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Todavia, em meninos, podem ocorrer mais episódios de mania e comorbidade com transtorno
de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) e, em meninas, mais depressão. Deve-se ter
cautela na avaliação de meninas deprimidas que tendem a demonstrar menos mania ou
hipomania.
Para a definição do diagnóstico de TB, aconselha-se que as crianças tenham seus sintomas e
sinais bem descritos, com avaliação cuidadosa de todas as queixas, verificando-se a frequência
de ocorrência e o grau de comprometimento de cada sintoma. Além dos instrumentos de
apoio ao diagnóstico, são utilizadas várias escalas para a avaliação da intensidade dos sintomas
nas diferentes fases da doença. Algumas delas têm propriedades psicométricas e capacidade
para discriminar o TB de outros transtornos psiquiátricos.
Pesquisadores concluíram que a idade, e não o sexo tem efeitos significativos na ocorrência e
na prevalência de sintomas depressivos específicos. No entanto, crianças pequenas
demonstram que podem manifestar sintomatologia tão grave quanto adolescentes — em
alguns dos estudos, inesperadamente, crianças apresentaram mais sensação de desvalia e
baixa autoestima do que adolescentes.
Tipos de TB: O terceiro tipo, a desregulação grave do humor (severe mood deregulation),
refere--se ao caso daquelas crianças constantemente mal-humoradas, chateadas ou
entristecidas, com reação exagerada por interpretar de forma negativa os estímulos
emocionais ou ambientais. Em geral, são hiperativas, distraídas, dormem pouco e falam muito.
Existe uma frequência aproximada de três ou mais explosões de raiva por semana. Essas
crianças têm dificuldade crônica de relacionamento dentro e fora de casa, com prejuízo de
socialização no lar e na escola e no funcionamento global. Faz parte do diagnóstico desse tipo
clínico história familiar positiva de transtorno afetivo.
Crianças do grupo de risco: Chamamos de grupo de risco para TB, crianças e adolescentes,
filhos de pai ou mãe ou de ambos com essa condição.
Há vários estudos que descrevem casos de TGD comórbido a TB, nos quais é possível observar
um padrão cíclico de mudanças comportamentais, oscilações de humor, com períodos de
apatia e lentificação psicomotora e outros de extrema agressividade e hostilidade, além de
respostas atípicas ou agitação extrema após uso de antidepressivos ou psicoestimulantes.
Nos autistas de baixo funcionamento, ocorre uma regressão importante das habilidades
recém-desenvolvidas (p. ex., linguagem, autocuidado e conteúdos pedagógicos). Esses
pacientes podem ficar mais agitados, irritados ao extremo, podendo perder o controle motor e
colocar-se em situações de risco, tomando-se extremamente agressivos e provocando sérias
automutilações.
Fase depressiva: Nas fases depressivas, os portadores costumam se isolar mais e perdem o
interesse pelas poucas coisas que os atraíam e pelas atividades que executavam. Tomam-se
mais irritados, pouco tolerantes e hostis, inclusive com as pessoas às quais têm maior apego,
como a mãe ou outro cuidador próximo. Às crianças também podem apresentar uma piora no
padrão do sono e do apetite, mas o que fica mais evidente é um acentuado quadro de
lentificação psicomotora e piora marcante na interação com o meio social e familiar.
Fase de mania: Nas fases de (hipo)mania, é possível observar uma ativação global dos
processos psíquicos, com elação do humor e aumento da atividade motora. Os indivíduos
tomam-se extremamente irritados e explosivos, e há piora dos movimentos estereotipados.
Eles podem agitar-se e correr para todos os lados. Aceleração do pensamento e da fala está
presente (dificultando, algumas vezes, a compreensão do que dizem), e podem ocorrer
sintomas psicóticos, como alucinações e delírios, sendo, em alguns casos, necessária
contenção física ou internação para o controle de sintomas.
Evolução: As mudanças de comportamentos de crianças e adolescentes que apresentam TGD
associado a TB costumam ser episódicas. Ocorrem dentro de um contexto de alterações de
estado de humor e respondem ao tratamento farmacológico para TB.
Pacientes com TB têm alto risco de suicídio durante o curso de duas vidas. Muitos pacientes
com TB apresentam o primeiro episódio dessas condições durante a infância ou a
adolescência. Quanto mais precoce o inicio do quadro do TB, mas grave é a sua apresentação
clínica, e pior o prognóstico. Isso aumenta o risco de tentativas de suicídio nesses pacientes ao
longo da vida, quando comparados à população com início mais tardio.
Crianças com o tipo I tinham mais dificuldade para realizar uma prova que avaliava
aprendizagem verbal pela repetição de uma lista de palavras do que as com o tipo II, com TB-
SOE e com controles saudáveis. Nessa lista, algumas palavras pertenciam a uma mesma
categoria semântica. Se isso fosse identificado pelo sujeito, a memorização poderia ser
facilitada. As crianças com TB tipo l relembraram poucas palavras durante as sucessivas
apresentações da lista e após um intervalo de tempo. A tarefa de reconhecimento também foi
difícil para esse grupo, mostrando que a dificuldade estava no momento da aquisição da
informação.
TB tipo II e TB-SOE : Erros perseverativos e intrusões foram observados apenas nos grupos
com TB tipo II e TB-SOE, mas, de modo geral, esses grupos não tiveram diferenças significativas
no desempenho cm comparação aos controles.
- Em outro estudo pacientes com TB apresentaram dificuldades em uma tarefa que exigia inibir
uma resposta automática e executar uma resposta alternativa. O problema não estava na
ocorrência de respostas impulsivas, mas sim na lentidão para responder ao estímulo. A
hipótese para explicar esse comportamento é que a diminuição da velocidade para processar
informações deriva do esforço para sustentar a atenção e garantir a eficiência do desempenho.
Cognição social:
Estes pacientes também têm dificuldade para reconhecer na face de crianças para fazer o
julgamento correto de aspectos pragmáticos na linguagem, o que ocasiona problemas
importantes na modulação do comportamento provocador e agressivo ante outras crianças.
Correlatos neuroanatômicos: