região do Semi-Árido 1 .
1
Os açudes de capacidade inferior têm como principal função a acumulação de
volumes de água que ficam estocados, após a estação chuvosa, para serem
utilizados na estação seca do mesmo ano. Não servem, no entanto, como reservas
interanuais, pois, quando da ocorrência de anos secos consecutivos, não
apresentam volumes para o atendimento às demandas.
Águas Subterrâneas
Identificam-se três domínios hidrogeológicos na área do ATLAS: Poroso, Fraturado-
Cárstico e Fraturado. O domínio Poroso é representado essencialmente pela região
de ocorrência das rochas sedimentares, que ocupam 43% da área. Os domínios
hidrogeológicos Fraturado e Fraturado-Cárstico compreendem as rochas do
embasamento cristalino, totalizando 48% e 9% da área, respectivamente.
As reservas hídricas renováveis, ou seja, a contribuição dos aqüíferos para
manutenção do escoamento de base dos rios, é estimada em 3.849 m3/s.
Considerando as reservas explotáveis como 25% das reservas renováveis, o valor
é de 962,3 m3/s. A distribuição das reservas hídricas na região, no entanto, não é
homogênea. O domínio Poroso detém 70% das reservas (675 m3/s), o domínio
Fraturado-Cárstico 22% (212 m3/s) e o Fraturado 8% (75 m3/s).
O domínio Fraturado apresenta o menor potencial hídrico e ocupa uma área de
aproximadamente 901.000 km2. As vazões dos poços são, em geral, baixas,
inferiores a 10 m3/h, para profundidades entre 50 e 150 m. De modo geral,
observam-se as menores vazões na região semi-árida do Nordeste.
O domínio Fraturado-Cárstico apresenta uma área de cerca de 177.000 km2.
O principal sistema aqüífero é o Bambuí. A faixa mais comum de vazões é de
5 a 60 m3/h, para profundidades dos poços geralmente entre 50 e 150 m.
Os sistemas aqüíferos de maior potencialidade pertencem ao Domínio Poroso e
estão localizados nas seguintes bacias sedimentares: Parnaíba, Potiguar ou Apodi,
Araripe, Interiores, Recôncavo-Tucano-Jatobá, São Francisco e Costeira.
Somam-se a essas bacias sedimentares as coberturas cenozóicas, que ocorrem
recobrindo rochas dos demais domínios hidrogeológicos. O Domínio Poroso totaliza
uma área de aproximadamente 826.000 km2 .
Açude Boqueirão- PB
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
Ressalta-se que a vazão média do rio São Francisco não foi considerada para
avaliação dos indicadores de pressão dos recursos hídricos. Ou seja, as
disponibilidades hídricas e as demandas foram calculadas para as sub-bacias de
contribuintes do rio São Francisco, para efeitos do confronto entre oferta e demanda
de água.
Considerando o Cenário Otimista, para 2025, verifica-se que áreas situadas Estação Elevatória Mossoró- RN
predominantemente no Maranhão, Piauí, Minas Gerais, no oeste e sul da Bahia, FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
e áreas distribuídas irregularmente ao longo da faixa litorânea, ainda poderão
apresentar situação satisfatória, porém, algumas delas requerendo gerenciamento
ao nível local. Contudo, na região do Semi-Árido e nas áreas classificadas pelo
ATLAS como de elevado risco hídrico – AERH –, a situação exigirá gerenciamento
obrigatório ou se apresentará crítica.
Na hipótese de se manter o Cenário Tendencial, ou de se considerar a
disponibilidade hídrica como 30% da Q média (potencial ativável aproximado),
a pressão sobre os recursos hídricos superficiais será ainda maior.
Mossoró- RN
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
Engenho- MG
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
Qualidade da Água
Na área de estudo do ATLAS, em geral, a qualidade das águas superficiais e
subterrâneas mostra-se comprometida, em função de atividades humanas
relacionadas com a disposição inadequada de resíduos sólidos domésticos e
industriais, o uso indiscriminado de insumos agrícolas, a deficiência dos sistemas
de saneamento, o carreamento de cargas inorgânicas provenientes da extração e
beneficiamento de minérios e o desmatamento e manejo inadequado do solo, que
causam erosão e conseqüente assoreamento dos rios.
Com base em estudos disponíveis, foram selecionados os seguintes parâmetros
para avaliação da adequação dos mananciais de superfície como fonte hídrica
para abastecimento humano: salinização, dureza, contaminação microbiológica,
turbidez, grau de eutrofização, e presença de substâncias tóxicas e organolépticas.
