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Cuiabá-MT

KCM Editora
SETEMBRO-2009
© 2009. SEMA - Secretaria de Estado do Meio Ambiente

M433p
Mato Grosso. SEMA.
Plano Estadual de Recursos Hídricos. / SEMA – Secretaria
de Estado do Meio Ambiente. Cuiabá: KCM Editora, 2009.
184p. ; 21,0x29,7cm.
ISBN: 978-85-7769-071-8
1. Hidrografia (Mato Grosso). 2.Recursos Hídricos.
3.Plano Estadual – Mato Grosso. I.Título.

CDU 556.18 (817.2)

Divisão Administrativa e Comercial


Margareth Paesano da Cunha Junqueira

Divisão Técnico-Pedagógica
Rommel Kunze

Fotos
SECOM - Secretaria Estadual de Comunicação de Mato Grosso
Roberto Ribeiro

Revisão Ortográfica
Márcia Carvalho de Souza

Capa
Leonice de Souza Lotufo

Realização Editorial e Impressão


KCM Editora & Distribuidora Ltda
Av. Ipiranga 1322 - Porto
Tel.: (065) 3624-3223
CEP: 78031-030 - Cuiabá-MT
Site: www.kcmeditora.com.br
E-mail: kcmeditora@terra.com.br
República Federativa do Brasil
Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva
Vice-Presidente: José Alencar Gomes da Silva

Ministério do Meio Ambiente


Ministro: Carlos Minc Baumfeld
Secretária-Executiva: Izabella Mônica Vieira Teixeira

Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano


Secretário: Vicente Andreu Guillo
Chefe de Gabinete: Ronaldo Hipólito Soares

Diretoria de Recursos Hídricos


Diretor: João Bosco Senra

Diretoria de Revitalização de Bacias Hidrográficas/Programa Pantanal


Diretor: Júlio Thadeu Silva Kettelhut

Projeto BRA/OEA/01/002
Rodrigo Speziali Carvalho
Sílvia de Fátima Neviani Vallini

Apoio Técnico do PERH/MT


Coordenador GAP/DRH/SRHU: Marco José Melo Neves
Coordenador adjunto GAP/DRH/SRHU: Maurício dos Santos Pompeu

Equipe Técnica
Adriana Lustosa da Costa
Danielle Bastos Serra de Alencar Ramos
Fabiano Chaves da Silva
Juliana Guedes da Costa Bezerra
Luciane Rodrigues Lourenço
Roseli dos Santos Souza
Simone Vendruscolo
Leda Fontelles da Silva Tavares
Luiz Augusto Bronzatto
Maria Manuela Moreira
Rodrigo Matiolli “in memorian”

Equipe de Apoio
Lucimar Cantanhede Verano
Marcela Alves do Bomfim
Marcus Vinícius Teixeira Mendonça
Rosângela de Souza Santos
GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO

Governador: Blairo Borges Maggi


Vice-Governador: Silval da Cunha Barbosa
Secretaria de Estado de
Secretaria de Estado de Justiça Desenvolvimento do Turismo
e Segurança Pública Yuri Alexei Vieira Jorge
Diógenes Gomes Curado Filho
Secretaria de Estado de Infra-Estrutura - Sinfra
Secretaria de Estado da Casa Civil Vilceu Francisco Marchetti
Eumar Roberto Novacki
Secretaria de Estado de Educação
Secretaria de Estado da Casa Militar Ságuas Moraes Sousa
Alexander Torres Maia
Secretaria de Estado de Administração
Secretaria de Estado de Planejamento Geraldo Aparecido De Vitto Júnior
e Coordenação Geral
Yênes Jesus de Magalhães Secretaria de Estado de Saúde
Augustinho Moro
Secretaria de Estado de Fazenda
Éder de Moraes Dias Secretaria de Estado de Comunicação Social
Eumar Roberto Novacki
Secretaria de Estado da Auditoria Geral
Jose Gonçalves Botelho do Prado Procuradoria Geral do Estado
Dorgival Veras de Carvalho
Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Rural - Seder Secretaria de Estado de Meio Ambiente
Neldo Egon Weirich Luis Henrique Chaves Daldegan

Secretaria de Estado de Indústria, Secretaria de Estado de Esportes e Lazer


Comércio Minas e Energia José Joaquim de Souza Filho
Pedro Jamil Nadaf
Secretaria de Estado de Cultura
Secretaria de Estado de Trabalho, Emprego, Paulo Pitaluga Costa E Silva
Cidadania e Assistência Social
Terezinha de Souza Maggi Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Francisco Tarquínio Daltro

