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Engenharia Civil
Faculdades Integradas do Norte de Minas - FUNORTE (FUNORTE)
53 pag.
OUTUBRO DE 2004
O setor de projetos, assim como toda a cadeia produtiva da construção civil, tem sido motivado a
dar início a um processo de modernização, visando não só atingir melhores condições de
qualidade e produtividade, mas sobretudo, melhorar a qualidade do projeto gerado, uma vez que
este é a ferramenta fundamental na otimização e alocação dos recursos financeiros e no
planejamento e controle das obras.
Esperamos, a partir da implementação deste documento, aumentar a conscientização da
importância e eficiência do projeto para contratantes e contratados, para obtermos obras com
mais qualidade e produtividade, e assim garantir os lucros necessários aos empreendedores e a
satisfação desejável aos consumidores e usuários.
Esta publicação, traduz o objetivo da atual administração de criar um mecanismo que, tendo como
espinha dorsal a padronização, garanta qualidade e credibilidade aos serviços, que a PBH presta
à comunidade.
O trabalho ora apresentado, é parte integrante de todos os editais e contratos da PBH referentes a
projetos como se neles estivesse transcrito.
Por citação expressa no corpo do edital de licitação, o conteúdo poderá ser alterado ou
complementado para inovação técnica que atenda especificamente a determinado projeto ou obra
e somente nesta circunstância.
A prevalência deste documento técnico, reporta a período temporário e deve acompanhar o
processo evolutivo de nossos dias, de modo a mantê-lo atual, através das inserções a serem
efetuadas, tendo em vista o surgimento de novos conhecimentos e inovações tecnológicas.
Para elaboração deste documento considerou-se indispensável o conhecimento das normas,
especificações, métodos, padronizações, classificações, terminologias, e simbologias
estabelecidas pelo CADERNO DE ENCARGOS DA SUDECAP e pela ABNT (Associação
Brasileira de Normas Técnicas) direta ou indiretamente relacionadas com o sistema de drenagem,
como se aqui estivessem transcritas.
SMRU
Denise Holl
Suzana Rachid Nunes
SUDECAP
José Roberto Borges Champs (GGPD)
Eduardo de Oliveira Bueno (GGPD)
Miriam Terezinha Bragança Lana Prata (GGSAN)
Sônia Mara Miranda Knauer (GGSAN)
URBEL / SMHAB
Leila Lustosa Cabral de Almeida
SCOMGER-PAMPULHA
Flávia Cerávolo Silva
COORDENAÇÃO
Gerência de Normas e Padrões
REDAÇÃO FINAL
José Roberto Borges Champs
Apresentação.......................................................................................................... 3
1 – Objetivo e Aplicação......................................................................................... 9
2 – Parâmetros Hidrológicos .................................................................................. 13
2.1 – Parâmetros Hidrológicos Utilizados na Drenagem de Áreas
Urbanas ............................................................................................. 15
2.1.1 – Área de drenagem (A) ............................................................ 15
2.1.2 – Período de recorrência (T) ..................................................... 15
2.1.3 – Tempo de concentração (tc) ................................................... 15
2.1.4 – Duração da chuva de projeto (D) ........................................... 16
2.1.5 – Intensidade da chuva de projeto (I) ........................................ 16
2.1.6 – Coeficiente de escoamento superficial (C) ............................. 19
2.1.7 – Vazão de projeto (Q) .............................................................. 20
Os projetos de novos loteamentos e da expansão da malha viária urbana, bem como a reforma ou
melhoria do sistema atual de microdrenagem, estarão condicionados a estas Instruções.
Estas instruções serão aplicáveis nas áreas classificadas como ZEIS (Zonas de Especial
Interesse Social), de atuação da URBEL, exceto onde, em razão de suas características
urbanísticas, dispõem de instruções próprias para seus sistemas de microdrenagem.
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Por drenagem de área urbanizada entende-se a interceptação e/ou captação dos escoamentos
superficiais de áreas urbanas desprovidas de infra-estrutura para drenagem, parceladas ou não.
A área objeto dos estudos será delimitada pelo método do “diagrama de telhado” quando as áreas
contíguas forem parceladas. Será delimitada segundo a geomorfologia (espigões) dos terrenos
contíguos quando estes não forem parcelados.
O parâmetro “tempo de concentração” das áreas a serem drenadas deve ser calculado com base
em procedimentos diferenciados conforme as características da ocupação do solo. Assim devem
ser aplicados, neste caso, dois procedimentos distintos :
a) Para áreas de drenagem de até 5,00 km2 e com características naturais (sem parcelamentos),
e para loteamentos com sistema viário definido, o tempo de concentração deve ser calculado
pelas fórmulas de Kirpich e do California Culverts Practice.
