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Curso Profissionalizante
Me Formei, e Agora?
Centro Universitário Leonardo da Vinci

Organização:
Jacqueline Leire Roepke Capellaro

Reitor da UNIASSELVI
Prof. Herminio Kloch

Pró-Reitora de Ensino de Graduação a Distância


Prof ª. Francieli Stano Torres

Pró-Reitor Operacional de Ensino de Graduação a Distância


Prof. Hermínio Kloch

Diagramação e Capa
Davi Schaefer Pasold

Revisão:
Harry Wiese
José Roberto Rodrigues

Todos os direitos reservados à Editora Grupo UNIASSELVI - Uma empresa do Grupo UNIASSELVI
Fone/Fax: (47) 3281-9000/ 3281-9090
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Proibida a reprodução total ou parcial da obra de acordo com a Lei 9.610/98.


A PRESENTAÇÃO
Olá graduado(a)! Como vai a vida após a conclusão
do curso superior? Está de acordo com o que você
imaginava, superou as expectativas, ou é a apreensão
que tem sobressaído? Algumas pessoas deparam-se
com certas dificuldades para ingressarem no mercado de
trabalho, mesmo possuindo um diploma de curso superior.
O mundo do trabalho é perpassado por realização,
satisfação, aprendizagem, superação, mas, também, por
algumas agruras.

O objetivo deste curso é auxiliá-lo a planejar a sua


carreira. Você será convidado a lembrar-se de alguns
momentos do seu passado, a encarar o seu presente e
a traçar o seu futuro profissional.

Na primeira etapa, você poderá rever seu processo


de aprendizado desde sua infância, até os dias atuais.
Conhecerá as sensações/emoções que os recém-
formados costumam compartilhar. De quebra, desvendará
o que é o “perfil” e como construir um perfil que chame
a atenção dos empregadores. Na fase final desta etapa,
receberá informações a respeito do comportamento
profissional.
A segunda etapa abordará o tema “escolha
profissional”. Você poderá identificar os fatores que
o levaram a escolher o curso superior que fez. Você
pensava que a escolha profissional se restringia à escolha
do curso? Saiba que a escolha profissional é processual e
realizada diariamente. Quando chegar nesta etapa poderá
sanar algumas curiosidades a este respeito. Além disso,
terá, inclusive, oportunidade de conhecer-se melhor,
através de exercícios de autoconhecimento.

A terceira etapa descortinará diversas possibilidades


de atuação profissional. Você pretende pôr a mão na
massa, trabalhando diretamente na sua área, ou seguir
carreira acadêmica? Saberá qual é a trajetória de estudos
recomendada para ambos os casos. Descobrirá as
diferenças entre especialização, mestrado e doutorado.

A última etapa, por sua vez, discorrerá sobre o


mercado de trabalho. Os fatores que exercem maior
influência sobre ele serão apresentados. Você já ouviu
falar em empregabilidade? Terá a oportunidade de saber
mais sobre este conceito na etapa final, bem como
sobre algumas tendências para o mercado de trabalho
brasileiro.

Ao concluir este curso, espera-se que você tenha


melhores condições de projetar o encaminhamento que
dará a sua vida profissional. Poderá delimitar melhor o
seu objetivo e montar um plano de ação estratégico para
atingi-lo.

“O sucesso nasce do querer, da determinação e


persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não
atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no
mínimo fará coisas admiráveis.” José Alencar

Boas descobertas!

Jacqueline Leire Roepke Capellaro


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Curso Profissionalizante

ESPECIALMENTE PARA
OS RECÉM-FORMADOS
BOAS-VINDAS

Parabéns pela importante conquista de concluir uma


graduação! Provavelmente, você empreendeu vários esforços
durante a realização do seu curso superior. Talvez, tenha
enfrentado grandes obstáculos durante o percurso, mas
você superou um por um. Você sabe qual é o percentual da
população brasileira que possui formação em nível superior?
Numa entrevista com o jornal digital “Correio da Tarde” de
06/02/2009, o então presidente do Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (INEP), Reynaldo Fernandes,
divulgou que menos de 12% da população brasileira possui
curso superior. Que privilégio fazer parte deste grupo, não é
mesmo?

De acordo com o Ministério da Educação (MEC), em


2007, 1.481.955 pessoas ingressaram em cursos superiores
no Brasil, mas, no mesmo ano, apenas 756.799 concluíram
a graduação.

Ter o título de “Graduado” é uma honra, mas ela vem


acompanhada de muitas responsabilidades. Não podemos
esquecer que através do conhecimento que construímos,
podemos servir à comunidade da qual fazemos parte. O
desenvolvimento do Brasil depende que coloquemos o nosso

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Me Formei, e Agora?

conhecimento em ação! Da mesma forma que cada um escreve


sua própria história, a atual história do Brasil está sendo
escrita por todos nós, através das nossas ações individuais e
conjuntas.

Este curso pretende orientá-lo quanto ao planejamento


da sua carreira. Você será convidado a lembrar alguns
momentos que marcaram os seus estudos na graduação, e a
refletir a respeito da sua escolha profissional que o conduziu até
aqui. Portanto, você olhará para o seu passado. O seu presente
também será abordado e poderá pensar nos seus objetivos,
nos seus sonhos e nos seus planos. Receberá informações que
o auxiliarão a dar os próximos passos com mais segurança.
Visualizará, ainda, uma série de direcionamentos que pode dar
para a sua vida acadêmica/profissional, além de revelar dados
a respeito do mercado de trabalho, que contribuirão para que
você vislumbre o seu futuro.

Tendo concluído a sua graduação, você se depara


consigo mesmo e diante de tantas decisões para tomar. É hora
de refletir, de planejar e de trabalhar...