Secretaria Extraordinária de Projetos


Estratégicos - MT Regional
Jose Aparecido dos Santos

Secretaria Extraordinária de Apoio


às Políticas Educacionais
Flávia Maria de Barros Nogueira
SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE

Secretário de Estado do Meio Ambiente


Luis Henrique Chaves Daldegan Superintendência de Fiscalização
Gley Alves de Almeida Castro
Secretário Adjunto de Mudanças Climáticas
Afrânio Cezar Migliari Superintendência de Procedimentos
Administrativos e Autos de Infração
Secretário Adjunto de Qualidade Ambiental Jânio Gonçalo Maciel de Moraes
Salatiel Alves de Araújo
Apoio Técnico do PERH/ SEMA/MT
Ouvidoria Setorial do Meio Ambiente Coordenador: Leandro Maraschin
Daniel Couto Valle
Equipe Técnica
Gabinete do Secretário Executivo
Moacir Couto Filho Adélia Alves de Araújo
Aldeniza Rocha Venâncio
Gabinete de Direção Carla de Cássia Ferreira dos Santos
Isabel Maia Eça Santos Doroty Queiroz Topanotti
Ellen Kenia Kuntze Pantoja
Superintendência de Recursos Hídricos Lênis Terezinha Falcão Moreira da Silva
Luiz Henrique Magalhães Noquelli Leonice de Souza Lotufo
Lilian Fátima de Moura Apoitia
Superintendência de Monitoramento Luiz Henrique Magalhães Noquelli
de Indicadores Ambientais Nédio Carlos Pinheiro
Elaine Corsini Olga Pekummer
Railda Assis dos Santos
Superintendência de Infra Estrutura, Regina Milhomem de Abreu Balata
Mineração, Indústria e Serviços Sérgio Batista de Figueiredo
Lílian Ferreira dos Santos Faria Sibelle Christine Glaser Jakobi
Victória de Mello Arruda
Superintendência de Biodiversidade
Eliani Facchin

Superintendência de Defesa Civil


Agnaldo Pereira de Souza

Superintendência de Educação Ambiental


Vânia Márcia M. Guedes César

Superintendência de Gestão Florestal


Alex Sandro Antonio Marega
CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS –
CEHIDRO

Presidência
Luis Henrique Chaves Daldegan Associação Brasileira de Águas Subterrâneas - ABAS
Antônio Brandt Vecchiatto - Titular
Secretário Executivo Eliana Freire Gaspar De Carvalho Dores - Suplente
Luiz Henrique Magalhães Noquelli
Empresa de Saneamento da Capital - Sanecap
Secretaria de Estado de Infra-estrutura - Sinfra Ildisnéya Velasco Dambros - Titular
Lenir da Silva Moraes - Titular Vania Tarcila Borges - Suplente
Edson Luiz Raia - Suplente
Federação das Indústrias do Estado
Secretaria de Estado de Planejamento de Mato Grosso - FIEMT
e Coordenação Geral - Seplan Wilmar José Franzner - Titular
Luiz Gonzaga Toledo - Titular Adilson Varela Ruiz - Suplente
Juracy de Ozeda Ala Filho - Suplente
Instituto Pantanal Amazônia de Conservação - IPAC
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural - Seder Décio Eloi Siebert - Titular
Rogério Monteiro Costa e Silva - Titular Fábio Souza e Castro - Suplente
Flávio Osário Peixoto - Suplente
Instituto Creatio
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Alessandra Panizi de Souza - Titular
do Turismo - Sedtur Maria Dilcéia Barbosa - Suplente
Geraldo Donizete Lúcio – Titular
Amanda Aparecida de Miranda Maciel - Suplente Cooperativa dos Pescadores e Artesãos de
Pai André e Bom Sucesso - Coorimbatá
Secretaria de Estado de Saúde - Ses Josita Correto da Rocha Priante - Titular
Telma Luzia Monteiro - Titular Nicolau Priante Filho - Suplente
Vera Lúcia Dias Lopes - Suplente
Associação Regional de Pesquisa
Secretaria de Estado de Indústria, Científica e Ambiental - ARPCA
Comércio, Minas e Energia - Sicme Eloy Antônio Brandão - Titular
Terezinha Cintra Paes de Barros - Titular Marly Batista de Aguiar - Suplente
Joaquim Jurandir Pratt Moreno - Suplente
Rede Araguaia de Organizações
Universidade do Estado de Mato Grosso - UNEMAT Eco-Culturais – Raeong’s
Edenir Maria Serrigatto - Titular Ciro Gomes de Freitas - Titular
Rivanildo Dallacart – Suplente Nattany Elida de Oliveira Melo - Suplente

Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT Instituto Matogrossense de Direito e


Alexandre Silveira - Titular Educação Ambiental - IMADEA
Renato Blat Migliorini - Suplente Valquíria de Carvalho Azevedo -Titular
Rodrigo Alexandre Azevedo de Araújo – Suplente
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos
Recursos Naturais Renováveis - Ibama Comitê das bacias hidrográficas dos Ribeirões
Cinthia Barroca De Castro - Titular Várzea Grande e Sapé - COVAPÉ
Yugo Marcelo Miyakawa - Suplente Maria de Fátima de Amaral Moura

Associação Matogrossense dos Municípios - AMM


Karolini Mendes Porto - Titular
Tarciana do Nascimento Pereira - Suplente

Associação Brasileira de Engenharia


Sanitária e Ambiental - ABES
Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima - Titular
Rubem Mauro Palma de Moura - Suplente
GRUPO GOVERNAMENTAL INSTITUÍ-
DO PARA ACOMPANHAR O PERH

Antônia Gurana de Oliveira – SEDTUR


Geraldo Donizete Lúcio – SEDTUR
Joaquim Jurandir Pratt Moreno – SICME COLABORADORES
Juraci de Ozeda Ala Filho – SEPLAN
Lourival Lopes Gonçalves – SICME Adair José de Moraes - AQUAMAT
Luiz Gonzaga Toledo – SEPLAN Antonia Gunara Oliveira - SEDTUR/MT
Macelo de Oliveira e Silva – SINFRA Benedito Cesar - FUNAI
Neldo Egon Weirich – SEDER Breno C. F. Ceulher - SINDALCOOL
Rogério Monteiro Costa e Silva – SEDER Denise A. R. Amorim - SEPLAN/MT
Valdir Gonçalo dos Reis – SES Edenir Maria Serigatto - UNEMAT
Vera Lúcia Dias Lopes – SES Geraldo Donizeti Lucio - SEDTUR/MT
Isidoro Salomão - FORMAD/CDDH
Ivana Célia Lobato - SEPLAN/MT
Janete Zerwes - FAMATO
José Luiz Gomes Zoby - ANA
Ribenildes Carla Gomes e Souza - FIEMT
CONSULTORES Samir Curi - EMPAER
Solange I. Castrillon - FORMAD
Wilson da Costa Simões – Coordenador Nacional Susan Dignart - SEPLAN
Sérgio Adão Simião – Coordenador Estadual Valquim F. da Silva - SEDER
Adriano Souza de Almeida – Apoio Técnico Vanda A. dos Santos - FLEC – Cáceres
Antônio Eduardo Giansante - Hidrologia
Daniel Vilani - Economia
Elimar Pinheiro do Nascimento - Cenários
Emerson Soares dos Santos – Geografia
Kátia Viviane Kintschner Lopes - Demógrafa
Luiz Augusto Biazzi - Economia
Maria de Lourdes Sá Barreto Pimentel – Socioeconomia
Maria Luiza Machado Granziera – Legal-Institucional
Roberto Eduardo Kirchheim - Hidrogeologia
Vilma Maria Cavinatto Rivero – Qualidade da Água
Vinícius Carlos Carvalho - Cenários
Wagner Oliveira Moraes – Auxiliar Técnico
Wilton José Silva da Rocha - Hidrogeologia
APRESENTAÇÃO

A água é um bem natural, de domínio público e indispensável à vida e às atividades humanas


e por isso tem sido a questão ambiental com maior poder de integração dos diversos setores e seg-
mentos da sociedade. Sua gestão deve ser integrada, participativa e descentralizada onde o gestor
público compartilha com todos os cidadãos a responsabilidade de garantir água em quantidade e
qualidade suficientes à atual e futuras gerações.
O território mato-grossense é considerado um Estado produtor de águas, pois nele estão
inseridas nascentes dos principais rios que compõem as Regiões Hidrográficas do Paraguai, Ama-
zônica e Tocantins-Araguaia, exercendo papel estratégico na manutenção e conservação de suas
águas e à jusante de seu território.
Esta disponibilidade abundante tem sido motivo de planejamento de ações de proteção
deste precioso recurso natural. Fato que se consolida na elaboração do “Plano Estadual de Re-
cursos Hídricos-PERH”, o qual foi aprovado pela Resolução nº. 26, de 02/06/2009 do Conselho
Estadual de Recursos Hídricos-CEHIDRO, e que dá a Mato Grosso uma posição de liderança na
Amazônia, sendo o primeiro Estado a construir um plano estratégico para o uso racional e sus-
tentável de suas águas.
O Plano Estadual de Recursos Hídricos é um dos instrumentos da Política Estadual de Recur-
sos Hídricos, instituído pela Lei nº 6.945, de 05/11/97, que fundamenta e orienta o gerenciamento
dos recursos hídricos. É um conjunto de projetos, com os seus respectivos planos de investi-
mentos e monitoramento, para ser executado a curto, médio e longo prazos, em um horizonte
temporal, até 2.027.
O Plano foi construído sob a Coordenação Estadual da Secretaria de Estado de Meio Ambien-
te SEMA-MT, com o aporte técnico, institucional e financeiro da Secretaria de Recursos Hídricos e
Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente e com participação social consultiva, permitindo
um debate qualificado, onde o conhecimento dos mais variados matizes e setores da sociedade
civil, dos usuários de água, das entidades de ensino e pesquisa e dos órgãos integrantes das três
esferas de governo, foram agregados para subsidiar a consolidação dos projetos.
De caráter eminentemente estratégico, o PERH considerou a pluralidade social, econômica,
ambiental e cultural do Estado expressa nos Estudos do Zoneamento Socioeconômico Ecológico -
ZSEE – e no Programa “Mato Grosso + 20”, sendo concebido sob a perspectiva da transversalidade
e da articulação com as demais políticas públicas intervenientes que subsidia linhas temáticas e
diretivas do Plano Plurianual do Governo.
Com a implementação do Plano Estadual de Recursos Hídricos pretende-se contribuir para o
alcance das metas de desenvolvimento do milênio em direção a um futuro desejável, na qual Mato
Grosso entra para um novo ciclo de desenvolvimento sustentável, com crescimento econômico alto,
ampla diversificação da estrutura produtiva e adensamento das suas cadeias, que agregam valor e
transbordam para o tecido social com a melhoria significativa da qualidade de vida e dos indica-
dores sociais e com a redução da degradação ambiental sobre os recursos hídricos e ecossistemas
mato-grossenses.

Blairo Borges Maggi


Governador do Estado de Mato Grosso
Sumário

APRESENTAÇÃO 15

INTRODUÇÃO 23

1. DIAGNÓSTICO 29

1.1. Aspectos Institucionais .................................................................................... 30


1.1.1. Unidades de Planejamento e Gerenciamento - UPGs ................................................................. 31
1.2. Caracterização Geral do Estado e das UPGs.......................................................... 31
1.2.1. Aspectos do Meio Natural ........................................................................................................ 31
1.2.2. Aspectos Demográficos ............................................................................................................ 37
1.2.3. Aspectos Econômicos............................................................................................................... 37
1.2.4. Saúde pública.......................................................................................................................... 40
1.3. Disponibilidade dos Recursos Hídricos ................................................................. 40
1.3.1. Águas subterrâneas ................................................................................................................. 40
1.3.2. Águas superficiais ................................................................................................................... 43
1.4. Análise do Uso das Águas ................................................................................. 44
1.5. Avaliação da Qualidade dos Recursos Hídricos ...................................................... 46
1.6. Monitoramento da qualidade da Água ................................................................. 47
1.7. O Balanço Hídrico - Demanda X Disponibilidade .................................................... 52
1.8. Classificação das UPGs segundo níveis de criticidade ............................................. 52

