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2017
Resumo Índice
A utilização sustentável das águas subterrâneas é essencial para per- Resumo ..................................................................................................................................2
mitir o acesso universal a água potável. O presente documento, o Có-
digo de Boas Práticas para a Obtenção de Furos Rentáveis, constitui um Glossário ................................................................................................................................3
ponto de partida para a concretização do acesso económico e susten-
Considerações ....................................................................................................................3
tável a água potável. O termo “rentáveis” refere-se à maximização do
investimento realizado a longo prazo. Os furos são feitos para durar
por um período entre 20 e 50 anos. Assim, o custo mais baixo nem Capítulo 1 Introdução................................................................ 4
sempre é o mais rentável, essencialmente se a qualidade da constru-
ção for comprometida para poupar dinheiro. Uma perfuração barata Capítulo 2 Contexto Operacional ............................................ 5
ou a fraca qualidade da construção podem levar a uma falha precoce
do poço ou contaminação do abastecimento de água. Se os furos fo- Planeamento e Coordenação .................................................................. 5
rem abandonados de seguida pelos seus utentes, claramente não se-
Escolha das Comunidades ........................................................................ 5
rão rentáveis.
Este Manual estabelece nove princípios directamente relacionados Operação e Manutenção........................................................................... 5
com as especificidades da construção de furos (ver abaixo). Devem ser
Recursos Hídricos Subterrâneos e Ambientais................................... 5
cumpridos no sentido de se obterem furos rentáveis. Cada princípio
divide-se em subprincípios que indicam os procedimentos que devem
ser seguidos e recomendam a definição de normas mínimas e respec- Capítulo 3 Princípios .................................................................. 6
tivo cumprimento.
1. Empresas Profissionais de Perfuração e Consultores .............. 6
Deste modo, este Código de Boas Práticas fornece um quadro de aná-
lise dos pontos fortes e fracos das políticas e práticas existentes. De- 2. Localização ......................................................................................... 7
verá ser usado como fundamento para a elaboração de protocolos
3. Método de Construção ................................................................. 8
nacionais para fornecimento de furos rentáveis. Constituirá a base para
os diversos intervenientes analisarem se estão a trabalhar em confor- 4. Adjudicação ...................................................................................... 9
midade com as práticas internacionais, e pode ser usado pelos doa-
dores para reverem as condições do financiamento. 5. Configuração e Construção ....................................................... 11
Nove Princípios para a Obtenção de Furos Rentáveis 6. Gestão, Supervisão e Pagamento de Contratos ................ 12
7. Dados e Informações ................................................................... 14
Princípio n.º 1: Empresas Profissionais de Perfuração e Con-
sultores – A construção de furos de captação de água e a sua su- 8. Base de Dados e Registos .......................................................... 15
pervisão são realizadas por entidades profissionais e competentes
que respeitam as normas nacionais e são reguladas pelo sector pú- 9. Acompanhamento......................................................................... 16
blico.
Princípio n.º 2: Localização – Aplicam-se práticas adequadas de Anexo A Exemplos de Caderno de Encargos (C.E.) .............. 17
localização de forma competente e científica.
Princípio n.º 3: Método de Construção – O método de constru- Anexo B Modelo de Classificação do Risco e Planos
ção seleccionado para o furo será o mais económico, tendo em de Pagamento .............................................................. 18
conta a configuração e as técnicas disponíveis no país. A tecnologia
de perfuração tem de se adequar à configuração do furo.
Anexo C Selecção do Método de Perfuração ........................ 19
Princípio n.º 4: Adjudicação – Os procedimentos de adjudica-
ção asseguram que os contratos são concedidos a empresas de
perfuração e consultores experientes e qualificados. Anexo D Exemplos de Configuração dos Furos ....................20
Princípio n.º 5: Configuração e Construção – A configuração do
furo será rentável, deve durar de 20 a 50 anos, tendo por base pa- Anexo E Sugestão de Modelo de Registo de
drões mínimos para criação de um furo adequado à sua finalidade. Conclusão de Furos .................................................... 24
Princípio n.º 6: Gestão, Supervisão e Pagamento de Contratos
– Estão reunidas as condições necessárias para assegurar uma cor-
recta gestão, supervisão e o pagamento atempado da empresa de
perfuração.
Princípio n.º 7: Dados e Informações – São recolhidos dados de
qualidade de natureza hidrogeológica e de construção do furo
num formato padronizado, sendo estes depois entregues à autori-
dade governamental competente.
Princípio n.º 8: Base de Dados e Registos – O armazenamento
dos dados hidrogeológicos é feito por uma entidade governamen-
tal central com registos actualizados, sendo as informações dispo-
nibilizadas gratuitamente e usadas para preparar os requisitos do
furo.
Princípio n.º 9: Acompanhamento – Realizam-se visitas regu-
lares a consumidores de água com furos concluídos, para acompa-
nhar a funcionalidade a médio prazo, bem como a longo prazo de
acordo com as conclusões divulgadas.
2
Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Glossário
Acompanhamento – Verificação periódica do funcionamento dos Mobilização comunitária – Processo de preparação de uma co-
furos, bombas e laje de soleira e da gestão comunitária da fonte munidade para a chegada de uma empresa (ou ONG) que irá cons-
de água, bem como níveis e qualidade da água. truir um sistema melhorado de abastecimento de água (ex.: furo
de captação de águas) e planear a posterior gestão e manutenção
Adjudicação – Processo de escolha de empresa de perfuração, da mesma. A mobilização comunitária também pode incluir a re-
consultor hidrogeológico ou fornecedor para executar um deter- colha de contribuições em dinheiro ou em géneros para a constru-
minado serviço ou obra. ção pelo governo local, ONG ou doador envolvidos.
Bio-incrustação – As bactérias no aquífero facilitam a acumulação Operação e Manutenção – Funcionamento e manutenção do furo
de ferro e outros metais, causando a formação de biofilme no filtro de captação de água, da bomba e da laje de soleira para que seja
e no tubo de revestimento do poço. Quando a acumulação desse possível obter água potável suficiente em todos os momentos ao
biofilme origina problemas de incrustação ou corrosão do filtro e longo da duração esperada do equipamento e assegurando que a
revestimento do poço, o processo é denominado bio-incrustação. zona envolvente esteja limpa. Isto também abrange a protecção
da cabeça do furo, assistência pós-construção e acesso a peças
Configuração do furo – Escolha da profundidade, diâmetro e ma- sobressalentes para manutenção da bomba e do furo.
terial de revestimento do furo e técnica de perfuração a usar.
Planeamento a nível comunitário – Avaliação prévia ao projecto
Consultor hidrogeológico – Indivíduo ou empresa profissional da situação vigente em termos de água e no campo socioeconó-
responsável pela localização e configuração do furo de captação mico na comunidade para estabelecer o tipo de serviço de abas-
de água. tecimento de água mais indicado.
Controlo de qualidade – Garantir que tanto as bombas e as peças Pré-filtro – Estrutura permeável, que se coloca de forma artificial
sobressalentes fornecidas como a construção do furo obedecem no espaço anular em torno do filtro do furo de captação de águas.
às condições estabelecidas. Tem de ter uma espessura mínima de 70mm para ser eficaz; se for
mais fino, é um maciço filtrante (acima).
Dados – Todos os factos sobre o furo recolhidos antes e durante
a perfuração, desenvolvimento, acabamento e ensaio de bomba- Processo de Escolha das Comunidades – Processo através do
gem. qual se escolhem as comunidades que beneficiarão de um furo.
Desenvolvimento – Limpeza de um furo após a sua construção, Rebaixamento – A diminuição do nível das águas causada pelo
por meio de jactos de água ou de outra forma, até a água do poço bombeamento de águas subterrâneas.
estar limpa e sem materiais finos.
Rebaixamento do nível freático – Efeito que a acção de bombear
Empresa de Perfuração – Firma privada ou ONG dedicada à per- um poço tem no fluxo sazonal nas nascentes, no rebaixamento de
furação de poços para construir furos para abastecimento de água. poços próximos ou na secagem de zonas húmidas.
Estimativa dos custos totais – Ponderação de um preço justo e Rendimento – Este termo é muitas vezes utilizado incorrecta-
razoável para as obras, determinada por um engenheiro profissio- mente. As empresas de perfuração muitas vezes falam em Rendi-
nal (incluindo mão-de-obra, equipamento, material e um valor ra- mento quando, na realidade, querem dizer: (a) o fluxo medido du-
zoável para despesas gerais e lucro). rante a perfuração com ar comprimido, ou (b) a velocidade a que
a água era bombeada durante o ensaio de bombagem. Na ver-
Explicação do Método – Documento que estabelece com clareza dade, o rendimento efectivo do furo depende da geometria do
os detalhes de como o trabalho será realizado. aquífero e das suas propriedades hidráulicas, combinadas com o
máximo rebaixamento permitido nessas condições específicas. É
Furo – Poço de água perfurado no solo e parcial ou totalmente importante salientar que esta definição não tem em conta os re-
revestido para extracção de águas subterrâneas. cursos hídricos subterrâneos renováveis.
Interferência – O efeito que a acção de bombear um poço tem no Sensibilização das comunidades – Em geral refere-se ao processo
rebaixamento dos poços próximos. através do qual os consumidores de água de dada comunidade
são informados sobre as opções técnicas para a melhoria de uma
Laje de soleira – Estrutura em betão à volta de um furo de cap-
fonte de água e os requisitos que têm de preencher para beneficiar
tação de água para proporcionar uma zona relativamente limpa e
dela.
controlar o escoamento de água para fora do poço.
Tecnologia de Perfuração – O método de construção e o equipa-
Locação de contrato de aquisição – Contrato de locação com op-
mento utilizados para fazer o furo de captação de água.
ção exclusiva do direito de preferência para aquisição posterior do
item.
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Capítulo 1 Introdução Para os furos (por vezes denominados poços perfurados para capta-
ção de água ou poços tubulares) serem rentáveis, têm de ser bem de-
Estima-se que 884 milhões de pessoas não têm acesso a uma fonte finidos, localizados de modo adequado e perfurados com recurso a
melhorada de água potável, das quais 84% vivem nas zonas rurais métodos e equipamentos apropriados. Nos casos em que se recorre
(OMS/UNICEF 2010). Embora o mundo esteja no bom caminho para ao sector privado, têm de ser seguidos os procedimentos competen-
alcançar a meta do Objectivo de Desenvolvimento do Milénio (ODM) tes de adjudicação e gestão de contratos. As empresas de perfuração
de “reduzir para metade, até 2015, a percentagem da população sem e os supervisores têm de assegurar a qualidade da construção.
acesso permanente a água potável”, é extremamente improvável que
O CBP centra-se em nove princípios que estão directamente relacio-
esta meta seja atingida nas zonas rurais da África Subsariana. Tam-
nados com as especificidades da construção de um furo de captação
bém é importante destacar que, ao procurar cumprir a meta supra-
de água (Figura 1). Estes princípios devem ser observados para obter
mencionada, tem havido a tendência de concentrar as verbas públi-
furos rentáveis. Cada princípio divide-se em subprincípios que indicam
cas na construção de infra-estruturas para abastecimento de água
os procedimentos que devem ser seguidos e recomendam a definição
em detrimento do desenvolvimento institucional, melhoria de recur-
de normas mínimas e respectivo cumprimento.
sos humanos e sistemas de acompanhamento ou a devida conside-
ração pela viabilidade a longo prazo do serviço de abastecimento O CBP reconhece o contexto de operação dos programas para cons-
melhorado (RWSN 2010). trução dos poços perfurados. Em particular, serão discutidos de forma
geral quatro aspectos do contexto operacional imediato (planea-
Os serviços melhorados de abastecimento de águas subterrâneas
mento e coordenação, selecção das comunidades, operação e manu-
(em particular poços perfurados e cavados à mão) proporcionam a
tenção, e protecção de recursos hídricos subterrâneos e ambientais),
uma percentagem significativa de habitantes de zonas rurais acesso
conforme disposto na Figura 1. Estes são fundamentais ao funciona-
a água potável a uma distância razoável de sua casa. Estima-se que
mento duradouro dos recém-construídos serviços de abastecimento.
seja necessário abrir cerca de 60.000 furos por ano só na África
O contexto alargado dos enquadramentos legal, institucional e polí-
Subsariana para alcançar a Meta do ODM. As águas subterrâneas
tico, o meio ambiente, as comunicações e os recursos humanos e fi-
são praticamente omnipresentes e podem ser utilizadas de forma
nanceiros também são importantes, mas não se incluem no âmbito do
relativamente barata e progressiva para satisfazer a procura. Muitas
CBP. Assim, o contexto alargado só será abordado em relação directa
vezes têm um custo de investimento menor que a água de superfí-
com os nove princípios.
cie, geralmente têm uma excelente qualidade natural e normalmente
podem usar-se sem necessidade de tratamento. As águas subterrâ- Figura 1. Âmbito e Prioridades do Código de Boas Práticas
neas habitualmente têm pelo menos algum tipo de protecção contra
a poluição causada por actividades humanas. No entanto, têm sido Contexto alargado
manifestadas algumas preocupações sobre inconstâncias na quali- Enquadramentos legal Enquadramentos institucional Enquadramentos político
dade das construções e os elevados custos dos furos de captação de Meio ambiente Comunicações Recursos humanos e financeiros
1
Nalguns países, o protocolo é denominado estratégia ou código de boas prá-
ticas.
4
Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
poderem adequar-se às diferenças locais ou regionais. Também Os consumidores de água, encarregados, mecânicos, fornecedo-
não devem ser tão rígidos que impeçam inovações. res e o governo local dispõem de equipamentos e competências
Em terceiro lugar, o CBP habilita as organizações internacionais,
indicados e têm consciência das suas funções e responsabilidades
as empresas privadas e as ONGs a analisarem se o seu trabalho para com os outros;
está em harmonia com as melhores práticas internacionais. Um processo transparente de contribuição ou pagamento total
Em quarto lugar, pode ser usado pelas entidades doadoras para da construção pela comunidade é seguido por todos os interve-
reflectir sobre a relevância das suas opções de financiamento e nientes que trabalham numa zona/distrito/país em particular;
para identificar áreas críticas para apoio por parte de doadores, O recebimento de taxas de utilização para manutenção é seguido
partilha de conhecimentos e assistência técnica. por todos os intervenientes que trabalham numa zona/dis-
trito/país em particular. Também devem definir-se procedimen-
O Capítulo 2 deste documento proporciona uma visão mais próxima
tos para alterações às taxas e angariação de fundos para repara-
do contexto operacional em que se enquadram os programas de
ções de importância ou alargamento do sistema;
perfuração de poços de água. Os nove princípios para a Construção
de Furos Rentáveis serão aprofundados no Capítulo 3. Os Anexos Existe uma cadeia de distribuição competitiva e de confiança para
fornecem material e referências importantes. fornecimento de peças sobressalentes, equipamento e serviços de
manutenção do furo. Além disso, é fundamental existir e ser utili-
zado um mecanismo de controlo de qualidade das bombas e das
Capítulo 2 Contexto Operacional peças. Este deverá incluir a inspecção e verificação antes do envio,
bem como a certificação e inspecção ao chegar ao destinatário.