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Curso Profissionalizante

FIGURA 1 - FORMANDA COM DIPLOMA

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com/


images/42-23879045.jpg?size=572&uid=bc9e1908-d012-
47d7-8773-754c4241b5c8&uniqID=b6d38278-b384-4e32-
9b14-25277d5c6937>. Acesso em: 6 jul. 2011.

Que tal fazer estas reflexões contando com a companhia


de alguém que torce muito pela sua realização profissional e
lhe ajudará a efetivá-la?

Aproveite bem este curso!

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Me Formei, e Agora?

“REMEMBER”

Foi uma longa caminhada... Muitos estão inseridos em


instituições de ensino desde a mais tenra idade... “Creche”,
jardim de infância, pré, primário, ginásio, segundo grau,
faculdade... Passou tão rápido, e ao mesmo tempo parece que
faz tantos anos, não é mesmo? Tanto, que até as terminologias
já mudaram: agora se fala em educação básica, ensino
fundamental, médio e superior... Aposto que vocês ainda se
lembram de alguns “flashes”, quando ainda crianças, vestiam
uniformes e começavam a escrever as primeiras palavras...
Quantas horas foram aplicadas na vida escolar, e nos estudos
em casa? Alguns ainda se lembram do nome das primeiras
professoras, e dos coleguinhas que eram mais parceiros.

Quando crianças, muitos, apenas se preocupavam com


as brincadeiras que iriam fazer, depois que o “sinal batesse”,
ou, sobre os programas de televisão a que iriam assistir. Estas
situações já denotavam escolhas e preferências. Você já
havia pensado sobre isso? É evidente que as preocupações
de outros, já demandavam maior responsabilidade, estando
atreladas ao trabalho (talvez, desde muito cedo), ao sustento
da casa, à sobrevivência etc.

O segundo grau/ensino médio de muitos, foi perpassado


por questões do coração. Lembra os cochichos em sala de aula
sobre os namoricos? Para outros, o que estava em evidência
eram as dúvidas e angústias atreladas ao primeiro emprego.
Conforme a conclusão do ensino médio ia se aproximando,

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Curso Profissionalizante

aumentavam as preocupações com “o que fazer depois”. Você


se lembra de quantas escolhas precisou fazer?

• Será que ingresso na faculdade logo, ou adio esta ação?


• Como eu queria poder cursar um curso superior
imediatamente, mas primeiro preciso trabalhar para guardar
o dinheiro... Onde e como eu poderei trabalhar?
• Em que instituição de ensino superior estudarei?
• Será que estudo de forma presencial, ou a distância?
• E agora: quero casar, ter filhos e estudar! Por onde eu
começo?

E talvez a dúvida que mais lhe incomodou tenha sido


esta:

• “Qual curso escolherei?”

Tendo decidido a respeito de tudo isso, ao adentrar na


instituição de ensino superior, para a sua primeira aula, pode
ser que tenha estufado o peito e pensado: “Agora sou um(a)
universitário(a)!”

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FIGURA 2 - TRAJETÓRIA DE ESTUDOS

FONTE: Curso profissionalizante

Tente se lembrar da sua primeira aula na graduação...


O que mais pipocava na sua cabeça enquanto o professor(a)
apresentava a disciplina e os colegas se entreolhavam... Foi
só o primeiro dia de muitos outros.

Aos poucos, as palavras/expressões “prova”, “avaliação”,


“TCC”, “TG” começaram a assustar um pouco. Alguns sentiram
calafrios e substituíram muitas horas de sono ou de lazer, por
horas de leituras/estudo. O sufoco parecia aumentar conforme
o final ia se aproximando. Você também teve esta impressão? E
quando visualizou a última nota da qual dependia a conclusão
do seu curso, como foi? Que alívio! Alguns dias para preparar-
se para a formatura e convidar as pessoas especiais.

Ah, a formatura! Parece que este dia estava tão longe,


mas chegou. Sorrisos expressaram a alegria, felicidade,
realização. Apertos no peito e algumas lágrimas, talvez

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Curso Profissionalizante

revelaram a saudade que em breve lhe abateria, dos colegas


da classe, dos professores... Talvez, ainda vestindo a beca,
você tenha pensado: e daqui pra frente, como será?

Possivelmente alguns tenham se preocupado com


a escolha profissional na hora de matricular-se para o
determinado “curso”, e acharam que não teriam mais a ver
com isto. A escolha do curso, parecia uma decisão eterna,
lembra? De fato, esta é uma decisão muito importante, mas
não corresponde à única decisão da vida profissional. Como
você já viu, consciente, ou inconscientemente, você teve que
analisar em algum grau, as perguntas que precederam à
escolha pelo curso superior. E no decorrer de todo este curso
profissionalizante, você verá que escolha profissional não se
restringe à escolha do curso de graduação, mas que ela é,
outrossim, processual e contínua.

Ou seja, muitas pessoas sentem-se seguras durante


todo o curso superior, a respeito da sua escolha por ele. Mas
quando o curso termina, podem se sentir desorientadas, e isto
pode gerar sentimentos desagradáveis, que veremos a seguir.

SENSAÇÕES COMUNS PÓS-FORMATURA

A solenidade de formatura estava maravilhosa. O


recebimento do diploma foi inesquecível. Muitas fotos foram
batidas com a beca. Depois, um jantar com as pessoas do seu
coração. Outros, talvez tenham ido para o baile de formatura...
Ao voltar para a casa e ao se olhar no espelho, talvez tenha

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sentido um vazio. Já estava tão acostumado(a) com a rotina


que poderia ter ficado sem saber o que fazer.

