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UNIDADE
Psicologia e
necessidades
especiais
Público-alvo da educação
especial: definição,
caracterização e
intervenção
2017
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Sumário
Unidade 3 | Público-alvo da educação especial: definição, caracterização 5
e intervenção
Público-alvo da educação
especial: definição,
caracterização e intervenção
Convite ao estudo
Caro aluno, estamos na metade do nosso material didático.
Até agora, estudamos duas unidades que se referiram ao
contexto histórico, social e normativo da Educação Especial
e também aos conteúdos que trataram acerca da educação
infantil, do ensino fundamental e dos serviços oferecidos pela
educação especial na perspectiva da educação inclusiva.
Reflita
Uma crítica que tem sido apontada atualmente diz respeito ao fato de
a educação especial na perspectiva da educação inclusiva atender as
demandas de todos os estudantes e, ao denominar o seu público-alvo
de atendimento, não estaria se restringindo a uma parcela? Será essa a
melhor forma de identificar uma demanda para desenvolver o trabalho?
E os alunos com dislexia, disgrafia, discalculia, hiperatividade, déficit de
atenção ou mesmo problemas de comportamento não poderiam se
beneficiar dos diferentes serviços oferecidos pela educação especial na
escola regular? Essa é uma questão que vem sendo discutida duramente
em diversos eventos científicos da área, considerando a totalidade dos
estudantes e não apenas uma parte específica. E o que você pensa sobre
isso?
Assimile
Figura A - Tesoura adaptada com arame Figura D - Cortando a tesoura em suporte fixo.
revestido.
A deficiência auditiva, por sua vez, segundo o artigo 5°, parágrafo 1°,
inciso I do Decreto 5.296 (BRASIL, 2004, [s.p.]) envolve “perda bilateral,
parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por
audiograma nas frequências de 500 Hz, 1.000 Hz, 2.000 Hz e 3.000
Hz”.
Durante o AEE, o estudante surdo pode aprender a Libras como
primeira língua e a língua portuguesa como segunda língua na
modalidade escrita. A intervenção educacional nesse caso depende
também do tradutor e intérprete de Libras e língua portuguesa, para
que ocorra de maneira efetiva.
Pesquise mais
O governo brasileiro publicou no ano de 2007 uma série de cartilhas
que tratam sobre as experiências do AEE, de acordo com o público-alvo,
com exemplos de recursos didáticos arrolados para cada demanda. Esse
material foi a base para a escrita desta seção e está disponível on-line e
gratuitamente para aprofundar os seus conhecimentos na área.
A deficiência visual, por sua vez, conforme o artigo 5°, parágrafo 1°,
inciso I do Decreto 5.296 (BRASIL, 2004, [s.p.]), envolve:
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Primeiramente, é importante ressaltar que cada estudante é
único e para tal é necessário conhecê-lo para propor o recurso,
visto que cada aluno pode requerer adaptações diversificadas, de
acordo com o conteúdo a ser trabalhado, apesar de apresentar
uma mesma deficiência.
No caso citado, seria fundamental elaborar um material no
qual o gráfico fosse construído em alto-relevo, de modo que o
estudante pudesse tatear cada parte dele e aplicar no recurso as
informações dadas oralmente pelo professor de sala de aula.
Devemos ter em mente que cada recurso é criado de acordo
com o objetivo da atividade, assim como em conformidade com
as necessidades individuais de cada estudante.
Exemplificando
Outras estratégias que exemplificam as intervenções educacionais de
estudantes com TGD foram descritas por Brito e Misquiati (2013).
Reflita
A questão das altas habilidades/superdotação envolve uma crença
do senso comum que diz respeito a um estudante muito inteligente,
com grande prestígio social e, por essa razão, ele geralmente não é
considerado como foco de preocupação docente e muitos educadores
apresentam dificuldades para concebê-lo como público-alvo da
educação especial, devido às facilidades que apresenta no domínio
dos conteúdos acadêmicos ou mesmo outros talentos e habilidades.
Nesse contexto, o trabalho do psicólogo em ambiente escolar fica mais
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Diferentes estratégias educacionais podem ser realizadas para
promover a aprendizagem de Joaquim e, para isso, primeiramente
deve-se fazer uma avaliação para identificar as habilidades
que o estudante apresenta, assim como os déficits. Algumas
sugestões podem envolver a oferta de recursos visuais em
conjunto com estímulos auditivos para facilitar a compreensão
dos estudantes. Outra opção é a organização da rotina visual,
com uso de imagens de cada atividade que será realizada em
cada momento, durante a sua permanência no ambiente escolar.
Ademais, ensinar habilidades sociais e de brincadeiras entre pares,
durante as atividades em sala de aula, assim como no parque.
Evidentemente, tais ideias são apenas sugestões e podem ou não
ser acatadas pelos profissionais, pois o que será fundamental para
a escolha da atividade é o desempenho do estudante na avaliação
para elaboração do seu Plano de Ensino Individualizado (PEI).
A B
Pesquise mais
O Braille Virtual é um curso on-line elaborado por uma equipe de
pesquisadores da Universidade de São Paulo – USP, com o propósito
de favorecer o ensino do sistema Braille de maneira simples, gratuita e
lúdica. O programa está disponível para download em: <http://www.
braillevirtual.fe.usp.br>. Acesso em: 3 ago. 2017.
Reflita
A inclusão escolar requer modificações da escola para receber todos
os alunos e lidar com todas as diferenças presentes em seu escopo,
independentemente de sua origem social, étnica ou linguística. Contudo,
essa não é uma realidade de muitas escolas brasileiras, pois vários
estudantes surdos, por exemplo, não são atendidos em suas condições
sociolinguísticas especiais, não se realizam concessões metodológicas,
além do currículo não ser repensado. Como podemos propor alterações
nesse cenário que contemplem as condições linguísticas e culturais que
favoreçam a todos os estudantes?
Assimile
O PEI deve ser realizado independentemente da escola na qual o
estudante esteja matriculado, seja ela especial ou regular, particular ou
pública, e contempla cinco objetivos, a saber:
Descrição da situação-problema
Resolução da situação-problema
Devido aos déficits que Cidinha apresenta em relação às
habilidades de desenvolvimento motor fino, o ideal seria o uso
da máquina de escrever braille, visto que a reglete e o punção
requerem boa coordenação, além de serem mais lentos e
dificultarem a correção dos erros. Sá, Campos e Silva (2007, p.
25) complementam:
BRASIL. Lei n° 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais –
Libras e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 24 abr. 2002.
BRASIL. Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (LBI). Diário Oficial da União, Brasília. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 21 mar. 2017.
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Educação Básica. Resolução n° 4, de 2 de outubro de 2009. Diário Oficial da União,
Brasília. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf>.
Acesso em: 12 jun. 2017.
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portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/politica.pdf>. Acesso em: 10 maio 2012.
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da inclusão: desenvolvendo competências para o atendimento às necessidades
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MEC, 2006.
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S.; MISQUIATTI, A. R. N. Atendimento educacional especializado para alunos com
deficiência intelectual e transtornos globais de desenvolvimento. São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2013. p. 101-110.
DAMÁZIO, M. F. M. Atendimento educacional especializado: pessoa com surdez.
Brasília: SEESP/SEED/MEC, 2007. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/
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L. M. F. (org.). Práticas em educação especial e inclusiva na área da deficiência mental.
Bauru: MEC/FC/SEE, 2008.