O presente capítulo apresenta resumidamente os seguintes quatro
Execução de um sistema forte e com financiamento adequado de
tópicos: planeamento e coordenação, escolha das comunidades,
operação e manutenção, e recursos hídricos subterrâneos. Estas apoio às necessidades dos consumidores de água após a cons-
questões são de extrema importância e devem ser consideradas na trução. O tipo de apoio dependerá do facto de os sistemas serem
fase de preparação de um projecto ou programa, pois constituem a geridos pela comunidade, ou comercialmente por indivíduo/em-
base para a sustentabilidade a longo prazo de estruturas recente- presa privados ou por uma entidade pública.
mente construídas. Isto tem influência directa na rentabilidade da Em casos em que se determina que a configuração original não
construção dos furos. Lamentavelmente, muitas vezes as entidades está adequada à situação da comunidade, esta pode ter de ser de-
que implementam os programas de construção de poços de água vidamente modificada. Se os consumidores finais não tiverem cum-
não dão atenção a estas questões. prido os seus deveres em termos de operação e manutenção, en-
tão o mais indicado será voltar a dar formação à comunidade e
Planeamento e Coordenação melhorar a sua gestão, em vez de fazer uma nova construção.
Idealmente, o planeamento e a coordenação das melhorias das in-
fraestruturas para abastecimento de água devem estar a cargo do
nível estatal adequado mais baixo. Todos os doadores, ONGs e ou-
tras instituições governamentais devem informar e consultar o go-
verno local sobre aspectos desde o planeamento de investimentos
ao desenvolvimento de infraestruturas.
O governo local deve elaborar um plano de trabalho que inclua
componentes sociais (por exemplo, sensibilização, mobilização e for-
mação das comunidades) na localização do furo e nos trabalhos de
construção. Os possíveis empreiteiros têm de ser informados deste
plano. Os Departamentos de Água, Educação e Saúde a nível local
devem envidar todos os esforços para consolidar os planos, as pro-
postas e os contratos para a construção dos poços de água. Planos
de desenvolvimento plurianuais a nível dos governos locais podem
estabelecer a base para contratos plurianuais.
Recursos Hídricos Subterrâneos e Ambientais
Escolha das Comunidades
Devem tomar-se medidas para administrar e controlar os recur-
O processo de escolha das comunidades que irão beneficiar da me- sos hídricos subterrâneos e ambientais e proteger os recursos vul-
lhoria dos serviços de abastecimento de água pretende-se bem de- neráveis da sobreexploração. É essencial cumprir os regulamen-
finido e transparente. Em países com algum tipo de descentralização, tos de protecção ambiental conforme definidos pelas autoridades
este processo deve ser levado a cabo pelo governo local com agen- ambientais nacionais competentes.
tes externos para prestar apoio e informações. Todas as agências A qualidade da água deve ser verificada em momentos críticos do
envolvidas no abastecimento de água em zonas rurais devem aderir ano quanto à contaminação bacteriológica e química de acordo
aos sistemas nacionais para estabelecimento de prioridades e esco- com as directrizes nacionais (ex.: arsénio, nitrato, flúor, ferro, man-
lha das comunidades (por exemplo, resposta às necessidades; bene- ganésio). É necessário controlar os níveis das águas subterrâneas,
fício dos mais pobres; igualdade de acesso). bem como o constante cumprimento das medidas de protecção
das águas subterrâneas. É importante que os utentes saibam os ris-
Operação e Manutenção cos associados ao consumo de água de fontes altamente contami-
As condições de operação e manutenção a longo prazo para a du- nadas. Deve realizar-se uma verificação especial de recursos hídri-
ração total da tecnologia devem ser atentamente ponderadas na cos subterrâneos particularmente vulneráveis.
fase de planeamento. No mínimo, será necessária uma estratégia (ou Destacamos que, embora as situações de emergência possam
quadro) nacional de operação e manutenção que assegure os se- exigir soluções de curto prazo com resultados imediatos, também
guintes pontos: deve considerar-se a posterior transição para uma situação de
desenvolvimento.
5
Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Associação de Perfuradores
6
Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
2
Consultar o Glossário.
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Numa fase inicial do processo de localização, têm de ser descritos 3. Método de Construção
e discutidos a possibilidade de interferência 3 e os riscos de rebai-
xamento do nível freático3. Isto significa que a esfera de influência Princípio n.º 3 O método de construção seleccionado para o
dos poços existentes deve ser calculada e os poços novos devem furo será o mais económico, tendo em conta a configuração e
ser construídos fora desta zona. Em situações de risco elevado, as técnicas disponíveis no país. A tecnologia de perfuração tem
devem ser avaliadas possíveis áreas de localização alternativas. de se adequar à configuração do furo.
Evitar a interferência com as descargas naturais das águas
subterrâneas: De forma semelhante, a construção de um furo Este divide-se nos seguintes subprincípios:
demasiado perto de fontes naturais, cursos de água ou zonas hú- • A profundidade dos furos especificada não deve estar desne-
midas pode originar uma redução dos níveis das águas, potenci- cessariamente acima nem abaixo dos níveis adequados.
almente secando estas fontes de água importantes e ecossiste-
mas e afectando as utilizações e os utilizadores que faziam uso • Deve seguir-se uma abordagem faseada para selecção da tec-
deles. A penetração de água salgada devido à captação excessiva nologia. Serão primeiramente considerados (em vez da perfu-
de águas subterrâneas perto da costa pode levar ao declínio irre- ração mecânica) os métodos com custos extremamente reduzi-
versível da qualidade da água. dos, incluindo poços perfurados manualmente e poços cavados
à mão protegidos, desde que sejam exequíveis.
Risco: Incluindo-se na localização do furo de captação de águas,
deve classificar-se o risco de perfurar um poço seco (risco alto, • Subsequentemente, deve ser ponderado o uso de sondas de
médio e baixo conforme descrito no Anexo C). No caso de furos perfuração pequenas que proporcionam o diâmetro e a profun-
onde serão instaladas bombas manuais em zonas com caracte- didade especificados para o furo e alcançam locais remotos.
rísticas hidrogeológicas conhecidas, raramente são necessárias • Por fim, deve considerar-se a utilização de sondas de perfura-
técnicas geofísicas (ex.: resistividade, condutividade), desde que ção de maior capacidade.
tenha sido realizado o estudo teórico da hidrogeologia geral da
zona. A perfuração de poços exploratórios de pequeno diâmetro
(com uma pequena sonda manual) também pode ser um método É importante as configurações dos poços serem suficientemente
de localização adequado para poços rasos. Contudo, posterior- detalhadas. Os intervenientes devem evitar especificar em excesso
mente este furo deve ser selado de forma adequada para evitar as profundidades e diâmetros, pensando que tal pode vir a ser ne-
a contaminação do aquífero. cessário, porque isso faz com que os aparelhos exigidos sejam mai-
ores do que seria preciso, aumentando também os custos. No en-
Se não existir qualificação no país para realizar a localização de tanto, especificar “por baixo” também pode ser problemático: por
furos, devem ser feitos esforços para desenvolver competências vezes pode originar um furo fracassado ou a necessidade de mo-
a longo prazo nesta área. bilizar uma sonda de perfuração diferente. As experiências anteri-
ores podem ajudar a definir a configuração, comparando as con-
dições estabelecidas nesses contratos anteriores com as
profundidades perfuradas na realidade.