Todavia, há aquelas pessoas que se sentem


profundamente aliviadas pela conclusão do curso que já
vislumbram um bom tempo de descanso e horas vagas para
repor as energias, com a sensação de que não precisarão mais
estudar. Há ainda, os que se apavoram, pois têm a impressão
de que não sabem nada. A insegurança e a sensação de não
estar preparado para assumir um cargo atrelado à profissão,
é outra sensação comum entre os recém-formados. Alguns
são mais afobados e já querem colocar a “mão na massa” o
quanto antes, ficando inquietos até que consigam trabalhar.
Outros, que estabeleceram fortes vínculos com colegas ou
professores, poderão sentir intensa saudade.
FIGURA 3 - FELICIDADE FIGURA 4 - MEDO

FONTE: Disponível em: <http://www. FONTE: Disponível em: <http://www.


corbisimages.com/images/42-26225673. corbisimages.com/images/42-20907303.
jpg?size=67&uid=ab4fbcff-bb4e-48fb- jpg?size=67&uid=bd8ae2fc-36c8-42c6-ad51-
83ab-7e28927cdf3d>. Acesso em: 22 jul. 5052de2185e9>. Acesso em: 8 jul. 2011.
2011.

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FIGURA 5 - RAIVA FIGURA 6 - FRACASSO

FONTE: Disponível em: FONTE: Disponível em:


<http://www.corbisimages. <http://www.corbisimages.
com/images/42-26225612. com/images/42-20907294.
jpg?size=67&uid=719d30ac-f53e- jpg?size=67&uid=9cdaea45-
465c-affe-a2552f924920>. Acesso a8b6-46a8-8cf4-922894f012e3>.
em: 8 jul. 2011. Acesso em: 8 jul. 2011.

FIGURA 7 - ALEGRIA FIGURA 8 - VERGONHA

FONTE: Disponível em: FONTE: Disponível em:


<http://www.corbisimages. <http://www.corbisimages.
com/images/42-20907241. com/images/42-26225458.
jpg?size=67&uid=65cdca74- jpg?size=67&uid=b5f4a1c9-
c1fe-4629-8975-e46ff14111c0>. 244b-4a52-b202-ff21efbed9dd>.
Acesso em: 8 jul. 2011. Acesso em: 8 jul. 2011.

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Me Formei, e Agora?

Como se pode perceber, cada um lidará de maneira


peculiar com este período de transição do papel de estudante
para o de profissional.

Se você se formou recentemente e já está trabalhando


na área, saiba que é uma pessoa privilegiada. Mas, mesmo
assim, algumas pessoas que conseguem um trabalho logo
após a formatura, sentem-se despreparadas e podem cogitar
em mudar de área. Se este for o seu caso, fique tranquilo.
Quando se inicia um novo trabalho, é comum que a pessoa
ainda não se sinta “pronta” para desempenhar as atividades.
Contudo, se a pessoa for esforçada, persistente e paciente,
aos poucos irá compreender a rotina da empresa e conseguirá
aplicar os seus conhecimentos. Mas, nada impede que você
procure se especializar, mantendo-se atualizado(a) através de
leituras ou participando de cursos.

Um diploma de curso superior não é sinônimo de garantia


de trabalho. Sendo assim, muitas pessoas sofrem com a espera
do seu primeiro trabalho na área de formação. Pimentel (2007)
elencou alguns sentimentos compartilhados por pessoas que
concluem a graduação sem uma inserção profissional imediata:
frustração, abalo da autoestima, incerteza, angústia, medo,
ansiedade, depressão, fracasso, vergonha, culpabilidade e
incompetência. Portanto, se você estiver passando por isso,
saiba que estes sentimentos não são de exclusividade sua.
Além disso, há vários fatores que influenciam no mercado de
trabalho, desta forma, estar desempregado não significa ser
incompetente. Neste curso, você receberá algumas instruções

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Curso Profissionalizante

que poderão lhe ajudar a superar estas dificuldades.

O intuito é lhe mostrar que a conclusão de uma


graduação não acarretará, necessariamente, numa vida pacata
e de independência financeira, de imediato. Sem dúvidas,
graduar-se é a superação de um desafio, porém muitos outros
surgirão na sua caminhada. Conseguir o tão sonhado trabalho
pode ser um deles.

Algumas pessoas também se sentem sem suporte


depois da formatura: pois já não são mais estudantes, mas,
ainda não são profissionais, já que ainda não estão trabalhando.
Este curso que a UNIASSELVI está oferecendo é uma forma
de assessorá-lo na busca por suas oportunidades de trabalho,
para que você possa estar melhor preparado para encarar o
mercado de trabalho e amenizar a sensação de desamparo.
Você quer saber o que realmente os empresários
procuram? Profissionais qualificados, experientes e
que se comportem adequadamente. Talvez você esteja
se perguntando: “Como eu poderia ser um profissional
experiente se acabei de me formar?” E agora, o que
fazer com o canudo nas mãos diante da aparente
escassez de oportunidades? Cada um precisará de
criatividade para dar a volta por cima. Mas, as próximas
linhas poderão servir de inspiração, neste sentido.

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Me Formei, e Agora?

É PRECISO ESTUDAR. AINDA?

Até poucos anos atrás, era muito comum que depois


de graduadas, as pessoas ingressassem numa empresa
e permanecessem nela por um longo período (talvez até a
aposentadoria), e era pouco frequente ver alguém formado
preocupado em cursar uma pós-graduação no modelo de
especialização ou de mestrado. Parte desta “mordomia” estava
pautada na baixa competitividade no mercado de trabalho.
Havia poucos graduados, por isso, não era tão necessário
pensar em “vantagem competitiva”.