Fórmula de Kirpich
L
É a fórmula de Kirpich, em que S é substituído por .
H
0,385
L3
t c = 57 ×
H
15
Método Cinemático
L
t c = 16,67 × ∑
V
A aplicação do método cinemático deve ser realizada com base na velocidade correspondente
a um escoamento em regime permanente e uniforme, supondo-se a área molhada à meia
seção. Para canais e galerias bem definidas deve ser usada a fórmula de Manning para
cálculo de V.
D = tc = 10 min
IT,i é a estimativa da intensidade de chuva no local “i” associada ao período de retorno T (mm/h).
D é a duração da chuva (horas). P é a precipitação média anual no local “i” (mm). µT,d é o quantil
adimensional de frequência regional associado ao período de retorno T e à duração d (tabelado).
A precipitação média anual a ser adotada nos estudos e projetos de microdrenagem, no município
de Belo Horizonte, será de 1.500 mm.
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17
18
C = 0,67.C2
Zoneamento Código
N.
urbano da Zona C2
Zona de Preservação
1 ZPAM 0,20-0,90
Ambiental
Zona de Proteção – 1
2 ZP – 1 0,30-0,50
Zona de Proteção – 2
3 ZP – 2 0,50
Zona de Proteção – 3
4 ZP – 3 0,60
Zona de Adensamento
5 ZAR – 1 0,70
Restrito – 1
Zona de Adensamento
6 ZAR – 2 0,75
Restrito – 2
Zona Adensada
7 ZA 1,00
Zona de Adensamento
8 ZAP 0,80
Preferencial
Zona Hipercentro
9 ZHIP 1,00
Zona Central do Barreiro ZCBA
10 1,00
Zona Central de
11 ZCBH 1,00
Belo Horizonte
Zona Central de Venda
12 ZCVN 1,00
Nova
Zona de Especial Interesse
13 ZEIS 0,70
Social
Zona de Grandes
14 ZE 0,30-0,90
Equipamentos
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C
Características da Área
mínimo máximo
Pátios e estacionamentos 0,90 0,95
Áreas cobertas 0,75 0,95
Lotes urbanos grandes 0,30 0,45
Parques e cemitérios 0,10 0,25
Terreno rochoso montanhoso 0,50 0,85
Relvado arenoso plano 0,05 0,10
Referência: Deflúvios Superficiais no Estado de Minas Gerais
Hidrosistemas / Copasa – 1993
Por vazão de projeto entende-se o valor instantâneo de pico (ou o hidrograma de cheia), calculado
indiretamente à partir da transformação da chuva de projeto em vazão do escoamento superficial.
As vazões de projeto para o sistema de microdrenagem serão calculadas pelo Método Racional,
empregando-se a seguinte fórmula :
Q p = 0,00278 × C × I × A
Onde:
Qp = Vazão de projeto, em m3/s
C = Coeficiente de escoamento superficial
I = Intensidade da chuva de projeto, em mm/h
A = Área de drenagem, em ha
Em Belo Horizonte, adota-se o limite de 1,67 m para a largura de alagamento nas sarjetas. Uma
exceção é admitida para os trechos iniciais (trecho entre o divisor de águas e a primeira boca-de-
lobo) das vias locais (vias com até 15 m de largura), onde se adota uma largura de alagamento
máxima de 2,17 m para o caudal de escoamento.
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A definição de uma área de drenagem de uma via levará em conta a faixa da pista que contribui
para o escoamento em uma sarjeta (sua largura é igual a “F/2”, sendo “F” a largura total da via) e
uma faixa da quadra lindeira (com largura “a”).
Figura 2
a (m) F (m)
20 ≤ 18
30 > 18
D = tc = 10 min
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I = 194,50 mm/h
É a vazão em marcha segundo a geometria da via, por metro linear, expressa em l/s.m.
A vazão específica é a vazão por metro linear dos escoamentos superficiais diretos oriundos da
meia largura da via e da largura “a” da quadra lindeira de acordo com a classificação da via
frontal, conforme tabela 6.
q = q1 + q2
q1 = 2,78 × C × I × A × 10 −4
Sendo:
C = coeficiente de escoamento superficial = 0,70
I = Intensidade da chuva de projeto para T = 10 anos
e duração (D) de 10 min = 194,5 mm/h
A = a x 1 m, em m2, sendo a = largura da faixa
lindeira da quadra, em m.
Logo:
q1 = 0,0378 × a
q2 = 2,78 × C × I × A × 10 −4
Sendo:
C = coeficiente de escoamento superficial = 0,90
I = Intensidade da chuva de projeto para T = 10 anos
e duração (D) de 10 min = 194,5 mm/h
A = F/2 x 1 m, em m2, sendo F = largura da via em m.
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q2 = 0,0243 × F
e:
q = 0,0378 × a + 0,0243 × F
Largura da via
(m) (10)* (12)* 15 18 20 25 30
Vazão
específica 0,95 1,05 1,12 1,19 1,62 1,74 1,86
q (l/s.m)
* larguras de vias existentes (não previstas na Lei 7166 de 27/agosto/1996 alterada pela
Lei 8137 de 20/dezembro/2000).
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Fórmula de Manning
2 1
(R )3 × i 2
V= H
n
Sendo:
V= velocidade média, em m/s
RH = raio hidráulico, em m
i = declividade média do conduto, em m/m
n = coeficiente de rugosidade (tabelado)
Os valores de “n” a serem adotados nos estudos e projetos de microdrenagem urbana, deverão
ser aqueles indicados na Tabela 8.
Coeficiente de
Tipo de superfície
rugosidade n
tubo de concreto 0,014
tubo PVC helicoidal 0,010
V ≤ 4 m/s
Vmax = 12 m/s
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A seção transversal molhada máxima a ser adotada para a rede tubular corresponde à seção com
altura da lâmina d’água (y) igual a 80% do diâmetro nominal da respectiva rede.
y = 0,80 × DN
z 8 1
Q S = 0,00175 × × (y )3 × (i)2
n
Sendo:
Resulta, portanto, os valores da capacidade (vazão Qs) das diferentes sarjetas e respectivas
velocidades (Vs) para faixa de inundação T = 1,67m, conforme indicado na tabela 9.
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Para as BL localizadas em pontos baixos (inclusive nos cruzamentos das vias) deverá ser adotado
o método baseado nas experiências do U.S. Army Corps of Engineers, sendo utilizado o seguinte
formulário :
Q = 2,383 × y1,5
Sendo :
Q = vazão de engolimento, em l/s
y = carga hidráulica sobre a grelha, em cm
Q = 4,766 × y1,5
Vazão de engolimento da cantoneira de uma boca de lobo simples(fórmula válida para valores de
y < 12 cm):
Q = 1,7 × y1,5 × L × 10 3
Sendo :
Q = vazão de engolimento da cantoneira, em l/s
y = carga hidráulica sobre a grelha, em m
L = comprimento da abertura da cantoneira, em m
Vazão de engolimento da cantoneira de uma boca de lobo dupla (fórmula válida para valores de y
< 12 cm):
Para valores de “y” superiores a 12 cm, deve ser adotado o nomograma da página 293 do livro
“Drenagem Urbana – Manual de Projeto”, 2ª Edição, agosto de 1980, DAEE / CETESB, São
Paulo.
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Para boca – de – lobo localizada em ponto baixo deve-se aplicar coeficiente de redução de 35%
(sessenta por cento) sobre os valores teóricos calculados para respectiva capacidade de
engolimento.
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35
A rede tubular será em tubos de concreto armado, providos de ponta e bolsa, classe PA-1, PA-2
ou PA-3, conforme as cargas solicitantes com indicação em projeto, salvo exceção para situações
especiais em que poderão ser utilizados tubos de PVC helicoidal.
Serão adotados os seguintes diâmetros nominais para os tubos de concreto: 500, 600, 800, 1000,
1200 e 1500 mm.
Será em tubo de concreto armado, classe PA-1, ponta e bolsa, diâmetro nominal de 400 mm e
declividade mínima de 3%.
A rede tubular deverá ser projetada e locada no eixo da pista. No caso de avenidas, a rede deverá
preferencialmente ser projetada sob o canteiro central.
Para rede com tubos de concreto, o cobrimento mínimo sobre a geratriz externa superior será de
0,80 m.
Para tubos de PVC helicoidal, deverão ser seguidas as indicações dos fabricantes.
O espaçamento entre dois poços de visita depende do diâmetro nominal da rede tubular projetada
neste trecho e de acordo com a Tabela 18.
• sarjeta A : serão instaladas em vias com declividades longitudinais maiores do que 16%;
• sarjeta B : nas vias com declividade maior ou igual a 0,5% e igual ou inferior a 16%;
A primeira boca-de-lobo deverá ser locada à partir do divisor de águas até a seção da sarjeta
onde a faixa de alagamento atinge o limite estabelecido em 4.11.