Para a avaliação dos corpos d’água subterrâneos, foram utilizados boletins de
análise de água disponíveis para os poços do Estado do Piauí e considerados os
limites estabelecidos pela Portaria 518/04, do Ministério da Saúde.
O mapa a seguir apresenta os resultados encontrados nas análises de qualidade
da água. Neste mapa, os municípios contemplados na área do ATLAS foram
classificados em três categorias:
Sem restrição: município cujo manancial de abastecimento da sede não tem
restrições para abastecimento humano, segundo os parâmetros analisados;
Com restrição: município cujo manancial de abastecimento da sede tem uma
ou mais restrições para abastecimento humano, segundo os parâmetros
analisados. Os municípios cujas sedes municipais são abastecidas por mais de
um manancial e que apenas um deles tem restrição foram classificados nesta
categoria;
Sem informação: município cujo manancial de abastecimento não dispõe de
informações de qualidade da água.
Pode-se verificar que na área de estudo existe uma grande carência de informações
específicas de qualidade da água. A ausência de dados é constatada principalmente
no que se refere à água subterrânea. Entretanto, de forma geral, pode-se afirmar
que a qualidade das águas subterrâneas é boa, com propriedades físico-químicas
e bacteriológicas adequadas a diversos usos, incluindo o consumo humano. Alguns
sistemas aqüíferos apresentam restrições, devido aos altos teores de dureza,
salinidade e ferro. Além disso, condições inadequadas de saneamento resultam
na contaminação microbiológica e por nitratos, conforme identificado na área de
ocorrência do sistema aqüífero Barreiras.
Quanto aos mananciais superficiais, existem restrições para o abastecimento
público, principalmente nos Estados do Ceará, Bahia e Pernambuco. Embora a
poluição por esgotos domésticos e industriais seja o principal problema observado Barragem Armando Ribeiro Gonçalves- RN
em todos os Estados, tais restrições devem-se principalmente aos processos de FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
eutrofização e salinização de açudes.
O fenômeno da eutrofização, resultante do nível excessivo de nutrientes na água,
está usualmente associado ao uso e ocupação do solo na bacia hidrográfica e à
falta de controle das atividades agrícolas, da drenagem pluvial urbana e do
lançamento de esgotos. A salinização ocorre principalmente nos açudes situados
na região semi-árida, devido ao maior consumo de água de um reservatório ser
por evaporação, ou naqueles localizados próximo à costa, em decorrência do
transporte de aerossóis marinhos.
identificação de mananciais com restrições de qualidade da água para situação crítica por manancial e sistema – tanto o manancial quanto o sistema
abastecimento humano. produtor apresentam deficiência no balanço oferta-demanda nos horizontes
de planejamento.
Para Mananciais Subterrâneos:
Para o Cenário Otimista e horizonte de 2025, observa-se que, dos 1.256 municípios
presença de rochas sedimentares (aqüíferos porosos) nas sedes municipais; e da área de abrangência do ATLAS, 26,8% estarão servidos por sistema de
produtividade dos aqüíferos. abastecimento de água satisfatório, correspondendo a uma população de
8,4 milhões de habitantes, 2,7% terão abastecimento por meio de manancial
Para os Sistemas Produtores de Água: deficitário, 52,8% serão abastecidos por sistemas de produção de água críticos e
17,7%, por sistema produtor e mananciais classificados ambos como críticos.
comparação entre disponibilidade hídrica (superficial e subterrânea) dos
Tais dados indicam que, caso não sejam implantadas soluções adequadas, e mesmo
mananciais e capacidade de produção de água dos sistemas existentes; e
se consideradas ações para redução das demandas hídricas urbanas, em 2025,
comparação entre capacidade de produção dos sistemas e demandas hídricas. 41 milhões de habitantes da região ainda não terão garantias de oferta de água
para abastecimento humano.