Atualmente, embora ainda sejam poucos os brasileiros


que concluem um curso superior, já existem mais pessoas
formadas do que outrora e dependendo da área de atuação, há
mais profissionais disponíveis do que vagas para eles. Por isso,
mesmo estando “empregado” o profissional precisa continuar
estudando, pois na Era do Conhecimento, “ter conteúdo” é
um importante critério de vantagem competitiva. Na terceira
etapa deste curso, você identificará as possibilidades para a
construção da sua “formação continuada”.

Por enquanto, serve de alerta que concluir uma


graduação não significa que você possa abandonar os livros
para sempre. A expressão “qualificação profissional”, significa
um conjunto de características que compõe a capacidade de
trabalho. A educação formal, cujo ensino é institucionalizado,
sistematizado e cronologicamente gradual é um importante
componente da qualificação profissional. Ela é representada

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Curso Profissionalizante

pelas escolas de ensino básico, médio e superior. Porém, o


mercado de trabalho está exigindo também, o aprimoramento
de habilidades, construção contínua de novos conhecimentos
teóricos, técnicos e operacionais que complementam a
formação profissional. Estes complementos podem ser
encontrados tanto na educação formal, quanto no contexto
extraclasse, por exemplo, através de estudo autodidata, ou
participação de determinados cursos de curta duração. Por
exemplo, o domínio de um idioma pode ser realizado sem a
intermediação de uma escola.
FIGURA 9 - ESTUDANTE

FONTE: Disponível em: <http://www.


corbisimages.com/images/42-23879045.
jpg?size=572&uid=bc9e1908-d012-47d7-8773-
754c4241b5c8&uniqID=b6d38278-b384-4e32-
9b14-25277d5c6937>. Acesso em: 6 jul. 2011.

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“EXPERIÊNCIA” PROFISSIONAL

Quem nunca se deparou com a seguinte contradição:


“As empresas querem gente com experiência. Mas só posso
ter experiência se alguma empresa me der oportunidade para
começar a trabalhar!” Que baita dilema!

Existe alguma maneira de driblar esta situação? Vamos


examinar um exemplo: você sabe como um jogador de futebol
faz para ingressar em um time profissional? No início ele
precisa pagar para participar de um time. Os valores das
mensalidades variam muito. Então, ele treina determinadas
horas por dia. Assim que ele mostrar uma boa performance,
ele pode ser convidado para um time profissional, no qual
iniciará fazendo parte do banco de reservas e receberá um
salário mínimo. Depois de longos anos de dedicação, se ele
demonstrar talento, começará a receber de acordo com os
resultados que atingir.

Talvez, você esteja pensando: “Este exemplo não vale,


pois para entrar no mundo do futebol a pessoa não precisa
investir numa graduação”.

Não discordo de você. Porém, não se iluda! O mercado


de trabalho é perpassado por injustiças, sim. A começar pelo
fato de que se você quiser trabalhar na sua área, é possível
que tenha que iniciar através de trabalhos voluntários, ou
com baixas remunerações. Você acha isto injusto? Saiba que
tem uma porção de gente que está muito disposta a entrar no

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Curso Profissionalizante

mercado de trabalho a qualquer custo. Recomendo que você


busque trabalhar na sua área de formação o quanto antes.
Quanto mais esta decisão for adiada, mais pode dificultar a
inserção profissional.

Só existe uma maneira de adquirir “experiência


profissional”: colocando a mão na massa – mesmo que
inicialmente seja de graça...
FIGURA 10 - MULTITAREFAS

FONTE: Disponível em: <http://www.


corbisimages.com/images/42-17661759.
jpg?size=572&uid=a97943b4-56b3-4c69-
bdb7-ee95dd9fdfae&uniqID=5f89e533-59e8-
450b-bd14-eaa59461971f>. Acesso em: 6
jul. 2011.

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Me Formei, e Agora?

GRAU DE INSTRUÇÃO X MERCADO DE TRABALHO

Por falar em remuneração, até o ano 2000, geralmente


os profissionais com ensino superior completo, recebiam uma
remuneração maior do que os demais. Lembre-se de que
naquela época era mais difícil para as empresas encontrarem
profissionais com este nível de escolaridade. No entanto, não
se pode deduzir que graduados recebam SEMPRE maior
rendimento do que pessoas com menor escolaridade. Isto se
deve ao fato de os salários não se fundamentarem apenas
no tempo e no investimento que a pessoa investiu para se
preparar, mas, sim, na raridade de profissionais disponíveis no
mercado de trabalho. Por exemplo, você sabia que em algumas
regiões do Brasil, pedreiros têm recebido valores maiores do
que profissionais graduados? Outro exemplo: há empresas
cujo salário destinado aos engenheiros é praticamente o
mesmo destinado aos técnicos da mesma área. Ou seja, a
remuneração não depende apenas do grau de escolaridade
ou de importância/responsabilidade de um profissional. Pois,
se por exemplo, for mais fácil encontrar um engenheiro de
eletrônica do que um técnico em eletrônica, parece fazer
sentido que a remuneração de ambos seja similar. Nos
exemplos anteriores, tanto o pedreiro quanto o técnico têm
maior poder de negociar o valor que receberão pelo trabalho.
“Só aceito trabalhar para a sua empresa por X reais. Se quiser
pagar menos, continue procurando outro profissional, pois,
atualmente, recebo R$ XX e não faltam oportunidades atrativas
para a minha área de trabalho.”

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Curso Profissionalizante

No entanto, se uma pessoa cuja área de trabalho for


mais concorrida utilizar o mesmo discurso, o entrevistador,
poderá retrucar: “Boa sorte! Mais de cem pessoas enviaram
currículo para esta vaga. Por isso, não cogitamos em aumentar
o valor do salário, já que tem tanta gente que se submete a
ele, esperando ali fora.”