2. PROGNÓSTICO 59

2.1. Metodologia de Cenários Adotada ..................................................................... 59


2.1.1. Condicionantes de futuro ......................................................................................................... 60
2.1.2. Principais atores ..................................................................................................................... 60
2.1.3. Incertezas críticas de contexto e suas hipóteses ........................................................................ 60
2.1.4. Investigação morfológica ......................................................................................................... 61
2.1.5. Matriz de sustentabilidade política dos cenários ....................................................................... 61
2.1.6. Regiões para a elaboração dos cenários .................................................................................... 62
2.2. Cenários Considerados na Elaboração do Prognóstico ............................................ 62
2.2.1. Cenário I - Desenvolvimento Sustentável .................................................................................. 62
2.2.2. Cenário II - Dinamismo Excludente .......................................................................................... 63
2.2.3. Cenário III - Crescimento Conservador..................................................................................... 64
2.3. Projeções Econômicas ..................................................................................... 64
2.3.1. Metodologia das projeções ....................................................................................................... 64
2.3.2. Projeções por cenários ............................................................................................................. 65
2.4. Disponibilidade de Água e Consumo Potencial ...................................................... 66
2.4.1. Pressupostos Metodológicos .................................................................................................... 66
2.4.2. Disponibilidade de águas superficiais........................................................................................ 67
2.4.3. Águas Subterrâneas ............................................................................................................... 68
2.4.4. Balanço entre oferta e demanda potencial ............................................................................................70
2.5. Qualidade da Água ......................................................................................... 77
2.5.1. Avaliação da Qualidade das Águas .......................................................................................... 82
2.6. Criticidade na Disponibilidade e Uso ................................................................... 86
2.7. Visão de Futuro ............................................................................................. 87
2.8. Proposta de Diretrizes...................................................................................... 91

3. DIRETRIZES, PROGRAMAS E PROJETOS 99

4. DETALHAMENTO DOS PROJETOS SEGUNDO DIRETRIZES E PROGRAMAS 105

4.1. Desenvolvimento e Implementação de Instrumentos de Gestão de RH ......................106


4.1.1. Cadastro de uso e usuários de Recursos Hídricos..................................................................... 106
4.1.2. Rede de Monitoramento Quali-Quantitativa ............................................................................ 110
4.1.3. Elaboração de planos de bacias hidrográficas ......................................................................... 121
4.1.4. Sistema de informações sobre RH .......................................................................................... 121
4.1.5. Sistema de Outorga de direitos de uso dos RH ........................................................................ 123
4.1.6. Fiscalização do uso do RH ..................................................................................................... 124
4.1.7. Estudo e Enquadramento dos RH ........................................................................................... 125
4.1.8. Aplicação de instrumentos econômicos à gestão de RH ........................................................... 126
4.1.9. Estruturação e implementação do acompanhamento e monitoramento do PERH...................... 127
4.2. Desenvolvimento Legal e Institucional da Gestão Integrada de RH ...........................129
4.2.1. Reestruturação e Fortalecimento do Sistema de Gerenciamento de RH............................................ 129
4.2.2. Revisão e atualização do marco legal e institucional ............................................................... 133
4.2.3. Sustentabilidade econômico - financeira de gestão dos RH ...................................................... 135
4.2.4. Apoio aos Municípios para sua integração ao Sistema de gerenciamento RH ........................... 136
4.3. Desenvolvimento Tecnológico e Capacitação ........................................................137
4.3.1. Divulgação, capacitação e educação ambiental para a gestão integrada de RH ........................ 137
4.3.2. Desenvolvimento de investigação científica e tecnológica e consolidação de conhecimento em gestão RH........141
4.4. Articulação institucional de interesse à gestão de recursos hídricos..........................146
4.4.1. Mecanismos de gestão integrada de bacias interestaduais....................................................................146
4.4.2. Articulação com o setor de geração hidroelétrica visando à preservação dos usos múltiplos
dos recursos hídricos ............................................................................................................. 147
4.4.3. Articulação institucional e intersetorial na gestão dos recursos hídricos ................................... 148
4.4.4. Conservação do solo e da água e recomposição das matas ciliares em microbacias no meio rural .....150
4.5. Síntese Custos da Fase de Implementação dos Projetos .........................................153
4.6. Cronograma de Implantação dos Projetos ...........................................................157

5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 165

5.1. Conclusões do Diagnóstico ...............................................................................165


5.2. Recomendações do Diagnóstico ........................................................................169
5.3. Conclusões do Prognóstico ..............................................................................170
5.4. Recomendações do Prognóstico ........................................................................172
5.5. Conclusões dos Projetos ..................................................................................173
5.6. Conclusões Relativas aos Custos .......................................................................174

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 179


Sumário de Figuras
Figura 1. Regiões Hidrográficas Nacionais e principais rios. ........................................................................ 29

Figura 2. Regiões Hidrográficas e Unidades de Planejamento e Gerenciamento. ........................................... 32

Figura 3. Precipitação média no Estado de Mato Grosso por UPG. .............................................................. 34

Figura 4. Vegetação natural no Estado de Mato Grosso por UPG................................................................. 35