3
Consultar o Glossário.
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
mais prolongada. Tudo isto tem de ser ponderado ao estabelecer ser mais facilmente discutido com uma associação de perfurado-
as condições de gestão e supervisão do contrato. res, caso exista. No entanto, a decisão final estará sempre nas mãos
das empresas privadas e é preciso ponderar o perigo de se criar
Os furos cavados à mão ou perfurados manualmente constituem um monopólio para os fornecedores.
uma opção em meios específicos (formação branda e águas sub-
terrâneas rasas). Em zonas onde estas técnicas permitam realizar
poços de água em número considerável, devem ser inteiramente 4. Adjudicação
tidos em consideração. No entanto, a verticalidade do furo tem de
ser suficientemente boa de forma a possibilitar a instalação e fun- Princípio n.º 4 Os procedimentos de adjudicação asseguram
cionamento da bomba definida, e os poços têm de ser suficiente- que os contratos são concedidos a empresas de perfuração e
mente profundos para sustentar as reservas durante períodos de consultores experientes e qualificados.
seca prolongados e por vários anos de seca. Deste modo, a utili-
Este divide-se nos seguintes subprincípios:
zação destes métodos tem de englobar um nível conveniente de
supervisão e controlo de qualidade. • A adjudicação deve ser feita através de sistemas governamen-
tais nacionais e não da entidade doadora ou de apoio. Se os
Divulgação de informação, visitas ao local, projectos-piloto, apoio
sistemas governamentais nacionais forem especialmente lentos
ao sector privado local, e estudos internos podem ser necessários
ou enfraquecidos, deve usar-se uma combinação de aborda-
em zonas onde as técnicas de poços cavados à mão ou perfuração
gens para melhorar os sistemas nacionais, ao mesmo tempo
manual não sejam conhecidas ou não sejam usadas regularmente.
que se obtêm resultados efectivos. Nalguns casos, é preferível a
As técnicas convencionais de perfuração mecânica para construir adjudicação ser realizada directamente pelo utilizador final do
furos de captação adequados para projectos rurais e peri-urbanos poço (por exemplo, a comunidade ou instituição).
de abastecimento de água são: perfuração por rotação com circu- • O envolvimento dos consultores e empresas de construção para
lação de lamas, perfuração por percussão mecânica com cabo, e a realização do furo deve fazer-se através de um processo com-
perfuração por roto-percussão com ar comprimido. Também se petitivo de apresentação de propostas a nível nacional (ou lo-
podem usar combinações destas técnicas dependendo das carac- cal), com uma fase de pré-qualificação. Estimativas dos custos
terísticas geológicas (por exemplo, perfuração por rotação com cir- totais e propostas recentes de engenharia referentes a trabalhos
culação de lamas perfurando os solos de cobertura escaváveis até ou serviços semelhantes podem ser usadas como comparação
alcançar rocha dura e depois percussão com ar comprimido). A es- de valores das propostas apresentadas a concurso. Isto evitará
colha do equipamento mais indicado será influenciada pela pro- adjudicar o trabalho a um proponente com valores considera-
fundidade do poço e a capacidade de elevação da sonda para re- velmente abaixo do preço de custo estimado.
tirar as ferramentas de perfuração e revestimentos temporários. O
• A adjudicação deve referir-se a um pacote que inclua vários fu-
Anexo C fornece algumas directrizes sobre a escolha do método
ros numa área geográfica de relativa proximidade, com condi-
de perfuração.
ções semelhantes de profundidade e hidrogeologia. Os lotes
podem englobar um número bastante elevado de poços, de-
pendendo da necessidade de dar oportunidade a empresas de
perfuração mais pequenas para desenvolver as suas competên-
cias internas.
• No sentido de se aproveitar e desenvolver a capacidade interna
e de permitir às pequenas empresas competirem com firmas de
maior escala, devem ser considerados mecanismos de atribui-
ção de pacotes que incluam uma opção de trabalho de acom-
panhamento. Em alternativa, deve ser considerado um contrato
que dure vários anos (sujeito a uma clara avaliação do desem-
penho).
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
As necessidades de recursos humanos e as condições exigidas Juntar vários poços num pacote pode constituir um desafio espe-
de capacidade dos equipamentos devem ser definidas com cla- cial em países com um funcionamento extremamente descentrali-
reza. Estas devem adequar-se à configuração do furo, método zado. No entanto, podem considerar-se soluções inovadoras como
de construção e dimensão do contrato. passar dotações orçamentais de um ano para o outro ou fazer per-
furações de dois em dois ou de quatro em quatro anos para ir jun-
Um processo transparente e meticuloso de pré-qualificação
tando verbas. Adjudicar poços de profundidade e hidrogeologia
deve basear-se no perfil, equipamentos e competências do pes-
semelhantes num pacote permite a utilização de aparelhos menos
soal da empresa, o respectivo volume de negócios, a experiên-
volumosos e menos dispendiosos sempre que tal seja adequado.
cia e consecuções anteriores, bem como o cumprimento das
normas nacionais relativamente a autorizações e licenças de Uma forma de fazer com que as pequenas empresas participem é
perfuração e a pertença a associações profissionais nacionais. A adjudicar os pacotes a um conjunto de perfuradores, com a opção
pré-qualificação, que se pode realizar a cada um a três anos, de trabalho de acompanhamento, ou seja:
deve abranger visitas às instalações da empresa e, se possível, a
operações no terreno durante e após a conclusão de uma ins- Fazer a pré-qualificação de vários empreiteiros e iniciar o pro-
talação de poço recente. A lista de empresas pré-qualificadas cesso de concurso.
deve ser publicada.
Identificar os empreiteiros que serão incluídos no conjunto de
O processo de recepção de propostas ou de adjudicação que perfuradores por um período determinado.
envolva o envio de uma Explicação do Método só deve estar
Negociar e definir os valores de perfuração de uma área estipu-
disponível para empresas pré-qualificadas.
lada.
As propostas, planos e condições específicas devem basear-se
Adjudicar pacotes (de cerca de 10 a 30 poços) a vários emprei-
nos resultados do processo de localização e configuração do
teiros do conjunto de perfuradores.
furo e devem ser aprovados pelo Governo Local e outros dos
principais intervenientes antes do concurso. À medida que os pacotes forem sendo concluídos, podem ser
adjudicados mais trabalhos consoante o desempenho dessa
Os resultados desejados (como localização, profundidade, con-
empresa.
dições de perfuração) devem ser definidos com clareza na fase
de apresentação da proposta. Caso tal não seja possível, pode Este mecanismo permite aos empreiteiros trabalhar noutros con-
ser elaborado um acordo aberto, com base nos custos habitu- tratos, pois uma construção dentro dos prazos e com elevada qua-
ais, conforme definido no modelo de caderno de encargos lidade assegurará um novo trabalho. As empresas que possuam
(Anexo A). várias sondas de perfuração podem aceitar diversos pacotes, en-
quanto as que têm uma sonda podem trabalhar de acordo com a
Deve realizar-se uma reunião de apresentação de propostas
sua capacidade. O cliente irá controlando os trabalhos que estão
onde um hidrogeólogo que conheça bem as condições de per-
em execução.
furação da zona descreve o âmbito do trabalho e “as categorias
de risco”. Isto é explicado com maior detalhe na secção do
Princípio n.º 2 referente à Localização.