Dependendo da trajetória acadêmico/profissional do


candidato à vaga deste exemplo, só lhe restará cessar seus
argumentos e sair de fininho. Ou, se ele tiver construído a
sua carreira com capricho, este será o momento dele dizer:
“Compreendo o posicionamento de vocês. Não conheço os
candidatos que estão concorrendo comigo, todavia, gostaria
que o senhor atentasse para o fato de que eu já trabalhei
tantos anos no cargo Y, gosto de estudar – tanto que além da
graduação fiz o curso Z, tenho um conhecimento da área de
atuação da sua empresa o que poderá favorecer o desempenho
do meu trabalho, e ... ... ...”

Não convém, aqui, desenrolar um longo pergaminho


e ficar se autoelogiando durante horas. Isto pode soar como
prepotência. Para apresentar o seu diferencial, resuma os
itens que você considera como diferenciais e fale deles
objetivamente e com poucas palavras.

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Me Formei, e Agora?

FIGURA 11 - PROFISSÕES

FONTE: Disponível em: <http://www.corbisimages.com/


images/42-23879045.jpg?size=572&uid=bc9e1908-d012-47d7-8773-
754c4241b5c8&uniqID=b6d38278-b384-4e32-9b14-25277d5c6937>. Acesso
em: 6 jul. 2011.

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Curso Profissionalizante

CHAO = CONHECIMENTO + HABILIDADES + APTIDÕES


+ OUTRAS CARACTERÍSTICAS

Os profissionais que geralmente se destacam são os que


possuem CHAO. Além de terem conhecimento e “experiência”,
possuem habilidades, aptidões e outras características...
De acordo com Spector (2006, p.60), “As três primeiras
características (CHA) enfocam, principalmente, o desempenho
no trabalho, enquanto as ‘outras’ (O) estão relacionadas não
só com o desempenho, mas também com a adequação e a
satisfação no trabalho.”

Como já vimos, é imprescindível ter conhecimento para


executar uma tarefa.

“O conhecimento é o que uma pessoa precisa


saber para desempenhar um determinado
trabalho. Um carpinteiro, por exemplo, deve
conhecer as normas locais de construção e
como manusear as ferramentas com segurança”.
(SPECTOR, 2006, p. 60).

O que são habilidades? São maneiras de realizar


alguma coisa com propriedade, facilidade, talento, qualidade e
em menos tempo que os demais. Você já viu uma bordadeira
habilidosa trabalhando? O trabalho dela fica impecável e ela
faz os movimentos com linha e agulha, praticamente de os
olhos fechados.

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Me Formei, e Agora?

“A habilidade é aquilo que uma pessoa é capaz de


realizar no trabalho. Um carpinteiro deve ser capaz de
entender uma planta e de manusear ferramentas específicas”.
(SPECTOR, 2006, p. 60).

As habilidades recebem influência de características


genéticas. Por exemplo, algumas pessoas têm uma voz mais
adequada para cantar, certo? Desde crianças, quando cantam,
elas chamam a atenção dos ouvintes. É uma qualidade inata,
pois a criança já nasceu com esta característica.

Porém, sabe-se que muitas pessoas conquistam


habilidades através do esforço. Talvez não nasçam com esta
característica, mas estudam, treinam, até que consigam fazer
a atividade com excelência. Ser hábil significa saber fazer
direitinho. As habilidades podem ser forjadas através de
leituras, da observação e da prática.

Por isso, se você está iniciando uma atividade


profissional na sua área de atuação e percebe que está tendo
dificuldades, não desista! Continue tentando, treine, leia,
observe as pessoas que são mais habilidosas trabalhando,
peça ajuda para um colega ou líder. Construa sua habilidade,
ou aprimore aquela que você já vem apresentando.

A aptidão está ligada às qualidades inatas e às


capacidades adquiridas. Conforme Spector (2006, p. 60):

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Curso Profissionalizante

A aptidão é o talento ou a capacidade de uma


pessoa para desempenhar tarefas ou aprendê-
las, é o potencial para desenvolver habilidades.
A maioria das habilidades exige uma ou mais
aptidões, como a de manusear ferramentas,
que exige inclusive a coordenação motora e
visual. Para construir o telhado de uma casa,
um carpinteiro deve ter um bom equilíbrio e ser
capaz de trabalhar com rapidez.

Como vimos, para ser um profissional de destaque é


necessário ter ou desenvolver CHAO (conhecimento, habilidade
e aptidão). E este “O” no final da sigla, o que será? São outras
características, que nem sempre, parecem estar diretamente
ligadas à profissão, mas que podem ser consideradas como
um diferencial. Para Spector (2006), as outras características
consistem nas qualidades pessoais significativas ao trabalho
e que não se referem às três características anteriormente
descritas (CHA). Por exemplo, um carpinteiro precisa estar
disposto a fazer tarefas manuais e a trabalhar ao ar livre.
Espera-se que um policial não tenha medo de escuro, que um
bombeiro não tenha medo de altura, que um professor seja
paciente e tenha autocontrole, que um filósofo seja reflexivo etc.

Além disso, cada vez mais, parece que os empresários


valorizam os candidatos que desenvolvem alguma atividade
extra, como esportiva, artística ou até mesmo, um serviço
voluntário. Você consegue imaginar, por quê?

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Me Formei, e Agora?