Figura 5. Principais solos de Mato Grosso................................................................................................... 36

Figura 6. População Total do Estado de Mato Grosso por UPG. ................................................................... 38

Figura 7. Área irrigada no Estado de Mato Grosso por UPG. ...................................................................... 39

Figura 8. Domínios hidrogeológicos do Estado de Mato Grosso. ................................................................... 41

Figura 9. Principais aquíferos do Estado de Mato Grosso. ........................................................................... 42

Figura 10. Disponibilidade Hídrica do Estado de Mato Grosso. .................................................................... 45

Figura 11. Concentração de DBO no estado de Mato Grosso por UPG. ......................................................... 48

Figura 12. Concentração de fósforo no estado de Mato Grosso por UPG. ..................................................... 49

Figura 13. Vulnerabilidade à contaminação das águas subterrâneas por UPG. ............................................. 50

Figura 14. Risco de contaminação das águas subterrâneas por UPG. ........................................................... 51

Figura 15. Qualidade da água no estado de Mato Grosso por UPG. .............................................................. 53

Figura 16. Criticidade do Recurso Hídrico por UPG no estado de Mato Grosso............................................. 55

Figura 17. Regiões para a elaboração dos cenários - Estado de Mato Grosso................................................ 63

Figura 18. Consumo de água em relação à disponibilidade de águas superficiais, cenário I, em 2007 e 2027. .......72

Figura 19. Consumo de água em relação à disponibilidade superficial e subterrânea, Cenário I, em 2027. .............78

Figura 20. Consumo de água em relação à disponibilidade superficial e subterrânea, Cenário II, em 2027. ....... 79

Figura 21. Consumo de água em relação à disponibilidade superficial e subterrânea, Cenário III, em 2027. ..... 80

Figura 22. Indicador de qualidade da água superficial em 2007 e 2027 - Cenário I (Vazão Média). ............. 83

Figura 23. Indicador de qualidade da água superficial em 2007 e 2027 - Cenário II (Vazão Média). ............ 84

Figura 24. Criticidade dos recursos hídricos no cenário I, ano 2007 e 2027. ................................................ 88

Figura 25. Criticidade dos recursos hídricos no cenário I (cenário de referência) e na visão de futuro, ano de 2027. ........ 92

Figura 26. Criticidade dos recursos hídricos no cenário I, ano 2007 (cenário de referência) e na visão de
futuro, ano de 2027. ................................................................................................................ 93
Sumário de Quadros
Quadro 1. Divisão do Estado de Mato Grosso em Bacias Hidrográficas e UPGs. ........................................... 33

Quadro 2. Resumo das estimativas das reservas de água subterrânea - Mato Grosso. .................................... 43

Quadro 3. Altura pluviométrica anual e vazões específicas médias e mínimas, área e volume médio por UPG.........44

Quadro 4. Indicadores referênciais para o cenário I - em 2007, 2011, 2018 e 2027..................................... 65

Quadro 5. Indicadores referênciais para o cenário II - em 2007, 2011, 2018 e 2027. .................................. 65

Quadro 6. Indicadores referênciais para o cenário III - em 2007, 2011, 2018 e 2027. ................................. 66

Quadro 7. Consumo total de água, estimativa da disponibilidade de águas superficiais e % de consumo


nos Cenários I, II e III no ano de 2007. ..................................................................................... 71

Quadro 8. Consumo total de água, estimativa da disponibilidade de águas superficiais e % de consumo


no Cenário I, no ano de 2027. ................................................................................................... 73

Quadro 9. Consumo total de água, estimativa da disponibilidade de águas superficiais e % de consumo


no Cenário II, no ano de 2027. ................................................................................................... 74

Quadro 10. Consumo total de água, estimativa da disponibilidade de águas superficiais e % de consumo
no Cenário III, no ano de 2027. .......................................................................................75

Quadro 11. Consumo total de água superficial e subterrânea disponível nos Cenários I, II e III,
ano 2007, em hm³ e % de consumo.......................................................................................... 76

Quadro 12. Critérios de notas para concentração de Fósforo total no exutório das UPGs............................... 77

Quadro 13. Critérios de notas para concentração de DBO no exutório das UPGs. .......................................... 81

Quadro 14. Critérios de notas para concentração de Nitrogênio total no exutório - UPGs .............................. 81

Quadro 15. Indicador da Qualidade da Água na Etapa de Prognóstico - IQA ................................................ 81