Um processo claro e transparente de adjudicação de contratos
com critérios de avaliação bem definidos, um programa com as
datas mais importantes, abertura pública de propostas, avalia-
ção que inclui esclarecimento e discussão com os proponentes,
comunicação de resultados e da adjudicação, e procedimentos
para questionar o resultado.
O estabelecimento de pacotes contratuais para construção de vá-
rios furos próximos uns dos outros serve a intenção de diminuir as
despesas de deslocação e facilitar a supervisão do trabalho. Reco-
menda-se juntar os furos no mesmo contrato, tendo atenção ao
número total de poços que se junta num mesmo programa e à
possibilidade de que, quando se incluem demasiados furos num
mesmo pacote, isso pode excluir os empreiteiros locais.
10
Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
5. Configuração e
Desenvolvimento adequado do poço
Construção
4
Consultar o ponto “Considerações”.
5
Consultar o Glossário.
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Período de garantia
Uma protecção sanitária de argamassa a uma profundidade de 6. Gestão, Supervisão e Pagamento de Contratos
pelo menos 5m da superfície é exigida. É essencial que não seja
possível a entrada de água contaminada (do solo ou de latrinas Princípio n.º 6 Estão reunidas as condições necessárias para
com fossa) no poço ou aquífero. assegurar uma correcta gestão, supervisão e o pagamento
atempado da empresa de perfuração.
É necessária uma laje de soleira/plataforma de betão para
drenar as águas derramadas para fora do furo. Também são re- Este divide-se nos seguintes subprincípios:
queridas valas de drenagem, bem como uma vedação, para
manter afastados os animais. • Em condições normais, a gestão de contratos deve ter por base
os sistemas governamentais, devendo observar-se as melhores
O Anexo D descreve exemplos de configurações de furos para as práticas internacionais, utilizando modelos de contrato de refe-
principais formações hidrogeológicas. rência.
O desenvolvimento do furo deve realizar-se antes de a empresa • Os documentos de contrato têm de ser directos e prontamente
de perfuração passar ao local seguinte. Se o filtro sobre a área do entendidos pelos empreiteiros responsáveis pela perfuração.
pré-filtro/maciço não estiver correctamente limpo, a eficiência do • A supervisão deve ser feita por agentes governamentais ou pelo
furo pode baixar e o filtro pode entupir ao longo do tempo. Sem- sector privado. Podem ser introduzidas competências especia-
pre que possível, deve usar-se o desenvolvimento natural do poço. lizadas adicionais para colmatar as lacunas em termos de capa-
A melhor forma de realizar o desenvolvimento do furo é com ar cidade com a perspectiva de desenvolvimento de competências
comprimido ou com jactos de água a alta pressão meticulosa- a longo prazo.
mente aplicados a todas as zonas revestidas. A pistonagem com
êmbolo também pode ser indicada. O furo deve ser completa- • O pagamento das obras deve ser feito atempadamente.
mente limpo até estar isento de finos e turvação por um período • Deve considerar-se um período de garantia para boa execução,
constante de 30 minutos. Também se pode introduzir cloro antes sendo retido um valor de cerca de 10% como caução, garantia
do desenvolvimento do poço para ajudar a desfazer o polímero de bancária ou em dinheiro.
perfuração. Depois de a água elevada estar limpa, deve ser medida • O ideal é contar com um enquadramento jurídico sólido que
a quantidade de água que sai do poço pela técnica de ar compri- suporte situações de compensação, mecanismos de retenção
mido e este valor (rendimento através do sistema com ar compri- financeira, e procedimentos de auditoria e conduta.
mido) é registado.
Os ensaios de bombagem são realizados para determinar a efici- Possuir competências técnicas e pessoal com experiência na con-
ência do furo e avaliar as propriedades do aquífero. As condições figuração, gestão, supervisão e planeamento de programas de
adequadas para uma bomba manual correspondem a uma bom- perfuração de poços é essencial para assegurar que os furos reali-
bagem contínua durante 3 a 6 horas. Normalmente, a cota de des- zados são de elevada qualidade e que as despesas são aceitáveis.
carga deve ser pelo menos 10% superior à descarga do plano para Por exemplo, o tempo de inactividade no terreno enquanto se
um furo de captação bem-sucedido. Deve medir-se a recuperação. aguarda pela tomada de decisões pode aumentar consideravel-
Aqui usam-se padrões nacionais ou internacionais (por exemplo, mente os custos globais da obra. Da mesma forma, planear a rea-
BS ISO 1468:2003). No caso de furos mecânicos, devem fazer-se lização dos furos durante a estação das chuvas pode causar mais
testes de rebaixamento e recuperação mais amplos (por exemplo, atrasos dispendiosos.
ensaio de rebaixamento escalonado e ensaio a caudal constante
por 24 horas). Os contratos referentes à perfuração de um poço para captação
de águas podem ser pagos consoante um Caderno de Encargos
Uma análise da qualidade da água em conformidade com as nor- (C.E. – consultar o Anexo A) ou ser pagos de uma só vez. Embora
mas nacionais deve ser feita e os resultados entregues às autori- no caso do pagamento de uma só vez os contratos sejam mais
dades competentes. Sempre que possível, devem realizar-se as se- fáceis de gerir, continua a ser fundamental uma supervisão com-
guintes análises no local: temperatura, pH, turvação, petente. No geral, é crucial o contrato garantir que seja do inte-
condutividade, cor, sabor, arsénio, ferro, manganésio, coliformes resse do empreiteiro a construção de um furo de boa qualidade.
totais e E. coli. Os contratos com a quantia paga de uma só vez são mais indicados
se for especificado que os poços secos não serão remunerados,
Instalação da bomba: A escolha da bomba deve obedecer às nor- embora isto também possa ser estabelecido num contrato pago
mas e directrizes nacionais, caso existam. A bomba deve ser posi- de acordo com um caderno de encargos, mas isto requer uma clas-
cionada no nível correcto acima da secção revestida, tendo em sificação dos riscos de construir um furo seco e os respectivos mo-
conta as variações sazonais e o rebaixamento. Isto corresponde no dos de pagamento, conforme disposto no Anexo C. Os contratos
geral a 2 metros abaixo do nível hidrodinâmico mais baixo. tanto podem integrar a instalação da bomba na construção do
furo, como podem considerá-las em separado, para adjudicação e
instalação por operários locais especializados em mecânica.