Você conhece alguém que seja literalmente viciado por


trabalho? Uma pessoa que tenha compulsão por trabalhar,
geralmente é denominada de workaholic. É bastante comum
que estas pessoas façam carga horária maior do que o
combinado na contratação, levem tarefas do trabalho para
fazerem em casa, tenham vida social muito restrita e podem
considerar o tempo investido em sono, lazer e alimentação
como desnecessário. À primeira vista, parece ser um
profissional valorizado pelos empresários, certo? Nem sempre!
No início, ele até pode gerar resultados interessantes, mas ao
longo do tempo, seu rendimento tende a diminuir. Além disso,
pode se tornar uma pessoa demasiadamente estressada,
por não ter uma atividade catalizadora das suas energias.
Inclusive, pode ter dificuldades para lidar com frustração e para
relacionar-se com a equipe. É evidente que há pessoas que
consigam driblar estes aspectos desfavoráveis, mesmo sendo
workaholic. Todavia, parecem corresponder a raras exceções.

Este é um dos motivos que leva o entrevistador a


perguntar sobre os hobbyes do candidato. Os líderes se
preocupam com o estilo de vida dos funcionários, pelos
motivos que são tão familiares aos nossos ouvidos: pessoas
que praticam atividade física com regularidade, costumam
ser mais saudáveis, menos estressadas e mais dispostas. Os
adeptos da arte geralmente são mais criativos, desenvolvem
sensibilidade e também têm benefícios quanto à saúde. Caso
tenha interesse, faça uma pesquisa sobre Arteterapia. Quanto
ao trabalho voluntário, as vantagens são inúmeras. Todos saem
ganhando: a sociedade, as pessoas diretamente beneficiadas

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Curso Profissionalizante

(alvos da ação voluntária), a pessoa que age voluntariamente


e a empresa. Muitas pessoas que aderiram ao voluntariado,
afirmam que a sensação de realização, generosidade e
solidariedade contribuíram para o aumento da autoestima, bem
como, a melhora de saúde plena (biopsicosocial-espiritual).
Para a empresa, uma das vantagens é que o trabalhador
que exerce atividades voluntárias, em paralelo ao trabalho
remunerado, costuma ser mais produtivo e grato.

Como vimos, realizar atividades extras, que dão


prazer, contribuem para um escape das tensões do dia a dia.
Funcionam como catalisadoras, melhorando o bem-estar e a
saúde de quem as pratica.

Ficou claro, para você, que CHAO é um atributo ou


uma característica exigida para que alguém consiga executar
determinada tarefa? “Os CHAO descrevem qual é o perfil de
pessoa exigido”. (SPECTOR, 2006, p. 60).

Que tal uma historieta para relaxar um pouco? Segue

n
uma narração sobre uma garota que sonhava ser bailarina.

uma pequena cidade, havia uma moça que


desde a tenra idade demonstrava apreço por
balé. Sempre procurava assistir apresentações
de balé na televisão, e imitava os movimentos que via.
Os pais perceberam o interesse da menina e aceitaram o
pedido dela, matriculando-a numa escola de balé, numa
cidade vizinha. Seus colegas a elogiavam quando viam

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Me Formei, e Agora?

as apresentações dela. Conforme o tempo foi passando,


ela já não se contentava mais em cursar as aulas de balé
daquela escola de dança. Ela queria morar na cidade que
possuía a melhor escola de balé do seu país, para frequentá-
la. Entretanto, este sonho envolvia um investimento
financeiro elevado. Embora os pais tivessem condições de
“patrociná-la”, questionavam-se, se a filha era realmente
tão habilidosa para que o investimento valesse a pena.

Certo dia, enquanto a filha e os pais estavam neste


impasse sobre a realização deste sonho, ou não; um
coreógrafo de balé famoso mundialmente, acompanhou
sua equipe de bailarinas numa apresentação no teatro da
cidade em que vivia a garota sonhadora. A menina levou
os pais para apreciarem a apresentação e assim
que o espetáculo terminou, ela procurou o
coreógrafo, no camarim. Explicou sobre a
sua dedicação e interesse pelo balé
e perguntou se ele poderia ceder
alguns minutos do seu tempo
para avaliar a performance dela. Ela
respirou fundo e fez os passos
mais difíceis que dominava.
Dançou cerca de cinco minutos diante do
coreógrafo, e terminou muito orgulhosa, pois
não cometeu um erro sequer. A resposta do
coreógrafo foi intrigante: “Olha mocinha,
você dança bem, mas não tem potencial para se tornar uma

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30
Curso Profissionalizante

bailarina de sucesso.”

Os pais dela a aguardavam na arquibancada do


teatro, quando ela chegou decepcionada, aos prantos.
Assim que voltaram pra casa, ela trancou-se no quarto e
começou a guardar suas roupas de balé e sapatilhas numa
sacola. No dia seguinte, levou a sacola à escola de balé, na
qual já esteve matriculada durante 6 anos, e entregou tudo
para a professora. “Por favor, dê estes apetrechos para as
meninas que tenham habilidade inata. Estou desistindo do
balé.”

O tempo passou, ela conseguiu um trabalho de


operadora de caixa num supermercado, casou-se, teve
filhos... Aproximadamente 15 anos após sua conversa com
o coreógrafo, ela o reencontrou por acaso. Ele já estava
aposentado, e visitava a cidade daquela garota, por turismo.
Ele foi ao supermercado e quando passou pelo caixa,
a atendente o cumprimentou e comentou sobre aquela
situação de anos atrás. Antes de terminarem a conversa,
ela verbalizou uma pergunta que a instigou desde a noite
do espetáculo: “Só tem uma coisa que eu não entendi, Sr
coreógrafo. Dancei uns cinco minutos, sem cometer deslizes
e o Sr me disse que eu não tinha potencial para ser uma
bailarina de sucesso. Quais foram os critérios que o Sr
utilizou para embasar a sua opinião?”

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Me Formei, e Agora?