Para se calcular o comprimento da sarjeta em que o caudal varia de uma largura de zero até o
limite de alagamento, chamado de comprimento útil (Lu), aplica-se a seguinte relação:
Qs
Lu =
q
Onde:
Lu = comprimento útil, em m
Qs = capacidade de escoamento na sarjeta, em função da declividade
longitudinal e do tipo de sarjeta, em l/s
q = vazão específica da via, em l/s.m conforme tabela 7
Os pontos baixos nos greides das vias devem ser providos de caixas de captação (bocas-de-lobo
combinadas), obrigatoriamente.
A locação destas bocas-de-lobo deve ser imediatamente à montante dos pontos de tangência ou
de curvatura dos passeios situados nos cruzamentos, preservando os rebaixos para passagem de
pedestres.
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BOCA-DE-LOBO
As bocas-de-lobo intermediárias serão locadas com auxílio das tabelas para determinação dos
comprimentos úteis (Lu). Entretanto, é conveniente que os espaçamentos sejam igualados à partir
da primeira BL, de maneira a equalizar os caudais dos escoamentos.
A seguir apresentam-se as tabelas 19 (sarjeta tipo A), 20 (sarjeta tipo B), 21 (sarjeta tipo C) para
faixa de alagamento de até 1,67 m, e também tabelas 22 (sarjeta tipo A), 23 (sarjeta tipo B) para
faixa de alagamento de 2,17 m, que fornecem os diversos valores dos comprimentos úteis Lu para
as diferentes condições de geometria e declividade apresentadas pelas vias urbanas.
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É desejável que todas as bocas-de-lobo sejam instaladas com depressão no pavimento adjacente,
conforme padronização especificada no Caderno de Encargos de Infra-estrutura Urbana, exceto
onde a sarjeta adotada seja do tipo C.
4.17.1. Escalas
4.17.2. Notação
T - Elevação da tampa
F - Elevação da saída do fundo
4.17.3. Legendas
A Água
AP Águas Pluviais
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D Dreno
DA Dreno de Alívio
DG Dreno de Galeria
DN Diâmetro Nominal
DRE Drenagem
ES Esgoto
i Declividade
JUS Jusante
MF Meio Fio
MON Montante
RN Referência de Nível
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SB Sarjeta tipo B
SC Sarjeta tipo C
T Terra
TL Cablagem de Telecomunicação
VAR Variável
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ATERRO 0,1
CORTE 0,1
EROSÃO 0,1
TÚNEL 0,2
PONTE 0,2
REPRESA 0,2
AÇUDE 01 e 0,2
RIO 0,2
BREJO 0,2
ALAGADO 0,2
CÓRREGO 0,3
LACRIMAL 0,2
47
PINGUELA 0,2
MATO M 0,2
MACEGA m 0,2
CULTURA CL 0,2
ÁRVORES A 0,2
POMAR P 0,2
BANANAL 0,1
Ban.
AREIA 0,2
PEDRA 0,1
CAMINHO 0,3
48
AEROPORTO 0,2
CEMITÉRIO 0,2
IGREJA 0,4
PRAÇA 0,2
MONUMENTO 0,1
POSTE 0,1
HIDRANTE 0,2
MURO 0,1
49
TAIPA 0,1
VALA 0,1
A = ÁGUA A
AP = ÁGUA PLUVIAL AP
REDES EXISTENTES ES = ESGOTO ES 0,4
TL = TELEMIG TL
CE = CEMIG CE
ex:
NÚMERO DA QUADRA 10 0,2 e 0,4
ex:
NÚMERO DO LOTE 10 0,4
50
LINHA DIVISÓRIA o o o o o o
0,3
LANÇAMENTO CP 0,2
A = ÁGUA
ES = ESGOTO
PV EXISTENTE AP = ÁGUA PLUVIAL A 0,2
TL = TELEMIG
CE = CEMIG
A = ÁGUA
ES = ESGOTO
PV PROJETADO AP = ÁGUA PLUVIAL A 0,2
TL = TELEMIG
CE = CEMIG
GRELHA DE PV DE
0,2
CANAL EXISTENTE
GRELHA DE PV DE
0,4
CANAL PROJETADO
51
CAIXA DE PASSAGEM
PROJETADA NO PERFIL 0,2
TERRA 0,2
ORLA 0,2
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1. DAEE / CETESB – Drenagem Urbana, Manual de Projeto, 2ª Edição, agosto de 1980, São
Paulo;
5. Wilken, P.S., Engenharia de Drenagem Superficial, 1978, BNH / ABES / CETESB, São Paulo;
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