Quadro 16. Criticidade das Regiões e UPGs, nos cenários I, II e III, ano 2007 e 2027. ................................ 89

Quadro 17. Crescimento percentual da área cultivada com lavouras e do rebanho de animais, estimado no
período de 2007 a 2027 - cenário I (referência) no Estado de Mato Grosso................................ 90

Quadro 18. Valores utilizados nas estimativas dos custos dos projetos, por tipo de despesa, segundo
códigos orçamentários . .......................................................................................................... 105

Quadro 19. Indicadores de monitoramento e avaliação do projeto de inventário de poços ........................... 110

Quadro 20. Sugestão de periodicidade da frequência de amostragem.......................................................... 117

Quadro 21. Indicadores de monitoramento da qualidade das águas subterrâneas ........................................ 117

Quadro 22. Indicadores de Monitoramento e Avaliação - Poços Tubulares ................................................. 140

Quadro 23. Indicadores de Monitoramento e Avaliação - Mapa Hidrogeológico ......................................... 143

Quadro 24. Indicadores de Monitoramento e Avaliação - Fomento Acadêmico ........................................... 145

Quadro 25. Temas de interesse comum entre os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul .................... 146

Quadro 26. Síntese dos custos dos Projetos, segundo diretrizes e programas, por tipos de despesas.............. 154

Quadro 27. Cronograma Geral de Implantação dos Projetos ...................................................................... 157


Siglas e Abreviaturas
ANA - Agência Nacional de Águas
ABAS - Associação Brasileira de Águas Subterrâneas
BAP - Bacia do Alto Paraguai
BDA - Brasil das Águas
CEHIDRO - Conselho Estadual de Recursos Hídricos
CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
CNRH - Conselho Nacional de Recursos Hídricos
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CONSEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente
CPRM - Coordenação de Pesquisa em Recursos Minerais
DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio
DICAM - Diretoria de Outorga e Cadastro Mineiro
DNPM - Departamento Nacional de Produção Mineral
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
EMPAER - Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural
FEMA - Fundação Estadual de Meio Ambiente de Mato Grosso
FIEMT - Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso
FMAM - Fundo para o Meio Ambiente Mundial
FNMA - Fundo Nacional do Meio Ambiente
FUNAI - Fundação Nacional do Índio
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IEPHA - Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico
IMAZON - Instituto de Meio Ambiente da Amazônia
INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
IPAN - Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia
IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico Nacional
ISA - Instituto Socioambiental
ISARM - International Shared Aquifer Resources Management
MMA - Ministério do Meio Ambiente
OEA - Organização dos Estados Americanos
OPAN - Operação Amazônia Nativa
OTCA - Organização do Tratado de Cooperação Amazônica
PERH - Plano Estadual de Recursos Hídricos
PNMA - Plano Nacional de Meio Ambiente
PNRH - Plano Nacional de Recursos Hídricos
PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
PRODEAGRO - Programa de Desenvolvimento Agroambiental do Estado de Mato Grosso
SANECAP - Companhia de Saneamento da Capital
SECEX/MMA - Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente
SEDTUR - Secretaria de Estado de Desenvolvimento de Turismo
SEGREH - Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Mato Grosso
SEMA/MT - Secretaria de Estado do Meio Ambiente
SEPLAN-MT - Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso
SES-MT - Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso
SIAGAS - Sistemas de Informações em Águas Subterrâneas
SINFRA - Secretaria de Estado de Infra-Estrutura
SINGREH - Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente
SRHU/MMA - Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente
UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso
UNEMAT - Universidade Estadual de Mato Grosso
UPG - Unidade de Planejamento e Gerenciamento
ZSEE - Zoneamento Sócioeconômico-Ecológico
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Plano Estadual de Recursos Hídricos