Eis a resposta:
“Na verdade nem reparei direito na sua performance.
Já perdi as contas de quantas vezes alguém me procura num
final de espetáculo e me pede para avaliar sua dança. Eu
sempre respondi da mesma maneira, independente do êxito
revelado pelas aspirantes. Simplesmente, parto do princípio
de que se uma moça tem o que realmente uma bailarina de
sucesso precisa, ela ignorará a minha opinião e continuará
em busca do seu sonho. Ou seja, se você tivesse a atitude
necessária para ser uma bailarina de sucesso, você não
teria desistido.”

Autor desconhecido
FONTE: Adaptado de: <http://dancanet.blogspot.com/2009/05/historia-de-uma-bailarina-
para-refletir.html>. Acesso em: 2 ago. 2011.

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Curso Profissionalizante

Esta historieta que você acabou de ler, demonstra uma


pessoa que tinha conhecimento e habilidade a respeito do balé.
Mas isto não foi suficiente para que ela fosse uma bailarina
de sucesso, como ela imaginava. O que faltou para ela? O
coreógrafo lhe disse que se ela tivesse o que uma boa bailarina
precisa, ela teria persistido. A respeito do que, o coreógrafo
estava falando?

ATITUDE

Muitas pessoas confundem atitude e comportamento.


Até utilizam estas expressões como sinônimas. No entanto,
atitude é algo que precede o comportamento. A atitude está
atrelada à maneira de pensar, de interpretar e de sentir. Uma
pessoa revela sua atitude através das opiniões que manifesta.
Pode-se dizer que a atitude indica a disposição para fazer
algo, ou seja, a predisposição para agir ou reagir diante das
circunstâncias.

Você conhece a palavra resiliência? Está relacionada


a atitude de encarar as circunstâncias de maneira mais
positiva. Yunes (2003) define a resiliência como superação
de crises e adversidades. A autora explica que este
conceito está ligado à flexibilidade, resistência, criatividade
na resolução de problemas e autonomia.

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Me Formei, e Agora?

No entanto, Yunes (2003) considera que a resiliência


não consiste num atributo fixo. Por exemplo, uma pessoa pode
ter reagido a uma demissão (adversidade) positivamente,
erguendo a cabeça e procurando outra oportunidade. Porém,
a mesma pessoa pode demonstrar desespero diante de outra
adversidade, como a perda de um ente querido, divórcio etc.
Ou seja, cada um reage à sua maneira diante de situações
desfavoráveis e a mesma pessoa pode reagir diferente diante
de circunstâncias distintas, ou em contextos diferentes. A
resiliência tem algumas proximidades à invulnerabilidade,
porém o que as distingue é que uma pessoa invulnerável passa
ilesa por uma crise, enquanto que a resiliente pode ser afetada
pela crise, mas consegue responder a ela positivamente. Em
se tratando de resiliência, o que conta não é a situação real,
e sim, como a pessoa encara/interpreta a situação.

Para superar a pressão gerando resultados, é


necessário planejamento, organização, administração do
tempo, estabelecimento de prioridades e maturidade na tomada
de decisões. Persistência é outra característica indispensável.

Que tal outra historieta?

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Curso Profissionalizante

Certa vez, uma empresa que fabricava


calçados enviou dois vendedores para
trabalharem como representantes
comerciais em duas localidades da África.
Nos dois lugares, as condições econômicas
da população eram muito semelhantes,
tanto quanto, a cultura. Cada um dos
vendedores chegou à localidade por qual
seriam responsáveis no mesmo dia. Um
deles ficou muito frustrado, pois notou que
as pessoas não costumavam calçar sapatos
por ali. Imediatamente, ligou para a fábrica
e pediu para retornar ao país de origem, ou
para ser transferido para outra localidade
em que o mercado estivesse mais aquecido,
no ramo calçadista. O outro vendedor,
também percebeu que as pessoas daquela
região tinham o hábito de andar descalças.
No entanto, a reação dele foi diferente em
relação ao primeiro vendedor. Ele ligou para
a fábrica, bastante empolgado e pediu que
aumentassem a produção de calçados, pois na
sua área de representação, todos precisavam
comprar sapatos, já que ninguém os tinha.
FONTE: Disponível em: <http://www.contandohistorias.com.br/
historias/2006118.php>. Acesso em: 2 ago. 2011.

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Me Formei, e Agora?
FIGURA 12 - CRIANÇAS DESCALÇAS

FONTE: Disponível em: <http://www.sxc.hu/browse.


phtml?f=download&id=1039327>. Acesso em: 8 jul. 2011.

COMPORTAMENTO PROFISSIONAL

Como acabamos de ver, atitude é algo que precede o


comportamento. Mas ter atitude não basta, é preciso colocá-la
em ação!

Você já percebeu qual é o motivo que costuma ocasionar


a maior parte das demissões? Sem dúvidas, as demissões
podem ocorrer por motivos inerentes à empresa, como
alteração de endereço significativa, mudança nos negócios
(reposicionamento), dificuldades de mercado, fechamento
da empresa... Mas, existem outros motivos, não é mesmo?
O comportamento inadequado e o baixo desempenho são

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Curso Profissionalizante

os motivos de maior destaque nas demissões. Para quem


achava que as reclamações sobre o comportamento eram
exclusividade dos pais e dos professores de crianças/jovens,
sinto em informar, mas a maneira pela qual nos comportamos
é observada e analisada, também, por nossos líderes – e
colegas de trabalho!