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Nos casos em que só seja possível obter garantias bancárias de Também se pode considerar o acompanhamento por parte da co-
boa execução através de pagamentos em dinheiro, será preferível munidade da construção e da supervisão. Se receberem formação
os Contratos insistirem em Seguros de Caução de uma empresa adequada, as comunidades podem, por exemplo, controlar o nú-
conceituada. mero de tubos de revestimento instalados, o número de sacos de
cimento usados pela empresa de construção e a presença do su-
Uma supervisão adequada é um bom investimento que assegura
pervisor. Por vezes, os furos anunciados como bem-sucedidos se-
uma construção de qualidade e que os furos não sejam mais pro-
cam passado pouco tempo devido a más condições da construção.
fundos do que o necessário, evitando o abandono precoce dos
Para evitar estas situações, pode incluir-se no Contrato, e fazer-se
poços. No entanto, é importante regular a fiscalização da perfura-
cumprir, uma cláusula de garantia, com a retenção de cerca de 10%
ção. De preferência, as obras de abertura de um furo devem ser
do valor do contrato. Perto do final do período de 12 meses, de
supervisionadas a tempo inteiro por funcionários qualificados e
acordo com os termos do contrato, os supervisores têm de se des-
competentes para garantir a elevada qualidade da construção. Só
locar a cada local terminado para encerrar o processo, momento
se deve recorrer a supervisão a tempo parcial numa situação de
que inclui a verificação da viabilidade junto dos utilizadores de
considerável escassez de recursos. Nestes casos, será essencial
água. É fundamental o contrato determinar claramente quem é
manter a supervisão do ensaio de bombagem e da medição da
responsável pela qualidade da bomba durante este período.
profundidade do furo.
O pagamento das obras deve ser feito até um mês após a sua con-
A supervisão da perfuração deve estar a cargo de funcionários da
clusão e não pode ultrapassar os três meses. Atrasos superiores a
entidade cliente ou de consultores do sector privado. Em ambos
este tempo não são aceitáveis em termos da liquidez (fluxo finan-
os casos, estes têm de possuir tempo, recursos financeiros e com-
ceiro) dos empreiteiros, ficando sujeitos a pagamento de multa/ju-
petências suficientes. Os supervisores têm de ter formação ade-
ros de acordo com as condições do contrato.
quada e operar de forma independente do empreiteiro em termos
financeiros e de logística. Um local remoto não pode ser desculpa O acompanhamento por terceiros, pago pelo cliente mas realizado
para prescindir da supervisão. Os resultados habituais de uma fraca por um profissional independente com formação após a constru-
supervisão das obras de perfuração são os seguintes: ção, também pode funcionar como mecanismo de controlo. Isto
A empresa de perfuração afirma que o furo é mais profundo do
requer uma lista de verificação bem definida e coerente para cada
que é na realidade; furo de captação de águas que foi construído, com publicação de
resultados.
Realiza-se um furo com diâmetro menor do que o especificado;
Quando o enquadramento jurídico e as instituições públicas que
O furo construído é mais profundo do que era necessário (ou são fundamentais para sustentar procedimentos de gestão de con-
seja, em casos em que o empreiteiro é pago consoante um ca- tratos estão enfraquecidos, é necessário dar grande ênfase ao de-
derno de encargos e pretende aumentar a receita); senvolvimento dos sistemas indicados através da legislação e da
Colocação incorrecta do filtro ou utilização de materiais drenan- melhoria de competências.
tes não mencionados;
Cascalho em quantidade insuficiente ou utilização não-especi-
ficada;
Falta de argamassa;
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7. Dados e Informações Cada número único de identificação deve ser gravado numa placa
de metal que é colocada na base da bomba manual, sendo tam-
Princípio n.º 7 São recolhidos dados de qualidade de natu- bém inscrito na plataforma da bomba ou na caixa da cabeça do
reza hidrogeológica e de construção do furo num formato pa- furo. Para evitar a construção de furos de captação de água não
dronizado, sendo estes depois entregues à autoridade gover- planeados ou sem acompanhamento, as autorizações de perfura-
namental competente. ção devem ser emitidas pela autoridade competente.
Este divide-se nos seguintes subprincípios: Deve haver uma partilha transparente das principais informações
• Os dados a recolher durante a perfuração do poço são defini- dos programas de perfuração por parte dos Governos, ONGs e ou-
dos no contrato da obra e as responsabilidades de recolha de tros interessados. Os relatórios devem ser colocados em domínio
dados entre o empreiteiro e o supervisor são claras. público, ficando, assim, imediatamente acessíveis ao Parlamento,
unidades de acompanhamento do Governo, sociedade civil e ou-
• A informação, na forma de relatório nacional de conclusão de
tras instituições. As áreas cruciais a serem divulgadas incluem:
poço, será enviada para a entidade governamental indicada
após a perfuração (mesmo no caso de poços secos). Resultados do programa (com os custos associados) em termos
• A renovação das licenças de perfuração deve estar associada de melhoria de competências, conhecimentos e capacidade es-
ao envio dos relatórios de conclusão de furo para captação de trutural, bem como o número de pessoas que receberam for-
água. mação;
• Cada furo construído no país deve ter o seu número único de Furos de captação de águas construídos (ou seja, número, pro-
identificação. fundidades dos poços, e locais, com respectivos números dos
• O Governo e outros intervenientes no sector das águas devem furos e coordenadas de GPS);
verificar anualmente os dados sobre a perfuração de poços
Relatórios breves de supervisão;
para captação de águas, disponibilizando os relatórios ao pú-
blico. Preços da instalação de cada furo, com detalhes sobre o que foi
incluído e excluído (por exemplo, lucro e despesas gerais, loca-
lização, mobilização, perfuração, supervisão, bombas, abasteci-
Os modelos do registo de conclusão de furo para captação de mento de energia, sistemas de armazenamento e distribuição,
água têm de incluir informação sobre o local, as operações de per- formação comunitária). Fornecer explicação sobre como se cal-
furação, o revestimento e conclusão do poço, litologia, desenvol- culam os custos (por exemplo, o preço de um pacote de 10 furos
vimento do furo e ensaio de bombagem e análise da qualidade da num pacote de um contrato específico divide-se por 10). A in-
água. O Anexo E fornece um modelo recomendado para registo formação tem de ser apresentada de forma que seja possível
de conclusão de furo. É essencial esta informação ser enviada para estabelecer comparações entre regiões e/ou distritos;
a entidade competente do Governo central num prazo de 30 dias Detalhes sobre a participação do sector privado, incluindo os
após a sua conclusão, e que cada projecto ou programa não se nomes das empresas, resumo e montante do contrato, data de
limite a guardar para si os seus dados, mas os partilhe com outras pagamento da construção e pagamento da cláusula de garan-
agências de execução. tia;
A importância da regulamentação e licenciamento das empresas Conclusões apresentadas pelas missões de acompanhamento e
de perfuração é destacada no Princípio n.º 1. Como condição para avaliação.
a renovação anual da autorização para perfuração, recomenda-se
que se torne obrigatório o envio, para a entidade indicada, de uma
compilação vinculativa dos seus relatórios de conclusão referentes
ao conjunto anual dos trabalhos que a empresa realizou no ano
anterior.