INTRODUÇÃO

Três unidades hidrográficas estão inseridas no


território de Mato Grosso: a Região Hidrográfica do Pa-
raguai, com área de 176.800 km2, que abrange 19,6%
da superfície estadual; a Região Hidrográfica Amazô-
nica, com 592.382 km2, que ocupa 65,7% do território;
e a região Tocantins-Araguaia, com 132.238 km2, que
corresponde a 14,7% da superfície do estado.
A configuração da rede hídrica mato-gros-
sense caracteriza o Estado como um exportador de
águas, propiciando o efetivo gerenciamento dos re-
cursos hídricos superficiais, pois, com raras exceções,
os rios que drenam seu território não recebem con-
tribuição das regiões de entorno. Ao mesmo tempo,
as ações de manutenção de qualidade das águas em
Mato Grosso terão reflexos positivos além de seus
limites político-administrativos, sobretudo nas regi-
ões de fronteira.
O diagnóstico elaborado teve por objetivo esta-
belecer um quadro de referência da situação atual dos
recursos hídricos do Estado de Mato Grosso, incluindo
as águas superficiais e subterrâneas, no contexto das
Regiões Hidrográficas Amazônica, Tocantins-Araguaia
e Paraguai. Traçou um quadro de referência atual, que
subsidiou as etapas subsequentes, referentes ao prog-
nóstico, à elaboração de programas de ações e ao
plano de investimentos, estudos estes que permitiram
estruturar o Plano Estadual de Recursos Hídricos do
Estado de Mato Grosso.
A sustentabilidade do agronegócio no estado
de Mato Grosso está diretamente relacionada à uti-
lização de práticas ambientalmente adequadas, nas
áreas destinadas a essa finalidade. Daí a necessidade
de enfatizar que a adoção de práticas sustentáveis de
produção é um dos caminhos a percorrer, não apenas
para a proteção da natureza, mas também e, principal-
mente, com vistas à conservação de dois elementos
fundamentais para essa atividade: água e solo.
A Constituição Federal de 1988 no seu art. 21,
inciso XIX, define como competência da União a insti-
tuição de um sistema nacional de gerenciamento dos
recursos hídricos. Este sistema foi estruturado a partir
da Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, que definiu a
Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH e criou
o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hí-
dricos – SINGREH.
Os princípios que dão fundamento à PNRH são:
1o a água é um bem de domínio público; 2o a água
é um recurso natural limitado, dotado de valor eco-
nômico; 3o em situações de escassez, o uso prioritário
dos recursos hídricos é o consumo humano e a desse-
dentação de animais; 4o a gestão dos recursos hídricos
deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
5o a bacia hidrográfica é a unidade territorial para im-
plementação da Política Nacional de Recursos Hídricos
e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos; 6o a gestão dos recursos hídricos
deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

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Este documento está dividido em capítulos para
melhor exposição dos temas envolvidos. No primei-
ro capítulo é apresentada a situação atual da gestão
dos recursos hídricos no estado de Mato Grosso, ex-
plicitando os atores envolvidos, bem como, o espaço
geográfico utilizado como referência no diagnóstico
elaborado, isto é, as Unidades de Planejamento e Ge-
renciamento - UPGs.
No segundo capítulo é abordado o prognóstico
elaborado, com base em três cenários alternativos so-
bre o desempenho das economias mundial, nacional e
estadual, e seus reflexos sobre a disponibilidade e qua-
lidade dos recursos hídricos, em sete regiões de cena-
rização que agregam as UPGs adotadas como base nos
estudos do diagnóstico. Considera-se como referência
um dos cenários, o desejado e plausível, para construir
a visão de futuro sobre os recursos hídricos no Estado
de Mato Grosso.
O terceiro capítulo trata da definição dos proje-
tos necessários, em função do diagnóstico elaborado
e da visão de futuro a ser perseguida. Estes projetos
estão agregados em grandes programas e sintetizados
nas seguintes diretrizes, seguindo a orientação do Pla-
no Nacional de Recursos Hídricos:
a) Diretriz I: Desenvolvimento e Implementa-
ção de Instrumentos de Gestão de Recursos
Hídricos;
b) Diretriz II: Desenvolvimento Legal e Insti-
tucional da Gestão Integrada de Recursos
Hídricos;
c) Diretriz III: Desenvolvimento Tecnológico e
Capacitação;
d) Diretriz IV: Articulação Institucional de Inte-
resse à Gestão de Recursos Hídricos.
A quantificação dos custos dos projetos identi-
ficados como prioritários está apresentada no quarto
capítulo. Os custos referentes aos diversos projetos
elaborados no relatório anterior e seus respectivos
programas seguem a estrutura das quatro diretrizes
relacionadas no parágrafo anterior.
No último capítulo estão as conclusões e reco-
mendações que foram geradas durante a elaboração
dos diversos estudos dos capítulos anteriores repre-
sentado importante material de consulta para ser utili-
zado por ocasião da implantação do Plano Estadual de
Recursos Hídricos de Mato Grosso .

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Plano Estadual de Recursos Hídricos

Crédito: Marcos Vergueiro/Secom-MT


Descrição: Lago do Manso

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