Portanto, o conhecimento e a capacidade técnica são


fundamentais para ingressar no trabalho, mas são insuficientes
para garantir a permanência nele. Os comportamentos que são
considerados inadequados variam de acordo com cada empresa
e com o estilo da equipe que está envolvida. Porém, de maneira
geral, os líderes não gostam de lidar com pessoas inflexíveis,
descomprometidas, muito dependentes, desatualizadas,
estagnadas, que não se relacionam bem com os demais, que
não sabem trabalhar em equipe, desorganizadas, desonestas
e que não acatam ordens. Outro fator que costuma pesar é
quando os funcionários não compartilham dos mesmos valores
da empresa. Por exemplo, uma empresa que é altamente
comprometida com o meio ambiente e possui programas
que visam à conscientização ecológica, a preservação da
natureza etc., pode considerar imperdoável que um dos seus
funcionários jogue lixo no chão, nas imediações da empresa.

Se você é um(a) dos(as) felizardos(as) que já conseguiu


inserção profissional, recomendo que seja zeloso com esta
oportunidade. Procure seguir as orientações que recebeu no
ato da sua contratação e as que forem surgindo no decorrer
do trabalho. De maneira, se um dia você precisar sair da

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Me Formei, e Agora?

empresa por sua iniciativa própria ou até mesmo por algum


motivo da empresa, seu líder e seus colegas possam passar
boas referências suas para outros empresários.

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Curso Profissionalizante

ATÉ A PRÓXIMA ETAPA!!!

Puxa! Quanta informação, não é mesmo? Este tal


mercado de trabalho parece realmente cruel! Não se esqueça
que você poderá aprender mais sobre ele, na quarta etapa
deste curso. Lembre-se de que o foco deste curso é mostrar
um pouco da realidade do mundo do trabalho, sem fazer juízo
de valor sobre isso. O intuito, aqui não reside em avaliar se o
mercado é justo ou injusto, e sim, revelá-lo tal como é, para
que você possa estar mais preparado para ingressar nele, ou
manter-se nele.

Talvez você tenha ficado aflito diante de tantos pré-


requisitos impostos pelo mercado de trabalho. É possível que
ao examinar o que você já tem, e o que precisa desenvolver,
você tenha constatado que ainda há muito trabalho pela
frente. As pessoas que se formaram a menos tempo podem
considerar seu currículo “vazio”, em relação a tantas exigências
das empresas. Acalme-se. No decorrer deste curso você verá
que ser um profissional habilidoso requer tempo. Mas, você
pode chegar mais rápido ao resultado, se souber exatamente
onde quer chegar.

Talvez você conheça um profissional que conduziu sua


carreira inspirado em Cristóvão Colombo. Sai sem saber muito
bem onde vai chegar, chega mas não sabe onde está e volta
sem saber onde esteve.

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Me Formei, e Agora?
FIGURA 13 - CRISTÓVÃO COLOMBO

FONTE: Disponível em: <http://consciencia.org/imagens/ary/


cristovao-colombo.jpg>. Acesso em: 8 jul. 2011.

Embora ele tenha sido uma pessoa importante –


principalmente por ter sido o primeiro europeu a pisar em solo
americano – dizem alguns historiadores que ele terminou sua
vida frustrado. Geralmente, a frustração acomete pessoas
que não identificam seus objetivos. Vão agindo no improviso
e depois de muito tempo, podem perceber que “não era bem
isso” que elas tinham imaginado.

Para que você minimize a probabilidade de passar por


esta situação, recomendo que participe da próxima etapa:
“Orientação Profissional Continuada”.

Até lá!
“Submeter-se a indecisão é a melhor
maneira de abandonar seus sonhos.”
(Ewerson Felipe)

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Curso Profissionalizante

R EFERÊNCIAS
PIMENTEL, Raquel Guedes. “E agora, José?”: jovens
psicólogos recém-graduados no processo de inserção no
mercado de trabalho na região da Grande Florianópolis.
2007. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Universidade
Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.

SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizações.


Tradução de Solange Aparecida Visconte. São Paulo:
Saraiva, 2006.

YUNES, Maria Angela Mattar. Psicologia positiva e


resiliência: o foco no indivíduo e na família. Psicol.
estud., Maringá, v. 8, n. spe, 2003. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
73722003000300010&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 07 jun.
2011.

S ITES UTILIZADOS
• <http://www.correiodatarde.com.br/editorias/
urgente-39442>. Acesso em: 7 jun. 2011.

• <http://portal.mec.gov.br/index.php>. Acesso em: 7 jun.


2011.

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Me Formei, e Agora?

A UTOATIVIDADES
Relacione os itens, utilizando o código a seguir:
A) Conhecimento.
B) Habilidade.
C) Aptidão.
D) Outras características.
E) CHAO.
F) Atitude.
G) Comportamento.
H) Experiência profissional.

( ) Equivale ao perfil.
( ) Construído através da aquisição de informações, estudo,
ou vivência.
( ) Prática ou exercício de uma atividade ou profissional.
( ) Qualidades pessoais significativas para um trabalho
específico.
( ) Antecede a ação.
( ) Potencial para desenvolver capacidades.
( ) Conduta, ação, modo de fazer ou proceder.
( ) O que uma pessoa consegue fazer.

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Me Formei, e Agora?

G ABARITO
Relacione os itens, utilizando o código a seguir:
A) Conhecimento.
B) Habilidade.
C) Aptidão.
D) Outras características.
E) CHAO.
F) Atitude.
G) Comportamento.
H) Experiência profissional.

(E) Equivale ao perfil.


(A) Construído através da aquisição de informações, estudo, ou vivência.
(H) Prática ou exercício de uma atividade ou profissional.
(D) Qualidades pessoais significativas para um trabalho específico.
(F) Antecede a ação.
(C) Potencial para desenvolver capacidades.
(G) Conduta, ação, modo de fazer ou proceder.
(B) O que uma pessoa consegue fazer.

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