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Base de dados nacional de todos os registos de furos (ou arquivo de todos os registos)
8. Base de Dados e Registos Será necessário retirar os dados-chave específicos dos relatórios
de conclusão de poço e introduzi-los numa base de dados nacio-
Princípio n.º 8 O armazenamento dos dados hidrogeológi- nal sobre perfuração de poços. Esta base de dados terá de ser con-
cos é feito por uma entidade governamental central com regis- venientemente criada, actualizada, ficar imediatamente acessível a
tos actualizados, sendo as informações disponibilizadas gratui- todos, e assegurar a não-duplicação de dados introduzidos (por
tamente e usadas para preparar os requisitos de outros furos. exemplo, recorrendo ao número único de identificação do furo e à
informação de GPS). Se não existir uma base de dados nacional, os
Este divide-se nos seguintes subprincípios: dados das perfurações devem ser arquivados pelos intervenientes
• Deve ser criada e actualizada uma base de dados nacional (ou do sector até ser criado um mecanismo como este, com um agente
de nível regional) com todos os registos de perfuração de po- responsável atribuído. Organizações de apoio externas e do Go-
ços para captação de águas. Se não existir uma base de dados verno devem ser incentivadas a apelar à recolha de dados, estabe-
nacional conforme descrito, os intervenientes do sector devem lecer bases de dados das águas subterrâneas e desenvolver a ca-
manter e arquivar os registos de todos os trabalhos de cons- pacidade nacional neste campo.
trução de furos realizados até esta ser criada. A nível internacional reconhece-se que, para avaliar o progresso e
• Os dados de todos os programas e projectos de perfuração do estado de desenvolvimento de águas subterrâneas nacionais e ori-
país devem ser introduzidos nesta base de dados. entar um planeamento futuro, é crucial ter bons registos da aber-
• Os dados da base de dados devem poder ser acedidos sem tura de furos e listar e arquivar os documentos originais de forma
restrições. a facilitar o rápido acesso aos mesmos. Os registos devem incluir:
Relatórios da avaliação de propostas e da fase de pré-qualifica-
Um melhor conhecimento dos recursos hídricos subterrâneos pro- ção;
porcionado pelo arquivo de dados adequados e acessíveis au-
menta extraordinariamente as hipóteses de sucesso na perfuração Relatórios de mobilização e formação das comunidades;
e construção de furos para captação de água. Os registos dos po- Calendários da supervisão das obras;
ços, relatórios de conclusão e os dados dos ensaios de bombagem
Relatórios de acompanhamento.
(consoante definido no contrato de perfuração) têm sempre de ser
enviados à autoridade local e/ou nacional competente. As infor-
mações referentes a poços “secos” ou sem sucesso são tão impor-
tantes como as dos que foram bem-sucedidos.
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
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Código de Boas Práticas
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Volume anular entre o furo executado e o tubo de revestimento exterior: bu-
raco com 150mm de diâmetro; tubo de revestimento exterior com 110mm de
diâmetro = 8 litros/metro, que equivale a 0,8m3 para 10 poços, cada um com
pacote de filtragem de 10m.
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A Tabela B1 (abaixo) apresenta um modelo que classifica o risco de de abordar um dos principais desafios da perfuração de um poço
executar a perfuração de um poço seco e estabelece estruturas de captação de água: o risco de furos secos. Um método alterna-
adequadas de pagamento. Expõe uma abordagem específica que tivo é o cliente responsabilizar-se pela localização e pagar ao em-
usa diferentes modelos de contrato e pagamento, consoante o preiteiro os furos secos e os bem-sucedidos de acordo com um
risco de perfurar um poço seco. Caderno de Encargos (C.E.).
Em todos os casos, a empresa de perfuração é responsável pelo Num determinado país ou região pode ser possível classificar o
sucesso do furo de captação de água. Destacamos que este mo- potencial de perfuração nas três (ou mais) categorias descritas na
delo não tem intenção prescritiva, pretendendo ilustrar uma forma Tabela B1.
Tabela B1: Modelo de Classificação do Risco de Executar um Furo Seco com Exemplo de Planos de Pagamento
Taxa de
Categoria Pressuposições Planos de Pagamento Propostos
Sucesso
Não há necessidade de es-
tudo geofísico. A perfuração
A em qualquer local tem O risco de obter um furo seco é classificado como baixo e os poços secos
grande probabilidade de não serão pagos ao empreiteiro em nenhuma circunstância. A empresa de
>75%
Sucesso sucesso. A primeira opção perfuração escolhe um local dentro das zonas referidas pela comunidade
Elevado da comunidade tem proba- e as suas taxas unitárias devem incluir o risco de furos secos.
bilidade de ser bem-suce-
dida.
Será feito um pagamento limitado à Empresa pelos poços secos até uma
certa profundidade, consoante a seguinte fórmula:
As próprias empresas de
perfuração podem optar • 1.º furo bem-sucedido: pagamento de 100%; passar a um novo local.
por examinar (seja a em- • Se o 1.º furo estiver seco: Não há lugar a pagamento.
presa em si, seja um hidro- • 2. º furo bem-sucedido: pagamento de 100%; passar a um novo local.
geologista de sua escolha) e
seleccionar os locais exactos • Se o 2.º furo estiver seco: Calcula-se uma percentagem justa de um
a perfurar, de entre as zo- poço produtivo e esse valor é pago, tendo em consideração as obras re-
B alizadas, ou paga-se de acordo com o Caderno de Encargos (C.E.).
nas que a comunidade pre-
50 - 75% fere. Devem ser seguidas as • 3. º furo bem-sucedido: pagamento de 100%; passar a um novo local.
Sucesso
directrizes do Governo rela- • Se o 3.º furo estiver seco: Calcula-se uma percentagem justa de um
Moderado
tivas ao processo de Locali- poço produtivo e esse valor é pago, tendo em consideração as obras re-
zação. alizadas, ou paga-se de acordo com o Caderno de Encargos (C.E.). Pas-
sar a uma nova comunidade.
Nalguns casos, recomenda-
se a especificação no Con- No caso de existirem três poços secos, não se realizará mais nenhum tra-
trato de uma profundidade balho de perfuração nesta comunidade até serem concluídos estudos adi-
mínima de perfuração. cionais. Este local passa a ser considerado como “risco de Categoria C” e
requer um estudo hidrogeológico especial organizado pela empresa no
sentido de determinar o local (ou locais) onde realizar novas perfurações.
O Cliente deve organizar
um processo independente
de localização, que incluirá
o uso de aspectos da geofí-
C
sica (Perfil de Resistividade
O cliente escolheu o local e a profundidade; será feito o pagamento tanto
<50% e Análise Electromagnética
Sucesso dos furos húmidos como dos secos.
[EM]). Os locais escolhidos e
Reduzido
projectados pelo consultor
devem ser perfurados pelo
empreiteiro à profundidade
mínima indicada.
* As percentagens sugeridas aplicadas acima podem alterar-se consoante as condições locais, por exemplo: >90%, 40-90% e <40%, respectivamente.
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Métodos Manuais
Métodos Mecânicos
Formação
Perfuração Perfuração por
Perfuração Jactos de Perfuração por
Lamas por roto- rotação com
manual água percussão
percussão circulação directa
Cascalho X X X ? ? X
Areia ? ?
Ígneo Formações de
X X X lento X
(granito, basalto) resistência
baixa a forte
Metamórfica
X X X m lento X
(ardósia, gneisse)
Rochas com
fracturas ou X X X !
vazios
Acima do lençol
X ?
freático
Abaixo do lençol
?
freático
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Profundidade da protecção
sanitária a 5m do nível do solo O diâmetro do tubo tem de englobar
o diâmetro exterior do cilindro da
bomba.
Preenchimento a 5m
do nível do solo Formação não consolidada
Pré-filtro ou
maciço filtrante Pré-filtro ou maciço filtrante*: O
introduzido no diâmetro de perfuração tem de incluir
mínimo 3m um pré-filtro de 2-4” de espessura ou
acima do tubo de maciço filtrante mais fino. A espessura
ranhuras do pré-filtro depende das
características da formação. Será
necessário um anel grosso (3-4”) no
caso de materiais extremamente finos,
Pré-filtro ou como mica, que requerem maior
maciço filtrante diâmetro de perfuração (7-10”).