Mossoró- RN
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
PROPOSIÇÃO DE SOLUÇÕES
Barragem Armando Ribeiro Gonçalves- RN
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
DIRETRIZES E CRITÉRIOS ADOTADOS
A identificação de soluções para os problemas diagnosticados tomou por base as A partir dessas diretrizes, a análise da criticidade da oferta de água resultou nos
condições do Cenário Otimista, até o horizonte do ano de 2025, ou seja, seguintes procedimentos gerais:
considerando a implementação de intervenções para gestão da demanda de água
As sedes municipais com oferta de água classificada como satisfatória até ao
e otimização de seu uso.
menos o ano de 2015 tiveram seus mananciais e respectivos sistemas
Para a avaliação e seleção das alternativas técnicas (mananciais e obras de cadastrados em uma Ficha Técnica;
infra-estrutura hídrica), foram adotadas as seguintes diretrizes:
Para as sedes municipais com sistemas ou mananciais classificados como
O aproveitamento dos recursos hídricos locais e regionais deve ser prioritário; insatisfatórios, ou seja, com déficits identificados já para 2005 ou até 2015,
o ATLAS avaliou e selecionou a melhor alternativa de solução, considerando
As obras de regularização existentes, com excedentes hídricos, devem ser
os projetos localizados já elaborados ou planejados, bem como obras licitadas,
prioritariamente utilizadas. A proposição de novos barramentos para o
em licitação ou em implantação, conforme apresentado nos Relatórios de
abastecimento humano deve ser adotada somente na ausência de outra solução
Identificação de Obras – RIOs.
de maior viabilidade;
Os procedimentos adotados estão sintetizados no diagrama abaixo.
O abastecimento humano deve ser realizado por meio de fontes com garantia
de quantidade e qualidade de água, preferencialmente por adução direta de Não foram avaliadas alternativas técnicas para déficits identificados após 2015,
reservatórios. A água nos trechos de rios perenizados deve se destinar pois o sistema existente é suficiente para o atendimento da demanda no médio
preferencialmente a usos difusos, como irrigação e dessedentação animal; prazo. Os problemas identificados deverão ser objeto de estudos posteriores,
ajustando-se, principalmente, a análise da disponibilidade hídrica oferecida por
A possibilidade de redução do nível de perdas no sistema de abastecimento de novos mananciais e a estimativa de demandas hídricas.
água deve ser verificada como alternativa ou condicionante à eventual
necessidade de ampliação do sistema produtor;
As obras destinadas ao abastecimento humano das sedes municipais
contempladas no ATLAS, quando necessárias, devem ser dimensionadas
utilizando as demandas estimadas a partir de per capitas realistas, determinados
com base no padrão de consumo de água na região;
Os municípios com população urbana inferior a 5.000 habitantes devem ser
contemplados no estudo quando estiverem nas imediações do traçado de
sistemas adutores propostos;
Os pólos de desenvolvimento econômico identificados devem ser analisados
sob a ótica dos impactos causados no uso quali-quantitativo da água para o
abastecimento humano das sedes municipais contempladas no estudo;
O planejamento existente de canais, eixos de integração e barragens de usos
múltiplos deve ser considerado como um cenário no estudo de alternativas
técnicas de uso da água para abastecimento humano. Essas obras de infra-
estrutura hídrica não devem ser submetidas a estudos de sustentabilidade no
ATLAS, sendo consideradas apenas como possível fonte hídrica.
≡ Utilização ou Adequação de Solução Disponível, compreendendo os 12% dos municípios deverão contar com obras já concluídas, hoje em andamento,
seguintes casos: adequadas ao suprimento de sua população urbana;
aproveitamento integral de sistema existente e em operação: quando o 7% dos municípios possuem soluções já definidas especificamente para eles,
sistema mostrou-se satisfatório para atendimento às demandas estimadas em projetos adequados, recomendando-se a sua implantação;
pelo ATLAS, até ao menos o ano de 2015; 39% dos municípios deverão ter seus sistemas de produção de água bruta
adoção de solução preexistente: quando existem obras em andamento, ampliados; e
contratadas ou em fase de licitação, suficientes para suprir os déficits 9% dos municípios serão abastecidos por novos mananciais, mediante a
identificados; no caso de obras paralisadas, o motivo foi levado em conta construção de novos sistemas adutores – integrados ou isolados.
para a confirmação da solução;
adoção de projeto preexistente: quando existe projeto ou estudo específico
para solução dos déficits por manancial ou sistema, incorporando a proposta
como uma das alternativas recomendadas pelo ATLAS;
Adutora Mossoró- RN
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
TOTAL 147.323.236,00
TOTAL 107.221.440,00
TOTAL 441.782.179,00
TOTAL 212.276.065,00
TOTAL 309.668.041,00
TOTAL 1.378.072.999,00
TOTAL 192.176.330,00
TOTAL 21.757.225,00
TOTAL 733.582.560,00
TOTAL 52.909.108,00
Adutora Cariri- PB
FOTO Eraldo Peres | Banco de Imagens ANA
ISBN 85-89629-11-2