Em alternativa, pode usar-se uma
bolsa filtrante geotêxtil dependendo
Aquífero do risco de bio-incrustação.
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Figura D2: Exemplo de configuração de furo (formação semi-consolidada com risco de colapso a 100-120m – em
profundidades superiores deve usar-se revestimento de aço)
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Figura D3: Exemplo de configuração de furo (formação consolidada – revestimento e filtro em rocha matriz – 100-120m – em
profundidades superiores deve usar-se revestimento de aço)
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Figura D4: Exemplo de configuração de furo (formação consolidada – furo aberto a 100-120m – em profundidades superiores
deve usar-se revestimento de aço)
Preenchimento
Nível Freático A bomba deve estar posicionada no nível correcto
acima da área protegida, tendo em conta as
variações sazonais e do rebaixamento.
Protecção em massa de Em geral será 2m abaixo do nível hidrodinâmico
cimento (profundidade de 1m) mínimo.
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Índice
1. Informações Gerais
2. Operação de Perfuração
3. Revestimento e Conclusão do Poço
4. Resumo do Desenvolvimento do Furo e do Ensaio de Bombagem
5. Resumo da Qualidade da Água
6. Litologia
6a. Perfil Litológico
6b. Características que serão avaliadas e estudadas durante a perfilagem das
amostras de perfuração
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
1. Informações Gerais
N.º de Referência Uso: Comunidade Doméstico/Complexo Privado
do Furo de Captação/ Estabelec. de Saúde Estabelec. de Ensino
Poço de Água Instalações de Empresa Furo de Teste Outro
Nome do Proprietário:
Local:
Projecto/Programa de Financiamento/Privado:
Esboço Cartográfico
Escala Aproximada:
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
2. Operação de Perfuração
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
m m
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Revestimento
Diâmetro
De A Tipo
polegada mm
m m
m m
m m
m m
m m
m m
Filtro
Diâmetro
De A Tipo Tamanho da Abertura
polegada mm
m m
m m
m m
m m
m m
m m
Cascalho natural artificial
De A Granulometria Volume Usado
m m
m m
m m
Preenchimento e Protecção Sanitária
Diâmetro Tipo e especificações
De A
polegada mm (Preenchimento/Protecção Sanitária)
Observações: _______________________________________________________________________________________
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Código de Boas Práticas
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__________________________________________________
Laboratório: ____________
Parâmetros no Terreno:
(para mais parâmetros, consulte a folha adicional)
Clara
Turva
Cor_______ Sabor_______ Odor ______ Qualidade Bacteriológica:
Turvação______UNT Temp. ______˚C SDT______mg/l
Condutividade Eléc._______µS-cm pH ______ Coliformes Totais: ____________UFC por 100ml
Laboratório: _______________________________
Observações: _________________________________________________________________________________
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6a. Perfil Litológico
Nome do Proprietário:
Local:
Observações
(ex.: consolidação,
(m)
Descrição porosidade, mineralogia,
Cor*
mento
Caudal
Grau de
Textura*
Unidade
estruturas e características,
dos solos*
SDT (mg/l)
29
Calibração*
Arredonda-
Estratigráfica
Profundidade
Taxa de Pene-
Granulometria
meteorização*
Condutividade
tração (min/m)
(se conhecida)*
perfuração, água)
Eléctrica (µS/cm)
Os dados devem ser registados no mínimo em intervalos de 1 metro – Acrescente mais folhas se for necessário; * Consulte o verso para ler descrição.
para a Obtenção de Furos Rentáveis
Código de Boas Práticas
Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
6b. Características que serão avaliadas e estudadas durante a perfilagem das amostras de perfuração
(Fontes: Misstear et al., 2006; MacDonald et al., 2005)
Devem seguir-se procedimentos-padrão de descrição de amostras, como do Instituto Britânico de Normalização (BSI, 1999) ou da Socie-
dade Americana para Testes e Materiais (ASTM, 2000).
Cor
Para aumentar a objectividade, pode ser usado um esquema definitivo para todas as cores (Sistema de Cores de Munsell®) para a
classificação. As cores de Munsell® são referidas através de um conjunto de duas ou três palavras – como amarelo acastanhado ou
cinzento claro azulado – e um número.
Figura: Gráfico de Granulometria, Calibração e Arredondamento das Partículas (Fonte: Universidade do Wisconsin, 2010)
Textura
A amostra é compacta e densa, ou leve e frágil? Granular ou plástica? Pode ser moldada ou laminada? É possível riscar o fragmento
com uma lâmina de aço ou unha? A Escala de Mohs, que quantifica a dureza dos minerais, é um indicador.
Grau de meteorização
O nível de meteorização das rochas influencia a existência de água subterrânea. Basicamente, o grau de meteorização engloba as três
unidades básicas de solo, rocha meteorizada e rocha sã. A meteorização da rocha mede-se em termos da distribuição e das porções
relativas de rocha fresca e descolorada, decomposta e desintegrada.
Calibração
A calibração descreve a variabilidade de características como o arredondamento e tamanho das partículas. Em materiais bem calibrados,
os grãos que os compõem são maioritariamente de tamanho, forma e esfericidade semelhantes. A calibração divide-se em muito bem
calibrada, bem calibrada, moderadamente bem calibrada, mal calibrada e muito mal calibrada, conforme demonstrado no gráfico de
granulometria e calibração das partículas (acima).
Arredondamento
Normalmente as partículas classificam-se como angular, sub-angular, sub-arredondada, arredondada ou muito redonda, conforme
gráfico acima.
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Código de Boas Práticas
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7b. Ensaio a Caudal Constante (3 a 6 horas é suficiente em caso de abastecimento por bomba manual)
N.º de Referência do Furo de Captação/Poço de Água: Nome do Poço de Água:
Data de Início do Ensaio: Momento do Dia:
Nível Freático antes do Início
do Ensaio: m Os dados neste quadro referem-se a:
Ponto de partida para as Furo de Bombagem/Furo de Observação
medições (Assinale o correcto)
Caudal Médio ( l/s) N.º do Furo Obs. Distância (m) Profundidade (m)
Tempo Nível da Água Caudal (Q) Observação
Hora Profundida Rebaixa-
Horas Min Reservatório Caudalímetro SDT, Temperatura, pH e
Real de da Água mento
outros aspectos
(m) (m) (l/s ou m3/h) (l/s ou m3/h)
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
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Código de Boas Práticas
para a Obtenção de Furos Rentáveis
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Turvação UNT
Condutividade Eléctrica µS/cm
QUÍMICOS
Cloro (Cl-) mg/l
Sulfato (SO4 2-) mg/l
Nitrato (No3 -) mg/l
Flúor (F-) mg/l
Sódio (Na+) mg/l
Potássio (K+) mg/l
Cálcio (Ca2+) mg/l
Magnésio (Mg2+) mg/l
Arsénio (As) µg/l
Ferro (Fe) mg/l
Manganésio (Mn) mg/l
Nitrito (No2-) mg/l
pH
Sólidos Dissolvidos Totais (SDT) mg/l
Microbiológicos
Coliformes Termotolerantes (E. Coli) Total/100ml
Coliformes Fecais Total/100ml
Contagem de Coliformes Totais Total/100ml
* Consulte as Directrizes/Normas Nacionais de Qualidade da Água para Consumo Humano ou as Directrizes da OMS (OMS 2008) para uma lista
de parâmetros gerais.
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Referências e Leituras Adicionais
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